planejamento em manutenção mecânica

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2012 Relatório Final Gabriel Barthem Gabriel Bizzo Marcelo Martinez Marcelo Wanderley Mauricio Elarrat 29/06/2012

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Page 1: Planejamento em Manutenção Mecânica

2012Relatório Final

Gabriel Barthem

Gabriel Bizzo

Marcelo Martinez

Marcelo Wanderley

Mauricio Elarrat

29/06/2012

Page 2: Planejamento em Manutenção Mecânica

Sumário1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................2

2 CONTATO COM A EMPRESA....................................................................................4

3 PLANEJAMENTO DA MANUTENÇÃO ATUALMENTE UTILIZADO...............................4

3.1 Manutenção de equipamentos convencionais (fresa, retífica, etc.)................5

3.2 Tipos de Manutenção empregados...................................................................6

3.2.1 Manutenções Preventivas..........................................................................6

3.2.2 Manutenções à Demanda..........................................................................6

3.2.3 Manutenções Sistemáticas........................................................................7

3.3 Manutenção dos Equipamentos CNC................................................................7

4 CONTROLE DA MANUTENÇÃO.................................................................................7

5 IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO....................................................8

5.1 Base de Dados...................................................................................................8

5.2 Índice de Confiabilidade....................................................................................9

5.2.1 Cálculo do Índice de Confiabilidade pelo Método Analítico.....................10

5.2.2 Estudo de Caso: Fresa..............................................................................12

5.2.3 Interpretação dos Resultados..................................................................17

6 CUSTOS DE MANUTENÇÃO....................................................................................20

6.1 Custo de Manutenção à Demanda – CMD......................................................20

6.1.1 Custo da Manutenção Planejada.............................................................23

7 Outras Sugestões...................................................................................................27

7.1 Manutenção Produtiva....................................................................................27

7.2 Registro de Falhas...........................................................................................28

7.3 Manutenção Preditiva.....................................................................................29

8 Conclusão...............................................................................................................30

9 ANEXOS..................................................................................................................32

1

Page 3: Planejamento em Manutenção Mecânica

9.1 Anexo 1........................................................................................................... 32

9.2 Anexo 2........................................................................................................... 33

9.3 Anexo 3........................................................................................................... 34

2

Page 4: Planejamento em Manutenção Mecânica

1 INTRODUÇÃO

A TRANSCONTROL vem mantendo a tradição de prover, desde o projeto até a

fabricação e serviços de pós-venda, equipamentos hidráulicos, pneumáticos e

eletrônicos para a indústria de óleo e gás. Como indústria, preocupa-se em

desenvolver tecnologia no Brasil, com mão de obra local, fabricando produtos com

qualidade internacional, e assim tem sido desde sua fundação em 1968.

A fábrica conta com um total de 200 funcionários divididos entre todos os

setores, sendo 2 responsáveis pelo setor de manutenção, que atua em cerca de 100

máquinas e equipamentos.

A empresa investe constantemente em treinamentos, qualificação e

capacitação de seus funcionários e prestadores de serviços, formando profissionais

altamente gabaritados e especializados, aptos a atender plenamente às exigências do

mercado e de seus clientes, assim como garantir a melhoria contínua dos processos na

organização. A equipe de Engenharia está capacitada para desenvolver seus próprios

produtos eletrônicos e hidráulicos, assim como toda a metodologia de processo

industrial.

Os diferentes setores de Engenharia da TRANSCONTROL, dentro de suas

especialidades, empregam as principais normas de projeto e de métodos de processo,

além de contarem com recursos de última geração como softwares para desenhos e

cálculos avançados. A TRANSCONTROL dispõe de recursos próprios para a fabricação

de seus produtos como: máquinas de usinagem tipo CNC e máquinas de soldas por

processos TIG, MIG, Plasma além de eletrodos revestidos com mão de obra

especializada. A linha de montagem é capacitada para testar 100% dos produtos

fabricados utilizando nossos próprios laboratórios.

Os laboratórios de medidas físicas de pressão, temperatura, eletro eletrônico e

vazão possuem um corpo técnico especializado e designado para manter suas

funcionalidades, tais como: elaboração de procedimentos, conservação, controle e

calibração dos seus instrumentos assim como produção de softwares utilizados nos

3

Page 5: Planejamento em Manutenção Mecânica

testes. Os laboratórios são próprios e estão capacitados a realizar: testes hidrostáticos

até 30000 psi, testes em câmara hiperbárica para até 2500 m de lâmina d'água,

assinaturas hidráulicas em válvulas gaveta de ½”e 1” e levantamento de curvas de

pressão e temperatura dos transmissores para fundo de poço e ANM (Árvore de Natal

Molhada).

4

Page 6: Planejamento em Manutenção Mecânica

2 CONTATO COM A EMPRESA

O aluno Luiz Fernando Muniz tem laços familiares com um funcionário da

empresa, o Renato. Sendo amigo de alguns integrantes do grupo, forneceu o contato

para que fosse possível a realização do trabalho.

Após o primeiro contato feito por telefone, em que se conversou com o

Renato, foi agendada a primeira visita para o dia 15 de maio de 2012. Nesta visita o

próprio Renato recebeu todo o grupo e a empresa foi apresentada, mas sem muita

ênfase no chão de fábrica. O Renato também explicou que quem nos acompanharia no

trabalho seria Paulo Coelho, o responsável pelo setor da manutenção. Nesta reunião,

também foram explicados os objetivos do trabalho.

A segunda visita ocorreu em 17 de maio de 2012. Dessa vez, fomos

apresentados ao Paulo Coelho que nos acompanhou por toda a fábrica explicando com

mais detalhes a importância de cada máquina e como era feito o planejamento da

manutenção.

Outra visita ocorreu em 22 de maio de 2012 e nela, breves informações de

custos de manutenção foram levantadas e a pasta com o planejamento de toda a

manutenção do ano anterior foi emprestada.

A última visita ocorreu em 19 de junho de 2012. Nesta visita foram tiradas

algumas dúvidas sobre os detalhes finais do trabalho e foram feitos os agradecimentos

finais por parte do grupo e prometido o envio do relatório final para que as mudanças

possam ser implementadas.

3 PLANEJAMENTO DA MANUTENÇÃO ATUALMENTE

UTILIZADO

Cabe ao Setor de Manutenção acompanhar, providenciar e/ou executar a

manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos da produção, registrando a

5

Page 7: Planejamento em Manutenção Mecânica

manutenção realizada em documentos apropriados. As técnicas utilizadas pela

empresa são:

Manutenção à Demanda: Realizada pelo setor de manutenção da própria

empresa e por terceirizada.

Manutenção Preventiva: Realizada pelo setor de manutenção da própria

empresa e por terceirizada.

Manutenção Sistemática: Feita para as trocas de óleo nos equipamentos.

A maior parte da manutenção é terceirizada. No caso das máquinas CNC o

próprio fabricante realiza a manutenção. As manutenções corretiva e preventiva dos

equipamentos convencionais são realizadas por uma empresa informalmente

contratada, sem um contrato firmado com a TRANSCONTROL.

3.1 Manutenção de equipamentos convencionais

(fresa, retífica, etc.)

Para a manutenção, é elaborado um plano que, conforme o tipo e

utilização do equipamento determina-se o período de verificação das condições

de uso. De uma forma geral, a manutenção preventiva consiste em:

i. Verificar as correias;

ii. Verificar a pintura;

iii. Limpar e lubrificar os componentes específicos;

iv. Analisar os problemas mecânicos e elétricos;

v. Verificar e adicionar óleo.

O check-list (Anexo 1) de manutenção de cada equipamento deve

possuir no cabeçalho o código TRANSCONTROL da máquina e devem ser

anotadas as informações técnicas referentes à máquina, como tipo e local.

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Page 8: Planejamento em Manutenção Mecânica

Logo a seguir, devem ser anotados os itens verificados e serviços

executados, e anotadas a data da realização da manutenção e a assinatura do

responsável pela manutenção.

3.2 Tipos de Manutenção empregados

3.2.1 Manutenções Preventivas

É elaborado um plano de manutenção baseado nos manuais de cada

equipamento, onde contém os itens a serem verificados e sua periodicidade.

Sendo que o plano contém um calendário em que cada resolução deverá ser

semanal. Neste plano deverá ser indicada a semana em que a verificação

deverá ser realizada.

Cada equipamento deverá possuir um diário em que será lançado o

registro da manutenção preventiva realizada, sendo que, para efeito de

registro, somente serão computadas as verificações ou manutenções em que a

periodicidade seja bimestral ou maior.

Para as verificações diárias, semanais, quinzenais e mensais, não é

necessário o registro, ou seja, evidenciar a sua realização, pois estas

verificações tem caráter de inspeção visual de uma possível deterioração do

componente ou fazem parte de uma rotina do operador ou do assistente do

setor, para complementação de nível ou lubrificação.

Para as verificações ou ações com periodicidade a partir de 2 meses, é

necessário o registro, pois necessitam de planejamento e dependem de pessoal

especializado, da parada da máquina por um longo período, da compra de

peças de reposição e afetam diretamente a performance do equipamento.

3.2.2 Manutenções à Demanda

A manutenção corretiva deverá ser realizada conforme a necessidade

emergencial de manutenção do equipamento e a evidência de sua execução

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Page 9: Planejamento em Manutenção Mecânica

deverão constar no diário do equipamento na forma de relatório, o qual poderá

ser emitido internamente pelo coordenador responsável pela manutenção ou

pelo prestador de serviço de manutenção.

3.2.3 Manutenções Sistemáticas

Realizada em algumas rotinas mais simples de manutenção, como por

exemplo, na troca do óleo.

3.3 Manutenção dos Equipamentos CNC

A manutenção dos equipamentos do tipo CNC é de responsabilidade da

empresa fabricante mediante contrato no momento da compra dos

equipamentos, devido à complexidade das máquinas.

Devido à importância destas máquinas na linha de produção e seu alto

valor agregado, a manutenção é feita de forma programada, onde é feito um

rodízio para que apenas uma máquina seja parada por vez e a produção possa

ser previamente programada mediante as datas das manutenções.

4 CONTROLE DA MANUTENÇÃO

O controle da manutenção é executado pelo Paulo Coelho, o qual tem a função

de inspecionar a manutenção, assim como solicitar a mesma caso necessário.

No caso da manutenção preventiva, existe um calendário (Anexo 2) onde os

equipamentos estão listados em uma coluna, junto com a respectiva periodicidade, e

os meses onde devem ser executadas estão indicados. Dessa forma mantem-se

organizada a produção junto à manutenção.

No caso da manutenção a demanda, quando é constatada a interrupção do

equipamento o Paulo é chamado e então ele aciona a empresa encarregada pela

manutenção, a qual fará o concerto. Caso a falha identificada não possa ser concertada

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Page 10: Planejamento em Manutenção Mecânica

pela empresa terceirizada, ou o reparo precise de teste mais elaborados, eles indicam

outra empresa para efetuar o reparo.

Sempre que uma manutenção é executada, seja preventiva ou a demanda, é

gerado um check-list contendo a descrição dos itens verificados, das peças que foram

repostas, além de observações complementares. Em caso de troca de peças é gerado

um Relatório Técnico (Anexo 3) onde são detalhadas as peças trocadas e o serviço

feito.

Todos os check-lists e relatórios técnicos são arquivados em um fichário,

separados por equipamento, sendo organizado e gerenciado pelo setor de

manutenção.

5 IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO

5.1 Base de Dados

O sistema de manutenção utilizado pela empresa atualmente registra o

tipo de falha por equipamento, o responsável da manutenção que deverá

tomar as ações, a data da ocorrência e a ação que deve ser realizada.

Como o arquivamento desses relatórios é em papel, o que gera a

necessidade de um local físico para o armazenamento, além da dificuldade de

encontrar relatórios específicos, já que não existe muita organização no

armazenamento ou algum tipo de catalogação.

Quando houver um controle maior dos dados, será possível planejar a

manutenção em função de falhas recorrentes e realizar a previsão de demanda

de material necessário para o estoque (futuro, hoje não existe) de peças para

manutenção.

No entanto, alguns relatórios poderiam ser extraídos do sistema e com

isso um arquivamento digital poderia não só auxiliar a rotina dos funcionários

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Page 11: Planejamento em Manutenção Mecânica

de manutenção como também fornecer informações importantes para a gestão

da manutenção, de custos e de estoque.

Para um momento futuro da TRANSCONTROL, o grupo sugere alguns

indicadores:

Porcentagem de pedidos de manutenção com status de

“Atrasado”;

Porcentagem de manutenção planejada atrasada por causa de

espera por material;

Porcentagem de manutenção a demanda que poderia ter sido

resolvida com manutenção preventiva;

Custos de manutenção como porcentagem dos custos totais;

Custos de manutenção como porcentagem dos custos de

produção.

Além desses indicadores, o grupo recomenda extrair relatórios com a

demanda de peças utilizadas na manutenção e o custo unitário das mesmas.

5.2 Índice de Confiabilidade

Confiabilidade é definida como “a probabilidade de um item

desempenhar satisfatoriamente a função requerida, sob condições de operação

estabelecidas, por um período de tempo pré-determinado”.

Definimos então o “Índice de Confiabilidade” como sendo a medida da

confiabilidade dos equipamentos. Desta forma, tendo em mãos este valor

numérico, podemos mensurar as chances de um equipamento apresentar

falha.

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Page 12: Planejamento em Manutenção Mecânica

No presente trabalho faremos uma descrição de como se calcula o

índice de confiabilidade e depois descreveremos a aplicação deste em um

equipamento da fábrica.

Podemos obter este índice de duas formas: analítica e estatística. A

maneira estatística é mais complexa e demorada de se trabalhar, pois envolve

maior riqueza de detalhes e conta com o registro de falhas ao longo do tempo

dos equipamentos, ou seja, não pode ser implementada imediatamente em

uma fábrica, além de depender de conhecimentos da teoria probabilística para

se chegar ao valor final.

Já os métodos analíticos são mais simples, práticos e mesmo assim

apresentam resultado bastante satisfatório para determinação do índice de

confiabilidade, além de não exigir conhecimentos específicos, ou seja, um

operário com um mínimo de experiência no chão de fábrica pode realizar esta

tarefa.

5.2.1 Cálculo do Índice de Confiabilidade pelo Método Analítico

O método analítico para estimativa do índice de confiabilidade de

equipamentos consiste na definição de campos e fatores para avaliação, para

cada qual é atribuído um valor numérico máximo. A soma destes valores da

lista de fatores avaliados deve ser igual a 100 (cem).

Cada equipamento deve ter a sua própria lista de fatores, por cada

equipamento ter componentes particulares a serem avaliados. Por exemplo, a

maioria dos equipamentos terá um campo de avaliação de corrosão da carcaça,

mas nem todos possuem correntes ou cabos de aço.

Deve-se ter um cuidado especial na determinação de quais fatores

devem ser avaliados para o levantamento da confiabilidade do equipamento. O

bom senso ao se construir esta lista é fundamental. Parâmetros muito

complexos que exigem parada de funcionamento do equipamento por um

longo período de tempo podem gerar gastos por tempo improdutivo que

fogem ao escopo desta ideia. Mas medições rápidas ou que não exijam

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Page 13: Planejamento em Manutenção Mecânica

desmonte de partes complicadas devem ser levadas em consideração, para que

a avaliação tenha maior acurácia.

Os fatores a serem avaliados devem ser subdivididos em campos para

melhor organização e distribuição mais coerente dos pontos. A sugestão é que

se dividam em:

1. Inspeção Visual;

2. Testes e Medições;

3. Habilidade do Operador e Condições de Manutenção;

4. Condições de Trabalho;

5. Idade de Equipamento.

A cada campo deste determina-se um valor máximo de pontos, a ser

distribuído entre os fatores específicos de cada campo. Deve então ser levado

em consideração, já nesta etapa, qual campo pode revelar as falhas mais graves

e qual campo não representa tanto risco ao funcionamento do equipamento.

Ressaltamos a partir desse ponto que a distribuição dos pontos máximos

de cada campo, de cada fator podem ser definidos apenas uma vez e serem

fixos a partir de então para tal equipamento.

A pontuação avaliada no ato da inspeção deve respeitar esse valor

máximo e tanto a determinação destes valores máximos quanto dos avaliados

(por ocasião de avaliação) devem ser obrigatoriamente feitas por uma única

pessoa, para que se diminua a chance de erros subjetivos por diferentes pontos

de vista.

Quanto maior a quantidade de fatores e subdivisões de fatores, maior a

resolução do índice obtido e melhor o resultado da avaliação, sempre se

respeitando níveis de bom senso do operador para realização da tarefa.

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Page 14: Planejamento em Manutenção Mecânica

Este método analítico pode ser ainda aperfeiçoado, por exemplo,

determinando índices para peças comuns aos equipamentos da fábrica e

fazendo-se uma média ponderada dos índices parciais destas peças para obter

o índice do equipamento avaliado, como por exemplo, a avaliação de

engrenagens de dentes que estão presentes em equipamentos diferentes, mas

são na essência peças de mesmas características funcionais. No entanto, não

faremos neste trabalho o uso desta técnica por ser muito específica para o

nosso objetivo.

5.2.2 Estudo de Caso: Fresa

Um dos equipamentos da empresa que apresenta maior quantidade de

falhas registradas é a Fresa. Existem cinco destas nas dependências da

TRANSCONTROL. A não operação de uma fresa atrapalha muito o caminhar dos

serviços na empresa, pois há muitos itens vendidos pela empresa que

necessitam ser furados, portanto raramente as fresas ficam paradas. No caso

de quebra de uma, não há muitos problemas para a produção, mas a ausência

de duas já reduz demais a velocidade da produção levando assim a uma alta

possibilidade de atraso na entrega.

Faremos um estudo fictício do caso, pois não se pôde ter contato direto

com as máquinas. Fizemos uma análise das partes de uma fresa para criar esse

exemplo. Para realizar tal tarefa, construímos uma planilha em Excel, dividida

nos campos de avaliação acima descritos e sorteamos os valores de forma a

representar uma fresa aleatória que serve de exemplo para que o chefe da

manutenção possa aplicar em outras máquinas. Assumimos para o objetivo que

a fresa foi adquirida em 2000 e tem capacidade máxima de carga de 10

toneladas.

A planilha, com os fatores avaliados, campos e resultados é apresentada

com os comentários de cada campo abaixo.

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Page 15: Planejamento em Manutenção Mecânica

Table 1: Inspeção Visual

Para facilitar a implementação do Índice de Confiabilidade assumimos

os valores padrões utilizados pelo livro-texto para cada um dos fatores

principais. Esses são:

1. Inspeção Visual – 35 pontos;

2. Testes e medições – 35 pontos;

3. Habilidade do operador e condições de manutenção – 10 pontos;

4. Condições de trabalho – 12 pontos;

5. Idade do equipamento – 8 pontos.

A escolha das subdivisões da Inspeção Visual deve se guiar basicamente

pelas partes mecânicas e elétricas do equipamento. No caso da fresa foram

escolhidas as seguintes partes e pontuações:

1. Base – 2 pontos;

2. Coluna – 7 pontos;

3. Eixo principal – 7 pontos;

4. Mesa – 4 pontos;

5. Carro transversal – 3 pontos;

6. Suporte da mesa – 2 pontos;

7. Caixa de velocidades do eixo principal – 5 pontos;

8. Caixa de velocidades dos avanços – 5 pontos.

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Page 16: Planejamento em Manutenção Mecânica

A pontuação de cada subfator é feita de acordo com a importância de

cada item para a máquina. Dessa forma, colocou-se a Coluna e o Eixo Principal

como mais pontuados. O primeiro sendo a estrutura principal da máquina e o

segundo que serve de suporte a ferramenta necessitando assim estar em bom

estado para que a máquina funcione devidamente.

Seguidos pelos dois mais pontuados, vêm as Caixas de Velocidade do

Eixo Principal e dos Avanços. Quando as engrenagens destas não estão em boas

condições há uma diminuição da eficiência da máquina podendo chegar a

quebra e parando-a imediatamente.

A Mesa, o Carro Transversal, a Base e o Suporte da Mesa são partes da

máquina que têm uma tolerância maior ao mau estado. Dessa forma, sempre

respeitando o grau de importância de cada, as foram dadas menores

pontuações.

Table 2: Testes e Medições

Na parte de Testes e Medições se escolhem os subitens pelo fatores

físicos que podem gerar dados para análise. No caso da fresadora foram

escolhidos:

1. Tolerâncias Geométricas – 10 pontos;

2. Tensão na linha elétrica – 7 pontos;

3. Corrente de partida e marcha dos motores – 8 pontos;

4. Nível vibratório – 10 pontos.

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Page 17: Planejamento em Manutenção Mecânica

Da mesma forma que anteriormente, a pontuação é dada pela

importância de cada fator. Dessa forma, Tolerâncias Geométricas e Nível

Vibratório são indícios mais claros de falha enquanto a Corrente de partida e

marcha dos motores e Tensão na linha elétrica são mais simples de serem

substituídos e dificilmente danificariam a máquina muito seriamente.

Table 3: Conhecimento do Usuário e Manutenção Preventiva

As subdivisões do item habilidade do operador e as condições de

manutenção seguem certo padrão para a maioria das máquinas e pode-se usar

a indicação do livro que é:

1. Trabalha com operador treinado e tem Manutenção Preventiva –

10 pontos;

2. Trabalha com operador treinado e não tem Manutenção

Preventiva – 7 pontos;

3. Trabalha com operador não treinado e tem Manutenção

Preventiva – 7 pontos;

4. Trabalha com operador não treinado e não tem Manutenção

Preventiva – 7 pontos.

Essa pontuação é bastante clara e regride de acordo com a ausência de

um dos componentes.

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Page 18: Planejamento em Manutenção Mecânica

Table 4: Condições de Funcionamento

Nos campos das Condições de Trabalho, por haver também uma

semelhança muito grande entre diferentes máquinas, deve-se seguir grande

parte da indicação da literatura mudando apenas o último item que remete a

forma do cavaco pelo fato de ser um item mais relacionado especificamente a

cada máquina. Dessa forma temos:

1. Nível de utilização da capacidade de carga do equipamento – 3

pontos;

1.1. Inferior a 50% de capacidade – 2 pontos;

1.2. Entre 50% e 80% da capacidade – 3 pontos;

1.3. Superior a 80% da capacidade – 1 ponto;

2. Tempo de operação – 3 pontos;

2.1. Inferior a 200hs mensais – 3 pontos;

2.2. Entre 200hs. E 600hs. mensais – 2 pontos;

2.3. Superior a 600hs. mensais – 1 ponto;

3. Repetição dos ciclos de operação – 3 pontos;

3.1. Repetição Reduzida – 3 pontos;

3.2. Repetição normal – 2 pontos;

3.3. Repetição elevada – 1 ponto;

4. Tipo ou forma do cavaco produzido – 3 pontos;

4.1. Estrutura protegidos contra cavaco – 3 pontos;

4.2. Estrutura sem proteção, cavaco longo – 2 pontos;

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Page 19: Planejamento em Manutenção Mecânica

4.3. Estrutura sem proteção, cavaco de fundição ou limalha 1 ponto.

Table 5: Idade do Aparelho

Por fim, temos a avaliação da idade do equipamento. Neste momento

introduzimos o conceito da “curva da banheira” que mostra que a

probabilidade de falha de um equipamento assim que este é adquirido é maior

do que no período que se sucede. A partir de determinado período, que varia

de equipamento pra equipamento, a chance de falha passa a aumentar.

A curva abaixo apresentada é de probabilidade de falha versus tempo

de aquisição.

Figure 1: Curva da Banheira

5.2.3 Interpretação dos Resultados

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Page 20: Planejamento em Manutenção Mecânica

Como dito anteriormente, a soma total dos índices máximos atribuídos

a cada fator avaliado deve ser igual a 100. A tabela abaixo apresenta o

resultado final da soma dos índices avaliados para a fresa em questão.

Table 6: Resultados

O valor obtido para a fresa foi igual a 52, ou 52%. Podemos admitir que

seja um valor baixo, mas não podemos dizer o quão baixo é este resultado se

não for estipulada uma meta ou um valor ideal. Para tal, devem ser tomados

alguns cuidados. Por exemplo, se analisarmos o índice máximo que pode ser

obtido no fator idade do equipamento, igual a 6 no nosso estudo, não podemos

desejar que a fresa, tenha um índice de confiabilidade mínimo necessário igual

a 94. Isso porque caso a fresa obtivesse índice máximo em todos os demais

campos, o que garantiria um funcionamento perfeito e ideal, ela nunca estaria

dentro da faixa desejada caso tivesse idade maior que 20 anos.

Utilizando-se deste raciocínio e também do bom senso da equipe de

manutenção na escolha do mesmo, recomenda-se que o índice mínimo a ser

obtido esteja acima dos 70 pontos, garantindo uma boa confiabilidade no caso

de máquinas operatrizes mecânicas.

Mas a avaliação deste resultado pode ainda nos fornecer outras

vantagens, conforme veremos nos próximos subitens.

5.2.3.1 Número de Zeros

A quantidade de índices avaliados iguais à zero é de grande utilidade no

planejamento da manutenção. Quando avaliamos um fator como zero,

devemos interpretar que esta peça ou componente da máquina não está

funcionando e precisa de reparo ou substituição, ou ainda que esta peça esteja

prejudicando severamente todo o funcionamento da máquina.

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Page 21: Planejamento em Manutenção Mecânica

Todos estes itens precisam de reparo imediato, pois se não funcionam

por si só, acabam causando outros problemas. Além disso, o número de zeros

pode ser decisivo na tomada de decisão sobre a prioridade de manutenção de

um equipamento, quando se tem dados de outros equipamentos na fábrica.

5.2.3.2 Tabela de Índices e Número de Zeros

Quando se tem a avaliação de diversos equipamentos na fábrica, pode-

se montar uma tabela e/ou um gráfico para que sejam visualizados os índices e

os números de zeros, de forma a se decidir qual equipamento precisa de

manutenção primeiro e onde estão os principais problemas.

Nesta tabela, computa-se uma coluna com equipamentos, outra com o

índice obtido e outra com o número de zeros. Os equipamentos que tiverem

índice baixo e maior número de zeros devem receber manutenção primeiro que

os que têm menos zeros e depois pelos que tem índice mais alto.

5.2.3.3 Intervalos de Avaliação

Os intervalos ideias para avaliação devem ser estipulados com base na

incidência de falhas do equipamento, ou seja, o intervalo de avaliação deve

levar em consideração o item avaliado que tem menor tempo de vida útil.

Desta forma, a empresa não perde tempo de mão de obra avaliando

equipamentos sem necessidade.

Este tempo pode variar de equipamento para equipamento. No caso de

máquinas operatrizes, quanto maior a precisão de funcionamento, menor deve

ser o tempo para garantir alinhamentos e regulagens. No caso de máquinas

como a ponte rolante, esse tempo pode ser maior. Ainda, quanto maior a

severidade de uso e a necessidade de se ter o equipamento funcionando,

menor deve ser o intervalo entre avaliações.

Desta forma, fica difícil estipularmos um valor para este intervalo, que

deve ser estimado com o tempo e experiência dos técnicos do chão de fábrica

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Page 22: Planejamento em Manutenção Mecânica

para que, ao longo do tempo de aplicação desta ferramenta, tenha-se o tempo

ideal.

6 CUSTOS DE MANUTENÇÃO

Atualmente a TRANSCONTROL realiza manutenção à demanda e planejada

predominantemente, sendo assim a equação do custo de manutenção será CTM =

CMD + CMP + A, onde:

CMT = custo total com manutenção

CMD = custo com manutenção à demanda

CMP = custo com manutenção planejada

A= outras variáveis.

Sendo assim, CMD e CMP serão explorados nos tópicos a seguir.

6.1 Custo de Manutenção à Demanda – CMD

Para calcularmos o Custo da Manutenção, partimos da equação abaixo:

CMD= IMDn

+CFMD+CVMD+CHI+CPç

Onde:

CMD = custo da manutenção à demanda;

IMD = investimentos para manutenção à demanda (ex.: local,

equipamentos, ferramentas, mobiliário);

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Page 23: Planejamento em Manutenção Mecânica

n = período de amortização dos investimentos;

CFMD = custos fixos com manutenção à demanda (ex.: custo de

pessoal direto e indireto);

CVMD = custos variáveis com manutenção à demanda (ex.: horas

extras, energia, material de consumo, prêmios);

CHI = custo de hora improdutiva;

CPç = custo de peças e materiais de reposição.

Para calcular o custo de manutenção à demanda, alguns dados foram

levantados na empresa. São eles:

Custo da hora dos funcionários = R$ 7,30;

Número de funcionários da manutenção à demanda: 2;

Número de horas trabalhadas por dia: 8 h;

Número de horas trabalhadas: 2112 h/ano.

O tempo de parada para realizar manutenção à demanda prejudicando

a produção é de 30 h/ano, que corresponde a 1,4% do total de horas coletadas

no ano (produção + parada).

Todos os investimentos da TRANSCONTROL com manutenção já

passaram pelo período de amortização e, por isso, o IMD é igual à zero.

Com estes dados iniciais os seguintes cálculos foram feitos:

1) Custos Fixos

Considerando o valor de R$ 10000,00 pago a terceirizada para a

realização da manutenção geral da fábrica, para fins de conta assumimos a

quantia de 30% desse valor destinadas à manutenção a demanda e o restante

destinado a manutenção planejada, de acordo com o volume de trabalho

avaliado nos relatórios de manutenção.

Mão de obra = R$ 3.000,00.

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Page 24: Planejamento em Manutenção Mecânica

2) Custos Variáveis

Visto que a manutenção é terceirizada, não contabilizamos custos

variáveis relativos a horas extras ou materiais de consumo.

Além disso, o custo com energia não será avaliado, pois os custos com

energia não foram divulgados e a estimativa destes é inviável.

3) Custos de Hora Improdutiva

O custo de hora improdutiva engloba:

CMO = custo de mão-de-obra ociosa devido à parada do

equipamento

CRP = custo para a recuperação do programa produtivo quando

há do equipamento

CRF = custo de refugo da matéria-prima ocasionado por parada

do equipamento

CMC = custo de multas contratuais

Lucro cessante = lucro estimado – lucro real

No caso da TRANSCONTROL, não há aplicação de multas contratuais,

então CMC = R$0,00 e com os dados disponíveis hoje somente foi possível

calcular o CMO.

Sabendo que os funcionários recebem R$ 7 ,30 /h , tem-se que:

CMO = 30

hano

×R$ 7 ,30 /h=R $219 ,00/ano

Para este cálculo, foi considerado para cada máquina parada um

funcionário ficará ocioso. Este cálculo nem sempre é verdade nas situações do

dia-a-dia e, sabendo disso, pode-se reconhecer que o valor R$ 219,00 está

subdimensionado.

Outra informação importante é o lucro cessante. Para este cálculo, foi

preciso fazer algumas hipóteses:

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Page 25: Planejamento em Manutenção Mecânica

H1) A demanda do mercado não é plenamente satisfeita;

H2) Se a empresa para a produção por n horas, ela deixa de faturar um

valor proporcional ao número de horas parada.

Como foi dito que 30h/ano corresponde a 1,4% do total de horas

coletadas (produção + parada), então o total de horas coletadas é igual a 2112

h/ano.

Considerando um faturamento anual de X reais, o lucro que deixa de ser

ganho devido à parada de produção será então:

R $ X×30hano

(2112−30 )h=R $0 ,0144×X

ao ano, o que corresponde a 1,44% do

faturamento total da empresa.

4) CPç

O valor com peças de reposição é de aproximadamente R$5.000,00.

5) IMD

Os investimentos já estão amortizados e por isso não serão levados em

consideração.

Finalmente, podemos calcular o Custo de Manutenção à Demanda da

TRANSCONTROL:

CMD = 3.000,00 + 219,00 + 5.000,00 + 1,44% do faturamento = R$ 8.219,00 ao

ano, mais 1,44% do faturamento total.

É muito importante observar que este valor considera as hipóteses H1 e

H2 e, se elas não forem verdadeiras, o CMD será um valor mais baixo.

O custo de manutenção corresponde então a quase 1,5% do

faturamento total da empresa.

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Page 26: Planejamento em Manutenção Mecânica

6.1.1 Custo da Manutenção Planejada

Para calcularmos o custo da Manutenção Planejada partimos da

equação abaixo:

CMP= IMPn

+CFMP+CVMP+CHI+CPç

Onde:

CMP = custo da manutenção planejada;

IMP = investimentos para manutenção planejada (ex.: local,

equipamentos, ferramentas, mobiliário, etc.);

n = período de amortização dos investimentos;

CFMP = custos fixos com manutenção planejada (ex.: custo de

pessoal direto e indireto);

CVMP = custos variáveis com manutenção à demanda (ex.: horas

extras, energia, material de consumo, prêmios);

CHI = custo de hora improdutiva;

CPç = custo de peças e materiais de reposição.

O tempo de parada para realizar manutenção planejada prejudicando a

produção é de 70h/ano, que corresponde a 3,33% do total de horas coletadas

no ano (produção + parada).

Todos os investimentos da TRANSCONTROL com manutenção já

passaram pelo período de amortização e, por isso, o IMP é igual à zero.

Com estes dados iniciais os seguintes cálculos foram feitos:

1) Custos Fixos

Como mencionado no item 1) da sessão 5.3.1., o valor considerado aqui

representa 70% do valor pago à terceirizada.

Além disso, adicionamos o valor pago aos dois funcionários

encarregados de supervisionar a manutenção. O valor médio do salário é de

25

Page 27: Planejamento em Manutenção Mecânica

R$1.500 por funcionário, sem contar os encargos trabalhistas, como férias e 13º

salário.

Mão de obra = R$ 7.000,00;

Salários = R$ 1. 500 ,00×2×12=R$ 36 .000 ,00 ao ano.

2) Custos Variáveis

Visto que a manutenção é terceirizada, não contabilizamos custos

variáveis relativos às horas extras ou materiais de consumo.

Além disso, o custo com energia não será avaliado, pois os custos com

energia não foram divulgados e a estimativa destes é inviável.

3) Custos de Hora Improdutiva

O custo de hora improdutiva engloba:

CMO = custo de mão-de-obra ociosa devido à parada do

equipamento;

CRP = custo para a recuperação do programa produtivo quando

há do equipamento;

CRF = custo de refugo da matéria-prima ocasionado por parada

do equipamento;

CMC = custo de multas contratuais;

Lucro cessante = lucro estimado – lucro real.

No caso da TRANSCONTROL, não há aplicação de multas contratuais,

então CMC = R$0,00 e com os dados disponíveis hoje somente foi possível

calcular o CMO.

Sabendo que os funcionários recebem R$ 7 ,30 /h , tem-se que:

CMO = 70

hano

×R$ 7 ,30 /h=R $511 ,00/ano

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Page 28: Planejamento em Manutenção Mecânica

Para este cálculo, foi considerado para cada máquina parada um

funcionário ficará ocioso. Este cálculo nem sempre é verdade nas situações do

dia-a-dia e, sabendo disso, pode-se reconhecer que o valor R$ 511,00 está

subdimensionado.

Outra informação importante é o lucro cessante. Para este cálculo, foi

preciso fazer algumas hipóteses:

H1) A demanda do mercado não é plenamente satisfeita;

H2) Se a empresa para a produção por n horas, ela deixa de faturar um

valor proporcional ao número de horas parada.

Como foi dito que 70h/ano corresponde a 3,33% do total de horas

coletadas (produção + parada), então o total de horas coletadas é igual a 2112

h/ano.

Considerando um faturamento anual de X reais, o lucro que deixa de ser

ganho devido à parada de produção será então:

R $ X×70hano

(2112−70 )h=R $0 ,0343×X

ao ano, o que corresponde a 3,43% do

faturamento total da empresa.

4) CPç

O valor com peças de reposição é de aproximadamente R$15.000,00.

5) IMD

Os investimentos já estão amortizados e por isso não serão levados em

consideração.

Finalmente, podemos calcular o Custo de Manutenção Planejada da

TRANSCONTROL:

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Page 29: Planejamento em Manutenção Mecânica

CMP = 7.000 + 36.000 + 511,00 + 15.000,00 + 3,43% do faturamento = R$

58.511,00 ao ano, mais 4,97% do faturamento total.

O valor acima além de representar quase 3,5% do faturamento total

gera um custo de R$ 4.875,92 ao mês.

É muito importante observar que este valor considera as hipóteses H1 e

H2 e, se elas não forem verdadeiras, o CMP será um valor mais baixo.

O lucro cessante, calculado anteriormente, consiste na perda financeira

que a empresa tem devido ao tempo improdutivo não planejado, isto é,

quando ela deveria estar funcionando e produzindo, mas não está por algum

motivo.

Com o planejamento e a execução corretos da manutenção, a

frequência da manutenção à demanda será drasticamente reduzida, resultando

na diminuição do tempo improdutivo da empresa, aumentando a produção e

consequentemente diminuindo os lucros cessantes, o que significa aumentar o

lucro total.

Analisando os dados vimos que a maior parcela do custo de

manutenção baseia-se no custo das horas improdutivas (CHI), ou seja, o quanto

a empresa deixa de produzir devido à manutenção nos equipamentos.

Acreditamos que a implementação da manutenção preditiva auxiliaria na

diminuição das paradas por falha, a qual gera um “prejuízo” de 1,5%

aproximadamente do faturamento da empresa, valor o qual parte poderia ser

utilizado para custear essa manutenção.

7 Outras Sugestões

Nesse tópico são apresentadas mais algumas medidas que devem ser tomadas a

fim de se melhorar a manutenção na empresa.

7.1 Manutenção Produtiva

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Page 30: Planejamento em Manutenção Mecânica

A filosofia da Manutenção Produtiva pode ser definida como um

conjunto de métodos destinados a garantir que cada máquina de um processo

de produção seja sempre capaz de realizar as tarefas necessárias com a máxima

eficácia possível a partir da colaboração do operador desta máquina com o

setor de manutenção. Como resultado, temos uma redução de horas

improdutivas e menos gastos com manutenção à demanda.

A maioria dos problemas de falha tem como causa principal a falta de

tempo para se verificar todos os elementos da máquina na manutenção

preventiva.

A falta de instrução dos operadores é uma dificuldade para a

implementação da Manutenção Produtiva. Sendo necessária a efetuação de

treinamento para que se obtenha êxito.

A partir do índice de confiabilidade de cada máquina é possível separar

as atividades mais simples e deixá-las como check-list para o operador realizar

ao final do turno.

É importante que o check-list das máquinas seja feito sempre pelo

mesmo operador que trabalhou na máquina durante o dia.

7.2 Registro de Falhas

Além da Manutenção Produtiva, é importante a adoção de um sistema

para gerenciar as ocorrências de manutenção, possibilitando a criação de um

banco de dados para futuras avaliações e controle de peças de estoque.

Este sistema de gerenciamento serviria para realizar a análise e

prevenção de falhas, otimizar a manutenção preventiva, monitorar o histórico

dos equipamentos e suas tendências, aumentando assim a vida útil dos

equipamentos através da redução de falhas.

Na empresa tem se os dados sobre falhas de cada máquina, porém o

arquivamento é feito de forma que dificulta a analise de dados. Para isso a

29

Page 31: Planejamento em Manutenção Mecânica

Transcontrol poderia dispor de um software simples como o SIGMA ou o SE

MAINTANCE, o que facilitaria essa análise.

7.3 Manutenção Preditiva

Alguns equipamentos mais importantes da empresa podem necessitar

um acompanhamento especial seja por causa do seu preço ou da sua

importância na linha produtiva. Para isso tem se o método mais completo de

manutenção denominado Manutenção Preditiva no qual visa evitar a falha

concreta a partir do acompanhamento periódico dos equipamentos, baseado

na análise de dados coletados através de monitoração e medição em tempo

real das condições de operação do maquinário. Um bom exemplo de

equipamento usado na manutenção preditiva é o Sistema Digital de Análise de

Vibrações - SDAV da empresa TEKNIKAO.

A manutenção preditiva é aquela que indica as condições reais de

funcionamento das máquinas com base em dados que informam o seu

desgaste ou processo de degradação. Trata-se de um processo que prediz o

tempo de vida útil dos componentes das máquinas e equipamentos e as

condições para que esse tempo de vida seja bem aproveitado. Assim, atua-se

com base na modificação de parâmetros de condição ou desempenho do

equipamento, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática. A

manutenção preditiva pode ser comparada a uma inspeção sistemática para o

acompanhamento das condições dos equipamentos.

As técnicas de monitoramento, ou seja, baseadas em condições,

incluem: análise de vibração, ultrassom, tribologia, monitoria de processo,

inspeção visual, e outras técnicas de análise não destrutivas.

Quando é necessária a intervenção da manutenção no equipamento, a

empresa estará realizando uma manutenção corretiva planejada. Os objetivos

da manutenção preditiva são:

Determinar previamente as interrupções na linha de produção;

30

Page 32: Planejamento em Manutenção Mecânica

Aumentar o grau de confiança no desempenho de um equipamento;

Aproveitar a vida útil total dos componentes e de um equipamento;

Impedir o aumento dos danos;

Aumentar o tempo de disponibilidade dos equipamentos;

Eliminar desmontagens desnecessárias para inspeção;

Determinar antecipadamente a necessidade de serviços de manutenção.

Por meio desses objetivos, pode-se deduzir que eles estão direcionados

a uma finalidade maior e mais importante: Redução de custos de manutenção e

aumento da produtividade. Para ser executada, a manutenção preditiva exige a

utilização de aparelhos adequados, capazes de registrar vários fenômenos

como: Vibrações das máquinas; Pressão; Temperatura; Desempenho;

Aceleração.

Para isso é necessário um investimento inicial em software e

equipamento que é compensado com o tempo quando se evita que uma

máquina quebre ou evita se que a linha de produção pare durante muito

tempo.

8 Conclusão

Do presente relatório podemos tirar diversas conclusões acerca das condições

de manutenção da empresa, dos estudos realizados e das propostas apresentadas.

Quando visitamos a empresa, percebemos logo no primeiro encontro a

demanda por um planejamento de manutenção da fábrica, bem como o interesse por

parte da empresa em que nosso grupo apresentasse boas propostas e identificasse as

principais falhas. Acreditamos que com o presente trabalho conseguimos ter um

desempenho bastante razoável ao identificar problemas e propor soluções às vezes

simples, mas de grande impacto na saúde físico-econômica da empresa.

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Page 33: Planejamento em Manutenção Mecânica

Sendo uma empresa do ramo de fabricação, a Transcontrol necessita de

equipamentos de qualidade e de boa confiabilidade. Sem manutenção, tais aspectos

são muito difíceis de manter sem haver prejuízos. Com a ausência de Manutenção

Preditiva, a fábrica apresentou diversos problemas ligados ao fato de esperar o

equipamento falhar para então providenciar sua manutenção.

Depois de vermos diversos equipamentos com problemas, decidimos escolher

um, de pouca complexidade mecânica e fácil visualização para aplicarmos um estudo

de índice de confiabilidade, com o objetivo de apresentar a técnica à empresa. O

resultado foi bastante satisfatório, pois a escolha da fresadora permitiu que

mostrássemos como pode ser prático o uso desta ferramenta, ainda mais quando esta

estiver sendo aplicada a outros equipamentos da fábrica.

A utilização do SIGMA e do SDAV tem um potencial muito grande para a

empresa devido à quantidade de dados que se pode extrair de uma ferramenta deste

tipo. A empresa já está implementando algumas melhorias no sistema, mas é

fundamental seu funcionamento para que a proposta do estoque de peças venha a

funcionar corretamente.

O estudo de custos de manutenção também permitiu que apresentássemos à

empresa números financeiros que comprovem que a Manutenção à Demanda é

dispendiosa, e que investir em outras técnicas pode ser de fato lucrativo.

Esperamos desta forma que a empresa passe a partir de então a ver a

Manutenção como uma prioridade imediata para que, a longo prazo, esta possa fazer

parte da rotina de trabalho de forma a garantir sempre boa qualidade de seus serviços

bem como aumento dos lucros e sem imprevistos com manutenção.

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Page 34: Planejamento em Manutenção Mecânica

9 ANEXOS

9.1 Anexo 1

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Page 35: Planejamento em Manutenção Mecânica

9.2 Anexo 2

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Page 36: Planejamento em Manutenção Mecânica

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Page 37: Planejamento em Manutenção Mecânica

9.3 Anexo 3

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