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Tipologia, Gênero e PLANEJAMENTO DO TEXTO

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Tipologia, Gênero ePLANEJAMENTO DO TEXTO

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Os princípios básicos para Ler e Compreender um

TEXTO

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Um texto é uma unidade de linguagem em uso.

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Um texto é uma unidade semântica, constitui um todo significativo.

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Um texto tem uma unidade formal, pois apresenta características que lhe dão coesão.

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TEXTO: ocorrência linguística falada ou escrita que deve apresentar 3 propriedades

básicas:

 Unidade Sociocomunicativa: o texto é uma unidade de linguagem em uso;

Unidade Semântica: o texto é um todo significativo;e

Unidade Formal: as palavras devem se integrar para formar um todo coeso.

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PRINCÍPIOS DA TEXTUALIDADE

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TEXTUALIDADE

• Conjunto de características responsáveis por caracterizar uma manifestação linguística como texto.

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Os sete fatores responsáveis pela textualidade:

• Coesão• Coerência• Intencionalidade• Aceitabilidade• Situacionalidade• Intertextualidade• Informatividade

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Os sete princípios da textualidade se dividem em dois grupos:

I -Princípios centrados nos aspectos linguísticos do texto:

1. Coesão 2. CoerênciaII- Princípios que se relacionam com fatores

pragmáticos: 1. Intencionalidade 2. Aceitabilidade 3. Situacionalidade 4. Intertextualidade 5. Informatividade

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COESÃO

• “A função da coesão é de criar, estabelecer e sinalizar os laços que deixam os vários segmentos do texto ligados, articulados, encadeados.”

• “ A função da coesão é manter a continuidade do texto”. (ANTUNES, Irandé, 2006)

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Formas de fazer coesão no texto:

• Através da repetição.Ex. A senhora, uma dona de casa, estava na feira, no

caminhão que vende galinhas. O vendedor ofereceu a ela uma galinha. Ela olhou para galinha, passou a mão embaixo das asas da galinha, apalpou o peito da galinha, alisou as coxas da galinha, depois tornou a colocar a galinha na banca e disse para o vendedor: “Não presta!”

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Aí o vendedor olhou para ela e disse:“Também, madame, num exame assim nem a

senhora passava.”

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• Através da substituição.• Substituição gramatical ( retomada por

meio de pronomes ou advérbios)Ex. Furtei uma flor daquele jardim. O

porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e a coloquei num copo. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e uma flor não é para ser bebida.” (...)

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• Substituição lexical ( por sinônimos, hiperônimos, hipônimos)

Ex. Visitei o Chile no final do ano passado. O que mais gostei no país foi de sua gente solidária.

• O menino sorria pra mim com carinho. Nem bem conhecia, mas já gostava do garoto.

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• Por conexão ou relação.

• Conexão entre as palavras, entre orações e períodos através de: conjunções, preposições, advérbios.

• Ex. O povo brasileiro sempre acreditou numa mudança, mas essa mudança está difícil de acontecer.

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COERÊNCIA

Diz respeito à unidade de sentido de um texto. Ocorre através da:

• Progressão• Não-contradiçãoEx. A violência tem crescido no Brasil. Como o Brasil

tem crescido, a violência também tem crescido no Brasil. Desde os anos 60 que a violência tem crescido no Brasil.

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• Ex.(2) O aborto é uma prática criminosa. Se a jovem se sente sem condições de criar seu filho, deve tirá-lo antes de nascer.

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ASPECTOS PRAGMÁTICOS

• Centrado no emissor ─ intencionalidadeEx. Subi a porta e fechei a escada. Tirei minhas

orações e recitei meus sapatos. Desliguei a cama e deitei-me na luz. Tudo por que ele me deu um beijo de boa noite...

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• Centrado no receptor ─ aceitabilidadeEx. Quando oiei a terra seca... Por farta d’água perdi meu gado, morreu de

sede meu alasão...• Centrada na situação ─ situacionalidadeEx. O carnaval de Pernambuco é animado do

Galo ao Bacalhau.

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INTERTEXTUALIDADE

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INFORMATIVIDADE

O Brasil é um país maior do que os menores e menor do que os maiores. É um país grande, porque, medida sua extensão, verifica-se que não é pequeno. (...)

A população é toda baseada em elemento humano, sendo que as pessoas não nascidas no país, sem exceção, são estrangeiras. (...)

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Nelson e Jorge: cem anos entre luzes e sombras

http://www.redebomdia.com.br/noticia/16.01.2012

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quanto menos previsível se apresentar o texto, mais

informatividade. Tanto a falta quanto o excesso de

previsibilidade, de informatividade, são prejudiciais à aceitação do

texto por parte do leitor. Um bom índice de informatividade atende à

suficiência de dados.

A informatividade

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O PÃO E O CHÃO

O chão.O grão.O grão no chão.O pão.O pão e a mão.A mão no pão.O pão na mão.O pão no chão?Não.

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é o empenho do autor em construir um texto coerente, coeso, e que atinja o objetivo que ele tem em mente. Isso

diz respeito ao valor ilocutório do texto, ou seja, o que o

texto pretende falar.

A intencionalidade

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diz respeito à pertinência e à relevância do texto no contexto. Situar o texto é adequá-lo à situação sociocomunicativa.

A situacionalidade

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é a expectativa do recebedor de que o texto tenha coerência e coesão, além de

lhe ser útil e relevante.

Estabelece estratégias para o autor alcançar aceitabilidade: cooperação

(para o autor responder às necessidades do recebedor), qualidade

(autenticidade) e quantidade (informatividade).

A aceitabilidade

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Então:

1. a coesão: a relação de encadeamento de partes e de unidades;2. a coerência: o sentido atribuído por um interlocutor;3. a intencionalidade: o que o autor quer do leitor;4. a aceitabilidade: o que o leitor espera;5. a informatividade: os dados novos;6. a situacionalidade: os atores e o lugar da comunicação e7. a intertextualidade: a referência a outros textos.

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As autoras discutem as concepções de sujeito, língua e texto que estão na base das diferentes formas de se conceber a leitura. Situam-se na concepção interacional e dialógica da língua, compreendendo os sujeitos como construtores sociais, que mutuamente se constroem e são construídos por meio do texto, considerado o lugar por excelência da constituição dos interlocutores. A leitura, nesse âmbito, é entendida como atividade interativa de construção de sentidos.

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Para isso, ressalta-se o papel do leitor enquanto construtor do sentido do texto, que, no processo de leitura, lança mão de estratégias como seleção, antecipação, inferência e verificação, além de ativar seu conhecimento de mundo, na construção de uma das leituras possíveis, já que um mesmo texto admite uma pluralidade de leituras e sentidos. A leitura, além do conhecimento linguístico compartilhado pelos interlocutores, exige que o leitor, no ato da leitura, mobilize estratégias de ordem linguística e de ordem cognitivo-discursiva. 

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O conhecimento intertextual é que permite ao leitor perceber como um texto está sempre se relacionando com outros textos, numa relação que pode ser explícita ou implícita, tanto no que se refere à sua forma quanto ao conteúdo. A ativação das estratégias de leitura implica na mobilização de três grandes redes de conhecimento: o linguístico; o enciclopédico; e o interacional (na sua amplidão). 

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1-CONHECIMENTO LINGUÍSTICO

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a) O conhecimento linguístico compreende o conhecimento gramatical e lexical, sendo o responsável pela articulação som-sentido. É ele o responsável, por exemplo, pela organização do material linguístico na superfície textual.

 

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b) O conhecimento enciclopédico (conhecimento de mundo) é aquele que se encontra armazenado na memória de longo tempo, também denominada semântica ou social. Refere-se a conhecimentos gerais sobre o mundo – uma espécie de thesaurus mental.

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c) O conhecimento interacional é o conhecimento sobre as ações verbais, isto é, sobre as formas de "inter-ação" por meio da linguagem. Engloba o conhecimento do tipo ilocucional, comunicacional, metacomunicativo e superestrutural.

c- A) Ilocucional: Permite-nos reconhecer os objetivos ou propósitos pretendidos pelo produtor do texto, em uma dada situação interacional.

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c – B) Comunicacional: Diz respeito à:

quantidade de informação necessária, numa situação comunicativa concreta, para que o parceiro seja capaz de reconstruir o objetivo da produção do texto;

seleção da variante linguística adequada a cada situação de interação;

adequação do gênero textual à situação comunicativa.

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c- C) Metacomunicativo: É aquele que permite ao locutor assegurar a compreensão do texto e conseguir a aceitação pelo parceiro dos objetivos com que é produzido. Para tanto, utiliza-se de vários tipos de ações linguísticas configuradas no texto por meio da introdução de sinais de articulação ou apoios textuais, atividades de formulação ou construção textual.

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c- D) Superestrutural: Permite a identificação de textos como exemplares adequados aos diversos eventos da vida social. Envolve também conhecimentos sobre as macrocategorias ou unidades globais que distinguem vários tipos de textos, bem como sobre a ordenação ou sequenciação textual em conexão com os objetivos pretendidos.

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A produção e a recepção de um texto condicionam-se à situação ou à ambiência, ou seja, ao conhecimento circunstancial ou ambiental que motivam os signos e a ambiência em que se inserem, gerando um texto cuja coerência e unidade são suscitados diretamente pelo referente.

Contexto

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ContextoPercebido em duas dimensões:

A leitura de superfície é percebida pelos elementos do enunciado, organizados hierarquicamente.

A estrutura de profundidade é a interpretação semântica das relações sintáticas, permitindo vasculhar o ânimo do autor.

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Tipos de contextos: Contexto imediato: refere-se aos elementos

que seguem ou precedem o texto imediatamente, incluindo as circunstâncias que o motivam. (título de um livro, nome do autor, tipo de capa... Já podem nos trazer alguma informação sobre...)

Contexto situacional: trata-se do contexto estabelecido pelos elementos fora do texto que lhe abrem possibilidades de maior entendimento. (experiências, informações históricas, geográficas, psíquicas... para ser realizada uma leitura ativa, íntima)

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Os princípios da textualidade nos mostram como cada texto é conectado ao nosso conhecimento do mundo e da nossa sociedade.

Os princípios da textualidade devem abranger qualquer tipo de texto. Eles devem nos ajudar a fazer múltiplas conexões não só dentro de um texto, mas também entre o texto e os contextos humanos nos quais ele ocorre, bem como determinar que conexões são relevantes.

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Mesmo sendo os dois princípios de textualidade mais ‘linguísticos’, a coesão e a coerência são afetadas por nossas crenças culturais e atitudes.

A ‘competência comunicativa’ deve ser vista como um potencial aberto e dinâmico que pode sempre ser enriquecido. Para Beaugrande, as pessoas são ‘competentes’ em graus bastante diferentes e podem encontrar severas limitações na sua liberdade de acessar o conhecimento e buscar objetivos sociais.

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A percepção das relações intertextuais, das referências de um texto a outro, depende do repertório do leitor, do seu acervo de conhecimentos literários e de outras manifestações culturais. Daí a importância da leitura, principalmente daquelas obras que constituem as grandes fontes da literatura universal. Quanto mais se lê, mais se amplia a competência para apreender o diálogo que os textos travam entre si por meio de referências, citações e alusões. Por isso cada livro que se lê torna maior a capacidade de apreender, de maneira mais completa, o sentido dos textos.

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concerne aos fatores que fazem a utilização de um texto dependente do conhecimento de outro(s) texto(s). Um texto constrói-se em cima do "já-dito.

A intertextualidade

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Definição de tipo e gênero textual

• É impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum gênero, assim como é impossível se comunicar verbalmente a não ser por algum texto.

• Esta visão segue a noção de língua como atividade social, histórica e cognitiva, privilegia a natureza funcional e interativa.

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Definição de tipo e gênero textual

• A língua é tida como uma forma de ação social e histórica e que, ao dizer, também constitui a realidade sem contudo cair num subjetivismo ou idealismo ingênuo.

• Neste contexto os gêneros textuais se constituem como ações sócio-discursivas para agir sobre o mundo e dizer o mundo, constituindo-o de algum modo.

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Texto é uma entidade concreta realizada materialmente e corporificada em algum gênero textual.

Discurso é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instância discursiva. O discurso se realiza nos textos.

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Domínio Discursivo• Uma esfera ou instância de produção

discursiva ou de atividade humana. • Não são textos nem discursos, mas

propiciam o surgimento de discursos bastante específicos.

• Discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso, discurso político, etc.

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TIPOS TEXTUAIS

definição

Espécie de seqüência teoricamente definida pela natureza lingüística de sua composição(aspectos lexicais, sintáticos, tempos

verbais, relações lógicas)

abrangem

• narração• argumentação• exposição• descrição• injunção

são

Constructos

teóricos por

propriedades

lingüísticas

intrínsecas

constituem

Seqüências

lingüísticas ou de enunciados no interior dos gêneros

e não são textos empíricos

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Tipos Textuais – Classificação segundo Werlich(1973)

DescritivaEstrutura simples com um verbo estático no presente ou imperfeito, um complemento e uma indicação circunstancial de lugar. Ex.: Sobre a mesa havia milhares de vidros.

Expositiva

Exposição sintética pelo processo de composição. Um sujeito e um predicado(no presente) e um complemento com um grupo nominal. Enunciado de identificação de fenômenos. Ex.: Uma parte do cérebro é o córtex.Exposição analítica pelo processo de decomposição. Um sujeito, um verbo da família do verbo ter(ou verbos como contém, consiste, compreende) e um complemento que estabelece com o sujeito uma relação parte-todo.Enunciado de ligação de fenômenos.Ex.: O cérebro tem dez milhões de neurônios.

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Tipos Textuais – Classificação segundo Werlich(1973)

NarrativaVerbo de mudança no passado, um circunstancial de tempo e lugar. Enunciado indicativo de ação. Ex.: Os passageiros aterrissaram em Nova York no meio da noite.

ArgumentativaUma forma verbal com o verbo ser no presente e um complemento. Enunciado de qualidade. Ex.: A obsessão com a durabilidade nas Artes não é permanente.

Injuntiva

Um verbo no imperativo. Enunciados incitadores à ação. Podem assumir configuração mais longe onde o imperativo é substituído por “deve”. Ex.: Pare! Seja razoável. Todos brasileiros acima de 18 anos do sexo masculino devem comparecer ao exército para alistarem-se.

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Gêneros textuais

Realizações lingüísticas concretas definidas por propriedades sócio-comunicati

vas.

Textos empiricamente realizados cumprindo funções em situações comunicativas

Abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de

designações concretas determinadas pelo canal,

estilo, conteúdo, composição e função.

Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta

pessoal, romance, bilhete, aula expositiva, reunião de condomínio,

horóscopo, receita culinária, lista de

compras, cardápio, instruções de uso, outdoor, resenha, inquérito policial,

conferência, bate-papo virtual, etc

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Observações sobre Gêneros Textuais• Quando dominamos um gênero textual,

dominamos uma forma de realizar linguisticamente objetivos específicos em situações sociais particulares.

• “A apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas humanas” -> Bronckart(1999)

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Observações sobre Gêneros Textuais

• Os gêneros operam, em certos contextos, como formas de legitimação discursiva, já que se situam numa relação sócio-histórica com fontes de produção que lhes dão sustentação muito além da justificativa individual.

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Observações sobre Gêneros Textuais• Intertextualidade inter-gêneros = um gênero com função de

outro

• Intertextualidade tipológica = um gênero com a presença de vários tipos

• A possibilidade de operação e maleabilidade dá aos gêneros enorme capacidade de adaptação e ausência de rigidez. Miller(1984) considera o gênero como “ação social” e diz: “uma definição de gênero não deve centrar-se na substância nem na forma do discurso, mas na ação em que ele aparece para realizar-se.”

• Bakhtin(1997) indicava a “construção composicional”, ao lado do “conteúdo temático” e do “estilo” como as três características dos gêneros.

• Os gêneros são, em última análise, o reflexo das estruturas sociais recorrentes e típicas de cada cultura.

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Gêneros textuais e ensino• Ter em mente a questão da relação

oralidade e escrita no contexto dos gêneros textuais, desde os mais informais até os mais formais e em todos os contextos e situações de vida cotidiana.

• Os gêneros são modelos comunicativos e servem, muitas vezes para criar uma expectativa no interlocutor e prepará-lo para determinada reação. Operam prospectivamente, abrindo o caminho da compreensão.

Page 64: Planejamento do texto

Gêneros textuais e ensino• Os interlocutores seguem em geral três

critérios para designarem seus textos:–Canal/ meio de

comunicação(telefonema, carta, telegrama)

–Critérios formais(discussão, conto, debate, contrato, ata, poema)

–Natureza do conteúdo(piada, prefácio de livro, receita culinária, bula de remédio)

Page 65: Planejamento do texto

Gêneros textuais e ensino

• Os gêneros são geralmente determinados com base nos objetivos dos falantes e na natureza do tópico tratado.

• Os gêneros textuais se fundem em critérios externos(sócio-comunicativos e discursivos) e os tipos textuais fundam-se em critérios internos(lingüísticos e formais).

Page 66: Planejamento do texto

Gêneros textuais e ensino• Adequação tipológica que diz respeito à relação

que deveria haver, na produção de cada gênero textual, entre os seguintes aspectos:– Natureza da informação ou do conteúdo

veiculado;– Nível de linguagem(formal, informal, dialetal,

culta, etc)– Tipo de situação em que o gênero se

situa(pública, privada, corriqueira, solene, etc)– Relação entre os participantes(conhecidos,

desconhecidos, nível social, formação, etc)– Natureza dos objetivos das atividades

desenvolvidas.

Page 67: Planejamento do texto

Elementos essenciais a um bom texto:

I. COERÊNCIA, isto é, uma unidade de sentido;II. Argumentos:• Compatíveis com a realidade -

IMPESSOALIDADE;• Adequados ao objetivo do texto -

OBJETIVIDADE;• Organizados em sequência – LINEARIDADE.

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Modos de organização das ideias:

• Por progressão temática;• Por organização

temporal/espacial;• Por enumeração;• Por refutação e/ou defesa de

posição.

Page 69: Planejamento do texto

Alguns tipos de argumentos:• Provas concretas: dados estatísticos, fatos, experimentos;• Credenciamento do autor;• Citações de autoridades no assunto (argumento de

autoridade);• Deduções silogísticas;• Generalizações;• Exemplificações;• Analogias pertinentes;• Crenças e valores legitimados socialmente;• Definições.

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Marcadores de Coesão sequencial

1. Entre orações de argumento (conectivos/conjunções)a) temporais: quando, assim que, depois que, antes que,

enquanto, logo que, desde que, até queb) Causais e consecutivos: porque, pois, como, já que,

uma vez que, visto que, por isso, entãoc) Condicionais: se, casod) Proporcionais: à proporção que, à medida quee) Conformativas: conforme, segundo, comof) Finais: a fim de que, para que, para

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Observações:

• As conjunções integrantes QUE e SE, fazem articulação sintática, não semântica, entre as orações conectadas;

• O sentido é dado pelo conjunto do enunciado;• Os pronomes relativos funcionam como

elementos de coesão referencial por retomada (anáfora), pois substituem elementos anteriormente citados.

Page 72: Planejamento do texto

Marcadores de Coesão sequencial

2. Entre argumentos (articuladores discursivo-argumentativo)a) de inclusão/exclusão: até, até mesmo, inclusive

b) de adição: até, até mesmo, além de, não só ... mas também, além disso

c) de conclusão: logo, portanto, por isso, por conseguinte, então, assim, pois

Page 73: Planejamento do texto

d) de comparação: * de igualdade: como, do mesmo modo que, tanto como, assim como, tanto quanto, tal qual, tal como, tão ... como, tão ... quanto, que nem (coloquial), não só...como também, assim também

• de superioridade: mais...que, mais... do que

• de inferioridade: menos...que, menos...do que

Page 74: Planejamento do texto

e) de contraposição/contraste:

• Conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto;

• Advérbios: diversamente, inversamente;

• Locuções prepositivas: diversamente de, inversamente a, ao contrário de;

• Conjunções e locuções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de que, conquanto, se bem que, por muito que, nem que;

• Preposições e locuções prepositivas: apesar de, não obstante

• Outras partículas ou expressões: ainda assim, malgrado, (para) uns, (para) outros, por outro lado

Page 75: Planejamento do texto

f) De explicação/justificativa: isto é, quer dizer, pois, pois que, ou seja

g) de especificação/exemplificação: por exemplo, como

h) outros tipos não estudados: - de alternância: ou...ou, seja...seja, quer...quer- de retificação: isto é, ou melhor- de generalização/amplificação: aliás, também,

realmente

Page 76: Planejamento do texto

Organizadores Textuais

a) de abertura: primeiramente, para começar, o primeiro, um fator, por um lado

b) de intermediação: em segundo lugar, em terceiro lugar, uma outra questão, de maneira secundária, outro fator, depois, em seguida, por outro lado

c) de fechamento: finalizando, por fim, finalmente, para encerrar, por último, enfim

Page 77: Planejamento do texto

Marcadores da posição do autor (modalizadores)

a) possibilidades de existência: é possível, é provávelb) grau de clareza: evidentemente, não há como negar, é

certo, obviamente, talvez, parece razoável, emprego do futuro do pretérito

c) grau de imperatividade: é indispensável, opcionalmente, é preciso, é obrigatório

d) avaliação: curiosamente, inexplicavelmente, brilhantemente

e) afetividade: lamentavelmente, infelizmentef) atenuação: talvez fosse melhor, ao que parece, creio, no

meu modo de ver

Page 78: Planejamento do texto

Avalie seu texto:

• O tema e o tipo de texto foram respeitados;• Houve aproveitamento da coletânea, se foi pedido;• Há uma imagem autoral, ou seja, o texto parece ser

inédito;• Os argumentos são coerentes, as conclusões decorrem

deles e há encadeamento entre as ideias;• Há coesão linguística: entre orações, parágrafos e

períodos;• O vocabulário empregado é adequado;• O padrão formal da língua foi respeitado.

Page 79: Planejamento do texto

Dissertação

É a exposição ou explanação de ideias, podendo conter traços de argumentação;

Há três partes básicas na dissertação:IntroduçãoDesenvolvimentoConclusão

Page 80: Planejamento do texto

DissertaçãoIntrodução:• Apresenta a ideia-núcleo ou ideia principal;• Sugere o plano.

Desenvolvimento (constituído por duas partes):• Primeira parte: retomada da ideia central enunciada na

introdução, por meio de aspectos discriminados, como por exemplos, aspectos físicos, econômicos, políticos, morais etc.

Page 81: Planejamento do texto

DissertaçãoDesenvolvimento:• Segunda parte: fundamentação da primeira parte, por meio

de razões, provas, exemplos ou pormenores, ou seja, os fatos.

Conclusão:• É o desfecho da dissertação; retoma as ideias da introdução,

apresentando uma avaliação final do assunto discutido.

Page 82: Planejamento do texto

Argumentação A argumentação visa sobretudo a convencer, persuadir ou influenciar o leitor ou ouvinte. Procura-se principalmente formar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencê-lo de que a razão está conosco, de que nós é que estamos de posse da verdade.

Proposição:

• Deve tentar convencer mediante a apresentação de razões.

• Evidência de provas à luz de raciocínio coerente e consistente.

Page 83: Planejamento do texto

Argumentação

Condições da Argumentação

• A argumentação deve basear-se nos sãos princípios da lógica. Entretanto, nos debates, nas polêmicas, nas discussões que se travam a todo o instante, na simples conservação, na imprensa, nas assembleias ou agrupamentos de qualquer ordem, a argumentação não raro se desvirtua, degenerando em “bate-boca” estéril ou falacioso.

Page 84: Planejamento do texto

Argumentação

Condições da Argumentação

• O insulto, a ironia, o sarcasmo, por mais brilhantes que sejam, por mais que irritem ou perturbem o oponente, jamais constituem argumentos, antes revelam a falta deles. Tampouco valem como argumentos os preconceitos, as superstições ou generalizações apressadas que se baseiam naquilo que a lógica chama de juízos de simples inspeção.

Page 85: Planejamento do texto

Argumentação

Consistência dos Argumentos

A argumentação esteia-se em dois elementos principais:

• A consistência do raciocínio• A evidência de provas

Page 86: Planejamento do texto

Argumentação

Evidência: é a certeza manifesta, a certeza a que se chega pelo

raciocínio (evidência da razão) ou pela apresentação dos fatos

(evidência de fato), independentemente de toda teoria.

São cinco os tipos mais comuns de evidência:

• Os fatos propriamente ditos.

• Os exemplos.

• As ilustrações.

• Os dados estatísticos (tabelas, números, gráficos, etc.)

• O testemunho.

Page 87: Planejamento do texto

Argumentação

Fatos:

• Constituem o elemento mais importante da argumentação em

particular assim como da dissertação ou explanação de ideias em

geral.

• Só os fatos provam, só eles convencem. Mas nem todos os fatos são

irrefutáveis; seu valor de prova é relativo, sujeitos como estão à

evolução da ciência, da técnica e dos próprios conceitos ou

preconceitos de vida: O que era verdade ontem pode não o ser hoje.

• Os fatos mais evidentes ou notórios são os que mais provam.

Page 88: Planejamento do texto

Argumentação

Exemplos: são fatos típicos ou representativos de determinada situação.

Ilustrações: quando o exemplo se alonga em narrativa detalhada e

entremeada de descrições, tem-se a ilustração.

• Há duas espécies de ilustração: a hipotética e a real.

• A primeira, como o nome diz, é invenção, é hipótese: narra o que poderia

acontecer ou provavelmente acontecerá em determinadas circunstâncias.

• A ilustração real descreve ou narra em detalhes um fato verdadeiro. Mais

eficaz, mais persuasiva do que a hipotética, ela vale por si mesma como

prova.

Page 89: Planejamento do texto

Argumentação

Dados estatísticos:

• Dados estatísticos são também fatos, mas fatos específicos.

• Têm grande valor de convicção, constituindo quase sempre

prova ou evidência incontestável. Entretanto, é preciso ter

cautela na sua apresentação ou manipulação, já que sua

validade é também muito relativa: Com os mesmos dados

estatísticos tanto se pode provar como refutar a mesma tese.

Page 90: Planejamento do texto

Argumentação

Testemunho:

• O testemunho é ou pode ser o fato trazido à colação por

intermédio de terceiros.

• Se autorizado ou fidedigno, seu valor de prova é inegável.

Entretanto, sua eficácia é também relativa.

Page 91: Planejamento do texto

Argumentação Informal• O que é a argumentação? É uma declaração seguida de prova

(fatos, razões, evidência).

• Presente no nosso cotidiano: Toda vez que conversamos queremos, de certa forma, convencer o nosso pequeno público.

• Risco: Nesse tipo de argumentação muitas vezes nos baseamos em indícios e não em fatos. Exemplo: Quando alguém nos paga uma dívida podemos deduzir que essa pessoa recebeu o seu salário do mês, porém isso não é necessariamente verdade, a razão do pagamento da divida pode ter sido outra. Ex: O antigo devedor pode ter ganhado na loteria.

Page 92: Planejamento do texto

Argumentação Informal• Estrutura: Quando usamos uma ideia abstrata, a

argumentação assume uma estrutura mais complexa. Exemplo: “O castigo físico é a melhor maneira de se educar uma criança”. (Nesse caso podemos tanto validar a declaração quanto

contestá-la.)

Page 93: Planejamento do texto

Argumentação Informal

Para contestar dividiremos a nossa argumentação em quatro estágios:

1º estágio: Proposição (Declaração, tese, opinião) 2º estágio: Concordância Parcial 3º estágio: Contestação (é o “miolo” desse tipo de argumentação)

4º estágio: Conclusão (Portanto; por consequência; de forma que)

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Argumentação Informal• Ou seja...

Essa é a estrutura típica da argumentação informal, escrita ou falada. Ela pode ocorrer por contestação, com ou sem

concordância parcial, quando se deseja negar a tese de uma outra pessoa.

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Refutando Argumentos• Comece a refutar o argumento que pareça ser o mais forte;

• Procure atacar os pontos mais fracos da argumentação contrária;

• “Redução às últimas consequências”: levar os argumentos contrários ao máximo de sua extensão;

• Veja se o opositor apresentou uma evidência adequada ao argumento empregado;

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Refutando Argumentos• Escolha/cite uma autoridade no assunto que tenha dito

exatamente o contrário que seu opositor;

• Aceite os fatos, mas demonstre que foram mal-empregados;

• Ataque a fonte na qual se basearam os argumentos de seu opositor;

• Cite exemplos semelhantes, mas que provem o contrário do que seu opositor afirma;

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Refutando Argumentos• Demonstre que a fala/sentença de seu opositor foi deturpada;

• Analise cuidadosamente os argumentos contrários, tentando revelar as falsidades que contêm.

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Argumentação FormalA argumentação formal é pouco diferente, em sua essência, da

informal.

Proposição:• Deve ser clara, definida quanto aquilo que se afirma ou nega.

• Deve-se argumentar a favor ou contra uma ideia a respeito da qual nem todos estão de acordo, já que a argumentação implica divergência de opinião. Fatos não se discutem.

• Deve ser preferencialmente afirmativa e específica para que todos possam posicionar-se contra ou a favor. Ex.: a religião. É um tema muito vago, portanto acaba por não permitir que seja tomada uma posição, apenas proporciona uma explanação.

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Argumentação FormalAnálise da proposição:

• Não costuma ser feita na análise informal.

• Antes que a proposição seja discutida, deve-se definir o seu sentido e o significado de alguns termos contidos nela.

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Argumentação FormalAnálise da proposição:• Ex.: A paz mundial só se tornaria possível se houvesse respeito

entre as nações e suas respectivas culturas.

• Talvez fosse necessário conceituar as palavras “paz”, “respeito” e “culturas”.

• Além disso, o autor deve esclarecer o que ele tem a intenção de provar.

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Argumentação FormalFormulação dos argumentos:• É a fase em que o autor deve procurar provas convincentes para

justificar seu ponto de vista.

• Para isso, ele deve se utilizar de fatos concretos e autênticos como gráficos, exemplos, estatísticas, estudos, comparações, etc.

• A ordem em que as provas são apresentadas é muito importante, de modo que costuma-se, na maioria das vezes, apresentá-las em ordem crescente, ou seja, da menos convincente àquela que seja capaz de mais impressionar o leitor.

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Argumentação FormalFormulação dos argumentos:

• Além disso, é importante manter um suspense antes de chegar às conclusões, até um ponto em que elas acabem por se impor.

• É importante que o autor dê ênfase nos pontos principais, e antecipe possíveis repostas para objeções do leitor.

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Argumentação Formal

Conclusão

• A conclusão será obtida naturalmente a partir da comprovações apresentadas. De um modo mais geral, consiste em tornar explícita a essência da proposição.

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Dados estatísticos

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Testemunho

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Argumento

Exemplos

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Tarefa para 04.11.2015

Escolher um tema de seu interesse e delimitar;Escolher uma forma de desenvolver o texto;Escolher e selecionar formas de trabalhar os argumentos;Usar o máximo de marcadores de coesão.Duas páginas de texto; times new romam 12; espaçamento 1,5 – margem 3,3,2,2