pierre perensin - perdonare – coaching e soluções...

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PIERRE PERENSIN

1ª Edição

CAMPINAS/SPEDIÇÃO DO AUTOR

2013

© 2013Pierre Perensin

Prensagem:Gráfica e Editora Silvamarts

Capa:Filipe Anduz (Three Design)

Diagramação:K. Ramos

Correção Ortográfica:Prof. Dr. Paulo Henrique Fonseca da Silva

Proibida a reprodução total ou parcialTodos os direitos reservados

www.motivacaosemmoderacao.com.br

ISBN: 978-85-916532-0-1Campinas/SP

SUMÁRIO

PREFÁCIO ......................................................................... 6AGRADECIMENTOS .......................................................... 8INTRODUÇÃO ................................................................. 10CAPÍTULO I ..................................................................... 14

Eu sofri com a falta de perdão ..................................... 14Exercícios ................................................................... 22

CAPÍTULO II .................................................................... 24A família, a empresa, a igreja e o perdão ..................... 24A falta de perdão e suas consequências para uma organização ................................................. 27A falta de perdão e suas consequências para a família .............................................................. 30Exercícios ................................................................... 34

CAPÍTULO III ................................................................... 36Entendendo o Perdão .................................................. 36Perdão não é esquecimento ........................................ 36Perdão não é um processo.......................................... 38Quando o assunto é perdão sua decisão implica em viver com as consequências .............................................. 39Exercícios ................................................................... 41

CAPÍTULO IV ................................................................... 42A falta de perdão bloqueia seu sucesso ....................... 42Exercícios ................................................................... 47

CAPÍTULO V .................................................................... 48A falta de perdão é raiz de muitas doenças .................. 48Exercícios ................................................................... 51

CAPÍTULO VI ................................................................... 52Perdão, a minha janela para o sucesso ........................ 52

CONCLUSÃO................................................................... 64

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PREFÁCIO

Inúmeras pessoas sofrem pela ausência do perdão em todo o mundo. Quem não perdoa morre aos poucos, fica preso ao ofensor. A ausência de perdão na vida de Absalão, causou dor, desilusão, frustração, morte. Precisamos aprender a perdoar. Perdoar não é esquecer, é se lembrar sem angus-tiar. É tirar lição do sofrimento, é liberar. Não devemos nos comparar aos outros, mas a nós mesmos. Agindo assim, viveremos muito melhor e tam-bém não nos frustraremos. Nestas páginas você será desafiado a perdoar para conquistar e para que isso aconteça, um sonho se torna realidade: nasceu este lindo manual que tenho certeza será grandemente degustado e praticado por todos que amam o sucesso permanente.

Que Deus te abençoe,

Pr. Jorge LinharesIgreja Batista Getsêmani

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por perdoar minha incredulidade e pela oportunidade em aprender a perdoar e a pedir perdão, podendo agora ajudar muitas pessoas; À minha esposa Ana, a grande motivadora de todo este projeto e companheira fiel caminhando ao meu lado há 23 anos. Amo você, minha linda; À mulher que sempre respeitei como mãe e que me ajudou nos momentos mais difíceis de minha vida, a senhora Nair de Lourdes Fávero César e aos seus filhos: Fernando, Verônica, Rosa, Setembrino (Brino) e Luiz Vicente a quem considero como meus irmãos; Aos meus filhos Diego e Mariana, que me permitem tentar ser para eles o pai que nunca tive; Aos meus sogros: João e Claudete Bertolozo e aos seus filhos, noras e netos: Wylerson, Wildine, Tânia, Patrícia, Lucas, Tayanara e Laura, por me concederem o privilégio de fazer parte desta linda família; À Three Design, na pessoa de seu diretor, Filipe Anduz, meu amigo e parceiro em todos os meus projetos; Ao mestre e amigo Professor Dr. Paulo Henrique Fonseca da Silva (UFJF), que sempre acreditou em meus sonhos e deles participa ativamente; Aos diretores, distribuidores e funcionários da Ziff Health do Brasil; À gráfica e editora Silvamarts na pessoa de seu Diretor, Ailton V. Silva, pelo apoio e grande incentivo;

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Ao amigo e conselheiro, Pr. Jorge Linhares, pelo privilégio de sua parceria; Ao amigo Pr. Jocymar Fonseca pela confiança e apoio; À K. Ramos pelo cuidado e profissionalismo no serviço de diagramação; Ao meu mentor e amigo mais chegado que um irmão Mark Evans, pelos conselhos e ensinamentos; À você leitor, por me permitir compartilhar consigo, sua família e sua empresa, os segredos de uma vida de perdão.

Dedico este livro para minhas cinco irmãs (Maria Carmem, Vitória, Roberta, Monalisa e Thelma) que assim como eu cresceram privadas da convivência dos demais irmãos devido a morte precoce de nossa mãe biológica. Deus abençoe vocês.

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INTRODUÇÃO

Duas palavras serão amplamente citadas neste livro: Sucesso e Perdão. Sucesso de acordo com o dicionário Priberam é o resultado de ação ou empreendimento. Na compreen-são popular, sucesso é ter dinheiro, fama e poder. Muitos acreditam que se você possui muito dinheiro, você é bem sucedido; se você ocupa uma posição privilegiada na empresa, você é uma pessoa de sucesso e por aí afora. No entanto, quem tem o poder nas mãos, quem possui muito dinheiro, sabe que sucesso é algo muito maior que essas conquistas humanas. Vamos, nas próximas páginas, tratar dessa questão, com muita transparência e serie-dade. Assim como há pessoas famosas e financeiramente bem resolvidas mergulhadas no mundo das drogas ou em depressão, temos também pessoas desempregadas, assalari-adas e de classe média dependentes de drogas e reféns de inúmeras doenças ligadas a depressão e a síndrome do pânico. Em outras palavras podemos dizer que vive-mos numa sociedade doente! Se dinheiro, fama e poder refletissem o sucesso que todos sonham, os que possuem esses privilégios seriam felizes e não estariam prisionei-ros dos males que assolam a sociedade atual. Também, podemos entender que deixar de alcançar estes privilé-gios não nos livra dos males da atualidade. Onde está o problema, então? Penso que, se sucesso é o resultado da ação, uma pessoa bem sucedida deve possuir um senti-

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mento de prazer, alegria e orgulho pelas conquistas al-cançadas. Há pessoas que possuem tudo e vivem como se não tivessem nada e é essa sensação que a impede de sentir que alcançou o sucesso. Embora esta pessoa tenha chegado a um patamar que milhares de outras desejam, ela simplesmente não é feliz e não consegue sentir-se realizada com seu feito. Sucesso, na minha compreensão humana, é um estado de espírito pessoal que define claramente para você quem você é, independente do que os outros pensam ou daquilo que você possui no momento. O su-cesso não permite que uma pessoa perca sua essência e seus valores morais por causa das conquistas que obteve. Sucesso é algo tão significativo que quem o tem, sente prazer em partilhar com os demais à sua volta. É algo que vem de dentro para fora. Conheço pessoas que só possuem dinheiro e poder, mas não o sucesso. Conquistas financeiras, aquisição de bens móveis e imóveis são prêmios recebidos pela execução de seu talento, sucesso é, como resultado dessa ação conquistadora, alegrar-se e sentir-se realizado por ter chegado lá. Quando uma pessoa chega onde sempre quis chegar e de repente começa a sofrer como consequência de sua conquista, faltou nessa pessoa o sucesso, ou seja, para chegar lá, ela deixou de ser para ter. Uma pessoa de sucesso sabe que uma derrota em sua vida é coisa passageira e lida com naturalidade com as perdas a ponto de rapidamente se refazer de seus momentos de fracassos. Steve Jobs e Walt Disney são dois exemplos de sucesso: os dois foram despedidos da empresa que trabalhavam e deram a volta por cima em

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grande estilo. A situação de Steve Jobs foi ainda pior que a de Disney, pois Jobs foi colocado para fora da empresa que ele ajudou a implantar. Como alguém pode ser mandado embora da própria empresa? Outra pessoa não bem sucedida jamais teria se reerguido! A falta de perdão e a falta de habilidade em pedir perdão fecha a janela para o sucesso. Uma pessoa pode conquistar o mundo, porém, se ela é capaz de abrir mão de viver intensamente para comemorar o resultado da ação (nutrir dentro de si uma ampla satisfação pelas con-quistas) para ficar se remoendo por causa de uma pessoa a quem ela não consegue perdoar ou pedir perdão, essa pessoa não sabe o que é o sucesso. Estas são as duas coi-sas mais difíceis da humanidade: perdoar e pedir perdão! Você, que lê este livro agora, deve ter dificuldade para perdoar ou para pedir perdão ou quem sabe tem dificul-dade para lidar com as duas situações. Se você lida bem com o pedir perdão e com o perdoar com certeza está em uma família ou em uma empresa onde há alguém que tem dificuldade para lidar com este tema. Vou usar as páginas deste livro para ajudar-lhe a aprender a perdoar e a pedir perdão. No final da leitura deste livro, você estará em condições de caminhar a passos largos para uma nova etapa de sua vida. A falta de perdão ou a dificuldade em pedir perdão escraviza e leva doenças para o ser humano. Atores de TV e cinema, cantores, empresários e executivos viveriam mais e melhor se aprendessem a lidar com esta necessidade de perdoar e ser perdoado. Muitos seres humanos que sonham em realizar grandes projetos na vida profissional ainda não

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chegaram lá devido a este problema e os que chegaram lá vivem na maioria das vezes infelizes e angustiados por que conquistaram tudo menos a paz e a alegria que todo ser humano precisa sentir. Gosto daquele pensamento do filosofo Kant: “mais importante que ser feliz é ser digno da felicidade”. Uma pessoa só se sentirá digna da felicidade e das conquistas que teve ou terá neste mundo quando souber partilhar a alegria de suas conquistas e realizações com seus familiares, amigos e colegas de trabalho, isto faz parte da vida de uma pessoa de sucesso. Venha passear comigo pelas páginas deste livro e assim descobrir um novo sentido para sua vida, família e negócios através da liberdade que só quem sabe perdoar e pedir perdão pode desfrutar.

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CAPÍTULO IEu sofri com a falta de perdão

Sou órfão de mãe desde meus quatro anos de idade e órfão de pai vivo (meu pai nunca desejou nem mesmo me conhecer). Com quatro anos de idade, fui adotado por uma senhora que me tratava como escravo e não como um filho. Sofri tanto naquela casa que acabei por fugir e depois a polícia me levou ao Juiz que, por sua vez, me encaminhou para um novo processo de adoção. Com sete para oito anos de idade, fui adotado por um casal do interior de Minas Gerais. A mulher era uma pessoa maravilhosa, mas seu marido, por causa do alcoolismo, tornou-se um homem amargurado e cruel com a esposa e comigo. Esta situação me levou a frequentar as ruas e a preferir passar o dia fora de casa a conviver com aquela situação de maus tratos. Aos onze anos de idade, eu ingeria bebida alcoólica e fumava como um adulto. Nessa mesma época, conheci a maconha, mas ela não fez minha cabeça, porém, o cigarro e o álcool foram meus amigos inseparáveis até os meus quinze anos de idade. Cresci cheio de amargura, tristeza, revolta e muito ódio no coração. Não me sentia capaz de amar ninguém e nutria em meu coração um ódio mortal pelas pessoas com quem convivi durante minha infância e adolescên-cia. Minha situação foi ao extremo aos quinze anos de idade quando em minha cabeça e em meu coração pen-

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sava que não valia a pena viver e sim morrer. Toda essa situação me fez uma criança e um adolescente infeliz, rebelde, tímido ao extremo e gago. Eu estava doente e não sabia! Certo dia, ainda com quinze anos de idade, entrei no banheiro com o objetivo de dar fim a minha vida e entre me matar e lutar para viver escrevendo uma nova história sobre minha vida e trabalhar para um dia ter orgulho de meu sobrenome, decidi lutar pela vida. Lutar pela vida não é algo muito fácil para quem está doente, depressivo e infeliz. Durante alguns meses após ter saí-do daquele banheiro com vida eu por diversas vezes me questionava: “como eu posso ser tão fraco assim que não tenho coragem nem para me matar?” Descobri, meses depois, que na verdade eu não era fraco. Só quem é forte é capaz de escolher viver ao invés de morrer. O fraco e covarde procura o caminho que ele pensa ser mais fácil (suicídio), mas este é o caminho dos derrotados, daque-les que são tão fracos que são incapazes de se importar com a dor e o sofrimento daqueles que vão ficar. Eu não acreditava em Deus! Sempre me questio-nei sobre Sua existência, mesmo indo a missas, cultos evangélicos e terreiro de umbanda. Eu me perguntava que Deus é esse que deixava uma criança e um adoles-cente passar por tudo que eu havia passado e estava pas-sando? Quando decidi lutar pela vida aos quinze anos de idade e não me entregar a morte, fiz uma prece para Deus mais ou menos assim: “Deus, eu não sei rezar, eu não sei orar, mas hoje sei que você existe porque esta vontade louca de viver que tomou conta de mim só pode

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vir de alguém muito superior a um ser mortal como eu. E já que você existe só te peço três coisas: quero ter amigos, quero ter uma família e um dia quero ter orgulho de meu nome”. Apeguei-me a Deus e fiz daquela oração meu sonho pessoal. Hoje com quarenta e três anos de vida eu tenho bons amigos (poucos, mas preciosos), tenho uma linda família e já posso me orgulhar do nome que tenho e que deixarei como herança para minha família. Embora eu tivesse decidido lutar pela vida e posto em um papel meus sonhos eu ainda esbarrava em um problema: solidão, mesmo em meio a multidão, gagueira na hora de falar, timidez ao extremo e um espírito de autocomiseração. Na minha cabeça, eu era um coitadinho, miserável e alguém que nasceu para experimentar derrotas e fracassos. Tinha medo de fazer as coisas e parecia que nada que eu empreendesse daria certo. Foi quando aos dezesseis anos de idade decidi participar de um encontro de jovens e lá sempre distante dos outros, nunca arriscando em dar minha opinião por achar que eu seria ridicularizado, deparei-me com um palestrante que me inspirou confiança. No horário do almoço tomei coragem e fui falar com ele, que me convidou para dar uma volta e conversarmos. Mesmo gaguejando e com muita timidez abri meu coração, falei de meus medos, partilhei com aquele homem sereno e tranquilo o ódio guardado em meu coração. Após me ouvir pacientemente por cerca de duas horas aquele homem sorriu e disse: “está muito mais fácil resolver isso do que você imagina” e ele me mostrou três coisas que eu precisava fazer para vencer neste mundo:

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A necessidade em reconhecer meus erros e dores 1. Aquele palestrante parecia me conhecer a anos e disparou a me aconselhar. Mostrou-me que a primeira coisa a fazer era reconhecer meus erros e dores. Entendi que erros tem nome e dores são causadas por pessoas e que cada pessoa possui um nome. Ele me ensinou que eu deveria dar nomes para tudo o que eu entendia que me sentia culpado e dar nomes para as pessoas que eu havia magoado. Alertou-me para o fato de que cada dor causada em mim foi causada por alguém e que eu deveria dar nomes a todas as pessoas que me feriram como forma de ter claro em um papel o nome dos males que eu sentia e o nome das pessoas que eu feri e que me feriram. Para terminar essa parte ele me desafiou a reconhecer que eu também era responsável por muitos dos males que estava sofrendo, ou seja, eu deveria incluir meu nome na lista de pessoas a quem eu deveria perdoar. Isso balançou minha estrutura emocional; A necessidade em assumir minha identidade2. Com muita cautela, aquele homem me fez entender que eu tinha vergonha de minhas origens e de meu passado. Essa era a grande verdade que eu nunca quis admitir! Eu pensava que se as pessoas soubessem que eu era filho de mãe solteira, que meu pai nunca quis me reconhecer, que eu vivia mais nas ruas que dentro de um ambiente familiar durante minha infância e adolescência e que eu havia pensado em me matar eu jamais seria aceito pelas pessoas. Era uma crise terrível! Aquele bondoso palestrante me fez enxergar

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que a minha vida era uma mentira e que eu jamais iria vencer na vida alicerçado em uma mentira. Uma frase que aprendi naquela época é que: “a verdade liberta, mas a mentira escraviza”. Ele foi taxativo em dizer que parte de meus problemas era fruto dessa vergonha que eu tinha do meu passado escondido atrás de uma mentira;Minha maior necessidade, perdoar e pedir perdão 3. A última lição daquele momento foi que após reco-nhecer meus erros e dores, após assumir minha verda-deira identidade era necessário eu pedir perdão a quem eu magoei e liberar perdão para aquelas pessoas que me feriram. Ganhei uma aula sobre perdão naquele dia e nos próximos capítulos trataremos com mais detalhes deste ponto;

Terminamos a conversa e eu saí dali com o sentimento que havia um dever de casa para ser feito. Passei aquela tarde tentando me lembrar de minha infância e adolescência nos mínimos detalhes com o objetivo de identificar onde, quando e como eu me feri ou causei feridas em alguém. Foi uma tarde de lágrimas e tristezas, Deus trouxe a minha mente muitas coisas que sofri injustamente e ao mesmo tempo muitas injustiças que eu cometi com pessoas inocentes. Aquele simples exercício me fez ganhar força! Era como se eu tivesse dado muitos passos em direção a solução de tudo o que eu havia levantado de dores e erros. Senti-me forte e animado em continuar aquele exercício mais tarde.

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A noite chegou e, após o jantar, era tempo de mais uma palestra e o auditório ficou lotado com mais de trezentos jovens. O palestrante assumiu a palavra e disse para a plateia que ele deveria realizar sua segunda palestra naquela noite, mas que abriria mão em prol de ouvir uma linda história de vida que mostraria a todos na prática como Deus cuida de cada ser humano nos dias atuais. Logo sem seguida me chamou para ir a frente. Eu quase enfartei, mas tive que ir. Ele colocou a mão no meu ombro e disse para a plateia que eu era um jovem muito especial que tinha uma mensagem para deixar para eles. Informou a todos que eu era meio gago e tímido e pediu a paciência de todos para me ouvir. Como eu não sabia o que dizer perguntei para ele e a resposta foi que eu deveria contar minha história de vida começando dos primeiros anos de vida que eu lembrava até aquele dia ali no acampamento. Depois que ele tomou seu lugar na plateia respirei fundo e comecei, gaguejava um pouquinho, chorava um tanto e falava timidamente outro tanto. Sem perceber comecei a falar próximo das 20h e terminei por volta de meia-noite. Ninguém saiu do auditório enquanto a reunião não terminou. Minha idéia era que depois daquela noite eu não conseguiria fazer amizade com mais ninguém. Só que quando terminei de falar os jovens vieram me abraçar, chorando e querendo tirar fotos comigo. Naquela noite eu sem perceber havia vencido a mentira e enfrentado a verdade o que foi um alívio para minha vida. A impressão que tive era que eu acabara de tirar um peso de cerca de trezentos quilos de minhas costas.

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Dias depois daquele encontro de jovens eu percebei que minha gagueira estava desaparecendo (nunca fiz tratamento para curar gagueira) e também passei a frequentar a roda de jovens e a interagir com eles com a maior naturalidade. Ainda faltava uma coisa e eu sabia que era perdoar e pedir perdão só que essa parte eu vou contar no capitulo que vai tratar sobre o tema. Minha vida ganhou um novo sentido e comecei a trabalhar no comércio (um grande avanço para quem era gago e tímido) onde obtive muito sucesso como vendedor. Em pouco tempo me tornei gerente comercial e era muito respeitado pelos colegas do comércio. O problema esbarrava na minha falta de alegria apesar de uma vida de conquistas nos negócios. Eu já havia reconhecido meus erros e dores, já havia dado “nome aos bois” como se diz lá em Minas Gerais, eu já tinha assumido publicamente minha identidade, mas faltava colocar em prática a questão do perdoar e pedir perdão. Convivi ainda alguns anos com essa dor, esse vazio e nada que eu conquistava preenchia aquela angústia. Casei-me ainda jovem, aos dezenove anos de idade,nos primeiros sete anos de casamento creio que fui inter-nado pelo menos umas seis vezes e quase que morri por duas vezes nessas idas e vindas ao hospital. Sou cristão praticante, ia à igreja, ajudava nos serviços da igreja, mas o tratar com a questão do perdão era algo impossível a meu modo de pensar. Eu estava doente e nem imagina que a falta de perdão e a atitude em pedir perdão pode-ria me ajudar em vários sentidos em minha vida pessoal,

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familiar e profissional. As pessoas falavam em perdão e parecia algo sim-ples na boca dos outros, porém na prática era uma coisa que parecia estar fora de alcance de minhas mãos. Eu pen-sava que perdão tinha a ver com desejo de perdoar e me cobrava pelo fato de nunca chegar a desejar perdoar ou pedir perdão. Tinha claro que perdão era um processo e depois de anos percebi que estava enganado. Cheguei a seguinte conclusão: se eu não sei o que é o perdão e como fazer para perdoar eu nunca vou conseguir perdoar e nem mesmo pedir perdão. A verdade é que vivemos em um mundo onde a falta de perdão e a falta de atitude em pedir perdão está destru-indo famílias, desestruturando empresas e arruinando as re-ligiões. O ser humano, mesmo alguns daqueles que estão no topo estão infelizes e muitos em crise tudo por problemas que não foram resolvidos talvez na infância, na adolescên-cia, talvez na juventude ou ainda na atualidade. Nas próximas páginas você encontrará sugestões baseadas nas atitudes que eu tomei para perdoar e para pedir perdão. Vou ajudar você a lidar com situações de pes-soas que já morreram e você precisava pedir perdão e não o fez enquanto a pessoa estava viva. O que posso te dizer é que hoje eu estou livre para usufruir das conquistas que já alcancei e das que ainda vou alcançar aqui na terra. Problemas não resolvidos ou mal resolvidos impendem o ser humano de obter sucesso na sua plenitude. Aliás, todas as conquistas perdem o significado quando há ausên-cia de paz na vida e esta ausência de paz é fruto da falta de perdão ou da necessidade em pedir perdão para alguém.

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1) Faça uma declaração de reconhecimento, se quiser pode preencher a que está abaixo:

Eu _____________________________________, reconheço que apesar de tantas conquistas que já obtive em minha vida trago comigo guardadas em meu coração e em minha mente mágoas, tristezas e aborrecimentos que constantemente me fazem sofrer e me impedem de ser alguém livre e feliz. Além de reconhecer assumo o compromisso em fazer todo o possível para me livrar de todas essas lembranças no decorrer da leitura deste livro.Cidade e data: __________,__/__/____.Assinatura x. _____________________________

Ninguém deverá ter acesso aos exercícios feitos por você. Realize-os em uma folha a parte para depois destruí-la. Preencha com honestidade e com detalhes para que você alcance o objetivo esperado. Faça em um horário onde você não será interrompido.

Colocando em prática meu projeto de perdoar e pedir perdão

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2) Quais os aborrecimentos, tristezas e mágoas eu trago comigo de minha infância, adolescência, juventude ou dos dias atuais e quem os provocou?

3) Quais aborrecimentos, tristezas e mágoas eu causei em minha infância, adolescência ou juventude a outras pessoas? Quem são essas pessoas?

4) Como eu me sinto em relação a necessidade de perdoar? Por que?

5) Se o assunto é pedir perdão, como eu me sinto sobre o tema? Por que?

6) Eu trago comigo algumas culpas que não me permitem viver em paz, quais são?

Lembre-se de escrever o nome das feridas, das pessoas que de alguma forma você prejudicou e o nome das que também lhe causaram dor.

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CAPÍTULO IIA família, a empresa, a igreja e o perdão

Jesus afirmou em certo momento de seu ministério que “toda casa ou reino divido contra ele mesmo não subsistirá” (Evangelho segundo Mateus 12:25). Isto deve nos fazer pensar que, seja em uma família, empresa ou mesmo igreja onde o que impera são brigas e discórdias, ninguém alcançará o sucesso desejado. Honestamente quero dizer que penso que uma pessoa pode até conquistar dinheiro, fama e poder, mas se ela tem aparentemente tudo e ainda assim é infeliz ou vive a base de remédio de tarja preta ou outros tipos de drogas esta pessoa não sabe o que é o sucesso. Uma pessoa que ao longo dos anos carrega em sua alma mágoa, tristeza e rancores consegue contaminar uma casa, uma empresa e até uma igreja. O que é preciso que você entenda é que em uma briga entre você e outra pessoa quem perde é a organização (família, empresa ou igreja). Temos muitos filhos com péssimo rendimento escolar e tudo fruto de pais desajustados emocionalmente que acabam por repassar para toda a família suas frustrações. Quando o assunto é empresa a situação é semelhante, estamos cansados de lidar com pessoas mal humoradas que trazem seus problemas pessoais e descarregam nos colegas de trabalho ou nos clientes. Claro que quem perde com isso é a empresa que

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absorve sem perceber estas pessoas que provavelmente no futuro ficarão doentes e terão que se ausentar do trabalho através de licença médica. Isto sem falar nos outros funcionários que ao serem contaminados por esse tipo de pessoa acaba por ficarem doentes e solicitarem afastamento para tratamento de saúde. É grande o prejuízo de famílias e empresas que sem perceber convivem com a dor de pessoas que não conseguem se livrar dos males causados pela falta de perdão e pela falta de habilidade em pedir perdão. As religiões estão recheadas de pessoas e líderes que tentam camuflar suas mágoas e rancores e pior muitos líderes eclesiásticos não admitem que possuem esses sentimentos destruidores. Se você é evangélico, católico, espírita, ateu ou pertence a outra religião não se assuste quando eu digo que as religiões estão recheadas de pessoas e líderes que carregam em suas almas mágoas, tristezas e rancores. As igrejas e as religiões são compostas por seres humanos e como tal todos nós estamos sujeitos a essas atrocidades. A situação fica ainda mais complicada quando uma pessoa não admite que não sabe perdoar ou pedir perdão. As religiões e as igrejas também estão cheias de pessoas doentes da alma porque as religiões não podem curar. O que creio como teólogo é que Jesus pode curar e mesmo assim eu só posso receber a cura através de Jesus se eu permitir que Ele me cure. Quando você quer ajuda Deus pode te ajudar, mas quando você não quer ajuda nem Deus poderá te ajudar, isso porque ele respeita seu livre arbítrio. Como cristão e teólogo eu respeito todas as

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religiões e inclusive ao ateu até porque o ateu só existe porque Deus concedeu a ele o livre arbítrio para ser o que é. Eu cresci sem acreditar na existência de Deus e só na adolescência tive o privilégio de compreender que existe deuses e existe Deus. Na hora da morte eu não tive outra opção, era a morte ou “dar uma chance para Deus” o que eu descobri foi que na verdade Ele é que me deu uma chance. Acredito que este é o final de todo ateu: lutar contra Aquele que na hora da morte será sua única esperança. Como ateu eu jamais admitia essa verdade, mas só que descobri que Ele perdoa até o ateu que se arrepende ainda que seja na hora da morte. Não espero ser compreendido por você que se diz ateu (desejo apenas ser respeitado como eu o respeito) até porque se ao longo da vida você não buscar ao Deus vivo, isso provavelmente irá acontecer na hora de sua morte, assim como aconteceu comigo. Se queremos famílias, empresas e igrejas sadias e fortalecidas precisamos levar a sério a necessidade em tratar com transparência e seriedade o problema que quase todo ser humano tem em lidar com o perdoar e com a necessidade de pedir perdão. Seremos mais fortes e mais felizes quando conseguirmos perdoar com facilidade e quando descobrirmos que nos sentiremos melhores quando conseguirmos pedir perdão. Perdoar e sentir-se perdoado nos faz mais fortes, nos faz sentir melhores e mais leves e isto porque quando enfrentamos este mal desmascaramos a mentira e lidamos com a verdade. A verdade é a única arma que temos contra a mentira. Quando alguém diz que perdoa, mas guarda

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rancor no coração vive uma mentira. Quando alguém pede perdão da boca para fora, só para falar que pediu perdão, vive uma mentira. A mentira é a arma dos fracos e se alimenta do ódio, do rancor e de mágoas alojadas dentro das pessoas. Muitas empresas, famílias e igrejas vivem uma mentira, independente se aparentemente ostentam uma vida de conquistas. O segredo está no coração, nos olhos dos líderes e da equipe que os cercam. Quando sócios se odeiam, casais vivem casamentos de fachada, irmãos não se suportam e líderes de igrejas e liderados vivem à sombra de relacionamentos estremecidos dentro e fora da organização religiosa, ainda que a conta bancária esteja recheada, a família comendo e bebendo do bom e do melhor e a igreja lotada de pessoas, as conquistas são visíveis, mas o verdadeiro sucesso é uma utopia. A saída é tratar o mal e cortá-lo na raiz! Realizar congressos, treinamentos e desenvolver um projeto permanente para cuidar daqueles que compõem a organização tratando os que estão sendo acrescentados no dia a dia como parte da equipe ou da família.

A falta de perdão e suas consequências para uma organização

Uma organização, seja ela empresa ou igreja, são compostas por pessoas que atuam na liderança da orga-nização ou que dela façam parte. O sucesso de um é o sucesso dos outros e, consequentemente, da organização;

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assim como o insucesso de um é o insucesso de todos e por conta disso, da própria organização. As pessoas de-vem entender que a organização é maior que o indivíduo e que todos devem trabalhar focado nos resultados da organização e não focados no individualismo. Uma pessoa que é líder ou faz parte de uma liderança de uma organização precisa ser capaz de liderar primeiro a si próprio para depois liderar outros. O fracasso de uma organização começa quando seus líderes são incapazes de liderarem suas próprias vidas. Temos muitos empresários e líderes eclesiásticos que batem na mesa, falam bonito, mas sua vida pessoal é uma tragédia. Quando uma organização faz um processo de seleção para contratar pessoas para atuarem na liderança se preocupam com tudo mesmo com a capacidade da pessoas em administrar sua própria vida. Alguns líderes são ótimos conselheiros para os outros só que sua vida pessoal é uma vergonha. Eu chamo de efeito cascata um líder que possui um ótimo currículo, porém não é capaz de perdoar ou pedir perdão ao pai, a mãe, a um ex-namorado ou ex-namorada, a um ex-patrão ou sócio, um irmão ou a um amigo. Este é um líder que vai imprimir na organização aquilo que está em seu coração. Eu não posso dar ao outro aquilo que eu não tenho! Jesus certa ocasião disse que: “... a boca fala do que está cheio o coração.” (Evangelho segundo Mateus 12:34). Se um determinado líder tem em seu coração amor, ternura, palavras de incentivo, elogios e atitudes de vitórias é isso que ele vai passar para seus liderados afinal é isso que está em seu coração. Agora se

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o que está no coração de um líder é ódio, tristeza, dor, mágoa, ressentimentos e amarguras, o que este líder vai passar para seus liderados? Infelizmente as organizações empresariais e eclesiásticas estão abarrotadas de líderes machucados e feridos na alma que como uma cascata vai espalhando seus sentimentos de frustração (ódio, amargura, falta de perdão e outros) para todos de sua organização. Isso quer dizer que muitos insatisfeitos que acabam sendo problemas para a organização podem sim ter sido contaminados dentro da organização. Há também aquelas pessoas que já entram para uma organização trazendo consigo suas próprias frustrações e ao ser liderado ou liderar outros com os mesmos sentimentos acabam por trazer prejuízos maiores para a organização a qual pertencem. Analisando tudo isso fica fácil entender o por que das palavras de Jesus quando fala que a casa dividida contra ela mesma não subsistirá. Quando os inimigos de uma organização são externos fica fácil identificá-lo e detê-lo, mas quando o inimigo é interno ele age como um câncer que até ser identificado já contaminou tudo por dentro. Toda organização séria e que deseja crescer com qualidade precisa investir na qualidade de vida de seu pessoal começando pela liderança e procurando atingir a todos a sua volta. No mundo dos negócios em especial, é comum a empresários nutrirem sentimentos de mágoa, angústia e tristeza profunda dentro e fora de sua organização e se ele que é a cabeça de uma estrutura está mal e em crise, como poderá obter sucesso e levar sua equipe a alcançá-lo? O sucesso nos negócios começa com a capacidade

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que temos em nos livrar dos sentimentos ruins que poderão trazer doenças como depressão e síndrome do pânico, por exemplo. Se somos capazes de perdoar e nos livrar daquilo que poderia ser transformado em um câncer em nossa própria vida temos também a capacidade de lidar com as enfermidades que poderão surgir na vida de outras pessoas ou na estrutura de uma organização. Quando a empresa é familiar, a situação ainda é pior, pois muitos parentes atuam na organização, mas não conseguem se dar bem. Quando o dinheiro investido em uma organização ou a própria organização é fruto de herança que gerou contenda entre as partes e não houve perdão tudo que se fizer com esse dinheiro poderá não ser bem sucedido porque não há paz e a organização está dividida. É muito importante você entender que tudo começa com uma pessoa e quando menos esperamos a coisa vai tomando proporções maiores e segue alcançando outros membros da equipe até se espalhar por toda a organização. Se você deseja alcançar o sucesso e levar sua equipe a encontrá-lo, invista na qualidade de vida de sua organização e em especial desenvolva um programa para ensinar seus líderes e liderados a perdoar e a pedir perdão. Você irá se surpreender com os resultados rápidos e duradouros que sua organização irá experimentar.

A falta de perdão e suas consequências para a família

A família é a base de toda uma sociedade. Quando um pai e uma mãe vivem em guerra dentro de casa, os dois

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não conseguem paz para desenvolver um dia de trabalho produtivo. Quando a família vai bem todo ser humano é capaz de enfrentar as mais diversas crises que possam surgir. A crise conjugal afeta também os filhos que não conseguirão um bom desempenho na escola sufocados pela crise familiar. É exatamente o previsto para uma casa dividida contra ela mesma na avaliação de Jesus. Quando uma ferida é causada por uma pessoa distante de seu convívio diário, você ainda consegue camuflar os sentimentos. Quando há uma ferida aberta provocada por alguém de sua própria casa a cada novo encontro é como se as dores aumentassem devido a tensão pré-existente. Uma pessoa convive anos e anos numa mesma empresa com alguém que ela pensa ser insuportável, mas é incapaz de conviver com seu cônjuge ou com seus irmãos dentro de uma mesma casa. Muitas das brigas de um casal na maioria das vezes são geradas pela interferência de uma terceira pessoa (sogro, sogra, filhos, sobrinhos, amigos e outros). Cada conversa paralela à vida conjugal (com parentes ou amigos) poderá ser um alimento a mais contra os interesses do próprio casal. Às vezes, no desejo de ajudar, um parente ou um amigo acaba puxando para um lado e as vezes para o outro, quando na verdade deveriam lutar pela união do casal. Toda e qualquer ingerência externa é prejudicial ao bom relacionamento conjugal. Não posso deixar de pontuar os conflitos familiares entre pais e filhos e entre irmãos. Quando um homem e uma mulher deixam pai e mãe para unir-se a alguém no intuito de constituir uma nova família leva consigo

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na bagagem valores e costumes que durante anos foram plantados em sua mente e coração. Alguns destes valores e costumes serão fundamentais para a estruturação da nova família e outros valores e costumes serão prejudiciais para a família que nasce. Cada cônjuge leva como herança traumas, tristezas e mágoas e quando os dois começam a conviver cada um tenta impor aquilo que acredita ser o melhor para si ou em sua visão para a sua família. Aliados às diferenças de valores e costumes, tem a chegada dos novos membros da família. Cada novo membro herda os traços de um e o temperamento do outro e agora todos devem conviver dentro de uma mesma casa procurando manter a família em harmonia. A situação de uma determinada família, guardada as devidas proporções, é a mesma das demais famílias que vivem ao redor do mundo. Toda família tem seus problemas e, se analisados com profundidade, as causas são quase sempre as mesmas: o filho que cresceu se achando o patinho feio da família, o irmão que sempre se viu como o indesejado, o filho que acredita que a mãe ou o pai prefere o outro filho a ele, o marido que pensa ter sido abandonado pela esposa que só pensa nos filhos e a esposa que se sente rejeitada pelo marido que deixou de vê-la como antes. Adicione a tudo isso os ciúmes e as doenças causadas por estes sentimentos: mágoa, angústia, tristeza, rejeição, auto-rejeição e tudo mais que sabemos ser inimigos da família. Vale destacar ainda o problema dos cônjuges que não sabem se alegrar com a conquista do outro. Existem casais que o problema está no fato de um conseguir se

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realizar profissionalmente e o outro não. Quando o cônjuge não sabe alegrar-se com a vitória de sua esposa ou de seu marido isso traz inveja, ciúmes e crises profundas no relacionamento. O que deveria acontecer é que não poderá mais existir o interesse de um ou de outro, mas uma vez casados, o interesse passa a ser de ambos. A proposta para o casamento é que os dois se tornem um. Ao entrarem no cartório e na igreja para casarem, há duas pessoas (duas famílias); quando casados, saem daquele cartório ou igreja, uma família. A alegria de um deve ser a alegria do outro e a tristeza de um deverá ser a tristeza do outro. Quando isto não acontece, o que se tem dentro de quatro paredes são duas pessoas cada uma tentando mostrar que pode mais e que sabe mais. Dá para você imaginar um casal analisando mês a mês quem ganhou mais, quem é mais em sua empresa e os filhos no meio disso tudo? Não há possibilidade de vitórias e conquistas dentro dessa casa que não representa uma família e sim um ajuntamento de pessoas. A única saída para empresas, igrejas e famílias é parar de mascarar sua identidade interna e colocar a casa em ordem para que ela volte a crescer com qualidade e responsabilidade. Qualquer crescimento paralelo a estes sintomas de doenças são inchaços que a qualquer momento vão explodir como uma bomba e trazer graves e sérios prejuízos para todos que compõem a organização.

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Colocando em prática meu projeto de perdoar e pedir perdão

1) Como eu classifico meu relacionamento com:

a) Meu cônjuge b) Meus filhos c) Minha nora, genro, sogra ou sogro

2) Como é meu relacionamento na empresa, na escola ou na igreja?

3) Há pessoas em meu dia a dia que não gostam de mim ou deixaram de se relacionar comigo de uma hora para outra sem uma razão qualquer?

Lembre-se de escrever o nome das pessoas, se você tem dificuldades com elas e os motivos.

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CAPÍTULO IIIEntendendo o Perdão

Perdão não é esquecimento

Uma das primeiras coisas que aprendi na prática é que perdão não é esquecimento! Algumas pessoas acreditam que com o passar do tempo tudo se resolverá e que o tempo curará todas as feridas. Isto é uma inverdade. O tempo camufla a ferida que mais cedo ou mais tarde voltará a aflorar e poderá trazer terríveis consequências para a saúde física e emocional, para a família e para a empresa. Eu aguardei anos para tentar encontrar a vontade de perdoar ou talvez imaginando que o tempo iria me fazer esquecer e não funcionou. A verdade é que quem fere esquece com facilidade, mas quem é ferido convive com a dor do ferimento até perdoar ou passa a vida toda com a dor da ferida. Se você está convivendo com a dor de uma ferida e pensa que um dia vai amanhecer e ela terá desaparecido como num passe de mágica, esqueça! Isso não vai acontecer! Conheço pessoas que casaram e levaram para o casamento feridas da infância como, por exemplo: abuso sexual, rejeição por parte do pai ou da mãe, preconceito sofrido na escola, humilhações que sofreram em casa ou nas ruas e todas estas pessoas passaram ou passam por crises enormes no casamento, no relacionamento com os filhos e no trabalho.

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Podemos também citar pessoas que namoraram e depois de anos de namoro ou noivado tiveram que conviver com o fim do relacionamento de uma hora para outra, sem nenhuma explicação aparentemente. Estas pessoas, em sua grande maioria, partem para novos relacionamentos cheias de mágoas e feriadas por causa de um relacionamento que terminou mal. A mesma coisa pode acontecer com quem passa pelo divórcio e também inicia um novo relacionamento sem deixar bem resolvido aquilo que ficou para trás. Sempre digo em minhas palestras que mais importante que começar bem é terminar melhor e quando invertemos essa ordem já é prejudicial e se terminar mal então, advém o abismo. A Bíblia diz que um abismo chama outro abismo. Se sairmos do campo sentimental e partirmos para o campo profissional ou eclesiástico, o problema persiste. Um profissional que sai mal de uma empresa levando com ele mágoas, rancores e, às vezes, ódio, chegará em uma nova empresa e aos poucos despejará toda carga trazida de uma experiência anterior frustrante nos novos colegas de trabalho e a empresa perderá muito com isto. No campo eclesiástico, temos inúmeros casos de pessoas que saem de uma igreja e iniciam em outras, mas chegam na nova igreja machucadas, feridas e já determinadas a não se envolverem tanto quanto antes devido aos problemas não resolvidos do passado. Esta mesma lógica pode acontecer com líderes eclesiásticos que, após sofrerem tanto, saem de uma igreja local e vão para outra, mas recheados de amargura e tristeza a ponto de não conseguir êxito em nada do que está realizando

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ou até podem conseguir êxito, porém não se sentem realizados devido àquilo que está dentro de si, o cobrando a cada instante. Agora que você já sabe que perdão não é esquecimento você precisará tomar a atitude de parar de empurrar seus sentimentos em relação a quem lhe feriu para debaixo do tapete. Também você precisará criar coragem para procurar as pessoas que você magoou e que possivelmente estão sofrendo por feridas causadas por você.

Perdão não é um processo

Perdão é um ato e não um processo! Um processo é uma marcha das fases de algo que você precisa realizar, ou seja, alguma coisa que demandará tempo para ser executado. Ato, ao contrário do processo é aquilo que você pode e deve fazer imediatamente. Quando penso em ato, penso logo na lâmpada. Se você deseja acender a lâmpada da sala de sua casa, por exemplo, basta você apertar o interruptor e pronto: a lâmpada acenderá na hora. Perdão não é uma coisa que você começa a desenvolver dentro de você e depois de um tempo concluiu. Perdão é uma atitude única baseada em sua decisão de perdoar. Eu decido perdoar e pronto. Você precisa perdoar não para fazer algum tipo de favor para outra pessoa, você toma a atitude em perdoar por você e para seu próprio bem. Quando você perdoa, você é a pessoa que mais se beneficia com sua decisão e não a outra pessoa. E veja bem que interessante: se você

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toma a decisão de não perdoar você é a pessoa que mais sofrerá pela decisão tomada. Seja qual for sua decisão final sempre quem mais será afetado por sua decisão quando o assunto é perdoar ou pedir perdão é você mesmo. Cabe a você decidir se vai querer passar o resto da vida sofrendo ou o resto da vida se sentido livre. Qual é a sua decisão?

Quando o assunto é perdão sua decisão implica em viver com as consequências

Seja qual for sua escolha em relação a perdoar e a pedir perdão você terá que conviver com as consequências de sua decisão. A sua difícil tarefa é decidir se viverá com as cicatrizes de ter perdoado ou se viverá com a dor de não ter pedido perdão ou com a dor de não perdoar. Não pense que você perdoará e na hora aquilo irá se apagar de sua mente, não é simples assim. Quando você tomar a decisão de perdoar, você estará decidindo por conviver com as cicatrizes do mal que causaram em você e, ao se deparar com a pessoa ou com o problema que lhe foi causado, isto poderá trazer-lhe desconforto durante um determinado tempo. Talvez você esteja se perguntando qual a vantagem em perdoar? A vantagem é enorme! Quando você toma a decisão de perdoar ou de pedir perdão você deixa de fazer justiça com as próprias mãos. Isso mesmo: quando você não perdoa, mesmo que inconscientemente, você estará dizendo: “deixa ele comigo, ele não perde por esperar”. Quando você decide não perdoar você toma outra decisão: “vou levar essa pessoa comigo por toda a minha vida”

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Costumo dizer em minhas palestras que se você não perdoa, você dorme, realiza as refeições, toma banho e tira férias com a pessoa que te magoou ou ofendeu. Você consegue imaginar o peso que você carrega ao longo dos anos ao tomar a decisão de não perdoar? Pense em um pacote de arroz de cinco quilos. Quando você começa a carregá-lo ele pesa cinco quilos, no final da tarde 20 quilos, no final do mês, 200 quilos, certo? Depois de cinco anos ou dez anos, quanto pesará o mesmo pacote de arroz? Você carrega diariamente todas as pessoas que te feriram e que você não foi capaz de perdoar. A brincadeira com o pacote de arroz é para fazer você imaginar como pesa ao longo dos anos carregar uma pessoa que lhe feriu anteriormente. O problema piora quando você carrega duas, três ou quatro pessoas que te feriram na caminhada da vida. Este peso sobre os ombros traz fadiga, cansaço, depressão e poderá trazer muitas outras doenças. Não vale a pena passar a vida carregando uma bagagem que só servirá para contribuir com seu insucesso. Na maioria das vezes, quem causa a ferida continua sua vida normalmente, enquanto que o ferido fica remoendo sua dor e construindo muros ao seu redor. Entre sofrer, ficar doente e morrer infeliz por não perdoar ou por não pedir perdão, prefira perdoar e carregar com você o peso da ferida que você perdoou. Ao perdoar, você libera a pessoa que lhe feriu para viver a vida dela e decide não fazer justiça com as próprias mãos. Para ser mais claro, quero dizer que você deve entregar o ofensor nas mãos de Deus e seguir seu caminho. Quando você toma a decisão de carregar a ofensa e o ofensor com

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Colocando em prática meu projeto de perdoar e pedir perdão

1) O que é mais difícil para mim, perdoar ou pedir perdão? Por que?

2) Como eu reajo quando alguém me machuca ou me contraria? Eu perdoo na hora ou demoro dias para perdoar? Como eu me sinto em relação a isso?

3) Atualmente eu carrego o peso por não perdoar? O que essa pessoa fez para me ferir? O que eu tenho feito para perdoar essa pessoa?

4) A última vez que eu pedi perdão para alguém foi? E depois disso eu feri a outras pessoas? Coloque o nome das pessoas.

você, inconscientemente, você decidiu fazer justiça com as próprias mãos (resolver do seu jeito). Por outro lado, quando você decide perdoar, você tira de sobre si a responsabilidade e o direito de punir ou se vingar daquele que lhe prejudicou. É hora de você parar de perder tanto tempo remoendo o passado e alimentando as feridas de sua alma (feridas quanto mais você mexe, mais elas aumentam) e iniciar um tempo de cura, libertação e de paz em sua vida.

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CAPÍTULO IVA falta de perdão bloqueia seu sucesso

“Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta.” Mateus 5: 23 e 24 Ainda que você seja um ateu você precisa admitir que Jesus foi o maior líder que já existiu na face da terra. Sua sabedoria e capacidade em lidar com o ser humano são inquestionáveis. Certa ocasião, Jesus disse que se você for entregar uma oferta na igreja e na hora você se lembrar de que alguém tem alguma coisa contra você, deve deixar de lado sua oferta (não entregue sua oferta se você está com problemas com alguém), ir acertar-se com a pessoa e só depois voltar e entregar sua oferta. Fica claro para nós que uma oferta vinda de alguém que carrega em seu coração mágoa, tristeza e dor é uma oferta sem valor algum para Deus. O texto bíblico que trata do parágrafo acima traz uma questão mais desafiadora ainda. Note que Jesus deixa claro que caso você se lembre de alguém que tenha algo contra você e não o contrário. Pense bem! Não é o caso de você ter alguma coisa contra uma pessoa e sim se ela tem alguma coisa contra você. Em nossa limitação

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humana, tendemos a pensar que se a outra pessoa errou que ela nos procure ou que ela “se humilhe” e venha até nós pedir perdão. Jesus diz que é você que deve procurar a pessoa que por ventura tem um problema com você e procurar acertar com ela as pendências. Quando leio o texto bíblico citado acima e me deparo com o texto do Evangelho segundo Mateus 12:25, no qual Jesus disse que “...toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá”, entendo que há um bloqueio na vida da pessoa que não perdoa ou que não sabe pedir perdão. O mundo à volta de você que vive cercado por ódio, tristeza e mágoa é todo travado, seja vida sentimental, familiar, estudantil ou profissional. Se você namora, o namoro nunca vinga, se você é casado, seu casamento vive em crise. Você trabalha e seu dinheiro não rende, os negócios parecem não deslanchar. Até a oferta que você oferece para Deus fica sem sentido para Ele. Jesus dá uma ordem que implica em parar tudo e voltar até onde o problema ficou mal resolvido e resolvê-lo para depois seguir sua vida. Agora fica fácil para você empresário e para você líder eclesiástico entender a importância de ter uma equipe sadia trabalhando. A empresa ou a igreja precisam investir em treinamentos e palestras que ajudem seus colaboradores a reconhecer e se livrarem desse mal que é a falta de perdão e a falta de habilidade em pedir perdão. Dentro de uma única empresa ou igreja, há muitas pessoas que convivem com este mal e não sabem como lidar com isto e acabam por prejudicar toda a organização. O que mais deve nos assustar é o

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grande número de funcionários e colaboradores de uma mesma organização que trabalham no mesmo setor e não convivem bem um com o outro. Como haverá conquistas e realizações nessa organização se a equipe está dividida? As consequências são terríveis e muitas empresas pagam caro porque em poucos anos a depressão e outras doenças afastarão os funcionários prejudicando os resultados finais da empresa. Fica muito mais barato investir em projetos que permitam aos funcionários e colaboradores aprenderem a lidar com este mal e a vencê-lo. Assim, ganha a organização e ganha a família que terá alguém que poderá ensinar em casa como a família poderá vencer esse inimigo do ser humano, da família e da empresa. A verdade é que empresas, igrejas e famílias teriam resultados maiores e melhores se houvesse uma cultura de tratar a todas as pessoas que chegam para somar em suas organizações. Uma família bem resolvida nessa questão, poderá gozar do privilégio de ter sogra e nora convivendo com alegria, uma igreja poderá receber os mais diversos seres humanos que conseguirá ensiná-los quanto a necessidade de perdoar ou pedir perdão. Uma empresa que desenvolva um projeto dessa magnitude terá o privilégio de pouca rotatividade em seu time de colaboradores e com uma equipe de colaboradores felizes e bem resolvidos nessa área, os lucros e o sucesso serão reais e duradouros. O que você precisa fazer é lançar fora toda dor, medo, ódio e rancor buscando viver uma vida de conquistas, mas podendo usufruir de cada momento vitorioso. Se você leva na bagagem a falta de perdão

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ou a falta de habilidade para pedir perdão você não consegue comemorar nenhuma de suas realizações, por mais importantes que elas sejam. Isto não é justo com você, não é justo com sua família e não é justo com sua empresa! Você não pode amar outra pessoa mais do que você ama a você mesmo. Quando a decepção com uma pessoa lhe faz entrar numa crise a ponto de lhe fazer ficar doente, é porque você deixou de viver sua vida e passou a viver a vida da outra pessoa. Quando ela te magoou, feriu e te decepcionou, isso lhe fez perder o chão. Em outras palavras, você amava mais a outra pessoa que a você mesmo e isso é idolatria. O mundo está cheio de pessoas que abriram mão de viver suas vidas para viver a vida de outras pessoas. Se você é uma dessas pessoas, você se anulou e passou a cuidar da outra pessoa vinte e quatro horas por dia, sete dias na semana e acabou por esquecer-se de você. Esta situação é muito comum quando alguém nasce com uma doença ou fica doente na família e alguém deixa de trabalhar, estudar, se divertir e cuidar de sua saúde para cuidar da outra pessoa. Quase sempre o final da história é a morte daquela pessoa que se anulou para cuidar de quem ficou doente. Quando o membro da família que estava doente vem a óbito, a tendência da pessoa que se anulou para cuidar de seu ente querido é entrar em crise sem saber como voltar a viver sua própria vida. Isso mesmo ela desaprendeu de viver sua própria vida. Isto é horrível, mas é real. Não tenho dúvidas que em dado momento a pessoa poderá culpar aquele que já morreu por sua vida de derrotas e fracassos.

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Outra situação muito comum nos dias atuais, é o problema do casal que abre mão de viver uma vida a dois para cuidar dos filhos. O pai trabalhando fora dia e noite e a mãe se não trabalha fora se mata de trabalhar em casa. Tudo justificado pelo conforto e condições de estudo dos filhos. A questão é que marido e mulher deixam sua intimidade pelo cansaço e estresse do dia a dia. Os filhos crescem e seguem seu caminho, marido e mulher já não sabem mais como viver a dois. Foi-se o amor, o carinho e o desejo de estarem juntos. O mundo está cheio de casais que estão em crise na terceira idade. Um culpa o outro e os dois culpam os filhos que nunca pediram aos pais que anulassem suas vidas em prol deles. Todas as conquistas perderam o valor. O que muitas famílias não percebem é que ao longo da vida feridas foram criadas e alimentadas. O marido se sente desprezado pela mulher que se sente rejeitada pelo marido e ambos passam a vida esgotados pela falsa ideia de que tudo é por uma boa causa. Os filhos crescem ressentidos com o pai que nunca teve tempo para eles e magoados com a mãe que acabou assumindo também o papel de pai na educação dos filhos. O final de uma família assim é: todos feridos e alguns financeiramente bem mais infelizes no relacionamento familiar. O preço pago é muito alto e os recursos financeiros para tratar as feridas que ficaram serão sempre insuficientes.

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Colocando em prática meu projeto de perdoar e pedir perdão

1) Eu já abri mão de viver minha vida para viver a vida de alguém?

2) Eu culpo alguém por minhas dores e sofrimentos?

3) Alguém me culpa por suas dores e sofrimentos?

4) Na organização em que eu participo como colabora-dor eu me sinto vítima de perseguição ou calúnias?

5) Qual avaliação eu faço da minha organização? É a or-ganização de meus sonhos? Eu sou feliz dentro dela? O que eu faço para melhorar minha organização?

Nas perguntas de 1 a 4, também pergunte-se “Quem?” e “Por que?”

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CAPÍTULO VA falta de perdão é raiz de muitas doenças

Quando você toma a decisão de não perdoar ou se esconde atrás da mentira de que não consegue perdoar ou pedir perdão, você está construindo dentro de si um reservatório de doenças. Sua vida torna-se uma bomba relógio capaz de explodir ou implodir a qualquer momento. Cada ser humano reage de uma forma diante das inúmeras dificuldades da vida e é exatamente neste ponto que tudo começa. Existem pessoas que, na infância, foram abandonadas pelos pais biológicos e nunca aceitaram a família que realmente as abraçaram. Existem crianças que foram exploradas no trabalho infantil e também aquelas que passaram pelas mãos de madrastas ou padrastos ou mesmo que foram abusadas sexualmente. Podemos citar os casos de filhos que desde crianças são órfãos de pai vivo ou de pais vivos. E se pensarmos nas humilhações sofridas em casa ou na escola? Todas estas situações e muitas outras podem nos trazer mágoa, tristeza, angústia e ódio no coração. Uma pessoa que convive com atrocidades estão sujeitas a se fecharem para tudo e para todos. Todos os sentimentos guardados no peito podem levar o ser humano à depressão, síndrome do pânico e até mesmo a uma doença maligna como o câncer, isto quando a pessoa não passa a pensar em tirar a própria vida. O

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problema é que essas doenças começam a se manifestar de outras maneiras como por exemplo: gagueira (nem todo gago é fruto das maldades que citei acima); timidez e também problemas como rejeição, auto-rejeição, espírito de auto-comiseração e de muitas outras formas. Não é fácil passar por tantas coisas e depois perdoar por perdoar sem entender o que realmente significa o perdão. A falta de perdão ou a liberdade para pedir perdão é que torna o ser humano escravo desses males. Eu citei as crianças no parágrafo anterior, mas os mesmos sofrimentos invadem a vida de um adolescente, um jovem ou um adulto. Sejam pobres ou milionários, negros ou brancos, todos os seres humanos que por ventura vierem a passar por uma experiência traumática em suas vidas poderão sofrer os males e chegar ao caos que é desejar a própria morte. Este tipo de doença muda a rotina e a direção da família, da empresa ou de uma igreja. Enquanto estou assentado em frente ao meu computador, escrevendo este livro, sou interrompido pela informação televisiva de que um avô no Estado de São Paulo acabou de matar sua esposa e o neto de sete meses de idade por ciúme da forma carinhosa com que sua esposa tratava o neto. Esta é mais uma das consequências da doença: a morte de pessoas inocentes e desprotegidas. Preciso registrar aqui o papel importante de profissionais como psicólogos, psicanalistas e psiquiatras no tratamento de muitos casos (embora eu nunca tenha passado pelas mãos de um profissional da área) e existem bons profissionais em atuação. No entanto, preciso ser honesto em dizer que todo tratamento é prejudicado se

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a questão do perdão e da necessidade em pedir perdão não for amplamente trabalhada pelas pessoas que são vítimas das situações. Como teólogo e conselheiro de pessoas, casais, famílias e empresários, tenho ajudado muitos a encontrar a cura através da atitude de perdoar e pedir perdão. Pessoas que passaram anos dependentes de remédios de tarja preta conseguiram em poucos meses após perdoarem ou pedirem perdão e com auxilio dos medicamentos, encontrar a cura. Para não ficarem dúvidas, vou ser mais claro: quem sofre com os males citados neste livro precisam de ajuda de profissionais da área da saúde e possivelmente de remédios, mas sem o perdão e sem a atitude de pedir perdão toda ajuda de profissionais ou de remédios podem ser insuficientes para a cura definitiva. Quem perdoa e pede perdão poderá, com a ajuda de profissionais e talvez de alguns remédios, encontrar a cura com mais rapidez. Há casos em que o simples fato de perdoar e pedir perdão cura pessoas. Ouvi falar de uma mulher em Minas Gerais que, depois de anos em uma cadeira de rodas, foi curada imediatamente após aceitar o desafio de perdoar sua filha. Isto é possível acontecer, porque perdoar e pedir perdão é um assunto espiritual. Na oração que Jesus nos ensinou, deixada na Bíblia como um modelo para todos cristãos (independente de religião) aprendemos que devemos orar assim: “...e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoados aos nossos devedores...” Mateus 6:12. Como você poderá fazer uma oração a Deus pedindo que Ele te perdoe se você não é capaz de perdoar seu próximo?

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Há uma janela aberta para o sucesso esperando por você, seja na vida sentimental, espiritual, estudantil, familiar ou empresarial. Você pode ser feliz, mas esta janela só estará aberta quando você tomar a decisão de perdoar e pedir perdão.

1) Como está minha saúde física e emocional?

2) Há alguém em minha casa ou em minha empresa doente física e emocionalmente? O que eu tenho feito para ajudar esta pessoa?

3) O que eu estarei fazendo daqui a cinco anos e onde estarei?

4) Eu já pensei em me matar? Por que? Esta idéia ainda me persegue de vez em quando?

5) Eu tomo algum tipo de remédio controlado? Quais? Por que ou para que eu os tomo? Há quanto tempo eu tomo esses medicamentos?

6) Eu já procurei a ajuda de profissionais da área da saúde (psicólogos, psicanalistas ou psiquiatras)? Por quê?

Colocando em prática meu projeto de perdoar e pedir perdão

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CAPÍTULO VIPerdão, a minha janela para o sucesso

As amarguras e tristezas que sofri na infância e na adolescência deixaram, em minha vida, sequelas terríveis. Durante alguns anos de minha existência, fui gago, tive dificuldades enormes para me desenvolver na escola, fui extremamente tímido durante um bom tempo de minha infância e adolescência e a morte foi algo que eu desejei durante alguns anos. Assim é chegar ao fundo do poço e pensar que você realmente não serve para viver. Mesmo depois de já ter conquistado algumas coisas na vida, eu me sentia a mesma pessoa triste e amargura, embora tentasse sempre sorrir para as pessoas a minha volta. Quando na adolescência, eu estive naquele acampamento de jovens e aquele palestrante me mostrou que eu precisava reconhecer meus erros e dores, que eu precisa assumir minha identidade e que eu tinha necessidade em perdoar e pedir perdão, eu não imaginava que ele estava me conduzindo para a minha janela do sucesso. Fui e sou um privilegiado, nunca me tratei em clínicas ou com profissionais da área da saúde para abandonar o tabaco e nem o álcool, jamais visitei o divã de um psicólogo (mesmo acreditando na eficácia de um acompanhamento com um profissional da área). Meu único tratamento foi aprender a confiar em Deus

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e em Seu Filho Jesus e praticar os três passos que estou ensinando aqui nas páginas deste livro. Porém reconheço que a maioria das pessoas precisa de toda ajuda disponível. Se você deseja um futuro de sucesso você precisa perdoar e pedir perdão, esta é a base. A regra vale para todas as questões, seja familiar, profissional ou até espiritual (independente de sua religião). Neste capítulo vou ajuda-lo a colocar em prática a missão fundamental para a construção de seu futuro e do futuro de seus negócios. Vou voltar ao primeiro capítulo e dissertar sobre as lições de vida que recebi quando eu tinha quinze anos de idade, explicando passo a passo como você irá conseguir êxito ao empreender as ações.

1º Passo para perdoar e a pedir perdãoReconheça seus erros e dores

No capitulo de número I, você fez ou deveria ter feito um exercício que estava no final do capítulo. Aquelas perguntas são fundamentais para o momento e caso você tenha jogado fora faça outra lista com mais riqueza de detalhes. Você precisará de duas listas, uma contendo o nome da ofensa que você recebeu e o nome de quem o ofendeu e como você se sente sobre o mal que a pessoa lhe causou, a outra lista o nome da pessoa a quem você ofendeu e que tipo de ofensa foi feita por você. Estas listas são importantes para nos ajudar a lembrar de tudo que possa ter ficado camuflado dentro de você ao longo dos anos. Não tenha dúvidas de que há males que estão lhe trazendo terríveis consequências e você as vezes nunca

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viu esse mal como algo ruim. A melhor maneira de você conseguir lembrar-se de cada mal que lhe foi causado ou que você causou na vida de alguém é (independente de sua religião) pedir ao Deus vivo que o ajude a lembrar de tudo que fizeram contra você na infância e de tudo que você fez de maldade para com as outras pessoas. Não importa a sua religião, clame com fé ao Deus vivo e você irá se surpreender com o resultado. Peça a Ele que traga à sua memória aquilo que você não pode deixar de perdoar ou de pedir perdão. Talvez você se assuste com o que vai ler agora, mas há casos em que as pessoas precisam perdoar a si próprias e pedir perdão para Deus por culpa-lo por suas desgraças. Certa ocasião, ao aconselhar uma senhora que gastou muito tempo falando de sua frustração por ter se permitido ter sido enganada por seu ex-marido durante anos, percebi que aquela mulher estava se matando aos poucos. Quando eu perguntei se ela já havia perdoado todas as pessoas que ela entendia que precisa perdoar, ela afirmou que sim todas, uma por uma. Eu disse que bom e agora me diga: “você já se perdoou?” Quando ela ouviu minha pergunta arregalou os olhos e assustada me falou que não imaginava que isso fosse necessário e eu provei para ela que em nossa conversa, ela sem perceber se culpava por suas desgraças e não aceitava o fato de ter se permitido ser enganada. Aquela mulher saiu de meu escritório completamente restaurada e se sentindo aliviada. Contei esse episódio para dizer-lhe que você precisa incluir em sua lista de pessoas a quem você precisa perdoar seu próprio nome e não esqueça de acrescentar o

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porque de você precisar se perdoar. Outra situação que muitos não compreendem é a necessidade em pedir perdão para Deus por, às vezes, culpá-lo por seus fracassos, o que, infelizmente é muito comum. Eu, até meus quinze anos de idade, mesmo indo à igreja, eu não conseguia acreditar em Deus, eu até queria acreditar, mas não conseguia. Eu vivia culpando Deus e reclamando do fato dele permitir que uma criança ou um adolescente como eu passasse pelo que eu passei. Aliás, esta transferência de culpa é a coisa mais comum entre os seres humanos, infelizmente. Aprendi, ainda adolescente, que eu deveria incluir o nome de Deus na lista das pessoas a quem eu deveria pedir perdão. Eu ouvi contar a estória de uma mulher que morava na comunidade da rocinha no Rio de Janeiro e que seu filho de dezesseis anos de idade havia morrido, vítima de uma bala perdida. Dizem que quando o líder de sua religião chegou ao velório, aquela mãe correu em direção aquele líder e agarrando em seus braços gritava: “onde estava Deus quando meu filho foi assassinado? Onde? Como pode ter tantos adolescentes criminosos no mundo e logo meu filho que é um exemplo a ser seguido morrer deste jeito? Diga-me, se o senhor for capaz! Onde estava Deus quando meu filho foi baleado? “Conta-se que aquele líder tirou os óculos, olhou nos olhos daquela mãe angustiada e disse calmamente: “Filha, Deus estava no mesmo lugar em que Ele estava quando o Seu Filho Jesus foi pregado naquela cruz”. Narrei esta estória para mostrar-lhe como nós, seres humanos, temos a tendência natural em culpar até Deus pelos problemas.

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Todo exercício é fundamental e necessário para que você, com a ajuda de Deus, coloque no papel cada situação que pode ter sido a causa de todos os seus males. Não esqueça de nada e não descanse enquanto não tiver a certeza que tudo foi anotado devidamente no papel. Se for preciso, refaça suas listas e a guarde até que, no final desse capitulo, você aprenda como executar o plano de perdoar e pedir e perdão.

Assuma a sua identidade

Todo ser humano tem sua história de vida e, guardada as devidas proporções, toda história é importante. Algumas histórias são felizes, outras nem tanto, e outras, uma tragédia (como poderia ter sido no meu caso). Há um DVD com toda a minha história de vida que você poderá comprar enviando seu pedido para o meu site pessoal e recebendo via sedex em sua casa ou empresa. Nele você terá os detalhes de minha história de vida e resiliência. Eu não conseguia me imaginar falando de meu passado para ninguém e isso me trazia inúmeros transtornos. Quando omitimos nosso passado nos firmamos em uma mentira é como nós mineiros sempre falamos: “mentira tem pernas curtas”. Se você fala uma mentira você fica com medo que as pessoas descubram e esse medo lhe domina e lhe faz adoecer. Contra a mentira só existe um remédio: a verdade! Eu já contei aqui no livro como eu um dia falei em público pela primeira vez a minha história de vida e hoje viajo por várias partes do Brasil em faculdades,

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colégios, igrejas, prefeituras, Câmaras Municipais e empresas, contando minha história de superação. Em uma oportunidade, eu fui convidado para ser membro de uma organização ligada a empresários na cidade de Juiz de Fora/MG e aceitei com muita alegria. No dia da minha posse, foi-me concedida a palavra para que eu pudesse fazer um discurso. Falei por vinte minutos e narrei minha história de vida e resiliência. Apesar de ter sido aplaudido de pé, o Presidente, no final, chamou-me em particular e disse: “muito linda sua história, mas você deve esquecê-la se deseja se dar bem em nosso meio, porque essa história poderá afastar algumas pessoas de você. Esqueça sua história.” Eu não pensei duas vezes, peguei meu diploma o rasguei e disse para aquele Presidente: “se eu preciso omitir minha identidade este lugar não serve para mim”, saí e nunca mais voltei lá até hoje. Se você amigo leitor deseja ser feliz e alcançar o sucesso assuma sua identidade e dê adeus ao mundo da hipocrisia e da mentira. Essa atitude lhe deixará livre e leve para ousar em fazer mais e melhor rumo a uma nova história para sua vida, família e empresa. Muitas pessoas são filhos adotivos e morrem de vergonha de revelar a condição. Há casos em que os pais adotivos escondem do filho que ele é adotado e, quando o filho cresce e descobre, é o fim. Ser pai adotivo deve ser orgulho para qualquer um que tem a coragem e o amor de um gesto tão nobre e ser adotado é ser mais que especial sabe por quê? Filho biológico a gente ama porque saiu de dentro de nós e é um amor natural e inexplicável. Ser filho de

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coração (adotado) é ter sido escolhido no meio de uma multidão para ser amado. Qualquer filho de coração deveria se orgulhar em ter uma família que o escolheu.

Decida perdoar e pedir perdão Caminhando para o final deste livro, chegou a hora que você terá de fato a oportunidade em perdoar e pedir perdão. Quero motivá-lo a escrever para mim narrando como foi sua experiência. Quero propor uma aliança com você, leitor. Se você não conseguir perdoar ou pedir perdão ao termino da leitura deste livro, eu vou te ajudar e para tanto, bastará você enviar uma email para mim no endereço eletrônico: [email protected]. Se você conseguiu perdoar e pedir perdão com o auxilio deste livro quero que você me ajude a ajudar outras pessoas. Para me ajudar basta você escrever um e-mail contando sua experiência com o perdão. Sua história poderá ajudar outros leitores. Se sua história for selecionada, poderá ser publicada em nosso site ou em próximos livros (caso publiquemos sua história, sua identidade será preservada).

Perdoe através de uma simples oração

Você é testemunha que em todo o livro evito ao máximo interferir em questões religiosas. Perdão não tem nada a ver com religião e sim com o Deus vivo. É impossível falar em perdão e não falar no Deus da Bíblia. Independente de sua religião quero fazer um desafio para

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Peça perdão pelo mau que você causou

Você pode começar por uma oração1. Agora é o momento de você pedir perdão pelo mal que você causou aos outros. Faça esse exercício em um lugar que lhe permita fazer a oração em voz audível. É uma oração modelo, você pode e deve ficar a vontade para

você. Da maneira que você crê em Deus faça sua oração ao Deus vivo e em voz audível liberando o perdão para todas as pessoas que estão em sua lista. Você pode fazer uma oração simples como a que vou deixar logo abaixo para você. A oração é apenas um modelo e você pode e deve fazer uma oração da forma que você entender ser melhor, mas lembre-se de fazer em voz audível e citando nome por nome e cada mal que lhe foram causados: “Deus, fui desafiado a falar com o Senhor sobre minhas dores e tristezas. Não quero mais carregar o peso da responsabilidade em ter que resolver com as pessoas que me feriram os males que me causaram, por isso eu perdoo e entrego em tuas mãos as pessoas que vou citar abaixo seus nomes e as libero da culpa pelo mal que me causaram. Senhor eu perdoo....” (diga o nome e o mal que a pessoa te causou, exatamente como você fez em sua lista). Termine sua oração assim: “Que o Senhor perdoe e abençoe todas essas pessoas e me dê paz no coração para não mais aceitar carregar as ofensas que poderão ser lançadas contra mim. Em nome de Jesus. Amém.” Agora você deve destruir sua lista de forma que ninguém tenha acesso a ela.

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realizar a oração do seu jeito, mas não deixando de fazer em voz audível e citando nome por nome e mal por mal que foi praticado.

“Senhor, peço perdão ao Senhor se por algum motivo eu O culpei por determinados problemas em minha vida. Sei que falhei com algumas pessoas ao longo da vida e estou aqui para pedir que o Senhor me perdoe e me ajude a ter forças para procurar essas pessoas e me retratar com elas. Abaixo quero citar o nome e mal que causei a cada pessoa e assim assumo o compromisso com o Senhor para de alguma forma fazer de tudo para me acertar com essas pessoas. Que o Senhor me conceda a alegria em ser bem recebido por cada pessoa e que o Senhor me conceda humildade para lidar com a recusa de uma ou de outra pessoa que poderá não aceitar meu pedido de perdão. Eu me arrependo, Senhor, de cada mal praticado na vida das pessoas que vou citar abaixo e peço que o Senhor abençoe suas vidas, suas famílias e negócios. Senhor, eu abençoo e peço sua benção (citar o nome da pessoa) e peço perdão por ter praticado o mal de (citar o mal praticado contra a pessoa). Em nome de Jesus. Amém.”

Destrua sua lista de a forma a não permitir que alguém tenha acesso a ela.

2. Perdoando na práticaSe você fez as suas orações agora você está em condições de partir para prática! É hora de você buscar a reaproxi-mação com a pessoa que você precisa perdoar ou pedir

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perdão. Esta é uma fase difícil, porém necessária. Como você orou, acredite que coisas extraordinárias vão acon-tecer. Eu tenho várias histórias de coisas maravilhosas que aconteceram na vida de muitas pessoas nessa fase e com você não será diferente. Eu sugiro que você se-pare os nomes a quem você irá procurar em duas listas. A primeira lista coloque o nome das pessoas que você entende que vai ser mais fácil a reaproximação. Esses contatos podem iniciar através de uma carta, e-mail, tor-pedo, visita e por aí afora. Faça isto imediatamente com a primeira lista e guarde a segunda lista com os nomes das pessoas que poderão apresentar uma maior resistência para você trabalhar com elas em um segundo momento.

3. Perdoando na pratica as pessoas com uma maior re-sistência de reaproximaçãoA segunda lista que você fez que contém o nome das pes-soas que possivelmente você terá uma maior dificuldade em se reaproximar deverá ser tratada da forma seguinte. Aprendi que nem tudo que gostaríamos de falar poderia ser bem recebido por outras pessoas, mas se temos ne-cessidade em falar precisamos colocar isso para fora de alguma forma. Uma técnica simples que me ensinaram e funcionou é você escrever uma carta como se você fosse enviar para a pessoa a quem você precisa perdoar ou pedir perdão e nessa carta você deve rasgar o verbo e falar sobre tudo com a maior transparência e sinceridade. Você não vai enviar a carta para a pessoa, apenas escrever e depois destruí-la, então coloque na carta toda sua necessidade em falar as verdades que te magoaram. Quando terminar

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a carta destrua de forma que ninguém mais tenha acesso (se possível, queime a carta). Este simples exercício serve como um desabafo e vai aliviar seus sentimentos. Com certeza após esta dinâmica você se sentirá melhor em relação a pessoa para quem você escreveu a carta então você deve riscar o nome da pessoa da lista numero dois e colocá-la na lista de número um para que você realize contatos imediato.

4. Como lidar com a situação em que você precisa pedir perdão ou perdoar uma pessoa que já morreu? Existem pessoas que enterraram um ente querido e vivem como se tivesse morrido junto com o parente que mor-reu. Alguns casos são frutos de pessoas que não se davam bem com seu ente querido e em meio a essa crise a morte os separou. É uma situação dolorida. Eu passei por isso com relação à minha mãe biológica que morreu quando eu tinha quatro anos de idade e com meu pai que nunca desejou me conhecer. Durante alguns anos eu os culpei por minhas magoas e tristezas até que um dia comecei a escrever em um papel tudo o que sentia em relação a eles. Desabafei, coloquei no papel minhas mágoas e tristezas em relação a eles. Chorei e senti paz em relação a eles. Fiz uma oração ao Deus vivo agradecendo por aquela ideia e queimei aquele papel. Nunca mais me senti mal em relação a meus pais biológicos. Penso que você pode pensar em fazer isso também. Quero deixar claro que isso não tem nada a ver em consul-tar os mortos ou tentar fazer contatos com eles. Embora eu respeite a todos os seres humanos e suas crenças, como

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teólogo acredito biblicamente que qualquer contato com os mortos é anti-bíblico e portanto, é pecado diante de Deus. A carta foi uma forma de falar tudo o que eu sen-tia (desabafo) sem precisar procurar outra pessoa e assim expor a memória de mãe biológica e o nome daquele que é meu pai biológico e ainda deve estar vivo.

5. Como lidar com pessoas que decidem não me perdoar Você é responsável por fazer a sua parte e deixar que a outra pessoa use o livre arbítrio para tomar as decisões dela. Diante de Deus você precisa ser sincero em pedir perdão ou em perdoar a todas as pessoas. Quando você pedir perdão com sinceridade você estará simbolicamente entregando a outra pessoa nas mãos de Deus e agora o problema não é mais entre você e a outra pessoa é entre a outra pessoa e Deus. Lembre-se que você abriu mão do direito de acertar as contas com a outra pessoa. Isto lhe deixa livre para seguir sua vida de sucesso e submete a outra pessoa aos cuidados e direção de Deus. Siga sua vida não mais atribuindo qualquer culpa a outra pessoa ou jogando em sua cara de quando em quando qualquer insinuação de que ela te deve alguma coisa. Você a per-doou e isto é para sempre.

Foi muito bom compartilhar com você minha ex-periência sobre como lidar com o perdão. Eu gosto de falar sobre o tema e de ministrar palestra na área, porque percebo que temos desde grandes empresários até pes-soas desempregadas sofrendo com esta realidade. As es-colas deveriam ter em sua grade curricular uma matéria específica que ensinasse o ser humano como lidar com o perdão. Nossas crianças já começam cedo a lidar com a falta de perdão nas escolas e crescem alimentando esse mal. Fico feliz em saber que milhares de pessoas, em-presas, igrejas e famílias agora possuem uma ferramenta para combater o mal que faz as pessoas adoecerem e se afastarem de seus trabalhos. Se eu pudesse eu daria de presente este livro para cada cidadão brasileiro no desejo por viver em um país onde as empresas se tornariam uma extensão da casa de cada funcionário. Quero terminar deixando um conselho para você, leitor: não desista de sua família, não desista de sua em-presa, invista na qualidade de vida de seus familiares e de seus colegas de trabalho e o mundo a sua volta será infinitamente melhor para viver. Espero em um futuro breve receber um e-mail seu compartilhando suas conquistas e realizações do campo do perdão ou, quem sabe, nos encontraremos em breve em um de nossos treinamentos neste imenso e lindo país chamado por nós carinhosamente de Brasil. Até breve e @vamosmotivar.

CONCLUSÃO

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