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Page 2: PÁGINA DOS LEITORES … · 2 Jornal RUMOS Jornal RUMOS Edição 237 EDITORIAL Esta 237ª edição tem várias características bem significativas. A primeira: abrange os meses de

2 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 237

EDITORIALEsta 237ª edição tem

várias características bemsignificativas.

A primeira: abrangeos meses de setembro aténovembro. Comemoramosa independência e aRepública do Brasil.Nosso Brasil maravilhoso,apesar dos muitospercalços. Brasil merece acapa deste jornal.

A segunda: dia 2 denovembro comemoramoso dia dos mortos.Finados.Três colegasnossos padres casadosmorreram recentemente.Nós todos tambémpartiremos. Tomei aliberdade de salientar esta

data com vários artigossobre a morte, a velhice, aeutanásia. A maioria dospadres casados brasileirosjá passou dos 60 anos...

A terceira: as eleiçõesem outubro. Os brasileirosestão angustiosamentedivididos entre 3candidatos à presidência.Em quem votar?!... OMFPC, o jornal Rumos e aCNBB não assumempartido político. "Deusprovidebit"...

A quarta: o XXEncontro Nacional doMFPC aproxima-se. 14 a18 de janeiro 2015.Florianópolis aguardapelo menos 200

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Diretoria Executiva da Associação Rumos:biênio 2010/2012

Presidente: José Edson da SilvaVice-Presidente: Maria Lucia de Moura

1º. Secretário: José Carlos P. S. de Andrade2º. Secretário: Rosa Silvério. De Andrade

1º. Tesoureiro: Enoch Brasil de Matos Neto2º. Tesoureiro: Maria de Fátima Lima Brasil

Organismos de Apoio da AR e Conselho Gestor do Movimento de PadresCasados e suas Famílias:Presidente da AR - José Edson da SilvaCoordenadores do XX Encontro Nacional: Armando e Altiva HolyszewskiModerador do e-grupo padrescasados: João Correia TavaresCoordenadores do site www.padrescasados.org: Gilberto Luiz GonzagaCoordenadora do Grupo de viúvos e Viúvas: Benizzeth ZortheaCoordenadores do Grupo dos jovens do MFPC: José E. Rolim Motae RejaneE-mail para enviar matérias para o site: [email protected] internacionalArmando HolocheskiCoordenador da comissão de teologiaFrancisco Salatiel A. BarbosaAssessor Jurídico e Curador do Patrimônio da AR:Antônio Evangelista AndradeAssessores bíblico-teológicos:Eduardo Hoornaert e Geraldo FrenckenObs. - As respectivas esposas estão incluídas nas funções acima.

O JORNAL RUMOS é uma publicação bimestralda Associação Rumos/Movimento das Famílias

dos Padres Casados do Brasil (MFPC). AAssociação Rumos é uma sociedade civil de

direito privado, de âmbito nacional, comfinalidades assistenciais, filantrópicas,

culturais e educacionais, sem fins lucrativos.

Conselho Fiscal da AR: Joarez Virgolino Aires e Ausilia Moraes Aires (PR), Luís Guerreiro PintoCacais e Irene Ortlieb Guerreiro Cacais (DF) e Fernando Spagnolo e Telma Araujo de OliveiraSpagnolo (DF).JORNAL RUMOS:Coordenador do Conselho Editorial do Jornal Rumos: Gilberto Luiz GonzagaDiagramação Rodrigo Maierhofer MacedoJornalista Responsável: Mauro Queiroz (MTb 15025)Correspondência: artigos, comunicações, artigos, sugestões e críticas devem ser dirigidos para o e-mail: [email protected] de Gilberto Luiz Gonzaga, Porto Belo SC, fone 47- 9983-5537Os textos assinados não representam necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsa-bilidade de seus autores.

Assinatura anual:Assinatura anual: R$ 40,00 (quarenta reais)Pagamento pelo Agência: Banco do Brasil 3515-7 Conta Corrente: 13786-3CNPJ: 02.618.544/0001-47 (NECESSÁRIO QUANDO ENVIADO DE OUTRO BANCO)Comunique imediatamente ao nosso tesoureiro Enoch Brasil de Matos Neto por [email protected], ou telefone 85-32468126 - 85-89554114 - 85-96362026(Tim)Associação Rumos: Anuidade de sócio - 150,00 (138,00 + 12,00 para Fundo de mútua ajuda);

Pague sua anuidade exclusivamente através de depósito bancário noAgência: Banco do Brasil 3515-7 Conta Corrente: 13786-3

ALÔ AMIGOS DOMFPC...

O nosso encontroNacional se aproxima, egraças ao casal Gilberto eAglésia teremosmomentos de muitapartilha de vida,crescimento intelectual eespiritual. Algunsmembros do movimentoestão preocupados com acontinuidade temática emrelação ao encontroanterior, realizado emFortaleza – CE, noentanto, não faço de talsituação umapreocupação, mas umaoportunidade, de ir aoencontro em Florianópolise apresentar suaindignação, sugestão,critica, ou sugestão para ocrescimento do nossoMovimento.

Não podermosesquecer que estamosinseridos no tempo deFrancisco – que prioriza asimplicidade e a

Carta do Presidente aos leitorestransparência; sinto quetemos um modelo dePontífice a ser seguido nasnossas ações pessoais eprofissionais. Há anos queescuto a respeito deatividades concretas e quenosso Movimento precisater visibilidade no país. Maspergunto a cada membro: oque estamos fazendo nacomunidade ondehabitamos, e que possaservir de exemplo para aconstrução de umasociedade mais justa ehumana? Qual a nossainterferência na formaçãode consciências diante domundo político que estamosvivendo? Que igreja familiarestamos construindo paraque nosso mundo seja maisético e voltado para afelicidade da humanidade?

Certamente teremosinúmeras perguntas e quiçámuitas respostas quepossam convencer etransformar a realidade aqual estamos inseridos. Por

participantes. É poucoperante 7 mil padrescasados e outro tanto deesposas e filhos. Mas jáé bom. Quem pudermotive-se paraparticipar! Vai ser bom!

Giba [email protected]

isso, caro irmão e irmã:casados, viúvos, filhos ebenfeitores, sintam-seconvidados ao nossoencontro e com sua palavrae exemplo nos ajudem afazermos a diferença.Desejamos contar com apresença daqueles querealmente apostam queainda podemos contribuire conquistarmos o nossoespaço na atual sociedade.E concluo com as palavrasdo poeta: “Fé na vida, fé nohomem, fé no que virá...nós seremos muitos, nósseremos mais... VAMOSLÁ PRA VER O QUESERÁ!

O PAPA CLAMA CONTRA UMA TERCEIRAGUERRA MUNDIAL DE "CRIMES E MASSACRES"

www.padrescasados.org

O papa Francisco advertiu nestesábado contra uma terceira GuerraMundial "em partes", que se traduz

em "crimes, massacres e destruições", einvocou a paz para deter a "loucura" bélicaem diferentes pontos do mundo. O pontíficeclamou contra a indiferença ante "omassacre inútil" das guerras durante a homiliaque pronunciou no cemitério militar deFogliano Redipuglia, onde compareceu parahomenagear os mortos da Primeira GuerraMundial no centenário da contenda e asvítimas de todos os conflitos bélicos.

A informação é publicada por El País,13-09-2014.

"Hoje, depois do segundo fracasso deuma guerra mundial, talvez se possa falarde uma terceira guerra combatida empartes, com crimes, massacres,destruições", afirmou. Francisco indicouque a guerra é "uma loucura" que crescedestruindo e transtornando tudo, até arelação entre irmãos e "o mais belo queDeus criou", o ser humano.

Também lamentou a quantidade devítimas desses conflitos porque "nasombra" convergem "interesses, estratégiasgeopolíticas e ambição por dinheiro epoder", que frequentemente encontramjustificação na ideologia. Concretamente,criticou a indústria de armamentos -"queparece ser tão importante"-, quedenominou, junto aos outros fatores, de

"panificadores do terror" e de"organizadores do desencontro".

O Papa também fez um discurso contraa indiferença a esse cenário de conflitos epediu uma reação contra o belicismoporque "a humanidade tem necessidade dechorar, e esta é a hora do pranto". No maiormonumento militar italiano dedicado aossoldados mortos na Primeira GuerraMundial, o Papa repetiu em várias ocasiõesa frase "não me importo" para denunciar aindiferença às guerras.

Fogliano Redipuglia é uma localidadedo nordeste da Itália, próxima da fronteiracom a Eslovênia, palco de uma das frentesde batalha mais encarniçadas da PrimeiraGuerra Mundial. Nesse município há doiscemitérios nos quais jazem combatentes doimpério austro-húngaro e da Itália.

A intenção do Papa foi invocar a paz eorar pelos mortos em todos os conflitosbélicos, razão pela qual, de maneirasimbólica, compareceu, em uma visitapastoral de apenas cinco horas, aos doiscampos-santos para honrar os caídos detodos os lados.

No cemitério de Redipuglia celebrou umamissa em uma colossal escadaria de pedracoroada por três cruzes, cuja construção foiordenada por Benito Mussolini em 1938 eque hoje em dia é o maior monumento aosmortos de guerra de todo o país.

Jornal El País

LIVRO: O QUE É O DESTINO? ELE EXISTE?Estas são questões que acompanham

todo o desenrolar da obra.Para respondê-las, o autor - Antonio

Bonifácio R. de Sousa - defende aexistência de uma forma de destinoestruturalmente presente na história denossas vidas, composta por elementos quepodem se submeter, ou não, às nossasprevisões, prevenções e decisões, tais comoas fatalidades, a sorte, o azar, as graçashumana e divina, as oportunidades, etc.;através das narrativas autobiográficas, estesfatores são explicados, analisados eilustrados.

Em meio a tantos dilemas naturais, osleitores são incentivados a discernir sobrequal o melhor caminho para que possamconduzir, a bom termo, seus projetos devida.

O Destino & Eu segue,simultaneamente, as formas literáriasteórico-reflexiva, autobiográfica eorientação de vida.

"O Destino & Eu não é mera biografia,

não é mera reflexão abstrata sobre umainterrogação de fundo no que se refere aoandar de nossa vida pessoal ou mesmosocial". O Destino & Eu é uma obra, aomesmo tempo, provocante e enriquecedorapara quem a lê (...) "(Frei Antonio Moser,OFM)".

Informações e vendas:1. Diretamente com o autor, através dos

e-mails [email protected]@gmail.com

2. No site www.lojasingular.com.br, dogrupo Ediouro.

3. Nos sites das livrarias Saraiva,Cultura e Travessa.

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Jornal RUMOS

3Jornal RUMOSEdição 237

PÁGINA DOS LEITORES

Acesse o site

www.padrescasados.org

Caro amigo Giba, saúde e paz!Agradeço o envio "Jornal Rumos",

como sempre muito interessante.Referente ao artigo sobre "Eutanásia"

expresseiminha opinião anos passados no"Incentivo Cultural" cujo artigo vai emanexo.

Giuseppe [email protected]

Fiquei muito contente em ver as fotossuas e de Aglésia. Parabéns pela publicaçãoe sucesso na luta.Um abraço.

João [email protected]

Meu bom e incansável amigo Giba, sóagora pela manhã pude ver o jornal Rumos,dei uma olhada nas manchetes, está, comosempre, maravilhoso.Abraço

Antonio Evangelista [email protected]

Quero parabenizar a todos oscolaboradores desta edição. Grande abraço

Sálvio [email protected]

Que grata surpresa! São vários os artigosdo Padre Marcos Bach no Jornal Rumos.Ainda hoje de manhã na Espiritualidadesemanal comunitária o Coordenador meperguntou sobre a experiência de vida quetive ao acompanhar por 37 anos o PadreMarcos na sua jornada quando descartadocomo inútil. Apenas respondi que foigratificante e que foi uma missão queassumi juntamente com ele, assim comooutras tantas pessoas que se comprometemcom uma causa por toda vida! Abração!

Maria Célia [email protected]

Olá, querido amigo!Muito obrigadapelo carinho e lembrança. Abraços,

Cristiane Vicari - Le [email protected]

Parabéns pelo jornal e pela dedicaçãode mestre.

Edson [email protected]

Caro Giba, muito obrigado pelo enviodo jornal.

Sem menosprezar os númerosanteriores, gostei bastante da edição atualde Rumos.

Artigos excelentes, principalmente osque tratam diretamente do celibato. Detodas as notícias publicadas, destaco alúcida entrevista com o ex-Prior doMosteiro Cisterciense de Claraval, emMilão na Itália, Alberto Stucchi, que bemdefiniu o paradoxo que é "ter que renunciarao amor para conservar licença necessáriapara pregar o amor". Como ele, muitospadres casados sentem o casamento comoa abertura de um novo caminho, ondeninguém precisa se arrepender de nada.Outro ponto, que acabo de constatar comum jovem padre que está deixando oministério e que me procurourecentemente, é a falta de apoio dos colegaspadres da ativa. Lamentável mesmo saberque "os piores conselhos que ouviu" foram

dados no Mosteiro. Um abraço,Félix Filho

[email protected]

Amigo Giba, muito obrigado, valeu.Terminei de ler o novíssimo RUMOS, umamaravilha, gostei mesmo.

Fico feliz com a notícia de que o nossoXX encontro MFPC está tudo nos trinks,estava com medo que estivesseembaralhado o meio de campo, mas percebique nossa caríssima D. Aglésia é mulherpotência, mais que as bispas da Anglicana(do Reino Unido). Que beleza, já vou fazerminhas reservas. Grande abraço,

Mons. Caetano - [email protected]

Olá Gilberto. Recebi com muita alegriao Jornal Rumos que tem muitas matériasinteressantes sobre a vida dos padrescasados. Realmente é um veiculo decomunicação do grupo. Parabéns peloconteúdo e a forma do Jornal.

Quanto ao XX Congresso pretendemosestar presentes.

Aproveito a oportunidade para solicitarque você divulgue no próximo numeroinformações sobre o meu mais recentelivro O Destino & Eu. Creio que é uma obrade interesse para as famílias dos padrescasados. No momento lhe envio o releasedo mesmo. Em breve estarei promovendoo lançamento oficial no Rio de Janeiro.

Desde já agradeço a divulgação.Bonifácio e Angelina

Antonio Bonifácio Rodrigues de [email protected]

Calorosos parabéns ao líder das ediçõesdo Jornal Rumos, que não desanima, queconsegue novas assinaturas. Colegas doclero e leigos gostaram muito da últimaedição. Excelente a figura do PapaFrancisco com sua simplicidadeevangélica.

Se há gente capaz de se expressar sobreas mudanças que ocorrem debaixo paracima, na Igreja católica e no mundo atual,são vocês do Movimento do Jornal Rumos!

Consigo mais um assinante: meucunhado Odacir Bono, de Farroupilha RS.

Padre emérito Mariano CallegariCaxias do Sul RS

OBS: Mande-me os endereços doOdacir Bono e do Ivano Salvatti. E menosfotos. Giba editor

Aquela gata com um bichano no peito éa super gatona PP...

Cuida-te, Giba, colocar a moça no

jornal... AbraçosHercilio Rohrbacher

[email protected]

Bom dia queridos Gilberto e Aglésia.Obrigado por enviar o jornal. Gostei muito.Grandes matérias. Ainda acho as mulheresdos padres muito tímidas. Afinal, padrescasados com quem? Relatos da vida real,testemunhos,o que fazem além de seremmulheres de padres, enfim o outro lado damoeda... Um abração! Saudades!

Celeste [email protected]

Congratulo-me pela edição do jornalRumos.

Li-o todo e achei muito interessante einstrutivo. Abraços.

Maria Olivia Brito [email protected]

Obrigada, cunhado.Vi Aglésia, no jornal, linda tua femina.

AbreijosBernizzeth Zorthea

[email protected]

Olá, amigo Giba! Muito obrigado peloenvio do Jornal Rumos.

Gostei muito do conteúdo do jornal236.Será sempre muito bem recebido.

Abraços meu e de Sônia para você eDona Aglésia, que, diante da foto que vimosno jornal, parece que rejuvenesceu, ficou"mais nova".Parabéns a ela!

Ógui L. [email protected]

Mi apreciado y recordado HermanoGilberto: recibe los saludos masafectuosos y sinceros desde aquí elEcuador .Comparte con tu digna familiay todos los compañeros-amigos que nosconocen .Me dá mucha alegría recibir losmensajes que ustedes nos envían .personalmente me dá vida y esperanza deun futuro cercano de unnuevodía delahumanidad. El próximo miércoles quenos reunimos en Quito el GrupoYaguarcocha , les informaré de estasnoticias halagadoras . Espero que MarioMullo nuestro portavoz ya dará sumensaje también a Gilberto y a todosnuestro hermanos del Brasil. Con unabrazo de fraternidad Tu hermano que lesrecuerdad mucho

Pacolino Oswaldo [email protected]

Beto, bem interessante seu Jornal, creioque é por aí que vocês devem levar a luta(padres solteiros e casados - mulheressacerdotisas). Porém, a situação de vocêse o machismo de nossa querida Igreja sóvão mudar quando mudar toda esta geração,e olhe lá, pois os novos também entram naforma pré-estabelecida...

Será que nosso Mestre não quer colocaro seu DEDO em tudo isso?

Vamos sempre pedir que nossa fé nãoesmoreça. Abraços para você e a Aglésia.

Irmã Maria Adelina [email protected]

Agradeço o RUMOS por e-mail

enviado, e fui lendo o jornal a despacito ecom curiosidade, bem escrito, sendo assimquando puder e quiser envie, lerei comcarinho. Vai um forte e fraternal abraço.

Paulo [email protected]

Graças a Deus estou muito bem. O povode Cornélio Procópio PR, para aonde fuitransferido neste ano, é muito receptivo.Às vezes, fico com medo de nãocorresponder às expectativas.

Continuo recebendo o Jornal Rumos.Como sempre, cheio de informaçõesinteressantes.

Um grande abraço.Dom Manoel (Maneca)

[email protected]

Abri há pouco, minha caixa de e-mails,e me vi agraciada com a nova edição doJornal Rumos.

Tenho que aguardar o fim de semana,para me absorver por inteira, na leitura deRumos, sem preocupações outras a meexigirem desvio de atenção. Antevi asmanchetes, e mais ávida fiquei por ler osartigos. Obrigada. Muito!

Bernadete Crecencio [email protected]

Quanto ao Rumos, novamente, muitoboa impressão, inclusive pela insistênciaem determinados assuntos: água mole empedra dura... Gostei muito da foto daAglésia dando mamadeira para o gatinho!

Ney [email protected]

Para o Colega Giba o meu muitoobrigado para ter-me enviado o n°236 doJORNAL RUMOS. Irei mostrar também aoscolegas italianos, muito vagabundos epreguiçosos!

E' pena que não vai dar para participarao XX encontro.

Saudações e um forte abraço para todosos Colegas Brasileiros.

Orlando Testi - Cesèna - [email protected]

Prezado Giba: Aceite um abraço cordial.Faz dois meses escrevi a seguinteComunicação, porém, não sei se foirecebida.

Acabo de receber o Jornal RUMOS Nº236, minha mulher também, pode ser paraa Associação, uma despesa desnecessária,devido à defeituosa comunicação, na erada comunicação.

Fico grato. Saudações fraternas.Calderón

Prezado Enoch: Estou enviando aanuidade do ano 2013 e de 2014. Com oseguinte recibo:

ASSOCIAÇÃO RUMOS AGÊNCIA:3515-7CONTA: 13.786-3

VALOR TOTAL: 300,00Peço, por favor, dar-me um toque para

saber se a contribuição foi recebida. O anoretrasado, pedi um toque mas não recebiresposta.

Fico muito agradecido. Um abraço.Germán Calderón Calderón

[email protected]

Page 4: PÁGINA DOS LEITORES … · 2 Jornal RUMOS Jornal RUMOS Edição 237 EDITORIAL Esta 237ª edição tem várias características bem significativas. A primeira: abrange os meses de

4 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 237

DEBATE DA CNBB VAI FOCAR TEMAS SOCIAIS

NOSSA RELAÇÃO COM A TERRANão estamos apenas na

Terra; somos a Terra.Temos uma íntima

relação com a Terra e, junto atodos os organismos vivos,pertencemos a um mesmo plano.Não por acaso, há um mesmoalfabeto básico em todos, dasamebas aos vírus, dos peixes aospássaros, dos animais aoshumanos, todos somos formadospor 20 aminoácidos e 4 ácidosnucleicos (adenina, guanina,timina e citosina); ocorre apenasuma diferença de combinação desílabas desse alfabeto.

Nossa relação com a Terraestá implícita na convivênciapeculiar com a biodiversidade.Convivemos de perto com as maisdiversas formas de biodiversidadede vírus, bactérias, protistas,plantas e animais.

Nosso corpo mantém mais de100 trilhões de célulascompartilhando átomos com tudoo que está ao nosso redor,enaltecendo a exuberância da vida.Somos todos, em outras palavras,parte do universo; é por isso quenão estamos apenas na Terra, massomos a Terra, em plenitude.

Nossa íntima relação com abiodiversidade mostra que, nãopor mero acaso, no corpo de cadaser humano há mais ou menos71% de água (a mesma

porcentagem que há no PlanetaTerra), nossa taxa de salinizaçãodo sangue (3,4%) é a mesma dosmares.

Simplesmente, 60% do nossocorpo é oxigênio. Se incluirmoso carbono, hidrogênio enitrogênio existentes no nossocorpo, temos então 95% da massatotal do ser humano. De 92elementos químicos existentes nanatureza, 17 deles regulam todoo processo da vida.

É com essa rica demonstraçãoda natureza que convivemos deperto. Leonardo Boff, em "AOpção Terra" (ed. Record, 2009,222 págs.) relata que, segundosestudos, calcula-se que haja 5.000tipos de bactérias, 100 milespécies de fungos, 300 milespécies de árvores, 850 milespécies de insetos.

É procurando preservar essahistória riquíssima da natureza quea busca pela sustentabilidade seapresenta como oportuna eimprescindível para a promoçãoe devolução do equilíbrio à Terrae aos ecossistemas para que omeio ambiente possa continuarsendo habitável.

Cabe ainda indagar: mas porque essa preocupação em atingira sustentabilidade? Porque omodo de produção atual,embasado na mais absoluta

"necessidade artificial" e, porisso, capaz de aumentar mais emais a produção de bens eserviços à disposição dos povos,tem explorado e destruído as basesnaturais, o patrimônio ecológicoe os recursos da natureza do quala produção física de mercadoriasé altamente dependente,colocando em risco as condiçõesde vida. Se parássemos agora,nesse exato momento, com todoo processo de produção econsumo, a Terra precisaria de milanos para recuperar-se doestresse causado pela formahumana de agir.

O efeito mais lamentável dessemodo de produzir, que destróisobremaneira a natureza, é adiminuição acentuada das diversasformas de vida, ou seja, dabiodiversidade que começamos afalar no início deste artigo.

Por conta de umasuperprodução de mercadorias, osistema atual de produçãocapitalista já destruiu 15 dos 24serviços ambientais essenciaispara a manutenção da vida, comoa regulação dos climas, os solos,os oceanos, a polinização etc., eestá pondo em curso a defaunação(um planeta sem animais).

Apenas para termos uma ideiaglobal dessa destruição dosecossistemas, ou seja, dos

principais serviços ambientais, aOrganização das Nações Unidas(ONU), declara, a partir deestudos feitos, que até 2048 nãomais poderemos tirar qualqueralimento dos oceanos, pois aextração de peixes tem sido muitomaior que a capacidade dereposição.

Não se pode perder de vistaque somos dependentes do meioambiente. Sem meio ambiente nãohá produção de absolutamentenada. Tudo vem do meioambiente. Qualquer produto quese queira produzir tem umcomponente da natureza "incutido"nele, incluindo a energia. É poressa questão que, quanto mais seproduz, mais se esgota osrecursos da natureza e mais sepolui o meio ambiente, ferindo

Gaia, o nome dado pelos gregosao planeta Terra.

Quanto mais se queimamcombustíveis fósseis (petróleo,gás, carvão), mais se emitedióxido de carbono e mais seaquece o planeta. É isso, nocômputo geral, que seconvenciona chamar de efeitoestufa.

É por isso que se devediminuir o ritmo de produçãoeconômica mundial. É por issoque a busca da sustentabilidade sefaz importante, tendo em contaque essa prática requer níveis deprodução em menor escala para,com isso, promover a preservaçãodo meio ambiente; para oferecerentão equilíbrio à Terra.

Marcus Eduardo de [email protected]

A Conferência Nacionaldos Bispos no Brasil(CNBB) reúne na terça-

feira os candidatos à Presidênciapara um debate com foco nopúblico católico. O evento, quecomeça às 21h30, está sendoorganizado pela TV Aparecida edeverá ser transmitido tambémpor outras oito TVs católicas, 230rádios e por sites ligados à Igreja.A lei do aborto estará entre osquestionamentos aos candidatos,que vão tratar também de temascomo saúde, educação, habitação,além da reforma agrária e dareforma política, informa aassessoria do evento.

Os presidenciáveis irão aAparecida (SP) , a 168quilômetros de São Paulo, quesedia a Basílica Nacional. Odebate ocorre no Centro deEventos Padre Vítor Coelho deAlmeida, ao lado do Santuário.

Estão confirmados oscandidatos Dilma Rousseff(PT), Marina Silva (PSB), AécioNeves (PSDB), Luciana Genro(PSOL), Levy Fidelix (PRTB),Eduardo Jorge (PV), PastorEveraldo (PSC) e Eymael(PSDC). Pela legislação, podemcomparecer a debates, sabatinas

e entrevistas candidatos quetenham representação naCâmara dos Deputados, o quenão é o caso de Eymael. O únicodeputado do PSDC não está noexercício do mandato. Aassessoria jurídica do debateentendeu que, quando a lei 9504/97 foi aprovada, o PRTB nãotinha representação e poderiaficar impedido de participar detodos os debates. Segundo aassessoria do evento, aorganização decidiu aceitar apresença dos dois.

No debate da CNBB de 2010participaram Dilma, Marina(então PV), José Serra (PSDB)e Plínio de Arruda Sampaio(PSOL). Foi realizado em meioà polêmica sobre aborto ecasamento gay entre a petista eo tucano. No evento, Marinadisse que é contrária ao abortoe defendeu a realização de umplebiscito sobre o assunto.Dilma também afirmou que écontrária ao aborto e que, sefosse eleita presidente,protegeria as mulheres que usam

métodos bárbaros para acontracepção.

O debate desta eleição teráduração de duas horas e seráaberto pelo presidente daCNBB, domRaymundoDamasceno, que fará a primeirapergunta do primeiro blocodirigida a todos os candidatos.Cada um terá dois minutos paraa resposta. No segundo bloco,os candidatos vão responder aperguntas dos bispos indicadospela CNBB. No terceiro bloco,os candidatos irão responder a

perguntas de jornalistas dasmídias católicas. O quarto blocoserá de embate entre oscandidatos e o último serádedicado às consideraçõesfinais. O programa, commediação do jornalista RodolfoGamberini, deve se encerrar às23h30.

Em Aparecida, o auditórioem que se realizará o debate temcapacidade para 8 mil pessoas,mas a lotação será inferior.Terão assento os convidados doscandidatos e os mais de 300bispos da CNBB, mas nem todosdevem comparecer, pordificuldades de transporte,segundo a assessoria. Foidiscutida a presença de público,mas não houve aprovação pelascampanhas.

Carmen MunariJornal Valor

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Jornal RUMOS

5Jornal RUMOSEdição 237

TEÓLOGOS DEFENDEM REFORMA 'FEITA DE BAIXO' EMAIOR PROTAGONISMO DAS MULHERES NA IGREJA

REFLEXÕES SOBRE A MORTE

Uma reforma da Igreja Católica comvistas a superar discriminações,exclusões por razões de gênero,

religião, cultura, etnia, classe social,orientação e opção sexual, procedênciageográfica e relações de casais; que crieuma comunidade acolhedora, solidária esamaritana, onde caibam todas e todos.Estas são as propostas dos teólogosreunidos no 34° Congresso de Teologia,realizado de 04 a 07 de setembro, emMadrid, capital da Espanha, com o tema"A reforma da Igreja a partir da opçãopelos pobres".

O evento reuniu pessoas de diversospaíses e continentes, culturas e religiões,que construíram uma reflexão conjunta eexperienciaram uma convivência fraterno-sororal, diálogo e troca de ideias. Nodocumento final do Congresso, acomunidade participante aponta caminhospara uma renovação da instituição religiosa,a partir da seguinte indagação: "Jesusfundou a Igreja?". "A resposta é que iniciou

uma comunidade de iguais, um movimentode homens e de mulheres, que oacompanharam e se comprometeram naconstrução do Reino de Deus como BoaNotícia para os Empobrecidos", expõe odocumento.

Esse movimento, destaca o documento,continuou em comunidades cristãs comresponsabilidades compartilhadas e especialprotagonismo das mulheres. Eram elas quetomavam as decisões com a deliberação detodos os membros e se tinha como ideal acomunidade de bens. "Com o passar dotempo, esse ideal foi desfigurando-se atédesembocar em uma Igreja aliada ao poder,clerical, piramidal e patriarcal, emborahouvesse sempre coletivos que trabalharampela reforma e o retorno ao idealevangélico de vida", aponta.

A reforma da Igreja seria uma respostaaos desafios do nosso tempo, requerendoa prática da democracia, o reconhecimentoe exercício dos direitos humanos, entreestes os direitos sexuais e reprodutivos.

Indica como primordial também a retomadade um governo sinodal, vigente durante osprimeiros 10 séculos do Cristianismo, coma participação da comunidade laica, que é abase da Igreja.Atuações no compromisso com osvulneráveis

Esses princípios, de acordo com odocumento final do Congresso, seriamtraduzidos no respeito à laicidade, na críticado poder e no compromisso com os setoresmais vulneráveis. Seria convertido ainda nadenúncia do neoliberalismo, que o PapaFrancisco tem qualificado de "injusto emsua raiz" e que fomenta uma economia deexclusão, uma globalização da indiferença,uma nova idolatria do dinheiro, um meioambiente indefeso diante dos interesses domercado divinizado, além de umaincapacidade para compadecer-se diantedos clamores dos outros.

Soma-se a isso o apoio a alternativaspolíticas e econômicas propostas pelosfóruns sociais. "A reforma tem de ser

feita desde baixo, desde a base social eeclesial, e exige uma nova localização:situar-se no lugar e ao lado dos excluídosdo sistema, que são escandalosamentemaioria na população mundial e que estãocrescendo por razão da crise. Requer, damesma maneira, um horizonte que aoriente: a Igreja dos pobres, e umprincípio ético-evangélico a seguir: aopção pelos pobres", aponta.

O 34° Congresso de Teologia reuniuopiniões, testemunhos e interpelações dasigrejas do Polo Sul mundial, sobretudo asprocedentes da África e da América Latina,que refletem sua riqueza cultural, seupotencial libertador e suas propostas dereforma. Essa escuta, para a organização doCongresso, implica numa mudança namaneira de pensar, de viver, de produzir, derelacionar-se o Norte com o Sul do planeta,criando uma relação não opressora e nãocolonizadora, mas de cooperação mútua.

Marcela BelchiorAdital

Não é de nossa cultura querer pensarsobre a morte. Ainda assim, einvoluntariamente, me vi empurrado

ao tema nas duas últimas semanas. Desdeuma viagem ministerial à RepúblicaDominicana e depois à Venezuela, quandoouvia de longe sobre a piora de saúde deminha avó, que ao final levaria à sua partida,até voltar ao Brasil com o impacto darepentina morte de Eduardo Campos, o velhoespectro do inimigo final rondou minhacabeça e coração.

Começou em Dominicana ao descobrirque dormíamos ao lado de um cemitériorural. Nossos silenciosos vizinhos nosfaziam lembrar de nossa finitude. De algumamaneira enriqueciam o nosso tempo deformação para estudantes líderes dos paísesdo Caribe (desses movimentos pertencentesà CIEE/IFES, a Comunidade Internacionalde Estudantes Evangélicos), com o sentidode urgência na vida e na missão. O nossotema contrastava com a realidade ao lado:"semeando vida, colhendo esperança".

Depois veio a visita à 'Cueva de lasMaravillas' (Caverna das Maravilhas). O quemais me impressionava ali não eram osmorcegos voando sobre as nossas cabeças,mas sim as cerca de 500 pinturas em suasparedes. Rabiscadas pelos antepassados doshabitantes dessas ilhas, há milhares deanos, possivelmente retratavam algum ritualpelo qual passavam os jovens guerreiros oucaçadores de seu tempo. Só podemosconjecturar sobre o seu real significado,mas a repetição da representação do deusda morte em alguns setores da caverna mechamava a atenção.

Ela estava ali, quando o caminho seestreitava, e antes da caverna abrir-se demodo surpreendente em um amplo emagnífico salão. Seria possível queretratassem a paz e o desfrute que

experimentam aqueles que se libertam dotemor à morte? Para que assim pudessemenfrentar bem, sem medo, os desafios davida? No final da caverna, quando acabava asequência das pinturas, outra vez apareciaali o tal deus da morte. De novoconjecturava se o dito cujo aparecia ali paradeixar claro que esse seria o últimoinimigo por enfrentar. Eu quase podia ouvira voz das pinturas que me arguia: "O quevencerá a morte?".

Poucos dias depois já estava na Venezuela,para o acampamento nacional do movimentoestudantil cristão (MUEVE). Dessa vez mecabia dar estudos sobre o tema da "integridade:expressão radical do cristão". O assunto noslevava a discussões nem sempre fáceis sobreas esperanças e as desilusões na históriarecente, em meio a opiniões bem polarizadasentre os que apoiam e os que execram osgovernantes do momento. Passeando peloNovo Testamento (Paulo e Tiago) e pelo livrode Salmos (37 e 82), vimos que osgovernantes, seja à direita ou à esquerda, vêm

e vão (a morte é a única certeza para eles),mas o Reino de justiça para o necessitado e oaflito é essa esperança que segue avançandona agenda de Deus e do seu povo.

Enquanto isso também avançava, parapior, o estado de saúde de minha avó. Seunome (Divina) me ajudava de algumamaneira curiosa a continuar confiando emDeus e em seus propósitos. A notícia desua partida chegou justo após minhaexposição sobre a necessidade de que nãoandemos sozinhos na vida e no ministério.Claro, para mim ficava a dor de que DonaDivina não mais andaria conosco por aqui.Para todos nós também ressoava amensagem de que o caminho da integridaderequer um contexto de comunidade, deequipe, de pessoas referentes em nossacaminhada, que sempre nos ajudam com asperguntas mais difíceis. Precisamosdesesperadamente desse tipo de amigos nocaminho que nos confrontam e nosquestionam. Bajuladores são supérfluos(até mesmo perigosos), já os amigos

honestos são um tesouro necessário.Cheguei ao Brasil tarde para o enterro

da vó, e cedo para o choque da partida súbitade Eduardo Campos. Outra vez a morte.Para mim, mas especialmente para a suafamília, outra vez aquele inimigo que dessavez parecia haver chegado antes da hora.Depois, também me atordoava ler reaçõese discussões vindas de alguns grupos quepareciam pensar mais em seus própriosinteresses do que no bem do país, maissobre de que maneira poderiam ter algumbenefício particular (ou partidário) do queno interesse público de todos e em especialdos mais afligidos entre nós.

Antes da morte, essa que um dia todosiremos enfrentar e para a qual os animo quea encontrem na perspectiva da paz e daesperança no Senhor da história, temosoutros inimigos por enfrentar. No queconcerne à vida pública e política dessepaís, espero que aprendamos que vale maisa agenda de justiça que está no coração deDeus do que nossos próprios interessesmesquinhos. Que aprendamos a nãocaminhar sozinhos, a ser mais maduros nosdiálogos, nas divergências, e quebusquemos o melhor em especial paraquem mais necessita, mesmo que issosignifique que não priorizaremos asagendas de nossos próprios interesses,aquelas do "para mim primeiro".

Quanto a ela, a morte, não sei quando essame encontrará, e em verdade não me importoporque não a temo. Mas antes que ela chegueanelo ver um país melhor, com mais sinaisevidentes do Reino em nosso meio. E você?De minha parte espero que a perspectiva denossa finitude na terra seja capaz de nos ensinaralgo, ou ao menos de catalisar a aprendizageme a humildade que tanto necessitamos.

Ricardo W. M. BorgesRevista Ultimato

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Jornal RUMOS

Edição 237

assunto. Diz-se: temos de evitar os bairros perigososassegurar a segurança de nossos apartamentos. É fácilgritar 'Ladrão fora! Marginal na cadeia!', mas é difícilperceber por que ele é ladrão ou marginal. É fácil dizer:'Nós estamos certos e os bandidos estão errados'. Mas ésimples assim?

Quando dou de comer a um pobre, me chamam de santo.Quando pergunto por que ele é pobre, me chamam de

comunista.

Frases inquietantes com essa (talvez a mais famosa deHelder Câmara) têm de ser colocadas para que não se caiana espiral da violência. Por que todos querem paz e sósurge guerra? É difícil enxergar, pois a violênciainstitucional só muito raramente se apresenta com suaverdadeira face. Ela costuma andar sempre mascarada,veste roupas bonitas e decentes, fala palavras tãocomplicadas que a maioria de nós nem percebe de que seestá falando, Já percebeu que o noticiário na TV nuncaexplica a causa de acontecimentos trágicos, guerras,bombardeamentos? Ele informa, por exemplo, que oHamas lançou foguetes sobre Israel e, é claro, que Israelrespondeu para se defender. Hamas é terrorismo e lutarcontra o Hamas é lutar contra o terrorismo. Assim Israelse defende. Mas a TV não explica que, em 1948, tanquesamericanos passaram por cima das casas dos pais e avósdos que hoje lutam no Hamas. A violência n. 1 ficaescondida. Na própria manhã dos atentados de 11/11/01em Nova Iorque, por exemplo, o Presidente americanoBush telefonou a Kissinger: 'O que digo?'. E Kissingerimediatamente respondeu: 'War on Terror'. Guerra contrao terror. E assim, o termo terrorismo entrou novocabulário dos noticiários, substituindo o termocomunismo. Quem não está conosco é terrorista.Antigamente era comunista. Com isso, não chegaremosnunca a compreender o que acontece na realidade. Osgrandes meios de comunicação (revistas, TV) apresentama ideia que o estado de paz é o estado normal da vida,enquanto a violência é esporádica, irregular, e deve serreprimida. Todos querem restituir a paz e sempre surge aguerra. Diz-se 'se você quer a paz, prepare a guerra'. Háenorme arsenal de palavras a serviço dessa tese.

A violência n. 2. Se a violência n. 1 gosta do segredo, aviolência n. 2 enche os manchetes a cada dia. Ela tem muitosnomes: revolução, revolta, passeata, ocupação de rua,bandidagem, terrorismo, vandalismo. Multiplicam-se aspalavras ao infinito, mas não se explicam as razões. Fala-seem Primavera árabe, Indignados, Occupy Wall Street, Junho2013 no Brasil, Black Block etc. No momento em que essaviolência de rua revela elementos da violência n. 1, as câmarasda TV desviam o foco com pudor, como se fossemobscenidades que não podem ser mostradas. Assim aconteceuem junho 2013 quando os manifestantes quebraram os vidrosde uma instalação da TV Globo ou quando apareceu na telaum cartaz com os dizeres 'Os banqueiros são bandidos'. Acâmara da TV da grande mídia mudou logo de foco, comoestivesse registrando uma mulher nua.

* Violência n. 3. A terceira violência, repressiva, quederiva das duas anteriores, enche igualmente o noticiáriodiário. Os jornais têm uma página policial, as rádios e aTV relatam diariamente casos de polícia. A violênciarepressiva, exercida pela polícia e pelos militares, éviolência n. 3. É por isso que Helder Câmara nunca

No momento em que os Estados Unidos voltam ausar a violência para manter seu poder mundial ecom isso arriscam pôr em perigo o próprio

princípio da democracia, vale a pena recordar como HelderCâmara, que viveu numa época particularmente violentada história do Brasil (entre 1964 e 1984), refletiu sobre aviolência. A profundidade da reflexão do bispo de Recifenão tem seu igual em muitos comentários que hoje sefazem acerca da violência.As vigílias.

Penso que Helder assimilava e aprofundava ascontrovérsias, hostilidades, ameaças e intrigas em tornode sua pessoa em suas vigílias noturnas. Um compromissocom Deus, assumido desde seminarista no Seminário daPrainha em Fortaleza: acordar cada noite a 2 horas demadrugada e ficar uma hora em oração e reflexão. Elefalava pouco dessas vigílias, só com amigos íntimos comoSebastião Armando e Marcelo Barros. Mesmo assim, essasvigílias foram importantes na vida do bispo, pois lhe deramuma visão mais profunda acerca do que se estava passandocom ele. Eram ao mesmo tempo momentos místicos deoração e oportunidade para reflexões mais profundas doque estava acontecendo. Ele dizia: os dias são de dispersão,as noites de concentração.A Espiral da violência

O sofrimento causado pela perseguição por parte dogoverno militar e particularmente pelo assassinato de umjovem colaborador seu, o Padre Henrique, em 1969,resultaram numa análise da violência no mundo em quevivemos que, penso eu, não foi superado até hoje, após 44anos. Em 1970, Helder Câmara publicou, por instigaçãodo jornalista francês José de Broucker, o livro 'La Spiralede la Violence', lançado na França e traduzido em diversaslínguas. Nunca consegui esse livro em português e pensoque o governo militar fez o possível e o impossível paraimpedir sua publicação em língua portuguesa. Há umhistoriador americano, Horsley, que usa o esquema deHelder para interpretar os primeiros anos do cristianismo,pois esse livro contém na realidade uma filosofia dahistória que pode ser aplicada a muitos casos.

Há três violências: (1) a institucional, que normalmentepermanece oculta; (2) a revolucionária, muito comentada;(3) a repressiva, muito comentada também. Vou chamarrespectivamente de violência n. 1, 2 e 3. A ideia básica é:quando não se combate a violência n. 1, entra-seirremediavelmente numa espiral sem fim em que sesucedem, sem solução, as violências n. 2 e n. 3. Entra-senum círculo vicioso sem saída. A espiral roda o tempo todo,sem possibilidade de saída.

A violência n. 1 é institucional, o mais das vezesinvisível, camuflada, ou então universalmente aceita comoinevitável. Há a violência que você vê e a violência quevocê não vê. Os que praticam a violência n. 1 fazem tudopara que você não a perceba. Normalmente agem dentroda lei, ou seja, pressionam os que fazem as leis para quedeixem brechas. Aqui tem de se considerar que violêncianão é só tomar uma arma e atirar, mas pode assumir formasaparentemente pacíficas.

Só um exemplo: quando o papa, em 1452, pelo Tratadode Tordesilhas, dividiu o mundo entre espanhóis eportugueses, ele certamente não pensava em exercer umato de violência n. 1. Seu interesse era combater os turcos(islamitas) e ele não pensava acerca do que eventualmentepoderia acontecer com as populações dessas imensasterras 'nunca descobertas'. Na realidade, ele cometeu umato flagrante de violência n. 1, pois a invasão da Américaprovocou, embora de forma indireta, a morte de milhõesde seres humanos. Os portugueses sempre diziam queagiam dentro da lei divina, formulada pelo papa.

Por esse exemplo se vê que não é fácil descobrir aviolência n. 1. O bispo Helder tinha um programa de rádiochamado 'Um Olhar sobre a Cidade', em que ele ensinavaos ouvintes a enxergar a violência n. 1, o lado da sociedadeque não se revela. A manutenção da paz custa diariamentea vida de dezenas de pessoas em todas as grandes cidadesdo Brasil e isso é tão banal que a grande mídia nem fala do

HELDER CÂMARA E A VIOLÊNCIA.hostilizou os militares, mesmo depois do golpe de 1964.Ele sempre procurou manter um relacionamentorespeitoso com os militares, pois sabia que o exército,em 1964, praticou a violência n. 3 (a repressiva) e não n.1(a institucional). A causa de 1964 tem de ser procurado naameaça do comunismo? Ledo engano. Há de se cavar maispara descobrir a causa de 1964: a injustiçainstitucionalizada, a sociedade assentada sobre injustiça.Diversos colaboradores do bispo não entendiam por queHelder sempre foi cordial com os militares. Logo depoisdo golpe de 1964, ele fez questão de ir falar com CasteloBranco e esse disse: 'ódio traz ódio. Não resolve'. Sabemosque a polícia e o exército prestam um grande serviço àsociedade, mas ambos ficam dentro do círculo vicioso,não conseguem resolver o problema.A saída da espiral da violência.

No final do livro de 1970, Helder aponta para a saídada espiral da violência: a não violência ativa. É uma saídaque ele tem em comum com Gandhi, Mandela e MartinLuther King. Em resumo, a saída da espiral da violênciapostula duas posturas: (1) perdoar; (2) ser gente.

Perdoar. A saída radical da espiral da violência está noevangelho. No evangelho de Mateus, Jesus de Nazaré disseuma coisa que antes dele nunca se tinha dito neste planeta.Não estou exagerando. Certa feita (e aqui cito o evangelhode Mateus) 'Pedro pergunta: Senhor, quantas vezes devofechar os olhos diante de uma falha de meu irmão a meurespeito? Sete vezes? Jesus responde: Não digo sete vezes,mas setenta vezes sete vezes' (Mt 18, 22). Essas palavrassão de uma importância histórica fundamental, pois rompemo círculo vicioso da violência que prende a humanidadedesde tempos imemoráveis. O 'princípio do perdão' estáem vivo contraste com a antiga lei do 'olho por olho, dentepor dente', uma lei que já consta no código de Hamurabidos anos 1700 aC: quem ofende alguém merece o castigo.No século 6 aC, o filósofo grego Heráclito reforçou essalei através do 'princípio da guerra'. Ele afirma que a guerraestá na origem do progresso da humanidade. Jesus abre umaperspectiva totalmente nova para a humanidade, como bempercebeu Gandhi, que disse certa vez:

Olho por olho e a humanidade fica cega.Gandhi enuncia a seu modo o que Helder coloca na

'espiral da violência'. Não violência ativa não é passividade,pois perdoar não é nada fácil.

Ser gente. É preciso 'ser gente', abandonar as armas,namorar, formar uma nova nacionalidade, o que, de certaforma, está acontecendo no Brasil. Tanto Jesus de Nazarécomo Helder Câmara dizem que a solução aparentementeimpossível do perdão e do amor entre inimigos é a únicasolução realista, a única capaz de romper a espiral daviolência. O perdão setenta vezes sete vezes e o amor aoinimigo são os pontos culminantes da mensagem de Jesuse de Helder. Mas ambos bem compreendiam que essamensagem não é compreendida pela grande massa. Precisaconcentrar o esforças na formação de pequenos grupos.Depois de ter tido grande sucesso em conferências diantede grandes auditórios na Europa, nos Estados Unidos e noCanadá, Helder Câmara, por volta de 1975, se convenceuque o princípio da não violência ativa permaneceuincompreendido pela maioria. Ele, como Jesus, não queraplausos, quer ação. Doravante, ele se convence que é maisproveitoso trabalhar com pequenos grupos. E assim cria,com o espírito inovador que o caracteriza, a ideia deminorias abraâmicas. Abraão está na origem das trêsgrandes religiões que marcam a vida no Ocidente:cristianismo, judaísmo e islamismo. Mas o pensamentode Helder vai além e ele pensa em minorias atuando nobudismo, no hinduísmo, no espiritismo, no ateísmo, poronda existam pessoas interessadas nas questões queafligem a humanidade. São minorias de ação, não depalavra. Sempre mais, nos últimos anos de sua vida, Helderfala do espírito abraâmico e, no Recife, ele anima o'Encontro de Irmãos' na periferia da cidade. Mas comentarisso já ultrapassa o tema deste artigo.

Eduardo [email protected]

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O PAPA É "UM DOS POSSÍVEISALVOS DOS TERRORISTAS"

Se a vida é um dom de Deus,por que não aceitar apossibilidade de restituir

gentilmente o dom? Há muitotempo, esse é o assunto-chave daspessoas que pedem que selegalize a ajuda àqueles quequerem morrer, hoje possívelquase apenas na Suíça e naHolanda. Mas agora um dosmaiores teólogos católicos donosso tempo, o grande rebelde(mas exegeta do Papa Francisco)Hans Küng, à sua maneira, assumecomo próprio, em um livropublicado recentemente naAlemanha.

Glücklichsterben? ("Morrerfeliz?") é o título do volume de160 páginas, da editora PiperVerlag, ao qual o jornalSüddeutscheZeitung do dia 2 desetembro dedicou uma enormeresenha com chamada na capa.Uma tomada de posição destinadaa agitar as águas no grande debate- entre cristãos e não só - sobre otema sofrido da liceidade ou nãode escolher sozinho quandopassar da vida para a morte.

"Faz parte do meu modo de

HOJE É DIFÍCIL MORRER

''QUERO DECIDIR SOZINHO QUANDO E COMO MORRER''conceber a vida e está ligada àminha fé na Vida Eterna a escolhade não prolongar a minha vidaterrena por tempoindeterminado", escreve HansKüng no livro resenhado porMatthiasDrobinski, talvez o maisinfluente vaticanista alemão.

É a primeira vez que um grandeteólogo católico se expressar emfavor da "doce morte". ContinuaKüng: "Se e quando chegar a hora,eu gostaria de ter o direito, seainda puder fazê-lo, de decidircom a minha responsabilidadesobre o momento e o modo daminha morte". E depois: "Éconsequência do princípio dadignidade humana o princípio dodireito à autodeterminação,também para a última etapa, amorte. Do direito à vida, nãoderiva, em qualquer caso, o deverda vida ou o dever de continuarvivendo em todas ascircunstâncias. A ajuda a morrerdeve ser entendida como ajudaextrema a viver. Também nessetema não deveria reinar qualquerheteronomia, mas sim aautonomia da pessoa, que, para os

fiéis, tem o seu fundamento naTeonomia" (a decisão de Deus ouinspirada por ditames divinos).

Hans Küng, lembra o artigo,sofre do mal de Parkinson. Eleestá internado na Suíça, já deixouclaro que quer pôr fim à sua vidaquando foram perceptíveis ossintomas de degradaçãoespiritual e física grave. Hámuito tempo, ele é um membroda "Exit", a associação suíça,talvez a mais conhecidaorganização no mundo que ajudaaqueles que, por serem doentesincuráveis expostos àdegradação e declínio de todas asfaculdades físicas e mentais e asofrimentos insuportáveis,desejam ser ajudados a morrerem paz.

Já em 1994, o teólogo haviaenunciado o conceito de "morrercom dignidade". Duas trágicasexperiências, lembra o artigorepublicado por sites e agênciasde notícias do mundo global,marcaram a sua vida. Primeiro, amorte do seu irmão, que, aos 23anos, em 1955, foi morto por umtumor cerebral: mês após mês, o

atlético rapaz sofreu com a rápidadeterioração de todas asfaculdades mentais e físicas,passando pela crise funcionalterminal de todos os órgãos vitais,até morrer sufocado pela água quelhe subia dos pulmões.

Cinquenta anos depois, o seuamigo, o grande intelectual WalterJens, morreu de um processo dedemência. Experiências quemarcam e fazem refletir, aindamais se você acredita em Deus epassou a sua vida pedindo que omundo refletisse sobre o papel daIgreja, da vida, do Todo-Poderoso.

Nem sempre, lembra HansKüng no seu livro recém-lançado,os cristãos condenaram a escolha

de morrer. Em primeiro lugar, foiSanto Agostinho que condenou osuicídio, mas, durante aperseguição dos cristãos porobra do pagão e decadenteImpério Romano, quemacreditava em Cristo preferiamorrer a trair outros fiéis falandosob tortura. Por que, então, verno suicídio o caminho para oInferno? Por que não aceitar aajuda a quem quer morrer?

Bom seria liberalizar, sugereo livro, a atividade das associaçõesque ajudam a morrer, mesmoaceitando que o façam sobpagamento, assim como párocos,igrejas e autoridades cobrampelos funerais. Bom seria aceitarque as pessoas decididas a nãosuportar mais dores tremendas ea não continuar vivendo, possamdecidir de modo soberano.

Tese provocante. "Eu nãoquero exaltar o suicídio",especifica Küng. Mas, pelaprimeira vez, quem é a favor daajuda à doce morte por livreescolha tem um teólogocatólico do seu lado.

Hans Küng

Até mesmo o PapaFrancisco "podeconverter-se em

um alvo" do grupo extremoEstado Islâmico (ex-ISIS),afirmou no sábado, 13 desetembro, o embaixador doIraque na Santa Sé, HabeebAl Sadr. Em declarações aojornal Il Messaggero, que aspublicou em seu sítio dainternet no sábado, odiplomata deu a entenderque o que acontece no país,mostra, sem dúvida, queJorge Bergoglio "continuasendo um dos possíveisalvos dos terroristas de AlBagdadi", seu líder.

A reportagem estápublicada no El País, 13-09-2014. A tradução é deAndré Langer.

"O Estado Islâmico é

um câncer que se estendepor metástase, tem célulasenlouquecidas que tambémpodem afetar a parteexterna do Califado",indicou Al Sadr, com o queinsinuou que poderia havermilicianos jihadistasagindo em qualquer partedo mundo.

"O Papa é, com efeito,um alvo, pois a estratégia doEstado Islâmico centra-seem ataques de efeito namídia", ampliou odiplomata.

Dias atrás, o jornalitaliano Il Tempo, citandofontes militares europeias,publicou também queFrancisco está na mira deum atentado do EstadoIslâmico.

Aquele artigo, que

ocupou grande parte dacapa do jornal conservador,citou fontes de inteligênciaitalianas que consideramque a Itália é o "trampolim"dos jihadistas para entrar noOcidente, devido à entradade imigrantesindocumentados e àpresença de ex-veteranosde guerra italianos quelutaram com osmuçulmanos contra oExército sérvio na Bósniae que depois foramseduzidos pelo EstadoIslâmico.

O Il Tempo disse que oEstado Islâmico "tambémplaneja aumentar o nível deconfronto, atacando naEuropa e inclusive na Itália".

"Em particular, as fontesisraelenses acreditam quetambém está na mira dogrupo o Papa Francisco, omáximo expoente dareligião cristã, como'portador da falsa verdade',segundo as crenças dosjihadistas", escreveu.

Até o momento, oVaticano não se pronunciousobre essas versões quevoltam a colocar sob a lupaa segurança do PapaFrancisco.

Jornal El País

Meu primo, engenheiro, 44 anos,fazia parte de uma equipaespecializada de uma entidade

governamental. Um dia, findo o trabalho,resolveu, com outros colegas, ir divertir-se nokartódromo. Em má hora! Numamanobra errada, foi baterviolentamentecontra as guardas. Consequências: vômitos,sangue, mal-estar. Vendo-o assim, oscolegas correram com ele para um ProntoSocorro.Precisava ser operado comurgência, disseram, mas em outro hospital.Entretanto, os trâmites foram complicadose lentos. Assim, a cirurgia só teria inícioumas 22 horas após o acidente.

O acidentado tinha rompido a aorta ea operação durou sete horas. O cirurgiãoera um dos melhores da cidade. Tudocorreu bem. Mas, em casos como este,as esperanças são poucas, são poucos osque se salvam. Não obstante, o médicoassistente, pai do cirurgião, perante oauspicioso desenrolar da cirurgia,graçasà grande competência do filho, aodeixar a sala operatória, ufano, assim sedirigiu aos familiares do operado: "Hoje,realmente, é difícil morrer!" Era orgulhode pai, mas também do médico. Dados os

conhecimentos atuais e os meiosfarmacêuticos e tecnológicos ao dispor,o médico pode sentir-se um pequenodeus, senhor da vida e da morte.Mas omeu primo, infelizmente, morreu setedias depois. A natureza tem caminhosvários de se furtar à ciência.

Quase coincidência: dias depois, umcolega amigo, vítima de câncer,encontrava-se naUTI, em estado terminal.Mantinha os olhos abertos, o único meiode se comunicar com o mundo; tinha osbraços amarrados e o tubo orotraqueal nãolhe permitia uma única palavra;não podiafazer um sinal, não podia dizer uma palavrapara expressar um sentimento ou parapedir alívio para os seus sofrimentos. Paraquê essa tortura para lhe prolongar, emsuplício, mais alguns dias de vida? Valeriaa pena? Sim, para pagar caro os inúteisserviços da medicina.

Talvez o meu primo, sedado e todoentubado, se tenha dado conta disso. E, umdia, soergueu-seda cama e tentou livrar-sede toda aquela teia de aparelhagem onde ohaviam aprisionado. Mas foi em vão.

Luís [email protected]

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EU DOMADOR DE MIM

ENVELHECER

Ele já tinha todas as rugas do tempo,quando o encontrei pela primeiravez. Queixava-se de que tinha muito

o que fazer. Perguntei-lhe como erapossível que, em sua solidão, tivesse tantotrabalho...

- Tenho que domar dois falcões, treinarduas águias, manter quietos dois coelhos,vigiar uma serpente, carregar um asno edominar um leão! - disse ele.

- Não vejo nenhum animal perto dolocal onde o senhor vive. Onde eles estão?

Ele explicou:- Estes animais todos os homens têm!Os dois falcões se lançam sobre tudo o

que aparece, seja bom ou mau. Tenho quedomá-los para que se fixem sobre uma boapresa. São os meus OLHOS!

As duas águias ferem e destroçam comsuas garras. Tenho que treiná-las para quesejam úteis sem ferir. São as minhas MÃOS!

Os dois coelhos querem ir aonde lhesagradem. Fugindo dos demais e esquivando-se das dificuldades... Tenho que ensinar-lhes a ficarem quietos, mesmo que sejapenoso, problemático e desagradável. Sãoos meus PÉS!

O mais difícil é vigiar a serpente. Apesarde estar presa numa jaula de 32 barras, malse abre a jaula, está sempre pronta paramorder e envenenar os que a rodeiam. Senão a vigio de perto, causa danos. É a minhaLÍNGUA!

O asno é muito obstinado, não quercumprir com suas obrigações. Alega estarcansado e se recusa a transportar a cargade cada dia. É o meu CORPO!

Finalmente, preciso dominar o leão...Ele sempre quer ser o Rei, o maisimportante. É vaidoso e orgulhoso. É o meuCORAÇÃO!

Autor desconhecido

Não importa sua idade.Estamos envelhecendo.Não nos preocupemos!

De que adianta, é assim mesmo.Isso é um processo natural. É umalei do Universo conhecida comoa 2ª Lei da Termodinâmica ou Leida Entropia. Essa lei diz que: Aenergia de um corpo tende a sedegenerar e com isso a desordemdo sistema aumenta. Portanto,tudo que foi composto serádecomposto, tudo que foiconstruído será destruído, tudofoi feito para acabar.

Como fazemos parte douniverso, essa lei também operaem nós. Com o tempo, osmembros se enfraquecem, ossentidos se embotam. Sendoassim, relaxe e aproveite.Parafraseando Freud: "A morte éo alvo de tudo que vive". É isso queacontece a nós.

O conselho é: Viva! Façaapenas isso. Preocupe-se com umdia de cada vez. Como disse umdos meus amigos a sua esposa:"me use, estou acabando!". Hilário,porém realista.

Ficar velho e cheio de rugasé natural. Não queira ser jovemnovamente, você já foi. Pare deevocar lembranças de romancesmortos, vai se ferir com a dorque a si próprio inflige. Já viveuessa fase. Reconcilie com a suasituação e permita que o passadose torne passado. Esse é o pré-

requisito da felicidade. "Opassado é lenha calcinada. Ofuturo é o tempo que nos resta:finito, porém incerto", como jádizia Cícero. Abra mão daquelabeleza exuberante, da memóriainfalível, da ausência dabarriguinha, da vasta cabeleira edo alto desempenho, pra não setornar caricatura de si mesmo.Fazendo isso ganhará qualidadede vida. Querer reconquistaresse passado seria umretrocesso e o preço a ser pagoserá muito elevado. Serãomuitas plásticas, muitos riscose mesmo assim você verá quenão ficou como outrora. A florda idade ficou no pó da estrada.Então, para que se preocupar?!

Guarde os bisturis e toque a vida.Você sabe quem enche os

consultórios dos cirurgiõesplásticos? Os bonitos. Vocênunca me verá por lá. Para obonito, cada ruga que aparece éuma tragédia, para o feio ela éaté bem vinda, quem sabe podemelhorar, ele ainda alimenta umaesperança. Os feios são maisfelizes, mais despreocupadoscom a beleza. Na verdade, elanunca lhes fez falta, utilizaram-se de outros atributos erecursos. Inclusive tem uns quemelhoram na medida em queenvelhecem. Para que sepreocupar com as rugas, vocêdemorou tanto para tê-las! Suasmemórias estão salvas nelas.

Não seja obcecado pelasaparências, livre-se das coisassuperficiais. O negócio ézombar do corpo disforme e dosmembros enfraquecidos.

Essa resistência em aceitar asleis da natureza acaba espalhandosofrimento por todos os cantos.Advêm consequênciasdesastrosas quando se busca amocidade eterna, as infinitaspaixões, os prazeres sutis esecretos, as loucas alegrias e osdesenfreados prazeres. Isso setransforma numa dor que você nãotem como aliviar e condena à ruínasua própria vida.

Discreto, sem barulho oualarde, aceite as imposições danatureza e viva a sua fase. Sofreré tentar resgatar algo que deveriater vivido e não viveu. Se nãoviveu na fase devida, o melhor afazer é esquecer. A causa dosofrimento está no apego, estáem querer que dure o que não foifeito para durar. É viver uma faseque não é mais sua. Tentecontrolar essas emoçõesdestrutivas e os impulsos mais

sombrios. Isso pode sufocar avida e esvaziá-la de sentido. Nãodê ouvidos a isso, temos atentação de enfrentar crises semo menor fundamento. Sua menteestará sempre em conflito se elase sentir insegura. A vida é o queimporta; concentre-se nisso. Asabedoria consiste em aceitarnossos limites.

Você não tem deexperimentar todas as coisas,passar por todas as estradas econhecer todas as cidades. Issoé loucura, é exagero. Faça o quepode ser feito com o que estádisponível. Quer um conselho?Esqueça. Para o seu bem, esqueçao que passou. Têm tantas coisasinteressantes para se viver na faseem que está. Coisas do passadonão te pertencem mais. Se vocêtem esposa e filhos experimentevivenciar algo que ainda nãoviveram juntos, faça a festa,celebre a vida. Agora você temmais tempo, aproveite essadisponibilidade e desfrute.Aceitando ou não, o processo vaicontinuar. Assuma viver comdignidade e nobreza a partir deagora. Nada nos pertence.

Tive um aluno com 60 anos deidade que nunca havia saído deBelo Horizonte. Não posso dizerque pelo fato de conhecer grandeparte do Brasil sou mais feliz queele. Muito pelo contrário, pareciaexatamente o oposto. O queimporta é o que está dentro denós. A velha máxima continuaatual como nunca: "quem temmuito dentro precisa ter poucofora".

Esse é o segredo de uma boavida.

PachecãoProf. de Física e Matemática,

B. Horizonte

www.padrescasados.org

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Jornal RUMOS

9Jornal RUMOSEdição 237

22 COISAS QUE AS PESSOAS FELIZES FAZEMDE MANEIRA DIFERENTE

Existem dois tipos depessoas no mundo:aquelas que escolhem ser

felizes e aquelas que optam porser infelizes.

Ao contrário da crençapopular, a felicidade não vem dafama, da fortuna ou de bensmateriais. Ela vem de dentro. Apessoa mais rica do mundopode estar miseravelmenteinfeliz, enquanto um sem-tetopode estar sorrindo e contentecom a sua vida. As pessoasfelizes o são porque se fazemfelizes. Elas têm uma visãopositiva da vida e permanecemem paz com elas mesmas.

A questão é: como é que elasfazem isso?

É muito simples. As pessoasfelizes têmhábitos que melhoramsuas vidas e se comportam demaneira diferente. Pergunte a umapessoa feliz e ela vai dizer:

1. Não guarde rancor.As pessoas felizes entendem

que é melhor perdoar e esquecerque deixar que sentimentosnegativos asdominem. Guardarrancor é prejudicial e podecausar depressão, ansiedade eestresse. Por que deixar que umaofensa de alguém exerça algumpoder sobre você? Se vocêesquecer os seus rancores, vaiganhar uma consciência clara eenergia suficiente para apreciaras coisas boas da vida.

2. Trate a todos com bondade.Você sabia que foi

cientificamente provado que sergentil faz você feliz? Ser altruístafaz seu cérebro produzirserotonina, um hormônio quediminui a tensão e eleva o seuespírito. Tratar as pessoas comamor, dignidade e respeitopermite que você construarelacionamentos mais fortes.

3. Veja os problemas comodesafios.

A palavra "problema" não fazparte do vocabulário de umapessoa feliz. Um problema, namaioria das vezes, é visto comouma desvantagem, uma luta ouuma situação difícil . Masquando encarado como umdesafio, pode se transformar emalgo positivo, como umaoportunidade. Sempre que vocêenfrentar um obstáculo, pense-o um desafio.

4. Expresse gratidão peloque já tem.

Há um ditado popular quediz: "As pessoas mais felizes nãotêm o melhor de tudo, elasfazem o melhor de tudo com oque elas têm." Você terá umsentido mais profundo decontentamento se contar suas

bênçãos em vez de ansiar peloque você não tem.

5. Sonhe grande.As pessoas que têm o hábito

de sonhar grande são maispropensas a realizar seusobjetivos que aquelas que não ofazem. Se você se atreve a sonhargrande, sua mente vai assumir umaatitude focada e positiva.

6. Não se preocupe com aspequenas coisas.

As pessoas felizes seperguntam: "Será que esteproblema terá a mesmaimportância daqui a um ano?" Elasentendem que a vida é muito curtapara se preocupar com situaçõestriviais. Deixar os problemasrolarem à sua volta vai,definitivamente, deixar você àvontade para desfrutar de coisasmais importantes.

7. Fale bem dos outros.Ser bom é melhor que ser mau.

Fofocar pode até ser divertido,mas, geralmente, deixa você sesentindo culpado e ressentido.Dizer coisas agradáveis sobre aspessoas leva você a pensarpositivo e a não se preocupar emjulgá-las.

8. Não procure culpados.Pessoas felizes não culpam os

outros por seus própriosfracassos. Em vez disso, elasassumem seus erros e, ao fazê-lo,mudar para melhor.

9. Viva o presente.Pessoas felizes não vivem do

passado ou se preocupam com o

futuro. Elas saboreiam opresente. Se envolvem em tudo oque está fazendo no momento.Param e cheiram as rosas.

10. Acorde no mesmo horáriotodos os dias.

Você já reparou que muitaspessoas bem-sucedidas tendem aser madrugadores? Acordar nomesmo horário estabiliza o seumetabolismo, aumenta aprodutividade e nos coloca em umestado calmo e centrado.

11. Não se compare aosoutros.

Todos têm seu próprio ritmo.Então, por que se comparar aosoutros? Pensar ser melhor queoutra pessoa leva a umsentimento de superioridade nãomuito saudável e, se pensar ocontrário, acabará se sentindoinferior. Então, concentre-seem seu próprio progresso.

12. Escolha seus amigossabiamente.

A miséria adora companhia.Por isso, é importante cercar-sede pessoas otimistas que vãoincentivá-lo a atingir seusobjetivos. Quanto mais energiapositiva em torno de você, melhorvai se sentir.

13. Não busque a aprovaçãodos outros.

As pessoas felizes nãoimportam com o que os outrospensam delas. Seguem seuspróprios corações, sem deixar ospessimistas desencorajá-los, eentendem que é impossível

agradar a todos. Escute o que aspessoas têm a dizer, mas nuncabusque a aprovação de ninguém.

14. Aproveite seu tempo paraouvir.

Fale menos, ouça mais.Escutar mantém a mente aberta.Quanto mais você ouve, maisconteúdo você absorve.

15. Cultive relacionamentossociais.

Uma pessoa só é uma pessoainfeliz. Pessoas felizesentendem o quão importante éter relações fortes e saudáveis.Sempre tenha tempo paraencontrar e falar com suafamília e amigos.

16. Medite.Ficar no silêncio ajuda você a

encontrar sua paz interior. Vocênão tem que ser um mestre zenpara alcançar a meditação. Aspessoas felizes sabem comosilenciar suas mentes, emqualquer hora e lugar, para seacalmar.

17. Coma bem.Tudo o que você come afeta

diretamente a capacidade de seucorpo produzir hormônios, oque vai definir seu humor,energia e enfoque mental.Certifique-se de comeralimentos que vão manter seucorpo saudável e em boa formae sua mente mais tranquila.

18. Faça exercícios.Estudos têm mostrado que o

exercício aumenta os níveis defelicidade e autoestima e produz

a sensação de autorrealização.19. Viva com o que é

realmente importante.As pessoas felizes mantêm

poucas coisas ao seu redorporque elas sabem que excessosas deixam sobrecarregadas eestressadas. Estudos concluíramque os europeus são muito maisfelizes que os americanos,porque eles vivem em casasmenores, dirigem carros maissimples e possuem menos itens.

20. Diga a verdade.Mentir corrói a sua autoestima

e o torna antipático. A verdadesempre liberta. Ser honestomelhora sua saúde mental e fazcom que os outros tenham maisconfiança em você. Seja sempreverdadeiro e nunca se desculpepor isso.

21. Estabeleça o controlepessoal.

As pessoas felizes têm acapacidade de escolher seuspróprios destinos. Elas nãodeixam os outros dizerem comodevem viver suas vidas. Estar nocontrole completo de sua própriavida traz sentimentos positivos eaumenta a autoestima.

22. Aceite o que não pode seralterado.

Depois de aceitar o fato deque a vida não é justa, você vaiestar mais em paz com vocêmesmo. Portanto, concentre-seapenas no que você pode controlare mudar para melhor.

Fraternitas Movimento

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10 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 237

PADRES CASADOS NA IGREJA CATÓLICA?

OS 10 MANDAMENTOS DA TERCEIRA IDADE.1º - Não se aposente da vida para se tornar

a praga da Família. A vida é atividade e overdadeiro elixir da eterna juventude é odinamismo. Não despreze as ocupaçõesenquanto tiver energia para as lutas cotidianas.

2º - Seja independente e preserve a sualiberdade mesmo que seja dentro de umquartinho. Quem renuncia ao próprio lar,obriga-se a andar na ponta dos pés paraevitar atritos com noras, genros, netos eoutros parentes.

3º - Mantenha o governo da sua própriabolsa. Ajude os seus filhosfinanceiramente, na medida das suasposses; reserve uma parte paraemergências e lembre-se que um filhoambicioso pode ser mais temível que uminimigo.

4º - Cultive a arte da amizade como sefosse uma planta rara, cercando osfamiliares de cuidados, como se fossemflores. Se a sua memória estiver falhando,anote numa agenda sentimental as datas maisimportantes das suas vidas e compartilhecom eles a alegria de estar presente.

5º - Cuide da sua aparência e seja o mais

atraente possível. Não seja um daquelesvelhos relaxados, que exibem caspa na golado paletó e manchas de gordura na roupaque revelam o cardápio da semana. Nuncadespreze o uso de água e sabão.

6º - Seja cordial com os seus vizinhos.Evite implicar-se com o latido do cachorro,o miado do gato, o lixo fedorento na calçadaou o volume do rádio. Um bom vizinho ésempre um tesouro, especialmente se osparentes morarem distantes.

7º - Cuidado com o nariz e não seintrometa na vida dos filhos adultos. Elessão seres com cérebro, coração, vontade econtam com muitos anos para cometeremos seus próprios erros.

8º - Fuja do vício mais comum davelhice, que é a "presunção". A longa vidapode não lhe ter trazido sabedoria. Hámuitos que chegam ao fim da jornada tãoignorantes como no início dela. Deixe quea "humildade" seja a sua marca mais forte.

9º - Os cabelos brancos não lhe dão oprivilégio de ser ranzinza e inconveniente.Lembre-se que toda paciência tem limite eque não há nada mais desagradável do que

alguém desejar a sua morte.10º - Não seja repetitivo, contando a

mesma história três, quatro, cinco vezes.

Quem olha só para o passado, tropeça nopresente e não vê a passagem para o futuro.

Dr. Conceil Corrêa da Silva

1. O papa Francisco, além davisita, cheia de armadilhas, àchamada Terra Santa, será cada vezmais confrontado com um mundode novas formas de família, umpanorama de uniões de facto, decasados, divorciados, recasados,etc.. O Sínodo, marcado paraOutubro, terá de inscrever, semsubterfúgios, esse universomovediço, na sua agenda.

A nível mundial, nestemomento, o cenário de paróquiassem eucaristia e o que issosignifica, pressupõe e exige, nãopode deixar nenhum católicotranquilo. Continuar a insistir nasmesmas condições para serordenado padre, é demasiadaconfiança no milagre da suamultiplicação. Consta que o papaFrancisco está aberto à ordenaçãode homens casados. Será issosuficiente?

Os papas do pós-Vaticano II,em nome de opções pré-conciliares acerca do celibatoeclesiástico, foram muitoeficazes em calar as vozes quemostravam que essas opções jánão serviam nem o presente nemo futuro da Igreja. Os bispos, porseu lado, ao não quereremcontrariar a cúria romana, nãoaceitando muitos milhares depadres casados dispostos acontinuar no seu ministério,abdicaram da sua responsabilidadecolegial e colaboraram numaprogressiva desertificação,

Essa recusa coexiste comoutro paradoxo: as comunidadesreligiosas não devem abdicar daMissa quotidiana, mas as

multidões de leigos católicospodem ser abandonadas, porlongos períodos, sem a Eucaristiadominical, a que têm direito, semque isso provoque qualquersobressalto pastoral.

2. Sem entrar, nesteapontamento, pelo complexodesenvolvimento histórico quenos conduziu a esta situação, éconsensual dizer que foi noâmbito das reformas de GregórioVII (1073-85), na continuação demedidas anteriores, que seconsolidou a convicção de que oestado matrimonial erairreconciliável com o sacerdócioe que se tratava, simplesmente,de dar execução a uma antiga leieclesiástica. Como destaca H.Jedin, nesta questão não setratava sempre de reformainterna da Igreja, mas daconservação dos seus bens que,pelo matrimónio dos clérigos,passavam com muita facilidade

para os seus filhos.Não vamos discutir essa

questão. Vamos adoptar a síntesede um autor pouco suspeito (1).A atitude do referido papa contraa clerogamia suscitou muitaagitação e oposições em váriospaíses. Note-se que o sínodo deParis, de 1074, definiu a lei docelibato como insustentável eirracional; muitos bisposalemães, e não só, não forammuito rigorosos na sua aplicação;o baixo clero revoltou-se emdiversos lugares, por vezes deforma violenta. O papa Gregórionão cedeu. O sínodo romano de1078 ameaçou de suspensão osbispos que, mediante pagamentoem dinheiro, se mostrassemindulgentes para com oconcubinato dos eclesiásticos,seus súbditos. Por fim, a lei docelibato conseguiu impor-se comdificuldade e nunca de maneiracompleta. De facto, em alguns

países, como na Polónia, Silésia,Morávia, Dinamarca eEscandinávia, o velho estado decoisas prolongou-se até aosséculos XII e XIII. Ao longo daIdade Média as transgressões nãoforam raras.

O papa Urbano II deu mais umpasso em frente no sínodo deMelfi (1089), decretando não sóa punição dos subdiáconosdesposados, como a perda doofício; nos casos de persistência,a mulher era declarada escrava dosenhor feudal. Essa disposiçãotinha por base a premissa de queo matrimónio dos eclesiásticosde ordens maiores não só erailícito, como também inválido.Esse parecer foi expresso, emforma juridicamente maisdefinida, no sínodo de Pisa de1135 e no Concílio Lateranensede 1139.

A Igreja grega conservou umaatitude de tolerância relativa ao

matrimónio dos eclesiásticos.Difundiu-se o costume,possivelmente desde o séculoXIII e a começar pela Rússia, dedesignar como párocos e curasde almas apenas padres casadosque, por isso, contraemmatrimónio geralmente antes dereceber a ordenação diaconal.Posto que os bispos têm aobrigação do celibato, eram esão eleitos geralmente de entreos monges.

3. Em toda essa contenda,segundo Hans Küng, o cleroalemão levantou três objecções àlegislação do celibatoeclesiástico: será que o papa nãoconhece a palavra do Senhor:"Quem puder compreender,compreenda"? (Mt 19,12); o papaobriga os homens a viver comoanjos: ele quer interditar o cursoda natureza. Isto só pode conduzirà fornicação; intimados a escolherentre o sacerdócio e o casamento,escolherão o casamento: então, opapa que vá recrutar anjos para oserviço da Igreja!

Dir-se-á, e com verdade, quea história já deu muitas voltas, jápassou por fases muito diferentes,antes e depois do Concílio deTrento. Não se tendo conseguidorespeitar a possibilidade de optarpelo celibato ou pelo casamento,as consequências estão à vista. Ascomunidades cristãs são privadasda Eucaristia, o sacramento dossacramentos. Sem olhar de frenteesta questão, continuaremos alamentar obstáculos que nóspróprios criamos.

Frei Bento Domingues O.P.

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11Jornal RUMOSEdição 237

PRECISAMOS OLHAR PARA FORA E PARA FRENTE

CAMINHANDO LADO A LADORenunciar ao prazer sexual não possui

valor moral em si. Este lhe advémdo motivo, da intenção e das

circunstâncias que o envolvem. Ocelibatário, mais que o casado, corre orisco de isolar sua sexualidade e de eximi-la de qualquer compromisso de naturezasocial. Sob o pretexto de amar a todos como mesmo amor, acaba sendo vítima de umaautoestima mais narcisista e autolátrica doque cristã. Quando e onde um celibatário ésolicitado a condividir e a compartilhar oseu prazer com o de outro?

Um casado tem esta oportunidade a cadapasso. Pode haver prazer mais gratificantee puro do que a companhia de uma pessoaamada? O que celibatários podem esquecerfacilmente é que a razão de ser do celibatocristão é melhorar as suas condições deserem companheiros dos seus irmãos!

O bom companheiro não é o que vai ànossa frente, nem aquele que vem atrás, masaquele que caminha a nosso lado,preferivelmente de "mãos dadas".

Deus criou a mulher quando percebeuque o homem precisava de uma"companheira", diz a Bíblia. Homem emulher não foram criados por Deus parase completarem mutuamente. A relaçãosexual nada tem a ver com realizaçãopessoal. Não é suficiente que se façamfelizes um ao outro. No dia do casamentocolocaram-se a serviço de um projetomuitíssimo mais amplo do que o da suafelicidade pessoal.

Quando dois átomos de hidrogênio seunem, liberam uma poderosa carga deenergia. O mesmo acontece quando duas

almas humanas se unem por um laço deamizade! Assim como cada átomo, tambémcada alma humana é dotada de uma energiamuito mais explosiva e poderosa do que aenergia atômica. Esta energia já existe nointerior de cada um. Resta aprender comoliberá-la!

"Vim para lançar fogo sobre a terra, ecomo desejaria que já estivesse aceso" (Lc12,49). Onde topar hoje com este fogoabrasador do Amor de Cristo? Os SumosSacerdotes da Nova Aliança seencarregaram de recolhê-lo em seusturíbulos e lâmpadas sagradas! O fogo seapagou, mas os bombeiros continuam

vigilantes e sempre prontos a apagarqualquer espécie de incêndio indesejado!

"Nisto conhecerão todos que sois meusdiscípulos se vos amardes uns aos outros"(Jo 15,12). Jesus associa o testemunho defé ao amor para com o próximo.

Quem se encontra em melhorescondições de dar este testemunho do queum casal cristão, do que um pai amoroso euma mãe bem "brasileira"?

Além dos subsídios com que os dotoua mãe natureza, podem dispor dos recursosinesgotáveis da graça de Cristo. Que maisquerem e qual a desculpa que podem invocarem caso de fracasso?

Quatro são os valores que o Criadorassociou à sexualidade humana: 1) Amor.2) Prazer. 3) Beleza. 4) Fecundidade.

Já falamos do amor e do prazer. Vamosanalisar mais de perto os dois últimos"bens".

A beleza é fator decisivo lá onde aescolha é livre. A beleza conquista oespírito e se impõe por si mesma. Seu poderde atração é praticamente irresistível. É da"contemplação" mútua da beleza que sealimenta o amor entre duas almas. Nãofosse tão "belo", o amor não atrairia com aforça que conhecemos tão bem. Um dosLivros Sagrados da Bíblia, o Cântico dosCânticos, se dedica a descrever a beleza ea impetuosidade do mais humano dosamores que é o amor entre "namorados".

Quem afirma que "o amor é cego" aindaestá por aprender que existe diferençaessencial entre o que é apenas "paixonite"e o que é amor. A paixão não é má e não hámal em se apaixonar, desde que o "alvo" danossa paixão seja, antes de tudo, o "alvo"do nosso amor.

A confusão começa quando tratamoscomo se fosse "amor" o que ainda estálonge de sê-lo. A paixão alvoroça os"sentidos" mais que a alma e o coração. Oamor acalenta e penetra até o fundo da alma.O amor possui uma "profundeza" e uma"solidez" que a paixão por si só não tem, eseparada do amor, não possui.

Num bom casamento amor e paixãoandam de mãos dadas e só assim é possívela um casal permanecer fiel um ao outro atéo termo final de suas vidas.

Padre Marcos Bach

Dom Helder Câmara, emsua bela "SINFONIA DOSDOIS MUNDOS",faz o

coro cantar: "O Espírito sopra!Quem tem olhos para ver eouvidos para ouvir, descobre,comovido, sinais de esperança...".

Lembro-me deste texto doDom, ao pensar, de novo, noEncontro Nacional do MFPC, emplena preparação para janeiro de2015 - Curitiba.

"O Espírito sopra!... Sinais deesperança...".

O Espírito não sopra para tráse muito menos para se aquecer asi mesmo, rodando o seu próprioser. O Espírito sopra para frente,dobra nossa mente quando nãonos abrimos ao novo ("flecte quodest rigidum"), nos faz enxergar ossinais dos tempos ("fove quod estfrigidum") e abre caminhos paranão perdermos nosso rumo ("regequod est devium").

Pois bem, o Espírito acordoue em Roma mora alguém que estáabrindosuas asas, a fim de que Elepossa voar aonde bem entender e,principalmente, onde for precisoabrir e inspirar mentes. Está nahora de enchermos nosso íntimopara esta luz benéfica poderpenetrá-lo ("O lux beatíssima

reple cordis tuorum fidelium"),pois hoje somos nós os chamadosa sermos fonte viva, fogo, caridadee unção espiritual ("Fons vivus,ignis, caritas, et spiritalis unctio").

Entendo o próximo EncontroNacional do MFPC como umaoportunidade para mostrarmosnossa coragem, para que dali saiaum pouco de fogo para o mundoque nos cerca.

Nós não podemos nospermitir não fazer parte ativa dosplanos do Papa Francisco. Nãopodemos caminhar em rumooposto à exortação apostólicaEvangelii Gaudium (A Alegria doEvangelho), que, em grande parte,é uma retomada das grandes ideiasdo Concílio Vaticano II (1962-1965), como a "Igreja Povo deDeus", a colegialidade, o olharsobre o mundo, o ecumenismo naprática, etc. Não podemos nosenterrar em saudosismos epreocupações intimistas. Nãopodemos nos cercar - a ponto deaté nos perder- de ideias epensamentos acerca de nósmesmos, sem nos colocar nomeio do mundo em que vivemos.Não faz sentido procurarmos nosentender a partir da nossaintimidade. É salutar que a nossa

preocupação se centre no quepodemos significar para o mundoe perguntar a ele: "O que tu esperasde mim, em que posso te ajudar,como consigo significar algo parati?" Em sua exortação, o PapaFrancisco escreve: "Cada cristãoe cada comunidade [portantotambém o MFPC, red.]há dediscernir qual é o caminho que oSenhor lhe pede, mas todossomos convidados a aceitar estachamada: sair da própriacomodidade e ter a coragem dealcançar todas as periferias queprecisam da luz do Evangelho".(em: Evangelii gaudium, SãoPaulo: Paulinas, p. 20, 2013).

Sou cada vez mais conscientede que a questão não é ser padrecasado, mulher de padre casado,filho de padre casado,porquesou convencido de queesse tipo de preocupação nãoleva a canto algum, a não ser aopróprio umbigo. Os discípulosde Jesus eram chamados "os doCaminho" (Atos). Pois bem,quem é "do Caminho (Jesus)"tem de caminhar, ir ao encontro.Deve caminhar para frente, parafora de si, deixando para trás osmundos já conquistados evelhos. O caminhar é

característica básica, exercícioessencial e, portanto, missãoprioritária de todo cristão. Etodos nós sabemos muito bemque, ao caminharmos,encontraremos novaspossibilidades para partilharmoso pão da vida, isto é, tudo que davida faz parte. É neste caminharque o Espírito se revela, mostraseu rosto e sopra com força, Ele

que é formado de sete dons e queinspira as palavras ("Tuseptiformismunere... sermoneditans guttura").

Por certo, um desses donsdeve nos dar a coragem paraolharmos para fora e para frente,durante o Encontro Nacional doMFPC!

Fortaleza, 9-12-2013,Geraldo e Claudete Frencken

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12 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Edição 237

em, 2008, foi escrito que o estudo evidenciou ecomprovou que o ovo tem os seguintes benefícios:AçãoAnti-Inflamatória (sendo capaz de diminuir a Proteína CReativa) - Emagrecimento (como efeito indireto, pois oovo aumenta o hormônio mais abundante do corpo,Adiponectina-(antigamente chamado de GBP28) -Aumento do HDL (o colesterol chamado de "bom") -Diminui os níveis de Insulina.

O melhor ovo é realmente o "caipira", mas melhorcomer o "não caipira" do que ficar sem ovo. O ovo orgânicoou caipira, chega a ter de 10 a 20 vezes mais ômega 3 doque o não orgânico!

Comer o ovo cru não é uma boa ideia, não recomendodevido ao problema da salmonellose, infecção que podese instalar através de micro rachaduras na casca.

Busque guardar seus ovos dentro da geladeira e nãonaquele local da porta, que é de fato o pior local para seguardar, por causa da probabilidade de provocar rachadurasno abre e fecha da porta.

Saibam que o ovo deve ser ingerido completo, nãodevemos comer só uma parte ou outra!

0V0 É SAUDÁVELHipócrates, considerado o pai da medicina moderna,

400 anos antes de Cristo já dizia:"Deixe que o alimento seja seu remédio e que

seu remédio seja seu alimento."E esta frase tem um impacto enorme na medicina atual,

uma vez que cada vez mais estamos descobrindo que ocaminho da cura não é o tratamento, mas sim a prevençãodas doenças!

O ovo é considerado o segundo alimento mais completodo mundo. Tudo que é necessário para que haja uma vida,está contido no ovo. Para que você saiba, o primeiro é oleite materno, terceiro o coco, quarto a quinoa real.

Muito se fala a respeito do problema do colesterolrelacionado ao ovo, mas saibam que até hoje, não houveNENHUM estudo que conseguiu comprovar esta teoriaabsolutamente furada. Nós médicos colocamos adisposição inclusive nossos diplomas de médico sealguém trouxer um, apenas um estudo comprovando que oovo aumenta o colesterol!

Pois bem, o ovo é composto por:Ácidos GraxosSaturados - Ácidos Graxos Insaturados - 20 Aminoácidos- 14 Minerais - 12 Vitaminas - Carotenóides

Dentre os componentes, destacam-seprincipalmente:Vitamina B12, Folato, Vitaminas A, D, E,K - Aminoácidos/Proteínas (20% das proteínas quenecessitamos diariamente é proporcionada por 1 Ovo) -Fosfatidilcolina (também chamada de Lecitina) eCarotenóides Luteína / Zeaxantina.

Estas substâncias em nosso corpo diminuem aincidência de doença cardiovascular, diminuem adegeneração macular nos olhos (relacionada com aidade), faz prevenção de catarata e de retinosepigmentar. Ou seja, melhora a visão e previne doençasoftálmicas degenerativas.

Em estudo publicado pela Nutritionand Metabolismo

Percentagem de absorção de aminoácidos (proteínas)de cada alimento para que vejam que o ovo é além de tudo,uma fonte protéica melhor do que qualquer outra possívela nós:Leite Materno: 49% de absorção -- Ovo(clara+gema): 48%-- Carne, peixe e frango: 32% --Fórmulas de aminoácidos: as melhores não chegam a 30%-- Soja: 17% -- Produtos lácteos: 16% -- Clara de ovo:17% -- Espirulina: 6%

A Universidade de Harvard realizou um estudo ondeestudantes de medicina ingeriram 25 ovos por dia durante3 meses. Querem saber o resultado? O colesterol baixou...

Para finalizar, vou explicar como a Nutrigenéticaenxerga alimentos como possíveis remédios.

Olhem o exemplo do ovo:Bom para alergias devido àpresença de Zinco -- Bom para Artrite devido à presençado antioxidante mais potente que existe no corpo,apelidado de guardião do nosso corpo: A Glutationa (quejá tem para aplicação injetável e em breve terá tambémem gel com nanotecnologia lipossômica, ou seja, gel parapassar na pele e através da pele a substância é absorvidadiretamente para a circulação. -- Tem a presença desta queé a última Vitamina descoberta na Nutrologia, chamadaPQQ (PirroloQuinoninaQuinona) é benéfica para ocrescimento e desenvolvimento corporal -- Atua nadegeneração macular

Resumindo: provei a vocês que o ovo deveria fazer parteda dieta de todas as pessoas diariamente. Eu procuro comercerca de 5 ovos por dia e não tenho nenhuma alteraçãosanguínea.

Dos diversos estudos que pesquisei, acredito que o maisacessível e prático é o livro escrito pelo Dr. Sérgio Pupin:"O Mito do Colesterol".

Dr. Victor SorrentinoMédico Pós-Graduado em Cirurgia Geral pela

Santa Casa do Rio de Janeiro

DIVORCIADOS EM SEGUNDA UNIÃO:É PRECISO AUMENTAR AS APOSTAS

Mais do que pensarnas soluçõespastorais, por que

não recomeçamos a debatersobre o próprio significado(para todos) da eucaristia?

O comentário é dojornalista Roberto Beretta,publicado no sítioVinoNuovo, 22-05-2014. Atradução é de MoisésSbardelotto.

Nunca me entusiasmouo debate pró ou contra acomunhão aos divorciadosem segunda união. Não seipor quê. Talvez porque euestou ciente de que ossacramentos são, sim, umaajuda importante, mas nãoestritamente indispensávelpara uma vida cristã.

Em todo caso, porém,não vou buscar uma soluçãopuramente pastoral para oproblema - como em geralse entende: estabelecendoum percurso penitencialespecial, ou orientando aspessoas para práticas dealgum modo "substitutivas"

como a comunhãoespiritual, ou esperandouma abertura total, e assimpor diante -, mas aumentariadecisivamente o que estáem jogo.

De fato, a meu ver, seriapreciso abordar a questãonão do lado subjetivo, massim do objetivo, de umponto de vista maisteológico: isto é, o própriosentido da eucaristia. Comose sabe, de acordo com adoutrina católica, o

sacramento tem doisaspectos, igualmenteimportantes: a presençareal, ou seja, a fé de queaquele pão é realmente ocorpo de Cristo, e acomunhão, que significa aconstrução da comunidade,da Igreja, através daparticipação nesse mesmoalimento.

Acho que é possíveldizer, sem escandalizarninguém, que, desde oConcílio de Trento - até

mesmo por motivos deapologética antiprotestante-, a primeira dimensãoadquiriu umapreponderância absoluta nacultura, na catequese, noculto, na práxis, e só a partirdo Concílio Vaticano IIcomeçou um movimento dereequilíbrio, que não sedeve considerar nadaconcluído na vida normaldos católicos italianos.

Portanto, a partir daí - ameu ver - seria precisocomeçar para reconsiderartambém o problema dacomunhão aos divorciadosem segunda união, ou seja,da ideia de que a eucaristiatambém é um sacramentopara reconstituir acomunidade e, por issomesmo, a sua destinação éa um povo de pecadores.

A comunhão tambémtem um poder "medicinal".A comunhão também é uminstrumento para osdoentes, talvez antes aindado que para os sãos. Seria

preciso acentuar essafunção - e não apontar paraa absoluta "pureza" docandidato a receber o corpode Cristo, ou para auniãoespiritual da alma comDeus presente na hóstia - etalvez se acharia menosintolerável que, mesmoquem vive "em um estado depecado" (e quem poderia sedizer sem?), possaparticipar da comunhão.

No parágrafo anterior,eu escrevi várias vezes"também": é para assinalar acomplementaridade dosdois aspectos dosacramento, dos quais sefalava acima. Certamente:se poderá citar aqui afamosa passagemneotestamentária "quemcome indignamente, come asua própria condenação"; sepoderá dizer que é o estadode irregularidadecontinuada que coloca opecador por si só fora daIgreja.

Mas, então, se poderia

citar também o "eu não vimpara os sãos, mas sim paraos doentes", ou o fato deque também outras culpas (amáfia, a evasão fiscal) têmmodalidades que poderiamser consideradascontinuativas...

Em suma, não souteólogo e certamente nãotenho a solução para essesnós objetivos; gostariaapenas de salientar que, damesma forma objetiva, apráxis eclesial ainda meparece fixada demais emuma única característica daeucaristia, a da presença real.

Não me desagradaria,portanto, que justamente ocaso dos divorciadosseparados pudesse iniciaruma reflexão ampliadanesse sentido: e não seria aprimeira vez que a Igrejamelhoraria o conhecimentoda sua própria realidade,partindo daquilo que hojeaparece apenas como um"problema".

www.ihu.unisinos.br

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Jornal RUMOS

13Jornal RUMOSEdição 237

A PORÇÃO FEMININA DE DEUSPÁGINA DA MULHER

MULHERES BISPASApós séculos de espera e

marginalização, asmulheres acessam,

finalmente, à cátedra dossucessores dos Apóstolos e dasApóstolas. Após séculos de esperae marginalização algumasmulheres chegarão ao ministérioepiscopal e ostentarão ossímbolos do cargo: a mitra, obáculo e o peitoral. Na religião deJesus de Nazaré, que, em temposde misoginia, rodeou-se demulheres, converteu-as emseguidoras e tornou-as asprimeiras testemunhas daRessurreição, estas tinham oacesso ao altar e à cátedra vetado.Finalmente, elas vão conseguir.Mesmo que seja apenas noanglicanismo, um ramo docristianismo.

A reportagem é de JoséManuel Vidal, jornalista, epublicada por Religión Digital,15-07-2014. A tradução é deAndré Langer.

Era lógico e natural, e estavadentro do previsível. Em 1994,esta mesma Igreja Cristã, que tem80 milhões de membros em 165países, aprovou a ordenação demulheres. Desde então, já são3.827 as mulheres sacerdotes quetêm acesso ao altar. Até agora, umacesso restrito. A masculinizaçãodas hierarquias clericais, mesmona Igreja Anglicana, é tão forteque levou 20 anos para chegar ao

próximo e máximo degrau dosacramento da ordem: oepiscopado.

A medida é, de fato, histórica,cria um precedente decisivo edeixa em evidência outros ramosdo cristianismo, especialmente aIgreja Católica e a IgrejaOrtodoxa, dado que nas IgrejasProtestantes também existemdenominações que admitemsacerdotes e bispas. Se osanglicanos, que são tão cristãoscomo os demais, por que nãopodem fazê-lo também oscatólicos e os ortodoxos?

Com o Papa Francisco emRoma, o catolicismo poderia, aomenos, fazer-se a pergunta. Atéagora, nem isso era permitido. Porduas razões principais. Para aIgreja Católica, o corpo dasmulheres é um obstáculo aoacesso aos ministériosordenados, porque não representaCristo. E não o representa ou nãopode representá-lo, porque amulher não é 'vir' (masculino) e,portanto, em função do seu sexo,não pode representar Jesus Cristo,que era varão.

Essa doutrina, além de ser umaflagrante discriminação emfunção do sexo, é umainterpretação restritiva daTradição, que reduz o grupo dosseguidores e seguidoras de Jesusao círculo dos Doze, sem levar emconta que, no movimento de Jesus,

o discipulado era um movimentoigualitário e que, além disso,homens e mulheres seincorporam em condições deigualdade à comunidade cristã pormeio do batismo, que é umsacramento inclusivo.

Além disso, a masculinidadede Jesus é usada para reforçar aimagem patriarcal de Deus. SeJesus é homem e, como tal, arevelação de Deus, deve-sededuzir, segundo a correntepredominante da teologiacatólica, que a masculinidade éuma característica essencial dopróprio ser divino. Daí que oshomens podem identificar-semais com Cristo do que asmulheres e, por isso, reservaramexclusivamente para si acapacidade de representá-lo. Noentanto, o próprio CredoNiceno-Constantinopolitanodiz: 'Et homo factus est'. Utiliza,portanto, o termo inclusivo'homo' (pessoa) e não 'vir '(masculino), que será usadomuito mais tarde tanto noCatecismo da Igreja (n. 1577)como no Direito Canônico(cânon 1204).

Baseando-se em todas estasrazões, João Paulo II, em suacarta de 22 de maio de 1994, a'Ordinatio Sacerdotalis', afirma:"...Declaro que a Igreja não temde modo algum a faculdade deconferir a ordenação sacerdotal

às mulheres, e que esta sentençadeve ser considerada comodefinitiva por todos os fiéis daIgreja". O agora Papa Santo quisencerrar o debate, mas nãoconseguiu. Entre outras coisas,porque não se atreveu a definircomo dogma sua rejeição aosacerdócio feminino.

E volta com força. Em umasociedade cada vez maissecularizada, multiétnica emulti-religiosa, o anglicanismo(religião de Estado) ecatolicismo perdem fiéis aosborbotões. A maioria migra paraa indiferença. Para deter ahemorragia ou recuperar asovelhas perdidas, os anglicanos

oferecem modernidade. Oscatólicos, até agora, só tradição.Com Francisco, a tradição e aabertura para uma Igreja maismoderna, aberta e em sintoniacom os tempos.

Na Igreja Anglicana, umaespécie de laboratório docristianismo, as mulheres e osgays já não se sentem, nemestão discriminados. Asmulheres já podem sersacerdotes e logo bispas. E oshomossexuais, também. Algoque, para Roma, era um anátemae que o Papa Francisco terá deabordar. Porque, no catolicismo,mais da metade do céu não temacesso ao altar.

Certa madrugadainsone retomeimeu trabalho

costumeiro ao computador.De repente, pretendi terouvido, não sei se do mundocelestial ou se de minhamente em estado alterado,uma voz, em forma desussurro, que me dizia:

"Filho, vou te revelar umaverdade que estava sempre lá,no meu evangelista Lucas,mas que os olhos doshomens, cegados por séculosde patriarcalismo nãopodiam enxergar".

"Trata-se da relaçãoíntima e inefável entreMaria e o Espírito Santo". Ea voz continuavasussurrando: "aquele que éterceiro, na ordem daTrindade, o Espírito Santo,é o primeiro na ordem dacriação. Ele chegou antesao mundo; só depois veio oFilho de Deus".

Foi o Espírito Santo,aquele mesmo que pairavasobre o caos primitivo eque de lá tirou todas asordens da criação. Pois

desse Espírito Criador, sediz pelo meu evangelistaLucas: "virá sobre ti, Maria,e armará sua tenda sobre ti;por isso, o Santo geradoserá chamado Filho deDeus".

"Armar a tenda", comosabes, significa morardefinitivamente. Se Maria,perplexa, não tivesse dito oseu "sim", faça-se segundoa tua palavra, o Filho não seteria encarnado e o Espíritonão se teria feminilizado".

"Vê, filho, o que estou tedizendo: o Espírito veiomorar definitivamente nestamulher, Maria". Identificou-

se com ela, se uniu a ela deforma tão radical emisteriosa que delacomeçou a se plasmar asanta humanidade de Jesus.O Espírito de vida produziua vida nova, o homem novo,Jesus.

Para ti e para todos osfiéis é claro que omasculino através dohomem Jesus de Nazaré foidivinizado. Agora, vai lá noevangelho de São Lucas econstatarás que também ofeminino, através de Mariade Nazaré, foi divinizadopelo Espírito Santo. Elearmou sua tenda, quer dizer,

veio morar para semprenela. Repare que meuevangelista João diz omesmo do Filho: 'Ele armousua tenda em Jesus".

"Não é o Espírito",sussurra a mesma voz, "quetoma o profeta para algumamissão específica ecumprida, termina suapresença nele. Com Mariaé diferente. Ele vem, fica enão a deixa mais. Ela éelevada à altura do DivinoEspírito Santo. Daí quelogicamente, 'o Santogerado será chamado Filhode Deus'. Somente quemfoi elevado à altura de Deuspode gerar um Filho deDeus. É o caso de Maria.Não sem razão, é a"benditaentre as mulheres".

"Filho, eis uma verdadeque deves anunciar: por MariaDeus mostrou que além deser Deus-Pai é tambémDeus-Mãe com ascaracterísticas do feminino:o amor, a ternura, o cuidado,a compaixão e a misericórdia.Estas virtudes estão tambémnos homens, mas elas

encontram uma expressãomais visível nas mulheres".

"Filho: ao dizeres Deus-mãe descobrirás a porçãofeminina de Deus com todasas virtudes do feminino.Não deves esquecer nuncaque as mulheres jamaistraíram Jesus. Foram-lhefiéis até ao pé da cruz".

Enquanto os homens, osdiscípulos fugiram, Judas otraiu e Pedro o negou, elasmostraram um amor fiel atéo extremo. Elas, antes dosapóstolos, foram asprimeiras a testemunharema ressurreição de Jesus, ofato maior da história dasalvação".

"O feminino de Deusnão se esgota em suamaternidade, mas se revelano que há de intimidade, deamorosidade, de gentilezae de sensibilidade,perceptíveis no feminino".

"Não permita queninguém, por nenhumarazão, discrimine umamulher por ser mulher.Aduza todas as razões pararespeitá-la e amá-la, pois

ela revela algo de Deus quesomente ela pode fazer,sendo junto com o homem,a minha imagem esemelhança. Reforce suaslutas, recolha ascontribuições que traz paratoda a sociedade, para asIgrejas e para um equilíbrioentre homens e mulheres".

Elas são um sacramentodo Deus-Mãe para todos, umcaminho que os leva àternura de Deus. Oxalá asmulheres assumam suaporção divina, presente numacompanheira delas, emMaria de Nazaré. Mas o diavirá em que cairão asescamas que encobrem seusolhos. E então, homens emulheres, nos sentiremostambém divinizados peloFilho e pelo Espírito Santo".

Ao voltar a mim, senti naclareza de minha mente, oquanto de verdade me tinhasido comunicado. Ecomovido, enchi-medelouvores e de ações de graça.

Leonardo BoffEscreveu O rostomaterno de Deus

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Jornal RUMOS

Edição 237

CatholicTheologicalSociety e daecumênica American TheologicalSociety.Foi consultora do Comitê dos Bispos dosEstados Unidos sobre as mulheres nasociedade e na Igreja. Ela foi destaque emum calendário da Biblioteca do Congressochamado "Mulheres que ousam".

A diretora de comunicações da LCWR,Ir. AnnmarieSanders, da Congregação doImaculado Coração de Maria, disse que aassembleia direcionou os membros doconselho para responder ao mandato, masela não iria dizer qual seria essa resposta.

"Elas disseram ao conselho para tomaros próximos passos", disse Sanders.

A declaração sobre a ação a ser tomadaé esperada em algum momento depois dareunião do conselho de segunda-feira.

Em 2011, o comitê doutrinário daConferência Episcopal dos Estados Unidosdisse que o livro de Johnson de 2007, Questfor the Living God, não está de acordo com

PÁGINA DA MULHER

UMA MULHER, BRASILEIRA, NO 'TOP' DO VATICANO,MAS NADA DE INDICAR BISPOS

LCWR: "AS IRMÃS ESTÃO À FRENTE DA HIERARQUIA NAVIVÊNCIA DA RENOVAÇÃO DO VATICANO II"

O Vaticano e as religiosasencontram-se em uma tensão comraízes históricas, sociológicas e

eclesiásticas, mas uma solução poderia serencontrada, disse a Irmã Elizabeth Johnson.

A teóloga da FordhamUniversityelogiou as irmãs por seu compromissocom "um diálogo sincero e corajoso" eexortou-as a seguir em frente.

Johnson foi homenageada na sexta-feira,15-08-2014, com o Prêmio de Excelênciaem Liderança pela Conferência deLiderança de Mulheres Religiosas (LCWR),o maior grupo de mulheres líderes religiosasdo país, que representam cerca de 80% das51.600 irmãs nos Estados Unidos.

Tanto Johnson quanto a LCWR foramcriticadas pela Igreja, e Johnson disse àscerca de 800 irmãs ali reunidas para aassembleia anual da LCWR que as críticasaos seus escritos e as críticas à LCWRestão interligadas.

Johnson é muito admirada pelos membrosda LCWR e ela pediu-lhes parapermanecerem firmes apesar da investigaçãoda Congregação para a Doutrina da Fé doVaticano que ainda está em curso.

"Eu acho que nós duas (LCWR e a teóloga)estamos presas em uma situação adversa quenão foi fabricada por nós", disse ela.

Johnson, uma irmã da Congregação deSão José de Brentwood, Nova York, éconsiderada uma das arquitetas da teologiafeminista.Publicou nove livros e mais de100 artigos em revistas acadêmicas,resenhas de livros, capítulos de livros eartigos; sua obra foi traduzida para 13idiomas. Ela tem um doutorado emTeologia pela Universidade Católica dosEstados Unidos e é uma ilustre professorade teologia na Fordham.

Johnson é ex-presidente da

a doutrina oficial da Igreja Católica.A escolha de Johnson como palestrante,

disse Müller em abril "será vista como umaprovocação bastante direta contra a SantaSé e contra a avaliação doutrinal" e afastaainda mais a LCWR dos bispos.

Johnson reiterou sua posição de que olivro não diz as coisas que a comissãoafirma que diz.

A comissão "critica as posições que eutomo que estão de acordo com o Catecismoda Igreja Católica, e em vários casos, relatao oposto do que o livro realmente diz, afim de encontrar a falha", disse ela. "Emminha opinião, e isso é difícil de dizer, maseu creio que tal descuido com a verdadenão é digno do magistério de um bispo".

Johnson disse que as críticas daCongregação para a Doutrina à LCWR sãosemelhantes.

"As declarações da investigaçãoexpressam mais uma insatisfação geral vagaou uma desconfiança sobre determinadostemas, e os pareceres são feitos de uma formaque não podem ser abordados de formasatisfatória", disse ela. Mas "a sua vontade deficar na mesa para buscar a reconciliaçãoatravés de uma conversação sincera ecorajosa é um poderoso testemunho".

Johnson disse que, historicamente,sempre houve tensões entre comunidadesreligiosas e a hierarquia, porque asprimeiras estão baseadas em uma vidaradical do Evangelho e a outra está baseadana administração, que exige ordem.

A questão também é sociológica, disse ela."A Igreja não começou dessa forma,

mas, como instituição, ela evoluiu para umaestrutura patriarcal, onde a autoridade éexercida de cima para baixo, e onde aobediência e a lealdade para com o sistemasão as maiores virtudes", disse Johnson.

Por fim, disse, as tensões sãoeclesiásticas, porque as religiosasimplementaram a renovação solicitada peloConcílio Vaticano II, e a hierarquia, não.

"Certamente, a LCWR e as irmãs que alideram estão longe de serem perfeitas,mas elas tem cheiro de ovelhas", disse ela,sob fortes aplausos. "A renovação pós-Vaticano II não ocorreu na Congregaçãopara a Doutrina da Fé".

A LCWR disse que Johnson foiescolhida por suas distintas realizaçõesacadêmicas, contribuições escolásticas epor seu foco consistente naqueles quesofrem e estão passando necessidade.

"Através de seu engajamento nasquestões mais difíceis do nosso tempo esua atenção para as violações na amadacriação de Deus", diz a declaração daLCWR sobre o prêmio, "ela trabalhaincansavelmente para a mudança em nossomundo, mudança que está de acordo com avisão de Jesus sobre o reino de Deus".

A irmã franciscana Nancy Schreck, quefoi a palestrante principal deste ano, disseque o discurso de Johnson foi "fabuloso".

"Ela cita as coisas de forma tão clara,mas, ao mesmo tempo, seu compromissocom a fé é inquestionável", disse Schreck.

A irmã MaureenFiedler, daCongregação de Loretto, elogiou aavaliação de Johnson sobre a situação.

"Sua análise das dificuldades entre ahierarquia e o posicionamento dascomunidades religiosas foi exata, e elamostrou isso de muitas formas", disse ela.

Após seu discurso, Johnson recebeuuma longa ovação de pé.

Aos membros da LCWR, ela insistiu,"On!" [Adiante!]

Dan StockmanNational Catholic Reporter

O Papa Francisco nomeou dia13-09 novos membros daCongregação para a Evangelização

dos Povos. Entre os nomeados estãocardeais, bispos, alguns religiosos e umairmã religiosa, a superiora das MissionáriasCombonianas, a brasileira Luzia Premoli(foto).E isto é uma novidade.

É desta maneira que a notícia foiacolhida pelo jornal Avvenire, explicandoque é uma prática deste dicastério ter entreos seus membros também superiores geraisdas ordens religiosas, mas é a primeira vezque é nomeada a superiora de um institutofeminino.

Assim, com Papa Francisco, pelaprimeira vez uma mulher torna-se membrode um ministério de primeira linha da cúriaromana, isto é, de uma congregação.

Nem a Congregação para os Religiosos,que tem entre seus membros os superiores

religiosos, nunca teve entre seus membrosuma mulher, mas sempre somente superioresde ordens exclusivamente masculinas.

Contudo deve ser dito que nestacongregação tem uma presença feminina.Trata-se de Nicla Spezzati, das IrmãsAdoradoras do Sangue de Cristo, no papelde sub-secretária. Assim como háreligiosas e leigas entre os membros dealguns conselhos pontifícios: o dos leigos,da família, de Cor Unum, de justiça e paz.

"Propaganda Fidei" é um dos maisimportantes da cúria romana, tendo grandeinfluência sobre todos os territórios de missão.

A ela cabe instruir as práticas para anomeação dos ordinários de mais de milcircunscrições eclesiásticas espalhadaspelo mundo: quase 40% de todas aquelasda Igreja católica.

Mas a Irmã Luzia Premoli, comotambém os superiores religiososmasculinos que são membros da

congregação, não poderá se ocupar dasnomeações episcopais.

Como explica o cardeal prefeito da"Propaganda", Fernando Filoni, há dois tiposde reunião da congregação: a sessãoordinária onde se trata das nomeaçõeseclesiásticas e a plenária que "traça aslinhas diretrizes da atividade missionáriaque são propostas ao Santo Padre".

Na primeira participam exclusivamenteos membros cardeais e bispos, enquantoque os superiores gerais, e agora também asuperiora das combonianas, são admitidossomente na segunda.

Chama a atenção que tanto a Irmã LuziaPerondi quanto a Irmã Nicla Spezzati, nãousam o véu característico das suascongregações.

Luzia Premoli é natural do EspíritoSanto, diocese de São Mateus.

Sandro MagisterNo seu blog, SettimoCielo

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15Jornal RUMOSEdição 237

EVALDO PAULIREFLEXÕES SOBRE A MORTEFALECIMENTOS

Morreu no dia 8 de Setembro, noParaná.

Marcos teve um AVC há dois mesese não voltou mais a responder aosestímulos.

Casado com a Regina Mara deHolanda. Eles tinham 2 filhasadolescentes.

MARCOS FRANCISCOKUCEKI

Morreu dia 26 de agosto, aos 82 anos.Exerceu o ministério na

Arquidiocese de Florianópolis SC.Por vários anos foi reitor do

Seminário Paulino, que a Arquidiocesepossuía em Curitiba. Exerceu omagistério em Filosofia na UniversidadeFederal de Santa Catarina. Formadotambém em direito atuou comoadvogado em Santo Amaro da Imperatriz.

Casou com Regina EmíliaGuimarães. Tiveram duas filhas.

AFFONSO PAULOGUIMARÃES

Morreu dia 17 de Agosto. EmFlorianópolis SC.

Ordenado em 1949, deixou oministério em 1967.

Foi coordenador do Curso deFilosofia, na Universidade Federal de S.Catarina. Onde acolheu cerca de 80padres e pastores para, ao abrigo da lei,validarem seu Curso de Filosofia feitonos Seminários.

Pertenceu às seguintes instituições:Academia Catarinense de Letras,Academia Catarinense de Filosofia, daqual é fundador, Instituto Histórico eGeográfico de Santa Catarina, AcademiaBrasileira de Filosofia, FAT (FilosofiaAsocioTutmonda, associação defilósofos esperantistas, da qual épresidente e fundador), Academia deCiências de San Marino, membro da UEA(Universala Esperanto-asocio) com sedeem Rotterdam. Publicou dezenas delivros.

Casou com Edeltrudes, já falecida.Adotaram uma filha, também já falecida.

Não é de nossa cultura querer pensarsobre a morte. Ainda assim, einvoluntariamente, me vi empurrado aotema nas duas últimas semanas. Desde umaviagem ministerial à República Dominicanae depois à Venezuela, quando ouvia de longesobre a piora de saúde de minha avó, queao final levaria à sua partida, até voltar aoBrasil com o impacto da repentina mortede Eduardo Campos, o velho espectro doinimigo final rondou minha cabeça ecoração.

Começou em Dominicana ao descobrirque dormíamos ao lado de um cemitériorural. Nossos silenciosos vizinhos nosfaziam lembrar de nossa finitude. Dealguma maneira enriqueciam o nosso tempode formação para estudantes líderes dospaíses do Caribe (desses movimentospertencentes à CIEE/IFES, a ComunidadeInternacional de Estudantes Evangélicos),com o sentido de urgência na vida e namissão. O nosso tema contrastava com arealidade ao lado: "semeando vida, colhendoesperança".

Depois veio a visita à 'Cueva de lasMaravillas' (Caverna das Maravilhas). O quemais me impressionava ali não eram osmorcegos voando sobre as nossas cabeças,mas sim as cerca de 500 pinturas em suasparedes. Rabiscadas pelos antepassados doshabitantes dessas ilhas, há milhares deanos, possivelmente retratavam algum ritualpelo qual passavam os jovens guerreiros oucaçadores de seu tempo. Só podemosconjecturar sobre o seu real significado,mas a repetição da representação do deusda morte em alguns setores da caverna mechamava a atenção.

Ela estava ali, quando o caminho seestreitava, e antes da caverna abrir-se demodo surpreendente em um amplo emagnífico salão. Seria possível queretratassem a paz e o desfrute queexperimentam aqueles que se libertam dotemor à morte? Para que assim pudessem

enfrentar bem, sem medo, os desafios davida? No final da caverna, quando acabava asequência das pinturas, outra vez apareciaali o tal deus da morte. De novoconjecturava se o dito cujo aparecia ali paradeixar claro que esse seria o últimoinimigo por enfrentar. Eu quase podia ouvira voz das pinturas que me arguia: "O quevencerá a morte?".

Poucos dias depois já estava naVenezuela, para o acampamento nacional domovimento estudantil cristão (MUEVE).Dessa vez me cabia dar estudos sobre otema da "integridade: expressão radical docristão". O assunto nos levava a discussõesnem sempre fáceis sobre as esperanças eas desilusões na história recente, em meioa opiniões bem polarizadas entre os queapoiam e os que execram os governantesdo momento. Passeando pelo NovoTestamento (Paulo e Tiago) e pelo livro deSalmos (37 e 82), vimos que osgovernantes, seja à direita ou à esquerda,vêm e vão (a morte é a única certeza paraeles), mas o Reino de justiça para onecessitado e o aflito é essa esperança quesegue avançando na agenda de Deus e doseu povo.

Enquanto isso também avançava, parapior, o estado de saúde de minha avó. Seunome (Divina) me ajudava de algumamaneira curiosa a continuar confiando emDeus e em seus propósitos. A notícia desua partida chegou justo após minhaexposição sobre a necessidade de que nãoandemos sozinhos na vida e no ministério.Claro, para mim ficava a dor de que DonaDivina não mais andaria conosco por aqui.Para todos nós também ressoava amensagem de que o caminho da integridaderequer um contexto de comunidade, deequipe, de pessoas referentes em nossacaminhada, que sempre nos ajudam com asperguntas mais difíceis. Precisamosdesesperadamente desse tipo de amigos nocaminho que nos confrontam e nos

questionam. Bajuladores são supérfluos(até mesmo perigosos), já os amigoshonestos são um tesouro necessário.

Cheguei ao Brasil tarde para o enterroda vó, e cedo para o choque da partida súbitade Eduardo Campos. Outra vez a morte.Para mim, mas especialmente para a suafamília, outra vez aquele inimigo que dessavez parecia haver chegado antes da hora.Depois, também me atordoava ler reaçõese discussões vindas de alguns grupos quepareciam pensar mais em seus própriosinteresses do que no bem do país, maissobre de que maneira poderiam ter algumbenefício particular (ou partidário) do queno interesse público de todos e em especialdos mais afligidos entre nós.

Antes da morte, essa que um dia todosiremos enfrentar e para a qual os animo quea encontrem na perspectiva da paz e daesperança no Senhor da história, temosoutros inimigos por enfrentar. No queconcerne à vida pública e política dessepaís, espero que aprendamos que vale maisa agenda de justiça que está no coração deDeus do que nossos próprios interessesmesquinhos. Que aprendamos a nãocaminhar sozinhos, a ser mais maduros nosdiálogos, nas divergências, e quebusquemos o melhor em especial paraquem mais necessita, mesmo que issosignifique que não priorizaremos asagendas de nossos próprios interesses,aquelas do "para mim primeiro".

Quanto a ela, a morte, não sei quandoessa me encontrará, e em verdade não meimporto porque não a temo. Mas antes queela chegue anelo ver um país melhor, commais sinais evidentes do Reino em nossomeio. E você? De minha parte espero que aperspectiva de nossa finitude na terra sejacapaz de nos ensinar algo, ou ao menos decatalisar a aprendizagem e a humildade quetanto necessitamos.

Ricardo W. M. BorgesRevista Ultimato

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XX ENCONTRO NACIONAL DO MFPC

Debate entre candidatosa presidente da Repúblicainiciar às 10h da noite eterminar às 1h damadrugada? Não deve serrecomendável a crianças eidosos, nem a quem cedomadruga para a labuta diária.

Fosse às 8h da noite, anação, desperta, ficariaatenta ao que diz e prometeseu futuro governante.

Quem sabe a censura,em sua sabedoria, tenhaprevisto a troca de ofensase decidido retardar odebate! Segundo o Aulete,chamar um candidato de"leviano" é taxá-lo de"irrefletido", "não madurono pensar e no proceder".Pior ainda é aplicar oadjetivo a uma candidata,"mulher namoradeira e malcomportada".

Se não elucidaprogramas de governo, aomenos o debate tem omérito de obrigar quemocupa a presidência daRepública a descer dopedestal. Em que outraocasião, durante os quatroanos de mandato, opresidente pode serquestionado cara a cara,sem constrangimento?Infelizmente, em nenhuma.

Os ministros, quedeveriam ser osinterlocutores do chefe, sepelam de medo de, como ospeixes, morrerem pela boca.

OITENTA ANOSVocê já "sessentou"Mas não se sentou.Você já "setentou"E continuou se tentando.Tentou tantoQue aos OITENTAVocê já chegou.

Sua esposa, filhos, netos e bisnetos,Seus irmãos, parentes e amigosTodos dizem admirados:Oi, tenta de novo,Oi - tenta.E de tanto tentarEsperamos que você pudesses chegarAos noventa.

Oitenta.Tantas águas passaram,Tantas flores, tantos perfumesQue a vida continua a lhe ofertar.Tantos espinhos, tantas dores,Tantos sonhos, tantas realizações,Tantos amores, tantas perdas,Tantas lágrimas, tantas orações.

MENSAGEM AO MORRER

SÁBIOS CONSELHOS

E neste mistério que a vida é,Você conservouO sorriso que se renova,A fé que se fortalece,O amor que engrandece.E de sua vida,Humilde e agradecidoVocê fazA mais bela prece.

Oi - tenta,Mas, não tenta tantoQuanto nos setenta tentou.Saiba apreciar o descanso,Saiba apreciar a leitura,Saiba paparicar a esposa.Saiba dos netos e bisnetosAceitar toda paparicação.Saiba "degustar"De tudo que há de bom.

José Vanin Martins

DEBATE PRESIDENCIAVEL

Aproxima-se o Encontro de padrescasados e suas famílias.

Dias 14 a 18 de janeiro de 2015, noHotel Itaguaçu, Florianópolis SC.

Os preparativos já estão em faseadiantada e as reservas, no Hotel, departicipantes aumentam diariamente.

A pedido comunico os 2 temas daspalestras do dia 15:

1º - Evangelização da Igreja e do MFPCna periferia humana. Pelo padre casadoJúlio Wiggers.

2º - Desafios do padre casado na suafamília. Pela conferencista leiga ClarisseLeal Freitas.

Insisto que os interessadosprovidenciem quanto antes a reserva noHotel e a compra da passagem, devido àgrande vinda de turistas a Florianópolis naalta temporada.

Contato com o Hotel para reserva: [email protected] (itaguacusem cedilha!). Ou telefone 48-39542600.

Giba organizador,[email protected]

A oposição diz o que pensa,mas jamais olho no olho.

O debate aponta,portanto, os vícios de nossainstitucionalidade política.Presidente deveria serobrigado a se licenciar docargo em campanhaeleitoral. Quem consegueseparar o chefe do Estadodo candidato?

A liturgia do debatelembra tiro aos bonecos emparque de diversões. Todosmiram no adversário comintenção de acertar o alvo ederrubá-lo. Como a retóricagerou um filho leviano, osofisma, logo se recorre aele para responder aqualquer questionamento.

A impressão que se temé de que são todoscandidatos a ditadores. Opresidente pode tudo: comuma canetada, reduzir onúmero de ministérios;domar a inflação; diminuiros juros; estatizar o que éprivado ou privatizar o que

é público. Sem nenhumamediação das instituiçõesdemocráticas. A vontade dorei é lei!

O saldo do debate éevidente: urgência dereforma política! Para isso,devemos dar o nosso apoioà proposta de Coalizão pelaReforma PolíticaDemocrática e EleiçõesLimpas, promovida porvárias entidades emovimentos sociais. Eparticipar do Plebiscito daSemana da Pátria.

Curioso é que, nodebate, ninguém tenhamencionado a redução donúmero de partidos políticose o fim do financiamento decampanhas por pessoasjurídicas.

As grandes ausentes dodebate foram a proteçãoambiental e a base dademocracia - ofortalecimento dasociedade civil.

Frei Betto

Não prometa quando estiver feliz.Não responda quando estiver irritado.Não decida nada quando estiver triste.Além desses, mais esses:Nunca se desespere antes.Nunca comemore antes.Nunca abandone o seu posto antes do final da batalha.

A morte não é nada, eu somente passei para o outro lado do caminho.O que eu era para vocês eu continuarei sendo.Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas.Eu estou vivendo no mundo do

Criador.Continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos; rezem, sorriam, pensem em mim.A vida significa tudo que sempre significou, o fio não foi cortado.Por que eu estaria fora dos seus pensamentos?Agora estou apenas fora de suas

vidas.Eu não estou longe, apenas do outro lado do caminho.

Santo Agostinho