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2 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

No intuito de animar atodos(as) os(as) integran-tes da nossa família MFPCquero expressar a ansieda-de de nós cearenses empreparar cada momento donosso XIX Encontro Naci-onal a se realizar no finalde junho de 2012, aqui emFortaleza CE.

Desejamos contar coma participação de todos napreparação espiritual. E,quanto possível, tambémcom a presença física

E que a partilha de vidaseja de fato o diferencial denosso maravilhoso congra-çamento.

Como é de conhecimen-to da população brasileirae mundial, estamos cansa-dos de assistir todos osdias, pelos meios de comu-nicação, tanto descasopela vida humana em todasas dimensões.

Onde encontrar a ética,como entender o desapa-

EDITORIAL

Daqui a um ano játerá acontecido o19º Encontro Naci-

onal do MFPC - Movimen-to das Famílias de PadresCasados do Brasil.

E da AR - AssociaçãoRumos, que congrega algu-mas centenas de padrescasados, dos 6.000 existen-tes no Brasil.

No mundo, são aproxi-madamente 150.000.

Nossos veículos decomunicação, em númerode 3, estão divulgando hámeses este grande evento,a ser realizado em Fortale-za CE, nos dias 27 de junhoa 01 de julho de 2012, juntoàs instalações do SESC.

Esperamos um grandenúmero de participantes,de todos os recantos dopaís.

Um dos 3 veículos decomunicação é este jornalRUMOS, agora em sua 221ª

edição. Na página 5 constamtodos os dados informativospara as inscrições, bemcomo as 2 fichas a serem pre-enchidas: a inscrição juntoà Diretoria do MFPC, e a dehospedagem no SESC.

O 2º veículo é o sitewww.padrescasados.orgque igualmente divulga o 19ºEncontro.

E o 3º é o e-grupo padrescasados, que divulga esteevento e muitos outros as-suntos de interesse paramais de 800 e-mails brasilei-ros e estrangeiros.

Nesta edição consta,também, o 3º texto para re-flexão em preparação ao 19ºEncontro (pág. 4).

Nas demais páginas dojornal continuamos em nos-sa missão redacional deanunciar e denunciar fatos eidéias relativos ao Reino deDeus, à nossa Igreja e aomundo que nos rodeia.

EX

PE

DIE

NT

E

Diretoria Executiva da Associação Rumos:biênio 2010/2012

Presidente: José Edson da SilvaVice-Presidente: Maria Lucia de Moura1º. Secretário: Enoch Brasil de Matos Neto2º. Secretário: Maria de Fátima Lima Brasil1º. Tesoureiro: José Colaço Martins Dourado2º. Tesoureiro: Maria do Socorro Santos Martins

Organismos de Apoio da AR e Conselho Gestordo Movimento de Padres Casados e suas Famílias:

Presidente da AR - José Edson da SilvaCoordenador do Encontro XIX Encontro Nacio-nal do MFPC - o mesmoModerador do e-grupo padrescasadosJoão Correia TavaresCoordenador do site www.padrescasados.orgEnoch BrasilRepresentante internacionalArmando HolocheskiCoordenador da comissão de teologiaFrancisco Salatiel A. BarbosaCoordenador da Assessoria JurídicaFrancisco Muniz de MedeirosObs. - As respectivas esposas estão incluídas nasfunções acima.Diagramação Rodrigo Maierhofer Macedo

O JORNAL RUMOS é uma publicação bimes-tral da Associação Rumos/Movimento das Famíli-as dos Padres Casados do Brasil (MFPC). A Asso-ciação Rumos é uma sociedade civil de direito pri-vado, de âmbito nacional, com finalidades assis-tenciais, filantrópicas, culturais e educacionais,sem fins lucrativos.

Conselho Fiscal da AR: Joarez Virgolino Aires e Ausilia Moraes Aires (PR), Luís Guerreiro Pinto Cacais e Irene Ortlieb GuerreiroCacais (DF) e Fernando Spagnolo e Telma Araujo de Oliveira Spagnolo (DF).JORNAL RUMOS:Coordenador do Conselho Editorial do Jornal Rumos: Gilberto Luiz GonzagaJornalista Responsável: Mauro Queiroz (MTb 15025)Correspondência: artigos, comunicações, artigos, sugestões e críticas devem ser dirigidos para o e-mail: [email protected] deGilberto Luiz Gonzaga, Porto Belo SC, fone 47-33694672Os textos assinados não representam necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.Assinatura anual:Assinatura anual: R$ 30,00 (trinta reais)Pagamento pelo BANCO ITAÚ AGÊNCIA: 4453 Nº DA CONTA: 07294-6 OUBANCO DO BRASIL AGÊNCIA 2850-9 CONTA Nº 1025-1Comunique imediatamente ao nosso tesoureiro José Colaço Martins Dourado por e-mail ([email protected]), por carta (José ColaçoMartins Dourado Rua Mário Mamede, 1209 - Aptº 602 - Bairro de Fátima CEP: 60415-000 Fortaleza-CE) ou telefone (85-3334-1876)Associação Rumos:Anuidade de sócio - R$ 120,00 (Cento e Vinte Reais) com direito a assinatura do jornal RumosContribuição para um fundo de ajuda mútua - a partir de R$ 1,00 por mês;Pague sua anuidade exclusivamente através de depósito bancário noBANCO ITAÚ AGÊNCIA: 4453 Nº DA CONTA: 07294-6Remeta cópia do comprovante para José Colaço Martins Dourado por e-mail ([email protected]), por carta (José Colaço MartinsDourado Rua Mário Mamede, 1209 - Aptº 602 - Bairro de Fátima CEP: 60415-000 Fortaleza-CE) ou telefone (85-3334-1876)

Carta do Presidente aos leitores

recimento do ethos - da mo-rada do ser, que deveria sera seiva existencial da alma detodos nós?!

Eis o grande desafio,amados irmãos e irmãs, desermos vozes proféticas, re-pletas de sabedoria, que fa-lem e gritem aos quatro can-tos do mundo que o Jesusde Nazaré não compactuacom tanta hipocrisia, comautoridades que fazem usodo poder para benefício pró-prio, que tentam encobrirsuas mazelas indecentes, emuitas vezes com discursosmoralistas e vazios de digni-dade.

Vamos nós, ungidos doSenhor, fazer então a diferen-ça. Evangelizemos com nos-sas vidas, testemunhemos amisericórdia de Deus nosnossos gestos, mesmo queeles sejam os mais simples,pois certamente estaremosmais perto do Mestre Jesuse longe dos altares que não

professam a verdadeira fé.O mundo está seden-

to de verdadeiros profe-tas. Que nestas páginasdo jornal RUMOS en-contremos inspiraçãopara a caminhada e a la-buta do dia a dia, e quefaçamos sentir a todosque o nosso sacerdóciobatismal e sacramentalcontinua a serviço davida e do evangelho.

Que nossas vidas se-jam páginas de autênticossopros do Espírito Santo.

Assim Seja!!!José Edson da Silva

[email protected]

Caríssimos irmãos e irmãs,saúde e paz!

Desejamos, eu redatore os muitos autores de arti-gos constantes, uma boa eproveitosa leitura.

Sugiro que o jornal sejaguardado, junto com os an-teriores e os futuros, forman-do um precioso arquivo depreciosos documentários.

Peço, finalmente, quevocê leitor(a) angarie maisalguns assinantes. Desdejá agradeço.

Gilberto Luiz Gonzagaeditor

[email protected]

Na edição anterior constou erradamente o autor do artigo......... Celso Kallarrari comopadre católico, quando na verdade é padre sírio-ortodoxo.

E agradecemos as elogiosas referências do mesmo:"Primeiramente, gostaria de parabenizá-los não só pelo site, pelo MFPC, mas tam-

bém pelo jornal Rumos. Meios pelos quais vocês se fazem ouvir. Torna-se preciso, nosdias atuais, anunciar que o chamado ao sacerdócio, ainda latente em muitos padrescasados, é um dom, um carisma e não uma imposição, lei.

Errata

Amigos e amigas

Vamos nos preparando, desde já,para participarmos do XIX Encon-tro Nacional do MFPC/AR, em For-taleza CE, ano 2012, dias 27/06 a 01/07!!!

Suas presenças serão importantes!!!

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Jornal RUMOS

3Jornal RUMOS

PÁGINA DOS LEITORES

CONQUISTEM 2 ASSINANTES

IMPORTANTE, COLEGAS LEITORES: A DIRETORIA DO MFPC DESEJA DUPLICAR* O NÚMERO DE ASSINANTES DO JORNAL RUMOS IMPRESSO.* POR ISSO ESPERAMOS QUE VOCÊS CONQUISTEM 2 (DOIS) OU MAIS.* SERÁ UM PRESENTE PARA QUEM ASSINAR (só 30,00) E PARA O MFPC, QUE EN-TÃO PODERÁ CONTINUAR COM O JORNAL.* DESDE JÁ NOSSO MUITO OBRIGADO PELA COLABORAÇÃO!!!* EM NOME DA DIRETORIA,

GILBERTO - EDITOR DO JORNAL.

Olá, caríssimo Gilberto! Fico muitograto pelo envio do jornal Rumos.

Um abraço do tamanho do oceano!Fernando Félix, editor do "Espiral",

Associação [email protected]

Tenho recebido o recente número dovosso jornal Rumos.

Está muito instrutivo e interessante.Itália, Gianandrea Elti di Rodeano

[email protected]

Querido Giba, obrigada por mais umfilho seu. Só dei uma vista de olhos comose diz em Portugal. Parece maravilhoso.Ler, só quando chega em papel. Os meusolhos não dão mais de ler no computa-dor.

Luis e Irene [email protected]

Amigo Giba. Tudo ok com você?Concluí a leitura do Rumos.Realmente um belo Jornal. Todos os as-

suntos são interessantes. As informaçõessão ótimas e adequadas ao tempo que vive-mos. Parabéns.

Antônio Luiz [email protected]

Oi, obrigado pela newsletter (jornalRumos).

Eu vivo na Polônia. Há 8 anos estoufora do sacerdócio. Eu admiro que noBrasil você tem organizações de ex-pa-dres. Aqui na Polônia, não existem taismovimentos, estamos dispersos. A opi-nião pública não simpatiza com os ex-pa-dres.

SaudaçõesZbigniew Beifus (ex redentorista)

[email protected]

Gilberto.recebi o excelente jornal Rumos.Feliz Páscoa para você e toda sua Família eamigos e amigas.

In Corde Jesu.Clovis Antunes C. Albuquerque e

[email protected]

Obrigado caro Giba pelo envio do jornalDesejo a você e sua família uma santa

oitava da páscoa.

Antonio Evangelista [email protected]

Querido Gil, agradeço por ter colocadono jornal um depoimento do nosso amigocomum Dr. Rogério, que irá fazer muita faltacomo membro ativo do MFPC por tudo aqui-lo que ele fez para o movimento. Mas o mo-vimento aqui na Bahia irá continuar sólido efirme na pessoa generosa e solidária de Al-mir Simões, que sempre esteve ao lado deRogério na organização dos dois Encontrosrealizados em Salvador e quem sabe futura-mente vai assumir a responsabilidade de umpróximo encontro na nossa querida Bahia.Faço votos que isso aconteça.

Está de parabéns você pelo conteúdo epela estética do Jornal Rumos e vou me com-prometer de assinar este ano o jornal , em-bora esteja atrasado, pois o mesmo é umaferramenta de conhecimentos e conscienti-zação daqueles que vivem fora ou dentrodo próprio movimento.

Ernesto [email protected]

Caro Giba, é pouco dizer "PARA-BÉNS" para você e todos que o ajudarama fazer o último RUMOS - Edição 220. Eleestá simplesmente excelente. Nunca foitão importante e oportuna a "nossa mis-são profética" no mundo de hoje.

A hierarquia, não toda, evidentemen-te, continua embevecida com o poder queconquistou após o Concílio de Nicéia (325d.C.) Já estamos no século XXI, e já pas-sou da hora de se fazer uma efetiva, pro-funda e corajosa reforma dentro dos do-mínios eclesiásticos. Enquanto esta nãovem, se nos calarmos, temos certeza deque, como nas portas de Jerusalém, Eledirá, como disse aos fariseus: "Se cala-rem, as pedras gritarão" (Lc. 19,40). Nos-so abraço.

José Lino de Araújo e [email protected]

Acabei de ler o último número de Ru-mos: parabéns, o jornal está cada vez me-lhor, pois deve interessar a muitos que de-sejam uma igreja mais evangélica. Está sa-indo aos poucos do casulo clerical e seabrindo ao mundo.

Havia no passado, no MPC, um ar desaudosismo. Temas recorrentes eram ocelibato, questões de relacionamentoscom bispos etc. Hoje, o jornal Rumos tra-ta de questões que mesmo pessoas me-nos ligadas às igrejas podem ler com in-teresse. Assim há possibilidade de abriro leque de leitores e leitoras, o que meparece excelente.

Deve dar muito trabalho editorial avocê, Gilberto, e por isso você merecenosso agradecimento fraternal. Quero in-formar que acabei de colocar em meu blog(www.eduardohoornaert.blogspot.com) 6breves textos sobre o padre Ibiapina, mode-lo para o padre e teólogo José Comblin, re-centemente falecido. Nesse mesmo blog pu-blico também um texto intitulado 'O que JoséComblin nos contou em 2007', com algumasinformações interessantes sobre sua vida.

Mais uma vez felicitações! Eduardo Hoornaert

[email protected]

Sou a favor do celibato livre. Mas meparece que os padres casados se torna-ram inimigos da igreja quando atacam se-veramente o papa.

Diga-me por que se ordenaram sacer-dotes? Eram cegos, surdos e mudos eagora que o deixaram não são mais ce-gos, surdos e mudos?

Sim, pois só deixaram de ser padrespara se casarem. Têm muitos que vive-ram até 25 anos ou mais o sacerdócio.

Vocês eram iguais aos sacerdotes,papa, enfim… porque só agoracriticam,denunciam?

Eu (anônimo) 25/02/2011RESPOSTA:Sr. "Anônimo", por quê esse anoni-

mato? Do que ou de quem você temmedo? Mesmo assim vou lhe responder:

1. Aceitei ser ordenado sacerdotecom muito gosto e com muita liberdade.Porque sentia que Deus me chamava paralevar a Boa Nova à África ou ao Brasil. Oque fiz com muito gosto e afinco durante11 anos

2. Não deixei de ser padre, só deixeio celibato, com autorização do Papa. Por-que assim o resolvi, com muito sofrimen-to, mas com muita liberdade interior. Por-que alguém quis fazer minha história semmim, me fazendo robô. Para continuarhomem inteiro, deixei o ministério.

3. Critico e denuncio o papa, os bis-pos e os padres pela sua ditadura e peloafastamento ostensivo do Concílio Vati-cano II e pela volta à Igreja-poder, pom-pa, número, desprezo e manipulação doPovo de Deus que só pode dizer:AMÉM!E pela fraquíssima preparaçãoespiritual, afetivo/sexual, intelectual epastoral nos seminários de hoje.

João Tavares, padre casado,com muita honra

[email protected]

Estimado Giba, que Deus lhe conceba muita saúde e muitíssimos anos à frente dasedições de nosso Jornal Rumos, para contentamento de todos nós da família MFPC. Commaestria e brilhantismo você tem mantido todas as edições num excelente padrão de qua-lidade. Se autoridade tivessse para isto, não recearia conferire-lhe o melhor Certificado-padrão de qualidade ISO...

Cada vez que recebo o Jornal, lembro da profecia da Ausília: O Gilberto tem que produ-zir o Jornal para sempre!

Joarez Virgolino [email protected]

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4 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

(Texto nº 3 para reflexão empreparação para o encontro na-cional de MFPC de 2012)

"NÃO DEVEMOS TROCARO FUNDAMENTO PELO

ACESSÓRIO"

Nós, seres humanos, apre-ciamos e valorizamos, emgeral, mais as aparências

do que aquilo que está por trásdelas, a essência. Isso acontecetambém em relação a um assuntoque gostamos tanto de debater: aIgreja. Promovemos longos deba-tes e intermináveis noites de con-versa sobre a Igreja, enquanto pou-co tempo reservamos para falar doque de fato importa: Jesus Cristo ea nossa fé. O nosso irmão Lauroescreveu: "Não devemos trocar ofundamento pelo acessório, porqueo nosso compromisso é, primeiro,com Jesus, e só depois com a Igre-ja (e-mail em 05-12-2007).

Estamos passando por um mo-mento feliz. Dizem por aí que a Igre-ja está em crise. Crise, de um lado,porque há escândalos, porque hámuitas divisões internas, porque oPapa não tem aquela popularidadede seu antecessor, porque as igre-jas evangélicas avançam nos con-tinentes da África e América Lati-na, continente este que tambémentrou de cheio no processo desecularização, enquanto grandeparte da Europa passa por um mo-mento de descristianização, entreoutros, pelo avanço do Islamismo.Crise, do outro lado, porque o pen-sar teológico está estagnado des-de os anos oitenta, em razão da mãocontroladora do Vaticano, porqueestamos num processo de romani-

"A felicidade é a soma das pe-quenas felicidades." Li essa frasenum outdoor em Paris e soube,naquele momento, que meu con-ceito de felicidade tinha acabadode mudar. Eu já suspeitava que afelicidade com letras maiúsculasnão existia, mas dava a ela o bene-fício da dúvida.

Afinal, desde que nos enten-demos por gente aprendemos asonhar com essa felicidade no su-perlativo. Mas ali, vendo aqueleoutdoor estrategicamente coloca-do no meio do meu caminho (quede certa forma coincidia com omeio da minha trajetória de vida),tive certeza de que a felicidade, aocontrário do que nos ensinaramos contos de fadas e os filmes deHollywood, não é um estado má-gico e duradouro.

REFLEXÃO PARA O 19º ENCONTRO DO MFPC

zação nunca vista na Igreja, facili-tada pelos modernos meios de co-municação: tudo é dirigido a Romae tudo há de sair de lá. Voltamos ao"Roma locuta, causa finita est!"(Roma fala, assunto encerrado).

Mas, existe crise feliz? Cremosque sim. Toda crise nos oferececondições propícias para reflexão,que pode desembocar em renova-ção. O 'aggiornamento' dos temposconciliares, quando o Papa JoãoXXIII desejava atualizar a Igreja,para que ela aprendesse andar noritmo do mundo no qual está inse-rido, é um processo contínuo. DizDom Aloísio Lorscheider: "'Aggi-ornamento' há de ser algo constan-te, porque quer dizer, no fundo, queeu devo fazer um esforço perma-nente de expressar aquilo em queeu creio de forma compreensívelpara hoje." A crise vivida como pro-cesso purificador é salutar e fazsoprar um vento fresco nas insti-tuições ou pessoas, que estão emprocesso de enferrujamento. Crisesnão acontecem somente por causade fatores externos, mas principal-mente em conseqüência de longosprocessos de estagnações inter-nas. "A Igreja deve sempre se re-formar. A necessidade de reformapermanente é uma constante desua história. Não se trata de modi-ficar a Igreja, mas de voltar ao queela era ao sair das mãos de seu fun-dador e de seus Apóstolos. Have-rá alguma Suma Teológica, algumacoleção de documentos da Igrejaque pode ser comparada ao NovoTestamento e, especialmente, aosEvangelhos?" Ou seja, antes e aci-ma de tudo o Evangelho, a palavrade Jesus, isto é, o próprio Jesus.Todo o restante vem em seguida.

Crises nos alertam para ficar-mos atentos aos sinais, sempreabertos para ouvir, rever, adaptar,renovar, mudar de rumo. Há pes-soas que ficam tontas ao se encon-trarem em alguma encruzilhada.Melhor é pensar positivo: a encru-zilhada me oferece uma oportuni-dade de escolha. Portanto, vamossentar, discutir, ouvir para, em se-guida, retomar o caminho no rumocerto. Trata-se de ser vigilante, usarde sensatez, ter juízo (cf. Mateus25,1-13), a fim de estar preparadopara o futuro, construindo-o comas próprias mãos, como sujeitos denossa própria história.

Neste sentido encontramosum artigo, enviado por e-mail(2007) (www.ofurlan.prof.ufsc.br),que nos parece ser um convitepara reflexão a respeito do MFPCem sua relação com a Igreja e como Mundo. Citamos alguns aspec-tos ainda muito atuais, apresenta-dos por nosso colega:

O MFPC precisa fazer revisãoampla de seus objetivos e metas,porque o clero casado, vivendo nomundo envolto em graves e múlti-plos problemas, já não pode pau-tar-se por uma visão míope, mora-lizadora, clericalista, arcaizante, ro-manista, sacristã, alienada do mun-do, que marcou o clero do passa-do. Ele, por estar engajado na so-ciedade humana, deve investir nãosó na evangelização cristã dela,mas também na promoção da dig-nidade humana. Não vale a penagastar tempo com questiúnculaspessoais, teológicas ou metafísi-cas. O que urge é contribuir parapromover o ser humano e libertá-lo da situação de perigo e misériaem que se encontra. De luzeiro nes-

se sentido poderia servir a consti-tuição Gaudium et Spes do Concí-lio Vaticano II.

O MFPC armazena poder e ca-pacidade de melhorar o mundo. Tra-ta-se de um grupo significativo depessoas portadoras de liderança so-cial, cabedal intelectual e capacida-de de agir. Valendo-se de seu poderde liderança social e agindo comogrupo, perante grandes auditóriosou, mais ainda, pela mídia, estarápressionando a alavanca que melho-ra a vida da sociedade humana.

O MFPC deve investir na pro-moção do ser humano em todos osseus níveis:

- o ser humano em relação á so-brevivência: tornar sustentável ummeio ambiente, que garanta sua so-brevivência no planeta, na linha deLeonardo Boff: em todas as regiões,sobretudo no Brasil, em especial napreservação da Amazônia comopulmão do mundo. É fundamentalcontribuir para reverter o catastró-fico processo de degradação danatureza e da sobrevivência huma-na nas diversas regiões do planeta.

- o ser humano em busca da sualibertação, dignidade e bem-estarsocial: promover a harmonia sociale o equacionamento dos conflitos,desde a célula familiar até a aldeiaglobal, como os do preconceito,das injustiças sociais, do narcotrá-fico e da violência; em suma, pro-mover o cumprimento dos dezmandamentos e da ConstituiçãoFederativa do Brasil; promover umacultura de valorização do trabalhoe da profissionalização, da vida, daescolarização, da saúde, da segu-rança, da probidade na administra-ção privada e pública, da eficiên-cia e responsabilidade no desem-

penho profissional, do ecumenis-mo e da fraternidade. O MFPC po-derá questionar inúmeros aspectosda administração pública e contri-buir para aprimorá-la.

O MFPC deve também levar aomundo soluções cristãs, não em-baladas em contexto cultural de2007 anos atrás e das estruturastradicionais da Igreja de Roma, masna cultura de hoje, como se Cristoestivesse pregando a Boa Nova aoreal mundo de hoje, na rua ou namídia. Por que não posicionar-sediante da estrutura da Igreja e daefetividade de sua missão, comoaspectos do celibato clerical, damoral, da doutrina, etc.?

Sempre é hora de nos interrogar:- quais são as condições que

temos, ou que podemos criar, comoMFPC, para influenciar na Igreja eno Mundo?

- de fato estamos preocupadoscom a essência, ou nos refugiamosem meras aparências?

Comissão temática do MFPC -CE

Encontro nacional do MFPC de2012

Talvez este gesto ajude

SEJA MINIMAMENTE FELIZ!Na vida real, o que existe é uma

felicidade homeopática, distribuí-da em conta-gotas. Um pôr-do-solaqui, um beijo ali, uma xícara decafé recém-coado, um livro que agente não consegue fechar, umhomem que nos faz sonhar, umaamiga que nos faz rir. São situa-ções e momentos que vamos em-pilhando com o cuidado e a deli-cadeza que merecem alegrias depequeno e médio porte e até gran-des (ainda que fugazes) alegrias.

Eu contabilizo tudo de bom queme aparece, "sou adepta da felici-dade homeopática". Se o zíper da-quele vestido que eu adoro volta afechar (ufa!) ou se pego um con-gestionamento muito menor do queeu esperava, tenho consciência deque são momentos de felicidade evivo cada segundo.

Alguns crescem esperando afelicidade com maiúsculas e na pri-meira pessoa do plural: 'Eu me ima-ginava sempre com um homem lin-do do lado, dizendo que me amavae me levando pra lugares mágicosAgora, se descobre que dá pra serfeliz no singular:

'Quando estou na estrada diri-gindo e ouvindo as músicas queeu amo, é um momento de pura fe-licidade. Olho a paisagem, canto,sinto um bem-estar indescritível'.

Uma empresária que conhecirecentemente me contou que esta-va falando e rindo sozinha quandoo marido chegou em casa. Assus-tado, ele perguntou com quem elaestava conversando: 'Comigo mes-ma', respondeu. 'Adoro conversarcom pessoas inteligentes' - Criadapara viver grandes momentos, gran-

des amores e aquela felicidade dosfilmes, a empresária trocou os ro-teiros fantasiosos por prazeresmais simples e aprendeu duas li-ções básicas: que podemos vivermomentos ótimos mesmo não es-tando acompanhadas e que nãotem sentido esperar até que um fatomágico nos faça felizes.

Esperar para ser feliz, aliás, éum esporte que abandonei há tem-pos. E faz parte da minha 'dieta defelicidade' o uso moderadíssimo dapalavra'quando'. Aquela históriade 'quando eu ganhar na MegaSena', 'quando eu me casar', 'quan-do tiver filhos', 'quando meus fi-lhos crescerem', 'quando eu tiverum emprego fabuloso' ou 'quandoencontrar um homem que me mere-ça', tudo isso serve apenas paranos distrair e nos fazer esquecer

da felicidade de hoje. Esperar opríncipe encantado, por exemplo,tem coisa mais sem sentido? Mes-mo porque quase sempre os súdi-tos são mais interessantes do queos príncipes.

Como tantos já disseram tan-tas vezes, aproveitem o momento,amigos. E quem for ruim de contasrecorra à calculadora para ir soman-do as pequenas felicidades.

Podem até dizer que nos faltaambição, que essa soma de peque-nas alegrias é uma operação mate-mática muito modesta para os nos-sos tempos. Que digam.

Melhor ser minimamente felizvárias vezes por dia do que vivereternamente em compasso de es-pera".Texto atribuído a Leila Ferreira,

jornalista

"Da Igreja que temos para uma Igreja à Luz do Concílio Vaticano II na América Latina"

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Jornal RUMOS

5Jornal RUMOS

FICHA DE INSCRIÇÃO AO XIX ENCONTRO NACIONAL DO MFPC

DADOS PESSO AIS

Categoria da Inscrição: [ ] Casal [ ] Individual Nome(s) completo(s): _____________________________________________ _____________________________________________ Homem: CPF Mulher: CPF

RG: Data de nasc:___/___/___ RG: Data de nasc:___/___/___

Possui algum tipo de restrição alimentar? • Homem [ ] sim [ ] não Qual? __________________________ • Mulher [ ] sim [ ] não Qual? __________________________

Apresenta algum problema de saúde?

• Homem [ ] sim [ ] não Qual?_____________________________ • Mulher [ ] sim [ ] não Qual?_____________________________

Qual o plano de saúde? Homem: _______________ Mulher:__________________ Endereço residencial: Nº

Complemento: Bairro: CEP:

Cidade: Estado:

MEIOS DE CONTATO Telefone Residencial: [ ] _______________ Telefone Celular: [ ] _______________ Telefone do Trabalho [ ] _______________

Fax: [ ] _______________

Emails:

FORMAÇÃO E OCUPAÇÃO PROFISSIONAL E/OU TRABALHO NA COMUNIDADE • Homem:

Formação:___________________ Ocupação:____________________ • Mulher:

Formação:___________________ Ocupação:____________________

Exerce alguma atividade Pastoral na comunidade ou de Ação Social? • Homem [ ] Sim [ ] Não Qual: _________________________ • Mulher [ ] Sim [ ] Não Qual: _________________________

Expectativas em relação ao XIX Encontro Nacional do MFPC? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________

XIX ENCONTRO NACIONAL DO MOVIMENTO DAS FAMÍLIAS DOS PADRES CASADOS (MFPC)

Fortaleza, 27/06/2012 a 01/07/2012

INSCRIÇÃO PARA O XIX ENCONTRO MFPC – BRASIL

É preciso fazer a inscrição na AR/MFPC Nacional :

• R$ 100,00 (casal) ou R$ 50,00 (individual) até dezembro de 2011. • R$ 120,00 (casal) ou R$ 60,00 (individual) até o final de março de 2012.

• R$ 140,00 (casal) ou R$ 70,00 (individual) até 15 de junho de 2012.

ATENÇÃO: após 15 de junho de 2012, não realizaremos mais inscrições e em caso de desistência não haverá

devolução dos pagamentos. Casos excepcionais consultar a Diretoria.

• INÍCIO DAS INSCRIÇÕES: 10/06/2011 TÉRMINO: 15/06/2012 • Ficha de inscrição estará disponível no site: www.padrescasados.org ou com os representantes estaduais.

CONTAS PARA DEPÓSITO DO VALOR DA INSCRIÇÃO: ASSOCIAÇÃO RUMOS • Banco Itaú: Agência 4453 Conta nº 07294-6

• Banco do Brasil: Agência 2850-9 Conta nº 1025-1 Em nome de JOSÉ COLAÇO MARTINS (tesoureiro)

PARA ONDE ENVIAR A FICHA DE INSCRIÇÃO: (enviar em anexo cópia do pagamento da inscrição) • POR EMAIL: [email protected] ou [email protected]

• FONE/FAX: (85) 3021-4975 (CARLOS OU ROSA) – segunda a sexta – 8h às 12h e 15 às 18h • CORREIO: José Carlos Porto Silvério de Andrade / Rua Azevedo Bolão, 1114 – São Gerardo / CEP 60455-455 Fortaleza-CE

MFPC - Brasil

FICHA DE HOSPEDAGEM NO SESC •

• Dados Pessoais Nome Completo *

• Endereço* Bairro* Cidade* Estado*

Cep* Fone (Res / Cel )* Fax e-mail Data Nasc*

Matricula SESC* CPF* Estado civil* Categoria (COM /DEP/Usuário)*

Nome Empresa Onde Trabalha

Endereço Bairro CEP

Cidade Estado Fone Celular Fax

• • Acompanhantes

Nome* Data Nasc* Matricula SESC Categoria* Parentesco Tipo de acomodação: Apartamento tipo 1 (hotel novo com ar condicionado + TV + frigobar. Suíte (ar + TV + frigobar. Casa (ventilador + frigobar). Apartamento tipo 2 (Ar + TV + frigobar) 1ª opção: __________________________ 2ª opção: ___________________________

• Observações • Após o envio da inscrição, enviaremos no prazo de 48h por fax ou e-mail o Ofício

de Reserva mediante disponibilidade. • Os campos assinalados com (*) asterisco são de preenchimento obrigatório Pela presente assumo responsabilidade quanto à veracidade das informações aqui prestadas, reservando ao SESC o direito de anular a presente inscrição caso haja confirmação de informações não prestadas ou errôneas. DATA ____/_____/_____ ___________________________________ Assinatura do proponente

XIX ENCONTRO NACIONAL DO MFPC

PERÍODO: 27 de junho (15h) a 01 de julho (13h).

INFORMES GERAIS DE INSCRIÇÃO e PAGAMENTO

COMO SE INSCREVER NO SESC – CEARÁ:

As reservas deverão ser feitas das seguintes formas: • Residentes fora do Ceará: E-mail: [email protected]; • Residentes no Ceará: por e-mail acima ou pessoalmente no SESC no endereço Rua Clarindo de

Queiroz, 1740- Centro. Valor da diária (casal ou 2 pessoas): R$ 74,10. Valor 4 diárias (casal): R$ 296,40 Valor da taxa ambiental (casal): R$ 6,00.

Valor total (Pacote casal ou 2 pessoas – Encontro): R$ 302,40. Estão inclusos no preço pactuado: 4 noites com pensão completa (café da manhã, almoço e jantar). FORMAS DE PAGAMENTO E PRAZOS:

1. O pagamento é feito em até 48 horas após a confirmação da reserva; 2. Através de depósito bancário em parcelamento de até 3 vezes; 3. Cartões de crédito (Visa e Mastercard) através do preenchimento de débito em até 3 parcelas.

Observações importantes:

1. Preencher a ficha de inscrição (SESC) e enviar por e-mail para o e-mail do SESC descrito anteriormente. Identificar o evento que irá participar: Encontro dos Padres Casados (MFPC).

2. Após o recebimento da confirmação da reserva por e-mail deve-se fazer o pagamento em até 48h. O número da conta para depósito só será fornecida individualmente pelo SESC por e-mail.

3. Enviar o comprovante de depósito (caso seja essa a forma de pagamento) para o e-mail do SESC – digitalizar o comprovante de depósito para poder enviar.

4. Se for pelo cartão encaminhar os dados do mesmo (Nome do responsável, tipo de cartão, data de vencimento, Número do cartão, quatro dígitos do verso) e a forma de pagamento (até 3 vezes).

5. A inscrição do residente fora do Ceará só poderá ser feita por e-mail. Caso o residente não tenha e-mail deve criar uma conta de e-mail (gratuitos: hotmail, gmail, yahoo, etc). Caso não domine informática procurar alguém que entenda de informática para realizar esta transação.

6. Cada estado ou cidade pode escolher uma pessoa local para preencher as fichas e enviar por e-mail. Fica responsável por todas as etapas da transação. E ficará com o e-mail e senha de cada um.

7. Cada casal ou individual deve ter seu próprio e-mail. 8. Guardar uma cópia do comprovante de reserva (confirmação de reserva, ofício com normas e outros

documentos) enviado pelo SESC e dos comprovantes de pagamentos que devem ser apresentados no SESC – Ceará por ocasião do encontro.

9. A inscrição no SESC só terá validade com a realização da inscrição do encontro junto ao MFPC.

TIPOS DE ACOMODAÇÃO:

1. Apartamento luxo (com 02 ou 04 pessoas) – Hotel novo com ar-condicionado, TV e frigobar. 2. Chalé com 04 pessoas, a 5ª em rede ou dividindo a cama (ar-condicionado, TV, frigobar). 3. Casa de até 06 pessoas – com ventilador e frigobar. 4. Apartamento Standard para 02 pessoas com ar, TV e frigobar.

A reserva é feita mediante a disponibilidade. Faça logo a sua a fim de escolher a melhor acomodação. Residentes do Ceará: ao chegar ao SESC da Clarindo de Queiroz procurar o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) que fica a direita no primeiro bloco. Atendentes: Simone Brasil ou Gleidiane.

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6 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

O Movimento das Fa-mílias dos PadresCasados (MFPC)

do Brasil faz parte do Movi-mento Mundial dos PadresCatólicos Casados, movi-mento que reúne aproxima-damente 150.000 padres dis-pensados do ministério pelosimples fato de terem deci-dido casar.

Antes do Concílio Vati-cano II, as dispensas do ce-libato clerical eram raras.Roma só as concedia em ca-sos excepcionais. A situaçãomudou desde 1964, quasefins do Concílio, quando fo-ram estabelecidas normasmais suaves, nunca publica-das. Depois, em 1970/1971,Paulo VI introduziu novasnormas, facilitando comisso, ainda mais, a conces-são de dispensas. Assusta-do com a vaga de desistên-cias, o seu sucessor, JoãoPaulo II, querendo refreá-las,impôs fortes restrições. Emvão. De uma forma ou deoutra, o êxodo continuou,embora talvez em númeromenos expressivo que nadécada de 1970.

Os que partiam, excluí-dos do ministério, não porinfringirem qualquer precei-to evangélico, mas por nãoaceitarem mais a lei canôni-ca da obrigação do celibatoclerical, estavam conscien-tes de que a sua decisãotranscendia o simples casopessoal: refletia uma situa-ção de Igreja que era preci-so superar. E logo formaramgrupos nacionais cuja fina-lidade era, não só a ajudamútua imediata numa traves-sia tantas vezes traumática,como também a formação deum movimento de cariz pro-fético, a clamar por mudan-ças que trouxessem mais li-berdade à Igreja e um maiorespaço à ação inovadora doEspírito. Havia, entre ou-tras, a convicção, nascidada própria experiência, deque, se o celibato opcional,definitivo ou temporário,permitia uma maior disponi-bilidade ao serviço do Rei-no, o casamento aproxima-va muito mais o padre dosproblemas reais dos ho-mens. O casamento do pa-dre não significava empo-brecimento, mas enriqueci-mento para a Igreja.Encontros internacionais

Foi para reforçar e uni-versalizar a sua ação queesses grupos nacionais co-meçaram a organizar encon-tros internacionais. E era

MOVIMENTO MUNDIAL DOS PADRES CATÓLICOS CASADOS

também o que se pretendia,quando foi criada, em 1986,em Paris, a Federação Inter-nacional dos Padres Católi-cos Casados.

Para se fazer uma idéiadas preocupações da orga-nização mundial dos padrescasados, nada como lembraraqui a temática dos sínodose congressos internacionais.

Chiusi, Itália, 1983: Poriniciativa do grupo italiano"Unione Sacerdoti FamiliariCattolici", cerca de meia cen-tena de padres casados daItália, Espanha, França, Ale-manha, Holanda, Brasil, Áfri-ca do Sul, Estados Unidos eHong Kong, reuniam-se emChiusi, Itália, numa espéciede sínodo. Foi assim que de-signaram, usando um termoeclesiástico, este e outrosencontros posteriores.Mesmo quando, em 1987, seoptou por um nome mais se-cular - congresso internaci-onal - as reuniões sinodaisprosseguiram paralelamente,alentadas por um sonho as-saz quimérico, o da realiza-ção de um grande sínodoem Jerusalém que nuncachegaria a acontecer.

Neste primeiro encontro,não havia um tema, mas umatemática abrangente que en-globava, entre outros, estespontos: o sínodo reconheceo valor do celibato escolhi-do e vivido como carisma econselho evangélico; Deuspode chamar a mesma pes-soa ao sacerdócio e ao ma-trimônio, não tendo a Igrejao direito de se opor a estedesígnio divino; dadas asnecessidades presentes, éindispensável reintegrar ofi-cialmente ao ministério pres-biteral os padres casadosque o desejarem; a Igrejadeve levar em conta os ca-rismas femininos e facilitar a

plena promoção da mulher naIgreja, tal como está a acon-tecer na sociedade civil.

Na mensagem enviadaao Papa João Paulo II, osparticipantes declaravam:"Nós, que cremos em Cristoe na Igreja assente no Após-tolo Pedro, encontramo-nosreunidos num Sínodo de fa-mílias sacerdotais, represen-tando grupos e movimentosdo mundo inteiro. É um sí-nodo que queremos inseri-do e vivido na Igreja e nãouma manifestação marginalde protesto, organizada porsacerdotes casados excluí-dos do ministério".

Ariccia, Itália, 1985:Neste encontro, havia umtema. Debateu-se a "compa-tibilidade entre Sacerdócio eMatrimônio". Tendo os sa-cramentos da Igreja tido amesma origem, Cristo, sacer-dócio e matrimônio não po-dem ser incompatíveis. Porisso, há de ser possível, tan-to na Igreja do Oriente comona do Ocidente, que umamesma pessoa os receba.

Ariccia, Itália, 1987:Foi o primeiro congresso in-ternacional. Desenvolveu otema: "Padres casados e no-vas formas de ministério".Segundo a declaração final,o congresso não reivindica-va nada; os padres e suasesposas queriam apenasapresentar à Igreja, Povo deDeus, as suas experiênciase a sua nova forma de ser-vir. Não questionavam ocelibato carismático; sóqueriam mostrar o que ou-tro tipo de padre podia ofe-recer como sinal da grandevariedade de ministérios.

Doorn, Holanda, 1990:Tema: "Um ministério novopara um mundo novo". Seuobjetivo era, em comunhãocom toda a família humana,

empenhar-se em construirum mundo novo e uma Igre-ja onde a liberdade, a solida-riedade, os direitos humanose a justiça social alcanças-sem a sua plenitude.

Madrid, Espanha,1993: Escolhido como tema:"Os padres casados aos ser-viço do Povo de Deus". Oobjetivo do congresso eracompartilhar experiências embusca de uma nova Igreja eapresentar múltiplas formasde servir a sociedade huma-na. Constatou-se que haviapadres casados que conti-nuavam a exercer o ministé-rio pastoral-presbiteral, tan-to em sua vertente missio-nária como na vertente cele-brativa e organizacional; eque as mulheres celebravame presidiam com frequênciaos sacramentos da vida.

Brasília, Brasil, 1996:Seu tema central: "Ministéri-os para o terceiro milênio". AIgreja institucional é uma re-alidade histórica que, ao lon-go do tempo, assumiu váriasformas culturais. Agora, paraser fiel aos sinais dos tem-pos, há de inserir-se na cul-tura do povo, na democraciaparticipativa e na comunida-de. O nosso casamento éuma porta que se abre aosnovos ministérios que o Es-pírito de Deus nos reservouna Igreja. Nosso ministériomaior é viver a fé com as ir-mãs e irmãos dispersos, so-bretudo os excluídos. Nósnos inserimos na vida famili-ar, nas comunidades e nosmovimentos sociais do Povode Deus. São estas algumasdas afirmações do seu docu-mento final.

Atlanta, Estados Uni-dos, 1999: Tema: "Direitoshumanos e reconciliação".Uma decepcionante consta-tação: a Igreja Católica Ro-

mana institucional não reco-nhece nem promove os di-reitos humanos dos seusmembros. Existe uma dicoto-mia entre o que o Vaticanoprega ao mundo e o que pra-tica no seio da Igreja: o celi-bato obrigatório viola o di-reito inalienável ao casamen-to, um direito original que,segundo Pio XI (Casti Con-nubii), "nenhuma lei huma-na pode arrebatar ao povo";numa época em que os direi-tos humanos das mulherestêm sido tão fortemente en-fatizados, o Vaticano, aomesmo tempo que declaraque as mulheres devem serreconhecidas como iguais,não está disposto a conce-der-lhes uma autoridadeigual na Igreja; o ConcílioVaticano II falou da colegia-lidade, mas o Papa não se-gue os seus ensinamentos;o mesmo Concílio exigiu oreconhecimento do "sensusfidelium" do laicado (LumenGentium, 12), mas isso não éacatado; exigiu também queos bispos não fossem con-siderados como vigários doPapa, mas antes como em-baixadores de Cristo (LumenGentium, 27) e isso não é res-peitado. É por isso que estecongresso pede à Igreja ins-titucional uma reconciliaçãoem seu próprio seio, bemcomo o reconhecimento dosdireitos humanos de todosos seus membros.

Biesbaden-Naurod, Ale-manha, 2005: Discutiu otema: "Renovação dos minis-térios e serviços hoje". Rea-lizou-se de 16 a 19 de setem-bro. 67 participantes, prove-nientes da Alemanha, Espa-nha, Estados Unidos, Fran-ça, Canadá, Bélgica, ReinoUnido, Países Baixos, Índia,Áustria, Itália, Brasil, Filipi-nas e Paraguai. Estiveramtambém presentes duas dastrês bispas há pouco sagra-das secretamente por umbispo católico ainda emexercício: Gisela Forster, ale-mã, teóloga, casada com umex-beneditino, e PatríciaFreesen, sul-africana, tam-bém teóloga, quarenta anosdominicana, expulsa da or-dem, quando ordenadapresbítera.

Na declaração final, osparticipantes afirmaram terchegado a uma compreen-são mais aprofundada daquestão do acesso da mu-lher à ordenação sacerdotal;sentirem-se rejuvenescidospara colaborar na renovaçãoda Igreja dentro do espírito

do concílio Vaticano II; eestarem dispostos a empe-nhar-se na busca de novasformas de ser Igreja e de no-vos ministérios.

Atestavam, ao mesmotempo, o seu amor e fideli-dade à Igreja, negandoquerer construir uma Igre-ja paralela. Endereçandouma carta ao Papa e ao Sí-nodo dos Bispos, prestesa acontecer, reivindicavamreiteradamente a aboliçãodo celibato obrigatório.

Os participantes repre-sentavam 25 associaçõesnacionais e quatro continen-tes. E um dos objetivos des-te Congresso era também areestruturação da agremia-ção mundial dos padres ca-sados. Isso já vinha aconte-cendo. Restava consolidar ojá feito e introduzir ainda al-gumas mudanças.

Reestruturação da Fede-ração Internacional

Com o decorrer dosanos, diferenças e conveni-ências peculiares levaram àcriação de várias federaçõesregionais, dentro da Federa-ção Internacional: Federa-ção Filipina de Padres Cató-licos Casados (Filipinas);Federação Latinoamericanapara um Ministério Sacerdo-tal Renovado(Argentina,Brasil, Chile, Colômbia, Equa-dor, Guatemala, México, Pa-raguai, Peru); Federação doAtlântico Norte para um Sa-cerdócio Católico Renovado(Áustria, Bélgica, Canadá,República Checa, Alema-nha, Irlanda, Holanda, Esta-dos Unidos); Federação Eu-ropeia de Padres CatólicosCasados (Bélgica, Inglater-ra, França, Itália, Espanha).

A partir do Congresso deBiesbaden-Naurod, a Fede-ração Internacional dos Pa-dres Católicos Casados pas-saria a denominar-se Confe-deração Internacional dosPadres Católicos Casados.Sua finalidade seria "promo-ver e fortalecer a cooperaçãomútua entre os grupos, ati-var o crescimento do movi-mento internacional pormeio da renovação dos mi-nistérios e serviços na Igre-ja, impulsionar o intercâmbiode experiências pastorais eapoiar, na medida do possí-vel, o trabalho dos gruposconfederados". Seria coor-denada por um comitê cen-tral cuja incumbência seria ade orientar a ação comumnum plano global.

Luís Guerreirowww.redescristianas.net

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Jornal RUMOS

7Jornal RUMOS

Das altas cátedras, os pa-pas falam de casais e daconvivência, e o mundo

verdadeiro se encontra em um ou-tro lugar.

A reportagem é de Marco Poli-ti, publicada no jornal Il Fatto Quo-tidiano, 07-06-2011. A tradução éde Moisés Sbardelotto.

Há uma distância sideral entrea Igreja doutrinária e a vida real dehomens e mulheres, jovens e ma-duros, ao longo deste século XXI,a tal ponto de desencorajar atémesmo o debate.

Na Croácia, Bento XVI maisuma vez - assim como, antes dele,o Papa Wojtyla - condenou as con-vivências, associando-as à levezainconsciente de quem "reduz oamor a emoção sentimental e a sa-tisfação de pulsões instintivas,sem se comprometer a construirlaços duradouros de pertença re-cíproca e sem abertura à vida". Pa-ola Concia tem razão ao respondercom uma piada: "Certo, deixemosque os casais gays se casem".

Porque a família que é descritados púlpitos não tem nenhum con-tato com o que acontece na socie-dade. Deixemos estar as atitudessubjetivas e as embriaguezes pas-sageiras. O nó de fundo é que de-

O Vaticano foi criticadopelo arcebispo católicode Dublin, Patsy McGar-

ry, pelo seu atraso em responderaos relatórios das equipes da vi-sitação apostólica à Irlanda, en-viados em abril passado.

A reportagem é de Patsy Mc-Garry, publicada no jornal TheIrish Times, 03-06-2011.

Falando em Dublin, recente-mente, ele disse que o ritmo damudança na cultura religiosa ir-landesa era tal que, "quanto mai-or a demora no avanço dos fru-tos da visitação apostólica, mai-or o perigo de falsas expectati-vas, e maior o encorajamento paraaqueles que preferem o imobilis-mo perante a reforma".

Ele estava "impaciente parasaber qual será o caminho que avisitação apostólica irá definirpara a renovação da Igreja irlan-desa, de forma que a nossa reno-vação avance decisivamente. Aomesmo tempo, também estoucada vez mais impaciente com alentidão do processo, que come-çou há um ano atrás. Essa não éuma crítica ao Santo Padre; é umapelo aos seus colaboradores".

Sete equipes de visitaçãoapostólica estiveram na Irlanda

Quando eu era criança e pe-gava uma tangerina paradescascar, corria para meu

pai e pedia: - "pai, começa o come-ço!".

O que eu queria era que ele fi-zesse o primeiro rasgo na casca, omais difícil e resistente para as mi-nhas pequenas mãos.

Depois, sorridente, ele sem-pre acabava descascando todaa fruta para mim.

Mas, outras vezes, eu mesmotirava o restante da casca a partirdaquele primeiro rasgo providen-cial que ele havia feito.

Meu pai faleceu há muito tem-po (e há anos, muitos, aliás) nãosou mais criança.

Mesmo assim, sinto grandedesejo de tê-lo ainda ao meu ladopara, pelo menos, "começar o co-meço" de tantas cascas duras queencontro pelo caminho.

Hoje, minhas "tangerinas"são outras.

Preciso "descascar" as dificul-dades do trabalho, os obstáculosdos relacionamentos com amigos,os problemas no núcleo familiar, oesforço diário que é a construçãodo casamento, os retoques e pin-celadas de sabedoria na imensaarte de viabilizar filhos realizadose felizes, ou então, o enfrentamen-to sempre tão difícil de doenças,perdas, traumas, separações,mortes, dificuldades financeiras

IGREJA, COM QUE MUNDO CONVIVES?sapareceu a velha instalação da fa-mília - da forma como se ergueu ain-da até o final da Segunda GuerraMundial - dos camponeses, dosoperários, dos burgueses grandes epequenos que se casavam entre os20 e os 30 anos. Que tinham diantede si os trilhos de perspectivas subs-tancialmente estáveis, comuns, semgrandes choques culturais.

Essa família não existe mais. Oque a Igreja-instituição é capaz dedizer aos jovens homens e mulhe-res que conseguem criar uma vidaeconomicamente mais ou menos"sistematizada" (e muitas vezesmenos do que mais) no final dos 30anos senão em torno aos 40 anos?O que eles deveriam fazer nas duasdécadas de intervalo entre a puber-dade e o matrimônio ou a convivên-cia? "Pecar" solitariamente ou emdois, correndo depois para o con-fessionário... esperar o príncipe en-cantado e a rainha dos sonhos?

Há um falar abstrato dos púlpi-tos que fecha os olhos diante darealidade, em nada composta na suagrande maioria por "pecadores" ouhedonistas, mas sim por homens emulheres que buscam o seu pró-prio caminho. E consideram positi-vas as relações pré-matrimoniais,pôr-se à prova, experimentar a pro-

ximidade dos corpos e dos tempe-ramentos, porque não faz sentidoembarcar em naufrágios.

O velho modelo já não se manti-nha em pé nas almas mais virtuo-sas, mas no mero fato da subordi-nação da mulher, que, tendo umavez entrado na estrutura do matri-mônio, "ali ficava", enquanto o ho-mem continuava sentindo que suaprópria liberdade estava garantida.

Não é mais assim. O divórcio foiassumido por centenas de milhõesde pessoas - totalmente pacatas,equilibradas, não consumistas -como um dado de valor. E justamen-te. O desvalor é o fracasso de umlaço, o fim de um projeto, a deterio-ração de uma vida juntos. Não a res-ponsabilização pelo fim. Dissolveruma relação quando não há mais"comunhão" e comunicação é po-sitivo, libertador, vivificador.

Vive-se juntos de muitos mo-dos hoje. Formam-se casais hete-rossexuais ou gays fortemente so-lidários, que aceitam também a pers-pectiva de que, um dia, os cami-nhos podem se separar. Porquecresceram com ritmos diferentes,porque não se compartilha mais omesmo projeto bastante.

Casa-se, separa-se, convive-se,vive-se sozinho, casa-se novamen-

te, vive-se em casas separadas. Oantigo modelo não existe mais. Hámuito tempo. Não é o sinal de umarbítrio desenfreado. É o produtode uma sociedade que torna todosmais mononucleares. Uma socieda-de marcada fortemente também pelaincerteza econômica. Uma socieda-de mais móvel, mais líquida.

Quando o cardeal Bagnascodescreve a juventude italiana como"geração não ouvida", sem futuro- captando a angústia decorrenteda perene precariedade -, é precisodepois entender (como fazem ospárocos há décadas) que ruiu ocontexto em que casais esperan-çosos se aproximavam do altar ouiam ao cartório assim que comple-tavam 20 anos.

Isso quer dizer que a Igreja nãotem mais espaço para transmitirvalores evangélicos nas relaçõesentre homem e mulher, entre pes-soa e pessoa, entre pais e filhos?Não, absolutamente. Ela tem muitoa dizer a respeito, a ternura, o amor,o perdão, o carinho, a paciência, oesforço, a solidariedade, o sacrifí-cio, a partilha, a responsabilidade.Tudo isso que concerne ao núcleodaquele mandamento atemporalque diz: "Ama o teu próximo comoa ti mesmo". Porque, como expli-

cam os exegetas, somente reconhe-cendo o Outro semelhante a mim,eu e nós podemos viver em paz,em serenidade.

E muito, naturalmente, pode virde uma mensagem religiosa para adimensão educativa, aquele mundocomplicado, fascinante, sempre a serexplorado, em que os pais fazem comque os filhos cresçam de modo quesejam maduros e independentes.

Mas, para reencontrar a escutadas novas (e nem tão novas) gera-ções, a Igreja deveria abandonar aobsessão de controlar o territórioda sexualidade e das relações in-terpessoais, como ocorreu nos sé-culos passados. Essa época nãovoltará mais. Os jovens que louva-vam Wojtyla no jubileu de Tor Ver-gata, depois, debaixo das barracas,felizes, faziam amor.

Se, depois, o uso das palavraspapais deve servir para perpetuaro veto a uma legislação sobre oscasais de fato, é hora de dizer bas-ta àqueles políticos que, legitima-mente, vivem suas próprias vidase depois pretendem - entre um si-nal da cruz e outro - enjaular comvetos as existências alheias.

Marco Politi08/06/2011

www.ihu.unisinos.br

ARCEBISPO IRLANDÊS CRITICAO VATICANO PELA ''LENTIDÃO''NA RENOVAÇÃO DA IGREJA

para investigar a Igreja durante ofinal do ano passado e início des-te ano. Elas passaram por quatroarquidioceses católicas e pelosseminários irlandeses, e se encon-traram com congregações religi-osas masculinas e femininas, an-tes de apresentar seus relatóriosem Roma na Páscoa.

O arcebispo Martin falouno All Hallows College, emDublin, aos delegados de qua-se 70 países que participavamde uma conferência realizadaem preparação ao CongressoEucarístico 2012.

Ele disse que a Irlanda estava"passando por uma revolução desua cultura religiosa". Em algu-mas paróquias de Dublin, "a pre-sença na missa dominical é decerca de 5% da população católi-ca e, em alguns casos, é até me-nos do que 2%", disse.

Pela segunda vez desde quese tornou arcebispo, "não have-rá nenhuma ordenação sacerdo-tal na arquidiocese de Dublin, eos próximos anos indicam apenasuma pequena quantidade de no-vas vocações".

Ele descreveu como "doloro-so" o "fracasso na transmissãoda fé à próxima geração".

"PAI, COMEÇA O COMEÇO!"

e, até mesmo, as dúvidas e con-flitos que nos afligem diante dedecisões e desafios.

Em certas ocasiões, minhastangerinas transformam-se emenormes abacaxis......

Lembro-me, então, que a segu-rança de ser atendido pelo papaiquando lhe pedia para "começar ocomeço" era o que me dava a cer-teza que conseguiria chegar até aoúltimo pedacinho da casca e sabo-rear a fruta.

O carinho e a atenção que eurecebia do meu pai me levaram apedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu,que nunca morre e sempre está aomeu lado.

Meu pai terreno me ensinouque Deus, o Pai do Céu, é eterno e

que Seu amor é a garantia das nos-sas vitórias.

Quando a vida parecer muitogrossa e difícil, como a casca deuma tangerina para as mãos frágeisde uma criança, lembre-se de pedira Deus:

"Pai, começa o começo!". Elenão só "começará o começo",mas resolverá toda a situaçãopara você.

Não sei que tipo de dificul-dade eu e você estamos enfren-tando ou encontraremos pelafrente neste ano.

Sei apenas que vou me garan-tir no Amor Eterno de Deus parapedir, sempre que for preciso: "Pai,começa o começo!".

Autor desconhecido

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8 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

O bispo baiano viúvo D.Caetano aos 94 anos es-creve o livro: JESUS, O

VERBO ENCARNADO, a serpublicado pela Editora Santuário,Aparecida.

Clélia Podestá informa sobreo livro de sua autoria "JERÓNI-MO OBISPO: UM HOMBREENTRE LOS HOMBRES", lan-çado em junho, na Argentina eMadrid, Espanha: "O Livro é umaAutobiografia. Cartas, análises,escritos, conferências, numero-

LIVROS

Livro de jornalista italianofala sobre como a regra docelibato é ignorada no

coração da Igreja Católica e re-trata as consequências nocivasdesta proibição

O livro Sex and the Vatican:Viaggio Segreto nel Regno deiCasti (Sexo e o Vaticano: ViagemSecreta ao Reino dos Castos), dojornalista Carmelo Abbate está lan-çado em cinco países - Bélgica, Ca-nadá, França, Itália e Suíça. O tex-to, que defende o fim do celibato,traz uma nova visão sobre a sexu-alidade dos padres.

Os padres e o celibato - EmSex and the Vatican¸ Abbate re-vela os segredos da vida notur-na romana, quando muitos pa-dres se dirigem a clubes priva-dos, saunas e casas de suas (ouseus) amantes. O livro é umacoletânea de depoimentos anô-nimos e cenas que o próprioAbbate presenciou enquantoinvestigava o tema.

Richard Sipe, conselheiro emsaúde mental clínica que condu-ziu um estudo de 25 anos sobreo tema e se especializou no tra-tamento de padres católicos comtranstornos mentais, confirmouque a conclusão de Abbate nãovale só para o Vaticano. Segun-do sua pesquisa, cerca de 25%dos padres americanos têm rela-ções secretas com mulheres - e30% são gays. Outros estudosmostraram que, na Alemanha, de

Sob o olhar preocupado da co-munidade internacional,nasce o 193º país do mundo.

Devastado por décadas deguerras civis, o Sudão do Sulpartilhará com Somália e Afega-nistão os piores indicadores so-ciais do planeta.

O país é o lugar no mundoonde mais morrem grávidas e re-cém-nascidos, e 90% das mulhe-res são analfabetas.

Falta tudo no novo país: hospi-

tais, escolas, esgoto, iluminação,polícia. Estradas são poucas e pre-cárias. Na capital, Juba, há apenasuma rua asfaltada. No lugar de tá-xis, garotos levam estrangeiros nagarupa de motos, as "boda-bodas".

Só não faltam Coca-Cola e es-perança. As garrafinhas verme-lhas eram vendidas quentes, nafronteira com Uganda.

"As pessoas estão tão oti-mistas que é até assustador",conta Jane Some, funcionária da

ONU no Quênia."Os jovens esperam que a vida

vá melhorar da noite para o dia, quevão conseguir emprego, estudo. Ageração mais velha está radianteem testemunhar a independênciadepois de duas décadas de guer-ra", acrescenta.

A cerimônia de independênciacontará com a presença do secre-tário-geral da ONU, Ban Ki-moon,e representantes de vários paísesvizinhos e celebridades.

SUDÃO DO SUL, PAÍS MAISPOBRE DO GLOBO

SUDÃO DO SUL, PAÍS MAISPOBRE DO GLOBO

"A Igreja Católica Romana ne-cessita urgentemente de uma novavisão da sexualidade humana, amo-rosa e livre de medo, pois a sexua-lidade é uma energia vital de todoo ser humano criado e amado porDeus", afirma o Movimento Inter-nacional Nós Somos Igreja, no seucomentário ao 40º aniversário daEncíclica Humanae Vitae, publica-da em 25 de Julho de 1968. Segun-do o Movimento, "O ministério daIgreja não deve mais barricar-se pordetrás de muros erguidos há sécu-los. Do mesmo modo, não deve ig-norar o conhecimento bem estabe-lecido das ciências humanas sobresexualidade e ética sexual."

O objetivo da Encíclica era avalorização do amor dentro do ca-sal e a elevação da sexualidade in-dividual acima da simples transmis-são da vida. Mas o nosso Movi-mento lamenta que este objetivoquase não tenha sido apreendidopelos fiéis, tão dominante foi a men-sagem de que "a concepção ape-nas pode ser evitada por meios 'na-turais' ". Mais, esta doutrina foi re-centemente confirmada pelo papaBento XVI sem quaisquer matizes.

Ao lembrarmos a proclamaçãoda Humanae Vitae, não podemosesquecer que a maioria da Comis-são, estabelecida em 1962 pelo en-

ÉTICA SEXUAL CRISTÃORIENTADA PARA O FUTURO

tão papa João XXIII, e alargada pelopapa Paulo VI, decidiu a favor deuma paternidade responsável, sempôr de parte nenhum método con-traceptivo. Foi o papa Paulo VI quenão agiu segundo as conclusõesdesta esmagadora maioria, procla-mando antes a opinião da minoriacomo doutrina oficial da Igreja.

Este fato teve consequências fa-tais: houve uma má percepção e re-cepção da Encíclica, e a Igreja Católi-ca perdeu a sua competência e credi-bilidade em questões de sexualidadehumana, e vida sexual em geral.

A base duma ética sexual cristãresponsável e orientada para o futu-ro terá de ser o estudo, a análise e aconsideração dos desenvolvimentossociais no seu sentido mais amplo, enão a condenação. Este é o ponto devista do "Nós Somos Igreja".

A atualização da ética sexualcristã poderia seguir os seguin-tes pontos.

* É essencial aceitar os maisrecentes conhecimentos científi-cos acerca da sexualidade huma-na, nomeadamente os que respei-tam à homossexualidade, e largarde vez valorizações incongruentesbaseadas na ignorância.

* É necessário considerar a si-tuação das mulheres, dos homense das famílias, que mudaram em

consequência de desenvolvimen-tos globais, sociais, políticos e tec-nológicos.

* O problema do HIV/SIDA eradesconhecido à data de publica-ção da Encíclica, mas tornou-sehoje em dia um problema premen-te, o mesmo se passando com orápido crescimento da populaçãomundial. É necessário dar respos-tas mais sofisticadas e matizadas aestes assuntos, em vez de simples-mente condenar categoricamente ouso de preservativos e apelar àabstinência.

* Dado que todas as religiõestêm alguma doutrina sobre a pro-teção e a transmissão da vida, de-veriam formular-se princípios ge-rais de ética sexual humana, atra-vés de um processo inter-religiosoe inter-confessional.

Estes pontos da Petição doPovo de Deus, do Movimento In-ternacional Nós Somos Igreja sãojustamente uma valorização positi-va da sexualidade. Esta Petição foiassinada por mais de 2.3 milhões depessoas, apenas na Alemanha e naÁustria, em 1995, e constituiu de-pois o documento fundador do Mo-vimento Internacional Nós SomosIgreja, hoje com representação noscinco continentes.

Fonte: www.we-are-church.org

LIVRO SEX AND THE VATICAN

sas gravações e videos, recolhidosdurante os 33 anos de vida com-partilhada, formam parte de um ar-quivo muito valioso".

Clélia foi esposa do falecidoDom Jerónimo Podestá, bispocasado argentino, que foi umdefensor dos Direitos Humanosno seu país e líder internacionaldo Movimento dos Padres Ca-sados.

Um homem de Deus e um pro-feta da América Latina!

www.jeronimopodesta.com.ar

um total de 18.000 presbíteros,pelo menos 6.000 têm relaciona-mentos ocultos. Na Áustria, sãomais de 20% dos clérigos. No Bra-sil, 3.000 sacerdotes se encaixamnesse caso - alguns deles têm re-lações estáveis em sigilo, mas nãoabandonam a batina.

Ponto de vista católico - Épossível descrever o ponto de vis-ta da Igreja sobre o tema com baseem sua história e literatura. O celi-bato não é um dogma da fé católi-ca ou uma exigência bíblica e nãofoi sempre uma norma da Igreja.Muitos dos apóstolos de JesusCristo nos textos evangélicos, porexemplo, eram casados. Somenteem 1537, durante o papado de Gre-gório VII, os padres foram proibi-dos de se casar sob pena de seremexcomungados. A intenção da Igre-ja era proteger seus bens de futu-ras disputas dos herdeiros de seussacerdotes. Em 1967, o papa PauloVI chegou a se questionar sobre anecessidade da exigência nos diasde hoje, mas optou por mantê-la.

O autor sustenta em seu livroque a alta cúpula do Vaticano temconhecimento destas transgres-sões. Mas faz vista grossa, contan-to que não tenha de lidar com es-cândalos. "Além de não ser respei-tada, a regra do celibato produzconsequências terríveis, como abor-tos, esposas clandestinas e pesso-as cheias de culpa", diz o autor."Não seria a hora de a Igreja mudaressa postura e prevenir que históri-as assim continuem acontecendo?".

Nana Queiroz

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Jornal RUMOS

9Jornal RUMOS

Corpus Christi são palavrasem latim, e significam oCorpo de Cristo. Elas de-

signam uma festa, celebrando apresença de Nosso Senhor Je-sus Cristo na hóstia consagra-da, com seu Corpo, Sangue,Alma e Divindade.

Essa festa foi instituída naIdade Média, no século XIII,quando se deu o chamado mila-gre de Bolsena.

Um sacerdote católico tinhamuitas tentações sobre a presençade Cristo na sagrada hóstia e nosagrado cálice. Para vencer estatentação ele fez muitas penitênci-as, e até foi em peregrinação, a pé,até Roma. De nada adiantou.

Um dia, quando rezava a mis-sa, ao consagrar o vinho no cálice,

Uma das coisas mais torpesque vejo na Igreja é oenorme peso institucio-

nal, organizacional e administrati-vo que o papado tem na tomada dedecisões, na gestão, organizaçãoe governo da Igreja universal. Écerto que esta situação não é deagora. Não depende deste papanem do anterior. O problema vemde muito mais atrás.

Os estudiosos da história docristianismo sabem muito bemque foi o papa Gregório VII, noséc. XI, quem deu uma reviravol-ta decisiva naquilo que diz res-peito à concentração do poder eexercício do governo na Igreja.Não esqueçamos que, desde oséc. XI até ao séc. XXI, a ten-dência dominante foi ir aumen-tando a presença e o poder pa-pal na Igreja e, enquanto isso foipossível, no mundo inteiro.

Este não é o momento nem olugar para explicar a história destacrescente hipertrofia da presençae do poder papal na Igreja. Mas, ofato é que, com o passar dos sécu-los, chegamos a uma situação naqual são muitos, muitíssimos, oscatólicos para quem é mais deter-minante uma palavra do papa (sejaqual for o papa) do que uma pala-vra do Evangelho.

Por exemplo, é claro que Jesusnão quis impor a ninguém a obri-gação de ser celibatário para servi-lo. Pois bem, hoje estamos numasituação em que, na administração

Acesse o site

www.padrescasados.org

IDEIAS DO PAPA CONTRAIDEIAS DO EVANGELHO

As Ideias do Papa são mais determinantes do que as Ideias do Evangelho

e no governo da Igreja, têm maispeso o critério do papa do que ocritério de Jesus Cristo. A situaçãoé esta, por mais que tentemos ex-plicar este paradoxo.

Outro exemplo: Jesus proibiuos seus apóstolos de utilizaremtítulos de prestígio, de procura-rem os primeiros lugares, de usa-rem vestimentas solenes para sedistinguirem dos outros, de ten-tarem ter poder como o que ospoderosos (Chefes de Estado…)deste mundo têm, etc. E que ve-mos nós? Vemos que os suces-sores dos apóstolos, com o papaà frente, fazem precisamente ocontrário daquilo que Jesus dis-se. E ninguém ata as mãos à ca-beça perante este escândalo!Estamos de tal modo mal forma-dos religiosamente que, se al-gum dia nos deparamos com umbispo que se senta ao nossolado como qualquer um dos ho-mens e mulheres do nosso tem-po, isso nos espanta!

Até onde conseguiram pri-var-nos da razão a nós, católi-cos praticantes!

Até quando vamos suportartamanho absurdo, já não nosbispos, mas, sobretudo, em nósmesmos?

Compreendo que falar destarealidade seja desagradável, masnão me posso calar porque vejo, enão é preciso ser um lince para over, que tudo isto está na base doque se passa com os escândalos

de pedofilia que se cometem noambiente eclesiástico.

Tanto quanto sei, pelo me-nos desde 1962 que a Santa Sévinha dando instruções secre-tas e severas aos bispos paraque os abusos sexuais com cri-anças, cometidos pelo clero, semantivessem em rigoroso segre-do. Ultimamente apercebemo-nos de que a posição do papadomudou no que se refere a esteescandaloso assunto. O Vatica-no mudou porque não teve ou-tro remédio senão mudar. Massabemos que os papas resisti-ram, durante décadas, a colabo-rar com as autoridades civis paracastigar os delinquentes.

O preocupante não é cadaproblema em concreto. O preocu-pante é o sistema de governoeclesiástico que, tal com tem vin-do a funcionar, não somente nãose baseia no que Jesus disse,como também, e em bastantes fa-tos concretos e de enorme impor-tância, fala e atua exatamente con-tra o que Jesus fez e disse.

Enquanto não enfrentarmoseste problema com liberdade e ho-nestidade, tudo o resto não passa-rá de aplicar pomadas sobre umcorpo invadido por um cancro.

José Maria Castillo,Teologia, sem censura

Tradução de Arsénio PiresFonte: "A Palmeira"

site dos ex-alunos dosRedentoristas de Portugal

CORPUS CHRISTI

ele viu o Sangue de Cristo bor-bulhar no cálice e extravasar emolhar a toalha do altar. A toalhaficou com a marca do sangue deCristo até hoje. Ela está na cate-dral de Orvieto, na Itália.

O papa de então quis ver atoalha ensanguentada, e quandose certificou do milagre, ordenoua festa de Corpus Christi. Ele or-denou, também, a Santo Tomásde Aquino, que estava naquelelocal - Orvieto - que fizesse asorações e hinos comemorativosdessa festa.. Foi então que SantoTomás compôs os hinos AdoroTe devote e o Pange Língua, quesão os hinos mais belos jamaiscompostos em homenagem à Eu-caristia e à presença de Cristo nahóstia e no cálice consagrados.

PÁGINA BÍBLICO-TEOLÓGICA

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Ivone Gebara, no seu livro 'Rom-pendo o Silêncio' (Vozes, 2000),quebra uma lança a favor do

'gozo de cada dia'. A teologia dalibertação tem insistido muito, ecom razão, nos aspectos negativose até deprimentes da formação doBrasil e da América Latina. O con-tinente anda curvado sob o pesoquase insuportável da opressão.

Gebara faz muito oportunamen-te o contraponto, a partir de suaexperiência de vida num bairro pe-riférico de Recife. Ela apresenta avida como sendo ao mesmo tempoperdição e salvação, pecado e gra-ça, paixão e ressurreição. Não a glo-riosa ressurreição do fim dos tem-pos, mas a mini-ressurreição decada dia, que dá coragem para vi-ver. Um gesto, um olhar, uma mãoestendida, tudo pode ser a salva-ção em momentos de sofrimento.

A solidariedade do terceiro mun-do contrasta vivamente com a 'novapobreza' do primeiro mundo, ondeexiste muito menos solidariedadeconcreta e onde há pessoas quemorrem na mais completa solidão.

Afinal, mesmo sem ter acesso auma boa educação formal, o povodestas terras vive a teologia da so-

Há muitos anos, venho tra-balhando sobre a crise decivilização que se abateu

perigosamente sobre a humanida-de. Não me contentei com a análi-se estrutural de suas causas, mas,através de inúmeros escritos, tra-tei de trabalhar positivamente assaídas possíveis em termos de va-lores e princípios que confiram realsustentabilidade ao mundo quedeverá vir. Ajudou-me muito, mi-nha participação na elaboração daCarta da Terra, a meu ver, um dosdocumentos mais inspiradores paraa presente crise. Esta afirma: "o des-tino comum nos conclama a bus-car um novo começo. Isto requeruma mudança na mente e no cora-ção. Requer um novo sentido deinterdependência global e de res-ponsabilidade universal".

Dois valores, entre outros, con-sidero axiais, para esse novo come-ço: a sustentabilidade e o cuidado.

A sustentabilidade, já aborda-da no artigo anterior, significa o usoracional dos recursos escassos daTerra, sem prejudicar o capital na-tural, mantido em condições de suareprodução, em vista ainda ao aten-dimento das necessidades das ge-rações futuras que também têm di-reito a um planeta habitável.

Trata-se de uma diligência queenvolve um tipo de economia res-peitadora dos limites de cadaecossistema e da própria Terra, deuma sociedade que busca a equi-

SUSTENTABILIDADE E CUIDADO: UM CAMINHO A SEGUIR

O GOZO DE CADA DIA

lidariedade com sabedoria, assimilacom tranqüilidade as contradições

na vida, aprende na dura sorte quea vida é contraditória, ou seja, boni-

ta e feia ao mesmo tempo.A cultura popular, ao mesmo

tempo em que manifesta evidentesofrimento, revela não menos evi-dente alegria, uma combinação en-tre dor e festa, privação e senso deabundância. Cultiva-se um agudosenso por pequenos sinais de sal-vação e prazer no meio da favela,da miséria. O que há de mais boni-to em movimentos como o dos SemTerra (MST) é essa experiência desalvação imediata e instantânea:um gesto de solidariedade e esti-ma, ajuda e bondade.

O momento presente é momen-to de salvação. Essa insistência nogozo do momento encontra resis-tência por parte das igrejas, quecostumam ensinar que o cristãotem de lutar agora para poder go-zar depois (no céu).

As igrejas dizem: 'Ainda não étempo de gozar, é tempo de lutar'.Mas isso não funciona na vidaconcreta, pois aí a luta muitas ve-zes é sem perspectiva à vista. Apessoa que luta a vida toda e nun-ca goza, acaba cansando e final-mente abandona a 'luta'. Na suasabedoria, o povo sabe alternar aluta com o gozo.

dade e a justiça social mundial ede um meio ambiente suficiente-mente preservado para atender asdemandas humanas.

Como se pode inferir, a susten-tabilidade alcança a sociedade, a po-lítica, a cultura, a arte, a natureza, oplaneta e a vida de cada pessoa. Fun-damentalmente importa garantir ascondições físico-químicas e ecoló-gicas que sustentam a produção e areprodução da vida e da civilização.O que, na verdade, estamos consta-tando, com clareza crescente, é queo nosso estilo de vida, hoje mundi-alizado, não possui suficiente sus-tentabilidade. É demasiado hostil àvida e deixa de fora grande parte dahumanidade. Reina uma perversainjustiça social mundial com suasterríveis sequelas, fato geralmenteesquecido quando se aborda o temado aquecimento global.

A outra categoria, tão impor-tante quanto a da sustentabilida-de, é o cuidado, sobre o qual te-mos escrito vários estudos. O cui-dado representa uma relação amo-rosa, respeitosa e não agressivapara com a realidade e por isso nãodestrutiva. Ela pressupõe que osseres humanos são parte da natu-reza e membros da comunidade bi-ótica e cósmica com a responsabi-lidade de protegê-la, regenerá-la ecuidá-la. Mais que uma técnica, ocuidado é uma arte, um paradigmanovo de relacionamento para coma natureza, para com a Terra e para

com os humanos.Se a sustentabilidade represen-

ta o lado mais objetivo, ambiental,econômico e social da gestão dosbens naturais e de sua distribui-ção, o cuidado denota mais seulado subjetivo: as atitudes, os va-lores éticos e espirituais que acom-

panham todo esse processo semos quais a própria sustentabilida-de não acontece ou não se garantea médio e longo prazo.

Sustentabilidade e cuidado de-vem ser assumidos conjuntamen-te para impedir que a crise se trans-forme em tragédia e para conferir

eficácia às praticas que visam afundar um novo paradigma de con-vivência ser-humano-vida-Terra. Acrise atual, com as severas amea-ças que globalmente pesam sobretodos, coloca uma impostergávelindagação filosófica: que tipo deseres somos, ora capazes de de-predar a natureza e de por em riscoa própria sobrevivência como es-pécie e ora de cuidar e de respon-sabilizar-nos pelo futuro comum?Qual, enfim, é nosso lugar na Terrae qual é a nossa missão? Não seriaa de sermos os guardiões e os cui-dadores dessa herança sagradaque o Universo e Deus nos entre-garam que é esse Planeta, vivo,que se autoregula, de cujo úterotodos nós nascemos?

É aqui que, novamente, se re-corre ao cuidado como uma pos-sível definição operativa e essen-cial do ser humano. Ele inclui umcerto modo de estar-no-mundo-com-os-outros e uma determina-da práxis, preservadora da natu-reza. Não sem razão, uma tradi-ção filosófica que nos vem da an-tiguidade e que culmina em Hei-degger e em Winnicott defina anatureza do ser humano como umser de cuidado. Sem o cuidadoessencial ele não estaria aqui nemo mundo que o rodeia. Sustenta-bilidade e cuidado, juntos, nosmostram um caminho a seguir.

Leonardo BoffTeólogo/Filósofo

E Ivone Gebara acrescenta: umdos grandes 'fenômenos' da vidanos meios populares está nessaaparente contradição entre umpovo sofredor e um povo extrema-mente alegre. Como diz o bloco car-navalesco: 'Nós sofre, mas nós goza'.

É isso que fascina e atrai as pes-soas. Inclusive, penso que é isso,afinal, que constitui o sucesso dapolítica de Lula, que conserva naalma a sabedoria tipicamente popu-lar do valor das coisas provisórias.

A maturidade e sabedoria dopovo fazem com que as pessoas nãoacreditem muito nas mega-liberta-ções, mas se alegrem com as mini-libertações de cada dia. Sinal de umaadmirável capacidade em superar osofrimento por um indestrutível oti-mismo, uma coragem para viver'aqui e agora', de passar por cima demuita coisa para poder viver. Eis atática, eis a metodologia. Na medi-da em que a pessoa melhora, o mun-do melhora. E quando todos melho-ram, o mundo muda.

Recomendo vivamente o livrode Ivone Gebara 'Rompendo o si-lêncio'. Leitura que enriquece!

Eduardo [email protected]

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Na encíclica Ut unum sint oPapa João Paulo II aludiua um problema fundamen-

tal mostrando que estava bemconsciente. Já Paulo VI havia ma-nifestado que estava preocupado.Mas nada saiu dessas preocupa-ções que hoje em dia são preocu-pações da Igreja inteira. O gover-no central da Igreja não funcionabem. Em lugar de adaptar a Igrejaao mundo atual, paralisa a Igrejano seu passado. Muitas coisasdeviam ser reformadas na Igrejapara responder às necessidadesdos tempos. Mas a máquina degoverno impede toda mudança. Osistema impede a mudança. Nin-guém tem poder para tomar deci-sões. O Papa não tem condiçõespara tomar as decisões necessári-as. Eis algumas expressões dessasituação do governo.1. A eleição do Papa

Primeiro os eleitores. O siste-ma atual foi feito quando o Papafazia poucas intervenções fora dadiocese de Roma e das diocesesvizinhas. Os cardeais eram o clerode Roma e das cidades vizinhas.Hoje em dia, o Papa decide tudo oque acontece no mundo inteiro etem uma grande administraçãocom milhares de funcionários. OPapa devia ser eleito por uma re-presentação de todos os conti-nentes. Os cardeais nem sequerrepresentam as Igrejas dos seuspaíses porque foram escolhidospelo próprio Papa e não represen-tam nenhuma Igreja particular.

Se o Papa fosse eleito por umaverdadeira representação da Igre-ja universal, teria mais força ondese apoiar contra o poder da Cúria.Agora ele depende da Cúria. Elei-to pela Igreja poderia invocar opeso da Igreja contra o peso daadministração central. Os presi-dentes das conferencias episco-pais, por exemplo, teriam mais ca-ráter de representatividade. Alémdisso, muitos cardeais são funci-onários da Cúria e não represen-tam nenhuma Igreja porque sãofuncionários da administração.

Em segundo lugar, o modo daeleição. Há dois tipos de eleitores.Há os cardeais da Cúria. Estes seconhecem e formam círculos secre-tos. Esses são os que intrigam parapreparar a eleição. Formam parti-dos e trabalham na sombra paraque o seu partido possa ganhar. Oque aconteceu nas últimas elei-ções, é edificante Depois, há oscardeais de fora. Esses não se co-nhecem, Chegam para o conclavee não se conhecem. Não sabemquais são as intrigas que estão fa-zendo os cardeais da Cúria (comos seus conselheiros!). Em cadapaís a Conferência episcopal exor-ta os católicos para conhecer bemos candidatos e os seus progra-mas de tal maneira que possam fa-

OS PROBLEMAS DE GOVERNO DA IGREJAzer um voto consciente. Mas oscardeais não têm condições de fa-zer um voto consciente porque nãoconhecem os candidatos, nem osseus programas.

Depois da eleição de João Pau-lo II perguntamos ao cardeal Silvade Santiago de Chile porque tinhavotado no cardeal polonês. Ele dis-se: "Nós não o conhecíamos, masdisseram-nos que era um bom can-didato e então votamos nele". Se oparoquiano explicasse assim o seuvoto ao seu vigário, este lhe diriaque é um inconsciente.

Sabemos quem foi quem disseque era um bom candidato. Foi ocardeal Koenig arcebispo de Vienana Áustria. Koenig tinha grandefama de homem de grande proje-ção intelectual e de grande presti-gio internacional. Mas estava mui-to ligado ao Opus Dei que tinhafeito uma campanha eleitoral mui-to ativa. Sabemos que foi ele, por-que ele mesmo o disse antes demorrer, e disse que estava muitoarrependido de ter feito isso. O car-deal Silva não sabia que o cardealpolonês era adversário do Concí-lio Vaticano II.

Os eleitores devem ter tempopara se conhecer e saber quais sãoos candidatos apresentados peloscolegas e quais são os programasdos candidatos. Se isso se exigepor eleições comuns, poderia pen-sar-se que na Igreja essa exigênciade direito natural vale com maisforça. Na prática o quer acontece éque os cardeais fazem um voto deconfiança, exatamente o que sedenuncia em todas as eleições po-líticas. O votante não sabe o quequer o seu candidato. Ainda bemque o povo católico não sabe comose faz essa eleição, porque ficariaenvergonhado. Compreendo queos bispos guardem silêncio so-bre isso. Mas essa situação nãopode continuar. O pior é quandose diz que quem decide a eleiçãoé o Espírito Santo. Quando sesabe muito bem o que aconteceue não houve nenhum momento derevelação do Espírito Santo. Por-que enganar os católicos comose fossem todos infantis?2. A descentralização

Uma administração centraliza-da inevitavelmente quer defenderos seus poderes e aumentá-los. Oque busca a administração centralé em primeiro lugar o seu própriobem, ou seja, o aumento do seupoder: fazer mais leis, mais obriga-ções, mais formulários, mais papéisimpressos, mais exigências.

Na Igreja não é diferente. O quebusca a administração é assegurarmais poder. O bem da Igreja é umpretexto. Isso é parte da naturezahumana, e, se todos os funcionári-os da Cúria fossem santos o pro-blema continuaria. Seria pior por-que se fossem mais santos, queri-

am trabalhar mais ainda, e fazer maisimposições ainda. O principio desubsidiariedade vale para todos osseres humanos e quando um sa-cerdote ou um bispo é ordenado asua natureza humana não muda.Precisa descentralizar: as nomea-ções episcopais, o direito canôni-co, a liturgia, a formação do clero,a organização do ensino, das obrasde caridade e outras obras. Tudopode ser organizado, por exemplo,em cada continente ou cada totali-dade cultural. Nos primeiros sécu-los a Igreja foi organizada em patri-arcados, que eram unidades cultu-rais. A existência dentro da orto-doxia católica de Igrejas de diver-sos ritos orientais mostra que issopode funcionar muito bem. A cen-tralização atual é o resultado derazões puramente históricas.

O sistema atual ainda é na Igre-ja a continuação do colonialismo.Chegando a Puebla João Paulo IIcondenou as comunidades debase, condenou o movimento bí-blico, condenou a teologia latino-americana. Conseqüência: em 30anos, somente no Brasil, 30 milhõesde católicos deixaram a Igreja ca-tólica para aderir a igrejas ou movi-mentos pentecostais ou neopen-tecostais, conseqüência da pasto-ral imposta. O Papa escutou algunsconselheiros que tinham intençõespolíticas muito claras. Não procu-rou saber mais, recorrendo a ins-tâncias mais representativas. Pen-sou que o problema era o comu-nismo e não era o comunismo e eletinha possibilidade de receber ou-tras informações. Alguns podiamdar-lhe a informação de que Amé-rica Latina não é Polônia e nem se-quer é Europa Nós estávamos aísabendo o que ia acontecer, masnada podíamos fazer. O cardeal domAloísio Lorscheider sentiu imedia-tamente tudo e procurou conser-tar, mas não tinha peso suficientee não era da confiança do Papa.

3. Sistema de governoUm sistema de governo em que

uma pessoa sozinha decide tudosem que haja debate público e ins-tância deliberativa, chama-se dita-dura. Um sistema em que as verda-deiras motivações das decisões dogoverno, são escondidas com cer-teza não responde as exigências dodireito natural. Os cidadãos têm odireito de saber quais são os fun-damentos das decisões tomadas.Por exemplo, quando Paulo VIcondenou o uso de meios anti-concepcionais artificiais, não sesoube que os cardeais consulta-dos na sua maioria não concor-davam, que as comissões nome-adas pelo Papa para estudar oassunto também não concorda-vam. Lembro-me muito bem de terouvido os comentários do carde-al Suenens, que era o meu bispo.

Muito bem. Uma geração de-pois, o Conselho da Família enviaaos bispos um comunicado em quediz que já não se devem fazer per-guntas às penitentes sobre a suaprática de limitação de nascimen-to. Se não se podem fazer pergun-tas, é porque não se deve conside-rar como pecado. O próprio Alfon-so López Trujillo teve que comuni-car secretamente essa revogaçãoimplícita da encíclica Humanae Vi-tae. Mas porque não se disse pu-blicamente? A maioria dos católi-cos ainda o ignora, embora nãoaceite a condenação. Os católicosnão conhecem os métodos da Cú-ria romana; Não sabem que nuncase publica a revogação de uma or-dem dada anteriormente. Mas sediz que não se devem fazer pergun-tas aos penitentes. Até o papadode Bento XIV no século XVIII,nunca se havia revogado a conde-nação dos juros, o que proibia quecatólicos trabalhassem em bancos.Mas o Papa disse então aos con-fessores que já não se deviam fa-zer perguntas aos penitentes.

Porque não se disse que agoraa autoridade tinha mudado? Porque as mulheres não podem saberque a Igreja já não condena osmeios artificiais de limitação denascimentos? Muitas ainda acre-ditam que a Igreja as segue conde-nando e tratando como pecadoras.Essas são práticas de ditadurasNuma ditadura o governo nuncaerra. Nunca reconhece que foi umerro. Na Igreja só se reconhecedepois de quatro séculos. Se hou-vesse instancias de deliberação,poderiam ser evitados muitos er-ros que vêm da precipitação, cri-ando depois a dificuldade de reco-nhecer o erro.

Se não se fazem essas refor-mas, nenhuma outra reforma pas-toral será possível. Tudo dependedo centro, tudo depende do papeldo Papa. Paulo VI sabia-o e JoãoPaulo II sabia-o também. Ainda nãosabemos o que pensa o Papa atu-al. Mas acredito que não deve pen-sar diferente do seu antecessor.

Não é questão de santidade. OPapa Pio X foi um santo. Mas co-meteu erros colossais em matériabíblica que explicam uma boa partedos problemas atuais da Igreja nomeio do mundo! O problema é queo Papa é homem também e tem osmesmos limites da natureza hu-mana. A sabedoria humana apren-deu a construir sistemas de go-verno adaptados à condição hu-mana. Jesus não definiu nenhumsistema de governo. E não esta-mos mais nos tempos de Gregó-rio VII. O problema é que tudodepende de uma pessoa só!

As reformas podem demorarséculos se não aparece um dia oPapa que toma a decisão de mudaro modo de exercício do ministériode Pedro. Em princípio, teria queser um homem mais jovem. Preci-sa suprimir esse preconceito queé melhor um homem já de idadepara que não permaneça na fren-te tanto tempo. Mas há outra ma-neira: o Papa pode aplicar-se a simesmo a norma dada aos bispos.Antigamente os seres humanosviviam poucos anos, uma mediade uns 30 anos. Hoje em dia amedia já atinge 80 anos e vai su-bir mais. Não é normal que umainstituição tão complexa tenhaque ser dirigida por um homemcom mais de 80 anos de idade.

Tanta gente na Igreja pensaassim! Talvez sejam mais sábiosdo que eu pensando que de qual-quer maneira nada vai mudar e émelhor conformar-se, do que gas-tar energia numa causa perdidade antemão. O que me consola, éque não estou sozinho. Já hámuitas pessoas que estão escre-vendo essas coisas.

Artigo inédito de José ComblinEnviado por Rene [email protected]

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Jornal RUMOS

1) No livro do gênese,Deus cria o homem e a mu-lher e diz "crescei e multipli-cai-vos". É por isso que oscrentes se casam: para cum-prir o que está na Bíblia. Di-ante disso, o celibato passaa ser até um pecado.

2) o texto diz que a IgrejaRomana aceita a ordenaçãode homens casados. Mas ese o homem se apaixonardepois de ordenado? Esse éjustamente o dilema dos Pa-dres Casados, que primeirose ordenam, depois encon-tram as mulheres de suas vi-das. Então essa história depoder ordenar casado, masnão poder casar ordenadonão resolve esse problema.

3) a questão econômicade um padre com família éuma bobagem. E eu que souservidora pública? Se eumorrer, a Maria Clara herda

Aqui vai meu comentáriosobre o artigo "Nem padrenem leigo" (pág. 5 da edi-

ção anterior de Rumos). Parece-meque o importante é saber quem é oleigo e não o que ele é.

Entendo, salvo melhor juízoque, ainda que o Sacramento daOrdem imprima caráter e vocêssempre serão sacerdotes, na práti-ca o ser cristão será de leigo, umavez que não lhes permitem exercero ministério sacerdotal. A propósi-to, eu não hesitaria em receber umsacramento de vocês, pois aindaque não tenha valor canônico, paramim teria valor sacramental.

Isso posto e pressupondo quevocês exercem uma atividade tem-poral quero lembrar-lhes:

1) A Constituição LUMENGENTIUM sobre a Igreja dedica aoleigo todo o capítulo IV. No nº 31está escrito o que o Concilio Vati-

NEM PADRE NEM LEIGO - COMENTÁRIOcano II compreende sob o nomede leigo: "Estes fiéis pelo Batismoforam incorporados a Cristo, cons-tituídos no povo de Deus e a seumodo feitos partícipes do múnussacerdotal, profético e régio deCristo, pelo que exercem sua partena missão de todo o povo cristãona Igreja e no mundo". A questãonão é ser leigo ou sacerdote, massim o compromisso batismal, qualseja ser Rei, Profeta e Sacerdote,como Jesus Cristo foi. Os reis da-quela época tinham centenas depessoas a seu serviço, Jesus foium rei que disse: "Eu não vim paraser servido mas para servir" Ossacerdotes ofereciam animais emsacrifício, Jesus foi um sacerdotediferente, Ele se ofereceu em sacri-fício. O profetismo de Jesus não selimitou a anunciar o Reino, masdenunciar tudo aquilo que era con-trário. Por isso foi pregado na cruz.

Como será que os cristãos-não-ordenados e os cristãos-ordena-dos ou cristãos-consagrados (pre-firo usar esta terminologia) estãovivendo esse múnus? Infelizmen-te não estão vivendo, pois se vi-vessem o mundo seria outro. Deum modo geral o cristão não-orde-nado vive um cristianismo de sa-cristia, querendo ser apêndice dopadre. Por outro lado o cristão-or-

denado estimula os fiéis a exerce-rem atividades intra-eclesiais, taiscomo: catequese, palestras, cursode ministro da Eucaristia, etc. Es-sas atividades, claro, não são des-prezíveis, mas devem ser entendi-das como convocação e não comovocação. As perguntas que cairãono vestibular do juízo final não se-rão do tipo quantas missas vocêscelebraram ou quantas palestras debatismo eu dei, mas sim: vocês mederam de comer, vocês me deramde beber, vocês me vestiram, vo-cês me abrigaram?

2) O Documento EVANGELIINUNTIANDI quando fala sobre osobreiros da evangelização no nº 70diz: "Os leigos, a quem a sua voca-ção especifica coloca no meio domundo e à frente de tarefas as maisvariadas na ordem temporal, de-vem, também eles, através dissomesmo, atuar uma singular forma

de evangelização".A sua primeira e imediata tare-

fa não é a instituição e o desen-volvimento da comunidade ecle-sial - esse é o papel específico dospastores - mas sim, o por em práti-ca todas as possibilidades cristãse evangélicas escondidas, mas jápresentes e operantes, nas coisasdo mundo. O campo próprio desua atividade Evangelizadora é omesmo mundo vasto e complica-do da política, da realidade sociale da economia, como também oda cultura, das ciências e das ar-tes, da vida internacional, e ain-da outras realidades abertas paraevangelização, como sejam oamor, a família, a educação dascrianças e dos adolescentes, otrabalho profissional...".

Canhoto, Joao Carlos deSousa Martins

[email protected]

?

TABLETES HOMEOPÁTICOS SOBRE CELIBATO OBRIGATÓRIOo Iphan? E os funcionáriosde empresas privadas? Poracaso os filhos deles sãoherdeiros da empresa? Se ospadres receberem um salário(será que já não recebem?não sei), o que ele comprarcom o salário dele é herançados filhos; o que é da Igrejaé da Igreja e não tem proces-so civil que tire isso. Ah, ospadres têm que viver de es-mola? Nos dias de hoje, emque não se tem nem padrenem fiéis? Piada, né? O diaque a Igreja se organizarcomo uma empresa, os pro-blemas vão acabar. Os ver-dadeiros católicos se ofere-cerão para o serviço (ho-mens e mulheres), receberãosalário para isso e farão umbom trabalho. Como a Igrejaé multinacional, o funcioná-rio pode receber oferta detrabalhar em qualquer parte

do mundo onde seja neces-sário (levando a família, éclaro). Se ele cometer algumcrime, não vai precisar seracobertado: responde pelajustiça comum do país ondeo crime foi cometido e é de-mitido. Simples. Tudo bem,os bispos e papas podemcontinuar sendo os que fa-zem a opção do celibatocomo carisma - a direção daempresa fica para os que sededicam a ela exclusivamen-te. Se você for ver, muitagente hoje deixa mesmo decasar e ter filhos para se de-dicar à carreira, então tam-bém não é novidade nenhu-ma. Ah, é claro, quem ficarno ministério até certa idadeconta com aposentadoria(salário vitalício). Se a dila-pidação dos bens da Igrejapelas famílias dos padres étão preocupante, pode colo-car cláusula de que a empre-sa não oferece pensão paraviúvos e filhos (que é algoque, aqui no Brasil, é direitode todos os servidores pú-blicos e dos enquadrados naCLT). Ah, eu acabei com oSanto Sacramento da Or-dem? É, acabei com a poesiae o romantismo ultrapassa-dos desse "Chamado", des-sa história de "ser escolhi-do por Deus". Se você acre-dita na coisa e tem capaci-dade de fazer o serviço,candidate-se à vaga. Se avida sacerdotal não impu-sesse tantas restrições,muita gente boa pensariana possibilidade. Será que,

se eu mandar a idéia para oVaticano, eles respondemsem me excomungar?

4) essa questão do celi-bato é para oprimir mesmo, éuma questão de poder. "Eutenho poder porque mandovocê não sentir prazer".Quando você controla o pra-zer do outro, você o domina.É o que fazem com as mulhe-res também, obrigando-as ase manterem virgens, a exem-plo de Maria, que foi virgema vida toda (LOROTA!!!). Amesma coisa é essa históriade "só pode ter relação se-xual se for para procriação"

- ou seja, por prazer nãopode. A Igreja proíbe o pra-zer, demoniza o prazer, man-da para o inferno quem temalguma alegria na vida. De-pois quer saber cadê os pa-dres, cadê os fiéis: foram pro-curar religiões mais toleran-tes, que compreendem quenascemos para louvar aDeus com alegria, não comsofrimento. Sofrimento nãopode levar a Deus - é con-tra-sensor! Deus está na mi-nha alegria, na minha felici-dade, e não nas minhas lá-grimas. Deus, se é mesmoPai, não quer me ver sofrer,

não quer que eu passe avida com medo do inferno.Ele me deu a vida para eufazer coisas boas, para eufazer os outros felizes. Ouserá que esse Deus bom queeu compreendo não é o Deusda Igreja Católica Apostóli-ca Romana? Será que eu tam-bém estou na religião erra-da? Será que eu deixei de sercatólica e nem percebi?

Enfim, de tabletes ho-meopáticos quase fiz umainjeção de cortisona in-travenosa...

Mônica [email protected]

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Jornal RUMOS

13Jornal RUMOS

Existem, infelizmente, doisgrandes discursos na Igre-ja nessa atual conjuntura,

duas formas distintas de viver aeclesialidade nos dias atuais. Oprimeiro, mais em voga principal-mente na mídia e nas grandes con-centrações da fé, traz uma aborda-gem conservadora e tradicionalis-ta, geralmente imbuída de muitoemocionalismo e devocionismo.Jesus Cristo, a partir dessa verten-te, é o Senhor dos grandes mila-gres e dos discursos moralistas,desvinculados da vida real e dascondições históricas de seu povo.Nessa perspectiva, surgem quasesempre cristãos infantilizados, des-preparados para enfrentar os de-safios deste mundo caótico e des-providos de identidade eclesial.Quando não temos consciênciaclara de quem é Jesus Cristo e dequem realmente somos, nos torna-mos dóceis crianças conduzidaspor qualquer vã doutrina ou por

UM OUTRO CRISTIANISMO É POSSÍVEL

Em 2007, a taxa de ferti-lidade na França era de1,8 filhos por casal; na

Inglaterra, de 1,6; na Grécia,de 1,3; na Alemanha, de 1,3;na Itália, de 1,2; na Espanha,de 1,1. A média da União Eu-ropeia era de 1,38.

Com taxas tão baixas, sen-do necessário cobrir o déficitpopulacional com a imigração,a Europa que conhecemos, den-tro de anos, terá deixado deexistir. Para preservar a suacultura, precisaria, no mínimo,de uma taxa de fertilidade de2,11 crianças por família.

A partir de 1990, 90% dosimigrantes que entraram naEuropa, eram originários de pa-íses muçulmanos. Inseriram-seno mundo do trabalho, não noda cultura. Vivendo em paísesestrangeiros e gozando dos be-nefícios das suas leis, em casode conflito, invocam e tentamfazer valer as leis e usos dassuas origens, sobrepondo-os àsleis e usos das nações que osacolheram. É esta imigraçãomuçulmana que será potencial-mente capaz de mudar a fisio-nomia da Europa. Como?

Na França, enquanto as fa-mílias de origem francesa ge-ram, em média, 1,8 filhos porcasal, as muçulmanas apresen-tam uma taxa de fertilidadebem superior: 8,1. No sul do país,30% da população de O a 20

UMA CONQUISTA SILENCIOSA

qualquer um que se apresente di-ante de nós. Acabamos nos tornan-do meros frequentadores de atoslitúrgicos, de reuniões e mais reu-niões infrutíferas, figuras medrosase acanhadas na vida real. As fór-mulas devocionais desse grupo de"verdadeiros guerreiros da fé" sãocópias mal-feitas de um neopente-costalismo alienante e completa-mente avesso dos ensinamentosclaros e "incômodos" da doutrinasocial da Igreja.

Recentemente, um site católi-co de renome, publicou o seu "in-dex" condenando uma série de lei-gos, religiosos, sacerdotes e bis-pos, taxando-lhes de "comunistase propagadores de uma doutrinaanticristã". Até que ponto chega onosso olhar míope da fé! As ven-das da hipocrisia e da ignorâncianos impedem de ver a verdade eexperimentar o "gostinho" incon-fundível da fé cristã. Lutar por umasociedade verdadeiramente justa e

igualitária, denunciar os desman-dos daqueles que oprimem e mas-sacram os mais pobres, conscien-tizar a população acerca de seusdireitos e deveres, unir fé e vidasão obrigações dos que se dizemdiscípulos e missionários de Cris-to. Aonde foram parar as Confe-rências de Medellín, Puebla, SantoDomingo e Aparecida que tantoenfatizam a opção preferencial pe-los pobres? Se isso é coisa de co-munista, quero o meu nome incluí-do nessa relação!

A outra vertente de Igreja, pre-sente principalmente nas pequenascomunidades, tenta dar visibilida-de aos clamores dos inúmeros ex-cluídos da sociedade. Acusadosimplacavelmente de envolvimentoideológico com o político e o soci-al ("marxização" da fé cristã), osditos "comunistas" representam avoz profética do cristianismo hámuito esquecida, mas nunca silen-ciada. A Teologia da Libertação, tão

atacada e vilipendiada pelas auto-cracias eclesiásticas, continua amotivar, embalar as grandes lutas,inspirar os corajosos profetas dacontemporaneidade que ainda acre-ditam em um outro cristianismo. Namaneira simples de celebrar e par-tir o pão vemos claramente o espa-ço fraterno aonde as minorias ce-lebram o grande festim do Reinode Deus, já presente aqui e agora.

Duas faces de uma mesma Igre-ja! Opostas ou unidas na diversi-dade? Martin Luther King, em umde seus memoráveis discursos,disse certa vez: "Precisamos nosunir como irmãos ou pereceremoscomo loucos". O caminho que nosé proposto é resgatar o verdadei-ro projeto de Jesus Cristo, paraque ele não se torne uma figuraproeminente do passado sem im-plicações concretas na vida atu-al. Qual a imagem de Jesus Cristoque devemos apresentar ao povocristão em catequese, ensino re-

ligioso e homilia? Qual a impor-tância de um determinado refe-rencial cristológico para o (não-)engajamento social e político decristãos e cristãs?

César Augusto Rocha,Coordenador do Conselho

Diocesano de Leigos/asDiocese de Tianguá/CE

www.adital.org.br

anos são muçulmanos. E emgrandes cidades como Nice,Marselha e Paris a percentagemé de 45%. Calcula-se que, aeste ritmo, dentro de quatro dé-cadas, a França será uma re-pública islâmica. Em regiõesonde outrora havia numerosasigrejas, o que agora abunda sãomesquitas.

Nos últimos trinta anos, a po-pulação muçulmana da Inglater-ra passou de 82 mil a 2,1 mi-lhões. Há mais de mil mesqui-tas, muitas delas antigas igrejas.

Nos Países Baixos, 50%dos recém-nascidos são mu-

çulmanos. Dentro de quinzeanos, metade da populaçãotambém o será.

25% da população da Bél-gica e 5% dos recém-nascidossão muçulmanos. E, se foremcertos os prognósticos do go-verno do país, em 2025, um ter-ço das crianças nascidas naEuropa será oriundo de famíli-as muçulmanas.

O governo alemão já o de-clarou abertamente: "O declínioda população alemã não podeser detido. É irreversível. Porvolta de 2050, a Alemanha seráum estado islâmico".

Há atualmente 52 milhõesde muçulmanos na Europa.Segundo cálculos, poderãoduplicar nos próximos vinteanos. E, em algumas dezenasde anos farão da Europa umcontinente muçulmano.

Cristãos e muçulmanos tra-zem atrás de si uma história devitórias e derrotas, de reencon-tros e entrechoque de espadas,mas, sobretudo, de sangue. E aEuropa foi muitas vezes o ce-nário ou ponto de partida paratais confrontos. O que aconte-ce agora é diferente. Não hábatalhas, não há fragor de ar-

mas, mas há conquistas, embo-ra o ditador da Líbia, Kadhafi,prefira falar apenas de vitórias:"Há sinais de que Alá vai ou-torgar uma imensa vitória ao islãna Europa, sem espadas, semfuzis, sem conquistas. Nós nãotemos necessidade de terroris-tas, nós não temos precisão dekamikazes..."

Conquista só da Europa? Selançarmos o olhar noutras dire-ções, talvez encontremos pers-pectivas semelhantes.

Na Rússia, há mais de 23 mi-lhões de muçulmanos; em brevesanos, eles comporão cerca de40% das Forças Armadas russas.

No Canadá, entre 2001 e2006, a população aumentou 1milhão e 600 mil habitantes; 1milhão e 200 mil eram proveni-entes da imigração, composta,em grande parte, de muçulma-nos. O islã é a religião que ago-ra se desenvolve mais depres-sa no país

Em 1970, havia 100 mil mu-çulmanos nos Estados Unidos;são hoje 9 milhões.

Estes e outros números es-tatísticos parecem demonstrarque, dadas as taxas de cresci-mento da população muçulma-na também em países tradicio-nalmente cristãos, o islã será,não tardará muito, a religiãodominante no mundo.

Luís GuerreiroFonte: INTERNET

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14 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

PÁGINA DA MULHER

Ampliar os elos da tradição

Causar-nos-á estupe-fação uma conduta"suicida" que priva

a Igreja do único apoio ati-vo à sua disposição, dissu-adindo as mulheres de seocuparem da educação reli-giosa dos filhos como nopassado, e arruína sua cre-dibilidade perante uma soci-edade "definitivamente"convicta da promoção damulher. Ao que ela opõe suatradição imemorável que aproíbe de adaptar-se aoscostumes e à evolução domundo contrários à lei deDeus. Mas, não é o caso deidentificar ambos, a mulhere o mundo?

No plano da moral, a Igre-ja conecta o uso da sexuali-dade ao matrimônio legítimoe à procriação, em virtude deuma lei natural que tem Deuscomo autor e de quem ela tema custódia. Mas, os antro-pólogos sabem muito bemque as regras matrimoniaissão um fato de convençõessociais que variam segundoas épocas e os lugares: oque os moralistas antigosconsideravam como "lei na-tural" não era indene aoscostumes sancionados pelalei civil. E, quando se fazapelo à "natureza", se lhesubmete o regime da razãocomum.

Certamente esta últimaestá sujeita a variações e er-ros, mas nem sequer a moralda Igreja é disso isenta e fre-quentemente é com sabedo-ria que ela soube tomar emconta certas evoluções doscostumes. Hoje, por exem-plo, embora professe que osjovens casais não desposa-dos "vivam em pecado", osacolhe com bondade paraprepará-los ao matrimôniosacramental ou para batizaros seus filhos. Vozes autori-zadas sempre mais numero-sas preconizam uma acolhi-da similar nas comunidadescristãs em benefício dos di-vorciados redesposados.

A Igreja deveria aceitarum livre debate sobre asquestões éticas que interes-sam a todas as sociedades eparticipar dele ela própria,sem arrogar-se um direitoexclusivo e absoluto de en-sinamento. Sua condenaçãodo uso dos preservativos,único meio unanimemente

Lisboa, 22/06/2011. Ocardeal-patriarcaJosé Policarpo con-

sidera que a ordenação sa-cerdotal das mulheres vaiacontecer quando "Deusquiser" e que, até lá, é pre-ferível não tocar no assun-to, mesmo sabendo que osimpedimentos desta opçãosão mais tradicionais doque teológicos.

"Teologicamente nãohá nenhum obstáculofundamental", afirma D.José Policarpo em entre-vista publicada na maisrecente edição do boletimda Ordem dos Advoga-dos, datada de maio,acrescentando que a tra-dição da Igreja tem tido aúltima palavra: "Nuncafoi de outra maneira".

O prelado está conven-cido que "não há neste mo-

ORDENAÇÃO DASMULHERES SÓ QUANDO

"DEUS QUISER"

AS MULHERES E O FUTURO DA IGREJA(CONTINUAÇÃO)

mento nenhum Papa" compoder para alterar essa práti-ca e que é preferível não dis-cutir o assunto: "No momen-to que estamos a viver, é umdaqueles problemas que émelhor nem levantar… sus-cita uma série de reações".

A mudança nesta tradi-ção ocorrerá "se Deus qui-ser que aconteça e se esti-ver nos planos Dele aconte-cerá", diz José Policarpo.

Cardeal José Policarpowww.agencia.ecclesia.pt

reconhecido de não-propa-gação da AIDS, tem forte-mente denegrido seu crédi-to junto aos organismos in-ternacionais que se preocu-pam por este flagelo; tristís-simos atos sexuais cometi-dos por padres e "encober-tos" por sua hierarquia de-veriam incitá-la a revestir-sede maior modéstia. Que elanão queira debater com umaopinião pública hostil aquaisquer regras morais, seentende; mas, poderia darconfiança aos seus teólogose aos fiéis instruídos tambémeles pelo Espírito Santo, aci-ma de tudo às mulheres, asprimeiras envolvidas. Suaconsciência e experiência,sobre as quais mereceriamser escutadas antes que sedecida sobre sua sorte daparte de machos celibatári-os. A Igreja talvez tivessemedo de perder poder con-sultando os seus fiéis? A al-ternativa é perdê-los.

Ainda é uma questão depoder que a impede de fazerespaço, nos seus organis-mos dirigentes, às mulheresque trabalham para ela. Sesua tradição se abstinha de-las, o motivo é o mesmo deoutras sociedades que pre-cisaram muito tempo para li-bertar-se do seu espírito pa-triarcal, feudal ou corporati-vo. Aqui não se trata somen-te da ordenação das mulhe-res ao presbiterado. Sem sertotalmente hostil à mesma,jamais a defendi, como tam-bém não a ordenação de ho-mens casados ou a revoga-ção da lei do celibato sacer-dotal, pela única e simplesrazão que o poder da Igrejase conecta ao que é sagradoe que o interesse da fé não éo de estender o âmbito dosagrado, mas de temperar opoder e, por isso, de com-

partilhá-lo fora do sagrado.Com efeito, no nosso mun-do laicizado e secularizado,isto é democrático, a fé sópode perecer se for privadada liberdade à qual Cristochama todos os cristãos se-gundo as palavras de sãoPaulo, - o qual sem dúvidarecordava que a única vezem que Cristo havia faladode poder, era para proibir aosseus apóstolos que o usas-sem à maneira dos poderososque gostam de impor o seudomínio e fazê-lo ver e sentir.

Eis porque o remédio aoperecimento da Igreja na erapresente parece-me que sejao de pôr resolutamente emato as recomendações doVaticano II, ao invés de olharpara ele com suspeita e deagir em sentido contrário. Ouseja: deixar maior liberdadede iniciativa e de experimen-tação às Igrejas locais: pre-ocupar-se menos em refor-çar as estruturas administra-tivas da instituição do quede fazer viver as comunida-des de cristãos, mesmo pe-quenas, lá onde residem.Chamar os cristãos a assu-mirem a responsabilidade deseu serem-cristãos ou de seuviverem-na-Igreja; e issonão individualmente nemsomente entre eles, mas emcomum e em concretizaçãocom a autoridade episcopal.Dar maior confiança a umaliberdade criativa antes doque à obediência passiva;fazer ingressar leigos, devi-damente delegados por suascomunidades, nos lugaresonde se tomam as decisõespastorais, em todos os níveise em paridade com o clero, enão somente em grupos desimples consulta. E deixarentrar as mulheres nesteslugares de decisão em pari-dade com os homens.

Por que em paridade?Para não erigir a Igreja a sím-bolo de uma contracultura. -Portanto: para abrir-se aoespírito do mundo, malgra-do São Paulo que exorta oscristãos a "não conformar-se ao século presente"?Não, mas para melhor abrir omundo à penetração no mes-mo do espírito evangélico.Não é mais a época em que aIgreja instruía povos bárba-ros ou populações incultase iletradas. Agora ela se diri-ge a um mundo "adulto" enão pode mais amestrá-lo doalto da cátedra; deve reco-nhecer os seus valores parafazê-lo escutar sua palavra.

- Então: adaptar-se aosvalores de um mundo secu-larizado? Não exatamente,porque muitos daqueles va-lores são o fruto de semen-tes evangélicas que a Igrejalançou no mundo no decur-so de sua vida comum e, ésobretudo assim para asidéias de liberdade e deigualdade, das quais nasceua emancipação da condiçãofeminina, tem podido serdesviados do seu sentidooriginal e produzir frutos dis-formes, o que não impedeque a Igreja poderá reende-reçá-los e regenerá-los so-mente reconhecendo suaproveniência evangélica, epode fazê-lo somente deixan-do que aquelas mesmas idéi-as produzam frutos no seuinterior, do qual ela os haviaexpulsado. É assim que o re-conhecimento efetivo daemancipação da mulher, naIgreja como no mundo, setornou a condição de possi-bilidade de uma evangeliza-ção do mundo. E, já que amissão evangélica é a razãode ser da Igreja, a nova aco-lhida que ela reservará àmulher será o "símbolo"operante de sal presençaevangélica no mundo dehoje, bem como a garantiade sua sobrevivência. A mu-lher não veste mais corpe-tes ou espartilhos, vestesque a constringem: tambéma Igreja deve emancipar-seda tradição que a liga às so-ciedades patriarcais do pas-sado para dar-se, com o es-paço que saberá dar às mu-lheres, o direito de sobrevi-ver neste novo mundo.

Joseph Moingt, 95 anos,teólogo jesuíta

Termina na próxima edição

Joseph Moingt

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Jornal RUMOS

15Jornal RUMOS

A crise da missa é, pro-vavelmente, o símbolomais expressivo da cri-

se que se está a viver no cristi-anismo atual. Cada vez apare-ce com mais evidência que ocumprimento fiel do ritual da eu-caristia, tal como ficou configu-rado ao longo dos séculos, é in-suficiente para alimentar o con-tato vital com Cristo que neces-sita hoje a Igreja.

O afastamento silencioso detantos cristãos que abandonama missa dominical, a ausênciageneralizada dos jovens, inca-pazes de entender e gostar dacelebração, as queixas e pedi-dos de quem continua a assis-tir com fidelidade exemplar, gri-tam-nos a todos que a Igrejanecessita no centro mesmodas suas comunidades umaexperiência sacramental mui-to mais viva e sentida.

No entanto, ninguém pare-

Em documento reveladopelo site WikiLeaks, con-versas entre o ex-embaixa-

dor americano Francis Rooney emembros do Vaticano sobre a situ-ação da Igreja Católica no Brasil,pouco antes da visita de Bento XVIao País, em maio de 2007, mostramcríticas à quantidade e à qualidadedo clero e apreensão com o cresci-mento dos evangélicos.

A informação é do jornal OEstado de S. Paulo, 30-06-2011.

O monsenhor brasileiro Ste-fano Migliorelli, que chefiava a se-ção brasileira da Secretaria de Es-tado do Vaticano e comandava ospreparativos para a visita, teria la-mentado a falta de padres "emgrande parte da América Latina"e dito que, na região, o nível deeducação deles seria muito bai-

Deus, Inteligência das inte-ligências, Causa das cau-sas, Lei das leis, Princípio

dos princípios, um dia, a alma des-perta e se encanta com a manhãque se espreguiça no horizonte.

Sente-se como que a pairar aci-ma e além da escala humana.

Então, se recorda ser filha deum Pai amoroso e bom. Recorda deum Criador que a tudo para todosprovê.

E plena de gratidão, extravasaem versos sua alma:

Razão das razões, Consciênciadas consciências.

Bem tinha razão Isaac Newtonao descobrir-se, toda vez que pro-nunciava Vosso nome.

Deus, Pai bondoso, eu Vos en-contro na natureza, Vossa filha enossa mãe.

Eu Vos reconheço, Senhor, napoesia da criação, no vento quededilha harmonias na cabeleira dasárvores.

Nas cores que se apresentamtão diversificadas em matizes e gra-dações.

Nas águas que rolam, silentes,em córregos minúsculos, nas ca-choeiras que se lançam, ruidosas,de alturas consideráveis, no ver-dor da grama que atapeta o jardime as praças.

Reconheço-Vos, Pai, na flor dosjardins e pomares, na relva dosvales, no matiz dos campos, na bri-sa dos prados.

Senhor, eu Vos encontro noperfume das campinas, no murmú-

MISSA - REAVIVAR A MEMÓRIA EM JESUS

WIKILEAKS MOSTRA CRÍTICASDO VATICANO AO BRASIL

POEMA PARA DEUS

xo. Outra crítica é a de que a obe-diência a certos padrões, como ocelibato, deixaria a desejar.

O diplomata tratou do cresci-mento dos evangélicos, lembran-do que em 1980, época da primei-ra visita do papa João Paulo II,os católicos eram 89% da popu-lação, enquanto que, no Censode 2000, esse número havia caí-do para 74%.

Em tópico sobre "a ameaça dateologia da libertação", Rooneyteria dito que, apesar de João Pau-lo II, com ajuda do então cardealJoseph Ratzinger - hoje BentoXVI -, ter combatido "essa análi-se marxista da luta de classes",ela estaria ressurgindo em váriaspartes da América Latina.

30/06/2011www.ihu.unisinos.br

rio das fontes, no rumorejo dasmenores ramificações das copasdas árvores.

Também Vos descubro na mú-sica dos bosques, na placidez doslagos, na altivez dos montes, naamplidão dos oceanos, na majes-tade do firmamento.

Eu Vos vejo, Senhor, na criançaque sorri, brinca, pula e distribuialegrias, provocando risos.

Eu Vos reconheço, Pai, no an-cião que anda lento, que tropeça.Mas, sobretudo, na inteligênciaque ele revela, resultado de suasexperiências bem vividas.

Eu Vos descubro no mendigoque implora, na mão que assiste,na mãe que vela, no pai que ins-trui, no Apóstolo que evangeliza.

Deus! Reconheço-Vos no amor daesposa, no afeto do filho, na estimada irmã, na misericórdia indulgente.

E Vos encontro, Senhor, na fédo que a tem, na esperança dospovos, na caridade dos bons, na

inteireza dos íntegros.Reconheço-Vos, Senhor, na

inspiração do poeta, na eloquên-cia do orador, na criatividade doartista.

Também Vos encontro na sabe-doria do filósofo, na intelectuali-dade do estudioso, nos fogos dogênio!

E estais ainda nas auroras po-lares, no argênteo da lua, no brilhodo sol, na fulgência das estrelas,no fulgor das constelações.

Deus! Reconheço-Vos na for-mação das nebulosas, na origemdos mundos, na gênese dos sóis,no berço das humanidades, namaravilha, no esplendor, no subli-me do Infinito!

Por fim, entendo, com Jesus,quando ora:

Pai nosso, que estais noscéus...

Ou com os anjos quando can-tam: Glória a Deus nas alturas...

Eurípedes Barsanulfo

ce sentir-se responsável peloque está a ocorrer. Somos víti-mas da inércia, da covardia ouda preguiça. Um dia, quemsabe não afastado, uma Igrejamais frágil e pobre, mas commais capacidade de renovação,empreenderá a transformaçãodo ritual da eucaristia, e a hie-rarquia assumirá a sua respon-sabilidade apostólica para tomardecisões que hoje não nos atre-vemos nem a expor.

Entretanto não podemospermanecer passivos. Para queum dia se produza uma renova-ção litúrgica da Ceia do Senhoré necessário criar um novo cli-ma nas comunidades cristãs.Temos de sentir de forma mui-to mais viva a necessidade derecordar Jesus e fazer da Suamemória o princípio de umatransformação profunda da nos-sa experiência religiosa.

A última Ceia é o gesto pri-

vilegiado em que Jesus, ante aproximidade da Sua morte, re-capitula o que foi a Sua vida eo que vai a ser a Sua crucifi-cação. Nessa Ceia concentra-se e revela-se de forma excep-

cional o conteúdo salvador detoda a Sua existência: o Seuamor ao Pai e a Sua compai-xão para com os humanos, le-vado até ao extremo.

Por isso é tão importante

uma celebração viva da euca-ristia. Nela atualizamos a pre-sença de Jesus no meio de nós.Reproduzir o que Ele viveu notérmino da Sua vida, plena e in-tensamente fiel ao projeto doSeu Pai é a experiência privile-giada que necessitamos paraalimentar o nosso seguir a Je-sus e o nosso trabalho para abrircaminhos ao Reino.

Temos de escutar com maisprofundidade o mandato de Je-sus: "Fazei isto em memória deMim". No meio de dificuldades,obstáculos e resistências, te-mos de lutar contra o esqueci-mento. Necessitamos fazermemória de Jesus com maisverdade e autenticidade.

Necessitamos reavivar erenovar a celebração da eu-caristia.

José Antonio Pagola.Tradução: Antonio

Manuel Álvarez Pérez

Page 16: 00221 jornal rumos - padrescasados.org … · 2 Jornal RUMOS Jornal RUMOS No intuito de animar a todos(as) os(as) integran-tes da nossa família MFPC quero expressar a ansieda-de

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Jornal RUMOS

Um jovem muito arro-gante, que estavaassistindo a um

jogo de futebol, tomou parasi a responsabilidade de ex-plicar a um senhor já madu-ro, próximo dele, porque eraimpossível a alguém da ve-lha geração entender estageração.

"Vocês cresceram em ummundo diferente, um mundoquase primitivo!", o estu-dante disse alto e claro demodo que todos em voltapudessem ouvi-lo.

"Nós, os jovens de hoje,crescemos com Internet ,celular , televisão, aviões ajato, viagens espaciais, ho-mens caminhando na Lua,nossas espaçonaves tendovisitando Marte. Nós temos

O Vaticano foi criticado pelo arcebis-po católico de Dublin, Patsy McGarry, pelo seu atraso em respon-

der aos relatórios das equipes da visita-ção apostólica à Irlanda, enviados emabril passado.

A reportagem é de Patsy McGarry, pu-blicada no jornal The Irish Times, 03-06-2011.

Falando em Dublin nesta quinta-feira, eledisse que o ritmo da mudança na cultura religi-osa irlandesa era tal que, "quanto maior a de-mora no avanço dos frutos da visitação apos-tólica, maior o perigo de falsas expectativas, emaior o encorajamento para aqueles que pre-ferem o imobilismo perante a reforma".

Ele estava "impaciente para saber qualserá o caminho que a visitação apostólicairá definir para a renovação da Igreja irlan-desa, de forma que a nossa renovação avan-ce decisivamente. Ao mesmo tempo, tam-bém estou cada vez mais impaciente com alentidão do processo, que começou há umano atrás. Essa não é uma crítica ao SantoPadre; é um apelo aos seus colaboradores".

Sete equipes de visitação apostólicaestiveram na Irlanda para investigar aIgreja durante o final do ano passado einício deste ano. Elas passaram por qua-tro arquidioceses católicas e pelos semi-nários irlandeses, e se encontraram comcongregações religiosas masculinas efemininas, antes de apresentar seus rela-tórios em Roma na Páscoa.

O arcebispo Martin falou no All HallowsCollege, em Dublin, aos delegados de qua-

A presidente da co-missão parlamentarcontra os abusos a

menores de Bélgica, Kari-ne Lalieux, mostrou-se fa-vorável a impor sançõeseconômicas à Igreja Cató-lica pelas centenas de ca-sos de pederastia cometi-dos em seu seio.

Lalieux considera que,dado que as indenizaçõesde um tribunal arbitral "tar-darão pelo menos um ano","sejam tomadas outras me-didas, como sanções eco-nômicas", com o fim de quea Igreja Católica belga "co-mece a ressarcir as vítimasquanto antes.

Em maio ela apresentouno Parlamento belga umconjunto de medidas deapoio às vítimas e condena-

- Vários grupos católicosnorte-americanos, reformis-tas, com posições próximasdo "Movimento Nós SomosIgreja" (IMWAC), juntaram-se para organizar o "Ameri-can Catholic Council", quese reuniu em Detroit (EUA)de 9 a 12 de Junho.

- Este encontro contoucom vários oradores bemconhecidos, como HansKüng, Anthony Padovano eJoan Chittister. O programacompleto pode ser consul-tado no seguinte link:www.americancatholiccouncil.org

- Um dos documentos

ARCEBISPO IRLANDÊS CRITICA O VATICANO PELA''LENTIDÃO'' NA RENOVAÇÃO DA IGREJA

HOMENAGEM À TURMA DE CABELOS BRANCOS(E PARA OS JÁ SEM CABELOS TAMBÉM)

CONSELHO AMERICANO CATÓLICO

BÉLGICA PROPÕE SANÇÕES ECONÔMICASÀ IGREJA POR ABUSOS

se 70 países que participavam de uma con-ferência realizada em preparação ao Con-gresso Eucarístico 2012.

Ele disse que a Irlanda estava "passan-do por uma revolução de sua cultura religi-osa". Em algumas paróquias de Dublin, "apresença na missa dominical é de cerca de5% da população católica e, em alguns ca-sos, é até menos do que 2%", disse.

Pela segunda vez desde que se tornouarcebispo, "não haverá nenhuma ordena-ção sacerdotal na arquidiocese de Dublin,e os próximos anos indicam apenas umapequena quantidade de novas vocações".

Ele descreveu como "doloroso" o"fracasso na transmissão da fé à próxi-ma geração".

energia nuclear, carros elé-tricos e a hidrogênio, com-putadores com grande capa-cidade de processamento e....," - fez uma pausa para to-mar outro gole de cerveja.

O senhor se aproveitou dointervalo do gole para inter-romper a liturgia do estudanteem sua ladainha e disse:

- Você está certo, filho.Nós não tivemos essas coi-sas quando éramos jovensporque estávamos ocupa-dos em inventá-las. E você,um bostinha de merda arro-gante dos dias de hoje, oque está fazendo para apróxima geração?

Foi aplaudido de pé!

fundadores do AmericanCatholic Council é a "Ca-tholic Bill of Rights andResponsabilities", que sepode ler aqui:www.americancatholic

council.org/bill-of-rights/- O "Movimento Nós So-

mos Igreja Internacional" es-teve representado por Chris-tian Weisner, que falou àAssembleia dia 11 de Junho.

ção aos agressores.A Igreja criou uma comis-

são de investigação cujo in-forme, apresentado em se-tembro de 2010, constatouas denúncias de 450 vítimasde abusos e o suicídio de 13delas, o que causou umanova comoção nacional.

A pederastia por parte dereligiosos ocupou, durantea Semana Santa, a primeirapágina da imprensa belgadepois que o ex-bispo deBrujas Roger Vangheluwe seconfessou autor de abusossexuais a um sobrinho.

EFE