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A parr deste ano a sole- nidade de colação de grau dos concluintes dos cur- sos de graduação da Universidade deixa de ser bancada pe- los formandos. Os primeiros a se be- neficiarem dessa re- dução nos custos da graduação foram os graduandos 2011-2 (licenciatura e ba- charelado) em Ciên- cias Biológicas. Ano XIV - Nº 171 15 a 29 de FEVEREIRO /2012 Página 6 EXTENSÃO Saberes e fazeres Página 7 CONGRESSO Extensão Universitária Página 3 FARMACO- LOGIA Infusões e chás Jornal da Universidade Estadual de Santa Cruz 9912268304/2010 DR/BA UESC Outorga de grau sem ônus para formandos Página 8 Páginas 4 e 5 Página 5 O Programa de Pós-gra- duação em Genética e Bio- logia Molecular realizou o II Curso de Verão. O even- to, em nível de extensão, contou com a participação de mais de 100 inscritos, procedentes de universi- dades da Bahia e de outros estados da Federação. Curso de verão em gené- tica e biologia molecular Professor do DFCH fala sobre analfabetismo/alfabetização em Com Ciência

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A partir deste ano a sole-nidade de

colação de grau dos concluintes dos cur-sos de graduação da

Universidade deixa de ser bancada pe-los formandos. Os primeiros a se be-neficiarem dessa re-dução nos custos da

graduação foram os graduandos 2011-2 (licenciatura e ba-charelado) em Ciên-cias Biológicas.

Ano XIV - Nº 171 15 a 29 de FEVEREIRO /2012

Página 6EXTENSÃO

Saberes e fazeres

Página 7CONGRESSO

Extensão Universitária

Página 3FARMACO-LOGIAInfusões e chás

Jornal da Universidade Estadual de Santa Cruz

9912268304/2010DR/BAUESC

Outorga de grau sem ônus para formandos

Página 8

Páginas 4 e 5

Página 5

O Programa de Pós-gra-duação em Genética e Bio-logia Molecular realizou o II Curso de Verão. O even-to, em nível de extensão, contou com a participação de mais de 100 inscritos, procedentes de universi-dades da Bahia e de outros estados da Federação.

Curso de verão em gené-tica e biologia molecular

Professor do DFCH fala sobre analfabetismo/alfabetização em Com Ciência

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2 Jornal da UESC Ano XIV Nº 171 - FEVEREIRO 2012

da Conceição Paranhos. O dis-curso da jovem poetisa, com bases em pesquisa e atualiza-ção estética, rejeitava os limites de certa retórica ornamental. Outro jovem intelectual baiano que desponta nas letras daque-le período é Guido Guerra. Es-critor de formação jornalística, ele trazia para a sua prosa de ficção os atritos e rupturas do homem cotidiano. E assim co-

meçava a dar an-damento a uma obra literária mar-cada pelo texto rá-pido e conciso, ca-paz de deflagrar o exato momen-to em que o uni-verso dos perso-nagens desenvol-ve-se como o cen-tro de um sistema nervoso, que late-ja emoções no en-

gajamento sensitivo do autor e o mundo.

A Geração Revista da Bahia enfraqueceu com a ida de Al-berto Silva, moderno crítico de cinema e jornalista de um tex-to primoroso, para o Rio de Ja-neiro, em 1967, e logo a seguir a de Marcos Santarrita. Junta-se a isso o falecimento de Carlos Falk. Permaneceram em Salva-dor aquelas outras jovens vozes

Geração Revista da Bahia

[email protected]

A “universalização” do ensino dito “democrático e laico” abriu a possibi-lidade de pensar a instituição escola

Com a dispersão da ta-lentosa geração de Glauber Rocha, em

1964, outras gerações iriam des-pontar nos meios culturais de Salvador. A chamada Geração Revista da Bahia acontece nes-sa época. Seus jovens integran-tes já demonstravam ser pos-suidores de certo instrumental crítico para a discussão dos te-mas literários. Outro grupo que despontava naque-les idos era o de poe-tas liderados por An-tonio Brasileiro e Ruy Espinheira Filho, que iria gravitar em torno das Edições Cordel e revista Serial. Es-ses dois jovens poetas baianos não demora-riam para entrar no circuito nacional com seus livros e conquis-tas de prêmios literá-rios importantes.

Este articulista fez parte da Geração Revista da Bahia, ao lado de Alberto Silva, Marcos Santarrita, Adelmo Oliveira, Oleone Coelho Fontes, Fernan-do Batinga, Ildasio Tavares, Ri-cardo Cruz, Fernando Krayche-te e o desenhista Nacif Ganem. Todos nós liderados pelo críti-co e poeta Carlos Falck, o guru espiritual do grupo. Éramos jo-vens intelectuais pretendendo deixar nossa impressão digital nas letras baianas da época. E alguns, como Ildasio Tavares e Marcos Santarrita, de fato ela-boraram anos depois uma obra significativa no corpo das letras brasileiras.

Geração Revista da Bahia. Levava esse nome porque o corpo redacional da Revista da Bahia, órgão cultural da Im-prensa Oficial, dirigida pelo

Esta edição foi impressa em papel couchê fosco (130g), oriundo de madeira de reflorestamento

Editado pela Assessoria de Comunicação Ascom

Distribuído gratuitamente

Telefone:(73) 3680-5027

www.uesc.br

E-mails:[email protected]

Reitora: Professora Adélia Pinheiro. Vice-reitor: Professor Evandro Sena Freire. Editor: Edvaldo P. de Oliveira – Reg. Prof. nº 530 DRT/BA. Redatores: Jonildo Glória e Valério Magalhães. Fotos: Marcos Maurício, Jonildo Glória e Laíse Galvão. Prog. Visual: George Pellegrini. Diagr. /Infográficos/Ilustr.: Marcos Maurício. Sup. Gráfica: Luiz Farias. CTP: Cristovaldo Caitano. Fábio Aurélio. Impressão: Marcio Lima e Davi Macêdo. Acabamento: Nivaldo Lisboa / Eva Damaceno. End.: Rod. BA-415, Km 16 (trecho Ilhéus-Itabuna) – CEP 45662-000-Ilhéus-BA.

escritor e professor Germano Machado, era formado pelos jornalistas Alberto Silva e Mar-cos Santarrita. A revista rece-bia em suas páginas colabora-ções desses novíssimos intelec-tuais, que tinham nos ombros o peso de substituir a fulgurante geração de Glauber Rocha, que havia sido dispersa pelo regi-me militar de 64. Era tarefa di-ficílima a de uma nova geração

substituir com o mesmo brilho intelectual aquela outra lidera-da pelo criador do cinema no-vo, que deixou pontos elevados na progressão da vida cultural da velha capital.

O elenco de jovens intelec-tuais que formava a Geração Revista da Bahia, acima indica-do, pode ser ampliado com os nomes de Luís Carbogini Qua-glia, louvado cronista do mar, Maria da Conceição Paranhos, poeta e ensaísta, Fernando Ra-mos e Guido Guerra, promis-sores romancistas, José de Oli-veira Falcón, o poeta de Canu-dos, o cineasta Orlando Sena e outros.

Na visão do ensaísta Cid Seixas, o mais importante lan-çamento de poesia na Bahia, no período compreendido en-tre 1964 e 1974, aconteceu com o livro ABC-reobtido, de Maria

Cyro de Mattos*

vocacionadas para fazer da vi-da um consistente projeto lite-rário.

Os sobreviventes da Ge-ração Revista da Bahia, dis-persos, sem contar com a for-ça aglutinadora de Carlos Fal-ck, presenças do Alberto Silva, Marcos Santarrita e este arti-culista, já não tinham a mesma motivação para se encontrar nos botecos e bares da Rua da Ajuda, durante noites de sába-do, ou na livraria da Civilização Brasileira, na rua Chile, em fi-nal de tarde, na semana. Quan-do então se discutia as questões de literatura atual em torno de Kafka, Sartre, Brecht, Pessoa, Proust, Joyce e Faulkner. Gui-marães Rosa, Clarice Lispector e Adonias Filho. Drummond, Jorge de Lima e Cecília Mei-reles. Marx, Lukacs, Ortega y Gasset e outros.

(*) Cyro de Mattos é autor pre-miado no Brasil e exterior, com um expressivo elenco de obras publica-das. Pela Editus, editora da UESC, publicou O Mar na Rua Chile e Ou-tras Crônicas. Livros seus foram in-dicados para os diversos vestibula-res da Universidade. Histórias Dis-persas de Adonias Filho, coletânea que organizou com prefácio e notas, está no prelo da Editus, enquanto Berro de Fogo e Outros Contos tem uma segunda edição programada pela mesma editora para este ano.

Agradecemos o envio de exemplar do jornal da Universidade Estadual de Santa Cruz. Aproveitamos a oportunidade para parabenizar essa Instituição pe-lo incentivo e contribuição que essas iniciativas tra-zem à reflexão e ampliação das atividades acadêmicas do nosso país. Com protestos de estima e considera-ção. Prof. Dr. Cícero Ivan Ferreira Gontijo – Reitor da Universidade Católica de Brasília.

[email protected]

novíssimos intelectuais, que tinham nos ombros o peso de substituir a fulgurante ge-ração de Glau-ber Rocha

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3 Jornal da UESCAno XIVNº 171 - FEVEREIRO2012

[email protected]

Muitas plantas já têm seus efeitos terapêuticos compro-vados cientificamente

O chá é uma bebida de origem chine-sa, que nada mais

é do que uma infusão prove-niente da imersão de folhas, ervas, sementes ou flores de algumas plantas, em água fervente, para extrair-lhes as substâncias aromáticas ou medicinais. Os chás recebem denominação variada em fun-ção do processo de produção e da graduação de suas fo-lhas. Hoje, muitas plantas já têm seus efeitos terapêuticos comprovados cientificamen-te, e estão ao nosso alcance não apenas na forma de chá, mas também na forma de medicamentos vendidos nas farmácias, os fitoterápicos.

Algumas infusões se po-pularizaram bastante no Bra-sil, graças também as fortes influências indígenas, sen-do bastante utilizadas ainda hoje em dia. É da cultura po-pular que alguns chás favore-cem as secreções gástricas e a digestão, com os de boldo, erva-doce, casca de laranja e casca de abacaxi. Outros agi-riam como tranquilizantes e calmantes naturais, como os de camomila, melissa, erva-cidreira, alfazema e o de se-mentes ou folhas de maracajá doce. Outros ainda teriam efeito diurético, auxiliando no funcionamento dos rins, como os chás de quebra-pe-dra, rosa-mosqueta, chapéu-de-couro, cavalinha e folha de abacate. Enfim, em alguns lugares, existe um chá para cada coisa.

Um chá atualmente muito popular é o chá verde, consi-derado atualmente um alia-do da saúde por ser rico em flavonoides – substâncias antioxidantes que ajudam a

neutralizar os radicais livres, responsáveis pelo envelheci-mento celular. Sabe-se tam-bém que por ser rico em cafe-ína, é termogênico, podendo aumentar o gasto calórico. Além de conter manganês, potássio, ácido fólico e vitami-nas, ajuda a prevenir doenças

cardíacas e circulatórias por conter boa dose de tanino: o consumo diário desse chá poderia diminuir as taxas de LDL (colesterol que faz mal à saúde). Um estudo realizado na Suíça comprovou apenas que o chá verde acelera o me-tabolismo e ajuda a queimar gordura corporal.

Um outro estudo, pu-blicado no American Jour-nal of Clinical Nutrition, demonstrou que o extrato de chá verde – que possui antioxidantes como cate-quina, polifenóis e outros compostos, incluindo ca-feína – pode aumentar a utilização de energia muito acima dos efeitos da cafeína

pura. Pesquisadores acredi-tam, ainda, que o hábito de beber chá em vez de café é um dos fatores responsáveis pelo menor índice de infarto em países do Oriente.

É importante salientar que o excesso de consumo, ou o consumo de chá mal

conservado ou mal prepara-do, têm também efeitos ne-gativos para a saúde. Os ta-ninos, por exemplo, apesar de terem ação antioxidante e combaterem os radicais livres, dificultam a absor-ção de certos nutrientes e, por isso, alguns chás não devem ser tomados próximo às refeições, além de serem hepatotóxicos em grandes concentrações. Em particu-lar, o chá verde possui fluo-retos (podem provocar oste-oporose e atrite e podem ser cancerígenos), cafeína (pode provocar distúrbios no sono) e oxalatos (podem provocar problemas renais). (Conti-nua na próxima edição)

----------------------¹ Acadêmico de Medicina

da UESC e presidente da Liga de Estudos em Farmacologia Médica 2012.

² Acadêmico de Medicina da UESC e membro da Liga de Estudos em Farmacologia Médica 2012.

³ Profª Drª coordenadora da Liga de Estudos em Far-macologia Médica 2011

Referências° MENGUE, S.S; MENTZ,

L.A; SCHENKEL, E.P. Uso de plantas medicinais na gra-videz. In: SANSEVERINO, M.T.V; SPRITZER, D.T. e SCHULER, F.L. (Org.). Ma-nual de teratogênese. Porto Alegre, Editora da universida-de UFRGS, 2001, p. 423-450.

° DI CARLO, G.; BO-RELLI, F.; ERNST, E.; IZZO, A.A. St. John’s wort: prozac from the plant kingdom. TIPS 2001; 22:292-7.

° MÜLLER, W.E. Current St. John’s wort research from mode of action to clinical effi-cacy. Pharmacological Rese-arch. 47 (2003): 101-109.

° DUGOUA, J.J; MILLS, E; PERRI D.; KOREN, G. Safety and efficacy of St. John’s wort (hypericum) during pregnancy and lactation. Canadian Jour-nal of Clinical Pharmacology. Vol. 13(3). Fall 2006; e268-e276; November 3, 2006.

° JOO, J.S.; EHREN-PREIS, E.D.; GONZALEZ, L.; KAYE, M.; BRENO, S.; WEXNER, S.D.; ZAITMAN, D.; SECREST, K. – Altera-tions in colonic anatomy in-duced by chronic stimulant laxatives: the cathartic colon revisited. Journal of Clinical Gastroenterology. 1998. Jun; 26(4):283-286.

Uso de infusões e chás pela população: benéfico ou não?Allysson Almeida Amaral, Pedro

Antune Pereira², Alice O. Conceição³

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4 Jornal da UESC Ano XIV Nº 171 - FEVEREIRO 2012

No universo de milhões de brasileiros que não sabem ler e escrever, convi-vem também a fome, o desemprego

Na opinião do prof. Marcos Peres e de outros especialistas ouvidos por Naoe, os índices do anal-fabetismo em nosso país não são ape-nas uma ques-tão de nú-meros e me-tas, mas de-vem também ser analisados no campo da política social e econômica. Isso porque, no univer-so de milhões de brasileiros que não sa-bem ler e es-crever, convi-vem também a fome, o de-semprego (ou subemprego) e a alienação. Não é de es-

Publicaçã[email protected]

Os descaminhos do Estado Bra-sileiro no pro-

cesso de erradicação do analfabetismo no país, detentor de 14 milhões de analfabetos, segundo o IBGE (Censo Demográ-fico 2010), são tema de reportagem, assinada pe-la jornalista Aline Naoe, em Com Ciência, revis-ta eletrônica de jornalis-mo científico da SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Para subsidiar a matéria “Analfabetismo no Brasil evidencia desigualdades sociais históricas”, publi-cada este mês (10), a jor-nalista ouviu especialis-tas em educação, dentre esses o professor Marcos de Castro Peres, docente do Departamento de Fi-losofia e Ciências Huma-nas (DFCH) da UESC.

Professor do DFCH fala, em Com Ciência,sobre analfabetismo/alfabetização no Brasil

Segundo o IBGE, o Brasil é detentor de 14 milhões de analfabetos

tranhar que o maior índi-ce de analfabetos esteja na região Nordeste, em co-munidades de até 50 mil habitantes, na população

com mais de 15 anos, entre ne-gros e pardos e na zona rural, parcela da população historica-mente marginalizada.

Mudança difícil

Os especialis-tas entrevistados por Aline Naoe, entendem que o programa Brasil Alfabetizado ten-de a ter o mesmo destino do Movi-mento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), porque a proposta peda-gógica de ambos preocupa-se ape-nas com “o uso funcional da lín-gua” . Segundo o professor Marcos Peres, tais pro-gramas acabam contribuindo pa-

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5 Jornal da UESCAno XIVNº 171 - FEVEREIRO2012

Sempre por trás dos números estão ocultas as atrocidades praticadas com a educação

Publicaçã[email protected]

O professor Marcos Augusto de Castro Pe-res, 38 anos, é natu-ral de Campinas, SP. Doutor em Educação pela USP (2007), mes-tre em Sociologia pe-la Unicamp (2002) e graduado em Ciências Sociais também pela Unicamp (1999). Em-possado em fevereiro de 2011, como professor adjunto na UESC, vinculado ao DFCH, é titular da disciplina Sociologia da Edu-cação. Desenvolve pesquisa institucional, financiada pelo CNPq, sobre velhice e analfabetismo na região Nordeste, em especial no semiárido do Rio Grande do Norte e na zona cacaueira do Sul da Bahia (Ilhéus e Itabuna).

Tem artigos publicados em períódicos científicos indexados, sobre os temas velhice, analfabetismo, educação de adultos, políticas educacionais e miséria social. Publicou, recentemente, na revista Sociedade e Estado, da Universidade de Brasília (UnB), artigo sobre o analfabetismo e a exclusão educacional na re-gião cacaueira do Sul da Bahia, a partir dos dados ob-tidos na pesquisa e com base nos resultados do Cen-so 2010 do IBGE.

Publicação indexada, a revista Com Ciência, é edi-tada pela SBPC, Laboratório de Jornalismo. A repor-tagem na íntegra está disponível no endereço http://www.comciencia.br/comciencia/.

Perfil

ra estigmatizar ainda mais os analfabetos. “Toda uma vida foi construída pela pes-soa sem o uso da leitura e da escrita e não é nada fácil mu-dar isso. Para os indivíduos que são analfabetos até os 15 anos ou mais, definitivamen-te não é hábito ler e escre-ver e é impossível se mudar o hábito de vida de alguém somente com oito meses de curso de alfabetização”, diz ele na reportagem.

No tocante aos programas de alfabetização de jovens e adultos, vinculados a um universo de miséria social, com carências as mais ele-

mentares – inexistência de transporte coletivo, falta de escolas no cam-po, necessidade de tra-balhar – aliada à forma-ção dos professores, diz Peres que “não são uti-lizados profissionais de educação para atuar co-mo alfabetizadores nes-ses programas; basta ter o ensino médio comple-to para tal. Essa precari-zação acaba afetando o processo, comprometen-do os resultados espera-dos ou as metas preten-didas com sua implanta-ção”, pontua.

Quantitativox qualitativo

Ao destacar que o “fim” do analfabetismo em núme-ros pode não significar em termos reais, uma mudan-ça efetiva, textualiza o pro-fessor do DFCH na maté-ria da Com Ciência, que “o Brasil pode até cumprir es-sas metas de alfabetização, mas esses números nunca vão representar a real situ-ação da exclusão educacio-

nal e do analfabetismo no país. Sempre por trás dos números estão ocultas as atrocidades praticadas com a educação em relação aos seus aspectos qualitativos”. E completa: “O qualitati-vo é sacrificado em prol do quantitativo para se cum-prir metas, para mostrar número aos organismos in-ternacionais que fornecem recursos para a melhoria da educação em países subde-senvolvidos como o Brasil”.

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6 Jornal da UESC Ano XIV Nº 171 - FEVEREIRO 2012

O DMP é feito pela UESC em parceria com a Bamin

há cerca de três anos

Cada comunida-de esconde um ta-lento, um poten-

cial e a capacidade de trans-formar cultura em fonte de renda. É com essa certeza que o Diagnóstico Mercado-lógico Participativo (BMP) trabalha para identificar os chamados”saberes e faze-res” em 15 localidades na zo-na norte de Ilhéus, região que está para receber o Porto Sul, um projeto de logística conectado à Ferrovia de In-tegração Oeste-Leste (Fiol), que ativará novos vetores de desenvolvimento no interior baiano.

O DMP é feito pela UESC em parceria com a Bahia Mi-neração (Bamin), que há cerca de três anos investe em ações

UESC realiza pesquisa sobre produção em comunidadesSaberes e Fazeres

Pesquisadores já realizaram 40 visitas às 15 comunidades contempladas

Pesquisadores na comunidade de Itariri

Extensã[email protected]

de Responsabilidade Social Empresarial nas regiões de Ilhéus e Caetité. Nesse perío-do a empresa vem desenvol-vendo o Projeto Transformar, que já qualificou centenas de jovens para o mercado de tra-balho, com cursos de Instala-dor Polivalente, Auxiliar Mul-tifuncional, Manutenção de Máquinas Industriais e Ma-nutenção e Montagem de Mi-crocomputadores. O projeto incentivou também a criação e desenvolvimento de gru-pos produtivos como o Doces Retiro (Retiro), o Arte e Vi-da (Ponta da Tulha), o Vitória Mar (São Miguel) e o Vila das Frutas (Vila Olímpio). O ob-jetivo do diagnóstico, que es-tá sendo realizado pela UESC, é expandir o projeto para ou-

tras comuni-dades do en-torno do fu-turo empre-endimento.

A parce-ria da Bamin com a UESC chega pa-ra intensifi-car a ação so-cial da em-presa nas co-munidades. Com a uni-versidade, a Bamin já re-aliza o Inven-tário Turísti-co de Ilhéus e Itacaré, com análise dos indicadores de sustenta-bilidade do setor nos dois municípios e

também em Uruçuca. Ago-ra, promove o Diagnóstico Mercadológico Participativo, com o objetivo de identificar potenciais em cada localida-de e verificar a melhor for-ma de trabalhar com eles. “É importante conhecer a reali-dade de cada uma dessas co-munidades, que estarão pró-ximas ao nosso empreendi-mento e esse diagnóstico nos dará uma visão mais deta-lhada do potencial dessas lo-calidades”, explicou o diretor de Logística da Bamin, Aildo Fonseca.

O trabalho de identifica-ção dos chamados “saberes e fazeres” começou em janeiro nas 15 comunidades selecio-nadas pelo projeto: Aritaguá, Vila São João, Vila Olímpio,

Urucutuca, Carobeira, Ita-riri, Valão, Juerana, Campi-nhos, Castelo Novo, Joia do Atlântico, Sambaituba, As-sentamento Bom Gosto e nos povoados de São José e Ribeira das Pedras. Nas úl-timas semanas, os pesquisa-dores da UESC fizeram um total de 40 visitas a essas co-munidades.

DiagRaMa De coMpetênciasDe acordo com o profes-

sor William Figueira, que co-ordena a equipe responsável pelo Diagnóstico, os primei-ros contatos e entrevistas são fundamentais para iniciar a construção do Diagrama de Competências das comuni-dades. Mestre em Respon-sabilidade Social e Desen-volvimento Humano e coor-denador do Grupo de Pes-quisa em Gestão Inovação e Sustentabilidade da UESC, Figueira explica que, “além de saber o que cada comuni-dade produz, o diagnóstico também vai apurar as técni-cas utilizadas, já que entre os objetivos está otimizar a pro-dução e melhorar o retorno financeiro das atividades”.

O trabalho incluirá ainda workshops com produtores e lideres comunitários, pa-ra levantamento de interes-ses e necessidades, bem co-mo de tradições e valores culturais, e do patrimônio histórico e natural. “A me-todologia aplicada permiti-rá um maior conhecimento dos recursos existentes em cada comunidade, em suas diversas vertentes”, acres-centa o coordenador.

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7 Jornal da UESCAno XIVNº 171 - FEVEREIRO2012

[email protected]

O 3º Congresso Nordestino de Extensão Universitária (Cneu) já tem mais de 1500 inscritos

Educação Física

Negociações internacionais

A UESC é o espaço em que acontecerá, em maio (3 e 4), o 7º Seminário de Negociações Internacionais: comércio ex-terior, cultura e negociações. Trata-se de um evento de ex-tensão do Curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas às Ne-gociações Internacionais (LEA), vinculado ao Departamen-to de Letras e Artes da Universidade. Aberto a empresários, exportadores, empreendedores, discentes e docentes das áreas de Negociações Internacionais, Administração, Eco-nomia, Línguas Estrangeiras, Literatura, Cultura e público em geral, estão sendo oferecidas 500 vagas. As inscrições estarão abertas de 20 de março a 30 de abril, no protocolo geral da Universidade. A coordenação do seminário é do professor Samuel Mattos e do discente Rodrigo Mota.

Dois eventos simultâneos na área de Educação Física estão progra-mados para maio deste ano (17 a 19): o II Congresso Internacional de Formação Profissional no Campo da Educação Física e o VI Seminá-rio de Estudos e Pesquisas em For-mação Profissional no Campo da Educação Física. Iniciativa da Uni-versidade Federal de Santa Cata-rina (UFSC), da Universi-dade do Es-tado de San-ta Catarina (Udesc) com o apoio da Rede Ibero América de Investigação e Formação em Edu-cação Física (RIAIFEF) e outras ins-

tituições, os seminários serão re-alizados em Florianópolis, SC, no campus da UFSC. As atividades vão acontecer em torno do tema “Construção da Identidade Profis-sional em Educação Física – da for-mação à intervenção”. Por intermé-dio de um diálogo entre universi-dade e mercado de trabalho, no

campo da for-mação pro-fissional em Educação Fí-sica, os orga-nizadores dos eventos, entre esses a UESC, pretendem articular te-máticas atre-ladas aos se-

tores da saúde, esporte e educa-ção. (Logomarca dos eventos)

EaD de Biologia Educação Física II

A professora Lígia Vieira Lage dos Santos (foto) é a no-va coordenadora do Colegiado do Curso de Licencia-tura em Biologia, Modalidade a Distância, para um mandato de dois anos. Eleita pelos integrantes do co-legiado, ela substitui a professora Sofia Campiolo, cujo mandato expirou recentemente. Nos seus impedi-mentos será substituída pela vice-coordenadora elei-ta, professora Alba Lucivânia Fonseca Chaves. A no-meação aconteceu este mês (15) por meio de portaria do reitor em exercício, professor Evandro Sena Freire.

Na UESC, a Rede Ibero América de Investigação da Formação em Educação Física (RIAIFEF), constitui um projeto de extensão, ca-dastrado na Proex. E integra uma rede interinstitucional, que tem como coordenadora geral a professora Ana Maria Alvarenga e, como um dos coordenadores regionais, o professor Silvio Fon-seca, ambos docentes da UESC. A RIAIFEF tem como missão pro-mover a cooperação científico-acadêmica relativa à investigação da formação inicial e continuada em Educação Física nos países ibero-americanos. Igualmente, ser referência em investigações e fontes de informações, bem como estimular investigações que subsidiem análises e proposições relativas a políticas e ações de formação inicial e continuada em Educação Física. Outras infor-mações nos sites www.riaifef.org. e http://www.sepef2012.ufsc.br. Na UESC a RIAIFEF tem site próprio (www.riaifef.org.) em pro-cesso de reformulação. (Logomarca do RIAIFEF)

O 3º Congresso Nordesti-no de Extensão Universitá-ria (Cneu) acontecerá em abril (1º a 3) na cidade baia-na de Feira de Santana. O congresso é promovido pelo Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universida-des Públicas Brasileiras – Re-gional Nordeste e organi-zado pela Universidade Es-tadual de Feira de Santana (Uefs) em parceria com ou-tras universidades públi-cas baianas, dentre essas a UESC. Com o tema “Cultura,

Diversidade e Identidade: o papel da extensão univer-sitária”, o objetivo do even-to é debater a presença das culturas nos cotidianos, vi-sando aprofundar, dialo-gar e construir saberes. Es-tá confirmada a presença de estudantes, professores e pesquisadores de diver-sas instituições brasileiras que participarão de ativida-des acadêmicas. As inscri-ções foram encerradas no dia 13 deste mês, com mais de 1.500 inscritos.

Extensão

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8 Jornal da UESC Ano XIV Nº 171 - FEVEREIRO 2012Fo

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Genética e Biologia Molecular:O evento contou com a participação de mais de uma centena de inscritos

A partir deste ano a solenidade de co-lação de grau dos

concluintes dos cursos de gra-duação da UESC (licenciatu-ras e bacharelados) deixa de ser bancada pelos formandos. Devido aos custos ascenden-tes cobrados pelas empresas de eventos para a solenidade de formatura – beca, flores, iluminação, sonorização, de-coração ambiente, mobiliário etc. – até então desembolsa-do pelo estudante, a Univer-sidade assumiu as despesas relativas à cerimônia de co-lação de grau. Neste sentido, contratou a empresa IVP En-tretenimento. Quanto a parte festiva – coquetel, baile, foto-grafias e outros eventos – as despesas continuam sendo de responsabilidade da comis-são de formatura, ou seja do graduando.

Os primeiros formandos a se beneficiarem dessa redu-ção de custos, por isso os des-tacamos aqui, foram 22 gra-duandos em Ciências Bioló-gicas (licenciatura e bachare-lado), cuja sessão solene de outorga de grau aconteceu es-te mês (17), no auditório do Centro de Arte e Cultura da Universidade, com a presen-ça de professores, familiares e amigos da turma. A soleni-

Outorga de grau sem ônus para os formandosUESC assume os custos com a cerimônia de colação de grau

Iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular da UESC (PPG-GBM) foi realizado es-te mês (6 a 17) o II Curso de Verão em Genética e Biologia Molecular. O evento, em nível de extensão, tem como objeti-vo principal a divulgação das diferentes linhas de pesquisa desenvolvidas no mestrado e doutorado do PPG-GBM, e se constitui de atividades práticas (minicursos de curta duração ministrados por discentes), te-óricas (palestras com docen-tes e discentes do programa de pós-graduação da UESC e de instituições parceiras, como os professores Dr. Diego Bonat-to, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Dra. Fabienne Michelli, do Cirad/França) e também está-gios.

A segunda edição do Cur-so contou com a participação de mais de 100 inscritos, vin-dos principalmente de outras universidades da Bahia, co-mo a Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e Universidade Esta-dual da Bahia (UNEB) e de ou-tros estados da Federação, tais como Minas Gerais, Maranhão

Genética e Biologia Moleculare Piauí. Entre as atividades do Curso, pela primeira vez ocorreu uma mesa-redonda com egres-sos do PPG-GBM, falando de sua experiência profissional após a conclusão da pós-graduação. Os egressos do PPG-GBM atuam na docência em universidades públi-cas, privadas e ensino a distância, empresas de biotecnologia, como a MARS, e pós-doutoramento no Brasil e exterior.

Sob a coordenação geral das professoras/doutoras Aman-da Mendes e Sandra Mara Bis-po Souza, o II Curso de Verão em Genética e Biologia Molecu-lar tem como público alvo alunos de graduação e mestrado que te-nham interesse em fazer a pós-graduação – Mestrado e Dou-torado – em Genética e Biologia Molecular. Os participantes do evento recebem certificados de participação em palestras e mi-nicursos, e ainda de estágios de curta duração, para aqueles que são selecionados. Com a mesma abordagem, já está previsto pa-ra este ano o II Curso de Inverno, provavelmente no período de re-cesso acadêmico.

Além do apoio da UESC, o evento teve o patrocínio de em-presas de destaque, como a MARS Cacau, Biosystems e In-duslab.

II Curso de Verão -

Graduaçã[email protected]

dade foi presidida pela reitora Adélia Pinheiro, o vice-reitor Evandro Sena Freire, o pró-reitor de Graduação, prof. Elias Lins Guimarães, o vice-diretor do Departamento de Ciências Biológicas, prof. Je-rônimo Pereira da França e a coordenadora do Colegiado de Ciências Biológicas, profª Aparecida do Carmo Zerbo Tremacoldi.

A turma, paraninfada pe-la professora Daniela Cus-tódio Talora, homenageou, com placas de reconhecimen-to, vários docentes do curso, dentre esses o prof. Max de Menezes (em memória), não só como mestre dedicado, mas também pela sua con-tribuição para o desenvolvi-mento regional sustentável, defensor que era da ação do homem em harmonia com o meio ambiente. Homenage-ados também os professores Mirco Kiele Solé e Carlos Pri-minho Pirovani, a secretária do Colegiado, Marli Menezes de Morais e o amigo da tur-ma Antonio Fernandes Gar-cia Neto. E, também, o aluno destaque da turma Lindomar Oliveira Soledad, que está saindo para a pós-graduação, aprovado que foi para o Mes-trado em Biologia da Univer-sidade.