petiÇao de remiÇao de pena c.c progressÃo de regime

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Pedido ao Juiz da VEP de Londrina

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  • ADVOCACIA NOGUEIRA & ADVOGADOS ASSOCIADOS Srgio D. Nogueira OAB/PR 43.290 Andra Rodrigues de Lima OAB/PR 68.429

    Rua Maranho, n 490 Sobreloja Centro - Londrina Estado do Paran CEP 86.010-410 Telefax: (43) 3024-4447

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUES PENAIS E CORREGEDORIA DOS PRESIDIOS DA COMARCA DE LONDRINA - ESTADO DO PARAN

    Execuo 0051560-98.2012.8.16.0014

    GRACIELE DIAS DANTAS, j devidamente qualificado nos autos em epigrafe, atualmente cumprindo pena no 3 DP de Londrina (distrito policial de Londrina), vem, por seu advogado que a esta subscreve, com escritrio na Rua Maranho n. 490, Centro, fone: 043-30244447, mandato em anexo, a presena de Vossa Excelncia requerer:

    PEDIDO DE PROVIDENCIAS

    postulando a APLICAO DO ART. 33, 2 e 3 c/c ART. 59, III, TODOS DO CDIGO PENAL EM FACE DA DECLARAO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 2, 1, DA LEI 8.072/1990 (LEI DE CRIMES HEDIONDOS), pelos motivos fticos e jurdicos que passa a expor

    Seguindo o que dispe a Constituio Federal, o Cdigo de Direito Penal Brasileiro (art. 2) admite a aplicao do direito fundamental da retroatividade de lei penal mais benfica ao ru, e a Lei de Execuo Penal (lei n

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  • ADVOCACIA NOGUEIRA & ADVOGADOS ASSOCIADOS Srgio D. Nogueira OAB/PR 43.290 Andra Rodrigues de Lima OAB/PR 68.429

    Rua Maranho, n 490 Sobreloja Centro - Londrina Estado do Paran CEP 86.010-410 Telefax: (43) 3024-4447

    7.210/84) determina a competncia do juiz das execues criminais para empregar a retroatividade em casos de condenao, independente de ter transcorrido prazo para o trnsito em julgado.

    DOS FATOS A reeducando foi condenada nas sanes do Art. 33 e 35 caput da Lei 11343/200 (Lei de drogas), tendo como pena definitiva 08 anos de recluso no regime inicial fechado. A reeducando foi presa no dia 13 de maro de 2008, ficando presa at a data de 04 de novembro de 2008, quando foi prolatada a sentena oriunda da 3 vara criminal de Londrina, sendo que a reeducando foi absolvida da acusao e posta em liberdade. Houve recurso de apelao por parte do representante do MP, tendo sido modificada a sentena no Tribunal de Justia do Paran, condenando a reeducando a 05(cinco) anos de recluso por trafico de drogas e a 03(trs) anos de recluso pela associao ao trafico, somando o total de 08(oito) anos de recluso a ser cumprido inicialmente no regime fechado, baseando se na Lei dos crimes hediondos, sendo que o acordo transitou em julgado em 15 de julho de 2011. A reeducando teve mandado de priso expedido pelo Juiz da VEP em 25 de fevereiro de 2015, sendo cumprido imediatamente.

    Contudo, ante a declarao de inconstitucionalidade do art. 2, 1 da Lei 8.072/1990 (Lei dos Crimes hediondos), requer-se a aplicao do art. 33, 2 e 3 c/c o art. 59, III, todos do CPB, pelos motivos que passa a expor.

    DO DIREITO

    Como cedio, a Constituio da Repblica Federativa do Brasil dispe em seu art. 5, XLIII, que a lei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ou anistia a prtica da tortura, o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evit-los, se

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    PROJUDI - Processo: 0051560-98.2012.8.16.0014 - Ref. mov. 22.1 - Assinado digitalmente por Andrea Rodrigues de Lima,06/04/2015: JUNTADA DE PETIO DE INCIDENTE DE EXECUO PENAL. Arq: Petio

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    omitirem. Diante do exposto, duas concluses podem ser deduzidas: a primeira, a de que o constituinte igualou constitucionalmente as figuras do crime hediondo e as da tortura, do trfico ilcito de entorpecentes e do terrorismo, denominadas equiparadas; e a segunda, a de que quis o constituinte punir mais severamente aqueles que cometessem tais delitos. Nesse contexto, surgiu a Lei 8.072, de 11 de julho de 1990, Lei de crimes hediondos e equiparados. Porm, desde que entrou em vigor, a referida norma alvo de inmeras controvrsias e constantes modificaes. E isso porque tanto doutrina quanto jurisprudncia divergem quanto extenso e ao alcance do referido preceito constitucional. Dentre as controvrsias e modificaes da Lei de crimes hediondos e equiparados, destacam-se as que se desenvolveram em torno da redao original do 1, do art. 2 (a pena por crime previsto neste artigo ser cumprida integralmente em regime fechado). Assim, inicialmente, duas correntes se desenvolveram: a primeira, sustentada poca pelo STF, defendia a referida redao, sob o fundamento de que o constituinte havia reservado punio mais severa queles que cometessem tais delitos (Nesse sentido: HC 85687/RS, STF; REsp 696383/RS, STJ; HC 41200/SP, STJ). A segunda, por outro lado, rechaava a redao original, sob o argumento de que seria inconstitucional, por violar os princpios da individualizao e da humanidade das penas (Nesse sentido: Alberto Silva Franco, Ricardo Augusto Schmitt, Luiz Flvio Gomes, entre outros). Contudo, com a edio da Lei 9.455, de 07 de abril de 1997 (Lei dos Crimes de Tortura), as discusses novamente se aviventaram, pois seu art. 1, 7 dispe que o regime de cumprimento de pena para os crimes previstos nesta lei ser o inicialmente fechado e no integralmente, como menciona a Lei de crimes hediondos e equiparados. Sendo assim, duas correntes novamente se desenvolveram: a primeira, adotada inclusive pelo Superior Tribunal de Justia, notadamente pela 6 Turma, defendia que o regime deveria ser inicialmente fechado tambm para os crimes hediondos e demais figuras equiparadas, pois o constituinte havia estabelecido uma igualdade no trato constitucional e o legislador a reproduzido na Lei de Crimes hediondos (Nesse sentido: REsp 140617/GO (97/0049790-9)). A

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    segunda, por outro lado, rechaava a adoo de regime inicialmente fechado para os delitos hediondos e demais figuras equiparadas, tendo, inclusive, o STF editado a smula 698 com os seguintes dizeres: no se estende aos demais crimes hediondos a admissibilidade de progresso no regime de execuo da pena aplicada ao crime de tortura (Nesse sentido: HC 81856/DF, STF; HC 42564/PR, STJ; HC 41200/SP, STJ). poca, havia tambm uma terceira corrente, de menor expressividade, segundo a qual o art. 2, 1, da Lei de crimes hediondos e equiparados era inconstitucional por violar os princpios individualizador e ressocializador da pena. Dessa forma, esta corrente defendia a aplicao do art. 33, 2 e 3 c/c o art. 59, III, todos do Cdigo Penal, tambm para os casos de crimes hediondos. Nesse sentido, eram as lies de Ricardo Augusto Schmitt:

    O que rechaamos a vontade (e desvio de atribuies) externada pelo legislador de que, independente do crime praticado, da quantidade de pena fixada, das circunstncias especficas do fato e das condies pessoais do condenado, tenhamos que adotar obrigatoriamente o regime fechado quando versar a hiptese de crimes hediondos e equiparados. No podemos aceitar essa imposio legislativa, pois como ocorre com o processo de dosimetria da pena, o regime de cumprimento depende da anlise criteriosa de diversos fatores que integram o plano ftico concreto (artigos 33, pargrafo 3 c/c 59, III, ambos do CP).

    Ainda nesse sentido, destaca-se tambm o seguinte julgado:

    HABEAS CORPUS. PENAL. CRIME DE ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. REGIME PRISIONAL. DIREITO PROGRESSO CARCERRIA RECONHECIDO NA INSTNCIA ORDINRIA. PENA-BASE FIXADA NO MNIMO LEGAL. RECONHECIMENTO DAS CIRCUNSTNCIAS JUDICIAIS FAVORVEIS. REGIME INICIAL FECHADO PARA CUMPRIMENTO DA PENA. IMPROPRIEDADE. GRAVIDADE GENRICA DO DELITO.

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    INOBSERVNCIA DO DISPOSTO NO ART. 33, 2, ALNEA B, E 3 DOCDIGO PENAL. APLICAO DA SMULA N. 718 DO STF. PRECEDENTES DOSTJ. 1. In casu, o julgador, em manifesto equvoco, aplicou o regime inicialmente fechado ao ru condenado pela prtica de crime hediondo e afastou, expressamente, a incidncia, na hiptese, do art. 2., 1., da Lei n. 8.072/1990.2. Publicada a sentena penal condenatria, somente foi interposto recurso defensivo de apelao criminal, razo pela qual o decisum transitou em julgado para a acusao, a qual no aviou qualquer manifestao. Tem-se, portanto, que o regime prisional, na hiptese, passou a ser regulado to-somente com amparo nos arts. 33, 2 e3, e 59 do Cdigo Penal. 3. Fixada a pena-base no mnimo legal, porquanto reconhecidas as circunstncias judiciais favorveis ao ru, no cabvel infligir regime prisional mais gravoso apenas com base na gravidade genrica do delito. Inteligncia do art. 33, 2 e 3, c.c. o art. 59,ambos do Cdigo Penal. Precedentes do STJ.4. "A opinio do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime no constitui motivao idnea para a imposio de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada." - aplicao do enunciado da Smula n. 718 do STF. 5. Ordem concedida para fixar o regime semiaberto para o cumprimento da pena reclusiva imposta ao paciente (STJ, HC 41945/MG, Rel. Min. Laurita Vaz, 5 Turma, j. em 19.05.05, DJ de 20.06.05, p.322).

    No entanto, nova modificao houve em 23 de fevereiro de 2006, no julgamento do HC 82.959-7, o Supremo Tribunal Federal declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do art. 2, 1, da Lei de crimes hediondos e equiparados, sob o argumento de que o referido dispositivo violava o princpio da individualizao da pena. Em que pese tenha o Supremo Tribunal Federal enfrentado questo em sede de controle difuso de constitucionalidade, o qual em regra repercutiria efeitos apenas com relao ao caso concreto, certo que um

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    pronunciamento da mais alta Corte do pas, independentemente do modo que a questo tenha chegado ao Tribunal, reflete o posicionamento do Tribunal, o qual em regra coerente no que toca s decises tomadas seja em controle difuso ou concentrado de constitucionalidade. Bem por isso, tem o STF adotado teoria da objetivao do controle difuso de constitucionalidade, inclusive admitindo o ajuizamento de reclamao para garantia da autoridade das decises proferidas em sede de controle difuso de constitucionalidade com relao a situaes similares no abrangidas pelo processo originrio, como inclusive se deu HC 82.959-7. Todavia, mais recentemente, no HC 111840/ES, o Supremo Tribunal Federal declarou mais uma vez a inconstitucionalidade do art. 2, 1, da Lei de crimes hediondos e equiparados, sob o fundamento de que o referido dispositivo continuava a violar o princpio da individualizao da pena, conforme se observa a seguir: Informativo n 672: inconstitucional o 1 do art. 2 da Lei 8.072/90 (Art. 2 Os crimes hediondos, a prtica da tortura, o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo so insuscetveis de: ... 1o A pena por crime previsto neste artigo ser cumprida inicialmente em regime fechado). Com base nesse entendimento, o Plenrio, por maioria, deferiu habeas corpus com a finalidade de alterar para semiaberto o regime inicial de pena do paciente, o qual fora condenado por trfico de drogas com reprimenda inferior a 8 anos de recluso e regime inicialmente fechado, por fora da Lei 11.464/2007, que institura a obrigatoriedade de imposio desse regime a crimes hediondos e assemelhados v. Informativo 670. Destacou-se que a fixao do regime inicial fechado se dera exclusivamente com fundamento na lei em vigor. Observou-se que no se teriam constatado requisitos subjetivos desfavorveis ao paciente, considerado tecnicamente primrio. Ressaltou-se que, assim como no caso da vedao legal substituio de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em condenao pelo delito de trfico j declarada inconstitucional pelo STF , a definio de regime deveria sempre ser analisada independentemente da natureza da infrao. Ademais, seria imperioso aferir os critrios, de forma concreta, por se tratar de direito subjetivo garantido constitucionalmente ao indivduo. Consignou-se que a Constituio contemplaria as restries a serem

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    impostas aos incursos em dispositivos da Lei 8.072/90, e dentre elas no se encontraria a obrigatoriedade de imposio de regime extremo para incio de cumprimento de pena. Salientou-se que o art. 5, XLIII, da CF, afastaria somente a fiana, a graa e a anistia, para, no inciso XLVI, assegurar, de forma abrangente, a individualizao da pena. Vencidos os Ministros Luiz Fux, Joaquim Barbosa e Marco Aurlio, que denegavam a ordem.

    HC 111840/ES, rel. Min. Dias Toffoli, 27.6.2012. (HC-111840) Nesse contexto, diante da declarao de inconstitucionalidade da obrigatoriedade do regime inicial de cumprimento de pena se d em regime fechado, requer a aplicao do art. 33, 2 e 3 c/c o art. 59, III, todos do CPB, em consonncia com o princpio da individualizao da pena que, como bem externado pelo Ministro Relator, constitui-se em um direito subjetivo constitucionalmente garantido a todos os indivduos.

    DA COMPETNCIA DO JUZO DA EXECUO

    A competncia do juzo da execuo est insculpida no art. 66 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execuo Penal). Segundo Renato Marco (2012, p.33), o rol do referido dispositivo exemplificativo, logo, a competncia do juiz da execuo no se restringe s hipteses ali elencadas. Ademais, vale destacar que todo e qualquer incidente ocorrido na execuo pode ser submetido apreciao judicial, por imperativo constitucional (art. 5, XXXV, da CRFB). Nesse sentido, ante a inexistncia de hiptese expressa, urge destacar que em caso semelhante, HC 82.959-7/SP, o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justia decidiram que a concesso ou no do benefcio de pleitear a progresso deveria ser analisada em cada caso concreto pelo prprio Juzo das Execues Penais, nos termos do quanto estatudo pelo art. 112, da LEP, conforme se verifica nos julgados a seguir:

    PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 121, 2, IV, DO CP. CRIME HEDIONDO. PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL.

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    POSSIBILIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE DO 1 DO ART. 2 DA LEI N 8.072/90 DECLARADA PELO STF. REQUISITOS. NECESSIDADE DE APRECIAO PRVIA PELO JUZO DA EXECUO. I - O Pretrio Excelso, nos termos da deciso Plenria proferida por ocasio do julgamento do HC 82.959/SP, concluiu que o 1 do art. 2 da Lei n 8.072/90, inconstitucional. II - Assim, o condenado por crime hediondo ou a ele equiparado, pode obter o direito progresso de regime prisional, desde que preenchidos os demais requisitos. III - Para a concesso da progresso de regime faz-se necessria prvia submisso da matria ao Juzo da Execuo, para que examine a presena, no caso concreto, dos requisitos previstos no art. 112 da Lei n 7.210/84, sob pena de indevida supresso de instncia. Ordem parcialmente concedida (STJ, HC 52605/SP, Rel. Min. Flix Fischer, 5 Turma, j. em 16.05.06, DJ de 01.08.06, p. 483) (grifo nosso).

    HABEAS CORPUS. DOSIMETRIA DAS PENAS. PRIVATIVA DE LIBERDADE E DE MULTA. ILEGALIDADE. INQURITOS E PROCESSOS EM ANDAMENTO. MAUS ANTECEDENTES. PERSONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE. CRIME HEDIONDO. PROGRESSO DE REGIME PRISIONAL. MATRIA DECIDIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INCONSTITUCIONALIDADE DO 1, DO ARTIGO 2, DA LEI N 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990. ORDEM CONCEDIDA. [...] - O Plenrio do Supremo Tribunal Federal, por maioria, deferiu o habeas corpus n 82.959/SP e declarou, incidenter tantum, a inconstitucionalidade do 1, do artigo 2, da Lei n 8.072, de 25 de julho de 1990, a afirmar o direito do Paciente ao regime progressivo de pena, segundo as regras inseridas na Parte Geral do Cdigo Penal. - A deciso plenria no implica deferimento imediato do direito progresso, pois que tal exame dever ser realizado pelo Juzo de Execuo competente, segundo o disposto no artigo 112, da Lei de Execuo Penal. - Ordem concedida para suprimir da pena privativa de liberdade o acrscimo decorrente de 1 (um) ano, tornando-a definitiva em 20 (vinte) anos de recluso; anular a pena de multa fixada,

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    determinando que o Juzo sentenciante proceda a novo clculo, e, finalmente; para afastar a vedao legal progresso de regime (STJ, HC 52697/RJ, Rel. Min. Paulo Medina, 6 Turma, j. em 04.04.06, DJ de 15.05.06, p. 305) (grifo nosso).

    Ademais, cumpre observar que segundo o art. 66, I, da LEP, compete ao Juiz da Execuo aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorea o condenado. Nesse sentido, o teor da smula 611 do STF, segundo a qual transitada em julgado a sentena condenatria, compete ao juzo das execues a aplicao de lei mais benigna. Nesse diapaso, ainda que esta no seja a hiptese dos presentes autos, deve-se aplicar tal entendimento por analogia, pois conforme mxima existente em nosso ordenamento jurdico, onde existe a mesma razo, deve existir a mesma regra.

    DA DECLARAO DE INCONSTITUCIONALIDADE

    Como cedio, o ordenamento jurdico ptrio adota o controle jurisdiciona misto de constitucionalidade, exercido nos modelos concentrado (sistema austraco ou europeu) e difuso (sistema norte americano). Com relao ao modelo concentrado, este defere a atribuio para o julgamento das questes constitucionais a um rgo jurisdicional superior ou a uma Corte Constitucional (MENDES, Gilmar, 2012, p.1061). O modelo difuso, concreto ou incidental, por sua vez, pode ser exercido, incidentalmente, por qualquer juiz ou tribunal dentro do mbito de sua competncia (NOVELINO, Marcelo, 2012, p.257). In casu, a inconstitucionalidade do art. 2, 1, da Lei de crimes hediondos e equiparados foi declarada incidentalmente no HC 111.840. Sendo assim, no que tange aos efeitos da deciso, quanto ao aspecto subjetivo, o decisum produz efeitos inter partes, em regra, produz efeito apenas para as partes nele envolvidas, no atingindo terceiros que no participaram da relao processual; quanto ao aspecto temporal, o decisum produz efeitos retroativos, uma vez que prevalece o entendimento de que a lei inconstitucional um ato nulo (teoria da

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    nulidade), apenas podendo ocorrer a modulao temporal dos efeitos por expressa determinao do Pretrio Excelso. Nesse sentido:

    EMBARGOS DE DECLARAO. AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DISTRITAL N 3.642/05, QUE DISPE SOBRE A COMISSO PERMANENTE DE DISCIPLINA DA POLCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL. AUSNCIA DE PEDIDO ANTERIOR, NECESSIDADE DE MODULAO DOS EFEITOS. [...] Continua a dominar no Brasil a doutrina do princpio da nulidade da lei inconstitucional. Caso o Tribunal no faa nenhuma ressalva na deciso, reputa-se aplicado o efeito retroativo. Entretanto, podem as partes trazer o tema em sede de embargos de declarao (STF, ADI 3.601- ED, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 09.09.10, Plenrio, DJE de 15.12.10).

    Por oportuno, importante observar que nos termos do artigo 178 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, logo aps o trnsito em julgado ser feita a comunicao ao Senado Federal, para que este rgo possa suspender a execuo, no todo ou em parte da lei declarada inconstitucional. Assim, de clareza mediana que aps expedio de resoluo pelo Senado Federal, possvel que a declarao de inconstitucionalidade proferida em sede incidental possua efeitos erga omnes, e no apenas inter partes.

    Ademais, deixa-se consignado que, atualmente, o Supremo Tribunal Federal entende que o artigo 52, X, da CRFB sofreu uma mutao constitucional. Desse modo, tal preceito deve ser entendido no sentido de que a comunicao ao Senado Federal h de ter o simples efeito de dar publicidade, ou seja, se o STF, em sede de controle incidental, declarar definitivamente, que a lei inconstitucional, essa deciso ter efeitos gerais (Informativo n 454).

    Nesse contexto, exsurge a teoria da transcendncia dos motivos determinantes, segundo a qual os princpios e motivos determinantes da deciso proferida pelo Supremo Tribunal Federal devem ser vinculantes. Nessa esteira, descarta-se a necessidade da resoluo do Senado para que o decisum em sede de

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    controle incidental possua efeitos erga omnes. Evidenciando-se, assim, a aproximao cada vez maior do sistema de controle difuso ao do concentrado.

    Quanto adoo desta teoria, existem dois casos paradigmticos: o RE 197.917, em que o STF determinou a reduo do nmero de vereadores no municpio de Mira Estrela, e o HC 82.959, em que o STF declarou o regime integralmente fechado inconstitucional, podendo-se classificar, sem muito esforo, este ltimo julgado como anlogo ao presente caso. Nesse contexto, a no aplicao da teoria da transcendncia dos motivos determinantes no caso em tela representa uma afronta aos princpios da fora normativa da Constituio, da isonomia e da segurana jurdica. E isso porque no h obrigatoriedade em que o Senado Federal expea resoluo determinando a suspenso da execuo da lei declarada inconstitucional. Ademais, como j exposto anteriormente, prevalece no sistema jurdico brasileiro a teoria da nulidade, logo, lei declarada inconstitucional ato nulo, por mais que esteja em vigncia, no vlida nem produz efeitos no ordenamento jurdico. Nessa esteira, exigir a edio de resoluo do Senado significaria negar que a Constituio tem fora normativa e, portanto, vale por si s. Representaria tambm uma afronta aos princpios da isonomia e da segurana jurdica, uma vez que, em caso anlogo, no HC 82.959, o STF concedeu efeitos erga omnes a sua deciso. Alm disso, insta observar que um dos requisitos para o julgamento no mbito do STF a existncia de repercusso geral, i.e., necessrio que o objeto em litgio transcenda o mero interesse individual, tendo relevncia do ponto de vista econmico, poltico, social ou jurdico (GONALVES, Marcus Vincius Rios, 2012, p. 536). Sendo assim, existem inmeros casos semelhantes ao que foi decidido no mbito do HC 111.840, logo, reconhecer para esse caso a inconstitucionalidade do art. 2, 1, da Lei de crimes hediondos e equiparados e no reconhecer para os demais representa uma flagrante violao aos princpios da isonomia e da segurana jurdica. Sendo assim, a no adoo da teoria da transcendncia dos motivos determinantes consubstancia-se, na verdade, em uma dupla violao ao princpio da isonomia, tendo em vista que tratam de maneira diferente situaes

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    semelhantes (inconstitucionalidade do regime integralmente fechado HC 82.959 e inconstitucionalidade do regime inicialmente fechado HC 111.840). No sentido por ns aqui perfilhado, em recente deciso, asseverou o douto magistrado da comarca de Joinville (SC): Ou seja, se o Supremo Tribunal Federal em 27/06/12, no HABEAS CORPUS N.111840 reconheceu em sede de controle difuso a inconstitucionalidade do pargrafo 1 do artigo 2, da Lei n.8.072/90, com redao dada pela Lei 11.464/07, para um caso concreto que chegou sua competncia, de se ponderar, pelo princpio da isonomia (art.5, caput e inciso I, da CF), que a deciso deve ser aplicada a todos os reeducandos que nesta situao se encontram. Isso nada mais do que reconhecer e reafirmar, sempre, que a pessoa do condenado jamais perder sua condio humana e por isso ser sempre merecedora de irrestrito respeito em seus direitos e garantias fundamentais (Vara de execues penais da comarca de Joinville, Juiz Joo Marcos Buch).

    DA SITUAO PROCESSUAL DO REEDUCANDO

    Compulsando os autos do processo penal 2008.2301-6, verifica-se que a ora Reeducando foi sentenciada a uma reprimenda de 08 (oito) anos de recluso em regime fechado, sob o seguinte fundamento: Considerando o disposto no artigo 111 da Lei 7.210/84(Lei de Execues Penais) bem como, no artigo 2, 1, da Lei 8.072/1990 (Lei dos crimes hediondos), fixa-se o regime inicialmente fechado para o cumprimento da pena.

    Portanto, observa-se que o caso em comento amolda-se perfeitamente hiptese do HC 111.840, tendo em vista que a imposio de cumprimento de pena em regime fechado se deu exclusivamente com fundamento na lei outrora em vigor. Logo, a declarao de inconstitucionalidade do art. 2, 1, da Lei 8.072/1990 deve surtir efeitos no presente caso por tudo o que se exps e pelo que se expor a seguir. Primeiramente, cumpre observar que ante a inconstitucionalidade do mencionado dispositivo, deve-se aplicar ao caso concreto o

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    art. 33, 2 e 3 c/c o art. 59, III, todos do Cdigo Penal, em respeito ao princpio da individualizao da pena. Este princpio apresenta-se em trs nveis diversos, quais sejam: o legislativo, de cominao abstrata, onde se d a criminalizao primria, o judicial, de concretizao da sano penal no processo de conhecimento, onde se d a criminalizao secundria, com a fixao de determinada quantidade de pena dentro dos limites da escala punitiva enunciada no preceito secundrio da norma penal incriminadora e, ainda, da correlata eleio da forma em que ser implementada sua execuo (regime de cumprimento da pena) e administrativa, onde se d a execuo (efetividade) do prprio julgado (SCHMITT, Ricardo Augusto, 2008, p. 239). Sendo assim, verifica-se que a imposio de regime inicialmente fechado a todos os condenados por crimes hediondos e equiparados representa uma flagrante afronta ao princpio em comento, tendo em vista que este deve ser observado em todos os seus nveis. Ademais, a imposio de mesmo regime a condenados com penas diversas viola tambm o princpio da proporcionalidade e, em ltimo caso, o da humanidade das penas, uma vez que estes no devem ser observado somente nos seus aspectos quantitativo (quantidade de pena), mas - e principalmente - nos seus aspectos qualitativo (natureza da pena e imposio de regime). Por conseguinte, importante destacar que as funes da pena tambm restam prejudicadas, uma vez que: a) o Estado, detentor exclusivo do jus puniendi, estar retribuindo um mal maior do aquele que foi cometido (retribuio); b) no se estar reafirmando o valor da norma, tendo em vista que com a declarao de inconstitucionalidade do supramencionado dispositivo, no h norma que justifique a manuteno do condenado em regime mais gravoso do que o estipulado no art. 33 e pargrafos (preveno geral positiva); c) se estar neutralizando um indivduo que poderia estar contribuindo com a sociedade, seja atravs do trabalho externo, estudo etc. (preveno especial negativa); d) o indivduo estar mais longe de voltar ao convvio social, logo, estar-se- postergando a ressocializao do apenado (preveno especial positiva).

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    DO PEDIDO

    Ante o exposto requer

    Sejam aplicados os artigos 33, 2 e 3 c/c 59, III, todos do CPB, em face da declarao de inconstitucionalidade do art. 2, 1, da Lei 8.072/1990 (Lei de crimes hediondos e equiparados;

    Seja readequado o regime inicial de cumprimento de pena para SEMIABERTO.

    Termos em que Pede e espera Deferimento, por ser de inteira JUSTIA.

    Londrina, 06 de abril de 2015

    Srgio D. Nogueira Andrea Rodrigues de Lima OAB/PR 43290 OAB/PR 68429

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