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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
Planejamento e otimização de redes ópticas.
Marcos Electo Figueiredo Garcia
2011
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
Marcos Electo Figueiredo Garcia
Planejamento e otimização de redes ópticas.
Trabalho apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal da Bahia como parte dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro Eletricista.
Orientador: Karcius Day Rosário Assis
SALVADOR
2011
iii
Marcos Electo Figueiredo Garcia
Planejamento e otimização de redes ópticas
Este Trabalho de Graduação foi julgado adequado para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista e aprovado em sua forma final pela Comissão Examinadora e pelo Colegiado do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal da Bahia.
_____________________________
Humberto Xavier de Araújo
Coordenador do Colegiado do
Curso de Engenharia Elétrica
Comissão Examinadora
_____________________________
Prof. Dr. Karcius Day Rosário Assis Orientador
_____________________________
Prof. Dr. Vitaly Félix Rodríguez Esquerre
_____________________________
Profª. Drª.Luciana Martinez
iv
A meu avô Electo Garcia Tejedor "in memoriam".
v
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a todos que percorreram essa jornada ao meu lado. A família por ter me dado todo o suporte necessário sempre que precisei, a
namorada pelo apoio e por me fazer acreditar que era possível e aos meus amigos que me suportaram durante este tempo de dedicação aos estudos.
Ao Professor Dr. Karcius Day Rosário Assis, orientador deste trabalho, pelo apoio e por ter acreditado no resultado desde o principio.
Muito obrigado!
vi
"Uma longa viagem, começa com um único passo."
Lao-Tsé
vii
RESUMO
Este trabalho consistiu em implementar e comparar formulações, em programação linear
inteira, de estratégias de planejamento e otimização de redes ópticas. Foi abordado o
problema de roteamento e alocação de comprimento de ondas (RWA - Routing and
Wavelength Assignment), dentro do contexto de tráfego estático, também conhecido como
SLE (Static Lightpath Establishment). Foram adaptadas formulações encontradas na
literatura, seus resultados foram comparados e no fim do trabalho foi proposta uma
formulação multiobjetivo para o problema SLE. A linguagem utilizada para implementar - as
formulações de roteamento e alocação do comprimento de onda - foi AMPL (A Mathematical
Programming Language) e os resultados obtidos neste manuscrito se deram através da
simulação com o software de otimização CPLEX.
Palavras-chave: WDM, REDES ÓPTICAS, RWA, SLE, AMPL, COMUTAÇÃO DE
CIRCUITOS ÓPTICOS.
viii
ABSTRACT
This work presents a comparison between formulations, in integer linear programming, of
strategies for optical networks planning and optimization. The Routing and Wavelength
Assignment problem for the static traffic, known as Static Lightpath Establishment (SLE), was
the focus of this manuscript, the formulations founded in the literature were adapted and
their results were compared. At the end of this work a multi-objective formulation was
proposed for SLE problem. AMPL (A Mathematical Programming Language) was used for the
formulations and the results in this work were obtained trough simulation with the
optimization software CPLEX.
Keywords: WDM, ALL-OPTICAL NETWORKS, SLE, AMPL, OPTICAL CIRCUIT SWITCHING.
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LISTA ACROGRAMAS
ACROGRAMAS EM INGLÊS:
FTTH Fiber To The Home
DSL Digital Subscriber Line
HDTV High Definition TV
RWA Routing and Wavelength Assignment
NP Non-Deterministic Polynomial time
AMPL A Mathematical Programming Language
QoS Quality of Service
DSF Dispersion Shifted Fibers
WDM Wavelength Division Multiplexing
EDFA Erbium Doped Fiber Amplifier
FLAG Fiber Optic Link Around the Globe
SONET Synchronous Optical network
SDH Synchronous digital hierarchy
TDM Time Division Multiplexing
OTDM Optical Time Division Multiplexing
FDM Frequency Division Multiplexing
WDM Wavelength Division Multiplexing
SAP Service Access Point
ISO International Standards Organization
OSI Open Systems Interconnection
IP Internet Protocol
TCP Transmission Control Protocol
ILP Integer Linear Program
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Aumento no produto taxa de bits – distância (BL) durante o período de 1850-2000. O surgimento de uma nova tecnologia é marcada por um ponto [6]. .........................................6 Figura 2: Aumento da capacidade dos sistemas ópticos ocorrido após 1980[6]. .......................7 Figura 3: Aumento do produto BL no período de 1975 – 2000 através de várias gerações de sistemas ópticos [6]. ....................................................................................................................8 Figura 4: Rede submarina internacional de sistemas de comunicação por fibra óptica em 2005....................................................................................................................................................11 Figura 5: Técnicas de multiplexação para aumentar a capacidade de transmissão em uma fibra óptica. (a) TDM eletrônica e óptica e (b) WDM. Ambas técnicas recebem N sinais, cada um com taxas de transmissão B b/s, e os multiplexam em uma única fibra com uma taxa total de transmissão de NB b/s [5]. ........................................................................................................15 Figura 6: Hierarquia de camadas de uma rede indicando as camadas para cada elemento da rede. ...........................................................................................................................................17 Figura 7: Divisão da rede em camadas propostas pela ISO [5] ................................................18 Figura 8: Camada óptica para redes de segunda geração, que dá suporte a uma variedade de camadas acima dela. [5] ............................................................................................................20 Figura 9: Típica hierarquia de multiplexagem em camadas .....................................................21 Figura 10: Rede WDM com roteamento de comprimento de onda [5]. ...................................23 Figura 11: Elementos da Rede WDM. [7] ................................................................................26 Figura 12: Rede WDM com roteamento totalmente óptico com conexões através de caminhos ópticos [9]. ................................................................................................................................27 Figura 13: Topologia física (a esq.) e Topologia virtual (a dir.) [10] .......................................28 Figura 14: Configuração 1º exemplo Rede simples de 6 nós ...................................................37 Figura 15: Configuração da rede Exemplo 2 ...........................................................................38 Figura 16: Configuração da rede Exemplo 3 ............................................................................40 Figura 17: Configuração da rede Exemplo 4 ............................................................................41 Figura 18: Configuração da rede Exemplo 5. ...........................................................................43 Figura 19: Gráfico da comparação entre ML, MC e MH em Nº de comprimentos de onda utilizados em cada exemplo. .....................................................................................................45 Figura 20: Gráfico da comparação entre ML, MC e MH em Congestionamento máximo de um link físico. .................................................................................................................................46 Figura 21: Gráfico da comparação entre ML, MC e MH em Total de Hops físicos da rede. ...46 Figura 22: Gráfico da comparação entre ML, MC, MH em Máximo de Hops efetuados por um lightpath. ...................................................................................................................................46 Figura 23: Gráfico de Comprimentos de onda utilizado vs. Pesos ...........................................48 Figura 24: Gráfico de Congestionamento máximo em um link físico vs. Pesos ......................49 Figura 25: Total de hops físicos efetuados na rede vs. Pesos ...................................................49 Figura 26: Gráfico Máximo de hops físico efetuados por um lightpath vs. Pesos ...................50
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Matriz de enlaces físicos Exemplo 1 ........................................................................37 Tabela 2: Matriz de tráfego (em número de lightpaths) Exemplo 1 .........................................37 Tabela 3: Caminhos ópticos a serem roteados ..........................................................................37 Tabela 4: Resultados obtidos para o 1º exemplo ......................................................................37 Tabela 5: Matriz de enlaces físicos Exemplo 2 ........................................................................38 Tabela 6: Matriz de tráfego (em quantidade de lightpaths) Exemplo 2 ..................................39 Tabela 7: Matriz de caminhos ópticos a serem roteados Exemplo 2 ........................................39 Tabela 8: Resultados obtidos para o Exemplo 2 .......................................................................39 Tabela 9: Matriz de enlaces físicos Exemplo 3. .......................................................................40 Tabela 10: Matriz de tráfego (em quantidade de lightpaths) Exemplo 3. ................................40 Tabela 11: Matriz de caminhos ópticos a serem roteados Exemplo 3. .....................................40 Tabela 12: Resultados obtidos Exemplo 3. ...............................................................................41 Tabela 13: Matriz de enlaces físicos Exemplo 4. .....................................................................41 Tabela 14: Matriz de tráfego (em quantidade de lightpaths) Exemplo 4. ................................42 Tabela 15: Matriz de caminhos ópticos a serem roteados Exemplo 4. .....................................42 Tabela 16: Resultados Encontrados Exemplo 4........................................................................42 Tabela 17: Matriz de enlaces físicos Exemplo 5 ......................................................................43 Tabela 18: Matriz de tráfego (em quantidade de lightpaths) Exemplo 5 .................................44 Tabela 19: Matriz de caminhos ópticos a serem roteados Exemplo 5. .....................................44 Tabela 20: Resultados obtidos Exemplo 5. ...............................................................................45 Tabela 21: Resultados obtidos para os 5 modelos de redes utilizando a técnica de normalização já descrita e assumindo �� = 0.4 ��= 0.2 e ��= 0.4. .........................................51 Tabela 22: Comparação de Nº de comprimentos de onda utilizados, nos exemplos, pela formulação MC e pela formulação multiobjetivo MLHC. ........................................................51 Tabela 23: Comparação do Congestionamento máximo de um link físico, nos exemplos, obtidos pela formulação ML e pela formulação multiobjetivo MLHC. ....................................52 Tabela 24: Comparação do Total de Hops físicos da rede, nos exemplos, obtidos pela formulação MH e pela formulação multiobjetivo MLHC. ........................................................52 Tabela 25: Comparação do Máximo de Hops efetuados por um lightpath, nos exemplos, obtidos pela formulação MH e pela formulação multiobjetivo MLHC. ...................................52
xii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 1
2. OBJETIVO...................................................................................................................................................... 4
3. SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES ÓPTICAS ............................................................................................. 5
3.1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 5
3.2. HISTÓRICO ........................................................................................................................................... 5
3.3. EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO ÓPTICA ........................................................ 8
4. REDES ÓPTICAS ........................................................................................................................................ 14
4.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 14
4.2. TÉCNICAS DE MULTIPLEXAÇÃO ................................................................................................. 15
4.3. ARQUITETURA DE REDES .............................................................................................................. 17
5. REDES WDM TOTALMENTE ÓPTICAS .................................................................................................. 23
6. ABORDAGEM DO PROBLEMA ................................................................................................................ 27
6.1. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA DE ROTEAMENTO E ALOCAÇÃO DE COMPRIMENTOS DE ONDA (RWA – ROUTING AND WAVELENGTH ASSIGNMENT) .......................... 27
6.2. ESTRATÉGIA DE ABORDAGEM .................................................................................................... 29
6.3. FORMULAÇÕES MATEMÁTICAS .................................................................................................. 31
7. RESULTADOS ............................................................................................................................................. 36
7.1. RESULTADOS OBTIDOS .................................................................................................................. 36
7.1.1. 1º EXEMPLO .................................................................................................................................. 37
7.1.2. 2º EXEMPLO .................................................................................................................................. 38
7.1.3. 3º EXEMPLO .................................................................................................................................. 39
7.1.4. EXEMPLO 4 .................................................................................................................................... 41
7.1.5. EXEMPLO 5 .................................................................................................................................... 43
7.2. DISCUSSÃO DE RESULTADOS ....................................................................................................... 45
8. CONCLUSÃO .............................................................................................................................................. 53
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................................... 55
APÊNDICE A ........................................................................................................................................................ 56
FORMULAÇÃO MULTIOBJETIVO PROPOSTA PARA O EXEMPLO 4 ................................................... 56
APÊNDICE B ........................................................................................................................................................ 58
RESULTADOS DA VARIAÇÃO DOS COEFICIENTES NA FORMULAÇÃO MULTIOBJETIVO PROPOSTA PARA O EXEMPLO 4 ................................................................................................................ 58
1
1. INTRODUÇÃO
A evolução dos meios de comunicação nos trouxe para o que chamamos hoje de sociedade da
informação. A necessidade de que grandes quantidades de informação estejam disponíveis no
menor espaço de tempo possível, tornou necessário o avanço tecnológico contínuo dos meios
facilitadores desse tráfego, e é nesse contexto que as redes ópticas se tornam, mais do que
importantes, vitais para atender essas necessidades do nosso novo modelo de sociedade.
A nossa dita globalização, advento em que pessoas, empresas e países estão interligados, só se
torna possível na medida em que possamos ter meios de comunicação que possibilitem a troca
de informações a nível intercontinental. Essa necessidade de trafegar grandes quantidades de
informação em grandes velocidades representa o principal desafio dos sistemas de
comunicação atuais. E as constantes evoluções em tecnologia óptica têm demonstrado, acima
das expectativas, que redes utilizando esse tipo de tecnologia são a alternativa mais indicada
para contornar o gargalo tecnológico.
A comunicação óptica evoluiu a tal nível, que temos redes de fibra ópticas interligando
continentes através de malhas transoceânicas, como também se tornaram viáveis redes de
acesso, com fibra óptica chegando até a casa do usuário.
Falando de fibra óptica a nível de Brasil, estamos diante de dois ambiciosos planos de
expansão do governo brasileiro. O PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), projeto com o
audacioso objetivo de popularizar o acesso à banda larga em escala nacional, só se tornará
realizável por causa do plano ousado do governo através de parcerias público-privadas para
investimento em infraestrutura de cabeamento óptico. Nas palavras do ministro Paulo
Bernardo, “As obras do TAV (Transporte de Alta Velocidade) terão também fibras óticas.
Provavelmente por meio de decreto [presidencial], vamos obrigar a colocação de fibras óticas
em todas as obras do governo” [1].
O Brasil também prepara um projeto para integrar, por meio de redes de fibra óptica, todos os
países da América do Sul. O plano brasileiro prevê a formação de um grande anel continental
de redes de fibra óptica, para integrar as nações em um sistema de banda larga. A estrutura
final deve chegar a mais de 10 mil quilômetros de extensão, a ideia inicial é conectar as redes
2
de backbone que já existe em cada um dos países-membros da UNASUL (União de Nações
Sul- Americanas) [2].
Além disso, para as operadoras de telecomunicação, fibra óptica é a solução de redes
metropolitanas, backbones, backhaul e mesmo para o acesso à casa do assinante. A fibra até a
casa do cliente pode capturar oportunidades de mercado. De outro lado, a explosão de
usuários 3G e a crescente disseminação de smartphones gera para as operadoras celulares
uma demanda crescente de capacidade em seus backhauls. São várias necessidades, portanto,
que levam ao uso da fibra como solução. Nas redes metropolitanas, a banda larga de alta
qualidade e com altas taxas de transferência é uma demanda crescente dos usuários,
impulsionada agora pela decisão do governo de exigir nas novas metas do PGMU (Plano
geral de metas para a universalização do serviço telefônico fixo comutado prestado no regime
público) das concessionárias velocidades de 1 Mbps. As redes de cobre com tecnologia xDSL
(Digital Subscriber Line) são limitadas pelo alcance, podendo ser utilizadas apenas em
soluções mistas, como no caso da Oi para redes internas de prédios. Nas redes celulares, a
fibra óptica no backhaul fica sendo a única solução que garante uma latência aceitável [3].
E as operadoras estão investindo bastante na implantação de fibra óptica, não com uma visão
convencional de retorno de investimento, mas como necessidade para manter seus negócios
frente à agressividade dos operadores de cabo e à entrada dos novos operadores em seu
mercado. Além disso, há a necessidade de oferecer novos serviços para aumento das receitas e
reposicionar a operadora de telecomunicações na cadeia de valor do negócio. Nesta categoria
se enquadram os serviços IP, a utilização de computação em nuvem para oferta de serviços
flexíveis e a oferta de conteúdos. Tornar mais eficiente a proposição de valor e abrir novas
fontes de crescimento; criar uma experiência de Internet multitarefa; oferecer TV interativa
em alta definição (HDTV); conquistar a casa digital (home gateway, home networking, home
services)... Todas estas oportunidades requerem maior capacidade, melhor confiabilidade e
taxas garantidas, e a fibra é o caminho para isso [3].
Não é surpresa, portanto, a decisão do governo de suspender o recolhimento de PIS e
COFINS das empresas de telefonia que investirem em redes de fibras óticas até o fim de
2014. A medida resultará em uma desoneração de cerca de R$ 4 bilhões distribuídos entre o
fim deste ano e dezembro de 2014 [4].
3
O trabalho aqui escrito foi organizado da seguinte maneira, no capitulo 2 são apresentados os
objetivos do mesmo e a motivação para realizá-lo.
No terceiro capitulo, temos um relato detalhado, elucidando em que consistem sistemas de
comunicação óptica, seu histórico e evolução através do tempo.
O quarto capitulo explica o conceito de redes ópticas, o que elas representam em termos de
mudanças nos padrões anteriormente vigentes, e quais as técnicas de multiplexação que
permitiram um aumento significativo na taxa de transmissão de bits. Também neste capitulo
se faz uma explanação acerca de arquitetura de redes.
No quinto capitulo, são apresentadas as redes WDM (Wavelenght Division Multiplexing)
totalmente ópticas, que são o objeto de estudo deste manuscrito.
No sexto capitulo, o problema de roteamento e alocação de comprimento de onda abordado
no trabalho apresentado é caracterizado e são discutidas as estratégias utilizadas, além de
apresentar as formulações matemáticas implementadas.
No sétimo capitulo, os resultados obtidos para os exemplos de redes apresentados são
discutidos, e as conclusões são formadas através dos valores obtidos por cada formulação
apresentada.
As conclusões finais e as sugestões para trabalhos futuros compõem o oitavo capítulo, portanto
o mesmo é bastante relevante do ponto de vista do desenvolvimento de novos estudos e
aprimoramento deste trabalho.
4
2. OBJETIVO
Este trabalho foi motivado pelo cenário atual das telecomunicações, no Brasil e no mundo,
onde as redes de fibra óptica se apresentam como umas das soluções mais viáveis para a
crescente demanda de largura de banda e alta taxa de transmissão.
Foi desenvolvido um estudo sobre as redes em fibra óptica, em especial acerca de um dos
problemas inerentes ao planejamento das redes ópticas, o roteamento e alocação do
comprimento de onda (RWA - Routing and Wavelength Assignment).
O problema foi abordado do ponto de vista de demanda de tráfego estático. A limitação dessa
abordagem é justamente a exigência de um completo conhecimento prévio das variáveis que
envolvem o sistema de comunicação e também por não permitir mudanças com a rede em
operação.
Foram analisadas e implementadas três formulações diferentes do problema com objetivos
únicos e diferentes entre si, e uma formulação multiobjetivo abrangendo os três objetivos
anteriores, levando em consideração características inerentes ao tipo de rede a ser instalada.
O problema de RWA é NP (Non-Deterministic Polynomial Time) completo e pode ser
definido formalmente em programação linear inteira (PLI).
Utilizando a linguagem AMPL (A Mathematical Programming Language) e o software de
otimização CPLEX, foram escolhidos, para serem minimizados, dois critérios principais
dentro do problema proposto. A carga dos links físicos da rede, diminuindo a probabilidade
de bloqueio e aumentando assim o QoS (Quality of Service), e os hops, quantidade de links
físicos que o caminho óptico deve ocupar para cada par fonte-destino da rede, diminuindo o
custo de implementação da mesma.
O objetivo foi analisar e comparar os resultados obtidos com as três formulações com único
objetivo para diversas redes ópticas, hipotéticas, evidenciando assim a eficácia e o “trade-off”
existente entre os parâmetros no planejamento devido das redes.
Por fim foi proposta então, uma formulação multiobjetivo que apresentasse uma solução mais
equilibrada e que alcançasse de maneira mais abrangente uma solução para o problema
proposto.
5
3. SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES ÓPTICAS
3.1. INTRODUÇÃO
A função de um sistema de comunicação é transmitir informação de um lugar a outro,
independente de estarem separados por alguns quilômetros ou por oceanos. A informação
normalmente é levada por uma onda portadora eletromagnética cuja frequência pode variar de
alguns mega-hertz para centenas de tera-hertz. Sistemas de comunicação óptica utilizam altas
frequências de portadora (~100 THz) da região visível ou infravermelho próximo, do espectro
eletromagnético. Sistemas de comunicação por fibra óptica são sistemas de comunicação
ópticos que empregam fibras ópticas para transmissão de informação. Esses sistemas foram
implantados ao redor do mundo a partir de 1980 e revolucionaram o campo das
telecomunicações. De fato, as tecnologias ópticas junto com a microeletrônica levaram ao
advento da “era da informação” durante os anos 90 [6].
3.2. HISTÓRICO
Com a telegrafia em 1830, utilizando código Morse, era possível obter taxas de transmissão
de 10 b/s. Com as estações de retransmissão, se tornou possível a comunicação entre grandes
distâncias (~1000 km). Em 1876, a invenção do telefone trouxe uma mudança radical na
medida em que sinais elétricos eram transmitidos na forma analógica por uma corrente
elétrica variável [6]. Técnicas analógicas dominaram os sistemas de comunicação por quase
um século.
O desenvolvimento de redes telefônicas mundiais durante o século 20 acarretou em muitos
avanços na concepção de sistemas de comunicação elétrica. A utilização de cabos coaxiais, ao
invés de pares metálicos, aumentou a capacidade dos sistemas significativamente. O primeiro
sistema com cabos coaxiais, iniciando o funcionamento em 1940, era um sistema de 3 MHz
capaz de transmitir 300 canais de voz ou um único canal de televisão. A largura de banda
desses sistemas é limitada pelas perdas, dependentes da frequência, dos cabos que aumentam
rapidamente para frequências acima de 10 MHz. Essa limitação ocasionou o desenvolvimento
de comunicações em micro-ondas, nas quais uma onda portadora eletromagnética com
6
frequência entre 1-10 GHz é utilizada para transmitir o sinal, através de técnicas de
modulação adequadas [6].
Figura 1: Aumento no produto taxa de bits – distância (BL) durante o período de 1850-2000. O surgimento de uma nova tecnologia é marcada por um ponto [6].
O primeiro sistema de microondas operando em uma frequência de portadora de 4 GHz ficou
operacional em 1948. Desde então, ambos, coaxial e enlaces de micro-ondas evoluíram
consideravelmente e são capazes de operar em taxas de transmissão de 100 Mb/s. O sistema
coaxial mais avançado passou a funcionar em 1975 e operava a uma taxa de bits de 274 Mb/s.
Uma grande desvantagem dos sistemas coaxiais de alta velocidade é a pequena distância entre
repetidores de sinal (~1 km) o que torna o sistema relativamente caro para operar. Sistemas de
comunicação por micro-ondas geralmente podem ter uma maior distância entre os repetidores
de sinal, mas sua taxa de bits é também limitada pela frequência da onda portadora. Um
coeficiente de desempenho comumente usado em sistemas de comunicação é o produto taxa
de bits – distância, BL, onde B é a taxa de transmissão de bits e L é a distância entre
repetidores de sinal. A Figura 1 mostra como o produto BL aumentou através de avanços
tecnológico durante o último século e meio [6].
Foi durante a segunda metade do século 20 que foi descoberto que um aumento de várias
ordens de magnitude no produto BL seria possível se ondas ópticas fossem utilizadas como
7
portadoras. Entretanto, durante os anos 50, não estavam disponíveis fontes ópticas coerentes
nem tampouco um meio de transmissão adequado. A invenção do laser em 1960 resolveu o
primeiro problema, e a atenção então ficou voltada para encontrar um meio para utilizar a luz
do laser em comunicações ópticas. [6]
Figura 2: Aumento da capacidade dos sistemas ópticos ocorrido após 1980 [6].
Foi sugerido em 1966 que fibra ópticas pudessem ser a melhor escolha, por serem capazes de
guiar a luz de maneira similar à que os elétrons eram guiados em fios de cobre. O principal
problema eram as elevadas perdas em fibra ópticas, as fibras disponíveis nos anos 60 tinham
perdas acima de 1000 dB/km. Uma descoberta importante ocorreu em 1970 quando as perdas
nas fibras puderam ser reduzidas para menos de 20 dB/km na região de comprimento de onda
de 1 µm. Concomitantemente, lasers semicondutores de GaAs, operando continuamente a
temperatura ambiente, foram demonstrados. A disponibilidade simultânea de fontes ópticas
compactas e fibras ópticas de baixas perdas acarretaram em um esforço mundial para
desenvolver sistemas de comunicação por fibra óptica. A Figura 2 mostra o aumento da
capacidade dos sistemas ópticos a partir de 1980 através de várias gerações de evolução.
Como pode ser observado na Figura 2, os sistemas comerciais seguiram de perto os sistemas
em fase de pesquisa e desenvolvimento. O progresso foi, de fato, acelerado com um aumento
de um fator de 100.000 em um período menor do que 30 anos. A distância de transmissão
8
também aumentara de 10 para 10.000 km no mesmo período de tempo. Como resultado, o
produto BL de sistemas ópticos modernos excede por um fator de 107 se comparado com o
dos sistemas de primeira geração. [6]
3.3. EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO ÓPTICA
A fase de pesquisa dos sistemas de comunicação em fibra-óptica começou por volta de 1975.
O enorme progresso ocorrido dentro do período de 25 anos até os anos 2000 pode ser
agrupado em gerações distintas. A Figura 3, abaixo, mostra o aumento do produto BL durante
esse período de tempo, quantificado por vários experimentos em laboratório [6].
Figura 3: Aumento do produto BL no período de 1975 – 2000 através de várias gerações de sistemas ópticos [6].
A linha reta corresponde à duplicação do produto BL a cada ano. Em toda geração, BL
aumenta inicialmente, mas então começa a saturar quando a tecnologia amadurece. Cada nova
geração traz um mudança fundamental que ajuda a melhorar ainda mais o desempenho do
sistema [6].
A primeira geração de sistemas ópticos operava ao redor de 0,8 µm e utilizava lasers
semicondutores de GaAs. Após vários testes de campo durante o período de 1977-79, estes
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sistemas ficaram disponíveis comercialmente em 1980. Eles operavam a uma taxa de bits de
45 Mb/s e permitiam espaçamento entre os repetidores de até 10 km. O maior espaçamento,
se comparado com o de 1 km dos sistemas coaxiais, era uma razão importante para os
projetistas dos sistemas, pois diminuía os custos de instalação e manutenção associados aos
repetidores [6].
Estava claro durante os anos 70 que o espaçamento entre repetidores poderia ser aumentado
consideravelmente operando o sistema óptico na região de comprimento de onda ao redor de
1.3 µm, onde as perdas na fibra eram menores que 1 dB/km. Além disso, fibra ópticas
apresentavam dispersão mínima nessa região de comprimento de onda. Essa descoberta
acarretou em um esforço mundial para desenvolver lasers semicondutores de InGaAsP que
operavam na região de 1.3 µm [6].
A segunda geração dos sistemas de comunicação de fibra óptica apareceu no início dos anos
80, mas a taxa de transmissão de bits inicial estava limitada abaixo dos 100 Mb/s devido à
dispersão em fibras multi-modo. Essa limitação foi superada pelo uso de fibras mono-modo.
Um experimento de laboratório em 1981 demonstrou transmissão em 2 Gb/s por 44 km de
fibra mono-modo. Em 1987, sistemas de segunda geração, operando com taxas de até 1,7
Gb/s e com um espaçamento entre repetidores de aproximadamente 50 km, ficaram
disponíveis comercialmente [6].
O espaçamento entre repetidores da segunda geração de sistemas de comunicação ópticas era
limitado pelas perdas da fibra operando com comprimento de onda de 1,3 µm (tipicamente 0,5
dB/km). Perdas em fibras de sílica se tornam mínimas na região de 1,5 µm. Efetivamente,
uma perda de 0,2 dB/km foi alcançada em 1979 nessa região espectral. Entretanto, a
introdução de sistemas ópticos de terceira geração utilizando 1,55 µm foi consideravelmente
atrasada por uma grande dispersão da fibra operando nessa região de comprimento de onda.
Lasers semicondutores de InGaAsP não podiam ser utilizados, devido ao alargamento de
pulso ocorrendo como resultado de oscilações simultâneas de vários modos longitudinais. O
problema da dispersão na fibra foi contornado utilizando fibras de dispersão deslocada (DSF)
projetadas para ter dispersão mínima perto de 1,55 µm ou então limitando o espectro do laser
para apenas um modo longitudinal. Ambas as abordagens foram praticadas durante os anos
80. Em 1985, testes em laboratório indicaram a possibilidade de transmitir informação em
taxas de até 4 Gb/s para distâncias acima de 100 km. Sistemas ópticos de terceira geração
operando a 2,5 Gb/s tornaram-se comercialmente disponíveis em 1990, o melhor desempenho
10
se dava empregando DSF em combinação com lasers oscilando em apenas um modo
longitudinal [6].
A desvantagem dos sistemas de terceira geração em 1,55 µm era a periódica regeneração do
sinal, sendo necessários repetidores eletrônicos espaçados comumente por 60-70 km. A
distância entre repetidores poderia ser aumentada fazendo uso de detecção homodina e
heterodina que aumentava a sensibilidade do receptor. Esses sistemas são chamados de
sistemas ópticos coerentes. Entretanto, a comercialização dos mesmos foi adiada com o
advento dos amplificadores em fibra em 1989 [6].
A quarta geração de sistemas ópticos se utiliza de amplificação óptica para aumentar o
espaçamento entre repetidores e multiplexação por divisão de comprimento de onda (WDM –
Wavelenght Division Multiplexing) para aumentar a taxa de transmissão de bits. O advento da
técnica WDM por volta de 1992 começou uma revolução que resultou na duplicação da
capacidade do sistema a cada 6 meses e alcançou taxas de operação de 10 Tb/s em 2001 [6].
Na maioria dos sistema WDM, as atenuações na fibra são compensadas periodicamente
empregando amplificadores a fibra dopada com érbio a cada 60-80 km. Tais amplificadores
foram desenvolvidos depois de 1985 e estiveram disponíveis comercialmente em 1990. Um
experimento cientifico de 1991 demonstrou a possibilidade de transmitir dados por 21.000 km
a uma taxa de 2,5 Gb/s, e por 14.300 km a 5 Gb/s, utilizando uma configuração de enlace de
recirculação. Esse desempenho indicou que um sistema de transmissão submarino, totalmente
óptico, baseado em amplificadores, para comunicação intercontinental era factível. Por volta
de 1996, não só transmissão por 11.300 km a uma taxa de bits de 5 Gb/s havia sido
demonstrada utilizando cabos submarinos, mas ainda ficaram comercialmente disponíveis
sistemas ópticos transatlânticos e transpacíficos. Desde então, um grande número de sistemas
ópticos foram implantados mundialmente [6].
A Figura 4 mostra a rede internacional de sistemas submarinos em 2005:
11
Figura 4: Rede submarina internacional de sistemas de comunicação por fibra óptica em 2005
[6].
Os 27.000 km de fibra óptica ao redor do mundo, conhecidos como FLAG (Fiber Optic Link
Around the Globe) se tornaram operacionais em 1998, interligando muitos países europeus e
asiáticos. Outro grande sistema óptico, conhecido como AfricaOne, estava operacional no ano
2000; ele contorna o continente africano e cobre uma distância total de transmissão de
aproximadamente 35.000 km. Vários sistemas WDM foram desenvolvidos atravessando os
oceanos Pacífico e Atlântico durante 1998-2001 em resposta ao aumento de tráfego de dados
induzido pela Internet. Na verdade, esse desenvolvimento acelerado acarretou em um excesso
de capacidade mundial que resultou no estouro da dita “bolha das empresas ponto com” em
2001 [6].
A ênfase da maioria dos sistemas ópticos WDM é aumentar sua capacidade através da
transmissão de mais e mais canais através da técnica de WDM. Com o aumento da largura de
banda do sinal, freqüentemente não é possível amplificar todos os canais utilizando um único
amplificador. Como resultado, novas técnicas de amplificação (como por exemplo,
amplificação Raman) foram desenvolvidas para cobrir a região espectral de 1,45 µm até 1,62
µm. Essa abordagem acarretou, no ano 2000, em uma taxa de transmissão experimental de
12
3,28 Tb/s onde 82 canais, cada um operando a 40 Gb/s, foram transmitidos por 3000 km. Em
um ano, a capacidade do sistema pode ser aumentada para quase 11 Tb/s (273 canais WDM,
cada um operando a 40 Gb/s), mas distância de transmissão era limitada a 117 km. Em outro
experimento recorde, 300 canais, cada um operando a 11,6 Gb/s, foram transmitidos por 7380
km, resultando em um produto BL de mais de 25.000 Tb/s –km. Sistemas terrestres
comerciais com capacidade de 3,2 Tb/s, transmitindo 80 canais (cada um a 40 Gb/s) com o
uso de amplificação Raman, estavam disponíveis no final de 2003. Dado que os sistemas de
primeira geração tinha capacidade de 45 Mb/s em 1980, é notável que a capacidade tenha
aumentado em mais de 70.000 vezes em um período de 25 anos [6].
A quinta geração de sistemas de comunicação por fibra óptica está focada em aumentar o
alcance em que um sistema WDM pode operar simultaneamente. A janela convencional de
comprimento de onda, conhecida como banda C, cobre o intervalo entre 1,53 até, 157 µm. Ela
está sendo estendida para cobrir a banda L e S também. A técnica de amplificação Raman
pode ser utilizada para sinais nas três bandas de comprimentos de onda. Além disso, um novo
tipo de fibra, conhecida como fibra seca está sendo desenvolvido com a propriedade de que as
perdas nas fibras sejam pequenas ao longo de toda a região do comprimento de onda de 1,30
até 1,65 µm. A disponibilidade dessas fibras e novos esquemas de amplificação podem levar a
sistemas ópticos com milhares de canais WDM [6].
O foco dos sistemas de quinta geração é aumentar a eficiência espectral dos sistemas WDM.
A idéia é empregar formatos de modulação avançados nos quais informação é codificada
utilizado amplitude e fase da portadora óptica. Embora esses formatos tenham sido
desenvolvidos e utilizados para sistemas de microondas, o uso em sistemas ópticos atraiu
bastante atenção a partir de 2001. Tem permitido aumenta a eficiência espectral, tipicamente
limitada abaixo de 0,8 b/s/Hz para sistemas de quarta geração, para mais do que 8 b/s/Hz. Em
um experimento em 2010, um novo recorde foi estabelecido quando se alcançou uma taxa de
transmissão de 64 Tb/s por 320 km utilizando 640 canais WDM que ocupavam as banda L e
C com 12,5 GHz de espaçamento entre os canais. Cada canal continha dois sinais
multiplexados em polarização de 107 Gb/s codificados com uma técnica de modulação
conhecida como modulação de amplitude em quadratura [6].
Analisando a perspectiva histórica, fica fácil perceber que a prerrogativa para que os avanços
tecnológicos em sistemas de comunicação ocorram de forma incessante, é a pulsante
necessidade de superar gargalos de largura de banda e velocidade de transmissão de dados. Os
13
sistemas de comunicação ópticos se apresentam como alternativa viável para solução desses
problemas. Como em qualquer nova tecnologia, o mais desafiante não é a nova descoberta,
mas sim viabilizá-la economicamente.
Todo esse capítulo introdutório sobre sistemas de comunicação óptica é para que o leitor
possa se ambientar com o contexto ao qual pertence este trabalho, auxiliando a entender a
importância de um manuscrito como este. O problema abordado neste trabalho está inserido
em um panorama atual, lidando com tecnologia que representa o estado da arte no campo das
telecomunicações.
14
4. REDES ÓPTICAS
4.1. INTRODUÇÃO
Como visto no capítulo anterior, redes com tecnologia óptica oferecem a perspectiva de
atender essa necessidade inexorável de maior capacidade e velocidade na transmissão de
informações. Além disso, esse tipo de rede está cada vez mais se tornando capaz de entregar
largura de banda de maneira flexível onde e quando for necessário [5].
A fibra óptica oferece largura de banda muito maior que fios de cobre e é menos susceptível a
vários tipos de interferências eletromagnéticas e outros efeitos indesejáveis. Visto isso, tem se
tornado o meio de transmissão de dados escolhido para qualquer taxa maior que algumas
dezenas de megabits por segundo por qualquer distância maior que um quilômetro. É também
o meio preferido para pequenas (alguns metros até centenas de metros) interconexões de alta
velocidade (Gb/s e além) dentro de sistemas maiores [5].
Quando se fala de redes ópticas, na verdade estamos falando de duas gerações de redes
ópticas. Na primeira geração, a tecnologia óptica era utilizada essencialmente para
transmissão e fornecer capacidade. Fibra óptica gera menor taxa de erro e maior capacidade se
comparada aos cabos de cobre. Toda a comutação e demais funções inteligentes eram
realizadas através de tecnologia eletrônica. Alguns exemplos de redes de primeira geração são
as redes SONET (Synchronous Optical Network) e as essencialmente similares redes SDH
(Synchronous Digital Hierarchy), que formam a base da infraestrutura de telecomunicações
na América do Norte, Europa e Ásia, respectivamente, e também de várias redes corporativas
como, por exemplo, FibreChannel [5].
Redes ópticas de segunda geração têm roteamento, comutação e inteligência na camada
óptica. Essas redes são o foco deste trabalho, portanto será dado um maior enfoque as
mesmas, mas antes de abordar o problema proposto se faz necessário, para facilitar o
entendimento do manuscrito, que o leitor esteja familiarizado com alguns conceitos básicos
dessas redes.
15
4.2. TÉCNICAS DE MULTIPLEXAÇÃO
A necessidade da multiplexação foi gerada pelo fato de que na maioria das aplicações é muito
mais econômico transmitir dados a maiores taxas em uma só fibra do que transmitir com
menores taxas em múltiplas fibras. A multiplexação pode ser dividida em dois tipos, Digital
com TDM (Time Division Multiplexing) e OTDM (Optical Time Division Multiplexing) ou
Analógica com FDM (Frequency Division Multiplexing) e WDM (Wavelength Division
Multiplexing) como pode ser visto na Figura 5 [5]:
Figura 5: Técnicas de multiplexação para aumentar a capacidade de transmissão em uma fibra óptica. (a) TDM eletrônica e óptica e (b) WDM. Ambas técnicas recebem N sinais, cada um com
taxas de transmissão B b/s, e os multiplexam em uma única fibra com uma taxa total de transmissão de NB b/s [5].
Na técnica TDM, vários sinais com menores taxas de transmissão são multiplexados em um
sinal com maior taxa de transmissão de bits por meio de multiplexação por divisão do tempo
eletrônica (TDM). O multiplexador tipicamente intercala os sinais originais para obter o sinal
com maior taxa de transmissão de bits. Por exemplo, poderia escolher 1 byte do primeiro
16
sinal, o segundo byte do segundo sinal e assim sucessivamente. Como exemplo, sessenta e
quatro sinais com 155 Mb/s podem ser multiplexados em um único sinal com 10 Gb/s.
Atualmente, a maior taxa de transmissão comercial existente é 40 Gb/s para tecnologia TDM.
Para que a TDM ultrapasse esses limites, pesquisadores estão desenvolvendo métodos para
realizar as funções de multiplexação e desmultiplexação no domínio óptico. Essa abordagem
é chamada de multiplexação por divisão óptica no tempo (OTDM). Experimentos em
laboratório demonstraram a multiplexagem/desmultiplexagem de vários canais de 10 Gb/s
para formar uma canal de 250 Gb/s, apesar dos avanços tecnológicos a técnica OTDM ainda
não é comercialmente viável [5].
Outra maneira de aumentar a capacidade é através de uma técnica chamada de multiplexação
por divisão de comprimento de onda (WDM). WDM é na sua essência o mesmo que
multiplexação por divisão de frequência (FDM), que tem sido utilizada em sistemas com
enlaces de radio por mais de um século. Por alguma razão, o termo FDM é utilizado para
comunicações em rádio e WDM é empregado dentro do contexto de comunicações ópticas,
talvez porque FDM foi estudado primeiramente por engenheiros de telecomunicações e
WDM por físicos. A ideia é transmitir dados simultaneamente em portadoras com diversos
comprimentos de onda (ou, equivalentemente, frequências ou cores) em um fibra. Para
primeira ordem, esses comprimentos de onda não interferem entre si desde que estejam
espaçados o suficiente. Dessa forma WDM fornece fibras “virtuais”, que fazem uma única
fibra parecer várias fibras “virtuais”, com cada uma dessas portando um único canal. Sistemas
WDM são largamente utilizados hoje em dia em redes submarinas de longo alcançe, e estão
sendo desenvolvidas em redes metro também [5].
WDM e TDM são alternativas para aumentar a capacidade de transmissão e são
complementares entre si. Portanto as redes atuais empregam uma combinação de TDM e
WDM. Que combinação de TDM e WDM utilizar nos sistemas de comunicação é uma das
questões importantes que as operadoras de telecomunicações tem de enfrentar atualmente. Por
exemplo, supondo que uma operadora quer instalar um link de 160 Gb/s. Deve utilizar 64
canais WDM de 2,5 Gb/s ou 16 canais WDM de 10 Gb/s cada? A resposta depende de um
numero de fatores, incluindo o tipo e parâmetros da fibra a ser utilizada no link e os serviços
que a operadora deseja oferecer com esse mesmo link. Utilizando combinações de WDM e
TDM, sistemas com capacidade de cerca de 1 Tb/s em apenas uma fibra se tornam
17
realizáveis, e sem duvida alguma sistemas com maiores capacidades operando em distancias
maiores irão surgir no futuro [5].
4.3. ARQUITETURA DE REDES
Redes são entidades complexas, com diferentes funções sendo desempenhadas por diferente
componentes da rede, com equipamentos de fornecedores diferentes funcionando
conjuntamente. Podemos pensar nas diferentes funções da rede como diferentes camadas da
mesma como podemos observar na Figura 6:
Figura 6: Hierarquia de camadas de uma rede indicando as camadas para cada elemento da rede.
Esse modelo OSI (Open Systems Interconnection) foi proposto pela Organização
Internacional de Padrões (ISO – International Standard Organization) no começo dos anos
80. Imaginemos as camadas como se estivessem empilhadas verticalmente. Cada camada
desempenha alguns tipos de funções e fornecem alguns tipos de serviços para a camada
superior. Por sua vez, cada camada espera que a camada inferior entregue alguns tipos de
serviços para a mesma. A interface de serviços entre duas camadas adjacentes é chamada de
18
ponto de acesso de serviço (SAP), e podem existir múltiplos SAPs entre camadas
correspondendo a diferentes tipos de serviços oferecidos [5].
Na maioria dos casos, a rede fornece conexões ao usuário. Uma conexão é estabelecida entre
um par fonte-destino. Dentro de um elemento de rede, dados pertencentes a uma conexão
transitam entre camadas. Cada camada multiplexa um número de conexões das camadas
superiores e pode adicionar cabeçalhos aos dados vindos das camadas superiores. Cada
elemento de rede intermediário ao longo do caminho de uma conexão reúne um conjunto de
camadas começando da mais baixa até certa camada na hierarquia [5].
É importante definir as funções de cada camada e as interfaces entre as camadas. Isto é
essencial, pois permite que os fornecedores fabriquem uma variedade de produtos de
hardware e software desempenhando as funções, mas não todas, das camadas, e fornecer as
interfaces apropriadas para que os mesmos se comuniquem com produtos desempenhando as
funções de outras camadas [5].
Existem diversas implementações e padrões para cada camada. Uma dada camada pode
trabalhar conjuntamente com uma variedade de camadas inferiores. Cada um dos diferentes
tipos de redes ópticas constituem uma camada. Cada camada pode ser dividida em diversas
sub-camadas [5].
Figura 7: Divisão da rede em camadas propostas pela ISO [5]
19
A camada mais inferior na hierarquia é a camada física, que fornece o meio físico de
transmissão com uma certa largura de banda para a camada acima desta. A camada física
pode ser óptica, sem fio, coaxial ou de par metálico. A camada logo acima é a camada enlace
de dados, que é responsável por ativação e desativação do enlace de dados, supervisão e
recuperação em caso de anormalidades, sincronização, segmentação e delimitação das
unidades de dados, controle de erros e sequenciamento das unidades de dados, controle de
fluxo. Acima desta temos a camada de Rede, que tem como objetivo fornecer um suporte a
comunicação fim a fim para as camadas superiores, levando uma mensagem da fonte até o
destino. As camadas de redes predominantes atualmente são IP (Internet Protocol), e o
elemento principal deste tipo de rede é o roteador IP. O IP foi adaptado para operar uma
variedade de enlaces de dados e mídia física, como Ethernet, linhas telefônicas seriais, linhas
de cabo coaxial e linhas de fibra óptica. [5]
A camada de transporte está localizada acima da camada de rede e é responsável pelo controle
da transferência de dados, incluindo a qualidade do serviço e correção de erros fim a fim, os
protocolos mais utilizados nesta camada são os utilizados com o IP, como por exemplo, o
TCP (Transmission Control Protocol). Acima desta estão ainda a camada de Sessão,
responsável pelo controle dos procedimentos de diálogo através da abertura e fechamento das
sessões, camada de Apresentação, responsável pela sintaxe dos dados e por fim camada de
Aplicação, responsável pela semântica da comunicação. [7]
O aparecimento de redes ópticas de segunda geração adiciona a camada óptica nesse modelo
apresentado, é uma camada que assim como as outras fornece serviços para as camadas
superiores. A camada óptica fornece caminhos ópticos (lightpaths) para uma variedade de
camadas usuários como mostrado na Figura 8 abaixo:
20
Figura 8: Camada óptica para redes de segunda geração, que dá suporte a uma variedade de camadas acima dela. [5]
O caminho óptico substitui cabos de fibra óptica que interligariam os terminais SONET ou
roteadores IP. Um caminho óptico pode ser definido como a conexão entre dois nós de rede, e
em redes sem conversores de comprimento de onda nos assume um único comprimento de
onda por todos os links físicos que atravessar. Vale lembrar que um único comprimento de
onda pode transportar dados a altas taxas de bits e que toda essa largura de banda é fornecida
as camadas superiores através do caminho óptico. Neste trabalho, será abordado o problema
de RWA para redes com caminhos ópticos pré-determinados, que serão roteados no momento
em que a rede estiver sendo implementada.
O caminho óptico pode ser comparado ao serviço de comutação de circuitos oferecidos pelas
rede telefônicas, ou seja, estabelecendo uma conexão direta entre nós da rede quando exista a
demanda, com a diferença de que se a rede não possuir conversores de comprimento de ondas
nos seus nós existirá, como já foi dito, uma restrição de continuidade do comprimento de
onda, onde o caminho óptico deve obrigatoriamente assumir um único comprimento de onda
em todos os enlaces físicos que atravessar. Esse serviço de caminhos ópticos é que surge
como solução para o problema do gargalo de processamento eletrônico, uma vez que o
roteamento é feito inteiramente no domínio óptico.
Antes do surgimento da camada óptica, SONET/SDH era a camada de transmissão
predominante nas redes de telecomunicações, e ainda é a camada dominante em muitas partes
das rede. A camada SONET fornece várias funções chave. Fornece conexões de comutação
de circuitos, gerenciadas, fim a fim. Também oferece um mecanismo eficiente para
21
multiplexar taxas de até 10 Gb/s ou 40 Gb/s pela rede. Além disso, em nós intermediários,
SONET oferece um jeito eficiente de extrair fluxos de baixa de velocidade de um fluxo de
alta velocidade, fazendo uso de um elegante mecanismo de multiplexação baseado no uso de
ponteiros. [5]
SONET inclui também cabeçalhos extensos que permitem operadores monitorar e gerenciar a
rede. Alguns exemplos desses cabeçalhos incluem bytes de checagem de paridade para
determinar quando quadros são recebidos erroneamente, e identificadores de conexão que
permitem conexões serem rastreadas e verificadas dentro de uma rede complexa [5].
Figura 9: Típica hierarquia de multiplexagem em camadas. [5]
Vemos na Figura 9 um exemplo típico de hierarquia de multiplexagem em camadas. A
camada SONET multiplexa fluxos de baixa velocidade de circuitos comutados em fluxos com
maiores velocidades que depois são transportados por caminhos ópticos, enquanto que a
camada IP multiplexa estatisticamente fluxos de pacotes comutados em fluxos de maior
velocidade que também serão transportados pelos caminhos ópticos. Por sua vez, múltiplos
caminhos ópticos são multiplexados para compor o sinal WDM em uma fibra [5].
Percebe-se que temos diferentes camadas na rede desempenhando funções similares, isso
ocorre porque diferentes camadas são mais eficientes em diferentes taxas de bits. Por
22
exemplo, a camada SONET pode eficientemente (custo - benefício) comutar e processar
fluxos de trafego com 10 Gb/s atualmente. No entanto, é muito caro que essa camada tenha
que processar 1 Tb/s advindo de um link WDM. A camada óptica, por outro lado, não é
eficiente para processar granularidades mais baixas, como por exemplo, 155 Mb/s. Portanto
se faz necessário utilizar as diferentes camadas para processar diferentes níveis de largura de
banda [5].
23
5. REDES WDM TOTALMENTE ÓPTICAS
As redes ópticas de segunda geração surgem com o diferencial de realizar as funções
inteligentes (roteamento, controle e gerenciamento) no domínio óptico. A tecnologia de
multiplexação WDM e a eliminação das conversões óptico-eletrônicas para fins de
roteamento acabam com o dito gargalo ocasionado pelos componentes eletrônicos,
aumentando assim consideravelmente as taxas de transmissão de bits na rede.
O esquemático abaixo (Figura 10) permite uma elucidação do funcionamento da rede WDM
totalmente óptica:
Figura 10: Rede WDM com roteamento de comprimento de onda [5].
Pode-se observar que a rede WDM fornece circuitos ópticos para os usuários (tipicamente
roteadores IP ou terminais SONET), nessa figura podemos visualizar a restrição de
continuidade de comprimento de onda, se não houver conversão de comprimento de onda em
nós intermediários o caminho óptico deve ocupar o mesmo comprimento de onda em todos os
links físicos que atravessa, logo se só dispuséssemos de dois comprimentos de onda nesta
24
rede seria impossível alocar um terceiro caminho óptico entre os nós E e F, mas se o nó
intermediário pode converter os comprimentos de onda, pode-se alocar um lambda para o
comprimento de onda no link EX e o segundo comprimento no link XF. [5]
O conceito de redes totalmente ópticas está diretamente ligado ao conceito de transparência,
isso porque nessas redes onde não se faz necessária a conversão O-E-O (óptico-elétrico-
óptico) a flexibilidade da rede é muito maior. Os caminhos ópticos são capazes de transmitir
informação com diferentes taxas de bits, diferentes formatos e diferentes protocolos, essa
flexibilidade é o que chamamos de transparência da rede. Essa é uma grande vantagem na
medida em que a compatibilidade com diferentes camadas usuário é um grande diferencial.
Além da transparência outras características que podemos citar das redes WDM são:
•••• Sobrevivência: A rede é estrutura de modo que em presença de falhas, os caminhos
ópticos são reencaminhados automaticamente por percursos alternativos [8].
•••• Reutilização de comprimentos de onda: como podemos observar na Figura 10 os
comprimentos de onda podem ser reutilizados para caminhos ópticos diferentes desde
que estes não compartilhem nenhum link físico em comum. (para o caso onde não
existe conversão de comprimentos de onda, caso contrário essa restrição não existe).
•••• Topologia Virtual: A topologia lógica consiste na topologia vista pelas camadas que
são usuárias da camada óptica. Para uma rede de serviço IP, suportada pela rede de
transporte WDM, os caminhos ópticos são vistos como ligações entre roteadores IP
[8].
•••• Comutação de caminhos: Os caminhos ópticos oferecidos pela rede de transporte
podem ser estabelecidos ou terminados por pedido através do sistema de gestão da
rede [8].
Os sistemas WDM mais comuns são o CWDM (Coarse Wavelength Division Multiplex) e
DWDM (Dense Wavelength Division Multiplex), o que diferencia os dois sistemas é o
espaçamento entre os comprimentos de onda, ou seja, a quantidade de canais e
consequentemente a taxa de transmissão de bits. Para o CWDM o típico é um espaçamento de
200 GHz com 4 a 16 a canais dependendo da fibra óptica adotada no projeto com taxa de
transmissão variando de 34 Mbit/s a 2,5 Gbit/s, e para o DWDM o espaçamento vai de 100
25
GHz a 25 GHz e a quantidade de canais varia entre 16 e 128, com taxas variando entre 155
Mbit/s até 10 Gbit/s. [7]
Os equipamentos que compõe basicamente a rede WDM são os observados na Figura 10:
•••• Equipamento Terminal (OLT – Optical Line Terminal): É o equipamento que
possibilita a inserção ou retirada de todos os comprimentos de onda do sistema,
através de unidades multiplexadoras/desmultiplexadoras ópticas, constituindo-se
assim na porta de entrada e de saída da rede. Ainda podem possuir placas
amplificadoras, ou unidades transponders acopladas [7].
•••• Multiplexador Óptico (OADM – Optical Add-Drop Multiplex): Este equipamento
tem função de permitir a inserção ou retirada de determinado número de
comprimentos de onda do sinal WDM passante [7].
•••• Equipamento Óptico de Conexão Cruzada (OXC – Optical Cross-Connect): Este é
o equipamento que permite o roteamento de comprimentos de onda no domínio
óptico, ou seja ele possibilita que os caminhos ópticos não tenham de passar por
conversões O-E-O indesejáveis entre os nós fonte-destino.
E além destes, um elemento importante que não está presente na Figura 10 é o amplificador
óptico de linha (OLA – Optical Line Amplifiers) que é o responsável pela amplificação do
sinal, juntamente com o ruído, no domínio óptico. É capaz de amplificar todos os
comprimentos de onda do sinal WDM, o que possibilitou aumentar as distâncias entre as
conexões, mas como não há conversão eletrônica não há regeneração do sinal.
26
Figura 11: Elementos da Rede WDM. [7]
As redes WDM ainda podem ser classificadas como pelo tamanho, longa distância
(LongHaul) ou metropolitanas (metro), e também pela sua topologia, ponto a ponto ou ponto
–multiponto. O problema abordado neste trabalho diz respeito as redes WDM com
roteamento totalmente óptico e com topologia ponto a ponto.
27
6. ABORDAGEM DO PROBLEMA
6.1. CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA DE ROTEAMENTO E ALOCAÇÃO DE COMPRIMENTOS DE ONDA (RWA – ROUTING AND WAVELENGTH ASSIGNMENT)
Figura 12: Rede WDM com roteamento totalmente óptico com conexões através de caminhos ópticos [9].
Com o advento das redes totalmente ópticas, o roteamento passou a ser executado na camada
óptica e é dai que se origina o problema abordado neste manuscrito, o problema consiste em
que para uma determinada topologia física da rede e uma determinada matriz de tráfego da
mesma, devemos rotear o tráfego através de caminhos ópticos e alocar comprimentos de onda
para os respectivos circuitos ópticos.
28
Logo, podemos perceber que a otimização dos recursos no planejamento da rede óptica tem
relação direta com parâmetros da rede tais quais, número de comprimentos de onda utilizados,
quantidade de caminhos ópticos em cada link físico da rede, quantidade de saltos (hops)
virtuais dados por um demanda de tráfego entre um par de nós fonte-destino, quantidade de
saltos físicos dados por um determinado caminho óptico, entre outros.
Do ponto de vista do tráfego, o problema pode ser dividido em três categorias: incremental,
dinâmico e estático. Para o modo incremental, os pedidos de conexão vão chegando
sequencialmente, um caminho óptico é estabelecido para cada conexão e o mesmo permanece
na rede indefinidamente. Já no caso dinâmico, o circuito óptico é estabelecido no momento
em que o pedido de conexão chega e é terminado depois de uma quantidade finita de tempo.
O objetivo nesses dois casos é estabelecer caminhos ópticos e alocar comprimentos de onda
de forma a minimizar a probabilidade de bloqueio ou de maximizar o número de conexões
estabelecidas na rede em qualquer instante de tempo. A esse problema denominamos DLE
(Dynamic Lightpath Establishment) [9].
Já no caso estático, a matriz de conexões já é conhecida, seja pelo histórico ou por estudos de
predição, e o que se deseja é estabelecer caminhos ópticos para essas demandas, mas
otimizando a utilização de recursos da rede. O problema RWA para o tráfego estático é
denominado SLE (Static Lightpath Establishment) [9]. E esse será o caso abordado neste
estudo.
O problema SLE pode ser dividido em dois subproblemas, o VTD (Virtual Topology Design)
e (PTD – Physical Topology Design):
Figura 13: Topologia física (à esq.) e Topologia virtual (à dir.) [10]
29
Onde a topologia física da rede são os links de fibra óptica que conectam os nós adjacentes da
rede e a topologia virtual são os caminhos ópticos que interligam um nó fonte a um nó
destino. A solução do problema SLE deve começar por alocarmos caminhos ópticos que
atendam a matriz de demanda de tráfego conhecida, e depois de estabelecidos os circuitos
ópticos devemos fazer o devido roteamento através da camada física, ou seja, definir os links
físicos por onde cada caminho óptico ira passar, e alocar comprimentos de onda para os
respectivos circuitos ópticos, atendendo a duas restrições da rede:
Se a rede não possuir conversores de comprimento de onda nos nós, deve-se aplicar a
restrição de continuidade do comprimento de onda, onde cada caminho óptico deve assumir o
mesmo comprimento de onda em todos os links físicos que atravessar.
Dois caminhos ópticos distintos podem atravessar o mesmo link físico desde que sejam
alocados comprimentos de onda diferentes para cada um deles.
No problema tratado no trabalho considera-se SLE e a restrição de continuidade do
comprimento de onda. Mas, só será atacada a segunda parte da solução do problema. Serão
adotados caminhos ópticos pré-estabelecidos e será realizado o roteamento na topologia física
e a alocação de comprimentos de onda para os mesmos.
6.2. ESTRATÉGIA DE ABORDAGEM
Este trabalho se foca em abordar o subproblema de roteamento físico e alocação de
comprimento de onda para o problema RWA estático, ou seja, é um problema de otimização
dos recursos disponíveis para o planejamento e implantação da rede. É uma estratégia de
abordagem off-line uma vez que o roteamento e alocação de comprimento de onda são
definidos a partir de uma matriz de conexões já conhecida e são implementados no momento
de planejamento da rede óptica. No início da operação da rede os circuitos ópticos já estão
estabelecidos e assim permanecem [11].
A luz do que foi discutido nos capítulos anteriores, foram escolhidos três parâmetros que
serão os objetivos de otimização das formulações apresentadas:
Número de circuitos ópticos alocados em um mesmo link físico.
Quantidade de comprimentos de onda utilizados para operacionalização da rede.
Número de saltos (hops) físicos totais realizados pelos caminhos ópticos na rede.
30
É importante frisar que esses parâmetros foram escolhidos, pois interferem diretamente na
capacidade de expansão da rede e custo de implementação da mesma. No que diz respeito a
expansão da rede, como o contexto atual das telecomunicações é o da necessidade de estar
expandindo a todo momento sua capacidade e velocidade, logo, quanto mais “caminho livre”
tivermos, mais simples se tornaria uma expansão.
Portanto, quanto menos congestionados estejam os links físicos, quanto mais comprimentos
de onda estiverem disponíveis na rede e quanto menos espaço físico os caminhos ópticos
ocuparem na mesma, mais simples se tornará a alocação de novos caminhos ópticos para uma
expansão necessária.
No que diz respeito ao custo, vale lembrar que quanto mais os parâmetros enumerados acima
forem minimizados, menores serão os custos com equipamentos para a implementação da
rede. É importante frisar também que a distância percorrida pelo circuito óptico, no caso
estudado em termos de quantidade de links físicos atravessados, deve ser sempre a menor
possível para mitigar os efeitos de atenuação e dispersão das fibras.
Neste trabalho foi feito um estudo para evidenciar que a otimização desses parâmetros não é
independente, similar ao que foi mostrado em [12], ou seja, ao buscar a solução ótima para
apenas um deles os outros acabam sub otimizados, por isso é proposta uma formulação
matemática com mais de um objetivo que encontre uma solução possível e próxima dos
valores ótimos.
O problema RWA estático, conhecido como SLE, pode ser formulado em programação linear
inteira (ILP – Integer Linear Program), mas é considerado um problema de nível
computacional NP – completo, portanto a medida que os nós da rede vão aumentando o
problema se torna intratável computacionalmente.
Neste trabalho primeiramente foram comparadas três formulações com objetivos distintos:
• Uma formulação baseada na que foi proposta em [9], para redução do número máximo
de circuitos ópticos em um link físico da rede.
• Uma formulação similar a proposta em [13], para redução dos hops físicos realizados
pelos caminhos ópticos na rede.
31
• E uma terceira onde foi adicionado um índice para os comprimentos de onda
possíveis da rede na formulação vista em [9], para possibilitar a otimização da
quantidade de comprimentos de onda utilizados.
As três formulações foram testadas em cinco tipos de redes diferentes e os resultados
comparativos são apresentados. Ao analisar os resultados obtidos foi percebido uma relação
de trade-off entre os parâmetros e conclui-se que para se chegar a um resultado
verdadeiramente ótimo, uma formulação multiobjetivo deveria ser estudada. Assim foi feito
um estudo mais aprofundado com o exemplo 4, os exemplos de redes utilizados para as
simulações serão apresentados no próximo capítulo, acerca da influencia da minimização de
um objetivo sobre os outros parâmetros.
6.3. FORMULAÇÕES MATEMÁTICAS
Para a primeira formulação (ML) com o objetivo de diminuir o número máximo de circuitos
ópticos em um link físico da rede podemos considerar:
Notação:
•••• s e d denotam, respectivamente, o par fonte e destino de uma demanda de tráfego.
•••• i e j são denotam os links físicos de i para j, pelos quais podem passar um ou mais
caminhos ópticos.
•••• Para facilitar o problema, em termos de topologia virtual a rede foi considerada como
single-hop, ou seja, cada par fonte destino executa apenas um salto virtual na rede.
Logo os nós de origem e término de um caminho óptico correspondem aos nós fonte e
destino, respectivamente, de uma demanda de tráfego.
Dados:
•••• Número de nós na rede: N;
•••• W é o número de comprimentos de onda disponíveis na rede:
•••• Topologia física (Bij): Denota se há link de fibra interconectando os nós i e j, Bij=0
para um nó i que não é fisicamente adjacente a um nó j. Em nós fisicamente
conectados consideramos neste trabalho um link de fibra em cada direção. Bij= Bji=1.
32
•••• Topologia virtual (Asd): Denota se há caminho óptico conectando os nós fonte e
destino. Assumiu-se que se existe demanda de tráfego entre o par fonte s e destino d
Asd = 1, caso contrário Asd= 0.
•••• Matriz de tráfego T = (Ksd): Denota o número de conexões requisitadas, em termos de
quantidade de caminhos ópticos, de um nó s para um nó d.
•••• Índice do comprimento de onda: Foi atrelado a cada comprimento de onda disponível
na rede um índice Pw, de forma que cada comprimento de onda alocado para um
determinado caminho óptico tenha um “peso” diferente. De forma que a otimização da
utilização dos comprimentos de onda não seja só em termos de número de
comprimentos de onda utilizados, mas que também sejam alocados dando preferência
a utilizar os comprimentos de onda com menor índice, ou seja os primeiros da "lista"
(semelhante ao algoritmo FirstFit)
Variáveis:
•••• Roteamento de tráfego: As variáveis ����denotam o tráfego (em caminhos ópticos)
da fonte s para o destino d passando pelo link físico ij e com comprimento de onda w.
Como em um mesmo link um comprimento de onda só pode ser alocado para um
determinado caminho óptico, temos ����= 0,1 e esse mesmo valor será alocado para
todos os links físicos pelos quais o correspondente caminho óptico passa (não há
conversores de comprimento de onda nos nós – wavelength continuity constraint).
•••• Carga em um link físico: L, sendo Lmax = W. A carga denota o número de caminhos
ópticos que atravessam um mesmo link físico da rede.
•••• Comprimento de onda alocado para um determinado caminho óptico: λsdw significa o
comprimento de onda alocado para um determinado caminho óptico entre um par
fonte destino.Assumimos que mais de um caminho óptico para o mesmo par fonte-
destino podem assumir o mesmo comprimento de onda desde que não atravessem a
mesma rota física, portanto λsdw≥ 0.
•••• Saltos (hops) físico realizados na rede: H denota o total de saltos realizados, por todos
os caminhos ópticos na rede.
33
•••• Saltos (hops) físicos realizados na rede por um circuito óptico: HL significa o máximo
de hops físicos executados por um caminho óptico na rede.
•••• “Peso” dos comprimentos de onda alocados: C determina o somatório total dos índices
referentes aos comprimentos de onda alocados na rede.
•••• Quanto cada comprimento de onda foi utilizado: λ1 determina quantas vezes cada
comprimento de onda foi alocado.
•••• Nº de comprimentos de ondas utilizados: λu determina quantos comprimentos de onda
foram utilizado no roteamento dos caminhos ópticos.
�� ������� ���
���������� ������
��������
�� ��!��"#�� � ��!� �"#�$ � ��%��&' &�(
(2)
����� ) �����������������*
(3)
�!� � +� ������������
(4)
� , � �����**
�-��� (5)
� !�. � /�������������**
(6)
� � �����**
� 0�*�
(7)
����� � 0���*�
(8)
0�� , 0��
(9)
34
�!��*
� !� (10)
!�1�%% � ���
(11)
��
� ��!� (12)
A equação (1) é a função objetivo, a equação (2) representa o balanceamento do fluxo, (3)
define a variável congestionamento, (4) garante o atendimento da demanda entre os nós fonte
destino e (5) é a restrição de que em um determinado link físico não pode passar caminhos
ópticos com o mesmo comprimento de onda. A equação (6) define a variável “peso” total dos
comprimentos de onda alocados na rede, (7) define a variável total de saltos físicos dados por
todos os caminhos ópticos na rede, (8) – (9) definem a variável, quantidade máxima de hops
físicos executados por um comprimento de onda. A equação (10) define a variável quantas
vezes cada comprimento de onda foi utilizado e a (11)-(12) definem quantos comprimentos de
onda foram utilizados na rede.
Para as outras formulações propostas, a formulação matemática do problema é a mesma só a
função objetivo é trocada.
Para diminuir o total de hops físicos da rede (MH):
�� ������0��
(13)
Para diminuir o número de comprimentos de onda alocados na rede (MC):
�� ������/
(14)
Para a formulação multiobjetivo as funções objetivo enumeradas acima são combinadas em
uma só função. Entretanto, devido às diferenças em suas escalas, as funções objetivo devem
ser normalizadas por um fator. Representando as funções objetivos dos problemas ML, MH e
MC como F1, F2 e F3 respectivamente, os fatores de escala correspondentes ∆1, ∆2, ∆3, podem
ser determinados por [13]:
35
2�� ��3�45*6*78 ��9:�;��8 ��9:�;�� ������������ � �*�*�'
A estratégia abaixo foi utilizada para determinar o intervalo de cada uma das funções
objetivo. Foram utilizados os resultados obtidos para o exemplo 4, os exemplos de redes
utilizados para as simulações serão apresentados no próximo capítulo, e as soluções obtidas
para ML, MH, MC são respectivamente denominadas s1, s2 e s3. O intervalo de cada uma das
funções pode então ser determinado por:
8 ��9:�;�� ����3�45*6*7��<��= ���� �45*6*7��<��=������������� � �*�*�'� Depois de normalizadas, as funções objetivos são multiplicadas pelos correspondentes pesos
θ1, θ2 e θ3 ≥ 0. A função objetivo passa a ser uma combinação convexa dos três objetivos,
tendo:
�5 >��6 >��7 � �
Logo obteremos a formulação:
�� �������525� > �6260 >��727/
36
7. RESULTADOS
7.1. RESULTADOS OBTIDOS
As formulações propostas no capítulo anterior foram testadas em 5 modelos de redes
diferentes, para que os resultados obtidos tivessem solidez. Este capítulo foi organizado de
forma que primeiro serão mostrados os resultados de cada um dos exemplos em separado,
obtidos com as formulações com apenas um objetivo. Depois disso é apresentada uma
discussão do conjunto dos resultados encontrados, de onde se tira a conclusão da necessidade
de um estudo de uma formulação multiobjetivo. Após isso são exibidos os resultados obtidos
para esta formulação e por último se discute a comparação dos resultados obtidos com a
formulação multiobjetivo e os alcançados pelas formulações com apenas um objetivo.
Para cada um dos exemplos foi gerada no MATLAB uma matriz aleatória com distribuição
uniforme com valores inteiros entre [0,3] (foram zerados compulsoriamente os elementos da
primeira diagonal da matriz, para que não houvesse demanda de um nó para este mesmo nó)
que será a matriz de tráfego (em quantidade de circuitos ópticos requisitada) do respectivo
exemplo. A matriz que determina os caminhos ópticos a serem roteados foi escolhida
assumindo que todas as redes dos exemplos são single hop virtual ou totalmente ópticas, ou
seja, para cada par de nós fonte-destino que exista demanda de tráfego esses nós também
coincidirão com o par de nós origem-término do caminho óptico. O número total de
comprimentos de onda disponíveis foi W = 40.
As formulações matemáticas foram implementas com a linguagem AMPL (A Mathematical
Programming Language) por essa oferecer ao usuário uma interface de modelagem algébrica.
A maior vantagem dessa linguagem é que a sua sintaxe é muito similar a notação matemática
utilizada nos problemas de otimização e o software utilizado foi o pacote de otimização
AMPL/CPLEX 10.
Na notação utilizada na linguagem AMPL para as formulações apresentadas, para as tabelas
de entradas de dados referentes as conexões físicas e virtuais entre nós, o sinal de “+”
equivale a 1, ou seja, existe uma conexão entre este par de nós. E o sinal de “-“ equivale a
zero, ou seja, não existe conexão entre aquele par de nós.
37
7.1.1. 1º EXEMPLO
Figura 14: Configuração 1º exemplo Rede simples de 6 nós
Nó 1 2 3 4 5 6
1 - + - - - +
2 + - + - + -
3 - + - + - -
4 - - + - + -
5 - + - + - +
6 + - - - + - Tabela 1: Matriz de enlaces físicos Exemplo 1
Nó 1 2 3 4 5 6 1 0 1 3 1 0 0 2 0 0 2 3 0 2 3 2 3 0 0 0 1 4 1 1 1 0 2 3 5 3 2 3 3 0 1 6 3 3 3 0 0 0
Tabela 2: Matriz de tráfego (em número de lightpaths) Exemplo 1
Nó 1 2 3 4 5 6
1 - + + + - -
2 - - + + - +
3 + + - - - +
4 + + + - + +
5 + + + + - +
6 + + + - - - Tabela 3: Caminhos ópticos a serem roteados
Exemplo1 ML MC MH
Nº de comprimentos de onda utilizados 28 9 29
Congestionamento máximo de um link físico 9 9 10
Total de Hops físicos da rede 94 90 82
Máximo de Hops efetuados por um lightpath 4 4 3
Tempo utilizado para solução (seg.) 0,516 0,797 0,438
Quantidade de iterações 901 1762 1286
Tabela 4: Resultados obtidos para o 1º exemplo
38
2º EXEMPLO
Figura 15: Configuração da rede Exemplo 2
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1 - + - - - - - - - + + 2 + - + - - - - + - - - 3 - + - + - - + - - - - 4 - - + - + - - - - - - 5 - - - + - + - - - - - 6 - - - - + - + - - - - 7 - - + - - + - + - - - 8 - + - - - - + - + - - 9 - - - - - - - + - + -
10 + - - - - - - - + - + 11 + - - - - - - - - + -
Tabela 5: Matriz de enlaces físicos Exemplo 2
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1 . 3 1 3 3 1 . 1 1 . 2 2 2 . 2 . 1 3 2 1 2 2 . 3 . 2 . 3 2 . 2 2 3 2 3 4 . 2 . . 2 1 3 . . 3 . 5 . 2 1 . . . 2 . . 1 3 6 . 1 2 3 3 . 1 . . 2 2 7 . . 1 3 3 1 . 2 . 3 . 8 1 1 3 3 2 3 2 . 3 2 . 9 3 1 . 3 1 3 3 . . 3 1
10 1 2 1 . 2 1 3 2 2 . 3 11 . 3 2 2 2 . 3 1 1 1 .
39
Tabela 6: Matriz de tráfego (em quantidade de lightpaths) Exemplo 2
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
1 - + + + + + - + + - +
2 + - + - + + + + + + -
3 - + - + + - + + + + +
4 - + - - + + + - - + -
5 - + + - - - + - - + +
6 - + + + + - + - - + +
7 - - + + + + - + - + -
8 + + + + + + + - + + -
9 + + - + + + + - - + +
10 + + + - + + + + + - +
11 - + + + + - + + + + - Tabela 7: Matriz de caminhos ópticos a serem roteados Exemplo 2
Exemplo 2 ML MC MH Nº de comprimentos de onda utilizados 40 28 40
Congestionamento máximo de um link físico 28 28 28 Total de Hops físicos da rede 611 560 393
Máximo de Hops efetuados por um lightpath 7 7 5 Tempo utilizado para solução (seg.) 39.828 55.578 5.75
Quantidade de iterações 29412 38107 9523 Tabela 8: Resultados obtidos para o Exemplo 2
7.1.2. 3º EXEMPLO
40
Figura 16: Configuração da rede Exemplo 3
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 - + - + - - - - - - - - 2 + - + + - - - - - - - - 3 - + - + + - - + - - - - 4 + + + - + + - - - - - - 5 - - + + - + + - - - - - 6 - - - + + - + - + + - - 7 - - - - + + - + - - + - 8 - - + - - - + - - - - + 9 - - - - - + - - - + - -
10 - - - - - + - - + - + - 11 - - - - - - + - - + - + 12 - - - - - - - + - - + -
Tabela 9: Matriz de enlaces físicos Exemplo 3.
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 . 3 . 3 1 1 3 . 1 2 1 1 2 . . . 2 . 3 2 3 1 2 1 3 3 2 . . . . 3 1 1 . . 3 2 4 1 1 2 . 2 2 2 1 3 1 . 1 5 3 3 1 3 . 3 2 3 2 3 3 2 6 3 3 . . 2 . 1 2 1 2 3 1 7 1 1 . 2 . 1 . . 2 1 3 1 8 . 3 2 1 2 1 2 . 1 2 3 3 9 3 . 1 3 1 1 3 3 . 3 1 2
10 1 1 3 2 3 2 3 . . . 1 . 11 2 3 1 2 3 2 2 1 2 2 . 3 12 3 . 1 1 2 1 3 2 3 . 2 .
Tabela 10: Matriz de tráfego (em quantidade de lightpaths) Exemplo 3.
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 - + - + + + + - + + + + 2 - - - + - + + + + + + + 3 + - - - - + + + - - + + 4 + + + - + + + + + + - + 5 + + + + - + + + + + + + 6 + + - - + - + + + + + + 7 + + - + - + - - + + + + 8 - + + + + + + - + + + + 9 + - + + + + + + - + + +
10 + + + + + + + - - - + - 11 + + + + + + + + + + - + 12 + - + + + + + + + - + -
Tabela 11: Matriz de caminhos ópticos a serem roteados Exemplo 3.
41
Exemplo 3 ML MC MH Nº de comprimentos de onda utilizados 40 16 39
Congestionamento link físico 16 16 20 Total de Hops físicos da rede 572 511 445
Máximo de Hops efetuado por um lightpath 7 9 6 Tempo utilizado para solução (seg.) 247 183 8,5
Quantidade de iterações 54420 56421 11685 Tabela 12: Resultados obtidos Exemplo 3.
7.1.3. EXEMPLO 4
Figura 17: Configuração da rede Exemplo 4
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1 - + + - - - - + - - - - - - 2 + - + + - - - - - - - - - - 3 + + - - - + - - - - - - - - 4 - + - - + - - - - - + - - - 5 - - - + - + + - - - - - - - 6 - - + - + - - - - + - - - + 7 - - - - + - - + - - - - - - 8 + - - - - - + - + - - - - - 9 - - - - - - - + - + - + + -
10 - - - - - + - - + - - - - - 11 - - - + - - - - - - - + + - 12 - - - - - - - - + - + - - + 13 - - - - - - - - + - + - - + 14 - - - - - + - - - - - + + -
Tabela 13: Matriz de enlaces físicos Exemplo 4.
42
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1 . . 1 2 1 2 . . 3 3 2 . 2 2 2 . . . 1 3 1 3 3 2 3 . 1 2 3 3 2 3 . 3 3 3 1 2 1 1 3 2 . 1 4 1 3 2 . 2 2 1 1 2 1 2 . 1 1 5 3 1 1 2 . 1 3 2 3 . . . 1 3 6 3 3 3 1 3 . 2 1 . 2 . 2 1 . 7 1 . 1 1 3 2 . 1 2 1 2 2 . 3 8 . 1 1 . 2 1 . . . 3 2 . 2 3 9 3 3 3 . 3 2 3 2 . 2 1 . 2 .
10 1 . 2 2 2 2 . 3 1 . 2 . 2 . 11 2 . . 1 1 3 1 2 3 2 . 2 1 . 12 3 . 2 2 1 3 2 2 . 1 . . 2 . 13 3 . 3 . 1 2 1 . 3 1 . 1 . 2 14 2 2 . 2 2 3 1 1 3 3 1 2 1 .
Tabela 14: Matriz de tráfego (em quantidade de lightpaths) Exemplo 4.
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1 - - + + + + - - + + + - + + 2 - - - + + + + + + + - + + + 3 + + - + + + + + + + + + - + 4 + + + - + + + + + + + - + + 5 + + + + - + + + + - - - + + 6 + + + + + - + + - + - + + - 7 + - + + + + - + + + + + - + 8 - + + - + + - - - + + - + + 9 + + + - + + + + - + + - + -
10 + - + + + + - + + - + - + - 11 + - - + + + + + + + - + + - 12 + - + + + + + + - + - - + - 13 + - + - + + + - + + - + - + 14 + + - + + + + + + + + + + -
Tabela 15: Matriz de caminhos ópticos a serem roteados Exemplo 4.
Exemplo 4 ML MC MH Nº de comprimentos de onda utilizados 40 20 40 Congestionamento máximo link físico 20 20 31
Total de Hops físicos da rede 775 758 600 Máximo de Hops efetuados por um lightpath 8 9 3
Tempo utilizado para solução (seg.) 1111,67 654,717 10,779 Quantidade de iterações 102339 164614 16634
Tabela 16: Resultados Encontrados Exemplo 4.
43
7.1.4. EXEMPLO 5
Figura 18: Configuração da rede Exemplo 5.
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 1 - + + - - + - - - - - - - - - - - - - 2 + - + + - - + - - - - - - - - - - - - 3 + + - - - - - + - - - - - - - - - - - 4 - + - - - - + - - - - - - - - - - - - 5 - - - - - + - - - - - - + - - - - - - 6 + - - - + - + + - + - - + - + - - - - 7 - + - + - + - + + - - + - - - - + - - 8 - - + - - + + - - + + + - - - - - - - 9 - - - - - - + - - - - - - - - - - + -
10 - - - - - + - + - - + - + + - - - - - 11 - - - - - - - + - + - + - + - - - - - 12 - - - - - - + + - - + - - + - - + - - 13 - - - - + + - - - + - - - + - + + - - 14 - - - - - - - - - + + + + - - - + - - 15 - - - - - + - - - - - - - - - + - - - 16 - - - - - - - - - - - - + - + - - - - 17 - - - - - - + - - - - + + + - - - + + 18 - - - - - - - - + - - - - - - - + - + 19 - - - - - - - - - - - - - - - - + + -
Tabela 17: Matriz de enlaces físicos Exemplo 5
44
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 1 . 1 2 . 3 1 1 3 1 1 2 3 2 2 . . 1 3 1 2 2 . 1 3 3 1 2 3 3 . 2 1 1 2 . . 2 2 . 3 2 1 . 2 1 2 1 1 2 3 2 . 3 . 2 2 3 . 3 4 3 2 . . 2 . 1 3 . 2 3 3 . 3 2 1 2 2 3 5 2 . 2 2 . . 2 1 2 . 3 . 1 3 3 1 3 1 . 6 3 2 3 2 2 . . 2 1 3 2 2 2 2 2 2 2 . 2 7 1 1 3 . 1 2 . 2 3 3 3 2 3 1 1 3 1 . . 8 1 2 1 . 2 . 2 . 1 3 3 2 . 2 . . 2 . 1 9 . 2 1 1 3 . . 2 . 3 2 1 3 2 2 . . . .
10 . 3 1 . 2 . 3 2 1 . 2 . 3 1 3 . 3 3 . 11 . . . . 3 1 3 2 3 1 . 1 . 3 3 . . . 1 12 3 . . 3 3 1 2 2 3 2 1 . 3 . 3 3 3 3 . 13 1 2 2 . . . 1 2 2 2 2 2 . 1 1 . 2 1 . 14 1 3 2 . 3 3 . 2 2 3 . 3 3 . 1 2 . 2 3 15 3 . 1 2 . . 3 3 3 3 . 1 3 1 . 1 . 3 1 16 . 3 1 2 2 1 . 3 . 1 . 2 . 1 . . 1 . 2 17 3 . 1 1 2 1 1 1 . 3 . . 2 3 . 2 . . . 18 2 2 3 1 3 . . 2 2 1 . . 3 3 . 2 3 . . 19 3 . 2 . 1 3 1 . . . 1 1 1 1 2 3 . . .
Tabela 18: Matriz de tráfego (em quantidade de lightpaths) Exemplo 5
Nó 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 1 - + + - + + + + + + + + + + - - + + + 2 + - + + + + + + + - + + + + - - + + - 3 + + - + + + + + + + + - + - + + + - + 4 + + - - + - + + - + + + - + + + + + + 5 + - + + - - + + + - + - + + + + + + - 6 + + + + + - - + + + + + + + + + + - + 7 + + + - + + - + + + + + + + + + + - - 8 + + + - + - + - + + + + - + - - + - + 9 - + + + + - - + - + + + + + + - - - -
10 - + + - + - + + + - + - + + + - + + - 11 - - - - + + + + + + - + - + + - - - + 12 + - - + + + + + + + + - + - + + + + - 13 + + + - - - + + + + + + - + + - + + - 14 + + + - + + - + + + - + + - + + - + + 15 + - + + - - + + + + - + + + - + - + + 16 - + + + + + - + - + - + - + - - + - + 17 + - + + + + + + - + - - + + - + - - - 18 + + + + + - - + + + - - + + - + + - - 19 + - + - + + + - - - + + + + + + - - -
Tabela 19: Matriz de caminhos ópticos a serem roteados Exemplo 5.
45
Exemplo 5 ML MC MH Comprimentos de onda utilizados 40 25 40
Congestionamento link físico 25 25 31 Total de Hops físicos da rede 1804 1729 1122
Máximo de Hops efetuado por um lightpath 9 8 4 Tempo utilizado para solução 35040 11083 78
Quantidade de iterações 855934 831282 34396 Tabela 20: Resultados obtidos Exemplo 5.
7.2. DISCUSSÃO DE RESULTADOS
O objetivo principal de qualquer formulação SLE, é acomodar os usuários da rede utilizando
o menor número possível dos recursos disponíveis, para diminuir o custo da mesma e também
facilitar a expansão da rede quando houver necessidade.
Fica evidenciada nos resultados encontrados a interdependência dos parâmetros a serem
otimizados. E por isso é tão importante estudar a influência da otimização de um parâmetro
no valor dos outros parâmetros.
Figura 19: Gráfico da comparação entre ML, MC e MH em Nº de comprimentos de onda utilizados em cada exemplo.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Exemplo1 Exemplo2 Exemplo3 Exemplo4 Exemplo5
Nº
de c
ompr
imen
tos
de o
ndas
uti
lizad
os
ML
MC
MH
46
Figura 20: Gráfico da comparação entre ML, MC e MH em Congestionamento máximo de um link físico.
Figura 21: Gráfico da comparação entre ML, MC e MH em Total de Hops físicos da rede.
Figura 22: Gráfico da comparação entre ML, MC, MH em Máximo de Hops efetuados por um lightpath.
0
5
10
15
20
25
30
35
Exemplo1 Exemplo2 Exemplo3 Exemplo4 Exemplo5
Cong
esti
onam
ento
máx
imo
de
um li
nk fi
sico
ML
MC
MH
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
Exemplo1 Exemplo2 Exemplo3 Exemplo4 Exemplo5
Tota
l de
Hop
s fis
icos
da
rede
ML
MC
MH
0
2
4
6
8
10
Exemplo1 Exemplo2 Exemplo3 Exemplo4 Exemplo5
Máx
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de H
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efet
uado
s po
r um
ligh
tpat
h
ML
MC
MH
47
Vemos no primeiro gráfico (Figura 19), referente ao Nº de comprimentos de onda utilizados
que como era previsível que ocorresse, a formulação que alcançou os melhores resultados foi
a formulação MC e que as outras duas obtiveram resultados parelhos que se distanciavam do
valor otimizado.
Em termos do segundo objetivo, que foi minimizar o congestionamento máximo de um link
físico, foi interessante notar que a curva ML não aparece no gráfico (Figura 20), pois as
curvas referentes a MC e ML estão sobrepostas. O que evidencia que ao minimizarmos a
quantidade de comprimentos de onda utilizados na rede, estaríamos automaticamente
minimizando o congestionamento máximo de um link físico. Vale ressaltar que a formulação
MH se comportou de forma satisfatória para os exemplos de menor complexidade, mas nos
exemplos de maior complexidade ficou aquém do valor otimizado.
No gráfico da Figura 21, podemos ver que a formulação MH , como esperado, foi a que teve o
desempenho mais satisfatório, ao alcançar os menores valores para o total de hops físicos da
rede. As curvas ML e MC se comportam de maneira similar e os valores obtidos estão
distantes dos valores mínimos.
Já o gráfico da Figura 22, mostra um parâmetro que apesar de não ter sido considerado em um
objetivo especifico das formulações, se considerou interessante medir os resultados para obter
as conclusões necessárias. Fica claro pela Figura 22, que a formulação MH é a que obteve os
melhores resultados para o máximo de hops efetuados por um lightpath.
Foi verificado, com os resultados obtidos, que existe um tradeoff entre os parâmetros, ou seja,
ao objetivarmos a otimização de apenas um parâmetro dentre os estudados, os valores dos
outros parâmetros podem se afastar, e muito, dos valores ótimos, independente da topologia
ou complexidade da rede.
Fica claro, portanto que formulações com apenas um objetivo estão aquém da solução
verdadeiramente ótima que consiste em eficientizar a utilização dos recursos da rede como
um todo. Se fazem necessárias, portanto, formulações com multiobjetivo que possibilitem a
otimização de mais de um parâmetro, para que o planejamento da rede seja efetivamente
eficiente.
Portanto foi realizado um estudo para uma formulação multiobjetivo para definir quais seriam
os pesos ótimos da função. Para eficientizar as simulações devido a quantidade de resultados
a serem obtidos, o tempo de simulação do CPLEX 10 foi limitado a 900 segundos, pois
48
considerou-se que formulações que ultrapassassem esse limite de tempo não seriam
adequadas, pois estariam acarretando em um aumento da necessidade de processamento da
formulação. Portanto para todos os valores que estiverem com valor ZERO nos gráficos,
significa que a simulação não encontrou valores para uma solução dentro do limite de tempo.
O exemplo de rede utilizado para este estudo foi o 4, por ser este o modelo mais utilizado e
estudado na literatura existente.
Figura 23: Gráfico de Comprimentos de onda utilizado vs. Pesos
49
Figura 24: Gráfico de Congestionamento máximo em um link físico vs. Pesos
Figura 25: Total de hops físicos efetuados na rede vs. Pesos
50
Figura 26: Gráfico Máximo de hops físico efetuados por um lightpath vs. Pesos
Como foram muitos resultados a serem obtidos para elaboração dos gráficos acima, todos os
valores referentes aos coeficientes e os seus devidos resultados para as variações dos
coeficientes �5, �6 e �7 se encontram no APÊNDICE B.
É interessante perceber que para pequenos valores de �5 (acima de 0.2), o congestionamento
máximo em um enlace físico já se estabiliza no valor mínimo, obtido com a formulação ML,
independente dos valores de �6 e �7.
Em termos de quantidade de comprimentos de onda utilizados, quando �7 assume o valor zero
o número de comprimentos de onda utilizados atinge o máximo possível disponível no
sistema, o que não é algo desejável devido à necessidade de estarmos otimizando a utilização
de recursos da rede. Além disso, podemos ver que este parâmetro sofre da influência dos três
pesos, variando diretamente com a combinação entre eles, contudo, se �5 assume o valor de
zero, os valores de comprimento de onda utilizados se elevam com o aumento de �6.
Para os hops físicos totais da rede, esse parâmetro assume os piores valores quando �6é zero,
mas a partir de �5 maior que 0.2 o valor total dos hops físicos efetuados na rede se estabiliza
em 624 que está afastado do valor ótimo obtido por MH de 600, independente dos valores de
51
�6 e �7. Não fica clara com os resultados encontrados qual a relação entre os parâmetros que
define os valores do número de hops físicos executados por lightpath.
Podemos concluir, portanto, que ao dar maior importância a minimização de hops físicos
totais da rede, resulta em piores resultados para o número de comprimentos de onda utilizados
e o congestionamento máximo em um enlace físico. Parece adequado tendo em vista que o
objetivo maior é otimizar os recursos utilizados para projetar a rede darmos mais ênfase a �5 e
�6 portanto, é razoável que �5 assuma um valor maior do que 0.2 mesmo que isso signifique
em afastar o número total de hops do valor ótimo, por fim foram escolhidos como solução
mais equilibrada os valores para �5 = 0.4 �6= 0.2 e �7= 0.4 que acarretaram no resultado de
menor números de hops físicos efetuados por um lightpath.
Os valores escolhidos para �5, �6 e �7 para determinar os coeficientes da formulação objetivo
foram testados nos outros 4 exemplos da rede, utilizando a mesma técnica de normalização
para os exemplos, e os resultados obtidos foram comparados com os valores ótimos obtidos
com as formulações com apenas um objetivo:
Exemplo
1 Exemplo
2 Exemplo
3 Exemplo
4 Exemplo
5 Comprimentos de onda utilizados 9 28 16 20 25
Congestionamento link físico 9 28 16 20 25 Total de Hops físicos da rede 82 393 448 624 1128
Máximo de Hops efetuado por um lightpath 3 5 4 4 8
Tempo utilizado para solução 1.56 28,938 111.3 900* 3483 Quantidade de iterações 3360 41376 69452 132613 430825
"Peso" total comprimentos de onda 181 1386 1315 2173 4151 Tabela 21: Resultados obtidos para os 5 modelos de redes utilizando a técnica de normalização
já descrita e assumindo ?@ = 0.4 ?A= 0.2 e ?B= 0.4. Nº de comprimentos de onda utilizados MC MLHC
Exemplo1 9 9 Exemplo2 28 28 Exemplo3 16 16 Exemplo4 20 20 Exemplo5 25 25
Tabela 22: Comparação de Nº de comprimentos de onda utilizados, nos exemplos, pela formulação MC e pela formulação multiobjetivo MLHC.
52
Congestionamento máximo de um link fisico ML MLHC Exemplo1 9 9 Exemplo2 28 28 Exemplo3 16 16 Exemplo4 20 20 Exemplo5 25 25
Tabela 23: Comparação do Congestionamento máximo de um link físico, nos exemplos, obtidos pela formulação ML e pela formulação multiobjetivo MLHC.
Total de Hops fisicos da rede MH MLHC Exemplo1 82 82 Exemplo2 393 393 Exemplo3 445 448 Exemplo4 600 624 Exemplo5 1122 1128
Tabela 24: Comparação do Total de Hops físicos da rede, nos exemplos, obtidos pela formulação MH e pela formulação multiobjetivo MLHC.
Máximo de Hops efetuados por um lightpath MH MLHC Exemplo1 3 3 Exemplo2 5 5 Exemplo3 6 4 Exemplo4 3 4 Exemplo5 4 8
Tabela 25: Comparação do Máximo de Hops efetuados por um lightpath, nos exemplos, obtidos pela formulação MH e pela formulação multiobjetivo MLHC.
Comparando os resultados obtidos com a formulação multiobjetivo proposta, com os valores
ótimos dos parâmetros advindos das formulações com apenas um objetivo, para cada
exemplo, podemos perceber que os resultados obtidos com a mesma foram bastante
satisfatórios. Tendo conseguido, com sucesso, alcançar valores assaz próximos ou iguais aos
valores ótimos encontrados pelas formulações com apenas um objetivo. Interessante notar
também, que no exemplo 5, onde o tempo necessário para obter a solução otimizada se torna
um problema -na medida em que os valores de tempo necessários passam a ser muito
elevados- a formulação multiobjetivo alcançou o resultado otimizado em praticamente um
terço do tempo necessário em MC e um décimo do tempo necessário para ML.
Portanto conclui-se que a formulação multiobjetivo proposta neste trabalho oferece uma
solução otimizada e balanceada para o problema proposto.
53
8. CONCLUSÃO
As redes WDM totalmente ópticas são a resposta à necessidade do mundo atual de estar
aumentando constantemente a capacidade e velocidade dos sistemas de comunicação. A
possibilidade de integrá-la com as redes existentes é o que a torna mais atraente, junto com o
fato de mitigar as conversões OEO no transporte da informação pela rede, acabando assim
com o gargalo de largura de banda causado pelas limitações de velocidade de processamento
dos elementos eletrônicos.
O advento das redes WDM totalmente óticas adicionou uma camada óptica na arquitetura da
rede responsável por funções inteligentes, como roteamento, controle e gerenciamento. E daí
que surge o problema RWA abordado neste trabalho, devido a necessidade de estarmos
roteando o tráfego de dados no domínio óptico. O problema SLE tratado neste manuscrito, é
parte importante do planejamento offline da rede, ou seja, antes da rede estar efetivamente
operacional.
Com os resultados obtidos ficou evidenciada que a escolha da função objetivo não deve
ignorar a interdependência entre os parâmetros da rede, a função objetivo deve na medida do
possível tentar alcançar resultados próximos dos ótimos para os mesmos, de forma que no
geral o objetivo de planejar a rede se utilizando efetivamente o mínimo de recursos possíveis
e facilitando uma futura expansão da rede seja alcançado.
Com o estudo da função multiobjetivo foi possível descobrir a influência da otimização de um
parâmetro nos outros, definindo as relações entre os pesos das funções objetivo. Foi possível
propor valores para os mesmos, que alcançavam resultados de otimização mais equilibrados e
condizentes com o objetivo geral do problema, alcançando assim uma solução eficiente e
balanceada.
Este trabalho, portanto apresentou uma formulação multiobjetivo para o problema proposto
que se mostrou mais eficiente, em termos de equilíbrio e abrangência da solução, do que as
formulações com apenas um objetivo existente.
Como estudos futuros, deve se pensar em um trabalho que estude a interdependência dos
parâmetros do ponto de vista do tráfego dinâmico, onde o objetivo principal deixa de ser a
otimização dos recursos utilizados para passar a ser diminuir a probabilidade de bloqueio da
rede. Ou o estudo de roteamento de pacote ópticos, tecnologia que ainda não é comercial mas
54
está sendo amplamente estudada e tem a perspectiva de ser a próxima revolução dentro das
redes ópticas.
55
REFERÊNCIAS
[1]http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/04/28/governo-aproveitara-grandes-obras-para-ampliar-rede-de-fibras-oticas (acessado em 13/11)
[2]http://isape.wordpress.com/2011/08/30/brasil-prepara-projeto-para-integrar-por-meio-de-redes-de-fibra-optica-paises-da-america-do-sul/(acessado em 13/11)
[3]http://www.teletime.com.br/5/2011/fibra-por-toda-a-parte/tt/234594/revista.aspx (acessado em 13/11)
[4]http://insight-laboratoriodeideias.blogspot.com/2011/08/investimentos-em-redes-de-fibra-otica.html (acessado em 13/11)
[5] R. Ramaswami, K. Svarajan, G. Sasaki. “Optical Networks: A Pratical Perspective”. 3ª Edição, 2010.
[6] G. Agrawal. “Fiber-Optic Communication Systems”. 4ª Edição, 2010.
[7] www.teleco.com.br (acessado em 15/11)
[8] https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/2295/40636/1/Cap4_03.pdf (acessado em 13/11)
[9] H. Zang, J. P. Jue, and B. Mukherjee, ``A Review of Routing and Wavelength Assignment Approaches for Wavelength-Routed Optical WDM Networks,'' Optical Networks Magazine, vol. 1, no. 1, pp. 47-60, Jan. 2000.
[10] K. D. Assis, M. Savasini, A. F. Santos, and W. F. Giozza "Projeto de Topologia Virtual em redes Ópticas: uma abordagem para evitar a interferência entre canais" XV Workshop de Gerência e Operação de Redes e Serviços – WGRS/SBRC 2011, Gramado, RS 2010
[11] A. Soares, G. Durães, J. Maranhão e W. F. Giozza. “Redes Ópticas Transparentes: Tendências e Desafios”. Disponível em: http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ercemapi/arquivos/files/minicurso/mc4.pdf
[12] P. M. Manjunath , D. Manjunath , R. K. Shevgaonkar, “Effect Of Objective Function On Virtual Topology Design In Optical Networks”, 2002
[13] S. C. Erbas and R. Mathar, "An off-line traffic engineering model for MPLS networks". In Proceedings of the 27th Conference on Local Computer Networks LCN 2002, pages 166-174, Tampa, Florida, November 2002. IEEE Computer Society.
56
APÊNDICE A
FORMULAÇÃO MULTIOBJETIVO PROPOSTA PARA O EXEMPLO 4
set NO; # nós da rede set ENLACES within (NO cross NO); set LIGHTPATHS within (NO cross NO); set LIGHTPATHSXENLACES:= LIGHTPATHS cross ENLACES; param W; # Quantidade de comprimentos de onda disponiveis param P{1..W}; # Peso do comprimento de onda param K{(s,d) in LIGHTPATHS}>=0; # número de circuitos lógicos do par s-d var WL{(s,d) in LIGHTPATHS,(i,j) in ENLACES,1..W} binary; var L >=0; # carga var C >=0; # fila dos comprimentos de onda var Lambda{(s,d) in LIGHTPATHS,1..W} >=0;#Comprimento de onda alocado para cada lighpath var H integer; # HOPS var HL >=0; # HOPS por LIGHTPATH; var HF{(s,d) in LIGHTPATHS,1..W} >=0; var Lambda1{1..W}; #Quantidade de vezes que cada comrpimento de onda foi utilizado var F {1..W} integer; var LambdaU integer; #Quantidade de comprimentos de onda utilizados minimize isso: 128.22*L + 4.03*H + 0.4*C ; # resolve o problema de roteamento minimizando multi-objetivos. #roteamento subject to BALANCO1 {i in NO, (s,d) in LIGHTPATHS, w in 1..W}: sum{(s,d,i,j) in LIGHTPATHSXENLACES}WL[s,d,i,j,w] - sum{(s,d,j,i) in LIGHTPATHSXENLACES}WL[s,d,j,i,w] = (if s = i then Lambda[s,d,w] else if d = i then -Lambda[s,d,w] else 0); subject to LOAD{(i,j) in ENLACES, w in 1..W}: # Dois lightpaths com o mesmo comprimento de onda não podem compartilhar links fisicos sum{(s,d) in LIGHTPATHS} WL[s,d,i,j,w] <= 1; subject to DEM{(s,d) in LIGHTPATHS}: #Atendimento da demanda de tráfego existente sum{w in 1..W} Lambda[s,d,w] = K[s,d]; subject to TOTAL{(i,j) in ENLACES}: sum{(s,d) in LIGHTPATHS, w in 1..W} WL[s,d,i,j,w] <= L; # Carga de tráfego em cada link subject to FILA: sum{(s,d) in LIGHTPATHS, w in 1..W} Lambda[s,d,w]*P[w] <= C; # Somatório das posições na fila de cada comprimento de onda subject to HOPS: sum{(s,d) in LIGHTPATHS,(i,j) in ENLACES, w in 1..W} WL[s,d,i,j,w] = H; # Saltos dados por todos lightpaths subject to HOPSLIGHTPATHS1{(s,d) in LIGHTPATHS,w in 1..W}: sum{(i,j) in ENLACES} WL[s,d,i,j,w] <= HF[s,d,w]; # Saltos dados por cada lightpath subject to HOPSLIGHTPATHS{(s,d) in LIGHTPATHS,w in 1..W}:
57
HF[s,d,w] <= HL; # Saltos dados por cada lightpath subject to LAMBDASUTILIZADOS{w in 1..W}: sum{(s,d) in LIGHTPATHS} Lambda[s,d,w] <= Lambda1[w]; # Comprimentos de onda utilizados subject to LAMBDASUTILIZADOS1{w in 1..W}: Lambda1[w]/100 <= F[w]; subject to LAMBDASUTILIZADOS2: sum{w in 1..W}F[w] = LambdaU; data; param W := 40; param P := 1 1 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 8 8 9 9 10 10 11 11 12 12 13 13 14 14 15 15 16 16 17 17 18 18 19 19 20 20 21 21 22 22 23 23 24 24 25 25 26 26 27 27 28 28 29 29 30 30 31 31 32 32 33 33 34 34 35 35 36 36 37 37 38 38 39 39 40 40; set NO := 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 ;# número de nós na rede #os dados de entrada de matrizes de enlaces físicos, demanda de tráfego e lighpaths já foram mostrados em cada exemplo.
58
APÊNDICE B
RESULTADOS DA VARIAÇÃO DOS COEFICIENTES NA FORMULAÇÃO MULTIOBJETIVO PROPOSTA PARA O EXEMPLO 4
teta1
teta2
teta3 coef1 coef2
coef3
LambdaU L H C HL Tempo
Quant Iterações
0 0 1 0.00 0.00 1.00 20 20 763 2154 7 900 168184
0 0.1 0.9 0.00 2.01 0.90 22 22 616 2166 7 129 43819
0 0.2 0.8 0.00 4.03 0.80 23 23 611 2187 7 900 777553
0 0.3 0.7 0.00 6.04 0.70 24 24 605 2229 7 42 38422
0 0.4 0.6 0.00 8.06 0.60 26 26 602 2263 4 22 35764
0 0.5 0.5 0.00 10.07 0.50 28 28 600 2296 6 24 34131
0 0.6 0.4 0.00 12.09 0.40 28 28 600 2295 3 25 36018
0 0.7 0.3 0.00 14.10 0.30 28 28 600 2297 6 30 35016
0 0.8 0.2 0.00 16.12 0.20 28 28 600 2295 3 26 35021
0 0.9 0.1 0.00 18.13 0.10 28 28 600 2295 6 25 35172
0 1 0 0.00 20.15 0.00 40 31 600 5631 3 17 16634
0.1 0 0.9 32.05 0.00 0.90 20 20 787 2154 8 431 197692
0.1 0.1 0.8 32.05 2.01 0.80 20 20 626 2154 4 815 195436
0.1 0.2 0.7 32.05 4.03 0.70 22 20 624 2164 7 900 532889
0.1 0.3 0.6 32.05 6.04 0.60 20 20 624 2164 4 900 505533
0.1 0.4 0.5 32.05 8.06 0.50 20 20 624 2164 4 900 144839
0.1 0.5 0.4 32.05 10.07 0.40 21 21 617 2169 7 620 126015
0.1 0.6 0.3 32.05 12.09 0.30 21 21 617 2169 7 243 62575
0.1 0.7 0.2 32.05 14.10 0.20 22 22 611 2200 4 126 54982
0.1 0.8 0.1 32.05 16.12 0.10 22 22 611 2199 4 68 54413
0.1 0.9 0 32.05 18.13 0.00 40 23 607 5612 6 20 28862
0.2 0 0.8 64.11 0.00 0.80 20 20 792 2154 8 385 210030
0.2 0.1 0.7 64.11 2.01 0.70 20 20 626 2154 4 529 144093
0.2 0.2 0.6 64.11 4.03 0.60 21 21 622 2173 5 900 131570
0.2 0.3 0.5 64.11 6.04 0.50 20 20 624 2165 7 900 133591
0.2 0.4 0.4 64.11 8.06 0.40 20 20 624 2164 4 900 410955
0.2 0.5 0.3 64.11 10.07 0.30 20 20 624 2165 4 900 99190
0.2 0.6 0.2 64.11 12.09 0.20 20 20 624 2165 5 122 79719
0.2 0.7 0.1 64.11 14.10 0.10 21 20 624 2169 7 68 59134
0.2 0.8 0 64.11 16.12 0.00 40 20 624 5836 4 81 52644
0.3 0 0.7 96.16 0.00 0.70 NA NA NA NA NA NA NA
0.3 0.1 0.6 96.16 2.01 0.60 20 20 624 2170 7 900 152030
0.3 0.2 0.5 96.16 4.03 0.50 NA NA NA NA NA NA NA
0.3 0.3 0.4 96.16 6.04 0.40 28 20 624 2171 4 900 134698
0.3 0.4 0.3 96.16 8.06 0.30 21 20 624 2170 4 900 125487
0.3 0.5 0.2 96.16 10.07 0.20 20 20 624 2164 7 718 101893
59
0.3 0.6 0.1 96.16 12.09 0.10 21 20 625 2174 7 900 94656
0.3 0.7 0 96.16 14.10 0.00 40 20 624 5193 4 186 56947
0.4 0 0.6 128.22 0.00 0.60 20 20 778 2154 9 828 165360
0.4 0.1 0.5 128.22 2.01 0.50 25 20 624 2173 4 900 157475
0.4 0.2 0.4 128.22 4.03 0.40 20 20 624 2173 4 900 132613
0.4 0.3 0.3 128.22 6.04 0.30 NA NA NA NA NA NA NA
0.4 0.4 0.2 128.22 8.06 0.20 20 20 624 2168 7 738 114373
0.4 0.5 0.1 128.22 10.07 0.10 22 20 624 2172 7 279 103553
0.4 0.6 0 128.22 12.09 0.00 40 20 624 5748 4 195 81675
0.5 0 0.5 160.27 0.00 0.50 20 20 778 2154 8 527 196560
0.5 0.1 0.4 160.27 2.01 0.40 21 20 624 2172 4 900 152504
0.5 0.2 0.3 160.27 4.03 0.30 21 20 624 2164 5 900 152284
0.5 0.3 0.2 160.27 6.04 0.20 21 20 624 2170 4 900 145099
0.5 0.4 0.1 160.27 8.06 0.10 21 20 624 2168 5 587 124711
0.5 0.5 0 160.27 10.07 0.00 40 20 624 5614 4 78 9849
0.6 0 0.4 192.33 0.00 0.40 NA NA NA NA NA NA NA
0.6 0.1 0.3 192.33 2.01 0.30 27 20 624 2173 7 900 146350
0.6 0.2 0.2 192.33 4.03 0.20 27 20 624 2173 7 900 113701
0.6 0.3 0.1 192.33 6.04 0.10 20 20 624 2167 7 639 112028
0.6 0.4 0 192.33 8.06 0.00 40 20 624 5580 4 302 84226
0.7 0 0.3 224.38 0.00 0.30 NA NA NA NA NA NA NA
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