pet cemetary

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Primeiramão // PLUS+ // Sexta-feira, 19/7/2013 11 Os animais domésti- cos atualmente são con- siderados membros das famílias humanas, prin- cipalmente os cães e ga- tos, com os quais as pes- soas mantêm estreitos vínculos afetivos. Quan- do um deles morre, além do extremo sofrimento da perda, as pessoas em geral se desesperam sem saber que destino dar ao corpo do animal. Assim é justificado um recente projeto de lei, de autoria dos vereadores Rober- to Tripoli (PV) e Anto- nio Goulart (PSD), para autorizar o sepultamento de animais domésticos em jazigos de cemitérios públicos do município de São Paulo. No argu- mento, o projeto é defen- dido com a afirmativa de que “os crematórios particulares cobram ta- xas altíssimas, inviabili- zando a utilização pela maioria dos proprietá- rios de animais.” Segundo Marcelo Cury, que dirige um dos mais antigos cemitérios de animais do Estado, o Parque São Francisco, em Campinas, a questão é outra. “Existem vá- rios tipos de planos pa- ra sepultamento ou cre- mação. O nosso enterro coletivo sai por R$ 390, por exemplo, enquan- to o enterro individu- al custa R$ 930. A ques- tão é que são poucos os lugares confiáveis, e é um serviço incomum de ser abordado pela mí- dia. Então, muitas vezes, a pessoa autoriza o ve- terinário a encaminhar o corpo ao Centro de Controle de Zoonoses.” No cemitério Jardim do Amigo, em Itapevi, trabalha-se com sepul- tamento e cremação. A diretora, Adriana Kreu- zer, conta que decidiu criar um lugar adequa- do para dar um enter- ro digno aos animais, depois que sua gatinha quase precisou ser sacri- ficada: “Tem gente que volta todas as semanas para visitar os animai- zinhos”, diz. De acordo com o peso, a cremação coletiva varia de R$ 390 a R$ 590, enquanto a in- dividual chega a R$ 890, custo equivalente ao do enterro. Para sepultar um animal por cinco anos, o preço é de cerca de R$ 3 mil. Após esse período, paga-se apenas uma taxa de manuten- ção, caso não seja feita a exumação do animal. Fica no centro de Em- bu das Artes, segundo João Batista, o respon- sável pelo espaço, o pri- meiro cemitério vertical animal do país. O local, repleto de árvores e jar- dins, possui uma cape- la para cerimônias de despedida e se orgulha de seu sistema susten- tável: “Contamos com dispositivos de capta- ção e absorcão de gases. Além disso, como as ga- vetas são verticais, evita- mos riscos de contami- nação de lençol freático e quaisquer impactos ao meio ambiente.” Velório sob medida Enquanto o projeto de lei em questão prevê um enterro de custos míni- mos, sem velório, flores, jazigo personalizado ou outros mimos, os cemi- térios de pets oferecem atrativos que podem ser interessantes para os do- nos muito apegados. No crematório Pet Memo- rial, por exemplo, há di- ferentes ambientes para a realização de cerimô- nias religiosas. No bairro da Bela Vista, são man- tidas duas salas de veló- rio e uma capela de São Francisco de Assis, o pa- droeiro dos animais, on- de as famílias podem rezar pelos seus pets. Como é comum nesse tipo de serviço, eles ofe- recem remoção 24h em clínicas e hospitais ou em domicílio. “Os do- nos que preferirem não levar as urnas para casa podem deixá-las no ci- nerário, um espaço que pode ser visitado sem- pre que o proprietário quiser”, explica o dire- tor de marketing do es- paço, Sérgio Lascane. Lá, os planos variam de R$ 600 a R$ 3 mil, de acor- do com o tipo de crema- ção e o material da urna. “Disponibilizamos ur- nas feitas em bronze, mármore carrara e ma- deira, podendo ser per- sonalizada com a répli- ca da raça ou espécie do animal. Também existe a linha ecológica, urnas que vêm com sementes que podem ser planta- das junto às cinzas”. No terreno arborizado de 12 mil m 2 , são cremados cerca de 600 animais por mês, entre cães, gatos, cavalos, aves, roedores e bichos exóticos. Foi lá que ocorreu a cremação do porco Gabriel, famo- so por passear pelas ru- as de São Paulo com seu dono, e o leão Ariel, cujo velório foi acompanha- do ao vivo por 200 pes- soas e, via internet, por mais de 5 mil. Fotos: Divulgação bichos // Pets ganham até lápide de mármore Urna em bronze traz miniatura da raça Sepultamento individual inclui lápide de identificação Jardinagem é feita à escolha do dono Espaço para velório no Parque São Francisco Cachoeira enfeita paisagem do Pet Memorial Nas gavetas animais ganham seu espaço individual Sala de velório do Pet Memorial

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Empresas oferecem diferentes planos e modalidades para cremação ou sepultamento de pets, com direito a velório e lápides personalizadas. Uma matéria minha abordando este serviço foi publicada no jornal Primeiramão

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Primeiramão // PLUS+ // Sexta-feira, 19/7/2013 11

Os animais domésti-cos atualmente são con-siderados membros das famílias humanas, prin-cipalmente os cães e ga-tos, com os quais as pes-soas mantêm estreitos vínculos afetivos. Quan-do um deles morre, além do extremo sofrimento da perda, as pessoas em geral se desesperam sem saber que destino dar ao corpo do animal. Assim é justificado um recente projeto de lei, de autoria dos vereadores Rober-to Tripoli (PV) e Anto-nio Goulart (PSD), para autorizar o sepultamento de animais domésticos em jazigos de cemitérios públicos do município de São Paulo. No argu-mento, o projeto é defen-dido com a afirmativa de que “os crematórios particulares cobram ta-xas altíssimas, inviabili-zando a utilização pela maioria dos proprietá-rios de animais.”

Segundo Marcelo Cury, que dirige um dos mais antigos cemitérios de animais do Estado, o Parque São Francisco, em Campinas, a questão é outra. “Existem vá-rios tipos de planos pa-ra sepultamento ou cre-mação. O nosso enterro coletivo sai por R$ 390, por exemplo, enquan-to o enterro individu-al custa R$ 930. A ques-tão é que são poucos os lugares confiáveis, e é um serviço incomum de ser abordado pela mí-dia. Então, muitas vezes, a pessoa autoriza o ve-terinário a encaminhar o corpo ao Centro de Controle de Zoonoses.”

No cemitério Jardim do Amigo, em Itapevi,

trabalha-se com sepul-tamento e cremação. A diretora, Adriana Kreu-zer, conta que decidiu criar um lugar adequa-do para dar um enter-ro digno aos animais, depois que sua gatinha quase precisou ser sacri-ficada: “Tem gente que volta todas as semanas para visitar os animai-zinhos”, diz. De acordo com o peso, a cremação coletiva varia de R$ 390 a R$ 590, enquanto a in-dividual chega a R$ 890, custo equivalente ao do enterro. Para sepultar um animal por cinco anos, o preço é de cerca de R$ 3 mil. Após esse período, paga-se apenas uma taxa de manuten-ção, caso não seja feita a exumação do animal.

Fica no centro de Em-bu das Artes, segundo João Batista, o respon-sável pelo espaço, o pri-meiro cemitério vertical animal do país. O local, repleto de árvores e jar-dins, possui uma cape-la para cerimônias de despedida e se orgulha de seu sistema susten-tável: “Contamos com dispositivos de capta-ção e absorcão de gases. Além disso, como as ga-vetas são verticais, evita-mos riscos de contami-nação de lençol freático e quaisquer impactos ao meio ambiente.”

Velório sob medidaEnquanto o projeto de

lei em questão prevê um enterro de custos míni-mos, sem velório, flores, jazigo personalizado ou outros mimos, os cemi-térios de pets oferecem atrativos que podem ser interessantes para os do-

nos muito apegados. No crematório Pet Memo-rial, por exemplo, há di-ferentes ambientes para a realização de cerimô-nias religiosas. No bairro da Bela Vista, são man-tidas duas salas de veló-rio e uma capela de São Francisco de Assis, o pa-droeiro dos animais, on-de as famílias podem rezar pelos seus pets. Como é comum nesse tipo de serviço, eles ofe-recem remoção 24h em clínicas e hospitais ou em domicílio. “Os do-nos que preferirem não levar as urnas para casa podem deixá-las no ci-nerário, um espaço que pode ser visitado sem-pre que o proprietário quiser”, explica o dire-tor de marketing do es-paço, Sérgio Lascane. Lá, os planos variam de R$ 600 a R$ 3 mil, de acor-do com o tipo de crema-ção e o material da urna. “Disponibilizamos ur-nas feitas em bronze, mármore carrara e ma-deira, podendo ser per-sonalizada com a répli-ca da raça ou espécie do animal. Também existe a linha ecológica, urnas que vêm com sementes que podem ser planta-das junto às cinzas”. No terreno arborizado de 12 mil m2, são cremados cerca de 600 animais por mês, entre cães, gatos, cavalos, aves, roedores e bichos exóticos. Foi lá que ocorreu a cremação do porco Gabriel, famo-so por passear pelas ru-as de São Paulo com seu dono, e o leão Ariel, cujo velório foi acompanha-do ao vivo por 200 pes-soas e, via internet, por mais de 5 mil.

PETS// EMPRESAS OFERECEM DIFERENTES PLANOS E MODALIDADES PARA CREMAÇÃO OU SEPULTAMENTO, COM DIREITO A VELÓRIO E LÁPIDES

Fotos: Divulgação

Amizade além desta vida

bichos//

Pets ganham até lápide de

mármore

Urna em bronze traz miniatura

da raça

Sepultamento individual inclui lápide de identificação

Jardinagem é feita à escolha do dono

Espaço para velório no Parque São Francisco

Cachoeira enfeitapaisagem do Pet Memorial

Nas gavetas animais ganham seu espaço individual

Sala de velório do Pet Memorial