comunica pet

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É por meio do jornalismo comunitário que a po- pulação encontra espaço para discutir assun- tos de seu interesse e participar mais efetivamen- te da comunidade na qual está inserida. Partindo desse principio, o curso de Comunicação Social – Jornalismo do câmpus da Unesp de Bauru desen- volveu dois projetos de extensão voltados para essa prática social. Um dos jornais produzidos pelos estudantes da Unesp é o “Jornal do Ferradura”, voltado à co- munidade do bairro do Ferradura Mirim. Circulan- do desde o ano de 2007, sua tiragem é de mil exemplares, com periodicidade bimestral. Com uma equipe composta por dois editores e doze repórteres voluntários, além do diagramador, os repórteres e editores fazem visitas regulares ao bairro e procuram colher sugestões de informa- ções com os moradores. O objetivo inicial do jornal é gerar um impac- to na comunidade do bairro, através de pautas que estimulem reivindicações, mostrem reclamações de interesse público e que apresentem às autori- dades a situação do local, para que providências sejam tomadas. Victor Santos, ex-editor do pro- jeto, explica que o mais importante é o caráter social que o jornal assume. “É que o estudante de jornalismo acaba vivenciando a reportagem na sua essência mesmo”, relata. O discente ainda acredita que a relação do jornal com a comunida- de é boa, mas que ainda tem que ser melhorada. “O retorno deles é bem interessante. Eles, parti- cularmente, gostam de ver os horários de ônibus, os maiores problemas do momento relatados, e as crianças gostam de se ver nas fotos e ver os desenhos delas publicados no mural”, acrescenta. Outro jornal desenvolvido pelos alunos é o Voz do Nicéia, que atua na comunidade de mes- mo nome, e envolve 14 pessoas. Dentre eles, dois alunos são responsáveis pela edição, um pela dia- gramação e os demais compõem o corpo de repór- teres. Vitor Moura, atual editor do jornal explica que as notícias são sugeridas pela própria comunidade durante visitas que a equipe faz ao bairro. “O pro- cesso de produção começa quando marcamos um dia e vamos de porta em porta recolhendo pautas. Pedimos aos moradores ideias do que eles gosta- riam de ver, conversamos com líderes comunitá- rios e depois vamos atrás da prefeitura e de outras fontes oficiais”, diz. Para a estudante Ana Navarrete, ex-editora do Voz do Niceia, o projeto é apaixonante. “O projeto é sensacional porque, primeiro, temos a verdadeira experiência jornalística, porque o jor- nal não é feito para a comunidade acadêmica, é feito para um bairro. E, em segundo, é sensacio- nal porque trabalhar para quem realmente precisa de você, e sentir que você faz a diferença é o me- lhor de todos os presentes”, avalia Ana. Os jornais são distribuídos gratuitamente. Por Luana Rodriguez Jornalismo Comunitário em Bauru Equipe do Jornal do Ferradura vai a campo e conhece a comunidade Boletim do Grupo PET Rádio e TV e do Departamento de Comunicação Social da FAAC Setembro de 2012 nº 03 Jornal do Ferradura e Voz do Nicéia, cidadania dentro e fora do câmpus Jéssica Mobilio ISSN 2238-6556

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Comunica PET é o boletim impresso do Grupo PET-RTV organizado pelos estudantes colaboradores do SICOM PET

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É por meio do jornalismo comunitário que a po-pulação encontra espaço para discutir assun-

tos de seu interesse e participar mais efetivamen-te da comunidade na qual está inserida. Partindo desse principio, o curso de Comunicação Social – Jornalismo do câmpus da Unesp de Bauru desen-volveu dois projetos de extensão voltados para essa prática social. Um dos jornais produzidos pelos estudantes da Unesp é o “Jornal do Ferradura”, voltado à co-munidade do bairro do Ferradura Mirim. Circulan-do desde o ano de 2007, sua tiragem é de mil exemplares, com periodicidade bimestral. Com uma equipe composta por dois editores e doze repórteres voluntários, além do diagramador, os repórteres e editores fazem visitas regulares ao bairro e procuram colher sugestões de informa-ções com os moradores. O objetivo inicial do jornal é gerar um impac-to na comunidade do bairro, através de pautas que estimulem reivindicações, mostrem reclamações de interesse público e que apresentem às autori-dades a situação do local, para que providências sejam tomadas. Victor Santos, ex-editor do pro-jeto, explica que o mais importante é o caráter social que o jornal assume. “É que o estudante de jornalismo acaba vivenciando a reportagem na sua essência mesmo”, relata. O discente ainda acredita que a relação do jornal com a comunida-de é boa, mas que ainda tem que ser melhorada.

“O retorno deles é bem interessante. Eles, parti-cularmente, gostam de ver os horários de ônibus, os maiores problemas do momento relatados, e as crianças gostam de se ver nas fotos e ver os desenhos delas publicados no mural”, acrescenta. Outro jornal desenvolvido pelos alunos é o Voz do Nicéia, que atua na comunidade de mes-mo nome, e envolve 14 pessoas. Dentre eles, dois alunos são responsáveis pela edição, um pela dia-gramação e os demais compõem o corpo de repór-teres. Vitor Moura, atual editor do jornal explica que as notícias são sugeridas pela própria comunidade durante visitas que a equipe faz ao bairro. “O pro-cesso de produção começa quando marcamos um dia e vamos de porta em porta recolhendo pautas. Pedimos aos moradores ideias do que eles gosta-riam de ver, conversamos com líderes comunitá-rios e depois vamos atrás da prefeitura e de outras fontes oficiais”, diz. Para a estudante Ana Navarrete, ex-editora do Voz do Niceia, o projeto é apaixonante. “O projeto é sensacional porque, primeiro, temos a verdadeira experiência jornalística, porque o jor-nal não é feito para a comunidade acadêmica, é feito para um bairro. E, em segundo, é sensacio-nal porque trabalhar para quem realmente precisa de você, e sentir que você faz a diferença é o me-lhor de todos os presentes”, avalia Ana. Os jornais são distribuídos gratuitamente.

Por Luana Rodriguez

Jornalismo Comunitário em Bauru

Equipe do Jornal do Ferradura vai a campo e conhece a

comunidade

Boletim do Grupo PET Rádio e TV e do

Departamento de Comunicação Social

da FAAC

Setembro de 2012 nº 03

Jornal do Ferradura e Voz do Nicéia, cidadania dentro e fora do câmpus

Jéssica Mobilio

ISSN 2238-6556

Criado por estudantes de De-sign, Jornalismo e de Rádio

e Televisão, o interprograma LINK tem o objetivo de auxiliar na formação superior dos alunos da UNESP. A proposta é comple-mentar o conteúdo apreendidos nas disciplinas de cada curso. Com quartoze temas já de-senvolvidos, o Interprograma LINK vai apresentar um panora-ma do novo contexto digital da sociedade da informação e ana-lisar as mudanças no âmbito da comunicação e do conteúdo, a partir da era digital que viven-ciamos. A gênese da internet, a influência das mídias sociais na articulação dos movimentos sociais, o compartilhamento de músicas, web séries e a educação online são alguns temas a serem discutidos no interprograma. A aluna de rádio e televisão da produtora do LINK, Patrícia Fassa, explica: “esse interpro-grama terá dois minutos de du-ração. Na primeira parte se fará uma breve apresentação da tag

do dia, utilizando o recurso da captura de tela e de videogra-fismos com uma locução em off, e na segunda parte se comple-mentará o conteúdo por meio de entrevistas com especialistas via skype”. Além disso, o LINK conta-rá com um canal na internet com o intuito de expandir os assun-tos tratados em cada programa. Já a aluna de jornalismo que também compõe a equipe de produção Gabriela Ferri, ex-plica que no final do semestre ficaram prontos oito programas piloto. “Assim que aprovados pela coordenação da TV Unesp, a produção passará a ser feita se-manalmente”, adianta Gabriela. Tathiana Saqueto, respon-sável pelo interprograma LINK, lembra que outra função desse projeto é evidenciar a necessi-dade de inclusão digital;. “tan-to a FAAC quanto a TV Unesp têm como dever contribuir, orientar e estimular seu públi-co, seja em âmbito de pesqui-sa ou extensão do conhecimen-

to, para que todos conheçam e tenham acesso a uma realida-de que é denominada virtual, mas que está presente, hoje em dia, na vida de todo cidadão”. Inicialmente, o programa LINK será voltado para o pú-blico jovem, embora seu con-teúdo possa interessar a qual-quer pessoa que queira estudar, questionar e aprender sobre as novas tecnologias digitais. Todas as edições do LINK serão exibidas durante a progra-mação da TV Unesp: canal 45 UHF e 32 da NET e estarão dispo-níveis no site: www.tv.unesp.br

Link, o novo programa da TV Unesp

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Comunica PET - Setembro 2012

A era digital será o tema central do interprogramaPor Jessica Sumida

O projeto FAAC Web TV foi criado em 2004 como resul-

tado de uma pesquisa em trans-missões de áudio e vídeo para a internet, realizada pelo profes-sor Willians Balan, do Departa-mento de Comunicação Social.Desde seu início, o objetivo do projeto é a produção au-diovisual num novo forma-to, no caso, a web televisão, preparando os alunos para o

Web TV prepara para o trabalho profissionalAlém da experiência, o projeto dá visibilidade à produção da universidade

POr Jakeline Lourenço

mercado de trabalho ao mes-mo tempo em que dá possibili-ta a experimentação de novas idéias e formas de produção.O canal pode ser acessado pelo endereço www.faacwebtv.com.br e oferece programas de infor-mação, como o telejornal Direto do Câmpus, que traz as princi-pais notícias sobre a universida-de, o Passeio Público, que busca valorizar as produções culturais de Bauru, além das transmis-sões ao vivo de trabalhos in-terdisciplinares dos alunos de Rádio e Televisão e de cober-turas de eventos acadêmicos.O processo de produção envolve alunos de jornalismo, que suge-rem pautas e atuam como re-pórteres na produção das maté-rias, alunos do curso de Rádio e TV, que também saem a campo para a captação das imagens e

entrevistas. A estrutura foi mon-tada como a de uma emissora de TV e conta com departamentos de Programação, Produção, Ope-rações, e de Jornalismo sob, a supervisão do professor Willians.A Coordenadora de Jornalismo do projeto, Helena Sylvestre, destaca que essa experiência é muito importante para a forma-ção. ‘’Eu acredito que um proje-to televisivo na faculdade agre-ga muito para os alunos porque, embora eles tenham a oportu-nidade de aprender em aula, a carga horária prevista pela facul-dade não possibilita que o aluno produza e tenha a experiência que a TV exige’’, observa HelenaOs interessados em fazer parte da Faac Web TV devem entrar em contato com a equipe pelo email [email protected] ou pelo telefone (14) 3103-6171.

Comunica PET - Setembro 2012

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Fique atento aos principais eventos do mês e programe-se para não perder nada!

03 e 04 de setembro - Incrição dos candidatos à diretoria

03 a 07 de setembro - Intercom Fortaleza

17 a 22 de setembro - Semana de Engenharia

22 de setembro - Revitalização do Parque Vitória Regia - Ao vivo e a Co-res

27 e 28 de setembro - Unespp (Evento de Publicidade e Propaganda da Unesp de Bauru)

08, 09 e 10 de outubro - Votação para diretor e vice-diretor da FAAC

11 de outubro - apuração, divulgação e homologação dos resultados das eleições da direto-ria da FAAC

Mais informações ligue (14) 31036000 ramal 7063, mande um email para [email protected] ou acesse nosso site: www.petrtv.com.br

Quando o primeiro festival Canja aconteceu em 2010, realizado pelo Enxame Coletivo, nasceu o Canja Co-

laborativa, como uma das ações do evento. Na Semana do Audiovisual (que aconteceu em setembro e outubro do mesmo ano), a proposta foi repetida e o e-Colab se tornou um portal de cobertura colaborativa permanente. “Todos os interessados em comunicação, produ-ção multimídia e internet podem participar. É só en-trar em contato com alguém da equipe, se cadastrar preenchendo o formulário disponível no blog (www.e--colab.blogspot.com) ou enviar exemplos de cobertu-ras já feitas”, explica Laís Semis, uma das integran-tes da equipe. Por meio de uma lista de e-mails, a equipe conversa, discute os assuntos e distribui as pautas, que são abertas a todos os colaboradores. Quem se interessar por uma pauta, pode realizá-la. O público do site é composto por pessoas rela-cionadas aos eventos que são reportados, como pro-dutores e artistas. “Mas, queremos atingir cada vez mais a cidade, envolver as pessoas da comunidade bauruense e mostrar (e descobrir também) a cul-tura loca, essa cena cultural que as mídias conven-cionais não retratam e, assim, não estimulam sua a continuidade e seu fortalecimento”, afirma Laís. A maior parte da equipe é composta por universi-tários, porém não há orientação formal de nenhum pro-fessor. “Desde que passamos a dialogar com a UNESP, o professor Juarez Xavier, coordenador do curso de Jorna-lismo, tem nos orientado, apoiado bastante o nosso tra-balho e incentivado sua continuidade e o desenvolvimen-to de outros projetos no âmbito do e-Colab”, conta Laís.

E-Colab mostra a cena cultural bauruenseCriado em 2010, portal de cobertura colaborativa aceita a participação de voluntários

Por Millena Grigoleti

Dio

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Os colaboradores do site discutem pautas e decidem quais se interessam em cobrir

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EXPEDIENTE:

O COMUNICA PET é uma publicação do Sistema de Comunicação do PET/RTV (SICOM - PET) com o apoio do Departamento de Comunicação Social da Facudade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp. Redação: Jakeline Lourenço, Luana Rodriguez, Millena Grigoleti e Jessica Sumida Edição: Luana Rodriguez e Jakeline Lourenço Projeto Gráfico: Débora Elisa Costa Diagramação: Luana Rodriguez e Jakeline Lou-renço Jornalista Responsável: Angelo Sottovia Aranha Responsáveis SICOM - PET: Antônio Francisco Magnoni, Angelo Sottovia Aranha e Francisco Machado Filho.

Comunica PET - Setembro 2012

A estudante do quarto ano de jor-nalismo Juliana Baptista sempre

se interessou por redes sociais. Tanto que resolveu juntar a tecnologia com o jornalismo e fazer dela tema de seu Projeto Experimental de Curso.Os focos da pesquisa serão o Facebook e o Twitter que, segundo a estudante, são as mais interessantes para o jor-nalismo. ‘’O Facebook tem um poder de compartilhamento enorme entre grupos de pessoas, já o Twitter fun-ciona mais como um “termômetro” do que está acontecendo’’, afirma.Em uma rede social, o jornalista consegue direcionar cada tema para um público especifico, criando assim uma comunicação personalizada para cada um. Por exemplo, no Facebook, o leitor recebe mais noticias sobre os temas que ‘’curtiu’’ e, no Twitter, as mensagens das pessoas que se-guem ou têm interesses em comum.Entre os pontos que fazem das re-des sociais veículos de grande aces-so está a linguagem mais informal, mais agradável ao leitor conectado, que pode interagir e opinar de ime-diato com a fonte de informação e tornar suas ideias visíveis para os outros usuários. ‘’ O problema é que o jornalismo tradicional não está acostumado com esse relacio-namento com o público e acaba pe-cando no formato, na linguagem, e

acaba mantendo aquela cara “quadrada e séria” da TV e do impresso’’, opina Juliana.Apesar de promissor, o jorna-lismo nas redes sociais ainda enfrenta desafios e tem muito para evoluir. As redes são muito usadas para fins de entreteni-mento, e algumas informações jornalísticas acabam se perden-do em meio a tudo isso. Dessa forma, muitas empresas de co-

Redes Sociais como reforço ao jornalismoPesquisa busca mostrar o potencial das Redes Sociais no jornalismo de nicho

Por Jakeline Lourenço

municação não investem o tra-balho necessário nesse meio, e acabam perdendo a oportu-nidade de ganhar mais visibi-lidade para seus conteúdos. A pesquisa ainda está em fase de desenvolvimento, mas Juliana já prevê para os próximos anos um jornalismo mais conectado; ‘’futuramente, acho que será impossível dissociar as redes sociais dos portais de notícia”.

Arquivo Pessoal

Juliana sempre se interessou pelas Redes Sociais e fez do assunto tema de seu TCC