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PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA
BACIA DE MOÇAMBIQUE, ÁREA DO
DELTA DO ZAMBEZE
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
RELATÓRIO DRAFT
VOLUME II – PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)
Preparado para: Preparado por:
Spectrum GeoLtd Consultec – Consultores Associados, Lda.
Abril 2016
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental ii
PESQUISA SÍSMICA MARÍTIMA 3D NA
BACIA DE MOÇAMBIQUE, ÁREA DO
DELTA DO ZAMBEZE
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
RELATÓRIO DRAFT
VOLUME II – PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)
Spectrum Geo Ltd
Dukes Court, Duke Street
Woking
Surrey GU21 5BH
UK
Consultec - Consultores Associados, Lda.
Rua Tenente General OswaldoTazama, n.º 169
Maputo, Moçambique
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Abril 2016
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental iii
ÍNDICE DE VOLUMES RNT – Resumo Não Técnico
Volume I – Relatório do estudo de Impacto Ambiental
Capítulo 1 – Introdução
Capítulo 2 – Enquadramento Legal e Administrativo
Capítulo 3 – Metodologia Global de AIA
Capítulo 4 – Descrição do Projecto
Capítulo 5 – Áreas de Influência do Projecto
Capítulo 6 – Caracterização da Situação de Referência
Capítulo 7 – Processo de Avaliação de Impacto Ambiental
Capítulo 8 – Resumo da avaliação de impactos
Capítulo 9 – Conclusões e recomendações
Capítulo 10 – Referências Bibliográficas
Volume II – Plano de Gestão Ambiental
Capítulo 1 – Introdução
Capítulo 2 – Enquadramento Legal
Capítulo 3 – Implementação do PGA
Capítulo 4 – Procedimentos Operacionais Definidos no Projecto
Precauções de Segurança
Plano de Gestão de Resíduos, Emissões e Descargas
Procedimento de Disparo Suave dos Canhões de Ar
Procedimento de Registo de Mamíferos Marinhos
Procedimento de Mitigação relativo a Aves Marinhas
Capítulo 5 – Medidas de Gestão Ambiental
Capítulo 6 – Planos de Gestão Ambiental
Plano de Comunicação
Plano de Acção de Emergências
Plano de Segurança das Embarcações
Plano de Consciencialização e Prevenção de HIV
Plano de Educação e Sensibilização em Ambiente e Segurança
Capítulo 7 – Referências Bibliográficas
Volume III – Relatório do Processo de Participação Pública
A elaborar
Volume IV – Anexos
Anexo I – Registo da Consultec como Consultor Ambiental na Direcção Nacional de Avaliação do Impacto
Ambiental (DNAIA) do Ministério da Terra, do Ambiente e do Desenvolvimento Rural (MITADER)
Anexo II – Categorização do Projecto como Categoria A pelo MITADER
Anexo II – Aprovação do MITADER ao EPDA
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental iv
ÍNDICE GERAL
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 1
1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................................................. 1
1.2 OBJECTIVO E ÂMBITO ..................................................................................................................... 2
1.3 ESTRUTURA DO PGA ...................................................................................................................... 3
1.4 CONTEÚDO DO PGA ...................................................................................................................... 3
2 LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO ................................................................................................. 6
3 ENQUADRAMENTO LEGAL ....................................................................................................... 8
3.1 LEI DO AMBIENTE E REGULAMENTOS ................................................................................................ 8
3.2 LEI DOS PETRÓLEOS E REGULAMENTOS .............................................................................................. 8
3.3 OUTRAS CONSIDERAÇÕES LEGAIS .................................................................................................... 10
3.4 CONVENÇÕES INTERNACIONAIS RELEVANTES .................................................................................... 13
4 IMPLEMENTAÇÃO DO PGA ..................................................................................................... 18
4.1 COORDENAÇÃO COM AGÊNCIAS RELEVANTES ................................................................................... 18
4.2 MONITORIZAÇÃO ......................................................................................................................... 18
4.3 PLANOS DE CONTIGÊNCIA ............................................................................................................. 18
4.4 VERIFICAÇÃO E RETORNO .............................................................................................................. 18
4.5 PAPÉIS E RESPONSABILIDADES ........................................................................................................ 19
5 PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DEFINIDOS NO PROJECTO ....................................... 22
5.1 PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA ......................................................................................................... 22
5.2 PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS, EMISSÕES E DESCARGAS ................................................................. 23
5.3 PROCEDIMENTO DE DISPARO SUAVE DOS CANHÕES DE AR ................................................................. 29
5.4 PROCEDIMENTO DE REGISTO DE MAMÍFEROS MARINHOS .................................................................. 32
5.5 PROCEDIMENTO DE MITIGAÇÃO RELATIVO A AVES MARINHAS ............................................................ 35
6 MEDIDAS DE GESTÃO AMBIENTAL ....................................................................................... 37
7 PLANOS DE GESTÃO AMBIENTAL ......................................................................................... 42
7.1 PLANO DE COMUNICAÇÃO ............................................................................................................ 42
7.2 PLANO DE ACÇÃO DE EMERGÊNCIA ................................................................................................. 46
7.3 PLANO DE SEGURANÇA DAS EMBARCAÇÕES ..................................................................................... 50
7.4 PLANO DE CONSCIENTIZAÇÃO E PREVENÇÃO DE HIV .......................................................................... 50
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental v
7.5 PLANO DE EDUCAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO EM AMBIENTE E SEGURANÇA ................................................. 51
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 52
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Pesquisa Sísmica 3D – Área do Delta do Zambeze .......................................................... 6
Figura 2 – Principais responsabilidades da Spectrum no Processo de AIA ..................................... 20
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Estrutura do Plano de Gestão Ambiental .......................................................................... 3
Tabela 2 – Coordenadas da área de pesquisa símica........................................................................ 6
Tabela 3 – Principais características da localização das pesquisas propostas ................................. 7
Tabela 4 – Petróleo e Gás – Principais Leis e Regulamentos em Moçambique ................................ 9
Tabela 6 – Agencias Reguladoras e principais Responsabilidades ................................................. 19
Tabela 7– Categorias de RSU de acordo com o Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos
Urbanos, Decreto 94/2014 de 31 de Dezembro ............................................................................... 23
Tabela 10 – Características de Resíduos Perigosos de acordo com o Regulamento sobre a Gestão
de Resíduos Perigosos (Anexo III do Decreto nº 83/2014, de 31 de Dezembro). ............................ 24
Tabela 11 - Tipos de resíduos e os métodos de tratamento/eliminação .......................................... 26
Tabela 7 – Medidas de Gestão Ambiental ........................................................................................ 38
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LISTA DE ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS
AI Área de Influência
AID Área de Influência Directa
AII Área de Influência Indirecta
AIA Avaliação do Impacto Ambiental
CFI Corporação Financeira Internacional
cm Centímetro
DNAIA Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental
EAME Eco-região Marinha da África Oriental
EAS Estudo Ambiental Simplificado
EIA Estudo de Impacto Ambiental
EPDA Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito
FCR Folha de Controlo dos Resíduos
GPS Sistema de Posicionamento Global
ha hectares
IAGC Associação Internacional dos Empreiteiros Geofísicos
IMO Organização Marítima Internacional
INP Instituto Nacional do Petróleo
INAMAR Instituto Nacional da Marinha
JNCC Comité da Junta de Conservação da Natureza
IUCN União Internacional para a Conservação da Natureza
kg quilograma
km quilómetro
m metro
MAP Monitorização Acústica Passiva
MARPOL Convenção Internacional de Prevenção de Poluição Proveniente das Embarcações
MITADER Ministério da Terra, do Ambiente e do Desenvolvimento Rural
mn milhas náuticas
OMM Observador de Mamíferos Marinhos
OIO/WIO Oceano Índias Orientais/Western IndianOcean
PGA Plano de Gestão Ambiental
QSSMA Qualidade, Segurança, Saúde e Meio Ambiente
RV Embarcação de Pesquisa
SOLAS Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar
tcf Triliões de pés cúbicos
TdR Termos de Referência
USGS United StatesGeologicSurvey
ZEE Zona Económica Exclusiva
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 1
1 Introdução
1.1 Considerações Gerais
O Grupo Spectrum construiu uma fiável reputação de prestador de serviços sísmicos que atende a
uma clientela global. O Grupo, com escritórios regionais no Reino Unido, EUA, Noruega,
Singapura e na Austrália fornece serviços inovadores, multi-cliente e de alta qualidade de imagem
sísmica. O Grupo Spectrum também inclui centros de processamento regionais no Cairo e em
Jacarta.
A Visão corporativa do grupo pretende a liderança na prestação de serviços de imagens sísmicas
a nível mundial através da persistência, dedicação e compromisso com a qualidade. A Spectrum
tem uma vasta experiência na realização de pesquisas sísmicas marítimas 2D e 3D em todo o
mundo, e concluiu recentemente um grande projecto 2D na Bacia de Orange, ao largo da África do
Sul, sem quaisquer incidentes ou impacto ambiental, como concluiu o Relatório Ambiental
Independente produzido para a Agência de Petróleo da África do Sul.
O Grupo Spectrum propõe realizar actividades de pesquisa sísmica 3D dentro da área definida por
este relatório. A área apresenta um total de 34.000 km2. No entanto, a Spectrum apenas realizará
as actividades de pesquisa em zonas selecionadas dentro desta área. As pesquisas visam obter
dados sísmicos 3D em águas profundas ao largo das províncias de Sofala e da Zambézia. Neste
momento, só é possível apresentar uma área de interesse, em vez da localização específica das
linhas sísmicas que ainda não estão definidas.
A CONSULTEC - Consultores Associados, Lda (“Consultec”) foi nomeada pela Spectrum para
conduzir o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (AIA), de forma a obter o Licenciamento
Ambiental requerido nos termos da Lei Ambiental (Lei n.º 20/1997 de 1 de Outubro). O Ministério
da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da Direcção Provincial da Terra,
Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER), é responsável pelas actividades de licenciamento
ambiental.
Como parte do processo de AIA, a Consultec compilou o Plano de Gestão Ambiental (PGA) para
as actividades propostas para a Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, área da
Bacia do Zambeze (presente documento). O PGA define as medidas de gestão e monitorização
necessárias em cada fase do projecto de modo a:
Gerir e minimizar efeitos ambientais e sociais potencialmente adversos;
Maximizar ou potenciar benefícios ambientais e sociais;
Garantir eficiente alocação de responsabilidades e recursos apropriados para a
implementação do plano.
As medidas de gestão e monitorização incluídas no PGA foram desenvolvidas a partir das
recomendações e medidas de minimização identificadas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
compilado como parte do processo de AIA. Pela documentação formal das medidas de gestão e
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 2
compromissos ambientais, o PGA tem o papel fundamental de garantir que os potenciais impactos
de um projecto são minimizados.
O PGA será submetido ao MITADER para aprovação, juntamente com o EIA, com base nesta
informação a DPTADER irá decidir se emite a Licença Ambiental.
1.2 Objectivo e Âmbito
Numa qualquer actividade proposta, a gestão ambiental é crucial para assegurar o desempenho
ambiental do projecto. Este PGA tem como finalidade estabelecer as bases e directrizes para as
boas práticas da gestão ambiental do Projecto de Pesquisa Sísmica Marítima da Spectrum, a
partir de uma clara definição das normas de qualidade ambiental que têm de ser cumpridas, e as
medidas ambientais e procedimentos de gestão que têm de ser implementados aquando das
actividades de aquisição sísmica e demais operações marítimas que sejam necessárias para a
realização dos trabalhos tal como definido no EIS.
Os objectivos do PGA são:
Recomendar alterações ao planeamento do Projecto, a serem desenvolvidas na fase de
preparação e definição das actividades de aquisição sísmica, com o intuito de evitar ou
minimizar uma série de impactos negativos.
Facilitar a implementação de importantes medidas de mitigação ambiental. Estas devem
ser práticas, de fácil implementação e adequadas à natureza e escala do Projecto
proposto.
Enfatizar os requisitos de implementação e gestão ambiental, e as responsabilidades de
cada um dos principais intervenientes durante todo o Projecto (Proponente, Navio de
Aquisição Sísmica, Autoridades relacionadas);
Identificar (e fornecer) programas de gestão para cumprir as metas da gestão ambiental
durante a operação do Projecto, reflectindo as recomendações do EIA.
Elaborar um sistema para abordar as questões de incumprimento, que assegure a
responsabilização, a comunicação e a resolução de qualquer motivo de incumprimento.
Incentivar e atingir o mais alto desempenho ambiental, e a resposta mais eficaz, por parte
de todos os funcionários.
Assegurar que os esforços de gestão são pró-activos e focados, para prevenir a
ocorrência de impactos significativos.
Complementar esta abordagem pró-activa com medidas reactivas, com o intuito de
minimizar a gravidade ou significância de quaisquer impactos que não poderão ser
evitados à partida.
Através da documentação formal das medidas de gestão ambiental e dos compromissos, o PGA
desempenha um papel vital, para assegurar que potenciais impactos negativos sejam minimizados
e impactos positivos sejam maximizados. Assim sendo, o PGA é um instrumento que guia a
gestão e monitorização dos impactos. No caso dos impactos serem mais significativos do que
inicialmente previstos, devem ser implementadas medidas de mitigação adicionais, para controlar,
reduzir ou prevenir esses mesmos impactos. Como tal, durante todo o Projecto, este PGA deve
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 3
ser continuamente actualizado e alterado, à medida que for necessário, para garantir que
quaisquer impactos negativos resultantes das actividades de aquisição sísmica sejam prevenidos
ou reduzidos, e quaisquer impactos positivos sejam potenciados
Este PGA aborda as actividades que podem causar impacto sobre o meio ambiente em todas as
fases das operações de aquisição sísmica, incluindo:
Procedimento de “arranque suave” dos canhões de ar comprimido;
Procedimento de comunicação de avistamentos de mamíferos marinhos; e
Gestão de resíduos e procedimentos de monitorização.
1.3 Estrutura do PGA
A estrutura do PGA é apresentada na tabela seguinte.
Tabela 1 – Estrutura do Plano de Gestão Ambiental
Capítulo Descrição
Capítulo 1 Introdução
Fornece uma visão geral do PGA e respectiva finalidade.
Capítulo 2 Localização do Projecto
Apresenta a localização do projecto e enquadra a área em estudo.
Capítulo 3 Enquadramento Legal
Descreve as exigências legislativas de relevância para o Projecto e para o processo de AIA
Capítulo 4 Implementação do PGA
Indica os principais mecanismos que deverão ser seguidos para implementar o PGA, incluindo a coordenação com as agências relevantes, os procedimentos de emergência, monitoria e relatório.
Capítulo 5 Procedimentos Operacionais Definidos no Projecto
Descreve os procedimentos assumidos pela Spectrum para a execução das actividades do proecto
Capítulo 6 Medidas de Gestão Ambiental
Estabelece as medidas de gestão a serem implementadas durante a implementação do projecto.
Capítulo 7
Plano de Gestão Ambiental
Providencia as acções de precaução para prevenir os riscos e as acções de contingência que deverão ser implementadas, na decorrência de um incidente, conforme requerido pelo regulamento de AIA para área de petróleos
Capítulo 8 Referências bibliográficas
Proporciona a lista bibliográfica das citações utilizadas para a elaboração deste relatório
1.4 Conteúdo do PGA
O PGA consistirá:
Num registo de compromissos do EIA;
Num registo de requisitos legais e outros (normas);
Em planos subsidiários, e
Num registro das actividades de monitorização.
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1.4.1 Compromissos do EIA
O EIA é um documento complexo que compreende um conjunto de recomendações e
compromissos relativos a medidas de mitigação, acompanhamento e gestão. Uma função chave
do PGA é concentrar toda esta informação num quadro único e conciso. Para cada compromisso
no EIA, o PGA estabelece o seguinte em formato de tabela:
Uma lista completadas medidas de mitigação (acções) que serão implementadas de
acordo com a fase de projecto e actividade, para garantir que os objectivos da mitigação
sejam plenamente atingidos;
A indicação proposta da responsabilidade para assegurara plena implementação dessa
acção;
Tempo para a implementação /acompanhamento da acção;
Uma lista de requisitos legais e/ ou outros requisitos (normas/convenções internacionais).
Os compromissos delineados no EIA serão abordados, ao longo da abordagem do processo de
planeamento e metodologia de trabalho. Ao mesmo tempo, o momento e a responsabilidade
imediata da implementação de cada compromisso serão acordados pela Spectrum. Apesar das
modificações de algumas destas medidas estarem previstas, haverá um princípio fundamental: o
de que nenhuma das medidas identificadas no EIA será omitida, sem uma avaliação aprofundada
e relatório dos potenciais impactos resultantes.
1.4.2 Padrões
As questões ambientais relevantes para todos os aspectos das actividades de aquisições sísmicas
propostas são regidas ou guiadas por uma série de "padrões", incluindo:
Os contidos na legislação moçambicana;
Os exigidos pela política da Spectrum;
Aqueles estabelecidos pelos códigos de boas práticas da indústria (por exemplo,
IADC,IAGC, IPIECA,HESS,JNCCAPI ou OGP);
Aqueles que se encontram nas normas e convenções internacionais relevantes (por
exemplo: padrões ambientais do Banco Mundial/ CFI); e
Compromissos assumidos no EIA e noutros lugares.
1.4.3 Planos Subsidiários
À medida que o planeamento prossegue, o PGA poderá exigir que sejam desenvolvidos planos
específicos para a gestão de questões como a gestão de resíduos a bordo, planos de contingência
de derramamento de petróleo (SOPEP) e os planos de contingência de ciclone.
1.4.4 Monitorização
Os principais objectivos da monitorização são os seguintes:
Garantia de que o PGA é implementado;
Avaliação da eficiência das acções de mitigação;
Verificação dos impactos previstos;
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Fornecer feedback as partes interessadas relevantes,
Fornecimento de informações às autoridades.
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2 Localização do Projecto
De acordo com os resultados do 5º Concurso para a Concessão de Áreas para a Pesquisa e
Produção de Hidrocarbonetos, divulgados pelo INP, a Spectrum estabeleceu como área prioritária
para a realização do levantamento sísmico 3D a Área do Delta do Zambeze (figura abaixo), com
as seguintes coordenadas indicadas na tabela seguinte
Tabela 2 – Coordenadas da área de pesquisa sísmica
Vértice do polígono Latitude Longitude
1 20° 1'25.04"S 35°52'16.65"E 2 18°14'15.12"S 37°46'13.49"E 3 20°48'38.70"S 36°42'4.16"E 4 19° 0'29.72"S 38°35'35.66"E
Fonte: Consultec (Data – Spectrum)
Figura 1 – Pesquisa Sísmica 3D – Área do Delta do Zambeze
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O levantamento sísmico 3D só é usado para investigar em maior detalhe as áreas que apresentam
forte indício da provável ocorrência de reservas de hidrocarbonetos, quer devido à sua geologia
conhecida ou devido a dados existentes, como é o caso da área do Delta do Zambeze.
Tabela 3 – Principais características da localização das pesquisas propostas
Área do Delta do Zambeze 3D
Tamanho da área de pesquisa 34 000 km2
Profundidade mínima 50 m
Profundidade máxima 2 100 m
Distância à costa 75 a 85 km
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3 Enquadramento Legal
O processo de AIA seguido tem em conta os requisitos da legislação de Moçambique e as normas
internacionais relevantes para a AIA. Este capítulo apresenta uma breve visão geral da legislação
aplicável ao Projecto em avaliação.
3.1 Lei do Ambiente e Regulamentos Segundo a Lei do Ambiente, Lei n.º 20/97 de 1 de Outubro, o processo de AIA é um instrumento
que apoia o Governo de Moçambique na tomada de decisão na atribuição da licença ambiental de
projectos de desenvolvimento. O licenciamento ambiental deverá preceder qualquer outra licença
legal requerida.
O Processo de AIA encontra-se regulamentado pelo Decreto n.º 54/2015, de 31 de Dezembro
(Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental), que veio revogar o Decreto
45/2004 de 29 de Setembro e o Decreto 42/2008, de 4 de Novembro.
De acordo com o Regulamento relativo ao Processo de Auditoria Ambiental, qualquer
actividade pública ou privada poderá ser sujeita a uma auditoria ambiental pública (a ser levada a
cabo pelo MITADER) ou privada (interna). A entidade alvo de auditoria deve facultar aos auditores
o livre acesso aos locais a serem auditados, bem como toda a informação solicitada.
Adicionalmente, o Regulamento sobre a Inspecção Ambiental define os mecanismos legais de
inspecção de actividades públicas e privadas, que directa ou indirectamente são passíveis de
causar impactos negativos no ambiente. Este diploma regula a actividade de supervisão, controlo
e fiscalização do cumprimento das normas de protecção ambiental a nível nacional.
A Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial n.º 129/2006, de 19
de Julho) e a Directiva Geral para a Participação Pública no Processo de Avaliação de
Impacto Ambiental (Diploma Ministerial n.º 130/2006 de 19 de Julho) complementam os
regulamentos do processo de AIA.
3.2 Lei dos Petróleos e Regulamentos
Moçambique promulgou um conjunto de novas Leis, a Lei dos Petróleos, a lei das Minas, leis
fiscais e um regime especial para os projectos de GNL do Rovuma, o que permitiu ao Governo
elaborar um Decreto-Lei, a fim de facilitar os acordos equitativos com os investidores e
operadores.
Moçambique promulgou a nova Lei dos Petróleos, Lei nº 21/2014, de 18 de Agosto, que vem
sendo discutida há vários anos. Esta lei revoga a Lei dos Petróleos nº 3/2001 e qualquer outra
legislação contrária a ela. Infelizmente, uma vez que a nova lei não especifica que a legislação
existente é, na verdade, revogada ou alterada, continua a haver um elevado grau de incerteza
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 9
sobre o quadro jurídico aplicável, conforme identificado na Tabela 4. Alguns analistas
recomendam que esta situação seja esclarecida pela regulamentação a ser emitida sob a nova lei.
A Lei dos Petróleos no artigo 57º "Protecção de recursos naturais" estabelece que o investidor
deve garantir a coexistência com a fauna marinha e outros ecossistemas, especialmente em áreas
de conservação e de desenvolvimento da actividade pesqueira. Além disso, no artigo 66º
"Protecção e segurança ambiental" estabelece que, para além de levar a cabo as operações
petrolíferas de acordo com as boas práticas da indústria do petróleo, o titular de direitos de
reconhecimento, pesquisa e Produção, construção, instalação e operação de infra-estruturas e
sistemas de oleodutos ou gasodutos, deve realizar as operações petrolíferas em conformidade
com a legislação ambiental e outra aplicável, com o fim de (entre outras coisas) assegurar que não
haja danos ou destruições ecológicas causados pelas operações petrolíferas e que, quando
inevitáveis, as medidas para a protecção do ambiente estão em conformidade com padrões
internacionalmente aceites, devendo para este efeito realizar e submeter às entidades
competentes, para aprovação, estudos relativos aos impactos ambientais, incluindo medidas de
mitigação desse impacto.
O Instituto Nacional de Petróleos é a entidade reguladora responsável pela administração e
promoção das operações petrolíferas, sob a tutela do Ministério que superintende a área de
petróleo e gás, responsável pelas directrizes para participação do sector público e privado na
pesquisa, exploração dos produtos petrolíferos e seus derivados.
A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH, E.P.) é a entidade nacional responsável pela
pesquisa, prospecção, Produção e comercialização de produtos petrolíferos e representa o estado
nas operações petrolíferas.
Tabela 4 – Petróleo e Gás – Principais Leis e Regulamentos em Moçambique
Legislação Comentários
Lei dos Petróleos, n.º 21/2014 de 18 de Agosto de 2014 Nova Lei dos Petróleos
Resolução nº 22/2009 de 8 de Junho, que aprova a Estratégia Nacional para as Concessões de Operações Petrolíferas
Revogada pela Nova Lei dos Petróleos e legislação fiscal de 2014, em caso de conflitos, se os houver.
Resolução nº 64/2009 de 2 de Novembro, aprova a Estratégia para o Desenvolvimento do Gás Natural em Moçambique
Esta estratégia especifica os requisitos e condições de exploração, transporte e colocação no mercado de gás natural. A investigação para exploração de gás e os investimentos também são mencionadas no texto.
Resolução nº 10/2009 de 4 de Junho, aprova a nova política de energia. Revoga a Resolução nº 24/2000.
Esta resolução aprova a nova Política de Energia. Esta política visa: criar «condições para melhorar o acesso a novas formas de energia, sustentáveis e diversificadas, contribuir para o bem-estar e o desenvolvimento socioeconómico das populações nacionais, promover o fornecimento de novas energias, etc.
Lei dos Petróleos, n.º 3/2001 Revogada pela Nova Lei dos Petróleos nº 21/2014
Decreto nº 24/2004, de 20 de Agosto, Regulamento das Operações Petrolíferas
Revogado pela Nova Lei dos Petróleos nº 21/2014
Lei nº 12/2007 de 27 de Junho, estabelece o regime de tributação específico aplicável às Operações Petrolíferas
Revogadas pela Nova Lei dos Petróleos e legislação fiscal de 2014, em caso de conflitos, se os houver.
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Legislação Comentários
Lei nº 13/2007 de 27 de Junho, estabelece o regime de Incentivos Fiscais e Tributação às Operações de mineração e petróleo.
Decreto nº 4/2008, de 9 de Abril, regula o imposto sobre a Produção de Petróleo
Revogado pela Nova Lei dos Petróleos e legislação fiscal de 2014, em caso de conflitos, se os houver.
Decreto nº 56/2010 de 22 de Novembro, aprova o Regulamento Ambiental para as operações de petróleo
Estabelece os requisitos a obedecer no estabelecimento de operações petrolíferas. O regulamento, em particular, especifica os procedimentos de Avaliação de Impacto Ambiental, proteção e medidas de controlo a fim de evitar desastres ambientais.
Diploma Ministerial nº 272/2009 de 30 de Dezembro, aprova o Regulamento sobre o Licenciamento e Instalações de Actividades Petrolíferas
Revogado pela Nova Lei dos Petróleos e legislação fiscal de 2014, em caso de conflitos, se os houver.
Fonte: USAID, 2014
3.3 Outras considerações legais
LEI DO
TRABALHO
A Lei nº 23/2007, de 01 de Agosto (Lei do Trabalho), define os princípios gerais e estabelece o regime jurídico
aplicável às relações individuais e colectivas de trabalho subordinado, prestado por conta de outrem e mediante
remuneração, prevê a possibilidade de contratação de trabalhadores de nacionalidade estrangeira por
empregadores moçambicanos ou estabelecidos em Moçambique.
O exercício de actividades ao abrigo de contratos de trabalho por cidadãos de nacionalidade estrangeira em
Moçambique é regido pelo princípio da igualdade. O que não significa que, perante razões ponderosas, o Estado
moçambicano não reserve o desempenho de determinadas funções para cidadãos nacionais.
LEI DE TERRAS
A Lei de Terras, Lei n.º 19/97, de 1 de Outubro, estabelece zonas de protecção total e parcial. As zonas de
protecção total incluem as áreas de conservação, enquanto as zonas de protecção parcial incluem as águas
marítimas territoriais de Moçambique, a Zona Económica Exclusiva (ZEE), a plataforma continental, assim como
as zonas costeiras de ilhas, baías e estuários, definidas como a faixa de terra medida a partir da marca de maré
cheia, até 100 m para o interior. É necessária a atribuição de licenças especiais para a realização de certas
actividades nestas zonas.
LEI DO MAR
Em conformidade com a Lei do Mar, Lei n.º 4/1996, de 4 de Janeiro, o limite territorial marítimo moçambicano é
de 12 milhas náuticas (mn) porém, a ZEE estende-se até às 200 mn. Na ZEE, Moçambique detém direitos
soberanos para o propósito de pesquisa exploração, conservação e gestão dos recursos naturais (vivos e não
vivos), que incluem o leito do mar e o subsolo, tendo a responsabilidade pela protecção e conservação do
ambiente marinho.
LEI DA
CONSERVAÇÃO
A Lei da Conservação (Lei 16/2014, de 20 de Junho) tem como objectivo o estabelecimento dos princípios e
normas básicos sobre a protecção, conservação, restauração e utilização sustentável da diversidade biológica
nas áreas de conservação, bem como o enquadramento de uma administração integrada, para o
desenvolvimento sustentável do país. Esta lei preconiza um sistema nacional das áreas de conservação, que é
constituído pelos (i) órgãos de administração das áreas de conservação, (ii) os mecanismos de financiamento das
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áreas de conservação e (iii) a rede nacional das áreas de conservação.
REGULAMENTO
SOBRE A GESTÃO
DE RESÍDUOS
SÓLIDOS
URBANOS
O Decreto n.º 94/2014 de 31 de Dezembro, estabelece a classificação dos resíduos sólidos de acordo com a
Norma Moçambicana NM339 – Resíduos Sólidos – Classificação, as formas de segregação, identificação e
acondicionamento, colecta, transporte, tratamento e deposição final.
O Art. 11 Estabelece as obrigações dos produtores, transportadores e operadores e o Art. 14 especifica os modos
de segregação e acondicionamento de resíduos sólidos urbanos
REGULAMENTO
SOBRE A GESTÃO
DE RESÍDUOS
PERIGOSOS
O Decreto n.º 83/2014 de 31 de Dezembro estabelece regras relativas à produção, emissão ou deposição de
qualquer substância tóxica ou poluidora de modo a prevenir ou minimizar os seus impactos negativos sobre a
saúde e o ambiente.
Este regulamento estabelece a classificação dos resíduos perigosos, as formas de segregação, identificação e
acondicionamento, colecta, transporte, tratamento e deposição final. Os resíduos perigosos são classificados e
subdivididos nas categorias estabelecidas no Anexo IX deste regulamento.
REGULAMENTOS
PARA A
PREVENÇÃO DA
POLUIÇÃO E
PROTECÇÃO DO
AMBIENTE
MARINHO E
COSTEIRO
O Decreto n.º 45/2006, de 30 de Novembro aprova os Regulamentos para a Prevenção da Poluição e a
Protecção do Ambiente Marinho e Costeiro, que indicam as medidas para prevenir e limitar a poluição do
ambiente marinho e costeiro por descargas ilegais dos navios, plataformas e outras fontes ao largo, assim como
descargas de fontes terrestres e, estabelece os fundamentos legais para a protecção e preservação de zonas que
constituem bens do domínio marítimos, onde se incluem os lagos, rios, praias e ecossistemas costeiros frágeis.
Os Artigos 8 e 10 do Regulamento contemplam o uso das instalações portuárias para a remoção do lixo
doméstico gerado nos navios, que é sujeito a uma taxa fixa estabelecida pela autoridade marítima, que inclui os
custos do tratamento e eliminação.
REGULAMENTO
SOBRE PADRÕES
DE QUALIDADE
AMBIENTAL E DE
EMISSÃO DE
EFLUENTES
Este regulamento aprovado pelo Decreto n.º 18/2004, de 2 de Junho estabelece as normas para as emissões
aéreas e a descarga dos efluentes, de forma a assegurar um controlo e monitoria eficazes da qualidade ambiental
e dos recursos naturais, em conformidade com o Artigo 10º da Lei do Ambiente (Lei n.º 20/91, de 1 de Outubro).
O regulamento visa controlar e manter as concentrações dos poluentes nas diversas componentes ambientais
nos níveis permitidos, em conformidade com o disposto do Artigo 3, o regulamento aplica-se a todas as
actividades públicas e privadas que possam influenciar directa ou indirectamente as componentes ambientais.
O Artigo 16º regulamenta a descarga de efluentes para o mar, exigindo o cumprimento das normas traçadas no
Anexo V do regulamento.
LEI DAS PESCAS
A Lei das Pescas (Lei n.º 3/90, de 26 de Setembro) define zonas para a preservação das espécies marinhas, as
quais constituem parques nacionais marinhos, reservas de flora e fauna e zonas protegidas marinhas. A Lei
contempla o estabelecimento duma lista de espécies protegidas.
REGRAS GERAIS
DAS PESCAS
MARINHAS
As Regras Gerais das Pescas Marinhas foram aprovadas pelo Decreto n.º 43/2003, de 10 de Dezembro e,
regulamentam as actividades pesqueiras no alto mar. O Artigo 109 do Regulamento contempla a enumeração das
espécies aquáticas que dispõem de protecção especial, integral ou parcial e, as condições específicas aplicáveis
a cada uma. Para além da preservação e protecção das espécies marinhas, está contemplada a implantação de
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 12
parques marinhos, reservas marinhas e zonas protegidas marinhas, podendo estas ser estabelecidas dentro dos
limites dos Parques Nacionais Marinhos (Artigo 112).
De acordo com o Regulamento Geral da Pesca Marítima (Decreto nº 43/2003, de 10 de Dezembro) as actividades
de pesca artesanal apenas podem ocorrer até 12 mn a partir da costa (Art 75) e incluem as actividades seguintes.
Pesca artesanal Área de exercício – até 12 mn
Redes de Arrasto ½ milha
Redes de Cerco profundidade> 20 m
Redes de Emalhar 1/4 milha
Armadilhas profundidade > 10 m
Ganchova 1/4 milha e profundidade > 4 m
REGULAMENTO
PARA A PESCA
RECREATIVA E
DESPORTIVA
O Regulamento sobre a Pesca Recreativa e Desportiva foi aprovado pelo Decreto n.º 51/99, de 31 de Agosto e,
regulamenta a prática da pesca recreativa e desportiva nas águas territoriais de Moçambique. O Anexo II ao
Regulamento contém uma lista das espécies protegidas a saber
Peixes Mamíferos
Garoupa-fajardo Epinephelus lanceolatus Dugongo Dugong dugong
Dentuça-manchado Polysteganus undulosus Baleias Todas as espécies
Garoupa Batata Epinephelus tukula Golfinhos Todas as espécies
Pargo Vermelho Petrus rupestris
Tubarão-branco Carcharodon carcharias
Repteis Bivalves
Tartaruga marinha Todas as espécies Ostra gigante Tridacna gigas
Tridacna squamosa Tridacna squamosa
Gastropodes
Capacete de concha Cassis cornuta
Tritão-do-Pacífico Charonia tritonis
LEI DAS
FLORESTAS E
FAUNA BRAVIA E
RESPECTIVOS
REGULAMENTOS
A Lei das Florestas e Fauna Bravia (Lei n.º 10/99, de 7 de Julho) estabelece os princípios e normas básicas para
a protecção, preservação e uso sustentável dos recursos florestais e faunísticos. A lei dispõe sobre a definição
das zonas de protecção, a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas ou espécies de animais ou plantas
frágeis.
O Regulamento sobre as Florestas e Fauna Bravia (aprovado pelo Decreto n.º 12/2002, de 6 de Junho)
estabelece as medidas regulamentares necessárias para efectuar a implementação da Lei das Florestas e Fauna
Bravia. O Anexo II ao Regulamento proporciona uma lista das espécies faunísticas protegidas que não podem ser
objecto de caça, assim como as multas a pagar em caso de infracção. Esta lista inclui todas as espécies de
gaivotas e tartarugas marinhas. Além disso, o Anexo III do Regulamento discrimina as penalidades da
contravenção da Lei das Florestas e Fauna Bravia
PROTECÇÃO DO
PATRIMÓNIO
A legislação de Moçambique sobre a protecção do património cultural consiste essencialmente em dois textos:
um de natureza geral, a Lei n.10/88 de 22 de Dezembro que determina a protecção legal dos bens materiais e
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 13
ARQUEOLÓGICO
imateriais do património moçambicano e outro, de natureza sectorial: Decreto nº 27/94 de 20 de Julho,
Regulamento de Protecção do Património Arqueológico.
3.4 Convenções internacionais relevantes
CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA
A PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO POR
NAVIOS (MARPOL) 73/78
A Convenção MARPOL procura prevenir a poluição do ambiente marítimo por navios com origem
em causas operacionais e, minimizar a descarga acidental de substâncias poluentes. Esta
encontra-se ratificada actualmente por 136 nações, que incluem Moçambique e, contém seis
anexos que abordam a prevenção de diversas formas de poluição a partir dos navios,
nomeadamente:
Anexo I: Hidrocarbonetos, enumera as condições em que as embarcações estão
autorizadas a descarregar hidrocarbonetos para o mar;
Anexo II: Substâncias Líquidas Nocivas, detalha os critérios de descarga e medidas
para o controlo da poluição por substâncias líquidas nocivas transportadas a granel;
Anexo III: Substâncias Prejudiciais Transportadas por via Marítima em
Embalagens, Contentores, Tanques Portáteis, Camiões tanque e Vagões cisterna,
contêm os requisitos detalhados da embalagem, marcação, etiquetagem,
documentação, armazenagem, as limitações de quantidade, excepções e notificações
para prevenir a poluição por substâncias prejudiciais;
Anexo IV: Esgotos sanitários dos navios, exige que as embarcações estejam
equipadas com uma instalação de tratamento dos esgotos sanitários ou, com um
tanque de retenção de esgotos sanitários;
Anexo V: Lixo; especifica as distâncias a partir da terra e a forma de eliminação dos
diversos tipos de lixo e, impõe uma interdição completa a descarga de todas as
formas de plástico no mar; e
Anexo VI: Poluição do ar, fixa os limites das emissões de óxido de enxofre e de
óxido nítrico a partir dos escapes das embarcações e, proíbe as emissões intencionais
de substâncias que destroem a camada do ozono.
Moçambique ratificou a Convenção MARPOL através da Resolução n.º 5/2003, de 18 de
Fevereiro, tendo ratificado todos estes anexos com excepção do último, o Anexo VI.
CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA
A PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO DO
MAR POR HIDROCARBONETOS
(OILPOL), 1954
A descarga de hidrocarbonetos ou misturas de hidrocarbonetos no mar a partir de embarcações,
é regulamentada nos termos da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição do Mar
por Hidrocarbonetos (OILPOL). Embora a Convenção não inclua directamente o derrame dos
hidrocarbonetos a partir das instalações que operam no mar (offshore), a mesma regulamenta o
derrame dos hidrocarbonetos ou de misturas de hidrocarbonetos a partir de embarcações, pela
proibição da descarga intencional destes, em zonas específicas denominadas “zonas proibidas”.
Como regra geral, as zonas proibidas estendem-se pelo menos até 50 milhas (80 km) de todas
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as áreas do continente.
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
SOBRE A LEI DO MAR (UNCLOS),
MONTEGO BAY, 1982
Esta Convenção é relevante, uma vez que muitas das suas disposições reflectem o direito
costumeiro internacional. A Parte XII, com o título “Protecção e Preservação do Meio-Ambiente”,
inclui disposições relacionadas com a poluição marinha. A República de Moçambique ratificou a
UNCLOS, em conformidade com a Resolução n.º 21/96, de 26 de Novembro
CONVENÇÃO DE
REGULAMENTAÇÃO
INTERNACIONAL PARA PREVENÇÃO
DE COLISÕES NO MAR
(COLREGS), 1972
Uma das inovações mais importantes nos COLREGs de 1972, foi o reconhecimento dado aos
sistemas de separação do trânsito marítimo. A Regra 10 proporciona recomendações
relativamente à determinação da velocidade segura, ao risco de colisão e, à conduta das
embarcações que operam nos sistemas de separação do trânsito ou na sua proximidade. A
República de Moçambique acedeu aos COLREGs, em conformidade com o estabelecido na
Resolução n.º 11/88, de 28 de Dezembro.
CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA
A SEGURANÇA DA VIDA NO MAR
(SOLAS), 1974
A Convenção SOLAS, nas suas formas consecutivas, é geralmente vista como o mais importante
de todos os tratados internacionais relativamente à segurança dos navios mercantes. A primeira
versão foi adoptada em 1914, em resposta ao desastre do Titanic, a segunda foi adoptada em
1929, a terceira em 1948 e, a quarta em 1960. Esta convenção prescreve o número de barcos
salva-vidas, de outros equipamentos de emergência assim como os procedimentos de segurança
para os navios mercantes.
CÓDIGO INTERNACIONAL DE
SEGURANÇA DOS NAVIOS E
PORTOS (CÓDIGO ISPS)
O Código ISPS é implementado através do Capítulo XI-2 da SOLAS Medidas especiais, para dar
destaque à segurança marítima. O propósito do Código, é o de proporcionar um quadro
padronizado e coerente para a avaliação do risco, permitindo que os governos contrabalancem
as mudanças no risco com alterações na vulnerabilidade dos navios e instalações portuárias,
através da averiguação de níveis convenientes de segurança e medidas correspondentes de
segurança. A República de Moçambique ratificou o Código ISPS através da Resolução n.º
27/2004, de 14 de Julho.
CONVENÇÃO SOBRE A
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL
MARÍTIMA DE SATÉLITES
(INMARSAT), LONDRES, 1976,
1985, 1989
Os propósitos da INMARSAT, são; melhorar as comunicações marítimas, proporcionando
assistência na melhoria; do desconforto e do sistema de segurança da vida nas comunicações
marítimas; na eficiência e gestão dos navios; nos serviços de correspondência pública marítima
e, na determinação dos recursos radiofónicos. A República de Moçambique acedeu à INMARSAT
e às respectivas emendas, de 1985 e 1989, através da Resolução n.º 15/89, de 23 de Novembro
CONVENÇÃO INTERNACIONAL
SOBRE LINHAS DE CARGA, 1966
Desde há muito se reconhece que as limitações no calado até ao qual um navio pode ser
carregado, têm uma contribuição significativa para a sua segurança. Estes limites são indicados
na forma de “freeboards”, que constituem o objectivo principal da Convenção. A República de
Moçambique acedeu à Convenção Internacional sobre as Linhas de Água, através da Resolução
n.º 12/88, de 28 de Dezembro.
CONVENÇÃO SOBRE PREVENÇÃO Esta Convenção regulamenta a descarga no mar dos materiais constantes da tabela da
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DA POLUIÇÃO MARINHA POR
DESCARGA DE RESÍDUOS E
OUTROS MATERIAIS (CONVENÇÃO
DE LONDRES 1972), LONDRES,
1972
Convenção. Contém uma lista de substâncias proibidas e substâncias que requerem licenças
expondo directrizes a este respeito.
CONVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO
DA POLUIÇÃO MARINHA A PARTIR
DE FONTES TERRESTRES
(CONVENÇÃO DE PARIS), PARIS,
1974
Esta Convenção refere-se à poluição das águas costeiras a partir de fontes situadas em terra
CONVENÇÃO INTERNACIONAL DE
RESPONSABILIDADE CIVIL POR
DANOS CAUSADOS PELA POLUIÇÃO
POR HIDROCARBONETOS, DE 1992
(PROTOCOLO CLC DE 1992)
Esta Convenção contempla um fundo de indemnização para os custos de limpeza e danos
ambientais, sujeitos a certas condições e limites. Em conformidade com a Resolução n.º 52/2001,
de 6 de Novembro de 2001, a República de Moçambique retirou-se da Convenção de 1969 da
CLC e, acedeu ao Protocolo de 1992 da CLC.
CONVENÇÃO SOBRE O ESTADO DE
PREPARAÇÃO, RESPOSTA E
COOPERAÇÃO RELATIVAMENTE À
POLUIÇÃO POR PETRÓLEO (OPRC,
1990)
A Convenção sobre a preparação, resposta e cooperação relativamente à poluição por petróleo
(OPRC) entrou em vigor em Maio de 1995 e, está relacionada com a poluição mundial de
petróleo do ambiente marinho, proveniente de unidades em alto mar. Em particular, os países ou
governos nacionais têm que estabelecer programas nacionais para responder a incidentes
decorrentes da poluição por petróleo, enquanto os operadores das unidades em alto mar são
obrigados a ter em vigor planos de emergência para a poluição por petróleo, os quais deverão
estar coordenados com o programa nacional de resposta ao petróleo. Secções adicionais da
Convenção referem-se à provisão de equipamento de combate à poluição por petróleo, à
prestação de contas, formação, resgate e cooperação internacional. A República de Moçambique
acedeu à OPRC através da Resolução n.º 6/2003, de 18 de Fevereiro.
CONVENÇÃO AFRICANA SOBRE A
CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E
DOS RECURSOS NATURAIS, 1968
O princípio fundamental desta Convenção, consiste no compromisso por parte dos estados
envolvidos de adoptar medidas para garantir a preservação, utilização e desenvolvimento dos
recursos do solo, da água, da flora e fauna, em conformidade com os princípios científicos e, com
o devido respeito para com os melhores interesses dos indivíduos. Em conformidade com a
Resolução n.º 18/81, de 30 de Dezembro de 1981, a República de Moçambique acedeu à
Convenção Africana sobre a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.
CONVENÇÃO DE NAIROBI
Pela Resolução n.º 17/96, de 26 de Novembro, Moçambique aderiu à Convenção de Nairobi para
a Protecção, Gestão e Desenvolvimento do Ambiente Marinho e Costeiro da Região da África
oriental e, seus Protocolos. Esta convenção visa ajudar o estabelecimento de mecanismos para a
cooperação internacional, para prevenção de ameaças ao ambiente marinho e costeiro e ao seu
equilíbrio ecológico, resultantes da poluição marinha, qualquer que seja a sua origem. Os Artigos
5 a 10 da Convenção descrevem os mecanismos que têm que ser implementados para a
prevenção da poluição proveniente dos navios; da poluição causada pela eliminação de lixo; da
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poluição a partir de origens situadas em terra; das actividades no leito do mar, na atmosfera e,
nas zonas especialmente protegidas. Além disso, o Artigo 13º da Convenção diz que os
membros têm que elaborar directrizes técnicas para a planificação de projectos importantes de
desenvolvimento, como parte da sua política de gestão ambiental, a fim de prevenir ou minimizar
os impactos negativos sobre o ambiente marinho e costeiro ao largo de África Oriental.
PROTOCOLO DA SADC SOBRE AS
PESCAS
Moçambique ratificou o Protocolo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC)
sobre as Pescas, através da Resolução n.º 37/2002, de 30 de Abril, a qual visa promover a
utilização responsável dos recursos aquáticos vivos e seus ecossistemas. O Artigo 14º deste
Protocolo, refere-se à protecção do ambiente marinho, exigindo que os estados membros
apliquem o princípio da precaução, de modo a garantir que as actividades da sua competência ou
sob seu controlo, não causem impactos negativos de grande envergadura. Além disso, têm que
ser implementadas as medidas legislativas e administrativas necessárias para a prevenção da
poluição aquática causada por actividades nas águas interiores, costeiras e marítimas.
CONVENÇÃO DE BASILEIA SOBRE O
CONTROLO DOS MOVIMENTOS
TRANSFRONTEIRIÇOS DE RESÍDUOS
PERIGOSOS E SUA REMOÇÃO, 1989
Esta Convenção regulamenta a importação, exportação e o movimento transfronteiriço de
resíduos perigosos. A Convenção de Basileia foi substituída pela Convenção de Bamako (ver
referência acima). A República de Moçambique ratificou a Convenção de Basileia sobre o
Controlo de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e a sua Remoção, através da
Resolução n.º 18/96, de 26 de Novembro.
CONVENÇÃO SOBRE A PROIBIÇÃO
DE IMPORTAR PARA ÁFRICA,
CONTROLO DE MOVIMENTOS
TRANSFRONTEIRIÇOS E GESTÃO DE
RESÍDUOS PERIGOSOS EM ÁFRICA,
BAMAKO, 1991
Durante a negociação da Convenção de Basileia, os estados africanos representados pela
Organização da Unidade Africana, adoptaram a Convenção de Bamako, acreditando que a
Convenção de Basileia não era suficientemente rigorosa. A Convenção de Bamako proíbe
totalmente a importação de resíduos perigosos para África. A Convenção entrou em vigor no dia
22 de Abril de 1998. A República de Moçambique ratificou a Convenção de Bamako através da
Resolução n.º 19/96, de 26 de Novembro.
QUADRO DA CONVENÇÃO DAS
NAÇÕES UNIDAS SOBRE
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
(CQNUAC OU FCCC) E,
PROTOCOLO DE QUIOTO, 1992 E
1997
A CQNUAC é um tratado ambiental internacional, produzido com o objectivo de conseguir a
estabilização das concentrações de gases de estufa na atmosfera, a níveis suficientemente
baixos para prevenir uma interferência antropogénica perigosa com o sistema climático. O
Protocolo de Quioto à CQNUAC adoptado em Dezembro de 1997, pela maior parte das nações
industrializadas e algumas economias da Europa central em transição, estabelece um acordo
jurídico relativo à redução das emissões de gases de estufa, entre 6% a 8% em média abaixo
dos níveis de 1990, a implementar entre os anos 2008 a 2012, definido como o primeiro prazo
orçamentário para as emissões. A CQNUAC foi ratificada através da Resolução n.º 2/94, de 24
de Agosto, acedendo a República de Moçambique ao Protocolo de Quioto via a Resolução n.º
10/2004, de 28 de Julho
CONVENÇÃO DE VIENA PARA
PROTECÇÃO DA CAMADA DE
OZONO, 1985, LONDRES 1990,
Em conformidade com o Artigo 2.1 desta Convenção, as Partes signatárias assumiram a
obrigação de tomar medidas adequadas para proteger a saúde humana e o meio-ambiente
contra efeitos negativos resultantes ou provavelmente resultantes das actividades humanas que
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 17
COPENHAGA 1992
alteram ou são susceptíveis de alterar a camada de ozono. Em conformidade com a Resolução
n.º 8/93, de 8 de Dezembro, a República de Moçambique acedeu à Convenção de Viena para a
Protecção da Camada de Ozono assim como às Emendas de 1990 e 1992.
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 18
4 Implementação do PGA
O PGA deverá ser implementado durante as actividades de pesquisa propostas. Os detalhes
sobre as acções necessárias para a implementação das medidas de mitigação são apresentados
em forma de planos de acção numa tabela (especificações ambientais para as actividades de
pesquisa sísmica). O plano indicará qual a organização responsável por levar a cabo uma
determinada acção e estabelecerá os parâmetros para a monitorização da implementação de tal
acção.
4.1 Coordenação com Agências Relevantes
A Spectrum irá assegurar que seja mantida uma coordenação com todas as agências relevantes
que tratam com o controle ambiental e social durante o Projecto.
4.2 Monitorização
Especialistas socioeconómicos e ambientais qualificados (Representante local, OCA, etc.) deverão
levar a cabo a monitorização dos efeitos sociais e ambientais das actividades, em colaboração
com as instituições locais. A Spectrum tomará em consideração quaisquer recomendações
relacionadas com a operação que surjam durante a monitorização.
4.3 Planos de Contigência
Em caso de acidente, a Spectrum reportará os detalhes do acidente às autoridades relevantes e
às partes interessadas e afectadas chave conforme for apropriado. A Spectrum deverá nomear
pessoas responsáveis pela comunicação junto das agências em questão. Os seguintes planos de
Emergência deverão ser desenvolvidos pela Spectrum:
Plano de Comunicação;
Plano de Gestão de Resíduos
Plano de Gestão de Emissões (gasosas e ruído)
Plano de Acção de Emergência
Plano de Segurança das Embarcações
Plano de Consciencialização e Prevenção de HIV
Plano de Educação e Sensibilização em Ambiente e Segurança
4.4 Verificação e retorno
Verificações regulares serão levadas a cabo pelo representante da Spectrum, que será
responsável pela monitorização, vigilância e decisões sobre todas as actividades relativas à
Saúde, Segurança e Ambiente. Para além de avaliar os aspectos operacionais, as verificações
irão também avaliar o cumprimento de objectivos e metas acordados bem como a eficácia do PGA
e sua implementação. O PGA será portanto sujeito a uma avaliação e desenvolvimento contínuos
de forma a assegurar que este continua apropriado para todos os aspectos do projecto.
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Todas as constatações serão avaliadas pela equipe do projecto e onde forem necessárias acções
correctivas serão desenvolvidas acções específicas (com responsabilidades e tempo definidos)
com o objectivo de alcançar melhorias de desempenho contínuas.
Serão agendadas reuniões regulares de informação com o CC, para que se obtenha informação
sobre o desempenho e resultados das actividades de monitorização para a duração do projecto
proposto.
4.5 Papéis e Responsabilidades
A implementação deste PGA requer o envolvimento dos diversos grupos interessados, cada um
desempenhando papéis diferentes, mas vitais, para assegurar a boa gestão ambiental durante as
actividades de aquisição sísmica
4.5.1 Papéis e Responsabilidades das Agências Reguladoras
As agências reguladoras directamente relacionadas com o Projecto bem como as suas principais
responsabilidades encontram-se descritas na tabela seguinte.
Tabela 5 – Agencias Reguladoras e principais Responsabilidades
Agencia Reguladora Responsabilidades
MITADER
Ministério da Terra, do Ambiente e do Desenvolvimento Rural
Através da sua Direcção Nacional de Avaliação do Impacto Ambiental ("DNAIA"), é a autoridade designada para autorizar o EIA e este PGA. O MITADER/DNAIA tem a responsabilidade global de garantir que a Spectrum cumpre o prazo e as condições da licença ambiental, bem como este PGA. É responsável pelas verificações, inspecção e auditoria, antes, durante e depois da implementação dos projectos (em conformidade com o Decreto n.º 45/2004 de 29 de Setembro)
Ministério do Turismo É responsável pela gestão das áreas de conservação, pela promoção de empreendimentos turísticos e respectivo licenciamento das suas actividades
INAHINA
Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação
É a agência governamental responsável por garantir a segurança durante a navegação e de contribuir para o desenvolvimento das áreas científicas e da preservação do ambiente marinho (de acordo com o Diploma Ministerial n.º 178/2006 de 15 de Novembro). É também responsável por promover a coordenação nacional e disseminação de avisos aos navegantes
INAMAR
Instituto Nacional da Marinha
E a agência governamental que actua nas áreas da segurança marítima, da protecção de navios e instalações portuárias, do transporte marítimo, do agenciamento e estiva, do pessoal marítimo, da preservação do meio ambiente marinho e da administração marítima (de acordo com o Decreto n. º 32/2004 de 18 de Agosto). É também responsável pelos avisos relativamente ao movimento de navios e embarcações
Autoridade Portuária (CFM – Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique);
São responsáveis pela gestão dos portos. Detêm igualmente considerável controlo sobre a circulação das embarcações entre portos em Moçambique
A Spectrum será responsável por obter todas as autorizações, permissões, licenças e aprovações
necessárias a partir destas entidades, antes do início das actividades de aquisição sísmica.
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 20
4.5.2 Spectrum
Segundo a legislação ambiental moçambicana, o proponente - neste caso a Spectrum - é
responsável pelos potenciais impactos das actividades que são realizadas bem como pela
conformidade com os termos e condições da licença ambiental e da implementação das medidas
de mitigação recomendadas pelo EIA (como estabelecido no presente PGA)1 bem como por todas
questões ligadas a Saúde, Segurança e Ambiente (SSA) conforme sintetizado na Figura 2. A
Spectrum tem a responsabilidade global de garantir a conformidade com os termos e condições da
licença ambiental para as actividades de aquisição sísmica e que outros requerimentos de SSA
sejam implementados na íntegra.
Figura 2 – Principais responsabilidades da Spectrum no Processo de AIA
Durante a pesquisa sísmica, a Spectrum será responsável pela gestão das questões médicas e de
saúde para todos os trabalhadores. A Spectrum garantirá que existam planos e meios suficientes
no seu lugar para os cuidados de saúde dos trabalhadores e planos de contingência para
responder aos acidentes no local de trabalho (isto é, Plano de Resposta de Emergência).
Como parte dos seus procedimentos de operação e de SSA, a Spectrum realizará inspecções
regulares a nível ambiental, social, de saúde e segurança, que permitam que ela controle e avalie
o desempenho em comparação com os indicadores e objectivos fixados no EIA e no PGA.
Será realizada pela Spectrum uma indução (iniciação) de arranque antes do início das operações
para a pesquisa sísmica.
4.5.2.1 Representante local da Spectrum
A Spectrum será representada por um agente local, que estará presente pelo menos a part-time,
sempre que necessário. Quaisquer decisões no local sobre a gestão ambiental são em última
análise da responsabilidade do Agente local da Spectrum. Este deve assistir e ajudar o OCA (ver
abaixo), sempre que necessário e terá as seguintes responsabilidades em termos da
implementação deste PGA:
1 Note que nos termos do Regulamento do Processo de AIA (Decreto n.º 45/2004) é paga uma taxa pela falha pelo proponente da implementação de medidas de mitigação recomendadas no EIA e pelo não cumprimento com os termos e condições da licença ambiental.
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 21
Assegurar que as licenças ambientais e necessárias autorizações/sejam obtidas;
Identificar soluções ambientalmente responsáveis para os problemas, com a participação
do OCA;
Analisar os relatórios semanais de inspecção do local do OCA e tomar as medidas
adequadas para corrigir eventuais problemas ambientais e / ou de não-conformidade.
Reportar ao Coordenador de Segurança Saúde e Ambiente da Spectrum, tudo o que
disser respeito ao desempenho ambiental no local.
A Spectrum será responsável pela facilitação da comunicação (reuniões, correspondências, etc)
com o apoio do Oficial de Controlo Ambiental (OCA - ver abaixo).
4.5.2.2 Oficial de Controlo Ambiental (OCA)
A Spectrum deve nomear um Oficial de Controlo Ambiental (OCA) para acompanhar e analisar a
gestão ambiental no local e a implementação deste PGA. O OCA deve ser adequadamente
treinado na gestão ambiental e deve possuir as competências necessárias para transmitir essa
gestão ambiental a todo o pessoal envolvido no contrato.
O OCA deve estar no local diariamente e as suas tarefas incluem o seguinte:
Auxiliar o Agente local da Spectrum a obter todas as autorizações/ permissões ambientais
necessárias;
Manter linhas de comunicação abertas e directas entre a Spectrum e as autoridades para
questões ambientais.
Fazer inspecções regulares de todas as áreas do projecto e realizar check lists semanais
para monitorizar o cumprimento d PGA, para apresentação ao Agente local da Spectrum;
Monitorizar e verificar a adesão a este PGA, as condições de todas as autorizações/
permissões e relatórios para o Agente local a Spectrum.
Auxiliar o Agente local da Spectrum para encontrar soluções ambientalmente
responsáveis para os problemas,
Desenvolver e realizar treino de conscientização ambiental a todos os novos funcionários
Deverá assegurar que no final das operações o relatório do OMM é entregue à Spectrum e
autoridades competentes, em particular ao MITADER.
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 22
5 Procedimentos Operacionais Definidos no Projecto
No decorrer do processo de AIA a interacção entre a equipa de consultores ambientais e os
proponentes do projecto já levou a que alguns procedimentos tenham sido incorporados no
projecto e assumidos para garantir a sua boa execução e, outros, são procedimentos específicos
que a Spectrum já assume na execução regular dos seus trabalhos a nível global.
Assim, adicionalmente às normas e políticas corporativas relevantes, nomeadamente as
directrizes do Comité da Junta de Conservação da Natureza (CJCN) que pretendem minimizar o
risco de danos e perturbação dos mamíferos marinhos a Spectrum implementa um conjunto de
procedimentos operacionais específicos para áreas marinhas em África Austral onde decorrem
operações de pesquisa sísmica. Apesar de a Spectrum fundamentar-se nos procedimentos
operacionais da companhia de aquisição escolhida para realizar o trabalho, o PGA será fornecido
de modo a que seja integralmente aplicado. Os procedimentos documentados estabelecem as
responsabilidades, as acções a tomar e a manutenção de registos requeridos para cada
procedimento.
Os procedimentos da Spectrum relevantes para as pesquisas sísmicas planeadas em
Moçambique incluem:
Precauções de Segurança;
Plano de Gestão de Resíduos, Emissões e Descargas;
Procedimento de Disparo Suave dos Canhões de Ar;
Procedimento para reportar mamíferos marinhos;
Procedimento Relativo a Mitigações para aves marinhas.
Cada um destes procedimentos é discutido brevemente nos capítulos seguintes, uma vez que
minimizam ou evitam completamente impactos resultantes da actividade de pesquisa sísmica.
Estes procedimentos estão de acordo e são provenientes das melhores práticas internacionais no
sector, e são o resultado da evolução tecnológica e exigências ambientais ao longo dos anos em
todo o mundo.
5.1 Precauções de segurança
Devido à reduzida manobrabilidade da embarcação de aquisição sísmica e do equipamento
rebocado, assim como devido à necessidade de manter a trajectória preconizada durante a
aquisição de dados sísmicos, são consideradas e aplicadas providências abrangentes de
segurança, com a finalidade de evitar colisões entre a embarcação e outros utilizadores do mar (p.
e. embarcações ou equipamento pesqueiro). As providências a tomar incluem as seguintes:
Divulgação prévia de avisos à navegação, com apresentação do cronograma e localização
das actividades;
Manutenção constante das embarcações de apoio à embarcação de aquisição sísmica
que patrulharão a área de protecção de modo a identificar e interpelar através de sistema
de rádio, possíveis embarcações que se encontrem no interior da área de protecção.
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 23
As embarcações de apoio são utilizadas para patrulhar a área de pesquisa e para alertar
para a presença de embarcações ou de aparelhos de pesca que possam constituir um
risco ao equipamento das operações de pesquisa;
Os sinais internacionais requeridos para aviso de “reboque em andamento” estarão
colocados dia e noite na embarcação sísmica;
A avançada tecnologia do sistema de navegação instalado a bordo, garante que a
embarcação seja pilotada com segurança, maximizando a área de cobertura da pesquisa.
Além do acima exposto, será designada uma zona de segurança à volta da embarcação de
aquisição sísmica assim como do equipamento rebocado, que estará interdita a embarcações
externas às operações em curso.
5.2 Plano de Gestão de Resíduos, Emissões e Descargas
5.2.1 Legislação Aplicável
5.2.1.1.1 Legislação Moçambique
O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Decreto n.º 94/2014 de 31 de
Dezembro), estabelece a classificação dos resíduos sólidos de acordo com a Norma
Moçambicana NM339 – Resíduos Sólidos – Classificação, as formas de segregação, identificação
e acondicionamento, colecta, transporte, tratamento e deposição final.
O Capitulo II deste regulamento apresenta os requisitos de gestão de resíduos sólidos urbanos,
incluindo a elaboração de um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos a serem
desenvolvidos pelas entidades públicas ou privadas que desenvolvem actividades relacionadas
com a gestão de resíduos. O Art. 11 estabelece as obrigações dos produtores, transportadores e
operadores e o Art. 14 especifica os modos de segregação e acondicionamento de resíduos
sólidos urbanos.
O artigo 7 do regulamento classifica os resíduos sólidos urbanos de acordo com a Norma
Moçambicana NM 339 – Resíduos Sólidos – Classificação.
Tabela 6– Categorias de RSU de acordo com o Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, Decreto 94/2014 de 31 de Dezembro
RSU
a) Matéria orgânica;
b) Papel ou cartão;
c) Entulho;
d) Plástico;
e) Vidro;
f) Metal;
g) Têxteis;
h) Borracha;
i) Resíduos domésticos volumosos;
j) Resíduos especiais.
O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Perigosos (Decreto n.º 83/2014 de 31 de
Dezembro) estabelece regras relativas à produção, emissão ou deposição de qualquer substância
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 24
tóxica ou poluidora de modo a prevenir ou minimizar os seus impactos negativos sobre a saúde e
o ambiente.
Este regulamento estabelece a classificação dos resíduos perigosos, as formas de segregação,
identificação e acondicionamento, colecta, transporte, tratamento e deposição final. Os resíduos
perigosos são classificados e subdivididos nas categorias estabelecidas no Anexo IX deste
regulamento.
Tabela 7 – Características de Resíduos Perigosos de acordo com o Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Perigosos (Anexo III do Decreto nº 83/2014, de 31 de Dezembro).
RESÍDUOS PERIGOSOS
Substâncias ou resíduos sólidos com as seguintes características:
Explosivos;
Gases comprimidos liquidificados ou sob pressão;
Líquidos inflamáveis;
Sólidos inflamáveis;
Espontaneamente inflamáveis;
Em contacto com a água libertam gases inflamáveis;
Comburentes ou substâncias oxidantes;
Peróxidos orgânicos;
Tóxicos (agudos);
Infecciosos;
Corrosivos;
Que libertam gases tóxicos quando em contacto com ar ou água;
Tóxicas (com efeito retardado);
Ecotóxicas;
Substâncias que após a sua eliminação, podem de alguma forma dar origem a outras substâncias, como por exemplo um produto de lixiviação, que possuam qualquer das características acima mencionadas.
Esta legislação estabelece ainda que a recolha de resíduos perigosos é da responsabilidade da
entidade produtora e que o seu transporte apenas poderá ser efectuado por entidades licenciadas
pelo MITADER.
5.2.1.1.2 Directrizes MARPOL
As descargas de rotina de resíduos no mar são regulamentadas pelo MARPOL 73/78, em
particular pelo anexo V (Resíduos), mas igualmente pelo anexo I (Hidrocarbonetos) e pelo anexo
IV (Efluentes Sanitários), tendo as mesmas que cumprir com os procedimentos da empresa de
aquisição seleccionada para realizar o trabalho.
O Anexo IV da MARPOL 73/78 autoriza a descarga de resíduos de cozinha (resíduos de
alimentos) no mar, quando compactados até uma espessura inferior a 25 mm e caso a
embarcação se encontre a uma distância da terra superior a 12 mn.
O Governo de Moçambique ratificou a Convenção MARPOL 73/78. Esta Convenção foi adoptada
em 1973, e posteriormente alterada pelo Protocolo de 1978, tornando-se conhecida como a
Convenção MARPOL 73/78.
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 25
5.2.2 Resíduos
Será expectável que no decorrer das actividades de aquisição sísmica marinha sejam geradas
diversas tipologias de resíduos na maior parte semelhantes aos tipos de resíduos gerados por
actividades gerais de transporte marítimo.
5.2.2.1.1 Tipologia de Resíduos Produzidos
A maior parte dos resíduos sólidos (não perigosos) produzidos a bordo dos navios de pesquisa
sísmica são normalmente incinerados. Os materiais incinerados incluem os resíduos domésticos,
como é o caso do papel, plástico e madeira (incluindo alguns materiais sintéticos tais como
cabos), assim como desperdícios da cozinha (resíduos alimentares) e eventualmente óleos
usados. O tipo e volume das emissões dependerão dos tipos e volumes dos resíduos incinerados
mas é provável que envolvam volumes reduzidos.
Vários tipos de resíduos são gerados durante pesquisas sísmicas em mar aberto (na sua maioria
semelhantes aos tipos de resíduos gerados pelas actividades de transporte em geral):
Resíduos/lixo doméstico, como papel, plástico, madeira, vidro, etc.;
Resíduos da cozinha (orgânicos);
Esgotos e águas residuais;
Resíduos de óleos e filtros;
Resíduos perigosos e químicos, tais como baterias de lítio, cartuchos de toner, etc.
Tambores e embalagens vazias;
Cinzas do incinerador (se existente na embarcação).
5.2.2.1.2 Procedimentos de Registo
A companhia de aquisição sísmica ao serviço da Spectrum irá implementar um procedimento de
Gestão de Resíduos ao longo das actividades de pesquisa. Os procedimentos definem requisitos
para o registo e eliminação legal dos resíduos gerados pelas operações de pesquisa sísmica. Os
requisitos para este procedimento incluem:
Todos os estágios da manipulação de resíduos devem poder ser rastreados através do
preenchimento completo da prescrita Folha de Registo de Resíduos (FRR). Todas as folhas
de registo de resíduos devem ser assinadas e aprovadas pelas partes responsáveis e uma
cópia deve ficar na posse do capitão do navio; e
A manipulação e disposição de resíduos deve ser realizada de acordo com o anexo V da
MARPOL (Prevenção da poluição por lixo dos navios) e de acordo com o regulamento dos
efluentes, anexo IV (Prevenção da poluição por efluentes de navios).
Na eventualidade da ocorrência de qualquer descarga acidental de Resíduos para o meio
marinho, a Spectrum deverá também reportar devidamente todos os detalhes do ocorrido às
autoridades locais e ao MITADER.
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 26
5.2.2.1.3 Métodos de Tratamento e Eliminação
Os tipos de resíduos tipicamente gerados, e os métodos de tratamento e/ou eliminação planeada
estão resumidos na Tabela abaixo.
Tabela 8 - Tipos de resíduos e os métodos de tratamento/eliminação
Tipo de resíduos Métodos de tratamento/eliminação
Resíduos/ ixo doméstico, como papel, plástico, madeira, vidro, etc.
Segregados, recolhidos e incinerados a bordo (ou armazenados e transportado para terra e depositado em local apropriado e devidamente).
Resíduos da cozinha (comida) Recolhido e incinerado a bordo (ou triturado até um tamanho <25mm e descarregado no mar a uma distância maior que 12 milhas náuticas [nm] da costa mais próxima)
Resíduos/restos de óleos e filtros Os resíduos/restos de óleo são recolhidos e/ou incinerados a bordo, os filtros são recolhidos a bordo, armazenados e transportados a instalações de reciclagem em terra.
Resíduos perigosos e químicos, tais como baterias de lítio, cartuchos de toner, etc.
Depositados em terra numa base de caso a caso de acordo com a legislação relevante e/ou regulamentos das autoridades reguladoras
Tambores e embalagens vazias, que podem conter resíduos contaminantes.
Transportados para terra e reciclados, sempre que possível (em recipientes de aço), ou depositados em em um aterro sanitário devidamente licenciado, após a lavagem e trituração/fragmentação.
Cinzas do incenerador (caso exista) Recolhidas e armazenadas a bordo e transportadas para terra e depositado em local apropriado e devidamente.
Resíduos classificados como perigosos:
Resíduos químicos, baterias contendo ácido, baterias de lítio, cartuchos de impressão, toners, caixas vazias e contentores que possam conter resíduos contaminados com substâncias perigosas, resíduos hospitalares.
Recolhidas e armazenadas a bordo dos navios e transportadas para terra para posterior tratamento/manuseamento ou deposição em aterro.
Se estes resíduos não forem geridos adequadamente, poderão conduzir à ocorrência de impactos
sobretudo sobre o meio marinho. Por exemplo, os efluentes domésticos não tratados e resíduos
orgânicos podem impor uma carga orgânica e bacterial nos processos de biodegradação naturais
do mar o que pode aumentar a Carência Biológica de Oxigénio (CBO) e causar condições
anaeróbicas no mar. Deve-se notar que qualquer incumprimento com os regulamentos relevantes
(p.e. MARPOL), e/ou com as medidas de gestão e controlo definida no presente plano, poderão
resultar em impactos sobre o meio aquático.
Já o cumprimento de todos os requerimentos regulatórios relevantes e do presente plano de
Gestão configura-se como uma medida de mitigação essencial para assegurar que os impactos
relacionados com a geração de resíduos sejam evitados ou minimizados para níveis aceitáveis.
5.2.3 Emissões
Esta seção discute brevemente os tipos de emissões e descargas que estão associados às
operações de pesquisa sísmica propostas. Estes incluem as emissões atmosféricas e emissões
sonoras.
5.2.3.1.1 Emissões Gasosas
Durante as operações de aquisição sísmica, serão geradas emissões gasosas provenientes da:
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 27
Combustão de motores e geradores; e
Incineração dos resíduos nos incineradores a bordo.
A contribuição mais significativa para as emissões gasosas será proveniente das operações de
aquisição sísmica na forma de emissões de gases de escape a partir dos principais motores e
geradores das embarcações sísmicas e de apoio. As emissões de gases de escape são
constituídas principalmente por carbono na forma de dióxido de carbono (CO2) mas, podem
igualmente incluir outros gases potencialmente poluentes, caso do monóxido de carbono (CO),
óxidos de nitrogénio (NOx), dióxido de enxofre (SO2) e, matéria particulada.
O nível de emissões gasosas (gases de escape) a partir das embarcações de aquisição sísmica
durante as operações com cabos de pesquisa, é determinado principalmente por dois factores,
nomeadamente: a eficiência da pesquisa/aquisição sísmica e, as taxas de consumo de
combustível inerentes às embarcações (Seaborne, 2002). A eficiência da pesquisa/aquisição
sísmica será determinada pelo tempo despendido na realização da aquisição sísmica (disparo dos
canhões de ar comprimido) versus tempo despendido nas mudanças da linha de pesquisa,
condições climatéricas, estado das correntes, presença de fauna marinha (sobretudo cetáceos) e,
actividade pesqueira, etc. (Seaborne, 2002).
Para além das emissões de gases de escape provenientes dos geradores, a maior parte dos
resíduos sólidos (não perigosos) produzidos a bordo serão incinerados a bordo, originando
emissões aéreas adicionais. Os materiais incinerados incluem resíduos domésticos, como é o
caso do papel, plástico e madeira (incluindo alguns materiais sintéticos tais como cordas), assim
como desperdícios da cozinha (resíduos alimentares) e eventualmente óleos usados. O tipo e
volume das emissões dependerão dos tipos e volumes dos resíduos incinerados mas, é provável
que envolvam volumes reduzidos.
5.2.3.1.2 Emissões de Ruído
As emissões de ruído contínuo a partir dos motores, assim como o ruído gerado dentro de água
principalmente pelas hélices das embarcações de apoio, serão semelhantes às emissões de
qualquer outra embarcação de tamanho similar. As embarcações sísmicas, por outro lado, são em
regra projectadas para gerar muito pouco ruído em comparação com outras embarcações de
tamanho semelhante, uma vez que o ruído gerado pela embarcação pode interferir com a
recepção e registo dos dados pelos sensores hidrofónicos.
O ruído gerado pelo impulso do disparo dos canhões de ar comprimido dentro de água, constitui
uma das maiores preocupações no que respeita aos potenciais impactos das aquisições sísmicas
marinhas. Em geral os conjuntos de canhões de ar produzem níveis de pressão sonora de cerca
de 250dB re 1µPa a 1m (pressão de pico a pico), frequências de 5 a 120 Hz para pesquisas em
águas profundas (Bradley e Stern, 2008). No que diz respeito à segurança das pessoas, estima-se
que deve ser mantida uma distância de segurança de 1,5 km entre actividades sísmicas e
mergulhadores, já que a essa distância o som lateralmente projetado é suficientemente atenuado
e não constitui um risco para os mergulhadores. O ruído gerado pelos canhões de ar é audível a
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 28
bordo dos navios sísmicos, mas os níveis não são suficientes para causar qualquer risco de
segurança, ou incómodo relevante, para a tripulação.
O foco principal da geração de som sísmico está direccionado para baixo, em direcção ao fundo
do mar, porém, parte da energia sonora também é projectada lateralmente, embora a intensidade
do som na origem seja em geral 20dB mais baixa (Richardson et al., 1995).
O ruído proveniente dos conjuntos de canhões de ar, envolve impulsos curtos e agudos,
aproximadamente a cada 12 segundos, que geram níveis de ruído muito mais elevados do que o
ruído contínuo proveniente dos motores e das hélices das embarcações (Mosbech et al., 2001).
No entanto, embora os níveis de ruído de pico possam ser elevados, a energia global está limitada
pela curta duração do impulso.
5.2.4 Descargas no Mar
As descargas de rotina no mar, durante as aquisições sísmicas marinhas, incluem as seguintes:
Escoamentos do convés e água residual dos porões: os escoamentos do convés (das
águas pluviais) e a água residual dos porões (proveniente das lavagens da área da
maquinaria) podem estar contaminados com hidrocarbonetos, (principalmente graxas,
lubrificantes e óleos), detergentes, etc. Os escoamentos do convés e a água residual dos
porões serão recolhidos e tratados a bordo num separador de óleo/água, até à
concentração máxima de 15 partes por milhão (ppm) de óleo na água (em conformidade
com os regulamentos constantes da MARPOL 73/78, Anexo I). As águas tratadas serão
descarregadas no mar;
Efluentes sanitários: Os efluentes sanitários são tratados numa instalação de
processamento a bordo, através da compactação e desinfecção antes da descarga, em
conformidade com as exigências da MARPOL 73/78, Anexo IV. Os efluentes tratados
serão descarregados no mar enquanto a embarcação está em movimento, apenas no
caso da distância mais próxima até terra ser superior a 3 milhas náuticas (mn), em
conformidade com a MARPOL 73/78, Anexo V;
Lastro: A água de lastro pode ser descarregada caso seja necessário. Esta água pode
estar contaminada com pequenas quantidades de produtos químicos, e pode conter vida
marinha exótica existente nos locais de proveniência do lastro. As duas principais
preocupações ambientais normalmente associadas com as descargas de água de lastro
são a libertação potencial de hidrocarbonetos ou de materiais perigosos (que podem estar
misturados com a água de lastro) e a transferência de organismos aquáticos exóticos
invasores (que podem ser carregados e descarregados em operações de lastro), sendo
esta última uma das ameaças mais importantes para os ecossistemas marinhos em todo o
mundo.
As recomendações e orientações de Ambiente, Saúde, Segurança do IFC, de 2007, destinam-se a
prevenir, minimizar e controlar os impactos da água de lastro e incluem acções para prevenir ou
controlar a liberação de hidrocarbonetos ou de materiais perigosos que possam estar associados
com resíduos de lastro, na sequência de regulamentos internacional relevantes (por exemplo
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 29
MARPOL) e outras orientações para a gestão da água de lastro, aplicáveis aos tanques de lastro
segregados e dedicados e a actividades de lavagem de petróleo bruto, bem como obrigam à
manutenção de um registo escrito das operações de carga e de lastro.
As acções para evitar a transferência de espécies exóticas invasoras e de doenças transmissíveis,
incluem a implementação de um plano de gestão da água de lastro e de sedimentos que deve
incluir:
A utilização de um livro de registo das águas de lastro em navios que transportam água de
lastro entre as diferentes zonas marítimas;
Sempre que for seguro fazê-lo, trocar a água de lastro em águas abertas profundas, tanto
distante quanto possível da costa;
A captação de organismos na água de lastro deve ser evitada (por exemplo, evitando a
carga em horas sem luz, em águas muito rasas, onde as hélices podem perturbar o
sedimento, ou em outras áreas identificadas pelas autoridades moçambicanas);
Os tanques de lastro devem ser limpos regularmente e água de lavagem entregue a
instalações de recepção em terra.
5.2.4.1.1 Condições de Descarga
Nos termos da secção D do Anexo 1 da MARPOL 73/78, qualquer descarga para o mar não
poderá conter substâncias químicas ou outras substâncias, em quantidades ou concentrações
perigosas para o meio marinho, ou produtos químicos ou outras substâncias adicionadas com a
finalidade de dissimular as condições de descarga especificadas na presente regra. Os resíduos
de hidrocarbonetos que não possam ser descarregados para o mar, de acordo com a presente
regra, devem ser mantidos a bordo, para descarga subsequente em instalações de recepção em
terra.
As descargas no mar só podem ser realizadas de acordo com o cumprimento cumulativo de todas
as seguintes disposições:
O navio está em trânsito;
O navio tem em operação um separador de óleo aprovado pela Organização Marítima
Internacional (IMO) para garantir que o teor de óleo do efluente sem dissolução não será
superior a 15 partes por milhão;
As misturas de hidrocarbonetos não são do compartimento dos porões de bomba, no caso
de navios petroleiros;
A mistura oleosa, no caso de navios petroleiros, não é misturada com resíduos da carga
de óleo.
5.3 Procedimento de Disparo Suave dos Canhões de Ar
5.3.1 Introdução
Além das normas e políticas corporativas relevantes, nomeadamente, as Directrizes do Comité
Misto de Conservação da Natureza (JNCC) para minimizar o risco de lesões e perturbação em os
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mamíferos marinhos durante levantamento sísmico, a Spectrum implementará uma série de
procedimentos operacionais específicos para operações de pesquisa sísmica no mar e/ou
operações na África Austral.
5.3.2 Objectivo
Este procedimento descreve o método usado para aumentar progressivamente a saída acústica
da matriz de origem no início de cada linha sísmica, a fim de minimizar o prejuízo e a perturbação
para a fauna marinha e para cumprir com as directrizes e regulamentos regionais. Esta medida de
atenuação é baseada num princípio de precaução que aumentando lentamente a energia acústica
libertada, é dado tempo suficiente para que, mesmo em movimento relativamente lento a fauna
marinha se afaste da vizinhança da fonte de som. (De notar que o maior dos cetáceos só é capaz
de se mover a 2 nós).
5.3.3 Âmbito
Este procedimento aplica-se a todas as operações marítimas identificadas no Projeto de Pesquisa
Sísmica em que sejam necessárias medidas de protecção preventivas para a fauna marinha
(especialmente cetáceos, das tartarugas marinhas e tubarões-frade).
5.3.4 Definições
Termo Definição
Cetáceos Ordem de mamíferos marinhos que inclui cerca de 90 espécies de baleias,
golfinhos e botos.
Fauna
Marinha
Para efeitos do presente procedimento, qualquer animal da mega fauna que vive
no mar, incluindo baleias, golfinhos, botos, tartarugas marinhas e tubarões-frade.
MMO Observador de Mamíferos Marinhos. Pessoa treinada para manter uma observação
activada fauna marinha e registar observações para relatórios regulamentares.
Zona de
Observação
(Também conhecida como Zona de Exclusão ou Zona Mitigação). Área de 500m
de raio em torno do centro disparo do canhão de ar, vigiada pelo MMO para
observação de fauna marinha, que na presença de fauna provoca um atraso no
início dos disparos.
PAM Monitorização Acústica Passiva. Sistema que utiliza hidrofones para detectar e
controlar a presença de vocalizações de mamíferos marinhos, particularmente
aqueles que são difíceis de detectar visualmente. Fornece uma maior sensibilidade
do que a observação visual, permite a detecção durante a escuridão, mau tempo e
visibilidade ou condições de mar desfavoráveis.
Início Aumento gradual dos níveis sonoros emitidos pelo canhão de ar, conseguido por
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Termo Definição
Suave um início progressivo da potência do disparo do canhão de ar durante um
período de tempo definido.
5.3.5 Metodologia
O procedimento de aumento gradual da intensidade do disparo, conhecido internacionalmente
como arranque suave ou “ramp up”, deve ser utilizado sempre que os canhões de ar começam a
disparar, seja numa operação normal ou apenas numa situação de teste.
A ideia base para este procedimento é a de iniciar as actividades com baixa intensidade de
disparo, com o objectivo de proporcionar aos organismos marinhos, com capacidade de
locomoção a oportunidade de se afastarem da fonte de ruído.
Como anteriormente referido, o arranque suave dos canhões de ar - aumento temporal
progressivo da saída acústica dos canhões de ar antes do inicio da aquisição de dados – é
utilizado para minimizar a lesão e a perturbação da fauna marinha que pode estar nas imediações
do navio sísmico, dando aos animais tempo suficiente para que abandonem a área antes que os
níveis acústicos inicio da pesquisa sísmica (ou início de cada linha sísmica), depois de quaisquer
incidentes do navio que impliquem paragens de duração significativa dos canhões de ar.
Note-se que, em caso algum, se deve fazer qualquer tentativa para conduzir os animais para fora
de um determinado perímetro. As operações devem ser adiadas até que os organismos deixem
espontaneamente a área ou até que passem 30 minutos sem observar animais dentro das áreas
de aviso e segurança. Neste caso, o processo de arranque suave pode ser reiniciado.
5.3.5.1 Requisitos
A metodologia de arranque suave a aplicar inclui os seguintes requisitos:
Devem ser feitas pesquisas da área com duração de 30 minutos (60 minutos para áreas
com profundidades superiores a 200 metros) para detecção da presença de mamíferos
marinhos previamente ao início dos disparos, dependendo do tamanho do canhão
utilizado. A procura deve incluir observações visuais a partir do convés do navio. Assim
como o uso de equipamento de Monitorização Acústica Passiva (MAP). A monitorização
acústica passiva é baseada no uso de equipamento de um sistema especializado de sonar
para deteção e monitorização da presença de fauna marinha através das suas
vocalizações e dos sinais de ecolocalização. A MAP é utilizada em conjunto com as
observações visuais para deteção de fauna marinha durante a noite ou em condições de
reduzida visibilidade;
Os disparos dos canhões de ar não deverão recomeçar até que pelo menos 20 minutos
tenham passado desde o último avistamento de fauna marinha num raio de 500 metros a
partir do centro do conjunto dos canhões de ar;
Os disparos dos canhões de ar devem recomeçar com baixa energia, com uso do menor
volume dos canhões e ir aumentando progressivamente até atingir a capacidade máxima
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 32
ao longo de um período de 20 minutos (processo de arranque suave). Este procedimento
deverá ser sempre realizado, mesmo que não se tenha observado a presença de fauna
marinha durante o período anterior aos disparos;
Se forem necessários menos de 20 minutos para a mudança de linha sísmica, deve
manter-se a capacidade máxima de disparo de canhão de ar durante a viragem. Se a
mudança de linha demorar mais de 20 minutos, o canhão de ar de tiro deve ser
interrompido e o processo de arranque suave deve começar 20 minutos antes do início da
próxima linha, juntamente com uma pesquisa a realizar durante o período de mudança de
linha;
Se as operações de disparo dos canhões de ar cessarem durante um período superior a
10 minutos seja qual for a razão, deverá proceder-se previamente ao recomeço dos
disparos a uma pesquisa completa e a um período de 20 minutos de arranque suave, e se
houver fauna marinha presente os disparos deverão ser atrasados tal como descrito
acima. Se as operações pararem durante menos que 10 minutos, os disparos dos
canhões de ar podem começar imediatamente se uma observação visual da área não
detetar a presença de fauna marinha; e
Os disparos dos canhões de ar não terão que parar se for observada fauna marinha
durante o processo de arranque suave mas deve-se proceder ao registo dos detalhes da
observação.
5.4 Procedimento de Registo de Mamíferos Marinhos
5.4.1 Introdução
Além das normas e políticas corporativas relevantes, nomeadamente, as Directrizes do Comité
Misto de Conservação da Natureza (JNCC) para minimizar o risco de lesões e perturbação em os
mamíferos marinhos durante levantamento sísmico, a Spectrum implementará uma série de
procedimentos operacionais específicos para operações de pesquisa sísmica no mar e/ou
operações na África Austral.
5.4.2 Objectivo
Este procedimento descreve o método a ser usado para registar observações da fauna marinha.
Esta é uma exigência regulamentar, mas também serve a um meio valioso para aumentar o
conhecimento sobre a distribuição e abundância da fauna em áreas muitas vezes não cobertas
por outros meios de pesquisa.
5.4.3 Âmbito
Este procedimento se aplica a todas as operações marítimas em que foram identificadas no
Projecto Pesquisa Sísmica em que as observações de Mamíferos Marinhos devem ser realizadas.
O pessoal de bordo também deverá ser incentivado a relatar observações em outros momentos, e
este procedimento fornece uma estrutura para maximizar o valor destes dados para os biólogos e
investigadores marinhos. (De notar que, embora os regulamentos e procedimentos possam referir
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 33
"Mamíferos Marinhos", a apresentação de relatórios de tartarugas marinhas e tubarões-frade
também é incentivada).
5.4.4 Definições
Termo Definição
Cetáceos Ordem de mamíferos marinhos que inclui cerca de 90 espécies de baleias, golfinhos e botos.
MMO Observador de Mamíferos Marinhos. Pessoa treinada para manter uma observação activada fauna
marinha e registar observações para relatórios regulamentares.
PAM Monitorização Acústica Passiva. Sistema que utiliza hidrofones para detectar e controlar a presença de
vocalizações de mamíferos marinhos, particularmente aqueles que são difíceis de detectar visualmente.
Fornece uma maior sensibilidade do que a observação visual, permite a detecção durante a escuridão,
mau tempo e visibilidade ou condições de mar desfavoráveis.
5.4.5 Metodologia
O método a usar para o registo das observações de fauna marinha durante as operações em alto
mar inclui os seguintes procedimentos:
Deve recorrer-se a Observadores de Mamíferos Marinhos (OMM) a bordo do navio
sísmico para as observações visuais de detecção da presença de fauna marinha durante
as operações de pesquisa sísmica. Deverá recorrer-se a um número suficiente de
observadores de mamíferos marinhos de forma a assegurar as observações durante o
período diurno. O método de monitorização acústica passiva será utilizado durante o
período nocturno;
Todas as visualizações de fauna marinha devem ser registadas em formulários definidos
para os mamíferos marinhos. Os dados sobre os avistamentos devem considerar o registo
da espécie, número de indivíduos e descrição da fauna observada, uma descrição do
comportamento dos animais no momento do avistamento, e direcção do movimento,
assim como a descrição de qualquer acção de mitigação que tenha sido tomada durante a
pesquisa sísmica; e
Os formulários preenchidos relativos a mamíferos marinhos devem ser entregues às
autoridades regulatórias relevantes (MITADER) e arquivados pela Spectrum.
As observações da fauna marinha que decorrerem durante a pesquisa sísmica fornecem
informações valiosas sobre a distribuição e abundância da fauna marinha assim com sobre as
suas reacções às operações de pesquisa sísmica marítima.
5.4.5.1 Papel e Responsabilidades do MMO
As funções dos OMM são coordenar os esforços de monitorização com as operações de pesquisa
(através do pessoal envolvido na pesquisa sísmica e da equipa da ponte do navio), conduzir
observações visuais dos mamíferos marinhos durante as pesquisas sísmicas marinhas.
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 34
Os OMM encarregados de realizar esta tarefa deverão ser imparciais e neutros. Se uma equipa de
pessoal de monitorização estiver envolvido um OMM responsável deverá liderar claramente ser
designado para a responsabilidade geral das actividades e registo das OMM.
Os observadores a bordo deverão ter experiência comprovada na área da observação de
mamíferos marinhos ou formação específica actualizada realizada por uma instituição
especializada e o seu trabalho deve ser focado exclusivamente na monitorização dos organismos
marinhos.
5.4.5.2 Procedimentos
Deverão ser adoptados os seguintes procedimentos de forma a padronizar as observações e
assegurar a eficácia do esforço das observações:
O navio sísmico deve incluir a bordo um mínimo de três (3) observadores, para que pelo
menos dois (2) possam dividir simultaneamente o campo visual em duas partes e assim
cobrir não apenas a área de segurança mas, também a área de aviso.
Ilustração 1 - Diagrama de observação dos biota com representação de: centro do conjunto de canhões de ar (centro da figura), área de segurança de 500 m e área de aviso entre 500 m
e 1000 m.
Durante os períodos de repouso e refeições deverá ser adoptado um sistema de turnos
por forma a ter pelo menos dois observadores activos em monitorização.
Os observadores devem estar posicionados em pontos elevados do navio, permitindo o
maior alcance visual possível.
Utilizar durante o dia binóculos reticulares (para permitir o cálculo da distância).
O esforço de visualização deve começar cedo possível assim que houver luz do dia e
deve continuar sem interrupções até que a falta de luz ao entardecer não permita o
prosseguimento das observações. A monitorização deve ser conduzida
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 35
independentemente do navio estar ou não a realizar disparos dos canhões de ar, como
por exemplo durante as manobras de mudança de linha.
Antes do inicio dos disparos, os observadores devem observar com atenção especial a
área de segurança e a área de aviso, durante pelo menos 30 minutos, de forma a garantir
que não existem nas proximidades mamíferos marinhos ou quelónios.
Durante as operações e sempre que um mamífero marinho ou quelónio for observado na
área de aviso, o observador deve avisar os responsáveis pela operação para estarem
preparados para a eventualidade de abortar os disparos.
Se determinadas espécies protegidas pelos regulamentos aplicáveis se aproximarem da
área de segurança os disparos devem ser imediatamente suspensos, ou então os OMM
devem tomar uma decisão em função do percurso que se espera que o animal faça (para
espécies protegidas pelos regulamentos aplicáveis).
O procedimento a adoptar na comunicação com o gestor das operações deve ser claro e
simples de modo a permitir que sob o comando dos observadores a bordo se possam
parar as operações sísmicas a qualquer momento. Não devem existir procedimentos
intermediários que possam atrasar a paragem dos disparos dos canhões de ar.
Todos os mamíferos marinhos observados devem ser registados, mesmo que se
encontrem para além da área de aviso.
Sempre que possível deve proceder-se ao registo fotográfico das observações
Outros animais observados tais como tartarugas e peixes devem também ser registados
sempre que possível.
5.4.5.3 Autoridade do MMO
Os OMM em serviço têm a autoridade para solicitar a paragem ou adiamento das
operações apenas, quando determinadas espécies, protegidas pelos regulamentos
aplicáveis entrarem dentro da zona de segurança.
A paragem ou adiamento devem ser imediatos. Qualquer discussão ou divergência seguir-
se à paragem.
O capitão do navio não tem autoridade para anular a decisão dos OMM de parar ou
atrasar as operações, a não ser em situações que comprometam a segurança da equipa
e/ou do navio e/ou de outros navios que se encontrem nas proximidades da área de
pesquisa.
O MMO avisará do recomeço das operações, somente quando a zona de exclusão estiver
livre, conforme definido nos regulamentos aplicáveis.
5.5 Procedimento de Mitigação relativo a Aves Marinhas
As aves marinhas são normalmente advertidas da aproximação do navio, o que reduzirá a
probabilidade das aves se aproximarem demasiado para que ocorram interacções que provoquem
danos mensuráveis.
As luzes a bordo dos navios exercem atracção sobre as aves e, desta forma, a situação a bordo
do navio de pesquisa não deverá ser diferente de qualquer outro navio de carga ou de pesca de
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 36
tamanho semelhante. No entanto, durante a noite, principalmente em áreas próximas da costa ou
ilhas, caso ocorram colisões de aves com o navio, devem ser tomadas as seguintes medidas para
garantir que o maior número de aves possível seja devolvido com segurança ao seu habitat
natural:
Todos os convés do navio devem ser patrulhados com a frequência necessária para
assegurar que as aves sejam, sempre que possível, apanhadas e colocadas em caixas
(de papelão) logo após a colisão com o navio. Após a colisão as aves ficam
frequentemente "imobilizadas" no convés debaixo das luzes ou procuram áreas escuras
sob as máquinas ou equipamento similares.
Quando as aves forem colocadas em caixas estas devem ser cobertas para que fiquem a
recuperar num local um escuro, fresco e tranquilo por cerca de 5-10 minutos. No início as
aves poderão ficar agitadas porém, rapidamente ficarão calmas.
Após o período de recuperação, a caixa com as aves deverá ser transportada para a proa
ou para outra área do navio com um mínimo de iluminação. A tampa deve ser retirada e
cada ave removida à mão, individualmente. A libertação das aves é normalmente feita
deixando cair o pássaro ao lado do navio. Não há necessidade de lançar o pássaro ao ar
quando da libertação. Se as aves forem libertadas numa zona bem iluminada do navio,
poderão voar de volta para o navio e colidir novamente com este.
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 37
6 Medidas de Gestão Ambiental
O presente capítulo do PGA apresenta detalhadamente as medidas de gestão ambiental a serem
implementadas durante o Projecto de Pesquisa Sísmica. Estas medidas de gestão compreendem
medidas de mitigação definidas em conformidade com o processo de AIA.
As tabelas apresentadas foram estruturadas de modo a identificar o aspecto (ou o impacto a ser
abordado), as medidas de gestão ambiental a serem implementadas, incluindo as respectivas
entidades responsáveis, bem como a monitoria e a avaliação de desempenho para a
implementação das medidas de mitigação.
A presente lista de requisitos incluídos nesta secção compreende algumas medidas que já podem
ter sido incorporadas no projecto. Optou-se, no entanto, para as listar aqui, de modo a que não
sejam excluídas mais tarde, se consideradas essenciais para a gestão dos potenciais impactos
ambientais. Esta lista deve ser actualizada de modo a incluir todos os padrões adicionais
identificados nas autorizações emitidas pelas autoridades relevantes.
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 38
Tabela 9 – Medidas de Gestão Ambiental
Aspecto Nº. Medidas de Gestão Responsabilidade Monitorização e Avaliação de Desempenho
Monitorização Avaliação de Desempenho Frequência
FAUNA MARINHA
Impacto do ruído sísmico nos peixes
1. Iniciar os disparos dos canhões de ar com os procedimentos de arranque suave com uma duração mínima de 20 minutos, de modo a permitir que os peixes saiam das áreas de pesquisa evitando assim potenciais danos fisiológicos em resultado do ruído sísmico.
MMO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Antes do início dos disparos
2. Nenhumas actividades relacionadas com a aquisição sísmica devem ter lugar dentro de Áreas Marinhas Protegidas e áreas de especial importância para as populações de peixes, como o Banco de Sofala.
ECO Auditorias N.º de Não conformidades Antes do início das actividades de pesquisa
Impacto do ruído sísmico nas tartarugas marinhas
3. Iniciar os disparos dos canhões de ar com os procedimentos de arranque suave com uma duração mínima de 20 minutos.
MMO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Antes do início dos disparos
4. Um observador independente deve verificar numa área dentro de um raio de 500 m a presença de tartarugas antes do início dos "arranques suaves" e estes devem adiados até que a área esteja livre de tartarugas.
MMO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Durante a pesquisa
5. Realizar observações à luz do dia na área de pesquisa por observadores independentes a bordo e a incidência de tartarugas e suas respostas aos disparos sísmico devem ser registados.
6. Qualquer mortalidade óbvia ou lesões em tartarugas como resultado directo da pesquisa deve resultar na paragem temporária das operações.
7. Assegurar que o contratado usa bóias de cauda “amigas das tartarugas", ou que as bóias de cauda existentes estão equipadas com deflectores de guarda de tartarugas.
ECO Auditorias N.º de Não conformidades Antes do início das actividades de pesquisa
Impacto do ruído sísmico nos mamíferos marinhos – efeitos fisiológicos,
8. Manter uma vigília de ponte constante em todos os navios, de modo a detectar cetáceos em perigo de colisão com os navios.
MMO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Durante a pesquisa
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 39
Aspecto Nº. Medidas de Gestão Responsabilidade Monitorização e Avaliação de Desempenho
Monitorização Avaliação de Desempenho Frequência ferimentos, mortalidade – Cetáceos
9. Implementar os procedimentos de arranque suave, incluindo o uso de OMMs e MAP (durante a noite ou em condições de fraca visibilidade).
ECO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Antes do início dos disparos
10. Se espécies protegidas pelos regulamentos aplicáveis entrarem na área de segurança do disparo, este será imediatamente suspenso, se forem espécies não protegidas, o MMO deve decidir de acordo com a rota esperada dos animais.
MMO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Durante a pesquisa
Impacto do ruído sísmico nos mamíferos marinhos – resposta comportamental
11. Manter uma vigília de ponte constante em todos os navios, de modo a detectar cetáceos.
MMO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Durante a pesquisa
12. Implementar os procedimentos de arranque suave, incluindo o uso de OMMs e MAP (durante a noite ou em condições de fraca visibilidade).
ECO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Antes do início dos disparos
13. Proibir qualquer actividade de aquisição sísmica dentro de Áreas Marinhas Protegidas e de áreas de especial importância para as populações de peixes, como o Banco S. Lázaro.
ECO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Antes do início das actividades de pesquisa
Impacto do ruído sísmico nos mamíferos marinhos - Interferência com a (mascaramento da) comunicação
14. Manter uma vigília de ponte constante em todos os navios, de modo a detectar cetáceos.
MMO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Durante a pesquisa
15. Implementar os procedimentos de arranque suave, incluindo o uso de OMMs e MAP (durante a noite ou em condições de fraca visibilidade)
ECO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Antes do início dos disparos
Impacto do potencial choque de cetáceos com embarcações
16. Manter uma vigília de ponte constante em todos os navios, de modo a detectar cetáceos em perigo de colisão com os navios.
MMO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Durante a pesquisa
17. Implementar os procedimentos de arranque suave, incluindo o uso de OMMs e MAP (durante a noite ou em condições de fraca visibilidade).
ECO Relatório de Observação da Mega Fauna
N.º de Não conformidades Antes do início dos disparos
AMBIENTE SOCIAl
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 40
Aspecto Nº. Medidas de Gestão Responsabilidade Monitorização e Avaliação de Desempenho
Monitorização Avaliação de Desempenho Frequência
Risco de saúde e segurança para os mergulhadores recreativos e pescadores
18. Deverá implementar-se um plano de comunicação, com o objectivo de informar as comunidades de pescadores e os praticantes de mergulho da altura e localização das actividades de pesquisa sísmica de modo a que estes possam planear antecipadamente as actividades de mergulho e evitar os locais onde o navio estará a realizar a pesquisa sísmica.
ECO Plano de Comunicação N.º de Não conformidades N.º de queixas
Antes do início das actividades de pesquisa
Criação de oportunidades de emprego
19. Dar prioridade à população local nas oportunidades de emprego, desde que os candidatos possuam as competências necessárias, principalmente para tarefas que não requerem mão-de-obra especializada;
Empreiteiro Auditoria % da mão de obra local contratada N.º de Não conformidades N.º de queixas
Antes do início das actividades de pesquisa
20. Publicitar adequadamente as oportunidades de emprego, de modo a não limitar as oportunidades de candidatura;
21. Implementar um processo transparente de recrutamento de pessoal, obedecendo a critérios pré-estabelecidos e aceites;
22. O processo de contratação deverá estar em cumprimento com a legislação aplicável. A contratação de mão-de-obra infantil é interdita. Assegurar contratos de trabalho válidos a todos os empregados da empreitada
ACTIVIDADES DE PESCA
Deslocalização das actividades piscatórias (perda de acesso aos bancos de pesca) – Pesca artesanal
23. Implementar sistemas padrão de comunicação (via rádio e contacto visual constante na ponte do navio) assim como sistemas de navegação (iluminação e sistemas de sinalização) no navio de pesquisa e navios de apoio.
ECO Plano de Comunicação N.º de Não conformidades N.º de queixas
Diariamente durante a pesquisa
24. Colaborar com as autoridades relevantes (por exemplo, o IDPPE, Administração Marítima Provincial, etc.) para informar com antecedência os pescadores artesanais das actividades sísmicas planeadas.
ECO Plano de Comunicação N.º de Não conformidades N.º de queixas
Diariamente durante a pesquisa
Deslocalização das actividades piscatórias (perda de acesso aos bancos de pesca) – Pesca
25. Implemente sistemas padrão de comunicação (via rádio e contacto visual constante na ponte do navio) assim como sistemas de navegação (iluminação e sistemas de sinalização) no navio de pesquisa e navios de apoio.
ECO Plano de Comunicação N.º de Não conformidades N.º de queixas
Diariamente durante a pesquisa
Pesquisa Sísmica Marítima 3D na Bacia de Moçambique, Área do Delta do Zambeze
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 41
Aspecto Nº. Medidas de Gestão Responsabilidade Monitorização e Avaliação de Desempenho
Monitorização Avaliação de Desempenho Frequência semi industrial. 26. Garantir que os pescadores semi-industriais são informados
sobre a localização pretendida e o momento da realização das pesquisas sísmicas por exemplo, através da emissão de avisos aos navegantes.
ECO Plano de Comunicação N.º de Não conformidades N.º de queixas
Antes do início das actividades de pesquisa
Deslocalização das actividades piscatórias (perda de acesso aos bancos de pesca) – Pesca industrial.
27. Implemente sistemas padrão de comunicação (via rádio e contacto visual constante na ponte do navio) assim como sistemas de navegação (iluminação e sistemas de sinalização) no navio de pesquisa e navios de apoio.
ECO Plano de Comunicação N.º de Não conformidades N.º de queixas
Deslocalização das actividades piscatórias (perda de acesso aos bancos de pesca) – pesca à linha
28. Garantir que os pescadores de pesca à linha são informados sobre a localização pretendida e o momento da realização das pesquisas sísmicas por exemplo, através da emissão de avisos aos navegantes.
ECO Plano de Comunicação N.º de Não conformidades N.º de queixas
Deslocalização das actividades piscatórias (perda de acesso aos bancos de pesca) – pesca recreativa e desportiva.
29. Garantir que os pescadores amadores são informados sobre a localização pretendida e o momento da realização das pesquisas sísmicas por exemplo, através da emissão de avisos aos navegantes.
ECO Plano de Comunicação N.º de Não conformidades N.º de queixas
Diariamente durante a pesquisa
TRÁFEGO MARÍTIMO
Impactos sobre o tráfego marítimo
30. Implementar Sistemas de comunicação padrão (Manter uma vigilância visual constante e radio contacto) implementar os sistemas de navegação e aviso existentes a bordo (p.e. sinais luminosos) nas embarcações de pesquisa sísmica e embarcações de suporte.
ECO Plano de Comunicação N.º de Não conformidades N.º de queixas
Antes do início das actividades de pesquisa
31. Certificar-se de que os pescadores industriais e semi-industriais, e outros utilizadores do mar são informados sobre a localização e o momento da pesquisa, por exemplo, através da emissão de avisos aos navegantes.
ECO Plano de Comunicação N.º de Não conformidades N.º de queixas
Diariamente durante a pesquisa
Pesquisa Sísmica Marítima 2D e 3D na Bacia do Rovuma, Moçambique
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 42
7 Planos de Gestão Ambiental
Estes planos têm por objectivo antever os impactos resultantes de todas as actividades propostas
para o Projecto de Pesquisa Sísmica Marítima 2D e 3D e propor medidas de mitigação para os
mesmos.
7.1 Plano de Comunicação
7.1.1 Considerações Gerais
A Spectrum pretende realizar operações de pesquisa sísmica 2D e 3D em mar alto nas águas da
Bacia do Rovuma, no Norte de Moçambique. Estima-se que esta pesquisa tenha uma duração
máxima de 6 meses, tempo que inclui a aquisição de dados sísmicos e o tempo de reserva para
paragens devido a mau tempo, mar revolto ou outros potenciais atrasos. O objectivo da pesquisa
sísmica é mapear a geologia subterrânea e providenciar uma imagem estrutural dos fundo
marinhos em termos do seu conteúdo em hidrocarbonetos.
As presentes directrizes para elaboração do Plano de Comunicação constantes serão incluídas no
Plano de Gestão Ambiental (PGA) do EIA tal como solicitado em fase de EPDA pelo MITADER.
O objectivo deste plano é garantir uma comunicação eficaz entre a Spectrum, pescadores semi-
industriais e Industriais, operadores turísticos e outros utilizadores do mar /partes interessadas
incluindo as autoridades provinciais, distritais e locais, de modo a minimizar os efeitos da pesquisa
sísmica sobre os operadores marítimos que actuam na área da pesquisa sísmica. O presente
documento inclui então as directrizes globais que permitirão desenvolver o plano de comunicação
final do presente projecto.
Conforme requisito do MITADER, a Spectrum deverá implementar um Plano de Comunicação de
modo a assegurar plenas condições de segurança durante a realização das operações de
pesquisa sísmica 2D e 3D. Na eventualidade da ocorrência de qualquer acidente, a Spectrum
deverá também reportar devidamente todos os detalhes do ocorrido às autoridades locais.
Para a materialização e implementação do plano de comunicação aconselha-se que a Spectrum
designe as pessoas responsáveis pela actividade de comunicação (Oficial de Comunicação) que
interagirá com todas as partes interessadas e instituições oficiais.
7.1.2 Principais Directrizes de Comunicação
O Plano de Comunicações deverá ter como objectivo informar os pescadores e outros utilizadores
do mar (como por exemplo os Operadores Turísticos, mergulhadores, pescadores e autoridades
portuárias) do calendário e localização das actividades de pesquisa, de modo a que os mesmos
possam tomar as medidas necessárias para que as operações de pesquisa sísmica interfiram o
mínimo possível com as suas actividades de rotina;
A implementação do plano de comunicações deverá ficar ao cargo do proponente, sendo que
todos os custos deverão ser suportados pelo mesmo;
Pesquisa Sísmica Marítima 2D e 3D na Bacia do Rovuma, Moçambique
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 43
Deverão ser tomadas as medidas necessárias para que o Plano de Comunicação seja
implementado 15 a 30 dias antes do início das actividades previstas. Estas deverão incluir, sem
estar limitada, às seguintes Partes Interessadas:
Autoridades locais (Administrações dos Distritos Costeiros Abrangidos e as Instituições
Relevantes.
Porto de Pemba e Autoridades portuárias e controladores marítimos relevantes da área de
intervenção;
Pescadores (através das Associações e/ou Centros de Pesca assim como as instituições
ligadas a pesca, como o IDPPE e o IIP);
Utilizadores recreativos/desportistas;
Embarcações de recreio;
Embarcações de grande porte que se encontram previstas de entrar nos Portos de Pemba
(por intermédio de aviso aos navegantes).
Especial atenção deverá ser dada à comunicação dos locais e calendário das operações de
aquisição sísmica às Associações de pescadores Industriais e Semi-industriais. Para tal,
recomenda-se que a Spectrum se articule com o IDPPE, de modo a estabelecer uma rede de
contactos com os centros de pesca e associações de pesca local, de modo a permitir uma troca
atempada de informação. A informação sobre o local e horário das passagens dos navios sísmico
numa determinada área deverá ser informada às comunidades de pescadores dessa área com
pelo menos uma semana de antecedência, para evitar a colocação e consequente perda de redes
nos percursos dos navios sísmicos;
O Plano de Comunicações deverá ainda incluir as seguintes actividades de divulgação geral:
Sessão de esclarecimentos com entidades oficiais para contextualizar as actividades do
projecto global;
A presença do Oficial de Comunicação em uma embarcação de suporte;
Anúncios no sistema de navegação oficial (Aviso aos navegantes).
O Plano de Comunicações deverá ser aprovado pelo Oficial de Controlo Ambiental (OCA do
projecto).
7.1.3 Responsabilidades na Comunicação
Durante a pesquisa sísmica a Spectrum ou um seu representante (Oficial de Comunicação)
deverá implementar as actividades de comunicação com as partes interessadas sendo também
responsável por realizar contactos e marcar reuniões com as entidades oficiais.
Aconselha-se por isso que a Spectrum nomeie e indique pelo menos um Oficial de Comunicação
(OC), responsável pela implementação das medidas acima mencionadas. O OC deverá manter
um registo de actas de todas as reuniões realizadas e registo fotográfico.
O OC deverá pelo menos:
Estar familiarizado com o Plano de Comunicação
Pesquisa Sísmica Marítima 2D e 3D na Bacia do Rovuma, Moçambique
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 44
Estar familiarizado com as comunidades locais e as actividades de pesca dentro da área
do projecto
Ser um residente local ou uma autoridade local sempre que possível.
Deverá falar claramente o Português e dialectos locais mais comuns.
Estar capacitado para comunicar e explicar as restrições de tráfego, o calendário das
actividades e clarificar possíveis dúvidas e ouvir a novas sugestões das Partes
interessadas
O OC deverá registar e levar em conta as expectativas das Partes Interessadas, suas
preocupações e sugestões. O OC deverá informar ao OCA acerca das preocupações e sugestões
e este deverá aplicá-las sempre que possível.
A Spectrum ou seu representante designado será então responsável por todas as actividades de
ligação com as entidades oficiais e comunicação com as partes interessadas assumindo os custos
inerentes à implementação das actividades de comunicação.
7.1.3.1 Emissões da Rádio Moçambique
A Spectrum poderá recorrer ao serviço noticioso da Rádio Moçambique para a transmissão
atempada uma a duas semanas antes das operações de pesquisa sísmica e durante o período da
realização das operações, fornecendo informações relativas às datas e localização do navio
sísmico. A Rádio Moçambique poderá emitir noticias uma a duas vezes por dia antes do início das
operações com o objectivo de avisar a população e outras partes interessadas sobre o programa
sísmico.
Aconselha-se que caso se recorra aos serviços da rádio Moçambique que todas as transmissões
sejam efectuadas em onda média e FM e em Português
7.1.3.2 Comunicação com os operadores turísticos
Dado que os Operadores Turísticos são fácil e rapidamente contactáveis por via do telefone,
correio electrónico e/ou fax, a informação respeitante ao programa de aquisição sísmica poderá
ser providenciada aos Operadores Turísticos a partir de um centro baseado em terra (escritório). O
principal objectivo da informação será permitir aos Operadores Turísticos planificar as actividades
de mergulho fora das áreas de influência das actividades sísmicas. As informações a prestar aos
operadores serão baseadas na informação recebida do navio sísmicos pelo escritório em terra. A
informação incluirá uma descrição de onde e quando os navios sísmicos estão a operar e uma
lista das potenciais áreas de mergulho que poderão, eventualmente, ser afectadas pelos navios
sísmicos.
Poderão ser igualmente distribuídos mapas de referência que ilustram a localização da pesquisa
sísmica aos Operadores Turísticos. Os O escritório em terra da Spectrum enviará mensagens de
fax e/ou mensagens de correio electrónico aos Operadores Turísticos registados no Fórum de
Turismo. Esta informação permitirá aos Operadores Turísticos evitar o mergulho em áreas restritas
e permitir a pesca desportiva em áreas distantes do navio sísmico.
Pesquisa Sísmica Marítima 2D e 3D na Bacia do Rovuma, Moçambique
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 45
7.1.3.3 Meios de Comunicação com as autoridades governamentais e outras entidades formais
As actividades de comunicação com as autoridades governamentais e outras autoridades formais
deverão ser implementadas pelo Oficial de comunicações e deverão envolver representantes de
instituições governamentais provinciais, entidades do sector privado como por exemplos os
representantes dos sectores do turismo e das pescas assim como o Oficial de Controlo Ambiental
(OCA).
Propõe-se que as Entidades Oficiais a contactar incluam as seguintes agências reguladoras:
Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER);
Centro de Desenvolvimento Sustentável para as Zonas Costeiras (CDS-ZC);
Ministério do Turismo;
Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação (INAHINA);
Instituto Marítimo Nacional (INAMAR);
Autoridade Portuária (CFM – Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique).
7.1.3.4 Comunicações a nível provincial
A estratégia de comunicação ao nível Provincial deverá consistir numa interação sistemática e
regular através de reuniões presenciais com representantes de cada instituição e
complementarmente através do envio de informação numa base regular via email /fax e cartas
formais e por via telefónica (sempre que necessário).
Desde uma base em terra, O Oficial de comunicação designado pela Spectrum será responsável
pela organização das reuniões com as entidades oficiais ao nível provincial e distrital. Sugere-se a
realização das reuniões presenciais numa base mensal ou bimestral. O OC deverá manter um
registo das actas de todas as reuniões realizadas.
A realização de reuniões presenciais com as partes interessadas oferece uma oportunidade para
avaliar a eficácia do programa de comunicação e, caso necessário, serem sugeridos ajustamentos
ao programa de comunicação.
O oficial de comunicações será também responsável pelo envio regular de informação às
entidades oficiais. A informação a enviar será referente às operações sísmicas, de modo a que
estas partes interessadas possam acompanhar, passo a passo, o itinerário do navio sísmico. Esta
informação incluirá uma descrição de onde e quando o navio sísmico estará a operar.
7.1.3.5 Comunicações a nível distrital
A estratégia de comunicação a nível distrital deverá ser baseada em interações sistemáticas
com as partes interessadas e a promoção de encontros periódicos de avaliação (pelo menos
mensais ou bimestrais). As interações sistemáticas serão levadas a cabo durante a altura em que
o navio sísmico estiver a operar nesse distrito em particular. As autoridades distritais receberão
informação do Oficial de Comunicação da Spectrum. Toda a informação relativa ao programa do
navio sísmico, será transmitida às autoridades distritais com uma periodicidade semanal, via fax,
Pesquisa Sísmica Marítima 2D e 3D na Bacia do Rovuma, Moçambique
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 46
telefone e cartas formais focando-se nos aspectos relacionados com o plano sísmico,
emergências ou ajustamentos associados com o programa sísmico e outros aspectos.
7.1.3.6 Aviso aos navegantes
Compete também à Spectrum, através de um seu representante comunicar antecipadamente ao
Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação (INAHINA) o período de operação do navio sísmico
em cada localização nas águas da Bacia do Rovuma de modo a que este instituto possa realizar a
publicitação dos Anúncios no sistema de navegação oficial (Avisos aos Navegantes) sobre a
presença do navio sísmico e navios de apoio indicando a respectiva área de exclusão associada
às actividades de prospecção sísmica. De igual modo o Porto de Pemba deverá ser informado
antecipadamente do planeamento de entradas e saídas de todas as embarcações associadas às
actividades sísmicas.
7.2 Plano de Acção de Emergência
7.2.1 Potenciais Situações de Risco
As potenciais situações de risco poderão estar especificamente relacionadas com os processos
abaixo descritos.
7.2.1.1 Descargas para o mar
Durante as operações normais de aquisição sísmica, as descargas de resíduos para o mar
compreenderão o efluente sanitário, resíduos orgânicos de cozinha, águas de drenagem do
convés e da casa de máquinas, água de porão, etc. Efluentes domésticos não tratado e resíduos
orgânicos podem impor uma carga orgânica e bacterial nos processos de biodegradação naturais
do mar. Isto pode aumentar a Carência Biológica de Oxigénio (CBO) e causar condições
anaeróbicas no mar.
Contudo, os navios sísmicos a serem utilizados durante o projecto proposto estão equipados com
estações de tratamento de águas residuais, incineradores para as lamas e óleos residuais,
separadores de hidrocarbonetos e equipamento de absorção de derrames de hidrocarbonetos
(SOPEP) e de controlo de danos, em concordância com o Anexo I da MARPOL 73/78.
Adicionalmente, a drenagem do convés irá conter volumes muito reduzidos de potenciais
poluentes tóxicos, enquanto a drenagem do espaço das máquinas e as águas de porão passarão
pelos separadores de óleo/água antes da descarga, para assegurar o cumprimento com o Anexo I
da MARPOL 73/78. Os volumes de todas as descargas para o mar serão pequenos, e os navios
sísmicos estarão continuamente em movimento, ajudando à diluição e reduzindo este risco.
Pesquisa Sísmica Marítima 2D e 3D na Bacia do Rovuma, Moçambique
EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 47
7.2.1.2 Derrames acidentais de hidrocarbonetos
Derrames de combustível para o mar podem ocorrer na improvável ocasião de uma colisão de
navios ou na ruptura das condutas de combustível, durante o abastecimento em mar.
Para evitar colisões no mar, serão implementadas as medidas padrão de segurança de
navegação, incluindo vigilância constante.
O abastecimento de combustível no mar irá suceder durante o levantamento sísmico 3D, sendo
possível também que ocorra para os navios 2D. O risco de derrames durante o abastecimento
será limitado pela supervisão contínua e avaliação de risco durante o abastecimento. O uso de
acoplamentos de segurança com válvulas de corte durante o abastecimento assegurará que
qualquer derrame será de um volume relativamente pequeno, antes do mesmo ser detectado e
interrompido. Além disso, o gasóleo marinho que será usado no navio 3D é menos persistente no
ambiente marinho que a maior parte dos outros combustíveis marinhos. Será improvável que
qualquer pequeno derrame de gasóleo marinho dentro da área de levantamento sísmico planeada
atinja a costa moçambicana em volume relevante.
Os navios terão Programas de Emergência para Poluição de Hidrocarbonetos (SOPEP) instalados
para dar resposta aos derrames de nível I e II e, a ocorrência de derrames de nível III durante as
aquisições sísmicas propostas é altamente improvável.
7.2.1.3 Risco de contaminação de terra (onshore)
Os materiais residuais combustíveis gerados pelos navios sísmicos e de apoio serão incinerados
nos incineradores de bordo. Alguns materiais residuais, no entanto, serão recolhidos e
armazenados a bordo dos navios, e levados para terra para tratamento/manuseamento e
deposição. Isto poderá incluir resíduos químicos e perigosos, como baterias de lítio, cartuchos de
tinteiros, etc., caixas vazias e contentores que podem conter resíduos contaminantes, assim como
cinzas de incineração.
O risco de poluição em terra associado com a deposição de resíduos irresponsável não pode ser
quantificado, por depender dos tipos de resíduos e como eles são tratados e/ou eliminados, as
localizações de eliminação, as características ambientais do ambiente receptor e o destino último
dos resíduos eliminados. Contudo, nas actividades de levantamento sísmico planeado é bastante
improvável serem produzidas grandes quantidades de resíduos para tratamento ou eliminação em
terra.
O Procedimentos de Gestão da Spectrum serão implementados durante as actividades de
aquisição sísmica planeadas ao largo da costa de Moçambique, e assegurarão que todos os
resíduos e materiais gerados durante as actividades são rastreados e legalmente eliminados.
7.2.1.4 Riscos relacionados com a segurança
Além do navio de aquisição sísmica, as actividades planeadas irão envolver outros navios de
apoio, de menor dimensão. O navio sísmico será assistido por um navio de apoio. No caso da
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 48
pesquisa sísmica 3D, será usada um segundo navio de apoio, para patrulhar a área de pesquisa e
evitar que as outras embarcações se aproximem do navio sísmico.
A falta de manobrabilidade dos navios sísmicos pode interferir com o restante tráfego marítimo
(incluindo outros navios da indústria de petróleo e gás, navios de transporte marítimo, etc.), visto
que estes outros navios terão de alterar as suas rotas para dar prioridade aos navios sísmicos e o
seu equipamento rebocado.
Os sistemas padrão de comunicação (constante vigia e contacto por rádio) e navegação (sistemas
de sinalização e iluminação) serão utilizados nos navios de aquisição e de apoio, e serão também
emitidas Notificações aos Marinheiros para avisar os outros utilizadores do mar da potencial
presença de navios. Adicionalmente, as embarcações de pesquisa serão acompanhadas por
embarcações de apoio, que irão também avisar os outros utilizadores do mar sobre as actividades
de pesquisa.
Estas medidas irão assegurar que o tráfego marítimo local e internacional seja informado de como
evitar as áreas de aquisição sísmica, com um aumento mínimo do risco de segurança ou
interferência.
7.2.1.5 Riscos de Incêndios
O risco de incêndio durante as actividades sísmicas pode ser associado coma manipulação de
produtos inflamáveis, como produtos de petróleo na área de fornecimento de combustível, curtos-
circuitos eléctricos nas máquinas e motores a bordo.
Este risco pode ser reduzido a improvável, mas de média a alta magnitude, pode ser minimizado
coma manutenção adequada dos motores, geradores, o incinerador, etc., e da conformidade com
as medidas de segurança adequadas, como padrões para a navegação.
7.2.2 Resposta à Emergência
Mesmo considerando pequenos os riscos ambientais resultantes das pesquisas sísmicas
marítimas 2D e 3D, em Moçambique algumas estratégias de resposta de acidentes deverão ser
planeadas e implementadas de forma correcta na eventualidade de algum acidente ocorrer.
Os principais objectivos da estratégia de resposta são:
Assegurar a segurança dos trabalhadores envolvidos nas actividades de pesquisa sísmica
e garantir a segurança e protecção da área natural na qual recai o projecto;
Minimizar a possibilidade de derrames através da adopção de medidas de precaução;
Monitorizar as fugas de combustíveis, lubrificantes ou óleos nos casos em que exista rico
de contaminação de água;
Conter derrames;
Drenar os líquidos provenientes do abastecimento de combustíveis, lubrificantes e óleos
às máquinas e veículos, com uma bacia de decantação que posteriormente separe e
deposite os resíduos em locais apropriados para o efeito.
Pesquisa Sísmica Marítima 2D e 3D na Bacia do Rovuma, Moçambique
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Na eventualidade de ocorrência de incidentes que resultem em fugas de maior escala de produtos
inflamáveis, deverá haver uma coordenação entre a polícia marinha/de trânsito, bombeiros e
autoridades locais de modo a assegurar uma rápida intervenção para contenção da fuga.
A estratégia a escolher vai depender na sua aplicabilidade, na disponibilidade de equipamentos e
na oportunidade de cada uma destas opções.
A estratégia de resposta que será tomada na eventualidade de ocorrência de uma fuga de
hidrocarbonetos por exemplo, vai depender de um número de factores, tais como:
A extensão e características da fuga;
O ambiente em que a fuga ocorreu;
No seu alegado efeito ao ambiente;
Outros factores do incidente e condições meteorológicas, e
Manutenção do equilíbrio das sensibilidades ambientais na evolução e rota da fuga.
Independentemente de qualquer estratégia de resposta a implementar deverá ser aplicado o
princípio das Melhores Práticas/Tecnologias Disponíveis sem Imposição de Custos Excessivos.
No caso de pequenos derrames operacionais das embarcações (os considerados de maior risco
para este projecto), estes deverão ser imediatamente resolvidos utilizando recursos da
embarcação e locais. Qualquer incidente deverá ser comunicado às autoridades competentes.
Dentre as opções de resposta, poderão ser utilizadas barreiras flutuantes, escumadeiras e
materiais absorventes. A tripulação deverá ser treinada sobre a forma correcta de utilizar o
equipamento e responder imediatamente após o derrame ser detectado.
As embarcações de instalação e de apoio deverão possuir um Plano de Contingências interno
para as suas actividades e seguir os princípios previstos no Plano Nacional de Contingência de
Derrames de Hidrocarbonetos de Moçambique.
7.2.3 Prevenção
Medidas de prevenção são consideradas neste caso as mais relevantes para contingência de
acidentes e riscos ambientais. Algumas medidas de prevenção recomendadas incluem as
seguintes:
Correcto manuseamento de produtos – a Spectrum deverá ter em consideração os
padrões que qualidade ambiental e a emissão de efluentes, especificados no Decreto n.º
18/2004.
Deposição correcta de produtos tóxicos – é determinantemente proibido que os
trabalhadores da Spectrum depositem qualquer tipo de substância susceptível de
contaminar a água (tais como óleos) ou resíduos sólidos.
Deposição correcta de resíduos sólidos – os resíduos sólidos gerados deverão ser
depositados num local aprovado pelo OCA e autoridades locais.
Plano de incêndios – a Spectrum deverá seguir as medidas estabelecidas neste PGA e
disponibilizar os equipamentos de combate a incêndios e quantidades adequadas às
circunstâncias de modo a poder reter o incêndio o mais rápido possível.
Pesquisa Sísmica Marítima 2D e 3D na Bacia do Rovuma, Moçambique
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Boa comunicação com outros controladores marítimos – os controladores marítimos
devem ser notificados a priori sobre o início das operações, através dos canais normais de
comunicação, mantendo-os todo tempo informados acerca das operações e rota das
embarcações. A medida que os controladores são mantidos informados, potenciais
situações de acidente poderão ser prevenidas.
Navegabilidade da embarcação – as embarcações deverão estar certificadas e seguir os
padrões existentes de segurança nacional e internacional, que exigem que medidas e
procedimentos específicos de precaução sejam implementados para diminuir os riscos de
acidentes no mar.
7.3 Plano de Segurança das Embarcações
A Spectrum deverá desenvolver para cada embarcação um Plano de Segurança, que deverá
incluir e detalhar todas as recomendações de segurança descritas no presente PGA e ainda
desenvolver protocolos de resposta adequados a todas as condições de emergência previsíveis,
incluindo situações de condições climáticas extremas (ciclones e tempestades) e risco de
incidentes de pirataria.
7.4 Plano de Conscientização e Prevenção de HIV
O HIV e SIDA é uma das grandes ameaças para o desenvolvimento de Moçambique. A
prevalência de HIV / AIDS entre os jovens e adultos (15 - 49 anos de idade), foi calculada a uma
taxa de 11,5% entre 2008 e 2009 (INSIDA 2009). Em 1997, a taxa foi de 8,6%. Não há meta
nacional fixada para 2015.
A Lei n º 5/2002, Lei de Protecção dos Trabalhadores com HIV/SIDA, estabelece os princípios
gerais que visam assegurar que todos os empregados e candidatos a emprego não sejam
discriminados no local de trabalho ou quando se candidatam a empregos, porque eles são
suspeitos ou tem HIV/AIDS. O Artigo 8 estabelece que o trabalhador que se infecta com o
HIV/SIDA no local de trabalho, em conexão com sua ocupação profissional, além da compensação
a que têm direito, têm garantia de assistência médica adequada para aliviar seu estado de saúde,
de acordo com a Lei do Trabalho e demais legislação aplicável, custeados pelo empregador.
A Spectrum deve preparar e implementar um programa e procedimento(s) para minimizar a
propagação da infecção de HIV. O programa será preparado com a assistência de um especialista
na área. Um programa típico deve incluir, entre outros, a implementação das seguintes medidas:
Implementação da Política de HIV e de um Plano de Conscientização e Prevenção;
Conscientização dos trabalhadores sobre os modos de transmissão de HIV/SIDA e outras
ITS, incluindo as consequências do comportamento arriscado;
Realizar campanhas de sensibilização para os trabalhadores sobre as formas de
transmissão de DTS e HIV / AIDS, incluindo comportamentos de risco;
Incentivar, durante a sensibilização, os funcionários a passar por testes de HIV (fora do
âmbito do contrato de trabalho);
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EIA – Vol II Plano de Gestão Ambiental 51
Encorajar os trabalhadores a manterem-se informados quanto à sua condição de
seropositividade;
Fornecimento gratuito de preservativos;
Incentivar os funcionários a submeterem-se a tratamento de DTSs, em fase inicial de
infecção / diagnóstico, para minimizar o risco de infecção pelo HIV e criar condições para
este fim - Tais condições incluem a concessão de licença para a qual o trabalhador pode
passar para a unidade sanitária e criação de mecanismos internos para permitir que os
trabalhadores não se abstenham de procurar cuidados de saúde devido à falta de fundos;
Encaminhar trabalhadores para clínicas para o tratamento precoce e monitoramento de
infecções secundárias / oportunistas, tais como tosse, gripe e pneumonia;
É proibida a testagem de HIV/SIDA aos trabalhadores, candidatos a emprego, candidatos
para avaliar o treinamento ou candidatos a promoção, a pedido dos empregadores, sem o
consentimento do trabalhador ou candidato a emprego. O proponente deverá treinar e
reorientar todos os trabalhadores infectados com o HIV/SIDA, que sejam capazes de
cumprir os seus deveres no trabalho, levando-a para um emprego compatível com as suas
capacidades residuais.
7.5 Plano de Educação e Sensibilização em Ambiente e Segurança
Durante todas as fases das actividades de aquisição sísmica será da responsabilidade do Agente
Local da Spectrum e do OCA assegurar que os objectivos e as especificações deste PGA são
comunicadas a todos os funcionários e subcontratados.
O OCA deve assegurar o treino adequado de consciencialização ambiental ao pessoal sénior no
terreno e que todos os trabalhadores recebem uma indução sobre a importância e as implicações
do PGA. A apresentação será realizada, na medida do possível, na língua escolhida pelos
funcionários. No mínimo, a formação deve incluir:
Explicação da importância de cumprir com o PGA;
Discussão dos potenciais impactos ambientais das actividades previstas;
As responsabilidades e papeis dos funcionários, incluindo a preparação para situações de
emergência;
Explicação das medidas de mitigação que devem ser implementadas na realização de
actividades;
Explicação das especificidades deste PGA e respectivas especificações, e
Explicação da organização da estrutura de gestão dos intervenientes em assuntos
relacionados com o PGA.
O OCA deverá manter os registros de todas as sessões de treino ambiental, incluindo nomes,
datas e as informações apresentadas.
Uma cópia do PGA estará disponível nos escritórios de apoio e o OCA irá assegurar que todo o
pessoal (incluindo qualquer subcontratado e seus funcionários), bem como os fornecedores, estão
familiarizados e compreendem as especificações contidas no PGA.
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8 Referências Bibliográficas
Guidelines for minimizing the risk of injury and disturbance to marine mammals from seismic
surveys: UK Joint Nature Conservation Council (JNCC), August 2010
Implementation of Seismic Survey Mitigation Measures and Protected Species Observer Program:
US Bureau of Ocean Energy Management, Regulation and Enforcement (BOEMRE), Minerals
Management Service (MMS), Notice to Lessees and Operators, NTL No. 2007-G02
Vessel Strike Avoidance and Injured/Dead Protected Species Reporting: US Bureau of Ocean
Energy Management, Regulation and Enforcement (BOEMRE), Minerals Management Service
(MMS), Notice to Lessees and Operators, NTL No. 2007-G04
Mandatory Ship Reporting System for North Atlantic Right Whales, US NOAA Fisheries
Interaction between offshore seismic exploration and whales, Australian Environment Protection
and Biodiversity Conservation Act (EPBC), Policy Statement 2.1
Species Agreements: Convention on Migratory Species (CMS)