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Manaus 2015 Pesquisa SINDARMA: Transporte Hidroviário Interior de Passageiros e Cargas SINDARMA José Teixeira de A. N. Santos Organizadores Dodó Carvalho José Teixeira de A. N. Santos

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Manaus 2015

Pesquisa SINDARMA: Transporte Hidroviário Interior de Passageiros

e Cargas

SINDARMA

José Teixeira de A. N. Santos

Organizadores Dodó Carvalho José Teixeira de A. N. Santos

Pesquisa SINDARMA: Transporte Hidroviário Interior de Passageiros

e Cargas

SINDARMA

Manaus 2015

José Teixeira de A. N. Santos

Organizadores Dodó Carvalho

1

EXPEDIENTE/CRÉDITOS

Direção Editorial SINDARMA - Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas

Diretoria do SINDARMA Dodó Carvalho - Presidente

Galdino Girão de Alencar Júnior - 1º Vice-Presidente

Alcilene Monteiro - 2º Vice-Presidente

Erasmo Bertolini - 3º Vice-Presidente

Paulo Duarte Alecrim - 1º Secretário

Oziel Mustafa dos Santos Neto - 2º Secretário

Homero de Oliveira Santos - Tesoureiro

Elzio Duarte Alecrim Júnior - 2º Tesoureiro

Coordenação Técnica-Científica INTRA – Instituto de Pesquisa em Transportes

Equipe Técnica José Teixeira de A. N. Santos – Coordenador Geral

João Victor de Oliveira Silveira – Coordenador Administrativo

Cleide Lana Carneiro de Moraes – Coordenadora de Pesquisa

Poliana Cardoso – Pesquisador

Evaldo dos Santos Teixeira – Pesquisador

Rafael de Lima Medeiros - Pesquisador

Larissa de Andrade Silva1 - Pesquisadora

Ricardo Alexandre – Pesquisador

João do Nascimento Farias Júnior– Pesquisador

Lucas Pessoa Pereira – Pesquisador/ Designer

Dr. Nelson Kuwahara – Colaborador

Apoio Institucional Laboratório TRANSPORTAR/UFAM

Pet Design/UFAM

SINDARMA Av. Djalma Batista, 1779 – 8 Andar – Sala 810 – Business – Ed. Atlantc Tower – Chapada

Manaus – AM / Cep: 69.050.010

Tel: (92) 3342 - 9909

[email protected]

INTRA Rua Ferreira Pena, 1144 – 1 Andar – Sala 106 – Centro

Manaus – AM

Tel: (92) 3342-3634

http://www.Intra.org.br

Todos os direitos reservados, proibido a reprodução, mesmo parcial por qualquer processo mecânico, eletrônico, reprográfico etc., sem a autorização, por escrito do SINDARMA - Sindicato

das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas e INTRA – Instituto de Pesquisa em

Transportes.

2

SUMÁRIO

I EDITORIAL.........................................................................................................................................................3

II - APRESENTAÇÃO...........................................................................................................................................4

III - ANALISE DE TRANSPORTE HIDROVIÁRIO DE PASSAGEIROS E CARGAS...............................6 1. Introdução............................................................................................................................................................6

2. Transporte Hidroviário........................................................................................................................................6

2.1 Transporte hidroviário interior de passageiros e cargas.................................................................................7

2.2 Desafios do Transporte Hidroviário Interior...................................................................................................9

3. Métodos de Correlação......................................................................................................................................10

3.1 Correlação Espúria........................................................................................................................................11

4. Estudo de Caso..................................................................................................................................................11

5. Resultados..........................................................................................................................................................12

5.1 Transporte de Passageiros.............................................................................................................................12

5.2 Transporte de cargas......................................................................................................................................13

6. Conclusão..........................................................................................................................................................14

IV - ÍNDICE DE PASSAGEIROS E CARGAS EQUIVALENTES POR QUILÔMETRO..........................15

1. Introdução..........................................................................................................................................................15

2. Índice de Passageiros e Cargas por Quilometro – IPCK...................................................................................16

3. Conclusão..........................................................................................................................................................17

V - DEMANDA E OFERTA NO TRANSPORTE HIDROVIÁRIO DE PASSAGEIROS E CARGAS......19

1. Introdução..........................................................................................................................................................19 2. Especificação do Modelo Econométrico...........................................................................................................19

3. Estudo de Caso..................................................................................................................................................20

3.1 Dados da demanda.........................................................................................................................................21

3.2 Dados da oferta..............................................................................................................................................21

4. Demanda e oferta do transporte hidroviários interior.......................................................................................22

5. Conclusão..........................................................................................................................................................25

VI - DETERMINAR O PADRÃO DE ATENDIMENTO DOS PORTOS......................................................28

1. Introdução..........................................................................................................................................................28

2. Porto...................................................................................................................................................................29

3. Padrão de atendimento dos portos.....................................................................................................................30

4. Problema da mochila.........................................................................................................................................31

5. Formulação do problema da mochila 0/1..........................................................................................................31

6. Aplicação do Problema......................................................................................................................................32

6.1 Aplicação do problema da mochila 0/1..........................................................................................................33

7. Resultados..........................................................................................................................................................33

8. Conclusão..........................................................................................................................................................34

VII - DESEMPENHO DE EMBARCAÇÕES MISTAS....................................................................................36 1. Introdução..........................................................................................................................................................36

2. Revisão das pesquisas........................................................................................................................................37

3. DEA – RCE.......................................................................................................................................................38

3.1 Benchmarks.....................................................................................................................................................38

3.2 Escolha do método de Benchmarking.............................................................................................................39

4. Estudo de Caso..................................................................................................................................................39

5. Modelo DEA proposto......................................................................................................................................39

6. Resultados..........................................................................................................................................................40

7. Conclusão..........................................................................................................................................................43

VIII - CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................................44

ANEXO A ..............................................................................................................................................................45

IX – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................47

3

EDITORIAL

Caros leitores, o SINDARMA – Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no

Estado do Amazonas reconhece a importância do desenvolvimento da pesquisa como

ferramenta para impulsionar o crescimento e a evolução do atual cenário do transporte

hidroviário interior, e ao perceber a carência de estudos na área, lança a “Pesquisa SINDARMA:

Transporte Hidroviário Interior de Passageiros e Cargas”.

A Pesquisa SINDARMA é um trabalho técnico-científico cujos objetivos são: i)

apresentar o atual cenário operacional; ii) desenvolver ferramentas de planejamento para apoiar

à tomada de decisão; iii) e servir de canal de disseminação do conhecimento técnico.

Montada dentro do conceito de artigos científicos, a pesquisa visa modificar o cenário

de baixo desenvolvimento tecnológico e inovação, bem como proporcionar o intercâmbio de

informações entre diferentes públicos, como agências reguladoras, empresas associadas,

pesquisadores, estudiosos, outros órgãos ligados aos transportes, profissionais das áreas e

interessados em geral.

Esta pesquisa traz uma coletânea de trabalhos técnico-científicos que destacam os

aspectos operacionais e econômico-financeiros e integra o conhecimento acadêmico com boas

práticas de mercado, com vista no desenvolvimento da competência de autoaprendizagem e uso

pratico do conhecimento cientifico no transporte hidroviário interior de passageiros e cargas.

O SINDARMA, com 80 anos de existência e de luta em defesa das empresas de

navegação interior que atuam no Estado do Amazonas, tem como premissa defender uma

navegação “perfeita”, para assim assegurar o bom desempenho de todos os que estão envolvidos

com atividade do transporte hidroviário interior.

Desta forma, o sindicato persegue a difícil posição de construir, difundir e ampliar o

desenvolvimento tecnológico e a inovação na interface entre a teoria e a prática da navegação

interior do Estado do Amazonas. Os trabalhos aqui apresentados certamente contribuem para

o desenvolvimento de novas práticas que poderão refletir na otimização dos processos

executados por todas as empresas de navegação em sua caminhada diária pela inovação e

eficiência.

Muito obrigado a todos e boa leitura.

Claudomiro Carvalho Filho

Presidente do SINDARMA

4

APRESENTAÇÃO

Os municípios da Amazônia, e em especial do Estado do Amazonas, demandam

grandes esforços em planejamento e análise de sistemas logísticos, pois variáveis tais como

espaço e condições ambientais, entre outras, tornam o serviço de transporte mais difícil de ser

equacionado (Kuwahara, 2005).

Segundo Marques et al. (2010) as condições do atual sistema de transporte e logística

que atendem aos municípios do interior do Estado do Amazonas afetam o desenvolvimento

econômico e social da região. No geral, observa-se que o Estado apresenta um desempenho

baixo nos índices PIB e IDH, que representam diretamente as condições econômicas e sociais.

A Pesquisa SINDARMA teve o como objetivo analisar o Sistema de Transporte

Hidroviário Interior Misto, nos seus aspectos operacionais e econômicos, com vista ao

desenvolvimento do diagnóstico operacional, de ferramentas para apoiar à tomada de decisão e

de disseminação do conhecimento técnico.

A estrutura proposta para analisar o transporte hidroviário está dividida em quatro

etapas, que incorporam de forma balanceada os pilares de demanda e de oferta do sistema de

navegação interior, sendo:

I - Estudos Básicos: Levantamento e análise de planos e projetos sobre o transporte

hidroviário no Estado do Amazonas. A revisão de estudos básicos buscou identificar, avaliar e

sintetizar os trabalhos existentes concluídos, registrados e produzidos por pesquisadores,

acadêmicos e profissionais. Objetivo foi mapear o estado atual do sistema de transporte.

II - Dados sobre passageiros e Cargas: Levantamento de dados da demanda e da oferta

do transporte misto no Estado do Amazonas. Neste caso, a etapa foi subdivida em duas, sendo

elas:

Dados primarias: consiste no levantamento de dados que ainda não foram

apresentados em estudos e que atendem às necessidades específicas da

pesquisa. No presente trabalho de pesquisa os dados primários foram coletados

entre agosto e dezembro de 2014, por meio de entrevistas in loco (Anexo A)

em 89 embarcações que operam nas maiores rotas (definidas por meio dos

dados secundários, na Etapa 2.i, acima), para verificar a demanda, a oferta, o

preço e as características operacionais (tempo de operação e viagem).

Dados secundários: consiste no levantamento e na tabulação dos dados e

informações disponibilizadas em diversas fontes como instituições e fundações

governamentais de várias instâncias, relatórios internos de empresas, entre

outros. Destacando o estudo denominado “Caracterização da Oferta e da

Demanda do Transporte Fluvial de Passageiros na Região Amazônica”,

publicado pela ANTAQ (2013).

III - Banco de Dados – Desenvolvimento de um banco de dados para facilitar a

manipulação e análise dos dados levantados nas etapas 1 e 2. Atualmente, os dados estão

disponíveis no Sistema de Informação e Geográfico do SINDARMA - SIGSINDARMA.

IV - Diagnóstico Operacional: Diagnóstico do sistema foi realizado com base na

análise da caracterização da operação e gestão do transporte de mercadorias e passageiros na

região. Considerando que os problemas levantados apresentam características e soluções

diferentes os métodos de pesquisas adotados foram:

Estatística descritiva;

Método de correlação linear;

Analise Envoltória de Dados - DEA; e

Programação linear.

5

A realização das etapas resultou no desenvolvimento de cinco artigos científicos. O

primeiro artigo desta pesquisa aborda a revisão das aplicações da análise de correlação a

diversas áreas, expondo com mais rigor sobre a análise de correlação e as motivações do uso

do método, com objetivo de analisar o nível de êxito do transporte hidroviário de passageiros e

carga. Os resultados obtidos nesse estudo apontaram a análise de correlação como uma

ferramenta de apoio para o planejamento do transporte hidroviário do Amazonas e a

necessidade de um melhor planejamento e de políticas públicas voltados para o setor.

No segundo artigo desta pesquisa a abordagem está dentro do desenvolvimento de um

índice global para determinar a relação entre o número de passageiros e a quantidades de cargas

por quilometro (IPCK) percorrido nas rotas hidroviárias dos Estados do Pará e Amazonas. O

IPCK é calculado por meio do método Analise Envoltória de Dados – DEA. Os resultados do

método determinam os desempenhos e as referências (benchmarks) para cada rota analisada.

No geral, a pesquisa possibilitou a identificação das causas e dimensões da ineficiência relativa

de cada rota, indicando as variáveis que podem ser trabalhadas para a melhoria do sistema.

O terceiro artigo desta pesquisa aborda as condições atuais (demanda e oferta) dos

componentes do sistema de transporte e logística que atendem os municípios do interior do

Estado. No geral, a movimentação de passageiros estimada para 2014 foi de 1.3 milhões e de

carga de 1.8 milhão de toneladas ano-1. A pesquisa indica que o valor relativo da oferta sobre

a demanda tanto de cargas quanto de passageiros, é de aproximadamente 60%, ou seja, o

sistema de transporte é extremamente ocioso. A pesquisa aponto o potencial de crescimento de

Expressos e Balsas e seus impactos na navegação mista, mostrando uma forte tendência para a

separação da carga e passageiro do misto.

O quarto artigo desta pesquisa apresenta uma metodologia para selecionar e definir os

itens que compõem um porto. Observa-se que os percentuais de atendimento global dos critérios

analisados demonstraram um desempenho ruim para os terminais do Amazonas. Tal que, 80%

deles obtiveram avaliação inferior a 30% (baixo).

O quinto artigo desta pesquisa apresenta uma avaliação de desempenho em uma

amostra de embarcações mistas, através do método DEA, no qual identifica a melhor prática

dentro de uma fronteira de eficiência. Com os resultados observou-se que 55% da frota

apresentavam índices de eficiência abaixo da média (0,217 à 0,258).

Desta forma, conclui-se claramente que o atual sistema de transporte é fortemente

impactado pela falta de método de planejamento integrado. Nesse sistema, identificam-se

problemas, tais como: projeto de embarcações incompatíveis com a caraterística do transporte

de passageiros e carga, descontinuidade e imprevisibilidade de tempo e rota das viagens, entre

outros.

A pesquisa aponta algumas recomendações para que os empresários e governos

competentes estabeleçam, respostas estruturais, operacionais e regulatórios para o setor de

transporte hidroviário inteiro.

6

ANALISE DE TRANSPORTE HIDROVIÁRIO DE PASSAGEIROS E

CARGAS

1. Introdução

O transporte hidroviário tem papel fundamental no desenvolvimento de um país. Este

modal apresenta diversas vantagens econômicas, sociais e ambientais, mas, no Brasil, apesar

das dimensões continentais e da rica hidrografia, isso não acontece e nem é aproveitado como

se poderia (SANTANA, 2008).

Com 63.000 km de rios e lagos/lagoas, distribuídos em todo o território nacional, o

Brasil apresenta um grande potencial para utilização da navegação fluvial. Deste total, mais de

40 mil km são potencialmente navegáveis. No entanto, a navegação comercial ocorre em pouco

mais de 13 mil km, com significativa concentração na Amazônia (Ministério dos Transportes.

Diante da importância e dos desafios do transporte fluvial, o objetivo deste estudo foi

analisar o nível de êxito do transporte hidroviário de passageiros e cargas, utilizando métodos

de correlação linear Pearson e Spearman – técnica estatística para investigar o relacionamento

funcional entre as diversas variáveis de um processo de correlação linear.

Analisou-se o sistema de transporte hidroviário do Estado do Amazonas, composto

por vias fluviais estaduais e interestaduais, as principais variáveis utilizadas para as avaliações,

foram: Fluxo anual de passageiros, quantidade anual de cargas transportadas, taxa de ocupação,

capacidade média por embarcação, índice de pessoas e de cargas por quilômetro, tarifa média,

As técnicas associadas à Análise de Correlação representam uma ferramenta

fundamental de aplicação no setor de transporte hidroviário, de modo que seja possível avaliar

se as variáveis que expressam satisfação na eficiência do sistema hidroviário da região estão

correlacionadas.

Os resultados obtidos nesse estudo apontaram a análise de correlação como uma

ferramenta de apoio para o planejamento do transporte hidroviário do Amazonas, apesar dos

desafios do estudo de caso. Consegue-se observar a necessidade de um melhor planejamento e

de políticas públicas voltados para o setor, buscando a eficiência e os padrões dos pilares que

garantem êxito do transporte hidroviário.

2. Transporte Hidroviário

O transporte é o deslocamento de mercadorias de um ponto ao outro da rede logística,

respeitando a integridade da carga e os prazos preestabelecidos (CARVALHO, 2002). O

transporte, por ser uma atividade de suma importância para a obtenção dos objetivos logísticos,

é considerado como atividade primária, pois é uma das atividades logísticas mais importantes,

simplesmente porque ela absorve, em média, de um a dois terços dos custos logísticos (POZO,

2004).

Devido à grande importância do sistema de transporte no mundo, muitos estudos têm

sido propostos no âmbito nacional e internacional a fim de desenvolver opções de transporte

para reduzir custos envolvidos na operação e aumentar sua eficiência (TEIXEIRA, 2007).

O transporte hidroviário, no interior e no mundo, tem destaque e papel fundamental no

desenvolvimento dos países. Este modal apresenta diversidade de vantagens econômicas,

sociais e ambientais, mas, no Brasil, apesar das dimensões continentais e da rica hidrografia,

isso não acontece e nem é aproveitado como se poderia (SANTANA, 2008).

7

O Brasil apresenta um imenso potencial para utilização da navegação fluvial, com 63

mil km de rios e lagos/lagoas, distribuídos em todo o território nacional. Deste total, mais de

40 mil km são potencialmente navegáveis. No entanto, a navegação comercial ocorre em pouco

mais de 13 mil km, com significativa concentração na Amazônia, onde os rios não carecem de

maiores investimentos e as populações não dispõem de muitas opções de modais terrestres

(Ministério dos Transportes).

O Plano Hidroviário Estratégico – PHE de 2013 definiu quatro pilares que garantem o

êxito do transporte interno por hidrovia, sendo eles: i) Economia de Escala; ii) Sistema de

transportes competitivo e sustentável, iii) Sistema fluvial navegável e iv) Governança clara e

instituições focadas na sustentabilidade, conforme a Figura 1.

Figura 1 – Pilares do transporte hidroviário.

Fonte: PHE (2013)

Tendo em vista um sistema de transportes, o êxito do mesmo geralmente está associado

ao seu grau de sucesso, no esforço de gerar determinada quantidade de oferta, a partir de uma

dada demanda. O êxito de um sistema de transporte se dá por ser integrado, ter boa cobertura,

principalmente nas áreas mais densamente povoadas, pela qualidade nos serviços e pelo preço

acessível (DENARDI et al, 2011).

No horizonte do planejamento do sistema de transportes, o funcionamento eficaz de

cada um dos componentes dos quatro pilares, garantem que o sistema de transporte hidroviário

interior seja capaz de funcionar com os níveis adequados de eficácia (TCU, 2002).

2.1 Transporte hidroviário interior de passageiros e cargas

A Amazônia brasileira possui uma extensa rede hidroviária composta pelos principais

rios são navegáveis em grande parte de seu percurso e formam a espinha dorsal que estrutura a

rede viária da Amazônia (SANT’ANNA, 1998).

O sistema de transporte fluvial estadual permite ligações entre municípios de um

mesmo Estado. Assim, os trechos estaduais ou intermunicipais do referido estudo, representam,

aproximadamente, 72% do total do conjunto de rotas para passageiros e 77,77% do total de

trechos de rotas de cargas no Estado do Amazonas.

8

Tabela 1 - Estatístico dos trechos estaduais

Para os trechos estaduais, a movimentação de passageiros por ano apresentou um valor

absoluto de 1.939.360 pessoas, tendo maior fluxo no trecho Manaus – Tefé com 131.460

pessoas por ano, como também 75% do total de movimentação de passageiros (Q3) estão abaixo

de 21.363 pessoas durante esse período.

A variável quantidade anual de cargas transportadas apresentou variação de 34.645,15

toneladas ano-1, isso porque há muita dispersão entre o maior e o menor valor observado da

amostra. Enquanto que a quantidade anual de carga transportada foi de 1.372.886 toneladas

ano-1, o trecho que menos movimentou cargas apresentou 480 toneladas, e o trecho com maior

movimentação de cargas foi Manaus - Tabatinga com 180.085 toneladas ano-1, representando

13% do total de cargas transportadas no ano, sendo que somente 25% foram superiores a 24.344

toneladas ano-1.

Em termos de tarifa, observou-se que o valor máximo praticado foi de R$ 460,00,

enquanto que em média, os passageiros que se deslocaram utilizando o modal hidroviário

pagaram R$ 91,36 por viagem, embora 75% das tarifas praticadas estejam abaixo de R$ 101,50.

A maior distância percorrida é a do trecho Manaus - Urucurituba (2.448km) e Manaus

- Eirunepé (2.417km) para passageiros e cargas, respectivamente. O desvio padrão permite

comprovar que, a distância entre os 56 trechos em que foram movimentadas as cargas

apresentaram menor dispersão do que os 113 trechos amostrais do fluxo de passageiros, é

possível perceber ainda que há diferença entre a amplitude total das distâncias, onde a distância

do fluxo anual de passageiros apresentou a distância mínima de 3 km, enquanto que a distância

mínima percorrida dos trechos de cargas é de 44km.

O sistema de transporte fluvial interestadual permite ligações entre dois ou mais

Estados Federados. Assim, os trechos interestaduais do referido estudo, representam,

aproximadamente, 28% do total do conjunto de rotas para passageiros e 22,23% do total de

trechos de rotas de cargas no Estado do Amazonas.

Variáveis Máximo Q3 Média Mediana Q1 Mínimo

Desvio

Padrão

distância passageiros 2.448,00 697,20 503,20 380,00 147,20 3,00 459,00

fluxo passageiros 131.460 21.363 17.012 5.886 1.422 24 26.500

taxa de ocupação 96,90 75,60 71,25 73,70 64,50 42,00 9,36

tarifa 460,00 101,50 91,36 70,75 30,12 5,00 86,70

IPK 6,12 0,54 0,47 0,26 0,14 0,01 0,72

capacidade média 884,00 190,80 147,90 114,50 66,00 19,00 117,00

distância cargas 2.417,00 638,20 483,00 334,00 163,00 44,00 477,65

qtde. de cargas 180.085 24.344 24.516 14.350 4.896 480 34.645,15

ICK 532,19 98,92 80,04 48,20 15,34 0,96 103,28

9

Tabela 2 - Resumo descritivo dos trechos interestaduais

Para os trechos interestaduais, a movimentação de passageiros por ano foi de

2.372.560, permitiu-se constatar também que 25% do total de movimentação de passageiros

(Q3) estão acima de 16.092 pessoas durante esse período, tendo maior movimentação no trecho

Manaus – Santarém com 129.876 pessoas por ano.

A variável quantidade anual de cargas transportadas apresentou variação de 46.397,75,

isso porque há muita dispersão entre o maior valor (179.880 toneladas ano-¹) e o menor valor

(1.536 toneladas ano-1), enquanto que a quantidade anual de carga transportada foi de 179.880

toneladas ano-1, o trecho que menos movimentou cargas apresentou 480 toneladas, sendo que

trecho com maior movimentação de cargas foi Manaus - Tabatinga, o que representou 35% do

total de cargas transportadas no ano, sendo que 75% foram superiores a 26.570 toneladas ao

ano.

A tarifa máxima praticada foi de R$ 300,00, enquanto que em média, os passageiros

que se deslocaram utilizando o modal hidroviário pagaram R$ 113,10 por viagem, constatou-

se ainda que 25% das tarifas praticadas ficaram acima de R$ 146,20.

A maior distância percorrida é a do trecho Manaus - Belém (1.646 km) tanto para

cargas quanto para passageiros, embora o desvio padrão permitiu comprovar que, a distância

entre os 16 trechos em que foram movimentadas as cargas apresentaram menor dispersão do

que os 36 trechos amostrais do fluxo de passageiros, é possível perceber ainda que não há

diferença entre a amplitude total das distâncias entre o fluxo anual de passageiros e a distância

mínima percorrida dos trechos de cargas.

2.2 Desafios do Transporte Hidroviário Interior

Na região Amazônica os benefícios agregados à região que utiliza o transporte

hidroviário são significativos em contextos sociais, econômicos e políticos. Os municípios da

região são acessados principalmente por via fluvial, tornando assim, o transporte hidroviário,

de suma importância para o desenvolvimento econômico e de produção (MARQUE E

KUWAHARA, 2009).

Entretanto, apesar da grande riqueza de recursos naturais, o planejamento do Estado

negligencia a real necessidade de implantação de vias de escoamento da produção rural dos

municípios, criando com isso, um elevado grau de dependência da Capital (FROTA, 2008).

Não existe na região Amazônica, uma configuração equitativa de cada município,

segundo padrões de acessibilidade, havendo melhores condições de deslocamento para as

localidades mais próximas a Manaus, enquanto as localidades mais distantes enfrentam maiores

obstáculos para a realização de deslocamentos diversos, evidenciando-se, nesses casos, um

Variáveis Máximo Q3 Média Mediana Q1 Mínimo

Desvio

Padrão

distância 1.646,00 1.016,20 676,40 637,50 366,20 75,00 401,00

fluxo passageiros 129.876 16.092 11.705 2.748 543 60 22.700

taxa de ocupação 82,70 70,22 56,99 61,70 42,30 31,30 16,60

tarifa 300,00 146,20 113,10 106,00 65,00 25,00 65,80

capacidade média 537,00 537,00 333,90 325,00 173,20 50,00 179,00

IPK 1,12 0,41 0,35 0,26 0,19 0,02 0,27

distância cargas 1.646,00 783,50 593,10 556,00 109,80 75,00 489,81

qtde. de cargas 179.880 26.570 30.574 9.488 6.336 1536 46.397,75

ICK 226,03 72,00 57,88 53,26 24,40 1,24 53,01

10

baixo nível de acessibilidade por meio do transporte hidroviário (MORGADO et al, 2013).

Por força das próprias condições regionais, o subsistema hidroviário é utilizado com

grande frequência para o abastecimento e desenvolvimento dos principais núcleos econômicos,

permitindo o acesso às localidades mais distantes no interior do estado, situadas às margens de

um curso d’água. No entanto, toda esta vasta rede não propicia navegação franca o ano todo

para embarcações de maior calado, apresentando-se, em alguns rios, com muitas sinuosidades,

aliada a grandes distâncias e baixa velocidade.

Acerca da importância do transporte hidroviário para a região Amazônica, percebe-se

que este sistema possui poucos ou quase nenhum dos componentes dos pilares sugeridos pelo

PHE (2013), comprovando a ineficiência do mesmo. Reforçando, Marque e Kuwahara (2009)

concluem que o inadequado sistema de transporte hidroviário no estado do Amazonas requer

urgentes intervenções. As condições atuais dos componentes do sistema que atendem os

municípios impedem o desenvolvimento econômico e social.

O papel clássico do transporte é garantir o deslocamento de pessoas e bens, com

segurança, integridade e rapidez, ao menor custo possível. É nesse contexto que o projeto de

pesquisa torna-se relevante, pois possibilita a elaborar modelos para simular e avaliar as

alternativas de ação que possam ser implantadas de modo a solucionar problemas reais do

sistema de transporte aquaviário do Amazonas.

3. Métodos de Correlação

Os autores Toledo e Ovalle (1985) definem medidas-síntese (estatística descritiva)

como uma função cujo objetivo é a observação de fenômenos de mesma natureza, a coleta de

dados numéricos referentes a esses fenômenos, a organização e a classificação desses dados

observados e a sua apresentação de gráficos e tabelas, além do cálculo de coeficientes que

permitem descrever resumidamente os fenômenos. Já Farias et al., (2003) afirmam tratar-se de

uma ciência que se dedica ao desenvolvimento e ao uso de métodos para a coleta, resumo,

organização, apresentação e análise de dados.

Por conseguinte, através da sumarização e da análise exploratória de dados, obteve-se

conjuntos compactos de informação (trechos estaduais e interestaduais), o que possibilitou

distinguir melhor o comportamento da demanda do transporte de cargas e passageiros.

Essa condensação de valores permitiu ainda investigar a existência e o grau de

associação das variáveis do estudo, para isto utilizou-se de dois métodos estatísticos: a

correlação de Pearson para n > 30 e o Teste de Spearman para n ≤ 30, com nível de significância

de 0,05.

Toledo e Ovalle (1985) ainda caracterizam a relação entre as variáveis através do

estudo da correlação. A correlação linear tem por objetivo medir e avaliar o grau de relação

existente entre duas variáveis aleatórias. Para Mione e Angelinil (1995), correlação é a técnica estatística que permite saber se – e como – duas ou mais variáveis estatísticas, de uma mesma

população ou não, estão relacionados umas com as outras. Essa técnica tem a seguinte função

básica: medir o grau (ou qualidade) da relação entre essas mesmas variáveis.

O instrumento de medida de correlação linear é dado pelo coeficiente de correlação de

Pearson:

11

Em que, x representa a variável independente, y representa a variável dependente e n

a quantidade de pares de dados envolvidos no fenômeno.

O coeficiente de correlação de Pearson varia entre -1 e 1. O sinal indica a direção da

correlação (negativa ou positiva) enquanto que o valor indica a magnitude. Quanto mais perto

de 1 maior é o nível de associação linear entre as variáveis. Quanto mais perto de zero, menor

é o nível de associação. Em particular, uma correlação de valor zero significa que as variáveis

são ortogonais entre si (ausência de correlação). Uma correlação positiva indica que quando x

aumenta, y também aumenta, ou seja, valores altos de x estão associados a valores altos de y.

Uma medida alternativa da correlação de Pearson é dada pelo coeficiente de

Spearman, que leva em conta as posições que os valores das variáveis ocupam quando

ordenados.

Segundo Siegel (1975), o coeficiente de Correlação de Spearman é uma medida que

exige que as duas variáveis se apresentem em escala de mensuração pelo menos ordinal, de

forma que os elementos (indivíduos ou objetos) em estudo formem duas séries ordenadas. Seu

estimador foi derivado a partir do estimador do Coeficiente de Correlação Linear de Pearson

(1).

(1)

Onde, di é a diferença entre o i-ésimo par e n é o número de observações.

Cohen (1998) apresenta a seguinte classificação no que diz respeito à magnitude do

coeficiente: 0,10 < r < 0,29 = pequeno; 0,30 < r < 0,49 = médio e r > 0,50 = grande. Para

Danvey e Reidy (2006) valores até 0,30 devem ser considerados fracos, entre 0,40 e 0,60

moderados e acima de 0,70 fortes.

3.1 Correlação Espúria

Quando duas variáveis X e Y forem independentes, o coeficiente de correlação será

nulo. Entretanto, algumas vezes, isto não ocorre, podendo, assim mesmo, o coeficiente

apresentar um valor próximo 1 (TOLEDO E OVALLE, 1985).

As causas mais frequentes da ocorrência das correlações espúrias são: a distribuição

não equilibrada dos dados, a relação entre quocientes de variáveis que apresentam o mesmo

denominador e a relação de variáveis que foram multiplicadas por uma delas (PEREIRA et al,

2012).

4. Estudo de Caso

Os coeficientes de correlação foram calculados para os trechos estaduais e

interestaduais do transporte de cargas e passageiros do Estado do Amazonas, sendo 113 trechos

estaduais de demanda do transporte de passageiros e 56 trechos estaduais de demanda do

transporte de cargas. Para trechos interestaduais foram observados 36 trechos de demanda de

passageiros e 16 trechos de demanda de cargas.

5. Resultados

𝑟𝑠 = 1 −6 𝑑𝑖

2

𝑛 𝑛2 − 1

12

5.1 Transporte de Passageiros

Na Figura 2, pode-se observar que distância tem um efeito fortemente positivo no valor

da tarifa e moderadamente negativo no Índice de Pessoas por Quilômetro - IPK, para as

variáveis distância e tarifa média, o coeficiente de correlação é de r=0,70, assim um aumento

do desvio padrão nas distâncias corresponde a um aumento previsto de 0,70 desvios padrão no

valor da tarifa.

Observa-se que o IPK está relacionado negativamente à distância, quanto maior a

distância, menor o IPK. A correlação entre essas duas variáveis é moderada, r=-0,42, havendo

uma redução no IPK de 0,42 desvios padrão com o aumento dos desvios padrão das distâncias.

Os demais pares de correlações são modestos, sendo pouco satisfatório.

Nos trechos, observou-se através da plotagem que a Tarifa média e o IPK estão

associados à distância dos trechos interestaduais, no sentido de que, com o aumento da

distância, aumenta-se a tarifa e diminui o índice de passageiros por quilômetro, isto é, a

distância causa um impacto fortemente positivo no valor da tarifa e moderadamente negativo

no índice de pessoas por quilômetro - IPK, o relacionamento bivariado entre distância e tarifa

média possui coeficiente de correlação r=0,84, assim um aumento do desvio padrão nas

distâncias corresponde a um aumento previsto de 0,84 desvios padrão no valor da tarifa. Não

surpreendentemente, índice de pessoas por quilômetro está associado negativamente à

distância, quanto maior a distância, menor o IPK. A correlação entre essas duas variáveis é

moderada, r=-0,68, reduzindo no IPK de 0,68 desvios padrão com o aumento dos desvios

padrão nas distâncias.

A Figura 2 aponta a existência de uma associação fortemente negativa entre taxa de

ocupação e capacidade média, tendo uma correlação r=-0,76, indicando que as duas variáveis

variam tem sentidos opostos, o que implica um aumento na taxa de ocupação de 0,76 desvios

padrão com a redução dos desvios padrão na capacidade média. As demais variáveis possuem

relação modesta entre elas, não apresentando nenhuma tendência, o que caracteriza uma fraca

correlação entre as variáveis do estudo.

-0,1

5

-0,1

4

-0,1

3

-0,1

0,0

01

8

0,2

4

0,2

7

0,2

2 0,3

3 0,4

-0,1

7

-0,3

6

-0,4

2

-0,3

9

0,7

-0,1

2

-0,1

8 -0,1

-0,1

1

-0,0

9

0,0

2

0,0

07

0,3

2

0,3

2

0,0

3

-0,3

7

-0,6

2

-0,6

8

-0,7

6

0,8

4

-1

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

flu

xo

x tari

fa

dis

tân

cia

x tx

.ocupaçã

o

dis

tân

cia

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luxo

flu

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x c

apac

.média

cap

ac.m

édia

x I

PK

flu

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.Ocupaçã

o

tx.o

cu

paç

ão x

IP

K

tari

fa x

cap

ac.m

édia

dis

tân

cia

x c

apac.

Média

flu

xo

x I

PK

tx.o

cu

paç

ão x

tari

fa

tari

fa x

IP

K

dis

tân

cia

x I

PK

tx.c

up

açã

o x

capac.

méd

ia

dis

tân

cia

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fa

Coeficiente de Correlação de Pearson - Passageiros

Estadual Interestadual

Bai

xaM

od

era

da

Mo

de

rad

aA

lta

Alt

a

13

Figura 2: Coeficientes de correlação de Pearson das variáveis dos trechos Estaduais e Interestaduais

do transporte de Passageiros.

Observa-se uma variação bem definida da distribuição dos pares de valores, a maior

proporção dos coeficientes de correlação de Pearson dos trechos Estaduais e Interestaduais,

60% e 53,3% respectivamente, estão no intervalo que caracteriza fraca correlação entre as

variáveis do estudo, 33,3% dos coeficientes de correlação dos trechos Estaduais e 20% dos

coeficientes de correlação dos trechos Interestaduais possuem correlação moderada entre suas

variáveis. Apenas 6,7% e 26,7% dos coeficientes de correlação, respectivamente, dos trechos

estaduais e interestaduais apontam forte correlação entre as variáveis do estudo.

5.2 Transporte de cargas

A Figura 3 apresenta a existência de uma correlação positiva e pouco acentuada entre

a quantidade de cargas transportada e o Índice de Carga por Quilômetro – ICK para os trechos

Estaduais e Interestaduais. Elas estão associadas somente porque ambas dependem de uma

situação comum. À medida que a variável quantidade de carga transportada muda, ela produz

mudanças simultaneamente no ICK, refutando a hipótese de uma conexão causal entre elas.

Existe uma forte correlação linear positiva entre a quantidade de cargas transportadas

e o índice de cargas por quilômetro, conforme mostra a Figura 3. Tal correlação caracteriza

uma correlação espúria, pois as variáveis em questão não possuem uma relação causa.

Observa-se uma correlação forte e positiva entre a quantidade de cargas transportada

e o índice de carga por quilômetro, ou seja, quanto maior a distância percorrida, maior também

a quantidade de cargas transportadas, um olhar mais atento aos dados sugere que esta associação

pode ser espúria, a carga transportada é fator comum no ICK.

Figura 3: Coeficientes de correlação de Spearman das variáveis dos trechos Estaduais e Interestaduais

do transporte de cargas.

A variabilidade dos coeficientes dos pares de variáveis dos trechos Estaduais e

Interestaduais é bem consistente, praticamente equivalente. A maior proporção dos coeficientes

de correlação de Spearman apresenta correlação moderada, isto é, 50% dos coeficientes

encontram-se no intervalo 0,30 < ρ < 0,60 como se pode observar na Figura 3 16,6% dos

-0,4

5

0,2

0,7

3

-0,4

3

0,5

2 0,6

1

-1

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

ICK

x d

istâ

ncia

qtd

e. carg

as

x d

istâ

nci

a

qtd

e. carg

as

x I

CK

Coeficiente de Correlação de Spearman - Cargas

Estadual Interestadual

Bai

xaM

od

era

da

Mo

de

rad

aA

lta

Alt

a

14

coeficientes estão no intervalo que caracteriza fraca correlação entre as variáveis do estudo e

33,4% dos coeficientes de correlação de Spearman apresentam forte correlação entre as

variáveis observadas.

6. Conclusão

O método de Análise de Correlação apresentado no presente estudo, pressupõe um

estudo detalhado do transporte hidroviário, possibilitando elaborar modelos para avaliar as

alternativas de ação que possam ser implantadas de modo a solucionar problemas do sistema

de transporte.

Observa-se que o sistema de transporte hidroviário estudado, apresenta variação

aleatória, dados não previsíveis, coeficientes de correlação classificados entre fraco e moderado

e não tem padrões bem definidos. O resultado é consequência da falta de Sistema fluvial

navegável e de uma governança clara e instituições focadas na sustentabilidade.

Desta forma, conclui-se que o atual sistema possui pouco êxito, ou seja, não é

integrado, não possui uma boa cobertura preços inadequados e aleatórios e desequilíbrio entre

oferta e demanda. O comportamento das variáveis atual indica que o sistema de transporte

hidroviário interior não é capaz de funcionar com os níveis adequados de eficácia.

Os resultados da aplicação do coeficiente de correlação permitem apontar onde o atual

sistema deve ser melhorado, destacando: planejamento das políticas públicas, na

regulamentação, qualificação e especialização do setor, além de fornecer alinhamento

conceitual aos usuários.

Como proposta para futuras pesquisas, sugere-se o desenvolvimento de um estudo

comparativo entre os coeficientes de correlação de sistemas de transportes semelhantes (Ex.:

Pará), para melhorar as condições de analise do sistema de transportes fluvial e verificar o

comportamento dos dados.

15

ÍNDICE DE PASSAGEIROS E CARGAS EQUIVALENTES POR

QUILÔMETRO

1. Introdução

O transporte é, como todo mecanismo econômico, regido pelas regras de oferta e

demanda, e visto como tal tem necessidade de ferramentas para seu auxílio em tomada de

decisões que tragam benefício comercial e social.

Por ser a base de todo o deslocamento de cargas e pessoas, o transporte hidroviário da

Região Amazônica assume um significativo papel social, servindo como meio de integração

regional. Inúmeras localidades não possuem outro modo de locomoção devido às características

da região: ampla área territorial cortada por extensa malha hidroviária navegável, reduzidas

malhas rodoviárias e ausência de ferroviárias, reduzido poder aquisitivo da população e suas

principais cidades são situadas às margens dos rios.

Os municípios do interior dos estados da Amazônia, e em especial do estado do

Amazonas, demandam por maior desprendimento de esforços em Planejamento e Análise de

Sistemas Logísticos do que o restante do país, pois variáveis espaço e condições ambientais,

entre outras, tornam o serviço de transporte mais difícil de ser equacionado, o transporte

aquaviário é em grande parte do estado o único modal para atendimento das necessidades de

transporte de pessoas e cargas (KUWAHARA, 2009).

A logística caracteriza-se como elemento diferenciador dos produtos, e é visualizada

como última fronteira empresarial na qual se podem explorar novas vantagens competitivas, e,

no caso da Amazônia, fator vital para a manutenção do setor produtivo, em especial os APL’s.

Ressalvando que dentre os objetivos principais da logística tem-se a redução de custos,

desperdícios e de agregação de valor para o consumidor final (KUWAHARA, 2009).

Na Amazônia o fraco dinamismo dos atores locais, dificuldade na mobilização dos

fatores, deficiências no sistema de transporte e infraestruturas, exigem maior capacidade de

organização das diretrizes voltadas para a sua implantação, como forma de superar estes

gargalos existentes na região.

Para superar essas limitações e melhorar o desempenho não é necessário apenas

identificar as atividades produtivas, mas, sim os estrangulamentos que os impossibilitam de

obter a eficácia necessária no momento de implantação das políticas de interiorização. O

atendimento eficiente e otimizado dos setores produtivos e sociedade de forma geral na

Amazônia deve ocorrer com definição de alternativas logísticas de consenso entre os atores

locais conjuntamente com suporte de técnicos (KUWAHARA et al., 2008).

O objetivo desta pesquisa é desenvolver um índice global para determinar a relação

entre o número de passageiros e a quantidades de cargas por quilometro (IPCK) percorrido nas

rotas hidroviárias dos Estados do Pará e Amazonas, para melhor avaliar a situação real do

sistema de transporte hidroviário misto.

O IPCK é calculado por meio do método Analise Envoltória de Dados – DEA. O DEA

permite construir fronteiras empíricas para uma observação de um conjunto de DMU’s

(Decision Making Units), avaliando seus desempenhos individualmente e com isso

determinando as DMU’s referências (benchmarks).

A eficiência determinada pelo DEA é relativa e baseada em observações reais, ou seja,

as DMUs têm seus desempenhos medidos por meio da comparação de seus resultados e dos

seus insumos com os resultados e insumos das outras DMUs da amostra. As DMUs

16

consideradas eficientes determinam uma fronteira de eficiência e possuem eficiência igual a 1

ou 100% (COUTO, 2009).

Dessa forma, o IPCK permite que se calcule o índice de esforço de cada rota (DMUs),

ao realizar comparações entre as rotas fluviais estaduais e interestaduais do Amazonas, no

intuito de destacar as melhores dentro do mesmo. Além disto, tal técnica possibilita a

identificação das causas e dimensões da ineficiência relativa de cada rota, indicando as variáveis

que podem ser trabalhadas para a melhoria do resultado de uma determinada DMU ineficiente.

2. Índice de Passageiros e Cargas por Quilometro - IPCK

Para o presente trabalho, adotou-se o modelo DEA clássico CCR com RCE - Retorno

Constante de Escala que significa que o crescimento dos insumos resultará em aumentos

proporcionais nos produtos, assim como na redução dos insumos significará a redução

proporcional dos produtos.

O objeto a ser avaliado é o esforço dos trechos fluviais em transportar cargas e

passageiros (transporte misto) que representam as DMU no modelo. Para a avaliação do

indicador de esforço das rotas hidroviárias foi utilizado, como informações disponíveis, os

dados do relatório executivo da ANTAQ (2012), sobre a caracterização de oferta e demanda do

transporte de cargas e passageiros da região amazônica.

No modelo DEA foi utilizado um insumo e dois produtos. O insumo refere-se à

distância de cada trecho hidroviário. O primeiro produto é a movimentação anual de passageiros

em cada trecho e o segundo produto é a movimentação de carga anual, que representam

fisicamente a utilização do sistema hidroviário.

As variáveis escolhidas para compor o modelo DEA para avaliação do indicador global

de esforço das rotas fluviais de transporte misto no Amazonas foram retiradas do Relatório

executivo da ANTAQ - 2012. Assim, o modelo DEA proposto conta com um insumo e dois

produtos.

Quadro 1: Variáveis do Modelo DEA proposto

Variável Tipo Unidade de Medida

Distância Insumo Quilômetro (Km)

Movimentação anual de cargas transportadas

Produto Toneladas (t)

Fluxo anual de passageiros Produto Número absoluto de passageiros

Para determinar indicador global de esforço para o transporte misto foi feito um

levantamento com 63 trechos entre estadual e interestadual da malha hidroviária do Amazonas.

Figura 1. Fluxo das variáveis no modelo DEA proposto

Distância

Movimentação de Carga

Fluxo de Passageiros

DM

U’s

Efi

cien

tes

Trechos

Eficientes DM

U’s

Tre

cho

s

17

Conforme esquema representado pela Figura 1, no modelo adotado para esta pesquisa

a variável de entrada (distância) está associada com produtos (fluxo de passageiros e

movimentação de cargas transportadas) e o produto esperado com a aplicação dos insumos é o

esforço gerado nos trechos hidroviários estaduais e interestaduais de transporte misto.

3. Conclusão

Os índices de esforço gerados nos trechos hidroviários estaduais e interestaduais de

transporte misto no Amazonas são apresentados na Figura 2. Esse mostra que as rotas estão

distribuídas assimetricamente à direita, em torno da média (0,22), e existe uma concentração de

trechos (47) entre as faixas de esforço de 0,0 a 0,3. Do total das rotas observadas, apenas 2

apresentaram índice de esforço igual a 1) e 4 apresentaram índice de esforço calculado superior

a 0,7.

Figura 2. Histograma da distribuição dos índices de esforço

A representatividade da amostra considerada em relação ao conjunto total existente é

ilustrada no Quadro 2 que mostra a distribuição dos trechos de transporte hidroviário misto, de

acordo com os índices de esforço. Os trechos foram divididos com índices entre 0,0 e 0,30

(baixo esforço); 0,30 e 0,70 (esforço regular) e 0,70 e 1,00 (alto esforço). Conforme dito

anteriormente, há uma concentração de 47 trechos que obtiveram índice de esforço considerado

baixo, 6,3% dos trechos observados apresentaram índices esforço considerado de regular à

médio e 3 trechos apenas apresentaram índice de esforço considerado alto.

Os percentuais de esforço global dos trechos analisados demonstraram um “esforço”

ruim para os trechos interestaduais do Amazonas. Tal que, 100% deles obtiveram avaliação

inferior a 0,5 (baixo - regular). Apenas 7 (sete) trechos obtiveram avaliação superior a 50%

(médio ou alto), são eles: Codajás-Manaus; Barreirinha-Parintins; Manaus-Paraná Da Eva;

Tefé-Uarini; Autazes-Manaus; Manaquiri-Manaus e Maués-Parintins, sendo esses trechos

estaduais.

Quadro 2: Itens selecionado pelo modelo proposto

1

29

17

8

23

12

0

5

10

15

20

25

30

35

0.00 0.15 0.29 0.43 0.57 0.72 0.86 1

Índices de esforço

18

No gráfico de dispersão entre a variável distância e índice de esforço (Figura 3), pode-

se observar que há indício de relação linear decrescente entre as variáveis em estudo. Nota-se

que os índices de esforço diminuem à medida que a distância dos trechos aumenta, em média,

são nos maiores trechos aqueles que possuem os menores escores de esforço (trechos

interestaduais).

Figura 3. Dispersão (Distância x Índice de Esforço).

De modo geral, verifica-se que a distribuição dos trechos entre os três estratos (baixo

esforço, esforço regular e alto esforço) ocorre de acordo com a lógica do modelo em determinar

o índice de esforço de cada rota, ou seja, em média, os trechos com maiores esforços foram os

que apresentaram menor distância e maior índice de cargas e passageiros transportados por

quilômetro (trechos estaduais).

CLASSE DOS ÍNDICES

DE "ESFORÇO"TRECHOS

QTD. DE INTENS

SELECIONADOSCLASSIFICAÇÃO

0,00 |- 0,30

EURINEPÉ-MANAUS; JAPOA-MANAUS; ITAMARATI-MANAUS; TABATINGA-

TEFÉ; FARO-MANAUS; JURUÁ-TEFÉ; JUTAÍ-MANAUS; BOA VISTA DE RAMOS-

MANAUS;CARAUARI-MANAUS; MONTE ALEGRE-MANAUS; JAPURÁ-MANAUS;

TERRA SANTA-PARINTINS; JUTAÍ-TEFÉ;FONTE BOA-MANAUS; NHAMUNDÁ-

PARINTINS; MANAUS-UARINI; JURUTI-MANAUS; ORIXIMINÁ-MANAUS;

MANAUS-PORTO VELHO; ÓBIDOS-MANAUS; JANAUARÍ-MANAUS;

CAAPIRANGA-MANAUS; MANAUS-S. G. DA CACHOEIRA; MANAUS-NOVO

ARIPUANÃ; MANAUS-NHAMUNDÁ; MARAÃ-TEFÉ; BOA VISTA DE RAMOS-

PARINTINS; MANAUS-URUCARA; BELÉM-MANAUS; JAPURÁ-TEFÉ;

BARREIRINHA-MANAUS; MANAUS-MAUÉS; MANAUS-RIO PRETO DA EVA;

MANACAPURU-MANAUS; ALENQUER-MANAUS; HUMAITÁ-MANICORÉ; AUTAZ

MIRIM -MANAUS; MANAUS-MANICORÉ; SANTARÉM-PARINTINS; MANAUS-

TABATINGA; ITACOATIARA-MANAUS; MANAUS-TERRA NOVA; FARO-

PARINTINS; BARCELOS-MANAUS; BERURI-MANAUS; PARINTINS-URUCARA;

MANAUS-NOVO AIRÃO.

47 Baixo

0,30 |- 0,70

BORBA-MANAUS; ANORI-MANAUS; JURUTI-PARINTINS; TERRA SANTA-

PARINTINS; MANAUS-NOVA OLINDA; COARI-MANAUS; MANAUS-PARINTINS;

MANAUS-TEFÉ; SANTARÉM-MANAUS; CODAJÁS-MANAUS; BARREIRINHA-

PARINTINS; MANAUS-PARANÁ DA EVA; TEFÉ-UARINI..

13 Regular

0,70 |- 1,00 AUTAZES-MANAUS; MANAQUIRI-MANAUS; MAUÉS-PARINTINS. 3 Alto

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

0 500 1000 1500 2000 2500 3000

Índ

ice

de

Esf

orç

os

Distância

Distância x Índice de Esforços

19

DEMANDA E OFERTA NO TRANSPORTE HIDROVIÁRIO DE

PASSAGEIROS E CARGAS

1. Introdução

Segundo Fair e Williams (1959), existem relações recíprocas entre os transportes e o

progresso econômico. Isto quer dizer que o transporte tem um papel vital naqueles elementos

considerados prioritários em políticas de desenvolvimento: exploração de recursos, divisão do

trabalho, aumento do valor da terra e produção em larga escala.

Os investimentos contínuos em transportes exercem papéis ativos e passivos no

alcance de objetivos de desenvolvimento. Segundo Dahms (1983), os transportes podem

influenciar ativamente o desenvolvimento em situações tais como aquelas em que se depara

com uma região estagnada. Para investimentos e estruturação do sistema transporte há a

necessidade de os mesmos serem planejados.

No planejamento o fator inicial para que se tenha êxito é conhecer a atual situação do

cenário a ser planejado, ou seja, através de um diagnóstico dos fatores que envolvem este

cenário. Para um futuro planejamento de transporte, o diagnóstico pode ser de suma importância

para complementação ou até mesmo início de informações até antes desconhecidas.

As condições atuais dos componentes do sistema de transporte e logística que atendem

os municípios do interior impedem o desenvolvimento econômico e social dos Estados da

região pesquisada. No referido sistema identificam-se problemas, tais como: infra-estrutura

portuária inexistente, embarcações de projeto impróprio para o transporte de passageiros e

carga, descontinuidade e imprevisibilidade de tempo e rota das viagens, entre outros (Marques

et al, 2010a).

Segundo Marque e Kuawahara (2009) avaliando segmentos produtivos no estado do

Amazonas, identificaram que em planos governamentais não se pensou no transporte como

indutor do crescimento e desenvolvimento econômico, ou o crescimento econômico como

gerador de demanda por transportes. Em função da incompatibilidade dos modelos propostos,

inúmeras falhas ocorreram.

Observa-se que a falta de planejamento do transporte aquaviário dos municípios do

interior é um dos importantes de ineficiência no escoamento de insumos e produtos. Assim, o

presente trabalho fatores tem como objetivo descrever os transportes de cargas e de passageiros

quantitativamente, para o cenário atual e futuro, através das equações de demanda e oferta.

2. Especificação do Modelo Econométrico

De acordo com Souza et al., (2010) existe um consenso de que projetar cenários só é

possível com o entendimento do espaço natural e suas condições passadas e atuais, essa questão

é complexa, dada às inter-relações existentes nos diversos ecossistemas. Ao entender o que

acontece nesse espaço é possível projetar cenários futuros e quantificar suas consequências.

A metodologia para a aplicação de um modelo econométrico deve ser fundada sobre

três premissas básicas, são elas: i) a formulação de hipóteses sobre o comportamento da

realidade – em seguida essas hipóteses devem ser reunidas num modelo matemático para

operacionalizá-lo; ii) a segunda premissa é de que se coletem os dados estatísticos e estimem-

se os parâmetros com a utilização de um método apropriado; iii) já o terceiro estágio

compreende a avaliação mediante a utilização de critérios derivados das teorias, além de outros

20

de natureza estatística ou econométrica(MARQUE E KUAWAHARA, 2009).

Modelos de Fatores de Crescimento se baseiam na suposição de que o padrão atual de

viagem pode ser projetado no futuro, usando-se valores previstos da taxa zonal de crescimento

(BRUTON, 1979).

Tendo em vista as considerações apresentadas, optou-se por iniciar a

investigação econométrica com a especificação do modelo linear, onde a equação matemática

(1) ilustra o crescimento linear da oferta estimada de passageiros e cargas.

(1)

Onde:

Com base na equação (1), temos que o crescimento linear da demanda de passageiros

e cargas do transporte misto do Estado do Amazonas, é dado pela equação (2):

(2)

A introdução da “constate” (taxa de crescimento) nas equações (1) e (2), foi adotada

tendo em vista a média do crescimento da frota ao ano, relacionada ao fator capacidade média

das embarcações existentes.

3. Estudo de Caso

O transporte Misto é o principal meio de movimentação nos percursos estaduais e

interestaduais no Estados do Amazonas. O atual sistema de navegação interior (passageiro e

cargas) é composto por dois tipos de navegação regulares: i) longitudinal e ii) travessia.

A configuração do transporte longitudinal é classificada em: Longitudinal de carga,

longitudinal de passageiro e longitudinal misto (passageiro e carga). Segundo ANTAQ (2013),

o sistema de transporte fluvial misto no Estado do Amazonas possui 120 linhas e observa -se

que, 77% são estaduais e 23% interestaduais.

Estadual: responsável por conectar municípios de um mesmo Estado, linhas

alimentadoras.

Interestadual: responsável pelas ligações entre dois ou mais estados federados,

linhas troncais.

Desta forma, objetivo aqui se refere ao tratamento conjunto de uma amostra formada

por oito trechos fortemente representativos do transporte hidroviário de cargas e passageiros do

Amazonas.

A Tabela 1 apresenta os indicadores e variáveis da amostra usada neste estudo, bem

como o valor que cada um representa em relação ao total.

𝑑𝑂𝑓

𝑑𝑡= 𝑇 ↔ 𝑂𝑓 = 𝑂𝑓0 + 𝑇𝑡

𝑂𝑓 = 𝑂𝑓𝑒𝑟𝑡𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

𝑂𝑓0 ≡ 𝑂𝑓𝑒𝑟𝑡𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

𝑇 ≡ 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑡 ≡ 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑒𝑚 𝑎𝑛𝑜𝑠)

𝐷 = 𝐷0 + 𝑇𝑡

21

Tabela 1. Obtenção de valores para base de cálculo

A amostra é composta de 14 (quatorze) variáveis individuais, tratada, porém,

conjuntamente, das quais quatro foram extraídas do Relatório Executivo da ANTAQ (2012), as

demais são oriundas de um tratamento da pesquisa de campo realizada pelo INTRA, os dados

são anuais e se referem ao ano de 2012 e 2014, respectivamente.

3.1 Dados da demanda

I - Movimentação de Passageiros: A informação é referente ao ano de 2012, porém

foi realizada a previsão para 2014, conforme metodologia aplicada pela ANTAQ, que previu

um crescimento anual de 8.751,6 passageiros e ao final de 2014 obteve-se uma estimativa de

784.575,8 passageiros.

II - Carga Anual Transportada: De acordo com o a metodologia adotada pela ANTAQ,

a previsão para 2014 foi de 999.373 toneladas ano-1, estimado a partir de um crescimento anual

de 99.514,8 toneladas de cargas transportadas.

3.2 Dados da oferta

Os dados da oferta, tanto de passageiros quanto de cargas, foram adquiridos a partir de

uma pesquisa de campo do tipo quantitativa-descritiva aplicada pelo INTRA no ano de 2014,

por meio de entrevista aos armadores que operam nos trechos selecionados para este estudo. A

pesquisa foi realizada com 89 embarcações, as variáveis consideradas foram:

I - Valor médio da tarifa: valor médio pago por cada passageiro, considerando todas

as respostas da pesquisa. Obteve-se o valor médio de R$ 66,00, porém o menor valor praticado

foi no trecho Manaus-Manaquiri (R$ 20,00) e o maior observado foi no trecho Manaus-

Tabatinga (R$ 300,00).

II - Valor médio da carga: valor médio pago por cada carga transportada. Embora fosse

preferível ter dados específicos sobre as cargas transportadas com origem ou destino nos

trechos, foi utilizada uma média da tabela pratica no corrente ano para o estudo, já que era a

única opção disponível, assim obteve-se o valor médio de R$ 70,00 de carga transportada.

Passageiros Cargas

Custo anual fixo

(consumo em litros * número estimado de viagens por ano * quantidade de embarcações

* valor médio do consumo) + (salário médio por tripulante * quantidade média de

tripulantes por embarcação * quantidade de embarcações * 12)

67.347.654,15 67.347.654,15

Oferta inicial Capacidade das embarcações existentes * número estimado de viagens por ano 1.176.525,86 1.559.372,66

Taxa de crescimento Capacidade média das embarcações existentes * média estimada de “surgimento” de

uma nova embarcação por ano 112,35 9.215,52

Receita da oferta Oferta inicial * valor médio da tarifa ou carga 77.650.706,76 109.156.086,30

Lucro estimado da oferta Receita da oferta – custo fixo 10.303.052,42 41.808.432,15

Receita da demanda Demanda inicial * valor médio da tarifa 51.782.002,80 69.956.110,00

Lucro da demanda Receita da demanda – custo fixo -15.565.651,35 2.608.455,85

Valor Total Inicial

Composição das Variáveis Indicadores

22

III - Número estimado de viagens por ano: valor calculado a partir do tempo de

atracação e viagens entre os trechos. Estimou-se, portanto, para essa variável 78 viagens ano-1.

IV - Média estimada do surgimento de uma nova embarcação por ano: verificou-se, a

partir do cálculo da média das idades, que correspondeu a 11 anos, assim, aferiu-se que surgem

2 novas embarcações por ano.

V - Capacidade de passageiros das embarcações existentes: corresponde ao total da

oferta de passageiros das 89 embarcações, que foi de 15.167 ano-1, onde a média por trecho foi

de 238,97 passageiros.

VI - Capacidade de TPB das embarcações existentes: refere-se à capacidade da oferta

de cargas que resultou em 20.102,41 toneladas ano-1, cuja média por trecho foi de 278,95 t.

4. Demanda e oferta do transporte hidroviários interior

Por meio de um tratamento descritivo, observou-se que movimentação de passageiros

no transporte fluvial do Amazonas foi de, aproximadamente, 1.3 milhões no ano de 2014.

A média de movimentação dos trechos é de 17.000 toneladas, e ainda a quantidade de

carga movimentada nos 73 trechos com origem/destino o Estado do Amazonas, no ano de 2014,

foi de aproximadamente, 1.8 milhões de toneladas, assim detectou-se o potencial das seguintes

rotas estaduais: Manaus-Coari, Manaus-Codajás, Manaus-Manaquiri, Manaus-Maués, Manaus-

Nova Olinda do Norte, Manaus-Parintins, Manaus-Tabatinga e Manaus-Tefé.

Figura1. Demanda nas principais rotas do THI misto de passageiros

23

Figura2. Demanda nas principais rotas do THI misto de cargas

A Figura 1 e Figura 2 ilustram o cenário da demanda, respectivamente, de passageiros

e cargas, nas rotas fluviais e seus atinentes valores, observou-se ainda que os maiores fluxos de

passageiros e movimentações de cargas das rotas selecionadas para este estudo concentram-se

na mesorregião Centro Amazonense (Coari, Codajás, Manaus, Manaquiri, Maués, Nova Olinda

do Norte, Parintins e Tefé) e apenas Tabatinga localiza-se no Sudoeste Amazonense, sugerindo

trajetos de curta distância em relação à dimensão do Estado. Observou-se que o trecho com

maior representatividade de demanda de passageiros durante o ano de 2014 foi Manaus-

Santarém (159.524), já para cargas a maior demanda foi para o Manaus-Tabatinga

(209.159,80).

24

Figura3. Oferta nas principais rotas do THI misto de passageiros

A Figura 3 ilustra o cenário da oferta de passageiros nas rotas fluviais e seus

respectivos valores, observou-se que a rota que oferece maior capacidade em suas embarcações

mistas é Manaus-Parintins.

Figura4. Oferta nas principais rotas do THI misto de cargas

A Figura 4 ilustra o cenário da oferta de cargas nas rotas fluviais e seus respectivos

25

valores, observou-se que a rota que oferece maior capacidade em suas embarcações mistas é

Manaus-Porto Velho, com 482.342,70 TPB, seguido de Manaus-Parintins com 311.294,34

TPB.

5. Conclusão

A Figura 5 apresenta o valor relativo da oferta sobre a demanda, observou-se que para

2014 a oferta que faz uso do modal hidroviário, tanto de cargas quanto de passageiros, supera

a demanda em aproximadamente 60%.

(a) (b)

Figura5. Estimativa relativa da demanda e oferta para passageiros (a) e cargas (b).

Estima-se a média de 53 (cinquenta e três) viagens da embarcação tipo expresso no

ano de 2014 e verifica-se que a capacidade da oferta de passageiros é de 89.835. Para a projeção

o número médio do surgimento de uma nova embarcação do tipo expresso é de 2,38 ao ano e a

média da capacidade de passageiros é de 73,7.

Observa-se que ao final de 2024 a oferta estimada é de 91.589 passageiros que utilizam

o transporte fluvial tipo expresso, em contrapartida, observa-se um acréscimo de

aproximadamente 8% da oferta de passageiros que fazem uso de embarcações mistas, no

mesmo período. Em termos gerais, estima-se um crescimento de 18,52% da capacidade de

embarcação mista em relação ao expresso (Figura 6).

Figura6. Comparativo da projeção da oferta das embarcações tipo mistas e expressos.

Estimou-se a média de 16 viagens da embarcação tipo balsa no ano de 2014 e verifica-

se que a capacidade da oferta de cargas do total de 159 balsas pesquisadas foi de 172.925,31.

40%

60%

Passageiros 2014

Demanda

Oferta

39%

61%

Cargas 2014

Demanda

Oferta

1.176.525,86 1.179.366,89 1.181.260,91 1.185.048,95

89.835,00 90.361,19 90.711,98 91.413,56

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Período de 10 anos

Crescimento da Oferta: Passageiros

Capacidade de Passageiros - mista

Capacidade de Passageiros - via expresso

26

Já a capacidade de cargas de embarcações do tipo mista foi de 1.559.372,66 compreendendo a

capacidade existente de 89 embarcações mista de 20.102,41 e, em média, 78 viagens ao ano.

Leva-se, aproximadamente, cinco anos para o surgimento de uma nova balsa, enquanto que a

quatro novas embarcações tipo mista surgem por ano.

Figura 7. Comparativo da projeção da oferta capacidade de cargas via embarcação mista e balsa.

Ao final de 2024 projeta-se que a oferta estimada será de 1.569.346,77 de TPB do

transporte via mista, percebendo uma diferença de, aproximadamente, 41% em relação à

projeção da oferta de cargas via balsa (3.845.075,84). Em termos gerais, estima-se um

crescimento de 24,5% da capacidade de cargas da embarcação tipo balsa quando comparado ao

tipo mista (Figura 7).

A Figura 8 apresenta o comparativo das previsões de crescimento linear. Estimou-se

que a demanda de passageiros em 2014 foi de 784.575,80 e ao final de 2057 estima-se atingir

1.160.894,60 passageiros que utilizam o transporte hidroviários dos trechos desse estudo, ao

passo que ofertou-se 1.176.525,86 de capacidade total das 86 embarcações analisadas na

pesquisa, assim, ao final de 2057 a oferta prevista foi de 1.181.340,50, correspondente a uma

diferença de 1,76% menor em relação a estimativa da demanda, portanto, acredita-se que

demanda supere a oferta nos anos futuros (a).

Já no que se refere à projeção da oferta e demanda de cargas, observou-se que a

demanda supera a oferta após o ano de 2020, onde a demanda apresenta 1596461,8 toneladas

transportadas em 2020 enquanto que a oferta da capacidade para o transporte misto foi de

1560139,94 toneladas no mesmo período, o final de 2057 a demanda supera a oferta em 337%

(b).

(a) (b)

Figura 8. Comparativo da Projeção da oferta e demanda 2014-2057: (a) passageiros. (b) cargas.

3.804.356,82 3.817.929,83 3.826.978,50 3.845.075,84

1.559.372,66 1.562.697,36 1.564.913,83 1.569.346,77

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Período de 10 anos

Crescimento da Oferta: Cargas

Capacidade de Cargas - via balsa Capacidade de Cargas- Mistas

0

200000

400000

600000

800000

1000000

1200000

1400000

2014 2018 2022 2026 2030 2034 2038 2042 2046 2050 2054

Projeção da Demanda e Oferta de Passageiros

Demanda Oferta

0

1000000

2000000

3000000

4000000

5000000

6000000

2014 2018 2022 2026 2030 2034 2038 2042 2046 2050 2054

Projeção da Demanda e Oferta de Cargas

Demanda Oferta

27

A receita inicial da demanda de passageiros foi de R$ 51.782.002,80 ano-1, equivale a

42,54% sobre a receita total da demanda (Figura 9-a), em contrapartida, supondo que a

capacidade máxima destinada a passageiros fosse atingida em todas as viagens, a receita inicial

estimada da oferta seria de R$ 77.650.706,57 ano-1, o que corresponde a 41,57% sobre o total

(Figura 9-c), essa análise sugere que apesar da oferta de capacidade de passageiros ser bem

maior que a demanda da mesma, a maior receita relativa da demanda provém da movimentação

de cargas transportadas, por exemplo, em 2014 a receita da demanda de cargas foi de R$

69.956.110,00.

(a) (b)

(c) (d)

Figura 9. Impacto relativo de passageiros e cargas no período de 2014 a 2023. (a) receita real da

demanda; (b) lucro real da demanda; (c) receita estimada da oferta e (d) lucro estimado da oferta.

O lucro inicial estimado da oferta de passageiros foi de R$ 10.303.052,42 ano -1, ou

seja, se a capacidade do transporte de passageiros se desse na sua totalidade, considerando para

esse cenário o custo fixo com tripulantes e combustível, estimou-se lucro relativo inicial de

36,81% de fluxo de passageiros sobre o total (cargas+passageiros) nesse mesmo período

(Figura 9-d). Observou-se também que o lucro real da demanda de cargas supera o de

passageiros em 66,71% e ao final de dez anos poderá superar em 80,94% sobre o lucro real

total.

42

,54

%

40

,50

%

38

,69

%

37

,07

%

35

,61

%

34

,29

%

33

,08

%

31

,98

%

30

,98

%

30

,05

%

57

,46

%

59

,50

%

61

,31

%

62

,93

%

64

,39

%

65

,71

%

66

,92

%

68

,02

%

69

,02

%

69

,95

%

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Receita Real - Demanda

Contribuição de Passageiros sobre o total

Contribuição de Cargas sobre o total

33

,29

%

30

,17

%

27

,73

%

25

,76

%

24

,15

%

22

,80

%

21

,65

%

20

,66

%

19

,81

%

19

,06

%

66

,71

%

69

,83

%

72

,27

%

74

,24

%

75

,85

%

77

,20

%

78

,35

%

79

,34

%

80

,19

%

80

,94

%

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Lucro Real - Demanda

Contribuição de Passageiros sobre o total

Contribuição de Cargas sobre o total

41

,57

%

41

,57

%

41

,57

%

41

,57

%

41

,58

%

41

,58

%

41

,58

%

41

,58

%

41

,59

%

41

,59

%

58

,43

%

58

,43

%

58

,43

%

58

,43

%

58

,42

%

58

,42

%

58

,42

%

58

,42

%

58

,41

%

58

,41

%

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Receita Estimada - Oferta

Contribuição de Passageiros sobre o total

Contribuição de Cargas sobre o total

36

,81

%

36

,82

%

36

,83

%

36

,84

%

36

,85

%

36

,86

%

36

,87

%

36

,88

%

36

,89

%

36

,89

%

63

,19

%

63

,18

%

63

,17

%

63

,16

%

63

,15

%

63

,14

%

63

,13

%

63

,12

%

63

,11

%

63

,11

%

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Lucro Estimado - Oferta

Contribuição de Passageiros sobre o total

Contribuição de Cargas sobre o total

28

DETERMINAR O PADRÃO DE ATENDIMENTO DOS PORTOS

1. Introdução

O modal aquaviário é o meio de transporte de pessoas e mercadorias mais importante

na região amazônica, interligando comunidades e polos de produção, comercialização e

consumo situados nas proximidades da vasta malha hidroviária. A dificuldade para desenvolver

um eficiente transporte aquaviário é de diversas ordens, reflexo dos baixos investimentos no

setor ao longo dos anos, resultando numa precária infraestrutura das instalações portuárias da

região (ANTAQ, 2013).

O país conta com 37 portos públicos, entre marítimos e fluviais, com uma

infraestrutura que apresenta problemas tais como: acesso aos portos, à escassez de

equipamentos de terra, falta de dragagem e manutenção. Com isso, o custo de operação

portuária é elevado no país quando comparado aos demais portos do mundo, o que faz com que

operem abaixo de sua capacidade total (CNT, 2011).

A região amazônica apresenta peculiaridades operacionais, com uma dispersão de

instalações portuárias e predominância de práticas informais marcadas pela cultura local e suas

tradições, que contribuem para a escassez de informações quantitativas e qualitativas a respeito

do padrão de infraestrutura portuária para o transporte fluvial de passageiros e cargas (ANTAQ,

2013).

Essas práticas informais que envolvem transporte de cargas e passageiros acontecem

em embarcações que atracam em portos e ou terminais hidroviários que não apresentam

compatibilização entre seus projetos arquitetônicos de portos com os estudos de planejamento

de transportes realizados (BARBOSA, 1982).

A falta de infraestrutura adequada, as deficiências de projeto e a não integração do

sistema hidroviário com os demais modos de transporte, na maioria dos portos da região, são

responsáveis por grande parte dos problemas operacionais ocorridos e pela não confiabilidade

dos usuários do sistema (BARBOSA, 1982).

O presente artigo tem como objetivo geral apresentar uma metodologia para selecionar

os itens que compõem um porto, para que através do planejamento portuário, a região seja capaz

de oferecer serviços portuários que atendam a expansão da demanda com bons níveis de

qualidade para o transporte misto.

O problema selecionar os itens para o porto foi tratado com o Problema da Mochila

0/1, adotando as funções custo e importância, como variáveis que determinam os itens que irão

compor a “mochila” (o porto).

O resultado da aplicação da metodologia apresentada pode proporcionar uma melhoria

do transporte fluvial na Amazônia. A aplicação do modelo proposto oferece um diagnóstico de

onde deve ser melhorado, influencia no planejamento das políticas públicas, na regulamentação,

qualificação e especialização do setor, além de fornecer alinhamento conceitual aos usuários.

O trabalho foi dividido em 4 (quatro) seções; a primeira seção aborda conceitos de

transporte aquaviário, portos e sua importância para a região e o resultado da pesquisa

desenvolvida pelo INTRA – Instituto de Pesquisa em Transporte sobre o relatório executivo

desenvolvido pela ANTAQ. A segunda seção traz a fundamentação teórica do problema da

mochila, na qual é apresentado o modelo matemático para o problema. Na terceira seção é

apresentada a aplicação do problema e, na seção posterior, os resultados e discussão gerados

pela aplicação do modelo.

2. Porto

29

A atividade portuária é complexa e não se limita apenas à sua estrutura física. O porto

possui a estrutura física, que compreende a infraestrutura aquaviária disponível, as instalações

de terra e os equipamentos utilizados para manuseio, carga e descarga das mercadorias,

necessitam ainda de organizações, equipamentos e sistemas que possibilitem a melhor rapidez,

segurança e menor custo para os deslocamentos das mercadorias e pessoas. Esse conjunto de

atividades abrange atualmente o que se chama de logística (IPEA, 2009).

Para conceituar um porto, é necessário compreender o que é o transporte aquaviário e

identificar três aspectos que fazem parte desse modal de transporte: as infraestruturas

aquaviárias, portuária e terrestre (IPEA, 2009).

A infraestrutura aquaviária é composta pelos canais de acesso aos portos, bacias de

evolução, quebra-mares, hidrovias e berços de atracação. Os equipamentos para movimentação

e armazenagem de mercadorias, tais como guindastes, esteiras e armazéns, são conhecidos

como superestrutura portuária. Já infraestrutura portuária é composta pela estrutura fixa sobre

os quais é realizada a movimentação de cargas entre os navios e os modais terrestres.

Finalmente, a infraestrutura terrestre permite o transporte de bens entre os navios e os limites

da área do porto, por meio não somente de vias ferroviárias e rodoviárias, dutos e correias

transportadoras, mas também dos pátios dos terminais de embarque e desembarque de cargas e

passageiros, e dos pátios das áreas de (IPEA, 2009).

Foram classificados os portos em três tipos: quanto à localização, quanto à

infraestrutura e quanto à atividade (DEGRASSI, 2001). A localização é o espaço em que se

implanta a estrutura portuária; A decisão por este local é determinada por diversas condições,

principalmente, pela integração com modos de transporte terrestre (MORAES, 2003).

Rodrigues (2007) afirma que a localização do porto pode influenciar diretamente nos custos de

transporte.

Os portos são formados, em geral, por um conjunto de elementos essenciais a sua

operação. São compreendidos pelas instalações portuárias, quais sejam ancoradouros, docas,

cais, pontes e píeres de atracação e acostagem, terrenos, armazéns, edificações e vias de

circulação interna, bem como pela infraestrutura de proteção e acesso aquaviário ao porto, tais

como guias-correntes, quebra-mares, eclusas, canais, bacias de evolução e áreas de fundeio que

devam ser mantidas pela Administração do Porto (Lei 8.630/93) (ANTAQ, 2009).

Há ainda o conceito de porto organizado, que “é aquele construído e aparelhado para

atender às necessidades da navegação, da movimentação e da armazenagem de mercadorias,

concedido ou explorado pela União, cujo tráfego e operações estejam sob a jurisdição de uma

autoridade portuária” (ANTAQ, 2009).

Existem também as instalações públicas de pequeno porte (IP4) que outorga de

autorização somente a Estados e Municípios. Ainda que exploradas por estados ou municípios,

são consideradas instalações portuárias federais. Operam exclusivamente com embarcações

classificadas ou certificadas para a navegação interior. Poderá realizar operações de embarque

e desembarque de passageiros, bem como a movimentação e armazenagem de mercadorias, ou

ambas. Instalações de uso público, com possibilidade de transferência da atividade à iniciativa

privada (arrendamento), mediante regular processo licitatório (ANTAQ, 2009).

Finaliza-se a abordagem de conceitual de portos, com a definição e a finalidade das

Estações de Transbordo de Carga (ETC), que tem grande capacidade de atingir distantes

mercados através do Longo Curso e Cabotagem. A ETC surgiu da necessidade de regularização

dos pontos de transbordo de cargas, localizados ao longo das hidrovias, em especial na bacia

amazônica e hidrovia Tietê-Paraná. Terminais dessa classificação são utilizados,

exclusivamente, para operação de transbordo de cargas destinadas ou provenientes da

navegação interior. Portanto, ETC e IP4 apresentam-se como instrumentos de desenvolvimento

30

regional (ANTAQ, 2009).

3. Padrão de atendimento dos portos

A ANTAQ (2013) define os padrões de atendimento para as embarcações e instalações

portuárias operarem de maneira satisfatória. Tal relatório executivo foi desenvolvido com o

objetivo de investigar e orientar sobre a maioria dos problemas que envolvem o transporte

hidroviário de passageiros na Amazônia, esperando servir de subsidio para melhores práticas

regulatórias e ações efetivas no transporte aquaviário misto.

A avaliação dos terminais feita no estudo citado mostra os itens necessários para o

atendimento dos usuários segundo critérios técnicos e operacionais. Entretanto, não foi definido

neste estudo um padrão mínimo necessário para o funcionamento adequado de um terminal

portuário.

O nível de atendimento de acordo com os critérios da ANTAQ é caracterizado como:

elevado, se forem atendidos 70% a 100% dos critérios de padrão de atendimento; médio, se

forem atendidos 50% a 69%; e baixo, se forem atendidos 0% a 49% dos critérios (ANTAQ,

2013).

Seguindo os critérios de padrão de atendimento citado, realizou-se uma pesquisa

qualitativa objetivando apresentar os itens mínimos necessários para o funcionamento

adequado de um terminal de passageiro. Trinta (30) terminais de passageiros foram submetidos

à avaliação da ANTAQ no Amazonas, que obtiveram classificação baixa. Foi observado que

existe uma discrepância grande entre os terminais do Estado, justificado pelo desequilíbrio

socioeconômico no território do Amazonas. O terminal do Roadway foi o melhor classificado,

segundo a ANTAQ, com 70% de observância dos itens pesquisados, enquanto o Porto São

Raimundo aproximadamente 3% (ANTAQ, 2013).

No Amazonas, a pesquisa foi marcada pela ausência, principalmente, de critérios

relacionados a operacionalidade. Requisitos de atendimento, como posto de atendimento

médico, área de circulação com sinalização e telefones públicos apresentaram percentuais

muitos baixos, apesar de se tratar de investimentos relativamente pequenos. Outro aspecto que

deve ser colocado, ainda na demanda de operação, é a questão dos berços de atracação

adequados, que apesar de ter importância primária, apresenta percentual baixo nos terminais do

Estado (ANTAQ, 2013).

Os percentuais de atendimento global dos critérios analisados demonstraram um

desempenho ruim para os terminais do Amazonas. Tal que, 80% deles obtiveram avaliação

inferior a 30% (baixo). Apenas 4 (quatro) terminais obtiveram avaliação superior a 50% (médio

ou alto), são eles: Roadway, Ceasa, Tabatinga e Humaitá (ANTAQ, 2013).

Dos terminais avaliados no estado do Amazonas, 87% deles apresentam baixo padrão

de atendimento, 10% médio e apenas 3% apresentam um padrão elevado. Logo, a pesquisa

reforça a necessidade de melhorias nos terminais do Estado com o intuito de atingir um padrão

adequado (ANTAQ, 2013).

31

Figura 1 – Padrão de Atendimento nos portos de Manaus

Fonte: ANTAQ (2013)

Portanto, os problemas de infraestrutura e operacionalização interferem no bom

funcionamento dos terminais portuários de Manaus. Adequar os portos a esses critérios tornaria

o transporte mais eficiente no ponto de vista econômico e mais confortável para os usuários,

diminuindo os riscos que os passageiros estão sujeitos ao utilizar este transporte.

4. Problema da mochila

Como Problemas de otimização combinatória que possui conjunto de soluções-viáveis

finito e discreto (BARBOSA, 1982), o problema da mochila (KnapSack Problem) é um

exemplo que possui característica NP-completo (MARTELLO, 1977)., no qual, em teorias de

complexidade computacional, NP (nondeterministic polynomial time) se refere a um conjunto

de problemas de decisão cuja a solução não pode ser reduzida a tempo polinomial, e NP-

Completo um subconjunto de NP mais difíceis.

Definição de Knapsack problem seria, dado um conjunto de itens, cada um com um

peso e um valor, determinar o número de itens a serem incluídos de modo que o peso total é

menor do que ou igual a um determinado limite e o valor total é o maior possível. Foi estudado

exaustivamente, por ter aplicações na indústria (nas áreas de logística, transporte e produção),

mas primariamente por ser um problema de alocação.

Nesse artigo, foi usada uma das variações do problema de 1972, chamado 0/1

Knapsack Problem (Problema da Mochila 0/1), de característica NP-difícil. A mochila booleana

inteira define as variáveis em {0,1} para que se maximizem a função-objetivo sob as restrições

do problema em questão. Ou seja, uma variável só pode ser escolhida no máximo uma vez,

portanto podendo estar na mochila (1) ou não (0), mas ainda seguindo a restrições do problema

principal (MARTELLO, 1977) (MARTELLO, 1988).

5. Formulação do problema da mochila 0/1

O problema pode ser declarado da seguinte forma Pisinger (1993): são dados n itens

para serem colocados em uma mochila de capacidade c. Cada item j tem um valor pj e peso wj

associado. Deseja-se encher a mochila obtendo o maior valor possível sem exceder a capacidade

c. Formalmente o Problema da Mochila 0/1 pode assim ser definido:

𝑚𝑎𝑥 𝑝𝑗𝑥𝑗

𝑛𝑗=1 (1)

01020304050607080

RO

DW

AY

CE

ASA

TER

MIN

AL

FLU

VIA

L D

E…

PO

RT

O D

E H

UM

AIT

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RA

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ND

O…

EIR

UN

EPÉ

Po

rce

nta

gem

Porto

Padrão de Atêndimento Média

32

𝑠𝑢𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑎 𝑤𝑗𝑥𝑗𝑛𝑗=1 ≤ 𝑐, 𝑥𝑗 ∈ {0,1}, 𝑗 = 1,… , 𝑛 (2)

Onde xj é igual a 1 se o item j está incluído na mochila e 0 caso contrário. Sem perda

de generalidade assume-se que wj ≤ c para assegurar que todos os itens cabem na mochila e

para evitar soluções triviais.

O problema da mochila apresenta ainda várias aplicações práticas no mundo real,

como por exemplo: carregamento de cargas, seleção de projetos, corte de peças, controle

orçamentário entre outras.

6. Aplicação do Problema

O problema de seleção de critérios de padrão de atendimento objetiva maximizar o

número de itens a serem colocados em um porto com capacidade de investimento VIT. Seja xj,

com j = 1,..,40; itens de critério padrão definido pela ANTAQ no relatório executivo, Cada item

tem um grau de importância para o porto, e poderá pertencer ou não ao porto.

Seja wj com j = 1,..,40 , peso de importância atribuído a cada item, onde esse valor é

atribuído dentro do conjunto {1..5}. Esses pesos definem a importância do item para o porto.

Seja pj com j = 1,..,40, custo teórico (subjetivo) de implantação de cada item, onde o

custo é atribuído do conjunto {1..5}. Esse custo define quão caro é a implantação do item.

Seja Fmax o valor máximo a ser atingido pela soma de todos os pesos de importância

dos itens de critério padrão de atendimento. VIT é o valor total de investimento para

implantação dos itens no Porto.

As variáveis de decisão do problema são:

𝑥𝑗 = { 1, 𝑠𝑒 𝑜 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑗 𝑓𝑜𝑟 𝑠𝑒𝑙𝑒𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑷𝒐𝒓𝒕𝒐;

0 , 𝑠𝑒 𝑜 𝑖𝑡𝑒𝑚 𝑛ã𝑜 𝑓𝑜𝑟}

E a formulação para a Seleção de Critérios Padrão (SCP) é

𝐹𝑚𝑎𝑥 𝑥 = 𝑀𝑎𝑥 𝑝j𝑥j40j=1

(3)

Sujeito à

𝑤𝑗𝑥𝑗 40𝑖=1 ≤ 𝑉𝐼𝑇 (4)

𝑥𝑗 ∈ { 0,1} (5)

A função (3) está relacionada a maximização dos itens totais atribuídos a um porto,

com suas importâncias atribuídas. Esse valor máximo poderá ser alcançado, em termos dos

valores de custo de implantação de cada item igual ou inferior ao valor de investimento total

disponível para os itens, é assegurada pela restrição (4). E por fim, a restrição (5) garante as

variáveis binárias e integralidade.

6.1 Aplicação do problema da mochila 0/1

33

Partindo da modelagem inicial e dos valores de importância e custo atribuídos aos itens

no artigo, chegamos a função objetivo Fmax(x) para nosso caso (6).

𝐹𝑚𝑎𝑥 𝑥 = 4𝑥1 + 2𝑥2 + 2𝑥3 + 2𝑥4 + 1𝑥5 + 4𝑥6 + 3𝑥7 + 3𝑥8 + 3𝑥9 + 2𝑥10 + 5 + 4𝑥12 + 5𝑥13 + 4𝑥14 + 3𝑥15 + 4𝑥16 + 3𝑥17 + 3𝑥18 + 1𝑥19 + 3𝑥20 +2𝑥21 + 3𝑥22 + 1𝑥23 + 3𝑥24 + 2𝑥25 + 1𝑥26 + 1𝑥27 + 3𝑥28 + 4𝑥29 + 1𝑥30 + 1𝑥31 +2𝑥32 + 4𝑥33 + 2𝑥34 + 5𝑥35 + 5𝑥36 + 5𝑥37 + 5𝑥38 + 5𝑥39 + 5𝑥40 (6)

Sujeito à.:

𝑅 𝑥 = 5𝑥1 + 4𝑥2 + 4𝑥3 + 3𝑥4 + 2𝑥5 + 3𝑥6 + 3𝑥7 + 3𝑥8 + 3𝑥9 + 2𝑥10 + 4𝑥11 + 4𝑥12 + 5𝑥13 + 3𝑥14 + 1𝑥15 + 2𝑥16 + 2𝑥17 + 3𝑥18 + 2𝑥19 + 1𝑥20 + 2𝑥21 +3𝑥22 + 3𝑥23 + 3𝑥24 + 3𝑥25 + 3𝑥26 + 3𝑥27 + 2𝑥28 + 3𝑥29 + 2𝑥30 + 1𝑥31 + 2𝑥32 +3𝑥33 + 2𝑥34 + 5𝑥35 + 5𝑥36 + 5𝑥37 + 4𝑥38 + 4𝑥39 + 4𝑥40 ≥ 𝑉𝑇𝐼(7)

𝑥𝑗 ∈ { 0,1} (8)

Para o presente estudo, analisaram-se três (3) cenários, onde VTI assume os valores

de 40, 60 e 80. A equação (7), com VTI variável, para ser associado a cada cenário trabalhado

nos resultados. Também definimos todos os valores inteiros e variáveis binárias (0/1), conforme

restrição representada pela equação (8).

Os resultados dos cenários foram comparados com cenários reais, avaliados pela

ANTAQ (2013), para os portos Roadway e Manaus Moderna, representando o melhor cenário

atual (Roadway) e o cenário médio entre os portos regionais (Manaus Moderna).

7. Resultados

Observa-se, na Figura 2, que todos os cenários apresentam melhorias significativas na

qualidade do padrão de atendimento, quando comparados com o cenário médio. Neste caso, o

resultado aumenta o padrão de atendimento em média 90%. Entretanto, observa-se que o porto

Roadway apresenta um desempenho elevado, ficando 6,6% abaixo apenas do cenário (80).

Figura 2 – Padrão de Atendimento nos portos de Manaus

A Tabela 1 mostra os resultados da execução para os cenários (40), (60) e (80).

Observa-se que os cenários selecionaram uma quantidade de itens maiores em 27%, 63% e

127%, respectivamente, que o cenário médio. Entretanto, destaca-se que na solução ótima para

90

40

56

76

96

0

20

40

60

80

100

120

PA

DR

ÂO

DE

AT

EN

DIM

EN

TO

34

ambos a seleção dos itens repetia a importância dos critérios e não prejudica o objetivo do porto.

Tabela 1 – Itens selecionados pelo modelo proposto.

Itens de Padrão de Atendimento Qtd. de itens

selecionados

Comparação

com o cenário

médio

Cenário

idealizado

(40)

Área compatível com a demanda de passageiros no terminal;

Serviço de abastecimento de água para embarcações; Serviço

de combate a incêndio; Salas de administração e arrecadação;

Balcão de informações;Boxe de vendas de

passagens;Bancos/assentos; Lixeiras; Bancos e assentos;

Banheiros: masculinos e femininos; Quadro de chegada e saída

de embarcações; Berço específico e adequado para embarque e

desembarque de passageiros; Suficiência de berços; Berço

compatível com as características da embarcação operante;

berço compatível com as características da embarcação

operante;

14

27% acima

Cenário

idealizado

(60)

Área compatível com a demanda de passageiros no terminal;

Serviço de abastecimento de água para embarcações; Serviço

de combate a incêndio; Abastecimento de energia; Salas de

administração e arrecadação; Balcão de informações; Boxe de

vendas de passagens; Bancos/assentos; Lixeiras; Bancos e

assentos; Banheiros: masculinos e femininos; Quadro de

chegada e saída de embarcações; Berço específico e adequado

para embarque e desembarque de passageiros; Suficiência de

berços;

18

63% acima

Cenário

idealizado

(80)

Área compatível com a demanda de passageiros no terminal;

Guarita de controle; Posto de atendimento médico; Posto de

polícia; Serviços de carregadores; Serviço de combate a

incêndio; Abastecimento de energia; Salas de administração e

arrecadação;Balcão de informações; Boxe de vendas de

passagens; Bancos/assentos; Banheiros públicos:

masculino/feminino; Lixeiras; Quadro de chegada e saídas das

embarcações; Policiamento; Bancos e assentos; Banheiros:

masculinos e femininos; Quadro de chegada e saída de embarcações; Berço específico e adequado para embarque e

desembarque de passageiros; Suficiência de berços; berço

compatível com as características da embarcação operante;

25

127% acima

8. Conclusão

A proposição do Problema da Mochila 0/1 para definição do padrão de atendimento

mostra-se válido no sentido de selecionar os itens mais importantes para operação portuária.

Para o caso aqui apresentado, verificou-se que os cenários (40), (60) e (80) são mais eficientes

que os atuais e podem ser utilizados com referência (benchmarks) para que portos considerados

ineficientes melhorem seus desempenhos.

O resultado da aplicação da metodologia apresentada pode proporcionar uma melhoria

do transporte fluvial na Amazônia. A aplicação do modelo proposto oferece um diagnóstico de

onde deve ser melhorado, influencia no planejamento das políticas públicas, na regulamentação,

qualificação e especialização do setor, além de fornecer alinhamento conceitual aos usuários.

Quanto à contribuição deste trabalho, espera-se que, por meio da utilização do

Problema da Mochila 0/1, os tomadores de decisão e usuários possam tomar decisões mais

precisas, tais como: Quais itens de padrão de atendimento devem ser selecionados para um bom

funcionamento de um porto?

35

Como proposta para futuras pesquisas, sugere-se o desenvolvimento de um cenário

para ETC, IP4 e TUP uma vez que, estes portos são responsáveis por realizar objetivos

diferentes. Assim, o modelo proposto poderia refletir melhor as condições de todo sistema

portuário que está associado com o transporte hidroviário.

36

DESEMPENHO DE EMBARCAÇÕES MISTAS

1. Introdução

Esse artigo tem como meta apresentar uma solução usando o modelo DEA para

determinar desempenho global de embarcações mistas dentro de uma frota de transporte fluvial

já definida, já atuante, e, portanto, não mudáveis. Usando as respostas geradas pelo modelo,

podemos gerenciar a frota de forma mais eficiente, alocando-a em rotas condizentes e definindo

padrões gerenciais funcionais.

Essas embarcações movimentam a economia de vários municípios, gerando empregos

e modificando as vidas nesses municípios. O uso desse tipo de transporte está intrinsecamente

ligado as mudanças sociais e econômicas, não só hoje, mas também no passado, onde a

navegação desempenhou papel relevante como fator de desenvolvimento histórico no

Amazonas, sendo o principal apoio de sustentação e desenvolvimento da economia (ANTAQ,

2007).

E do ponto de vista econômico e estratégico, visando o crescimento do Estado, as

hidrovias não são só suporte para toda a produtividade e escoamento de produtos

criados/desenvolvidos no Amazonas, como tem baixo custo, relacionando com outras formas

de transportes. Esse estudo oferece uma proposta para melhoria de práticas gerenciais das

embarcações, com o uso do modelo DEA, determinando um padrão para embarcações.

Essas embarcações, ao moverem a economia do interior do Amazonas, tornam-se

aparatos para análise e avaliação do mercado como um todo, podendo ser avaliados como

companhias e o DEA como um dos métodos de fronteira, é satisfatório em estágios iniciais de

regulação quando o principal objetivo é reduzir a diferença de performance entre as companhias

(ZANINI, 2004).

O transporte é, como todo mecanismo econômico, regido pelas regras de oferta e

demanda, e, visto como tal, tem necessidade de ferramentas para seu auxílio em tomada de

decisões que tragam benefício comercial e social. Nisto, a pesquisa operacional oferece várias

soluções de otimização e auxílio para o processo decisório empresarial. A minimização dos

custos e maximização dos lucros torna a realidade cabível em uma modelagem de oferta e

demanda. Com a frota já definida, e com uma necessidade emergencial de minimizar custos

operacionais, a proposição neste artigo é estimar o desempenho de uma amostra de

embarcações, podendo solucionar com métodos frontier benchmarking que identificam ou

estimam a fronteira de desempenho eficiente da melhor prática na indústria ou uma amostra de

empresas (BANDIN, 1995), trazendo instintivamente o DEA como solução, onde o método

identifica a melhor prática dentro de uma fronteira de eficiência.

Os resultados obtidos nesse artigo mostraram coerência do DEA como uma solução

de interesse para a amostra tratada, apesar das restrições do método para o estudo do caso.

Conclui-se que há a necessidade de uma visão mais detalhada sobre o Estudo de caso, mas ainda

assim, propostas reais para o setor carente de estudos buscando a otimização dos processos e

praticas gerencias especificas para esse fim.

Por fim, visando melhor produtividade, crescimento e alcançar estágios de maior

produtividade, sem ignorar a natureza da região ribeirinha, nem as características da frota

existente, além disso, atender demandas da comunidade de forma eficiente, e a busca de uma

resposta viável para a realidade atual da frota de navegação mista no Amazonas, foram as

motivações primárias para a origem desse artigo, que procura na frota atual uma referência de

desempenho para as embarcações, tanto as atuais como futuras.

Na seção dois (2) apresentou-se uma revisão das pesquisas para embasar nosso estudo,

37

direcionado a natureza do problema. Na seção três (3) menciona-se com mais rigor sobre o

DEA, e benchmarks, e a motivações do uso do método. Na seção quatro (4) tratou-se de um

estudo de caso real, proporcionado por uma amostragem de embarcações do SINDARMA, e

como o modelo DEA foi aplicado a essa amostra. Na seção (5) os resultados gerados pelo

modelo são discutidos. Seção seis (6) são apresentadas conclusões mediante aos resultados

gerados e algumas observações relevantes sobre estes, e por fim, agradecimentos ao apoio do

INTRA/SINDARMA. Na seção sete (7) trazemos nossas referências bibliográficas.

2. Revisão das pesquisas

No período analisado, uma (1) tese foi desenvolvida por Frota (2008) e seis artigos

científicos envolvendo o tema foram identificados: Merege (2011), Couto et al. (2008) Couto

(2009), Duarte et al. (2009), Frota (2008), Silva Teles (2012) e Santos et al. (2014).

Frota (2008) destaca-se como o primeiro estudo que aborda o transporte fluvial de

passageiros na Amazônia em um estudo brasileiro. Neste estudo a metodologia é composta por

dois métodos de gestão da qualidade. Para o autor, as empresas de navegação apresentam baixa

qualidade no transporte aquaviário de passageiros, ocasionada pela falta de compromisso das

autoridades públicas em regulamentar o transporte na região.

Couto et al (2009), desenvolveu um indicador global, utilizando Análise Envoltória de

Dados (Data Envelopment Analysis – DEA), para avaliar o transporte aquaviário de passageiros

da Região Amazônica. No modelo, os autores definiram a viagem como insumo (inputs); a

segurança, o atendimento, a higiene, o conforto, a modicidade e a alimentação como produtos

(outputs); e por fim as embarcações como Unidades Tomadoras de Decisão (Decison Making

Units - DMUs). A pesquisa fornece a eficiência das empresas de navegação e seus benchmarks

para as menos eficientes.

Duarte et al. (2009), realizou uma análise ergonômica nas embarcações da região com

o objetivo de propor melhorias para as mesmas. A pesquisa baseou-se nos procedimentos de

delimitação e categorização dos problemas ergonômicos, onde foram levantadas deficiências e

falhas específicas, para chegar a uma proposta ergonômica que atenda de modo eficiente as

necessidades do sistema.

Merege (2011) desenvolveu um conjunto de indicadores de desempenho que

possibilitam avaliar os serviços de transporte longitudinal misto. No trabalho são construídos

índices de operacionalidade e qualidade para apontar a frequência relativa e destacar as

empresas de navegação com melhores práticas. O índice de operacionalidade é obtido a partir

das características operacionais das empresas transporte. Já o índice de qualidade, depende de

informações da qualidade dos serviços prestados, que são subjetivas.

Silva Teles (2012) realizou uma análise ergonômica em embarcações do estado do Rio

de Janeiro com o objetivo de propor melhorias. Pois, para os autores, as embarcações que

operam na região não atendem as normas portuárias e ergonômicas. Assim, a pesquisa baseou-

se nos procedimentos de delimitação e categorização dos problemas ergonômicos, em que

foram levantadas deficiências e falhas específicas, para chegar a uma proposta ergonômica que

atenda de modo eficiente, as necessidades do sistema.

Santos et al. (2014) avaliou o transporte de passageiros na Amazônia Ocidental com

foco nos serviços oferecidos aos usuários. Para o autor, a baixa qualidade oferecida no

transporte aquaviário de passageiros é ocasionada pela falta de compromisso das autoridades

públicas em regulamentar o transporte na região e pela falta de conscientização ou

desconhecimento, dos usuários, de um serviço que proporcione maior qualidade e segurança.

Com base na revisão da literatura conclui-se que a problemática apresenta as seguintes

38

características: o número de critérios é maior que dois e conflitante; a solução depende de um

conjunto de pessoas, alguns critérios são quantificáveis ao passo que outros só o são por meio

de julgamento subjetivo e por fim, os problemas não estão claramente definidos e estruturados.

De fato, a variedade e complexidade, do problema faz das empresas de navegação fluvial mista

um campo promissor para utilização e desenvolvimento de indicadores.

3. DEA – RCE

Na Análise Envoltória de Dados (DEA), o conceito de Eficiência depende do meio em

que é aplicado, e está intimamente conectado aos conceitos de eficácia e produtividade. A

eficácia está ligada apenas aos resultados, enfatizando esses e objetivos, explorando ao máximo

os recursos disponíveis no processo. E a produtividade envolve o quanto foi produzido e os

gastos do processo de produção. Essas decisões definem os níveis de eficiência das unidades,

portanto serão chamadas de DMU.

A eficiência é um conceito relativo. O que é considerado Eficiência, compara o que é

produzido com os recursos atuais, com o que poderia ser produzido com os mesmos recursos.

Há diversas formas de avaliar essa razão, geralmente usa-se a média (aritmética) para

determinar essa produção. O DEA considera que a produtividade pode ser avaliada observando

as DMUs. Existem duas formas básicas de tornar uma DMU eficiente. Uma é reduzindo os

recursos, mas mantendo os produtos constantes (orientação a inputs) e a segunda é aumentar a

quantidade de produtos, mas mantendo os recursos constantes (orientação a outputs).

Usou-se o modelo clássico DEA RCE (Retorno Constante a Escala) apresentado por

Charnes et al. (1978), orientado a inputs (que chamaremos de insumos) que constrói uma

superfície linear por partes, não paramétrica, envolvendo dados, e qualquer a variação nos

insumos produz variação proporcional nos produtos. Com essas informações, construiu-se o

problema de programação linear, nos seguintes critérios.

𝑀𝑎𝑥𝑖𝑚𝑖𝑧𝑎𝑟𝐻𝑘 = 𝑢𝑟𝑦𝑟𝑘𝑠𝑖=1 (1)

𝑆𝑢𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑎: 𝑢𝑟𝑦𝑟𝑗𝑚𝑖=1 − 𝑣𝑖𝑥𝑖𝑗 ≤ 0𝑛

𝑖=1 (2)

𝑣𝑖𝑥𝑖𝑘 = 1𝑒𝑢𝑖𝑛𝑖=1 , 𝑣𝑖 ≥ 0 (3)

Considerando y como outputs, x os inputs; u, v são pesos e r =1,...,m; i=1,...,n e

j=1,...,N. Esse modelo determina a eficiência pela otimização da razão entre a soma ponderada

dos produtos e a soma ponderada dos insumos e escolhe os pesos de cada variável

convenientemente, permite certa liberdade as DMUs, desde que esse peso aplicado as outras

DMUs não gere uma razão que não passe de 1.

3.1 Benchmarks

Para regular os elementos que possuem baixa performance, é necessário um padrão de

excelência, que se tornará um alvo para os que precisam de ajustes para alcançar a fronteiras da

eficiência.

Com esse pensamento em mente, nota-se a necessidade de Benchmarks e modelos para

avaliar performances desses benchmarks e aqueles que não estão avaliados como tal. Existem

duas técnicas para o Benchmarking: A que considera uma medida para “representante médio”

de desempenho, e a que se baseia no representante com melhor “prática” (JAMASB, 2000) e

(PLAGNET, 2006). Essas técnicas são chamados respectivamente de Average Benchmaking e

Frontier Benchmaking.

39

3.2 Escolha do método de Benchmarking

O Frontier Benchmarking estima uma fronteira de desempenho eficiente para uma

amostra de elementos ou melhores práticas no conjunto, onde a fronteira é um indicador de

qualidade para a medida de performance.

Definindo um conjunto com diferentes práticas gerenciais, e com diferentes retornos,

o método frontier benchmarking escolhido deve atender a algumas limitações do problema

proposto (frota já existente, fluvial, mista) e tem a necessidade de reduzir diferenças de

performance entre os elementos avaliados, o que sugere que o DEA uma proposta de resolução

apropriada à problemática.

4. Estudo de Caso

O problema foi modelado como um problema de tomada de decisão associado à

alocação de recursos, portanto considerado um problema de programação Linear

(FITZSIMMONS e FITZSIMMONS, 2000), e tem como característica principal a seleção entre

as embarcações, objeto considerado um problema de Análise Envoltória de Dados (DEA),

técnica de Pesquisa Operacional, baseado em Programação Linear, cujo objetivo é analisar

comparativamente unidades independentes (embarcações) no que se refere ao seu desempenho

operacional (PEREIRA, 1995).

Com essas informações em mente, notou-se um problema em que seleciona-se

embarcações por suas produtividades e através desta medida, escolher as embarcações que farão

papel de DMU unidades de tomada de decisão, representada por outputs e inputs.

5. Modelo DEA proposto

A amostra que representa as unidades produtivas será de embarcações que apresentam

o mesmo perfil, em escala de tamanho baseada nos comprimentos da frota atual que variaram

entre 18 metros a 67 metros. Essa amostra foi dividida em quatro classes proporcionais. Temos

para cada classe, aproximadamente 18 embarcações, com 19 no último conjunto. Tabela 1 – Classificação das Embarcações

Classificação Tipo Comprimento (m)

Classe A Embarcações de pequeno porte 18 à 32

Classe B Embarcações de médio porte 32.2 à 38.3

Classe C Embarcações de grande porte 39 à 42.3

Classe D Embarcações de enorme porte 42.5 à 66.2

A primeira classe gerada, Classe A, conjunto de embarcações de pequeno porte, possui

o tamanho médio em metros de 31.5, com o mínimo de 18 metros, representado pelo

Comandante Becil e o maior seria o Dom Jackson I.

A segunda classe, B, o conjunto de embarcações de médio porte, possui o tamanho

médio de 35,9. Com embarcação Calipso I, como seu menor representante, de tamanho 32,2

metros e Oliveira V, o maior de 38,3, é um conjunto com poucos desvios.

A terceira classe, C, o conjunto de embarcações de grande porte, possui o tamanho

médio de suas embarcações 40,2 metros, com menor representante Voyage III de 39 metros, e

o maior com 42,3 metros, Almte. Moreira IX.

40

E por ultimo, a Classe D, representando o conjunto de embarcações de enorme porte,

possuindo o tamanho médio de 49.5 metros, tendo o menor elemento Lady Cristina com 42,5

metros, e o maior Amazon Star com 66 metros.

Usando DEA-RCE orientado a insumos, foram selecionados 1 input e 3 outputs (uma

variável de insumo, e três variáveis de produtos, oferecidos como informações das embarcações

já organizadas em classes.

Quadro 1 - Variáveis do Modelo DEA proposto

Variável Tipo Descrição

Custo /hora Insumo O custo por hora/viagem

Cap. Passageiros Produto Quantidade máxima de

passageiros.

Cap. Carga (ton) Produto Quantidade máxima de carga:

km/Ciclo Produto Quilometro percorrido por Tempo

de ciclo:

Alocando as variáveis selecionadas para avaliação, há passageiros, carga por tonelada

e o quilometro percorrido como outputs, sendo associados a variável y, na modelagem DEA, e

custo por hora como o input, assim estabelecendo valores para a função-objetivo. O DEA

estabelece a razão entre a média ponderada dos produtos/insumos e com essa razão, de forma

benevolente, são atribuídas as embarcações pesos convenientes, desde que não passe de 1, que

é nossa fronteira de eficiência.

Figura 1 – Modelo do problema no conceito DEA

6. Resultados

Conforme amostragem, as tabelas criadas para conjunto estudado, demonstram as

diferenças principais dos custos entre embarcações, com poucas diferenças entre similares.

Percebe-se que os custos médios entre embarcações são proporcionais.

Os resultados do DEA mostram mais de um benchmark para cada conjunto, revelando

que há alternativas diferenciadas para novas práticas de gestão para a frota atual, e assim,

conforme os Figuras de 2 à 5, verificamos as diferenças entre todas as unidades de decisão e os

benchmarks agora já estabelecidos.

Então, com a visão diferenciada, agora temos mais de um padrão de eficiência para

cada conjunto, gerando flexibilidade para os marítimos escolherem as práticas que se adéquem

41

às suas rotinas. E gerados pelo DEA, os scores, mostrando as diferenças entre as embarcações

avaliadas num contexto geral.

Figura 2 – Scores da Classe A

Os resultados que mostram a eficiência dentro da classe A podem ser observados no

(Figura 2). Notou-se que 11% das embarcações estavam abaixo do índice de eficiência, sendo

sendo esses Rei da Glória (0.357) e Jesus me Deu IV (0.044), com ineficiência drástica. 33%

das embarcações estão na média, com scores entre 0.509 a 0.609. Com eficiência acima da

média existem 33% das embarcações, com scores de 0.81 à 0.971, e por fim, há duas (2)

embarcações eficientes (100%) como benchmarks para a avaliação de embarcações pequenas,

representando 11% da amostra, sendo essas Tio Gracy e Dom Jackson I, com score 1. A média

geral de scores foi de 0.683.

Figura 3 – Scores da Classe B

Os resultados de eficiência exibidos na Figura 3 representam a Classe B e mostram

elevado índice de ineficiência. Com 44% das embarcações com scores entre 0.097 à 0,476,

existem embarcações com ineficiência crítica, como F/B VIEIRA (0,097) e 14 de Outubro (0,

151). 33% das embarcações estão na média, entre scores de 0,505 à 0,606. Com eficiência acima

da média, exemplificado por OLIVEIRA V (0.97) e por fim, os benchmarks, representando

16% das embarcações, Sendo estes três (3) embarcações, STÊNIO ARAÚJO, DONA ELBIA

CABRAL e Cidade de Santarém II, com score 1. A média geral de scores desse grupo é de

0,512.

00,10,20,30,40,50,60,70,80,9

1

Jesu

s m

e D

eu V

I

Rei

da G

lóri

a

Jesu

s M

e D

eu V

I

Mar

esi

a V

Rei

da G

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Mar

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a II

Coro

nel T

avar

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Prí

ncip

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00,10,20,30,40,50,60,70,80,9

1

42

Figura 4 – Scores da Classe C

A classe C tem os resultados de eficiência exibidos na Figura 4, mostrando também

grande número de embarcações com baixa eficiência, comparada as classes A e B. 50% das

embarcações estão com eficiência abaixo da média (scores de 0,217 à 0,295), e em diferença

marcante com 11% que estão mais próximos dos benchmarks, Cisne Branco (0,866) e Almte.

Moreira IX (0,714). Existem ainda 11% das embarcações quase na média, ressaltados por ter

uma diferença significante com o padrão de baixa eficiência visto nesse grupo: Elizabeth IV

(com score de 0,433) e Elizabeth III (score de 0,437), e por fim, os benchmarks, que são 27%

do grupo, VOYAGER III ,SÃO FRANCISCO IV, FREI GALVÃO, ITAPURANGA III,

VIEIRA II, mostrando que a classe C apresenta variações significativas de desempenho. A

média geral de scores da classe C é de 0.545.

Figura 5 – Score da Classe D

Com os resultados da classe D pela Figura 5 observou-se que 55% da frota apresentava

índices de eficiência abaixo da média (0,217 à 0,258). Entre as que estão no limiar da média,

temos 11%, Lady Cristina (0,432) e P/P Maués (0.43). 16% de embarcações acima da média de

eficiência, apresentando scores de 0.866, que são Liberty Star, San Marino II e Rondônia. Por

fim, as embarcações eficientes, com scores 1 são VOYAGER IV, G M OLIVEIRA, M.

MONTEIRO e Diamante, representando 22% do conjunto. A média de scores nesse grupo é

0.518.

Com as médias de scores de cada grupo, notou-se um padrão similar, de uma média

00,10,20,30,40,50,60,70,80,9

1

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0,2

0,4

0,6

0,8

1

43

de scores variando entre 0.683 a 0.512, sendo a Classe B, a menor média. Com uma frota já

definida, e a necessidade de uma resposta prática, dentro dos elementos já existentes, a busca

de um padrão de eficiência, tornando os benchmarks como possíveis alternativas para práticas

mais saudáveis de gestão, torna nosso estudo deste caso baseado no DEA, condizente e

apropriado.

7. Conclusão

O Modelo DEA, um método Frontier Benchmarking, é largamente utilizado para

avaliar ineficiência entre empresas e identificar o quão longe ou próximo uma empresa está da

fronteira de eficiência. Os indicativos do DEA nos trazem auxílio para implementar práticas de

gerência eficazes, oferecendo alvos de melhoria e desempenho. Isso não é diferente para as

embarcações, se tomarmos estas como empresas em livre competição, onde existe a necessidade

de economia de recursos e geração de lucros. Visualizar e modelar a realidade não é fácil, e

com poucos estudos envolvendo otimização de embarcações fluviais, a praticidade e poderoso

mecanismo para abstração dos problemas da frota tornou esse estudo um novo degrau para esse

tipo de avaliação.

O DEA também nos forneceu respostas claras sobre alguns perfis. De acordo

com Baldin (1995) e Farrel (1957) define uma organização eficiente como aquela que consegue

produzir o maior output dado uma certa variação de inputs, que coincidiu com alguns dos

benchmarkings no caso real utilizado nesse artigo.

A proposição gerada neste artigo foi tratada com soluções que podem não ser as

melhores para o caso, devido a sérias restrições que a problemática regional proporciona, como

falta de dados e a ausência de soluções envolvendo a otimização do transporte fluvial, mas o

anseio que existe envolve a necessidade de soluções voltadas para os problemas da navegação

fluvial no Amazonas, como a necessidade de uma visão mais direcionada para os problemas

gerados pela falta de organização e crescimento não controlado da economia no Estado. Para o

cultivo deste crescimento, é necessário um trabalho árduo e qualificado em resolver problemas

de pesquisa operacional especificamente amazônicos.

Como a necessidade de respostas para problemas típicos e específicos da região

Amazônica, espera-se que outros trabalhos venham trazer também, novas visões e novos

questionamentos com soluções não só ideais, mas benéficas para a nossa região, e porque não,

para o Brasil como um todo.

44

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Pesquisa SINDARMA teve o como objetivo analisar o Sistema de Transporte

Hidroviário Interior Misto, nos seus aspectos operacionais e econômicos, com vista no

desenvolvimento do diagnóstico operacional, de ferramentas para apoiar à tomada de decisão e

de disseminação do conhecimento técnico.

Os diagnósticos realizados no desenvolvimento do presente trabalho, mostram

claramente como é preocupante a situação do transporte hidroviário interior de cargas e de

passageiros do Estado de Amazonas, em virtude da ausência de mecanismo de planejamento e

de regulação. Portanto, ficam aqui algumas recomendações para que os governos competentes

estabeleçam respostas estruturais, operacionais e regulatórios para o setor de transporte

hidroviário inteiro.

A resposta estrutural mais significativa é tentar transferir atividades logísticas e

econômicas para fora da cidade de Manaus, concentrando novos polos de desenvolvimentos em

localidades de médio porte, tais como: Coari, Tefé, Tabatinga e Parintins. Os governos centrais

podem encorajar o desenvolvimento de polos regionais menores através da criação de pequenas

plataformas logísticas, eliminando assim os problemas operacionais do transporte hidroviário

interior, como a falta de gestão do transporte e do espeço hidroviário e portuário.

A gestão e a infraestrutura de transportes em sinergia podem contribuir

significativamente para o desenvolvimento do transporte hidroviário interior. Os governos

centrais podem desenvolver mecanismos de coordenação do uso do transporte hidroviário,

infraestrutura e planejamento de transportes, assegurando a provisão de um espaço hidroviário

e portuário adequado e bem estruturado à medida que o sistema cresce, evitando o

desbalanceamento da matriz.

Apesar das novas infraestruturas de transportes (portos) e do crescimento da oferta de

embarcações, inúmeras são as cidades e as rotas que estão mal organizadas e não dispõem de

mecanismos de coordenação adequados para fazer uso eficiente desses recursos disponíveis.

Observa-se que o sistema está funcionando em “colapso” operacional e financeiro, em parte

como consequência da falta de controle e de planejamento. A recomendação para reduzir esse

problema é estabelecer uma estrutura regulatória e de planejamento, visando estabelecer e

monitorar regras para melhor o uso do transporte do transporte hidroviário.

Nesse contexto, as metodologias propostas, pela Pesquisa SINDARMA, representam

ferramentas, simples e objetivas, capazes de auxiliar os tomadores de decisão durante os

processos de gestão e de planejamento do transporte, cujas os resultados de suas aplicações

mostram ser viáveis, contribuindo, assim, para operações mais adequadas as características

regionais.

45

ANEXO A

Embarcação Fabricação Idade TPB Comprimento Calado Passageiro

Comandante Becil 1987 27 16.5 18 0.9 80

José Lemos III 1997 17 91 28.7 1.71 96

Almirante Lima 1997 17 35 21.5 1.5 88

Sabino Filho 2001 13 2 - - 40

Sabino Filho III 2004 10 23 19.65 1.1 65

Calipso I 1996 18 104, 4 32.2 1.8 59

Elizabeth III 2000 14 270 37, 75 2.54 100

Dom Jackson I 2002 12 238 31.75 2.3 173

PP Maués II 2006 8 600 43 3 475

Lady Cristina 2010 4 655 42.5 3.2 430

Elizabeth IV 2013 1 520 39 2.8 375

Leão de Judá II 2000 14 340 40 2.4 281

Maresia II 2001 13 288 32 3.2 127

Fenix I 2003 11 407 43.7 2.6 333

Rei David 2004 10 600 45 4 457

N/M Elyon Fernandes 2006 8 380 45, 45 3.216 400

Rei da Glória 2007 7 90 23 2.4 153

Jesus me Deu VI 2007 7 58.89 31.5 1.4 115

Irmãos Miranda 2010 4 - 38.99 2.9 228

Severino Ferreira 2013 1 389 46 3.4 433

Comandante Kenedy - - 29 - 149

Amazon Star 1969 45 683.3 66.22 2.7 756

Cidade de Santarém II 1996 18 286.56 37.15 2.45 265

14 de Outubro 1997 17 48 - - 430

Coronel Tavares (madeira) 1997 17 205 29.8 160

Coronel Tavares 1999 15 101 29.46 2.6 156

Príncipe do Amazonas 1999 15 192.24 31 2.14 134

Golfinho do Mar 2001 13 212.86 40.4 1.7 305

N/M Novo Aliança 2004 10 - 38.7 2.15 330

N/M Parintins 2004 10 826 49.8 3.1 615

Parintins I 2006 8 404.2 49.8 3.1 615

São Bartolomeu II 2008 6 380 39 2.1 352

N/M Luis Afonso 2008 6 337 38 2 305

Obidense 2009 5 187.75 40 2.1 400

São Bartolomeu III 2010 4 500 48.21 2.4 650

46

Embarcação Fabricação Idade TPB Comprimento Cala Passageiro

Comandante Paiva IV 2010 4 170.63 39.5 2.05 365

Ana Carolina 2010 4 664 41.9 2.6 537

N/M Amanda Letícia II 2012 2 441.8 51.2 2.01 836

Cidade de Oriximiná III 2013 1 482 46 - 770

14 de Outubro VII 2013 1 150 32.5 - 198

Neto Silva V 1999 15 120 - - -

Leão de Judá II 2000 14 340 40 2.4 281

Maresia II 2001 13 288 32 3.2 127

Fênix I 2003 11 407 43.7 2.6 333

O Rei Davi 2004 10 600 45 4 457

Maresia V 2004 10 10 26, 7 1.85 70

N/M Elyon Fernandes 2006 8 380 45, 45 3.216 400

Jesus Me Deu VI 2007 7 90 23 2.4 153

Rei da Glória 2007 7 58.89 31.5 1.4 115

Neto Silva VI 2008 6 190 36 3 194

Irmão Miranda 2010 4 - 38.99 2.9 228

Maresia VII 2011 3 180 36.26 2.42 -

Severino Ferreira 2013 1 389 46 3.4 433

Monte Sinai II 1997 17 300 39 2.8 298

Leão de Judá II 2000 14 340 40 2.4 281

A Nunes 2000 14 153 - - -

M Fernandes 2001 13 499 42.12 2.88 393

Fênix 2003 11 407 43.7 2.6 333

O Rei Davi 2004 10 600 45 4 457

Maresia II 2001 13 288 32 3.2 127

N/M Elyon Fernandes 2006 8 380 45, 45 3.216 400

Leão de Judá 2008 6 340 - - 280

Irmãos Miranda 2010 4 - 38.99 2.9 228

Severino Ferreira 2013 1 389 46 3.4 433

Comandante Paiva II 1981 33 220 34 2.2 180

J Cândido XII 2000 14 270 - - 170

Cidade de Manicoré 2001 13 178.3 33.95 1.8 150

RN 2002 12 41.7 22 1.3 70

Mestre João Fonseca 2003 11 179.14 35.4 2.25 178

Tio Gracy 2005 9 175.69 31.15 - 170

Capitão Pinheiro 2006 8 59.59 22.7 - 54

47

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SINDARMA