pesquisa de cultura e clima organizacional: um

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8 CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA PESQUISA DE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL: UM INSTRUMENTO IMPORTANTE PARA OS PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS MARIANA BRANGIONI DE MELLO Belo Horizonte Junho 2008

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Page 1: PESQUISA DE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL: UM

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

PESQUISA DE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL: UM

INSTRUMENTO IMPORTANTE PARA OS PROCESSOS DE GESTÃO DE PESSOAS

MARIANA BRANGIONI DE MELLO

Belo Horizonte

Junho 2008

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MARIANA BRANGIONI DE MELLO

PESQUISA DE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL: UM INSTRUMENTO IMPORTANTE PARA OS PROCESSOS DE GESTÃO

DE PESSOAS

Monografia apresentada ao curso de Psicologia, da Faculdade de Ciências Humanas e Letras do Centro Universitário Newton Paiva, na Disciplina de Orientação de Monografia como trabalho de conclusão de curso como requisito parcial para obtenção do título de Psicólogo, sob a orientação da Professora Denise Leitoguinho Rossi.

Belo Horizonte Junho 2008

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AGRADECIMENTOS

A minha orientadora, Denise Leitoguinho Rossi, pela paciência e disposição de sua orientação.

Aos meus familiares e ao Samuel pela ajuda e contribuição para a conclusão

desse trabalho.

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“Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

Clarice Lispector

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RESUMO

O presente trabalho tem como finalidade abordar os conceitos de cultura e clima organizacional e como se realiza uma pesquisa que possibilite o conhecimento sobre a organização e de seus processos de gestão. Este trabalho é resultado de pesquisas bibliográficas, leituras prévias sobre o tema e de uma pesquisa de cultura e clima organizacional realizada em uma siderúrgica mineira de grande porte. Palavras-chave: cultura organizacional, pesquisa de clima organizacional, processos de gestão.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Análise dos indicadores do QDO…………………….............................27

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LISTA DE ABREVIATURAS

GP – Gestão de Pessoas

RH – Recursos Humanos

DP – Departamento Pessoal

QDO – Questionário de Diagnóstico Organizacional

AD – Avaliação de Desempenho

LAGEP – Laboratório de Gestão de Pessoas

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------------------

8

CAPÍTULO I-----------------------------------------------------------------------------------------------

10

CAPÍTULO II----------------------------------------------------------------------------------------------

15

CAPÍTULO III---------------------------------------------------------------------------------------------

23

CONCLUSÕES------------------------------------------------------------------------------------------

33

REFERÊNCIAS ----------------------------------------------------------------------------------------

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INTRODUÇÃO

A produção desta monografia tem como tema a pesquisa de cultura e clima

organizacional. Essa pesquisa é um tipo de diagnóstico organizacional, que visa

identificar e medir as variáveis que interferem no desempenho de uma empresa. A

pesquisa de cultura e clima organizacional vem adquirindo maior importância, pois

acredita-se não ser possível introduzir inovações em uma organização se a sua

cultura não estiver receptiva a este tipo de esforço.

A pesquisa de cultura e clima organizacional permite as percepções acerca de

propriedades objetivas do ambiente, tais como estrutura e processos que produzem

efeitos sobre o desempenho institucional e a satisfação no trabalho dos membros

organizacionais. Constata-se que no estudo de cultura e clima organizacionais

captam-se as percepções dos funcionários sobre a organização e seu ambiente de

trabalho. Assim sendo, revela tanto o que eles pensam, quanto suas reações a

respeito de atributos específicos ou características da organização que refletem

seus valores e atitudes organizacionais.

A pesquisa de cultura e clima organizacional promove o conhecimento da empresa,

entendendo os pontos fortes e aqueles que precisam ser desenvolvidos ou

melhorados. Assim a pesquisa identifica o estado atual da empresa por meio da

análise de seus pontos fortes e pontos fracos existentes no presente e das

oportunidades e riscos que ela poderá encontrar no futuro. Com base nos dados

obtidos, a empresa pode rever os seus processos administrativos, gerenciais e os

aspectos motivacionais, estabelecendo as correções necessárias.

Outro aspecto relevante é que a cultura de uma empresa modela o comportamento

das pessoas e impacta no modelo de Gestão de Pessoas (GP), e nos seus

processos. É notório que as práticas de GP ao mesmo tempo refletem, reproduzem

e legitimam as características culturais da organização.

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Os estudos sobre a cultura permitem definir os valores básicos e à modelagem dos

padrões culturais de uma organização. As políticas de RH fazem parte da cultura de

uma organização, pois influenciam o comportamento das pessoas na empresa. Para

que o setor de RH tenha um reconhecimento de suas ações, é necessário que a

cultura organizacional favoreça esse processo, que as suas ações sejam

identificadas por está cultura, tornando as suas práticas conhecidas por todos da

empresa. Um dos capítulos da monografia será destinado a apresentar como estudo

de caso uma pesquisa de clima organizacional realizada na VDL Siderurgia, que

teve como um dos objetivos identificar as variáveis da cultura organizacional no

âmbito geral ou de áreas específicas e a forma pela qual elas influenciam o

comportamento humano na empresa.

Para uma melhor compreensão desse tema, o capítulo I será destinado a aprofundar

os conceitos de cultura, como este termo passou a ser incorporado pela organização

e também o conceito de cultura organizacional.

No capítulo II, será apresentado o conceito de clima organizacional e os processos

de GP que estão interligados ao nível de satisfação e insatisfação dos funcionários.

Outro ponto são os artefatos visíveis e invisíveis das políticas e dos processos de

GP, ou seja, os processos que são fáceis de serem identificados e aqueles que

necessitam de um estudo mais complexo, por não serem claramente expressos

pelos indivíduos.

E no capítulo III, apresentaremos uma pesquisa de cultura e clima organizacional

realizada em uma siderúrgica de grande porte, os seus resultados e o

desdobramento da pesquisa. No final da monografia será apresentado as

considerações finais.

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CAPÍTULO I - Cultura Organizacional e seus elementos

Para aprofundar o conceito de cultura organizacional, faz-se necessário,

primeiramente, definir o termo cultura e como este passou a ser incorporado pelas

organizações.

A compreensão da cultura passa por uma concepção da antropologia

contemporânea. O conceito de cultura foi definido na antropologia por Edward B.

Tylor, em 1871, como um complexo de conhecimentos, crenças, artes, moral, leis,

costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da

sociedade (FLEURY, SAMPAIO, 2002).

Para a antropologia, a dimensão simbólica integra todos os aspectos da prática

social. Os antropólogos tenderam a conceber os padrões culturais não apenas como

um molde que produziria condutas idênticas, mas como regras de um jogo, isto é,

uma estrutura que permite atribuir significado a certas ações e em função da qual se

jogam infinitas partidas (FLEURY, SAMPAIO, 2002).

É difícil estabelecer uma única definição de cultura. Existem várias definições sobre

este termo, cada autor vai trazer uma leitura de acordo com o seu interesse de

estudo. Com isso, mostraremos os principais conceitos utilizados e que tenham

ligação com cultura organizacional.

Segundo Motta (1997, p. 199) cultura é:

um sistema de símbolos e significados compartilhados, que serve como mecanismo de controle. A ação simbólica necessita ser interpretada, lida ou decifrada para que seja entendida. É essa ação simbólica que ocorre em torno da oposição mais relevante num dado grupo, instituição ou sociedade.

A cultura é um contexto, um sistema de relações, é algo que permite que os

comportamentos sejam descritos de forma inteligível, pois os seus significados

variam. O fato em si ou o comportamento em si, tem importância na medida do que

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significam e esses significados variam conforme a cultura. Assim, cultura é um

contexto de significados (MOTTA, 1997).

A cultura é caracterizada por algum nível de continuidade. Essa continuidade

depende da estabilidade do sistema de oposições fundamentais sobre as quais a

cultura é construída (MOTTA, 1997).

Para alguns autores, cultura são padrões de comportamentos, hábitos sociais,

significados, crenças, normas e valores selecionados historicamente, transmitidos

coletivamente, e constituem o modo de vida e as realizações características de um

grupo. Metaforicamente, a cultura pode ser entendida como uma espécie de lente,

através da qual as pessoas vêem o mundo e que as leva a considerar o seu modo

de vida como o mais natural (ALVES, 1997).

Podemos também considerar cultura como um fator de diferenciação social, pois ela

traz dentro de si informações sobre o que o grupo é, pensa e faz, para que ela possa

melhor lidar com o ambiente em que vive. A cultura proporciona vermos o mundo e

explicarmos as condições em que o percebemos (ALVES, 1997).

O conceito de cultura foi traduzido para as ciências administrativas no final da

década de 1950. Muitas coisas justificam tal interesse, uma delas é a expansão

geográfica das empresas multinacionais, que pretendiam reproduzir suas estruturas

em outros países para obter vantagens competitivas, tais como: mão-de-obra barata,

novos mercados, proximidade de matérias-primas, entre outros (FLEURY,

SAMPAIO, 2002).

Mas mesmo reproduzindo:

as estruturas e os principais programas, os resultados não são os mesmos e os administradores se vêem às voltas com problemas que não tinham nos países de origem. Dessa forma, uma das primeiras concepções de cultura empregadas pela administração é semelhante à concepção das culturas nacionais, pela qual se procura identificar que elementos culturais foram obtidos na sociedade pelos empregados, especialmente os que entram em conflito com a ordem organizacional original, para então buscar um novo arranjo organizacional ou uma mudança de crenças e valores (FLEURY, SAMPAIO, 2002, p. 285).

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O conceito de cultura, no contexto mercantilista e da expansão imperialista, foi

empregado no sentido de entendimento de costumes, língua, crenças e mitos de

povos diferentes para estabelecer relações comerciais e relações de dominação. Foi

nesse período, principalmente, no final do século XIX, os estudos sobre cultura

depararam com a questão da diversidade, mas empregaram algumas idéias

darwinistas para entender as culturas superiores e justificar a dominação política ou

econômica (FLEURY, SAMPAIO, 2002).

A década de 80 difundiu o discurso sobre cultura organizacional e hoje ele está

completamente incorporado à teoria das organizações, às análises administrativas e

ao cotidiano das empresas. No início foi considerado um modismo, mas os aspectos

culturais passaram a ser vistos como fundamentais na análise e nas práticas

organizacionais, despertando grande interesse e entusiasmo (FREITAS, 2000).

Cultura organizacional pode ser entendida como um conjunto de representações

imaginárias sociais que se constroem e reconstroem nas relações cotidianas dentro

da organização e elas se expressam por meio de valores, normas, significados e

interpretações, tornando a organização fonte de identidade e de reconhecimento

para seus membros (FREITAS, 2000).

A cultura organizacional pode ser definida como o conjunto de crenças, valores e

tradições que moldam o comportamento das pessoas em uma organização, ou seja,

são os pressupostos básicos e crenças compartilhadas pelos membros de uma

organização e que caracterizam uma determinada organização. A cultura é

dinâmica, única, exclusiva e revela sempre aspectos positivos e negativos da

organização (PEREIRA, 1999).

Através da cultura organizacional é possível definir e transmitir o que é importante, a

maneira adequada de pensar e agir em relação aos ambientes interno e externo, o

que são condutas e comportamentos aceitáveis, e o que é realização pessoal

(FREITAS, 2000).

Cultura organizacional é também o padrão de pressupostos básicos, inventados,

descobertos ou desenvolvidos por um determinado grupo para lidar com os seus

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problemas de adaptação ao meio ambiente externo e integração de seus processos

internos, que tem funcionado bem ao ponto de ser ensinado aos novos membros

como a maneira correta de perceber, pensar e agir em relação àqueles problemas

(MOSCOVICI, 1988).

A cultura organizacional apresenta diversos significados e conotações. Ela pode se

referir aos comportamentos regulares observados de interação, linguagem e rituais;

as normas criadas nos grupos de trabalho; os valores dominantes da organização; e

a filosofia da qual baseia a política da organização com relação a seus

colaboradores ou clientes (MOSCOVICI, 1988).

Segundo Fleury e Sampaio (2002, p. 293):

Cultura organizacional é o conjunto de valores e pressupostos básicos expresso em elementos simbólicos que, em sua capacidade de ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto agem como elemento de comunicação e consenso como ocultam e instrumentalizam as relações de dominação.

Existem três diferentes níveis através dos quais a cultura de uma organização pode

ser apreendida:

1- Artefatos visíveis: referem-se aos comportamentos, rituais, mitos, crenças

e documentos, são fáceis de serem percebidos, mas difíceis de serem

interpretados.

2- Valores compartilhados: consiste nas convicções básicas que justificam

determinados modos de conduta, partilhados pelos membros de determinada

cultura. Esses valores estão, geralmente, associados a conteúdo emocional,

podendo ou não ser claramente expressas pelos indivíduos.

3- Pressupostos básicos ou suposições básicas: consiste nas certezas que

fundamentam e permeiam os demais elementos da cultura organizacional,

esses são difíceis de apreensão e referem-se às idéias amplas como o

relacionamento do homem com a natureza, a realidade, a verdade e os

relacionamentos humanos (FLEURY, SAMPAIO, 2002).

Esse modelo não é apenas uma maneira de apresentar informações sobre a cultura

organizacional. Ocorre uma interação entre os níveis, por isso, os estudos sobre

cultura organizacional não podem se restringir apenas às observações dos artefatos

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visíveis, mas precisam interagir com os membros da organização para o

entendimento de seu significado (FLEURY, SAMPAIO, 2002).

Os fundadores da organização têm um papel fundamental no processo de moldar os

seus padrões culturais. Os líderes ao desenvolver formas próprias de resolver os

problemas da organização, acabam passando a sua visão de mundo aos demais e

também a sua visão do papel que a organização deve desempenhar no mundo

(FLEURY, SAMPAIO, 2002).

Identificar a cultura de uma organização é algo complexo e profundo, pois é

necessário remeter às origens da organização, ao processo de definição de seus

valores básicos e à modelagem dos padrões culturais. Para isso, é necessário que

se faça um diagnóstico organizacional, um exame da situação da empresa. O mais

utilizado é a pesquisa de clima organizacional, na qual se obtém informações acerca

do ambiente interno, as percepções das pessoas quanto aos fatores internos e

externos, e também os padrões culturais existentes, já que os mesmos interferem no

clima de uma empresa.

Uma pesquisa da cultura e do clima organizacional, é realizado tendo em vista

identificar as variáveis da cultura organizacional e a forma pela qual elas influenciam

o comportamento humano na empresa, identificar se os padrões culturais da

empresa facilitam ou dificultam a introdução de inovações e obter recursos para a

implementação de mudanças organizacionais ou de políticas de recursos humanos

(PEREIRA, 1999).

Assim, cultura organizacional é o conjunto de normas, crenças e valores que cada

organização possui, permitindo que os colaboradores se comportem de acordo com

essa cultura. Os padrões culturais interferem no clima da organização e para melhor

compreendermos esta questão discutiremos no próximo capítulo sobre o conceito de

cultura e suas implicações nos processos de Gestão de Pessoas.

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CAPÍTULO II – Pesquisa de Clima Organizacional como um instrumento de avaliação dos processos de Gestão de Pessoas

Em uma organização para que se tenha um estudo mais aprofundado sobre a sua

cultura precisamos fazer um diagnóstico organizacional, sendo o instrumento mais

utilizado a pesquisa de clima organizacional, na qual obtém-se informações acerca

do ambiente organizacional através do posicionamento dos colaboradores.

O termo diagnóstico origina-se da medicina e é uma avaliação do estado atual da

organização, que visa identificar e medir as variáveis que interferem

significativamente no seu desempenho. O diagnóstico organizacional tem como

objetivos descobrir os pontos fortes, as forças, as vantagens e as estratégias para

explorá-los, e também identificar os pontos fracos, as fraquezas e as desvantagens

da organização, mas buscando eliminá-los ou diminuir os seus efeitos (PEREIRA,

1999).

O diagnóstico organizacional é uma construção elaborada com informações sobre o

momento atual e um referencial que prevê o comportamento futuro da organização.

Ele deve fornecer informações sobre a organização como um todo, sobre as suas

partes e sobre as interações existentes. E o diagnóstico deve também preceder às

intervenções de implementação das mudanças, ou seja, ele deve conter as

intervenções necessárias para as melhorias da organização (PEREIRA, 1999).

O modelo de diagnóstico organizacional que permite fazer o levantamento do estado

atual da organização é a pesquisa de clima organizacional, que serve para medir o

clima de uma organização. Essa pesquisa permite que se tenha um estudo apurado

da situação da organização, através da percepção de seus colaboradores, são eles

que dizem a respeito da organização, dos seus pontos relevantes e daqueles que

necessitam de intervenções.

O clima é algo que está presente em toda organização, influenciando o

comportamento das pessoas, sendo percebido e experimentado por todos os

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membros. É o ambiente interno da organização e está relacionado com o seu grau

de motivação e satisfação. Esse clima é influenciado pelo conjunto de crenças e

valores que governam as relações entre essas pessoas. O clima costuma ser

favorável quando possibilita a satisfação das necessidades pessoais e é

desfavorável quando frustra essas necessidades (TACHIZAWA, FERREIRA,

FORTUNA, 2001).

O clima manifesta-se por um conjunto de características ou atributos relativamente

constantes no ambiente interno e é experimentado por todos os seus integrantes,

influenciando comportamentos. É um fenômeno decorrente da interação dos vários

elementos da cultura organizacional, por isso o estudo de ambos deve ser feito de

maneira concomitante. Assim como a cultura, o clima também é dinâmico

(PEREIRA, 1999).

Para Fleury e Sampaio (2002, p. 293) clima organizacional é:

... o conjunto de satisfações e insatisfações dos membros de uma organização em determinado período, geralmente identificado através de pesquisas calcadas em percepção e opinião. É mais volátil e menos estrutural que a cultura organizacional.

Segundo Fleury e Sampaio (2002), o clima organizacional refere-se à percepção que

as pessoas têm da organização que trabalham, essas percepções podem sofrer

influências dos fatores conjunturais e internos à organização. O clima retrata um

estado momentâneo da organização, podendo alterar-se ante uma notícia, um

evento ou um boato.

Existem alguns fatores dos quais o clima organizacional deriva, tais como: as

normas e valores, história de disputas internas e externas da organização, perfil das

pessoas selecionadas, os processos de trabalho, a comunicação interna, e a

percepção dos fatos. A cultura organizacional se mantém durante toda a existência

de uma organização, apontando os caminhos a serem seguidos, já o clima se

modifica constantemente. Essa modificação pode ser por diversos motivos, como a

contenção nas políticas de salários e benefícios, a adoção de modernas tecnologias

que dispensam pessoas, e o aumento de exigências aos colaboradores. Esses são

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25

alguns dos fatores que podem alterar o clima de uma organização e comprometer

seus resultados (TACHIZAWA, FERREIRA, FORTUNA, 2001).

Portanto, para aferir o clima de uma organização é realizada a pesquisa de clima

organizacional. Muitas empresas fazem essa pesquisa periodicamente ou quando

desejam introduzir mudanças, como, por exemplo, mudanças nos processos de

gestão, sendo uma forma de saber o que os colaboradores pensam sobre essa

mudança, as sugestões de melhorias e para se ter noção se o clima é favorável para

receber essas modificações necessárias.

A pesquisa de clima é um mapeamento da realidade da organização, feito através

de questionários e/ou entrevistas semi-estruturadas, que investigam o ambiente

interno e constituem o ponto de partida para qualquer processo de mudança. Essa

análise começa com o estudo das expectativas dos colaboradores e da sua

percepção sobre a organização, conhecendo os fatores de satisfação e insatisfação.

Antes de qualquer mudança é preciso conhecer como as pessoas se sentem na

organização e como elas reagem aos processos de mudança. Sem ter essa análise

da organização muitos processos de mudança podem encontrar obstáculos e não

darem certo, por isso, antes de fazer qualquer mudança o passo essencial é saber

como as pessoas se sentem em relação a várias questões, como: a estratégia e

objetivos da organização; capacidade e estilo de liderança; a percepção sobre o

salário e benefícios; o relacionamento interpessoal; aos processos de comunicação;

os interesses e expectativas pessoais; e as condições e recursos de trabalho

disponíveis (BOM SUCESSO, 1997).

Ainda de acordo com Bom Sucesso (1997), faz-se importante ressaltar que a

pesquisa de clima parte da avaliação pessoal, ou seja, a percepção é variável de

indivíduo para indivíduo. Por exemplo, o estilo autoritário de um líder pode afetar

negativamente uma pessoa, mas não incomodar outra.

A pesquisa de clima organizacional deve abordar o entendimento da missão, as

crenças e valores, as chefias e lideranças, as relações interpessoais, e os salários e

benefícios. Ela deve fornecer informações sobre as atitudes das pessoas internas

com relação à organização, suas expectativas e sua integração num determinado

contexto (TACHIZAWA, FERREIRA, FORTUNA, 2001).

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26

O estudo do clima organizacional é também considerado um instrumento de

avaliação do modelo de gestão e da política de desenvolvimento organizacional.

Existem vários objetivos da pesquisa de clima, tais como: estudar a cultura

organizacional; avaliar a imagem que os colaboradores fazem da organização, de

sua missão e de seus objetivos; medir o grau de satisfação dos colaboradores;

analisar os padrões de motivação e satisfação, bem como as necessidades e

expectativas dos colaboradores; verificar o nível de integração entre as

áreas/departamentos; e medir o grau de envolvimento dos colaboradores com suas

tarefas e responsabilidades (TACHIZAWA, FERREIRA, FORTUNA, 2001).

Segundo Bom Sucesso (1997, p. 52):

A pesquisa de clima permite identificar a maneira como cada um sente em relação à empresa onde trabalha. Para se tornar efetiva, tal pesquisa deve resultar da decisão política por parte da alta direção quanto aos objetivos, itens a serem sondados, forma como será anunciada na empresa, e acima de tudo, como serão gerenciados os resultados.

A pesquisa de clima organizacional pode ser dividida em quatro fases. A primeira

fase é o conhecimento da organização, através de visitas técnicas e reuniões com a

diretoria. A segunda fase é o levantamento dos dados através de pesquisa

quantitativa e qualitativa, junto aos colaboradores. A terceira etapa é a tabulação dos

resultados e elaboração do relatório de diagnóstico organizacional tendo como base

os dados levantados nas etapas anteriores. E a quarta etapa é a divulgação dos

resultados e as possíveis intervenções a serem satisfeitas.

A partir do momento que se inicia a pesquisa de clima, grandes expectativas podem

ser geradas entre as pessoas, pois elas imaginam as conseqüências e ações que

deveriam ser adotadas pela direção. Por isso é importante que a pesquisa gere

resultados e que esses sejam repassados para todos. A forma como será divulgada

vai depender de cada organização, algumas preferem repassar apenas os pontos

que foram relevantes, outras já preferem que seja repassada a pesquisa na íntegra.

Após diagnosticada, é importante que a organização faça uma análise dos

resultados para definir as medidas que podem e as que não podem ser atendidas a

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curto prazo. É também essencial definir como serão tratadas algumas situações

críticas identificadas, como, por exemplo, uma área que ficou muito exposta, muitas

coisas foram ditas sobre as pessoas que trabalham naquela área, então é preciso

ter um cuidado para repassar as informações para que estas pessoas não fiquem

frustradas e desmotivadas (BOM SUCESSO, 1997).

Outro ponto considerado crítico é a insatisfação com os salários e os planos de

benefícios. Quanto aos salários, de acordo com Bom Sucesso (1997, p. 55):

Este é um item de difícil abordagem, primeiramente porque a insatisfação com o salário pode contaminar e encobrir outros fatores pesquisados; em seguida porque a eficácia na administração daquilo que se ganha varia de uma pessoa para a outra; e por último porque os salários, especialmente aqueles pagos às funções menos qualificadas, estão muito abaixo das necessidades básicas do trabalhador brasileiro.

As constatações da pesquisa de clima podem ser atendidas pela organização

através de programas de treinamento e desenvolvimento; alterações e ajustes nos

planos de cargos e salários; melhorias na estrutura física; planos de benefícios;

estimular à participação e o envolvimento na tomada de decisão e a contribuição de

todos nos processos de mudança e inovações; definição de sistema de recompensa

para premiar o esforço e a geração de resultados. Essas são algumas das medidas

que podem ser adotadas pela organização, mas isso vai depender do resultado de

cada pesquisa, o mais importante que a pesquisa gere resultados concretos, ou

seja, que tenham algumas melhorias quanto ao que foi solicitado (BOM SUCESSO,

1997).

A pesquisa de clima é também uma forma de avaliar os processos de gestão. A

Gestão de Pessoas é formada por pessoas e organizações e ela depende de vários

aspectos, tais como: a cultura existente, a estrutura organizacional, processos

internos, a tecnologia utilizada, entre outras variáveis. A Gestão de Pessoas está

enfrentando novos desafios, ou seja, sair de um modelo burocrático, na qual as

pessoas não eram valorizadas para um modelo mais estratégico, de reconhecimento

do sujeito ativo e provocador das decisões, empreendedor das ações e criador da

inovação dentro das organizações. Portanto, a área de Gestão de Pessoas, que

antes era nomeada de RH, também está deixando de ser prestadora de serviços

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especializados de recursos humanos, abandonando aos poucos suas ações

burocráticas e se transformando, cada vez mais, em uma área de consultoria interna

para preparar e orientar as pessoas para a nova realidade, ensinando como lidar

com as pessoas em suas atividades (CHIAVENATO, 2004).

É comum as pessoas confundirem a área de Departamento Pessoal (DP) com

Recursos Humanos (RH), por este estar ligado aos processos mais burocráticos,

fazendo o que tem que ser feito sem se importar com o objetivo, o porquê de se

fazer esta atividade, qual o impacto desta para os colaboradores. Como as pessoas

passaram a ter um grande valor para a organização, sendo consideradas como o

sucesso desta, a área de RH também precisou de uma reestruturação, ou seja,

passou a ser considerada área de Gestão de Pessoas, com atividades mais

estratégicas que considera as pessoas como seres humanos, como ativadores

inteligentes de recursos organizacionais e também como parceiras da organização

(CHIAVENATO, 2004).

O RH sempre predominou uma tendência para a centralização e concentração na

prestação de serviços para as demais áreas da organização. Em muitas

organizações os processos, como de recrutamento e seleção, eram concentrados na

área de RH com pouca participação gerencial das demais áreas. Assim a área de

RH guardava os segredos de suas decisões e atividades a sete chaves, sendo

considerada exclusivista e hermética. As tarefas do RH mudaram com o tempo,

assim como o nome, mudando para Gestão de Pessoas, pois as tarefas passaram a

ser desempenhadas pelos profissionais desta área, os consultores internos e

também pelos gerentes de linha, como os gerentes, supervisores etc

(CHIAVENATO, 2004).

Segundo Chiavenato (2004), a área de Gestão de Pessoas depende de vários

aspectos, como a cultura organizacional, a estrutura organizacional adotada, as

características do contexto ambiental, do negócio da organização, da tecnologia

utilizada, dos processos internos e de diversas outras variáveis.

A área de Gestão de Pessoas é um conjunto integrado de processos dinâmicos e

interativos, composto por seis processos básicos. O primeiro são os processos de

Page 22: PESQUISA DE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL: UM

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agregar pessoas, são os processos utilizados para incluir novas pessoas na

organização, fazem parte deste o recrutamento e seleção de pessoas. O segundo

são os processos de aplicar pessoas, são utilizados para desenhar as atividades

que as pessoas irão realizar na organização, orientar e acompanhar seu

desempenho. Incluem desenhos de cargos e avaliação de desempenho. O terceiro

são os processos de recompensar pessoas, são utilizados para incentivar as

pessoas e satisfazer as suas necessidades individuais. Incluem a remuneração, os

benefícios e serviços (CHIAVENATO, 2004).

O quarto processo diz respeito ao desenvolvimento das pessoas, estes possibilitam

capacitar e incrementar desenvolvimento profissional e pessoal das pessoas,

incluindo o treinamento e desenvolvimento, gestão do conhecimento e gestão de

competências, programas de comunicação, entre outros. O quinto são os processos

de manter pessoas, são utilizados para criar melhores condições ambientais e

psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas, incluindo, como principais,

a administração da cultura organizacional, clima, higiene e segurança. E o último

são os processos de monitorar pessoas, permitem acompanhar e controlar as

atividades das pessoas e verificar os resultados, incluindo os bancos de dados e

sistemas de informações gerenciais (CHIAVENATO, 2004).

O modelo dos seis processos de Gestão de Pessoas, segundo Chiavenato (2004),

estão diretamente ligados aos níveis de satisfação e insatisfação dos colaboradores

com relação à organização, pois eles incluem programas de valorização e

reconhecimento dos colaboradores. É necessário que a área de Gestão de Pessoas

possibilite a divulgação e execução desses processos para que os colaboradores

saibam que além deles existirem, estes também geram alguns resultados, sendo

utilizados no cotidiano da organização. O colaborador ao ter esse conhecimento

passa a confiar mais na organização, vendo perspectivas de crescimento.

A não realização dos processos acima descritos pode estar ligada à cultura da

organização que não valoriza essas atividades da área de Gestão de Pessoas como

um fator de satisfação e qualidade de vida no trabalho. A pesquisa de clima

organizacional permite ter o conhecimento dessa questão, através da percepção dos

Page 23: PESQUISA DE CULTURA E CLIMA ORGANIZACIONAL: UM

30

colaboradores e a partir disso propor intervenções para melhorias quanto ao

conhecimento dos processos.

Para ilustrar tais apontamentos teóricos, o capítulo III apresenta a pesquisa de

cultura e clima organizacional realizada em uma indústria siderúrgica de grande

porte localizado na cidade de Itabirito, que corrobora com seus resultados os

aspectos até aqui descritos. Os resultados apontaram para a visão dos

colaboradores com relação aos processos de Gestão de Pessoas existentes na

empresa e também as sugestões de melhoras para a área investigada.

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CAPÍTULO III - Pesquisa de cultura e clima organizacional: da teoria à prática

Nos capítulos anteriores, os conceitos centrais desta monografia foram

apresentados, cultura e clima, além de como esses passaram a ser utilizados pelas

organizações. Conceituou-se também pesquisa de clima organizacional como a

ferramenta utilizada neste estudo de caso, além dos processos de Gestão de

Pessoas que estão ligados aos fatores de satisfação e insatisfação na empresa

pesquisada. Para melhor compreensão desses termos, este capítulo apresenta uma

pesquisa de cultura e clima organizacional realizada na VDL Siderurgia Ltda, sendo

esta caracterizada como o estudo de caso dessa monografia. Tal pesquisa foi

realizada pela pesquisadora, no segundo semestre de 2007, quando fazia parte da

equipe de estagiários do Laboratório de Gestão de Pessoas (LAGEP), do Centro

Universitário Newton Paiva.

A VDL Siderurgia localiza-se na cidade de Itabirito, cerca de 50 km de Belo

Horizonte e está próxima à região das principais jazidas de minério de ferro do

estado, dos terminais rodoviários, e ferroviários com ótima logística para

escoamento da produção. A VDL Siderurgia atua no ramo de fundição e siderurgia,

na produção e comercialização, sob encomenda, de peças fundidas em aço

carbono, aço ligado, aço manganês e ferro ligado em bruto ou usinadas. A empresa

fabrica ferro-gusa nodular cinzento e aciaria, material ferroviário, componentes

mecânicos, peças de desgaste para britadores mandíbulas e mantos, equipamentos

de penetração no solo para aplicação em carregadeiras, escavadeiras, tratores,

revestimentos e martelos para moinhos, chapas de desgaste e diversas peças sob

encomenda.

A VDL é uma empresa familiar, de grande porte, que conta com cerca de 500

colaboradores e faz parte do grupo VDL desde sua fundação em 1994. O grupo VDL

constituiu-se em 1973, é composto por mais de 10 empresas de diferentes

segmentos e hoje conta com aproximadamente 3 mil colaboradores, possui

empresas que atuam em diversos segmentos como o de venda de veículos

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comerciais Mercedes-Benz, revenda de pneus Michelin, fomento mercantil,

siderurgia, fundição de peças em aço tratado e usinado, combustíveis,

reflorestamento e indústria têxtil.

O início do grupo VDL se deu quando o empresário Jayro Lessa adquiriu um posto

de gasolina ao desfazer uma sociedade na década de 80, passando a se chamar

“Posto do Lessa”. Mais tarde Lessa vendeu a sua fazenda e comprou a primeira

concessionária do grupo, a Valadares Diesel. Tempos depois ele adquiriu outros

concessionários e empresas de outros segmentos que hoje integram o grupo VDL.

A planta física da VDL Siderurgia apresenta em sua totalidade 120.000 m² de área

ocupada. O espaço interno divide-se nos seguintes setores: Alto Forno, Fundição I,

Fundição II, Tratamento Térmico, Usinagem, Administração, Portaria, Manutenção,

Almoxarifado, Depósito de Modelos e Refeitório.

A VDL ocupa o espaço que antes existia uma outra empresa do mesmo ramo e

muito conhecida na região, a antiga Queiroz Júnior. Esta empresa é até hoje

referência para alguns colaboradores mais antigos da VDL, que sempre se remetem

a esta. O espaço físico da VDL conta com estruturas antigas, com galpões altos,

tendo que passar por algumas modificações para uma melhor adequação desse

espaço.

A pesquisa de cultura e clima organizacional da VDL foi solicitada com o objetivo

principal de fazer um levantamento sobre o nível de conhecimento e satisfação dos

funcionários em relação à área de Recursos Humanos (RH) e divide o mesmo

espaço do Departamento Pessoal (DP), sendo confundido com este. O objetivo da

superintendência da empresa é transformar o RH de uma área burocrática para um

RH mais estratégico, passando assim, para a concepção de Gestão de Pessoas,

desenvolvendo e implantando estratégias de valorização e reconhecimento das

pessoas que fazem parte da organização.

A VDL possui políticas de RH descritas, por solicitação da certificação NBR ISO

9001:2000 que ocorreu em 07 de julho de 2004. Porém, tais políticas não se

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transformaram em processos e práticas de Gestão de Pessoas e, talvez por este

motivo a área de RH seja confundida e até nomeada de DP.

Já que a VDL tem a intenção de desenvolver práticas de Gestão de Pessoas,

reposicionando o RH para construção de uma imagem mais estratégica e menos

operacional, antes de qualquer intervenção foi necessário conhecer um pouco sobre

a cultura da organização, o que os funcionários têm a dizer sobre esta mudança e

possíveis sugestões de melhorias. O foco da pesquisa de cultura e clima

organizacional da VDL foi o RH, mas também foi possível fazer um levantamento da

organização como um todo.

A pesquisa de cultura e clima organizacional da VDL Siderurgia foi realizada nos

meses de Outubro e Novembro de 2007. Ela foi feita por amostragem, com os

colaboradores de todas as áreas e para tal utilizou-se os seguintes instrumentos:

visita técnica na organização; um encontro com os colaboradores para palestra de

sensibilização e divulgação da pesquisa; entrevistas individuais com 211

colaboradores; aplicação de 306 Questionários de Diagnóstico Organizacional

(QDO). Este modelo de pesquisa de cultura e clima organizacional foi elaborado

pela coordenadora do LAGEP (Laboratório de Gestão de Pessoas), profª Denise

Rossi.

A pesquisa quantitativa, Q.D.O. foi desenvolvida no formato de questionário que

aborda oito indicadores: Objetivos, Estrutura, Liderança, Relacionamento,

Recompensas, Mecanismos de Apoio, Propensão à Mudança e Postura dos

Colaboradores.

O questionário foi aplicado coletivamente no auditório da VDL e as entrevistas foram

individuais. Nesse processo de coleta de dados o RH foi de fundamental

importância, pois este organizou todo o processo interno, organizando os

funcionários de todos os setores a participarem da amostra, mantendo a

comunicação efetiva da pesquisa para que os colaboradores se disponibilizassem a

participar.

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De acordo com o QDO, os resultados das médias dos oito indicadores pesquisados

junto aos 306 colaboradores, estão apresentados abaixo e também expressos no

gráfico da Figura 1:

Postura: 83% - Os colaboradores pesquisados revelam satisfação com sua postura

em relação à organização, demonstrando comprometimento, responsabilidade e

interesse pelo que realizam.

Propensão às Mudanças: 67% - Os colaboradores pesquisados revelam que a

organização tem condições favoráveis para o exercício da mudança e inclusão de

novos processos.

Mecanismos de Apoio: 60% - Os colaboradores pesquisados revelam que os

mecanismos de apoio, integração entre áreas e a comunicação interpessoal

atendem às necessidades e expectativas dos mesmos, porém podem melhorar.

Recompensas: 46% - Os colaboradores pesquisados revelam que o sistema de

recompensa financeira e de reconhecimento profissional não está adequado ao

mercado.

Relacionamentos: 74% - Os colaboradores pesquisados revelam que o

relacionamento interpessoal é satisfatório.

Liderança: 65% - Os colaboradores pesquisados revelam que a liderança utiliza

instrumentos eficazes para a comunicação interpessoal e motivação dos

colaboradores.

Estrutura: 57% - Os colaboradores pesquisados revelam satisfação mediana com o

ambiente físico e com a divisão e organização das funções dos cargos.

Objetivos: 64% - Os colaboradores pesquisados revelam conhecimentos

adequados sobre os objetivos da organização.

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ANÁLISE DOS INDICADORES

83%

67%

60%

46%

74%

65%

57%

64%OB JET IV OS

EST R U T U R A

LID ER A N ÇA

R ELA C ION A M ET O

R EC OM PEN SA S

M EC . A POIO

PR OP. M U D A N ÇA S

POST U R A

IND

ICA

DO

RES

DESEMPENHO

Resultados anteriores à 50% são considerados insatisfatório e necessitam maior atenção.

Figura 1- Análise dos indicadores do QDO

Fonte: Pesquisa de Cultura e Clima Organizacional, VDL.

Complementando a pesquisa quantitativa, realizada através da aplicação dos 306

questionários, 211 colaboradores foram submetidos a entrevistas individuais. O

objetivo das entrevistas era conseguir mais dados da organização e compará-los

com o questionário. As pessoas responderam perguntas gerais e perguntas mais

específicas do RH.

De acordo com as entrevistas os colaboradores apresentam compatibilidade nas

suas funções desenvolvidas e estão adequados ao cargo que ocupam. Quanto a

decisões referentes ao cargo ocupado a maioria relata participar parcialmente. O

relacionamento entre os funcionários e com os seus superiores foi considerado

satisfatório.

Em outro ponto da entrevista os colaboradores davam sugestões de melhoria para a

função ocupada e para a organização em geral. As sugestões eram tais como:

devolver aos colaboradores participantes desta pesquisa e de outras ações, retornos

sobre os resultados e perspectivas de mudanças; oferecer cursos de atualização

para os colaboradores, de acordo com suas necessidades; melhorar a estrutura

física de toda organização; melhorar o processo de comunicação interno; entre

outras.

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A primeira pergunta sobre o RH era quais informações que tinham sobre este setor,

como as atividades e serviços prestados. A maioria dos colaboradores relataram que

sabem da existência da área de RH, mas não sabem identificar com clareza as

ações que o mesmo realiza dentro da organização. No geral, os relatos estão mais

direcionados para ações operacionais, com “o lugar que confecciona os contra

cheques, folha de pagamento e de ponto, pagamento de 13º salário, horário de

funcionários, onde fornece vale-gás, responsáveis pelo quadro de avisos, admissão

e demissão de funcionários”.

Outra sugestão que os colaboradores davam é com relação à implantação de

atividades para o RH. No geral, os entrevistados apontaram a necessidade da

contratação de psicólogos dentro do RH que possam atuar nos diversos processos.

Os colaboradores também avaliaram alguns processos de RH, tais como: o

Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Avaliação de

Desempenho (AD), Salário e Benefícios, e Plano de Carreira.

Com relação ao processo de Recrutamento e Seleção os colaboradores

pesquisados relataram que o processo de contratação é satisfatório, mas que

deveria utilizar de instrumentos de avaliação mais profissionais e rigorosos, tais

como: entrevistas, avaliação psicológica, dinâmica de grupo, provas, referências

anteriores, certidão negativa, atestado de bons antecedentes etc.

O Treinamento e Desenvolvimento foram considerados razoáveis, pois os

colaboradores gostariam que acontecessem com mais freqüência e que a carga

horária fosse maior. Com relação à Avaliação de Desempenho os relatos dos

colaboradores foram conflitantes, uma vez que não houve coerência sobre a

existência ou não do instrumento.

Com o salário os colaboradores relataram que deveria aumentar, pois seria uma

forma de diminuir a rotatividade. E com relação aos benefícios a grande maioria dos

colaboradores gostaria que a organização oferecesse um plano de saúde adequado.

Com Plano de Carreira os relatos também foram conflitantes, sendo que a maioria

dos colaboradores não souberam avaliar (desconhecem), mas que gostariam que

fosse desenvolvido e implantado.

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Os colaboradores sugeriram várias coisas para o RH, mas principalmente que

melhorasse o atendimento e que o horário de atendimento fosse maior, de forma a

atender todos os turnos que a organização trabalha.

Os resultados da pesquisa foram divulgados primeiro para o superintendente da

VDL Siderurgia e para a responsável pela área de RH. Em outro momento alguns

dados relevantes da pesquisa, sem maiores detalhamentos, foram apresentados

para os encarregados de cada área e estes ficaram responsáveis em fazer o

repasse para a sua equipe. O RH também ficou responsável por divulgar os

resultados para todos os colaboradores.

Toda pesquisa deve apresentar resultados visíveis para os colaboradores e,

portanto, cabe a organização definir as intervenções imediatas e as de longo prazo.

Através dos resultados da pesquisa de cultura e clima organizacional da VDL, o

LAGEP propôs algumas intervenções que estão sendo implantadas ao longo do ano

de 2008 pelos alunos do curso de Psicologia, estagiários líderes e monitores do

Laboratório de Gestão de Pessoas- LAGEP, sob supervisão da professora

coordenadora.

Em linhas gerais, as intervenções propostas pelo LAGEP são voltadas para

treinamentos, contratação de pessoal, revisão e descrição dos cargos, salários,

benefícios dos colaboradores e reestruturação da área de RH. A primeira

intervenção sugerida foi a de separar o RH do DP, treinar a equipe do DP para um

melhor atendimento aos colaboradores, colocar em prática as políticas de RH e uma

melhor divulgação desses processos. Tornar o RH mais estratégico é fazer com que

este seja mais atuante na organização, que ele participe de todos os processos e

que saiba divulgá-los para os colaboradores.

Vivemos um momento de transformação e para que as organizações acompanhem

esse ritmo, elas precisam investir nos seus colaboradores, ter uma área mais

atuante, que represente o colaborador, que ele tenha um lugar para recorrer quando

existirem dúvidas. Ou seja, uma área de Gestão de Pessoas, sair do modelo de RH

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e passar a pensar em diversas formas de se ter um colaborador mais motivado e

com perspectivas de crescimento dentro da organização.

Segundo Ulrich (2000), as formas tradicionais de competitividade, como custo,

tecnologia e produção, logo serão copiadas. Para as empresas serem bem-

sucedidas é necessário transformar estratégia em ação, de gerenciar processos de

forma inteligente e eficiente, de maximizar o compromisso do colaborador e de criar

condições para uma mudança consistente. Mas para isso a área de Gestão de

Pessoas deverá torna-se dentre muitas coisas um defensor dos funcionários, ou

seja, garantir que os colaboradores estejam comprometidos, que se sintam

obrigados com a organização e colaborem em tudo. Antes o RH buscava esse

comprometimento atendendo as necessidades sociais do colaborador através, por

exemplo, de festas. Hoje, isso é colocado em segundo plano, pois a área de Gestão

de Pessoas deve agora se responsabilizar por orientar e treinar as chefias sobre a

importância de elevar a moral dos colaboradores e as formas de fazê-lo.

Além disso, a Gestão de Pessoas deve ser a voz dos colaboradores nas discussões

gerenciais, oferecendo a eles oportunidades para crescimento pessoal e

profissional, proporcionando recursos que ajudem o colaborador cumprir as

exigências a eles impostas. A área de Gestão de Pessoas pode desempenhar um

papel essencial ao recomendar maneiras de melhorar problemas com a motivação,

mas também representar os colaboradores perante a gerência, sendo a sua voz em

reuniões gerenciais (ULRICH, 2000).

Durante as entrevistas foi possível perceber algo da cultura da organização. A forma

das pessoas se expressarem e de se vestirem são considerados os artefatos

visíveis da cultura, mas durante as entrevistas mesmo dizendo que o seu nome não

seria divulgado e que apenas o que dissesse, muitas pessoas não se sentiam à

vontade para falar. De acordo com os resultados da entrevista os colaboradores

participam parcialmente das decisões, ou seja, eles não são estimulados a falar,

eles não têm espaço para ser ouvidos, talvez por isso essa dificuldade em falar

durante a entrevista.

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Outro ponto marcante nos resultados da pesquisa é a identificação dos funcionários

mais antigos com a Queiroz Júnior, a siderúrgica que existia antes da VDL no

mesmo espaço físico. Para muitos continua sendo a Queiroz Júnior, ela apenas

mudou de nome, passando a se chamar VDL Siderurgia. Nas perguntas voltadas

para o RH, quando os funcionários relataram sobre esta área, muitos não sabiam

das suas funções e se referiam à área como “aquele lugar onde funcionava um

banco”. Na época da Queiroz Júnior o local onde fica o RH era realmente um banco.

As perguntas que os colaboradores respondiam sobre alguns processos do RH, na

grande maioria era preciso explicar o que eram esses processos e muitos mesmo

explicando não sabiam identificar se existiam ou não na organização, como foi o

caso da avaliação de desempenho, na qual não houve uma coerência da existência

ou não desse processo.

Muitas pessoas relataram sobre a existência do RH, mas não sabiam dizer com

clareza quais são as suas ações. O que eles relataram foram ações do DP como,

por exemplo, “o lugar que é responsável pela confecção de contra cheques”. Ou

seja, os colaboradores conhecem pouco sobre o RH, as suas ações não são

reconhecidas pela grande maioria dos colaboradores.

A pesquisa de cultura e clima organizacional da VDL Siderurgia revelou que os

colaboradores pouco sabem sobre o RH, que eles não têm muita informação sobre

as ações dessa área. A cultura organizacional acabou contribuindo com esse fator,

pois cultura são os pressupostos básicos e crenças compartilhadas pelos membros

de uma organização e que a caracterizam. Essas informações sobre o RH foram

divulgadas e compartilhadas pelos colaboradores e isso ocorre desde a Queiroz

Júnior e como o RH não divulgou suas ações as pessoas acabaram o confundindo

com o DP que é mais atuante na organização.

Um ponto que a grande maioria dos colaboradores relatou foi sobre o salário, e a

falta de benefícios, tais como um plano de saúde mais adequado. Outra sugestão de

melhoria está voltada para a estrutura física da organização, que por ser muito

antiga teve que passar por modificações, mas que ainda não estão adequadas para

um desempenho melhor no trabalho.

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No geral, o diagnóstico de clima da VDL Siderurgia, apontou para alguns

investimentos nos seus colaboradores, que podem ser realizados a partir da

reestruturação do RH. Implantar ações de valorização e reconhecimento dos

colaboradores e isso pode ocorrer com a área de Gestão de Pessoas. Com isso,

através da pesquisa de cultura e clima organizacional foi possível revelar o nível de

informações que os colaboradores da VDL Siderurgia têm sobre a sua área de RH e

propor intervenções para a melhoria de todos os processos, o que beneficia não

apenas a organização, mas também o colaborador que passa a ver perspectivas de

melhoras para a sua função.

Como vimos nos capítulos anteriores, a pesquisa de cultura e clima organizacional

permite se ter um conhecimento da organização, entendendo os seus pontos fortes

e os que precisam ser desenvolvidos ou melhorados. Através da pesquisa também

podemos ter uma avaliação dos processos de Gestão de Pessoas. Na VDL

Siderurgia foi possível ter conhecimento desses pontos e, principalmente, a

avaliação dos processos de gestão.

De acordo com Bom Sucesso (1997), antes de qualquer mudança é fundamental

conhecermos como as pessoas se sentem na organização e como elas reagem aos

processos de mudança. Saber qual a visão que os colaboradores têm do RH da VDL

Siderurgia possibilitou intervenções no sentido de uma maior divulgação dos seus

processos.

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CONCLUSÕES

O tema desta monografia é a pesquisa de cultura e clima organizacional e como

esta pode revelar o nível de informações sobre uma determinada área. Mas para tal

foi apresentado o conceito de cultura organizacional, pesquisa de clima

organizacional e os processos de gestão, e para finalizar foi apresentado um estudo

de caso. A cultura e o clima de uma organização modelam o comportamento das

pessoas o que gera um impacto direto no modelo e nos processos de Gestão de

Pessoas (GP).

O termo cultura organizacional passou a ser difundido na década de 80 e hoje já

está incorporado ao cotidiano das empresas. Cultura organizacional se refere a um

conjunto de crenças, valores e tradições que moldam o comportamento das pessoas

na organização, e estes passaram a ser compartilhados pelos membros da

organização a caracterizando (PEREIRA, 1999).

Outro termo trabalhado foi à pesquisa de clima organizacional que é um tipo de

diagnóstico. Essa pesquisa permite fazer um mapeamento da realidade da

organização, investiga o ambiente interno, sendo considerada o ponto de partida

para qualquer processo de mudança. Antes de qualquer mudança é essencial

conhecer como as pessoas se sentem na organização e como elas reagem aos

processos de mudança. O estudo do clima possibilita também fazer uma avaliação

nos processos de Gestão de Pessoas (BOM SUCESSO, 1997).

A questão que norteia este trabalho é se o instrumento pesquisa de cultura e clima

organizacional pode revelar o nível de informações que os colaboradores de uma

empresa siderúrgica de grande porte têm sobre o seu setor de RH. Como foi

mostrado, a pesquisa de cultura e clima organizacional realizada na VDL Siderurgia

revelou que os seus colaboradores tinham poucas informações sobre o RH, que os

seus processos quase não eram identificados pelos participantes da pesquisa. Este

estudo de caso mostra que a pesquisa de cultura e clima organizacional pode fazer

um levantamento não apenas dos níveis de informações sobre o RH, mas também é

um ponto de referência para as possíveis intervenções.

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A pesquisa de cultura e clima organizacional realizada na VDL Siderurgia

apresentou como maior dificultador o baixo nível de escolaridade dos participantes,

nas questões do questionário e as questões sobre os processos do RH. Em

contrapartida, o maior facilitador para a realização da pesquisa foi o apoio da área

de RH e da superintendência que sensibilizaram e organizaram os funcionários de

maneira que um grande número de funcionários puderam participar, sem que a

ausência atrapalhasse a produção.

Além da relevância para a empresa, que conheceu de maneira legítima o nível de

satisfação e de informações acerca dos processos de RH, a realização desta

monografia também apresenta relevância acadêmica já que contribui para a

ampliação do tema e do instrumento utilizado.

A pesquisa bibliográfica apresentou-se como um dificultador na construção teórica

desta monografia, devido à escassez de referências sobre o tema pesquisa de clima

organizacional.

Este foi um trabalho importante que possibilitou uma pesquisa bibliográfica, mas

também uma compreensão dos temas trabalhados na prática. O estudo de caso foi

de grande relevância para um maior entendimento dos conceitos.

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REFERÊNCIAS

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