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Programa de Educação Ambiental na Bacia de Campos (PEA-BC) Região 5 Programa Petrobras de Educação Ambiental da Bacia de Campos: Plataformas de Cidadania Plano de Trabalho do Projeto PESCARTE – EA Linha de Ação A: ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA PARA PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL “PROJETO PESCARTE” Novembro de 2013

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Programa de Educação Ambiental na Bacia de Campos (PEA-BC)

Região 5

Programa Petrobras de Educação Ambiental da Bacia de Campos:

Plataformas de Cidadania

Plano de Trabalho do Projeto PESCARTE – EA

Linha de Ação A: ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA PARA

PARTICIPAÇÃO NA GESTÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO DO

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

“PROJETO PESCARTE”

Novembro de 2013

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_________________ Coordenador Técnico

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ÍNDICE

1. JUSTIFICATIVA PARA O PERÍODO DE IMPLEMENTAÇÃO.......1

2. SUMÁRIO EXECUTIVO.........................................................................1

3. RECORTE ESPACIAL.............................................................................3

4. PÚBLICO DEFINIDO..............................................................................6

5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................7

6. METODOLOGIA CONSOLIDADA.......................................................8

7. ATIVIDADES PREVISTAS PARA ATUALIZAÇÃO DO

DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO.......................................................9

8. MOBILIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS SUJEITOS DA AÇÃO

EDUCATIVA...........................................................................................10

9. CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO EM ECONOMIA SOLIDÁRIA –

PESCA, ARTE E GESTÃO....................................................................11

10. PROJETOS DE GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA – GTR...12

11. PLANEJAMENTO AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO.............14

12. ATIVIDADES PREVISTAS PARA ATUALIZAÇÃO DO

DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO.....................................................15

13. METAS.....................................................................................................15

14. INDICADORES......................................................................................16

15. RESULTADOS ESPERADOS...............................................................17

16. PREVISÃO DA CONSTRUÇÃO COLETIVA DAS PRÓXIMAS

AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS.............................................17

17. QUANTITATIVO E PERFIL DOS PROFISSIONAIS

ENVOLVIDOS.........................................................................................17

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_________________ Coordenador Técnico

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18. CRONOGRAMA DE AÇÕES E CRONOGRAMA FÍSICO-

FINANCEIRO..........................................................................................18

19. RESPONSÁVEL TÉCNICO..................................................................20

20. RESPONSÁVEIS PELA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO.........20

ANEXO: Cadastro Técnico Federal do responsável técnico

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1. Justificativa para o período de implementação

O prazo estipulado para esse ciclo do projeto é de 24 meses. Esse prazo

compreende o período necessário ao pleno estabelecimento das atividades programadas,

cuja finalidade principal é tornar o Projeto PESCARTE conhecido e reconhecido pelos

sujeitos da ação educativa, isto é, nesse prazo espera-se ser capaz de se construir a

legitimidade do projeto como um instrumento capaz de responder às demandas

históricas por melhores condições de vida por parte desse grupo social e fazê-lo por

meio de processos que lhe permitam aumentar o seu protagonismo social. No prazo

estipulado o primeiro ciclo bienal resultará na formação do Grupo Gestor e serão

implementadas as primeiras oficinas capazes de proporcionar aos sujeitos em questão o

acesso às informações necessárias ao desenvolvimento de ações que resultem na melhor

organização social por parte dos pescadores artesanais.

2. Sumário executivo

O presente Plano de Trabalho se coloca como uma proposta para o

planejamento, implantação, desenvolvimento, monitoramento e avaliação de um projeto

de intervenção junto às comunidades pesqueiras residentes na Bacia de Campos (BC)

com a participação de municípios previamente selecionados por estarem inseridos em

área de influência das atividades realizadas na região pela empresa Petrobras – pessoa

jurídica de capital aberto e cujo acionista majoritário é o governo brasileiro, com

atuação em setores de exploração e produção de gás, petróleo, biocombustíveis dentre

outras atividades.

Assim, este Plano de Trabalho se estabelece a partir das orientações oriundas da

Nota Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA Nº 01/2010, do Diagnóstico Participativo do

PEA-BC e das discussões suscitadas na “Reunião Temática sobre os projetos de

Educação Ambiental e a Pesca Artesanal na Bacia de Campos no âmbito do

Licenciamento Ambiental das Atividades Marítimas de Petróleo e Gás”, promovido

pela CGPEG/IBAMA e Grupo de Trabalho Articulador do Fórum do PEA-BC, nos dias

17 e 18 de setembro de 2013, sendo denominado como “Projeto de Educação Ambiental

– PESCARTE” e está inserido na Linha de Ação A da Nota Técnica supracitada.

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O mesmo possui como objetivo a mobilização e organização dos sujeitos da

ação educativa a ser realizada (ou seja, a comunidade pesqueira direita e indiretamente

envolvida na cadeia de produção), de forma a se fortalecer as ações vinculadas com os

conceitos de Economia Solidária, Inclusão Digital e Geração de Trabalho e Renda

(GTR), com a criação de possíveis projetos de intervenção para preservação e

desenvolvimento socioambiental e econômico da população anteriormente referida.

Sendo estruturado pela implementação de atividades em ciclos e com proposta

de realização para um período estabelecido de 24 (meses), o Projeto PESCARTE

apresenta seu Plano de Trabalho por escalas de atuação, para que resultados de curto,

médio e longo prazo possam ser concretizados e verificados por processos de

monitoramento e avaliação continuada, como se coloca em uma gestão por projeto. Tal

premissa se estabelece pela utilização de metodologias científicas e de campo capazes

de possibilitar a agregação de mais participantes (pessoas físicas ou jurídicas), seja pela

utilização dos Diagnósticos Participativos assim como da Pesquisa-Ação e de grupos

focais de discussão para levantamento e encaminhamento de demandas a serem

pesquisadas para possíveis soluções organizacionais, institucionais e afins.

O Plano de Trabalho se encontra balizado pela participação continuada de sua

equipe de trabalho de formação multidisciplinar tanto em termos acadêmicos como

profissionais, o que se reflete no nível direcionado a geração de resultados quantitativos

e, principalmente, qualitativos das propostas. De acordo com estas diretrizes, estão

previstas ações e ou cursos de capacitação sobre temáticas vinculadas à gestão

socioambiental (exploração de petróleo e gás, fauna e flora, recursos hídricos,

recuperação de áreas degradadas etc.), assim como a questões técnicas (gestão de

projetos e inclusão digital) e de produção (cadeia produtiva e de custódia pesqueira,

certificações de qualidade e processos etc.).

Esse arranjo de ações se encontra detalhado em cronograma físico-financeiro

próprio e com descrição de suas propostas e objetivos estabelecidos no decorrer do

Plano de Trabalho, de caráter bianual, para sua realização junto às instituições parceiras

do Projeto PESCARTE.

Espera-se dessa maneira a ampliação das capacidades intelectuais e profissionais

das comunidades pesqueiras envolvidas na direção de torná-las, ao longo das atividades

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de aprendizagem coletiva e organizacional previstas, qualificadas para participarem

adequadamente de todo o processo de gerenciamento da cadeia produtiva pesqueira e

com a inclusão do maior número possível de partes interessadas, tais como o poder

público (municipal, estadual, federal), setor privado (indústria pesqueira) e sociedade

civil em geral.

3. Recorte espacial

A definição do recorte espacial desta proposta contempla os municípios

selecionados diante das reflexões geradas na supracitada Reunião Temática sobre Pesca

e Educação Ambiental na Bacia de Campos. Neste evento ficou evidente a necessidade

de um redimensionamento do recorte espacial do PESCARTE que consta na proposta

de projeto aprovada por meio do Parecer Técnico PAR 0290 ̸13. O objetivo desse

redimensionamento foi desenvolver as ações do projeto considerando critérios que

demonstrem a maior vulnerabilidade aos impactos das atividades da empresa; assim

como evitar possível sobrecarga de atividades para um mesmo grupo social e favorecer

o acompanhamento das ações pelas equipes técnicas do IBAMA e da Petrobras.

Na proposta aprovada, o recorte espacial do projeto foi definido pelo critério de

interferência com a atividade pesqueira na área de influência dos empreendimentos da

Petrobras na Bacia de Campos. Neste Plano de Trabalho, entretanto, novos critérios

foram adicionados para uma nova definição deste recorte, a saber: volume médio de

pescado desembarcado, em toneladas; número de pescadores e renda familiar.

Para a definição dos critérios “volume médio de pescado desembarcado, em

toneladas” e “renda familiar” foram usados como subsídio dados do Projeto de

Caracterização Regional da Bacia de Campos (PCR-BC), no que diz respeito ao estudo

da atividade pesqueira. Para o critério “número de pescadores ativos em cada

município”, foram utilizados dados do Cadastro Geral do Ministério da Pesca e

Aquicultura (MPA) em 2013. Porém, no Município de São João da Barra foram usados

dados do Plano de Compensação da Atividade Pesqueira da Petrobras (PCAP-BC), uma

vez que os valores apresentados no diagnóstico do PCAP-BC são mais condizentes com

a realidade observada, visto que registrou um número superior de pescadores do que o

apresentado pelo MPA.

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Para o critério “sobreposição da pesca” está sendo considerado o número de

avistagens dos barcos de pesca artesanal na área de exclusão dos empreendimentos da

empresa e dos navios de pesquisa sísmica, enviados à Marinha do Brasil e registrados

nos relatórios do Projeto de Comunicação Social - PCS da Sísmica, relativos ao período

de 2007 a 2012. Neste sentido, foi possível observar os pescadores que demonstram

sofrer maior impacto relacionado a este critério, já que além da sobreposição com as

embarcações de apoio, sofrem exclusão da área que pescam.

O critério “volume médio de pescado” foi considerado relevante tendo em vista o

alcance dos objetivos do projeto e a questão social, já que o mesmo visa entre outros

objetivos o fortalecimento da identidade produtiva da pesca e o aumento da renda

gerada por esta atividade favorecendo principalmente as famílias com menor renda,

além de considerar que para a elaboração de projetos de GTR deve haver uma produção

considerável de pescado. Desta forma, a este critério foi dado maior peso em relação aos

demais.

No que diz respeito à questão social, o critério “número de pescadores” foi

considerado importante, visto que um número maior de pessoas associadas à cadeia

produtiva da pesca no município sofre o impacto das atividades da empresa, sendo

considerados também os pescadores de águas interiores.

O critério “renda familiar” também foi considerado relevante perante a questão

social, devido à escala de renda considerada – até R$600,00 – pois o aumento da renda

trará um impacto positivo para a vida, principalmente para essas pessoas.

A Tabela 1, a seguir, apresenta os valores, por critério utilizado, definindo para

este projeto o impacto das atividades de E&P da Petrobras na Bacia de Campos, sobre a

atividade de pesca artesanal em cada um dos municípios.

Tabela 1 – Critérios de Seleção de Municípios para o PESCARTE

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Municípios

Sobreposição das Atividades

no Espaço Marinho 1

(%)

Volume Médio de pescado

desembarcado por mês2

(%)

Número de Pescadores3

(%)

Renda familiar4 (%)

Impacto sobre a pesca artesanal

São Francisco de Itabapoana 40,6 24,1 23,3 68,0 155,9

Macaé 36,4 34,2 23,3 25,0 118,9

Campos dos Goytacazes 0,0 20,4 20,8 76,0 117,3

Cabo Frio 11,9 40,0 12,6 20,0 84,5

São João da Barra 8,4 35,7 9,1 27,0 80,2

Arraial do Cabo 2,8 17,9 7,4 42,0 70,1

Quissamã 0,0 16,2 1,5 48,0 65,7

Armação dos Búzios 0,0 3,7 0,6 30,0 34,3

Rio das Ostras 0,0 4,1 1,2 18,0 23,3

Casimiro de Abreu 0,0 3,7 0,1 26,0 29,8

Fonte: PCRS – Petrobras.

Conforme os dados da tabela 1, os municípios que apresentaram o menor impacto

sobre a atividade pesqueira foram cinco: Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Armação

dos Búzios, Arraial do Cabo e Quissamã.

É importante ressaltar, que para o município de Casimiro de Abreu o PCR-BC não

apresentou dados do volume médio de pescado desembarcado. Desta forma, para

calcular o impacto foi utilizado o menor valor registrado dentre os municípios

observados, que foi o Município de Armação dos Búzios, com 20t de pescado

desembarcado por mês.

Outra informação importante para ressaltar neste Plano de Trabalho é a decisão

conservadora de manter os municípios de Arraial do Cabo e Quissamã, mesmo com os

dados estatísticos de clusters analisados, comprovando similaridade com os demais

municípios retirados neste novo recorte apresentado como pode ser observado na Figura

1 abaixo.

1 Dados do registro de avistagens das plataformas da Petrobras e abordagens dos navios de pesquisa sísmica dos barcos de pesca

artesanal dentro da área de exclusão no período de 2007-2012 na Bacia de Campos. Foi avistado um total de 143 embarcações no período. 2 Dados retirados do Relatório do Projeto de Caracterização Regional da Bacia de Campos (PCR-BC). Esse critério teve maior peso

em relação aos demais. O volume médio mensal somado para estes municípios é de 1.086,35t. 3 Dados do Ministério da Pesca e Aquicultura de 2013. O número total somando os dez municípios da tabela é 4.938 pescadores.

4 Dados retirados do Relatório do Projeto de Caracterização Regional da Bacia de Campos (PCR-BC) considerando o número de famílias no município com renda de até R$ 600,00.

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Figura 1 – Análise de Similaridade de Impacto da E&P (Cluster), com 95% de confiabilidade. Fonte: Fonte: PCRS – Petrobras.

Para a permanência do município de Arraial do Cabo foi considerada a

sobreposição do espaço marinho com as atividades da empresa, além do grande volume

de pescado, visto que para o alcance do objetivo do projeto é um ponto importante de

atenção. Para o município de Quissamã, foi considerado o alto volume de pescado pelos

mesmos motivos já explicitados, além de considerar que 80,3% da renda familiar é

proveniente da pesca, um dado apresentado no PCR-BC.

Os dados observados apresentaram que há diferença de impacto das atividades da

empresa sobre a pesca dentre os dez municípios analisados. Deste modo, a empresa

propõe que os municípios que serão contemplados nesta proposta de projeto são:

Arraial do Cabo; Cabo Frio; Macaé; Quissamã; Campos dos Goytacazes; São João

da Barra; São Francisco de Itabapoana.

4. Público definido

Dos grupos identificados como vulneráveis pelo Diagnóstico Participativo (DP)

do PEA-BC foram selecionados como público para esse projeto os pescadores

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artesanais e seus familiares. Propõe-se trabalhar com este público, devido à necessidade

de fortalecimento desse grupo social, além do DP do PEA-BC ter evidenciado que

muitos pescadores não se identificam com algumas ações educativas e possuem uma

dinâmica de trabalho que dificulta a participação nas ações previstas pelos projetos.

Diante disso, serão envolvidos, estrategicamente, filhos e esposas de pescadores, uma

vez que cada um destes atores possuem características diferentes que corresponde ao

seu papel dentro do grupo familiar e à identidade com as ferramentas a serem utilizadas

nas ações educativas.

No município de Arraial do Cabo serão contempladas as comunidades

pesqueiras artesanais em Figueira, Prainha, Porto do Forno e Praia dos Anjos. Em Cabo

Frio as Comunidades pesqueiras artesanais contempladas são as de Gamboa e Praia do

Siqueira, em Macaé, comunidade de Barra de Macaé, em Quissamã, Comunidades de

Barra do Furado, Centro, Caxias e Ribeira, em Campos dos Goytacazes, comunidades

de Farol de São Tomé e Terminal Pesqueiro, além das comunidades em Coroa Grande,

Parque dos Prazeres, Lagoa do Vigário e Ponta Grossa dos Fidalgos, em São João da

Barra, Comunidades de pesca artesanal em Atafona e no Açú e em São Francisco de

Itabapoana as comunidades em Gargaú, Guaxindiba e Barra de Itabapoana.

5. Objetivos específicos

1. Apresentar o Projeto PESCARTE. Discutir e atualizar os resultados do DP

referentes ao grupo social: Pescadores Artesanais.

2. Promover o fortalecimento da organização comunitária por meio da construção

participativa de projetos de Geração de Trabalho e Renda.

3. Apresentar exemplos de ações econômicas solidárias que reforcem as

identidades produtivas locais de comunidades de pescadores artesanais afetadas pela

exploração e produção (E&P) de petróleo e gás na Bacia de Campos (BC).

4. Desenvolver processos de formação e qualificação cidadã (organização

comunitária) para mitigar os impactos negativos da indústria de E&P de petróleo e gás

na Bacia de Campos;

5. Realizar encontros municipais com vistas ao estímulo à formação e, ou, criação

de uma rede social regional entre os pescadores dos municípios envolvidos;

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6. Realizar encontros regionais com vistas ao estímulo à formação e, ou, criação

de uma rede social regional entre os pescadores dos municípios envolvidos;

7. Promover investigações e divulgação científica no campo interdisciplinar da

EA que subsidiem os processos de Licenciamento Ambiental na BC;

8. Desenvolver pesquisa, de base antropológica, da identidade produtiva local;

9. Estudar e caracterizar o Grupo de Mulheres envolvidas com a pesca e a

extração de frutos do mar nos municípios envolvidos no PESCARTE.

6. Metodologia consolidada

A fundamentação metodológica do Plano de Trabalho se desenvolveu á partir dos

instrumentos conceituais definidos na Nota Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA nº 01/2010

e do Diagnóstico Participativo5 do PEA-BC. Deste modo, com base na proposta do

Projeto de Educação Ambiental - PESCARTE – Linha de Ação A, considera-se

importante a relevância de uma prática educativa ambiental que seja capaz de trabalhar

de modo a problematizar e superar as múltiplas dimensões das condições de

expropriação dos grupos sociais inseridos na área de influência dos empreendimentos da

Petrobras na Bacia de Campos.

O conjunto de premissas metodológicas do projeto prevê a implementação de

atividades em dois ciclos bianuais, considerando que o processo contínuo de formação

estará voltado para a organização social dos grupos vulneráveis. Algumas ações estarão

voltadas para a mobilização e outras para a formação e capacitação dos sujeitos

prioritários do processo educativo por meio da produção de conhecimento capazes de

gerar autonomia dos participantes. O processo objetiva a elaboração de projetos de

geração de renda como meio de estímulo e fortalecimento da organização social e das

práticas culturais que favoreçam a consolidação das identidades produtivas dos sujeitos

envolvidos. Entendemos como sujeitos prioritários do processo educativo os pescadores

artesanais e seus familiares.

5 Diagnóstico participativo do PEA-BC realizado pela empresa Soma (2012)

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Diante disso, as estratégias metodológicas previstas para a execução do Projeto

PESCARTE, buscando, sempre, instalar um processo de mobilização e organização dos

sujeitos da ação educativa estarão estruturadas em 3 eixos de atuação, sendo eles: 1)

Atividade prevista para atualização do diagnóstico participativo; 2) Capacitação e

Formação em Economia Solidária – Pesca, Arte e Gestão; 3) Projetos de Geração de

Trabalho e Renda – GTR; 4) Planejamento, Avaliação e Monitoramento da ações a

serem implementadas. Está prevista a utilização da Pesquisa Ação, utilizando-se de

técnicas que aproximarão os indivíduos da ação educativa, tais como oficinas, teatro,

aplicação de pesquisa survey6, com uso da técnica bola de neve que permitirá,

adicionalmente, que se construa a rede social entre os pescadores; e grupos focais em

todas as etapas do plano de trabalho aos objetivos aqui traçados pela equipe

implementadora.

7. Atividade prevista para atualização do diagnóstico participativo

Pretende-se a aplicação de uma pesquisa de natureza censitária7, do tipo survey. A

pesquisa a ser realizada seria melhor descrita como sendo um processo de

“mapeamento” dos indivíduos pertencentes à categoria de pescadores artesanais para

obtenção de dados específicos sobre a população, enquanto que para as informações

sobre a cadeia produtiva do pescado, o levantamento sobre logística, preço, volume do

pescado e cadeia produtiva e de custódia para dar subsídios aos processos de tomada de

decisão do Grupo Gestor, será feita por meio de pesquisa de dados secundários. Os

dados obtidos com a realização do survey devem ser analisados por meio do SPSS8,

como ferramental estatístico para a obtenção das informações desejadas.

Outra ferramenta metodológica pertinente ao trabalho será a realização de grupos

focais. Entendemos grupos focais como um grupo de discussão informal e de tamanho

reduzido, com o propósito de obter informações de caráter qualitativo em profundidade.

6 Pesquisa por questionários estruturados aplicados à amostra de uma população qualquer.

7 Entende-se o processo de uma pesquisa censitária como um instrumento de pesquisa que pretende

alcançar toda a população investigada. Contudo, admite-se que não há como afirmar, com 100% de certeza, que todo o grupo investigado foi alcançado. 8 Programa estatístico utilizado para a tabulação e análise de dados primários.

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É uma técnica rápida para avaliação e obtenção de dados e informações qualitativas,

fornecendo aos coordenadores do projeto uma grande riqueza de informações que

permitirão a atualização dos dados obtidos no Diagnóstico Participativo, possibilitando,

ainda, que novas metas sejam elencadas e que as atuais sejam reavaliadas.

O objetivo principal de um grupo focal é revelar as percepções dos participantes

sobre os tópicos em discussão, fundamentando as ações e tomadas de decisões. A

essência do grupo focal consiste justamente na interação entre os participantes e o

pesquisador, que objetiva colher dados a partir da discussão focada em tópicos

específicos e diretivos. Os grupos focais estariam comprometidos em identificar as

percepções dos sujeitos da ação educativa acerca da vulnerabilidade social que os

envolve, analisando o nível de dependência dos recursos naturais para as condições

básicas de vida, o nível de acesso aos direitos sociais e a capacidade de organização e

intervenção nas decisões políticas.

8. Mobilização e organização dos sujeitos da ação educativa

Para que seja possível a criação de espaços dialógicos de problematização e de

construção de conhecimentos críticos favoráveis a intervenção na realidade,

protagonizada por grupos sociais vulneráveis, optou-se pela metodologia da pesquisa

ação (TRIPP, 2005; THIOLLENT, 2002), que permite que os sujeitos do processo

educativo possam aprofundar a discussão iniciada no DP do PEA-BC sobre quais são os

impactos da produção de petróleo e gás que interferem, direta ou indiretamente, com

maior ou menor força, no seu esforço pesqueiro, buscando desenvolver ações que

permitam agregar valor ao seu processo produtivo.

No desenho do processo participativo serão utilizadas técnicas de sensibilização

(construção de mapas; oficinas; cursos de capacitação; reuniões por comunidades;

informativos locais; vídeos-debates; visitas técnicas; grupos focais.), destaca-se nesse

processo de sensibilização a própria pesquisa de survey, descrita no item 1, como meio

que possibilitará o alcance dos sujeitos da ação educativa, ou seja, a pesquisa ser

reveste, também, de um meio de anunciação dos trabalhos que serão desenvolvidos no

PESCARTE. O conjunto de técnicas aplicadas destacarão os interesses locais e

permitirão que os indivíduos se reconheçam como sujeitos sociais capazes de

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determinar “os processos decisórios de distribuição de custos/benefícios a partir da

exploração de recursos naturais” (NT 01/10). A concepção de sensibilização social ―

vista como meio para alcançar uma maior organização social ―, utilizada no

desenvolvimento dos trabalhos tem a perspectiva de que se possam constituir espaços

de participação e diálogo em que se fomente, se formem e se compartilhem ações e

compromissos da comunidade consigo mesma e entre as comunidades com vistas ao seu

pleno desenvolvimento social e político. Por isso, sensibilizar, nesse caso, é oferecer os

elementos necessários para que as pessoas da comunidade percebam a existência de

novas possibilidades organizacionais que lhes permitam enfrentar as mudanças e as

transformações para alcançar uma nova realidade social.

9. Capacitação e Formação em Economia Solidária – Pesca, Arte e

Gestão

Esta etapa do projeto prevê a estruturação das Unidades de Inclusão Digital,

sabedores que este é apenas um processo inicial, ou seja, visamos um letramento digital.

Com isso, busca-se fortalecer as capacidades que favoreçam o protagonismo e a

sistematização dos interesses dos participantes para utilizar instrumentos

informacionais, não apenas como qualificação profissional, como também de inserção

social e cultural.

Este processo torna-se indispensável para a estruturação e execução de oficinas

sobre o licenciamento ambiental e para a formação e capacitação do Comitê Gestor com

vistas à formulação e prospecção de recursos financeiros e informacionais para os

projetos a serem elaborados.

Nesta fase serão realizadas atividades de aproximação aos instrumentos legais e

técnicos envolvidos no licenciamento vinculados, direta ou indiretamente, aos temas do

Projeto PESCARTE (indústria pesqueira, atividade de E&P de petróleo e gás e os

impactos ambientais relativos aos mesmos, dentre outros).

Com a realização dos cursos de letramento digital, nos quais será dado início ao

processo de acessibilidade às tecnologias de informação, de forma a permitir a inserção

dos participantes na sociedade e maximizar suas potencialidades, será formado o

Comitê Gestor.

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O comitê gestor será o núcleo principal de elaboração e administração dos

projetos a serem desenvolvidos, sendo composto por, no mínimo, 4 (quatro) e, no

máximo, 20 (vinte) pessoas, por município, de acordo com as especificidades locais.

Sua composição será definida e consensuada com o grupo social participante do projeto

PESCARTE. Os sujeitos que farão parte da elaboração dos projetos de Geração de

Trabalho e Renda – GTR serão selecionados entre os que participarem dos ciclos de

atividades desenvolvidas no projeto.

Dessa forma, serão desenvolvidas oficinas e capacitações vinculadas ao processo

de licenciamento Ambiental, à gestão de projetos, e aos princípios da Economia

Solidária. Entende-se que os aspectos positivos da economia solidária, entendida como

uma ferramenta de caráter multidimensional, o qual abarca as dimensões da vida social,

econômica, ecológica e cultural dos indivíduos, torna-se indispensável para o

desenvolvimento de uma sensibilização para às ações e projetos em comum.

Este conjunto de ações e atividades irá capacitar o Comitê Gestor de cada

município para executar e fomentar projetos de geração de trabalho e renda, tendo como

perspectiva a construção de um ambiente socialmente justo e sustentável, e capaz de

buscar meios para o resgate das identidades produtivas das comunidades em foco. E,

para desenvolver este entendimento, buscar-se-á realizar visitas às experiências exitosas

em economia solidária relacionada à cadeia produtiva da pesca visando compartilhar e

trocar experiências educativas locais e regionais com vista ao desenvolvimento de uma

rede solidária da pesca entre os municípios integrantes do projeto PESCARTE.

10. Projetos de Geração de Trabalho e Renda – GTR

O acompanhamento e o desenvolvimento das etapas deste primeiro biênio, serão

complementadas no segundo ciclo com a construção de projetos de GTR. Estes projetos

serão elaborados em constante debate com a população pesqueira e intermediada pelo

Comitê Gestor. Sendo assim, tal processo requer necessariamente, um conjunto de

ações planejadas que permitam alcançar, com o grupo de sujeitos da ação educativa, a

capacidade de gerar produtos sustentáveis para o mercado a partir da formação de uma

nova cultura baseada na participação comunitária, na cooperação, na criatividade dentro

do espectro alinhavado pela economia solidária, e soluções que articulem alternativas ao

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sistema de produção, escoamento e consumo, focando na valorização do ser humano e

nas suas capacidades produtivas e organizativas.

Contudo, desde o primeiro, já estão previstas oficinas introdutórias de economia

solidária e visitas à experiências exitosas, visando o desenvolvimento de ações

produtivas capazes de aumentar a renda média das famílias. Esse processo se dará por

meio de práticas que reforcem as identidades culturais dos sujeitos e solidifiquem o

sentimento de pertencimento à classe pesqueira. Para que isso possa ser realizado, os

projetos a serem desenvolvidos deverão ter viabilidade econômica, e, nesse requisito,

cabe à equipe do Projeto PESCARTE avaliar e validar os projetos, sendo um por

município.

Desse modo, para esse primeiro ciclo entende-se ser necessário conhecer o

conjunto de práticas econômicas solidárias, que vão de cooperativas, associações,

clubes de troca, empresas autogestionadas, redes de cooperação na cadeia do pescado,

entre outras, e que possam servir de modelo aos processos que estarão em

desenvolvimento.

A participação em seminários nacionais e encontros “Entre-Redes” permitirá

compartilhar as experiências da realidade social do trabalhador da pesca artesanal,

sistematizando o conjunto de experiências pedagógicas exitosas na cadeia do pescado

no país. Possibilitarão, ainda, construir iniciativas de articulação entre si e com as

iniciativas já existentes, facilitando aos participantes vislumbrarem a necessidade da

consolidação de uma Rede da Pesca Artesanal regional.

Sendo assim, a equipe de profissionais contratados irá organizar encontros

regionais bimensais e um anual para a troca de experiência entre os grupos e os projetos

vinculados ao licenciamento ambiental na Bacia de Campos. O processo dos encontros

bimensais, a serem desenvolvidos a partir do segundo ciclo do projeto PESCARTE se

dará a partir da promoção de caravanas participativas. As oficinas para construção dos

Projetos de GTR serão realizadas alternadamente em cada município. O grupo gestor

local irá produzir um roteiro de visitação para os participantes permitindo que todos

conheçam a realidade local e possam verificar chances de integração de seus múltiplos

interesses.

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Além disso, está previsto que todos os membros dos Grupos Gestores, juntamente

com a equipe PESCARTE, participem dos encontros vinculados ao Licenciamento

Ambiental, às temáticas das Políticas Públicas e a Educação Ambiental para Gestão.

Em consonância com as ações apresentadas ocorrerá um encontro anual para

discussão dos resultados alcançados na execução do projeto PESCARTE. Este encontro

pretende avaliar o desenvolvimento das etapas realizadas e visa permitir uma troca

sistematizada de experiências entre as equipes, permitindo identificar possíveis

problemas e debater soluções capazes de superar as dificuldades encontradas no

processo.

11. Planejamento, Avaliação e Monitoramento

Este plano considera as etapas de Planejamento, Avaliação e Monitoramento em

cada uma das etapas do projeto como peça fundamental para a exelência na execução

das atividades propostas. Acrescenta-se a sistematização, definida por Oscar Jara

Holliday (2006) como “aquela interpretação crítica de uma ou várias experiências que,

a partir de seu ordenamento e reconstrução, descobre ou explicita a lógica do processo

vivido, os fatores que intervieram no dito processo, como se relacionam entre si e

porque o fizeram desse modo”.

Nas diferentes etapas do projeto será possível compreender a necessidade de

repensar o caminho inicialmente percorrido buscando sempre uma melhor mensuração e

execução das propostas. O desafio será convergir ás expectativas e objetivos entre os

atores diretamente envolvidos para uma ação sustentável e de acordo com as premissas

e diretrizes da Nota Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA nº 01/2010. Sendo assim, todas as

etapas irão contemplar uma avaliação e monitoramento dos resultados obtidos,

implementando os indicadores de qualidade pedagógica que permitam integrar as

atividades sugeridas pelos sujeitos do processo educativo com a proposta do projeto

PESCARTE.

Esta fase tem por objetivo informar o desenvolvimento gradual e evolutivo das

atividades do trabalho em relação aos objetivos propostos, apontando quando necessário

os desvios ocorridos no projeto e as providências necessárias para a correção dos

mesmos. A avaliação e monitoramento prossegue durante todo o processo de

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implementação, em ciclos que culminarão em encontros avaliativos semestrais. Busca-

se com isso reconhecer o contexto da intervenção, e verificar a viabilidade e

exequibilidade das propostas num processo de retroalimentação das ações. Ainda,

informar à comunidade e à equipe multidisciplinar sobre as ações desenvolvidas no

período. A avaliação dos resultados será realizada ao término das atividades, e terá

como referência o alcance dos objetivos específicos do projeto. A avaliação de impacto

tem como referência o objetivo geral do projeto, que busca medir mudanças efetivas e

duradouras na qualidade de vida dos atores envolvidos.

12. Atividades previstas para atualização do diagnóstico participativo

O Diagnóstico Participativo já fora realizado nos anos de 2011 e 2012. Entretanto

neste projeto serão discutidos e atualizados seus resultados em conjunto com o grupo

social dos Pescadores Artesanais. Neste período estão previstas as seguintes ações:

• Reuniões, sendo uma por município, para apresentação do projeto PESCARTE

e seleção (por indicação dos presentes) dos participantes do Grupo Focal (GF), entre

sete e doze membros;

• Oficina de apresentação e discussão dos resultados por município, do DP do

PEA-BC por meio de GF (pescadores, filhos(as) e esposas);

• Oficina de apresentação e discussão dos resultados, regional, do DP por meio de

GF (pescadores, filhos(as) e esposas).

• Realização do mapeamento de rede entre pescadores e mulheres envolvidos

com a produção pesqueira e frutos do mar;

• Identificação da rede social entre pescadores e mulheres envolvidos com a

produção pesqueira e frutos do mar;

• Realização de pesquisa de base antropológica junto aos pescadores e mulheres

envolvidos com a produção pesqueira e de frutos do mar;

• Realização de grupos focais.

13. Metas

1. Realização de uma reunião, por município, para apresentação do projeto PESCARTE;

1.1. Realizar quatro grupos focais, (pescadores, esposas, filhos e misto) por município;

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realizar um grupo focal regional (pescadores, esposas, filhos e misto) para discussão e

atualização dos resultados do DP junto aos sujeitos da ação educativa; 2. Formar um

comitê gestor dos projetos de GTR por município; 3. Realizar 03 oficinas de

sensibilização para os objetivos da economia solidária, por município, dirigidas aos

sujeitos da ação educativa; 4. Realizar duas oficinas, por município, vinculadas ao

processo de licenciamento ambiental e a gestão pública; 4.1. Realizar duas oficinas de

alfabetização digital, nos níveis básico e avançado, por município, dirigida aos

pescadores artesanais e seus familiares; 5. Participar de encontros com os projetos

vinculados ao Licenciamento Ambiental da Bacia de Campos; 6. Participar de 04

seminários e, ou, congressos e colóquios internacionais e, ou, nacionais relacionadas a

temática das Política Públicas e da Educação Ambiental; 7.1. Promover um encontro

anual para discussão e difusão dos resultados alcançados na execução do projeto

PESCARTE; 7.2 Produzir e divulgar artigos científicos, monografias, dissertações e, ou,

teses dentro da temática do licenciamento ambiental; 7.3. Publicar dois livros, no

período do projeto, com a temática do licenciamento ambiental; 8. Desenvolvimento de

pesquisa, de base antropológica, que visa o levantamento de elementos facilitadores da

introdução de novos arranjos produtivos locais que reforcem as identidades produtivas

já existentes; 9. Estudo e caracterização do Grupo de Mulheres envolvidas com a pesca

e a extração de frutos do mar nos municípios envolvidos no PESCARTE; 10.

Realização de um mapeamento, de natureza censitária, junto aos sujeitos da ação

educativa.

14. Indicadores

Os indicadores estão relacionados as metas a serem alcançadas, são eles: 1.

Número de participantes nas reuniões; 2. Número de encontros realizados; 3. Número

de participantes nos cursos de formação; 4. Número de participantes das oficinas de

alfabetização digital; 5. Número de comitês gestores formados; 6. Número de comitês

gestores participantes do encontro regional; 7. Número de projetos de GTR elaborados;

8. Comprometimento dos participantes e coesão da participação do grupo; 9. Índice de

Satisfação.

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15. Resultados esperados

A partir das metas e indicadores estabelecidos espera-se: o fortalecimento da

base e da organização das lideranças comunitárias; a inclusão digital dos pescadores

artesanais e seus familiares; a formação do Comitê Gestor por município; O aumento da

integração entre as comunidades pesqueiras e; a elaboração de um projeto de GTR por

município.

16. Previsão da construção coletiva das próximas ações a serem

implementadas.

Após a execução do projeto será produzido um diagnóstico situacional

participativo que permitirá dimensionar a eficiência do projeto em relação à organização

comunitária do grupo social de Pescadores Artesanais. A partir dessa leitura, iremos

propor ações coletivas que permitam a reestruturação das ações do grupo, agora

fortalecido.

17. Quantitativo e perfil dos profissionais envolvidos

Cargo Profissional Formação Profissional Função

Coordenador Geral Dr. Marcelo Carlos Gantos

Professor Associado da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – (UENF), doutorado em História Social da América pela UFF

Coordenação Geral externa e interna (Petrobras-UENF), de atividades de pesquisa e produção técnica e execução do projeto

Coordenador Técnico do Projeto PESCARTE

Geraldo Marcio Timóteo

Professor Associado da UENF, editor Chefe da Revista Eletrônica Agenda Social, doutor em Sociologia pela UFMG; possui experiência em intervenção social e desenvolvimento de comunidades de baixa renda.

Coordenação da equipe de desenvolvimento do Projeto Pescarte.

Coordenadora Pedagógica

Sílvia Alicia Martinez

Professora Associada da UENF, doutora em Educação pela PUC- Rio de Janeiro

Coordenação Pedagógicas das ações educativas a serem implementadas.

Coordenador de Campo

Hildelano Delanusse Theodoro

Doutorando em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Engenharia/UFMG); Mestre em Extensão Rural (UFV); Bacharel em Ciências Sociais (UFMG); Graduando em Administração (UNIP); Pós-Graduando em Gestão de Projetos (Cândido Mendes).

Acompanhamento de atividades nos municípios; desenvolvimento de relações interinstitucionais com os poderes locais; coordenação das ações nos polos.

Coordenador de Campo

Leandro Fernandes Viana

Doutorando em Sociologia Urbana – Cidades e Culturas Urbanas Universidade de Coimbra; Experiência em intervenção social junto a comunidades de baixa renda.

Acompanhamento de atividades nos municípios, coordenação das ações nos polos.

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Coordenador de Campo

Jair Costa Junior Assistente Social; Possui Experiência em intervenção social junto a comunidades de baixa renda e projetos de GTR.

Acompanhamento de atividades nos municípios, coordenação das ações nos polos.

Além dos profissionais citados, a equipe executora será composta por 9 técnicos

de nível superior sênior; 7 técnicos de nível superior júnior; 9 técnicos de nível médio

sênior; 21 técnicos de nível médio júnior e uma secretária e professores pesquisadores

da UENF, que formarão o conselho científico ad hoc, consultores especialistas,

profissionais nas áreas correlatas ao projeto, três bolsistas sêniores, três bolsistas

juniores, 2 bolsistas de pós-doutorado, 7 bolsistas de mestrado e 14 bolsistas de

Iniciação Científica. Dentre os agentes de campo, estarão os polinizadores, de acordo

com o interesse e a disponibilidade dos mesmos.

18. Cronograma de ações e cronograma físico-financeiro

O quadro a seguir apresenta o Cronograma de ações previstos para 24 meses:

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º 21º 22º 23º 24º

CRONOGRAMA DE AÇÕES PESCARTE BIANUAL1° ANO - MESES 2º ANO - MESES

OBJETIVOS E AÇÕES

CAPACITAÇÃO E FORMAÇÃO DE EQUIPE Início das Atividades do Projeto Pescarte

"MAPEAMENTO" dos Pescadores Artesnais

ENCONTRO REGIONAL AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO

ENCONTRO MUNICIPAL formação de Rede Social regional de Pescadores

Artesanais

AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO Reunião de Avaliação

Petrobras, UENF, IBAMA

FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO CIDADÃ (organização comunitária)

Início do curso de letramento digital

SEMINÁRIO ENTRE PROJETOS PEA-BC

MOBILIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS SUJEITOS DA AÇÃO EDUCATIVA

(construção de mapas; oficinas; cursos de capacitação; reuniões por comunidades)

FORMAÇÂO DO GRUPO GESTOR

APRESENTAÇÃO DO PROJETO Reuniões de Atualização dos resultados do

Dianóstico Paricipativo dos Pescadores Artesanais

FORMAÇÃO EM LICENCIAMENTO AMBIENTAL

FORMAÇÃO EM ECONOMIA SOLIDÁRIA Pesca, Arte e Gestão

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O quadro a seguir apresenta o cronograma físico-financeiro previstos para 24 meses:

O sigilo das informações no quadro acima deve estar assegurado conforme previsto na Lei Nº 10.650/2003, Art. 2º § 2º, o mesmo encontra-se protocolocado apenas em meio físico.

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19. Responsável Técnico

Profissional Geraldo Márcio Timóteo

Área de Atuação Coordenação Técnica

Formação Doutor em Sociologia

Cadastro Técnico Federal 5682018

Assinatura

20. Responsáveis pela implementação do Projeto

Profissional Alex Murteira Celem

Função Gerente (UO-BC/SMS)

Assinatura

Profissional José Henriques da Silva Tavares

Função Gerente Setorial (UO-BC/SMS/MA)

Assinatura

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ANEXO

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