manual construção de barcos

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 Jorge Nasseh

Rio de Janeiro, 20114a edição

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© 2011 Jorge Nasseh

Todos os direitos desta edição reservados a Jorge Nasseh

Barracuda Advanced Composites - Rio de Janeiro - Brasilwww.barracudacomposites.com.br

Catalogação de livros na fonte

ISBN: 978-85-907112-3-0Nasseh, Jorge.Manual de Construção de Barcos/ Jorge Nasseh - Rio de

 Janeiro - 2011 - 660 páginas

1. Barcos - Construção - Manuais, guias, etc. L. Título

Texto e Coordenação Jorge Nasseh

CapaBárbara Cotta

Isis Karol

Foto da CapaProboat (Divulgação)

DiagramaçãoFellipe Branco

Isis Karol

IlustraçõesAlessandra Chaves

Alexandre FernandesAxel VettorazzoFellipe Branco

Isis Karol

Pesquisa Jorge Nasseh

RevisãoIsis Karol

Priscila Ramos

4a edição

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S SUMÁRIO

Prefácio 13

Introdução 15

1 Projetos e Planos 19Escolhendo um Projeto 19Forma do Casco 22Planos 23Restauração e Adaptações 27

2 Ferramentas 29

  Ferramentas Básicas para Layout 31Serra Circular 32Serra de Fita 33Plaina e Desengrosso 34Tupia 35Lixadeiras 35Lixadeiras de Fita 36Máquinas Manuais 36Esmeril e Torno de Bancada 39Compressor e Pistolas de Pintura 40Ferramentas Pneumáticas 41

Ferramentas Manuais de Marcenaria 42Ferramentas Manuais para Metais 44Ferramentas para Laminação em Fibra de Vidro 45Equipamentos de Segurança 49Layout do Estaleiro 49

3 Materiais 53Critérios para Construção 54Seleção dos Materiais 58Fator Custo 60

4 Fibras de Reforço 65  Fibras de Vidro Tipo E 65

Fibras de Vidro Tipo R e S 67Fibras Aramida Tipo Kevlar® e Twaron® 68Fibras de Carbono 70Tipos de Reforço 76Mantas 76Véu de Superfície 79Roving de Fibra de Vidro 80

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Sumário Manual de Construção de Barcos

Tecidos 81Tipos de Tramas 83Tecidos Unidirecionais 83Tecidos Bidirecionais 85Tecidos Biaxiais, Triaxiais e Quadriaxiais 86

Tecidos Híbridos 89Prepregs 89

5 Resinas 93Resinas de Laminação 99Resinas de Poliéster 100Processo de Cura 102Propriedades da Resina 106Resinas Epoxy 109Propriedades das Resinas Epoxy 111Resinas Estervinílicas 114

Resinas para uso em Madeira 115Resinas para Infusão 116Gelcoat 119

6 Materias Sandwich 127Tipos de Materiais Sandwich 132Núcleos de Madeira 134Núcleos de Espuma 137Espumas de Poliuretano e Poliéster 138Espumas de PVC 139Materiais de Núcleo Tipo Colméia - Honeycomb 150

7 Madeira como Material Estrutural 155Tipos de Madeira 157A Estrutura da Madeira 158O Uso do Composto Madeira/Epoxy 159Compensados e Lâminas de Madeira 162Moldes Temporários 166Painéis de Interior 166

8 Outros Materiais 169Aço 169

Ligas de Alumínio 170Ferro-cimento 174

9 Fixações 175  Tipos de Metal Utilizados em Fixadores 175

Ferro Galvanizado 176Latão 177Bronze-Silício 178Monel 178

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 Jorge Nasseh Sumário 

Cobre 179Aço Inoxidável 179Combinação de Metais 180

  Parafusos e Porcas 181Parafusos do Tipo Francês 181

Parafusos para Madeira 182Pregos 183Parafusos de Cabeça Sextavada 184Parafusos sem Cabeça (Mosca) 185Pregos de Cobre 185Rebites 185Fixando Equipamentos Metálicos 186

10 Adesivos 187Requisitos para adesivos de Madeira 188Resinas de Uréia-Formaldeído 191

Resinas de Fenol Formaldeído 192Resinas Ressorcinol Formaldeído 192Resinas Epoxy 193Usando Adesivos 197Cuidados com o Manuseio do Epoxy 200Outros Adesivos e Selantes 200

11 Tintas, Vernizes, Fillers e Osmose 203Preparação e Lixamento 204Massa de Acabamento 207Equipamentos para Pintura 207

Isolamento com Fita Crepe 208Tipos de Tintas para Pintura 209Sistemas a Base de Óleo e Alquídico 211Sistemas a Base de Poliuretano Monocomponente 211Poliuretanos Aromáticos 212Poliuretanos Alifáticos 212Tintas x Vernizes 213Escolhendo o Sistema de Pintura 216Barcos de Compensado Naval + GRP 216Pintura do Casco 217Pintura de Interiores 218

Aplicação 220Marcando a Linha d’Água 223Cargas (Fillers) e Massas de Acabamento 224Microesferas Fenólicas 227Microesferas de Vidro 228Microesferas Plásticas 228Sílica 228Preparação da Superfície 229

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Aplicação de Massa e Lixamentos 231Como Evitar, Prevenir e Reparar Cascos com Bolhas 232O Fator Resina 233Melhor Prevenir 234Cortando o Mal pela Raiz 234

Uma Prevenção Fácil e Eficaz 235Reparando um Casco já Contaminado 236

12 Considerações de Projeto 239Rigidez da Estrutura 241Deformações Admissíveis 246Considerações Especiais em Multicascos 248Peso 250Distribuição do Peso 253Otimizando os Materiais 256Teor de Fibras 256

Propriedades Direcionais das Fibras 264Relação Tensão x Deformação 266Cisalhamento Interlaminar 269Propriedades Dinâmicas e Fadiga 271Informações sobre Resistência e Rigidez de Laminados 272

13 Condições de Fabricação 275Temperatura 277Umidade 279Ventilação 280Iluminação 281

Espaço e Layout de Equipamentos 281Limpeza e Segurança 286

14 Desenhando as Linhas do Casco 289Linhas do Casco 291Abreviaturas 293Tabela de Cotas 294A Sala de Risco 295Ferramentas para o Carenamento 297Virotes 298Linhas da Borda e Convés 300

Perfil 301Seções Transversais ou Planos de Balizas 301Corte com CNC 303

15 Construção de Moldes 311Quando Fabricar um Molde 312Tipos de Moldes 315Molde Fêmea 319Fabricando Plugs 323

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Quando Fabricar Plugs e Moldes Temporários 327Moldes Bipartidos 333Problemas com os Moldes 334Moldes de Convés 335Agentes Desmoldantes 342

Resinas para Fabricação de Moldes 343Quantidade de Fibra 345Estrutura Auxiliar dos Moldes 347Moldes Tipo Macho 349Molde Simples e Temporários 354Mesas de Laminação 355

16 Construção em Materiais Compostos 357Método de Laminação em Moldes Tipo Fêmea Hand Lay-up 361Pré-corte de Fibras e Núcleo 364Pré-corte de Espuma de PVC 367

Termoformagem 368Aplicação de Gelcoat 370Véu de Superfície e Skin Coat 373Construção do Laminado Básico 376Laminação Manual 377Estruturas, Reforços, Longarinas, Cavernas e Anteparas 379Aplicação de Materiais Sandwich 382Sequência de Construção de Laminado Sandwich 386Cura do Laminado e Remoção do Casco do Molde 391Método Spray-up 394Laminação em Moldes Macho 397

Laminação em Moldes Macho - One Off 398Uso de Pressão - Vacuum Bagging 402Método RTM - Light 404Método Vacuum Bagging 409Material Descartável 412Bombas de Vácuo 416Laminando a Vácuo 417Colagem de Material Sandwich com o Sistema de Vácuo 420Laminação pelo Método de Infusão – VARTM 424Uso de Prepregs 436Construção de Strip Planking em Espuma de PVC 446

Pultrusão 459Filament Winding (Enrolamento Filamentar) 460Método Powerflex 460Fabricação das Placas no Processo Powerflex 464Matéria-Prima 465Processo de Laminação Manual 467Laminação a Vácuo 476Laminação a Partir de VARTM 471Junção de Placas Planas 472

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Sumário Manual de Construção de Barcos

17 Construção em Madeira 475  Molde 480

Strip-planking 483Preparação da Base e Chapeamento para Strip-planking 484Aplicação do Strip-planking 488

Fixando as Ripas 492Colagem das Arestas 493Laminação das Ripas 494Acabamento Final e Desmoldagem 497Método de Madeira Moldada Cold-molded 499Preparando o Método de Madeira Cold-molded 507Aplicando a Primeira Camada de Laminado no Molde 508Procedimento de Aplicação de Adesivo 511Removendo o Casco do Molde 514Método de Construção em Compensado Plywood 514Montagem da Estrutura Base 518Aplicando as Placas de Compensado sobre a Estrutura 521Aplicando os Painéis 524Acabamento Final 526

18 Sistema Hidráulico 529Tanques 530Válvulas e Registros 538Tomada de Casco 540Mangueiras e Braçadeiras 543Instalações de Tubulações de Banheiros 545Bombas 546

Selecionando a Bomba Correta 548Problemas com a Instalação 550Quanto Maior Melhor? 550Instalação de Gás 551

19 Sistemas de Propulsão 553Propulsão Interna - Motores de Centro 554Sistema Eixo - Hélice 554Sistema de Rabeta 556Sistema Duo-Prop 558Sistema de Rabetas Axiais 559

Sistema Hidrojato 559Sistemas para Altas Velocidades 560Alinhamento da Linha de Eixo 561Selos Mecânicos e Porta-Gaxetas 565Selos Rígidos 565Selos Flexíveis 566Selos Rotativos 566Sistema de Descarga 567

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 Jorge Nasseh Sumário 

Propulsão Externa - Motores de Popa 569Propulsores 570

20 Sistemas Elétricos 573Instalações 573

Cabos e Fios 574Isolamento da Fiação 575Fazendo Conexões 576Isolando Conexões 576Instalando Cabos 577Soldas 577Aterramento 578Baterias 581Alternadores e Reguladores 585Geradores 587Inversores 588

Check List Elétrico 591

21 Interiores 595Uso de Compensado em Interiores 597Unindo Painéis de Compensado no Interior 604Detalhes de Acabamento Interno 605Painéis com Núcleos Sintéticos 605Painéis Fabricados pelo Método de Infusão 607Painéis de Fibras Exóticas e Honeycomb 609Mobília Fabricada com Espumas de PVC 610Outros Materiais Alternativos 611

Gavetas 612Fixadores para Interiores 613Travas Marítimas 614Ventilação 614Gaiútas e Vigias 615Liner 616Paineiros 617Pisos de Teka 618Isolamento Térmico 618Interior de Barcos de Regata 619Ergonomia e Dimensões Usuais 621

Banheiros 622Assentos 624Camas e Beliches 625

22 Manutenção 627  Gelcoat 628

Limpeza 629Partes Metálicas 631Vidros e Acrílicos 632

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Pintura 632Tintas Antiincrustantes 633Removendo a Pintura 635Absorção de Água 635Sistema Hidráulico 636

Sistema Elétrico 636Motor 637Manual do Proprietário 637

23 Reparos 639Reparos com Acesso dos Dois Lados 640A Escolha da Resina 644Massas de Resina 645Reconstruindo Pequenas Áreas 646Reparos com Um Lado Sem Acesso 646Reparos Maiores 648

Reparos de Emergência 650Kit de Reparo 650Problemas Superficiais 652Delaminações 652Reparando Abaixo da Linha d’Água 653Problemas no Convés 655

Agradecimentos 657

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P PREFÁCIO

Em 1980 eu recebi um pedido para desenhar um Motor Yacht de 86 pés a serconstruído no sul do Brasil. Naquela época eu não sabia absolutamente nada sobre aindústria náutica no Brasil. Durante a construção deste Motor Yacht (que durou de1980 a 1983) eu tive a oportunidade de viajar várias vezes ao Brasil.

Eu z a minha primeira visita ao Brasil em 1980 para levantar os materiais e fornece-dores disponíveis. Foi um tremendo desapontamento - a indústria náutica brasileiranaquela época era comparável com a indústria náutica americana de 1910! Barcoshigh tech eram construídos com pesados cascos sólidos de bra de vidro onde eramcolocadas superestruturas de madeira. Não existiam materiais para construção debarcos, com exceção de resinas e reforços de bra de vidro básicos. A indústria brasi-leira de equipamentos náuticos estava em sua infância - pouquíssimos equipamentos

eram fabricados no Brasil e a importação tinha um custo proibitivo.

O nosso 86 pés seria um barco semi high tech com um casco construído em bra de vidro em sistema sandwich com espumas de PVC. No meu conhecimento, nada nestetamanho tinha sido construído até então no Brasil. O proprietário decidiu, na época,que seria um avanço tecnológico muito grande construir um barco 100% sandwich.

“Fabiola”, como era chamado o barco, foi um completo sucesso, e aquele trabalhoinicial levou a vários outros projetos no Brasil. Nós desenhamos uma linha completade lanchas para a Mares, com construção 100% sandwich, em tamanhos variandoentre 30 e 100 pés. Logo após zemos a linha completa dos barcos Riostar com

tamanhos entre 42 e 85 pés. Ainda projetamos a “Senna 43”e vários barcos sob

medida construídos no Brasil, todos em sandwich. Estes projetos ajudaram a conso-lidar a indústria naval brasileira na produção de barcos 100% sandwich.

Eu conheci o Jorge em 1987 quando ele começou a trabalhar para a Divinycell®.Naquela época, estávamos envolvidos com as lanchas da Riostar. Jorge era um

construtor de barcos bem diferente: ele era graduado em Engenhaira Naval e

possuia o título de Mestre em Ciências em Estruturas de Materiais Compostos.

 Jorge era uma grande ajuda para nós provando (e desaprovando) algumas teoriasque existiam sobre a construção em sandwich.

Com este novo trabalho, Jorge coloca toda a informação sobre a construção de barcos emmaterial composto em um único livro - o primeiro deste tipo no Brasil. Enquanto muitoslivros foram escritos sobre a teoria de materiais compostos, poucos contém a teoria e prática

da construção de barcos como este faz. Isto torna o livro único no mundo.

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Prefácio Manual de Construção de Barcos

14

Eu espero que este livro por si só empurre a indústria náutica brasileira a uma posição

próxima ou avante do “estado da arte” como existe ao redor do mundo nos dias de

hoje. Nos últimos anos, Jorge tem sido tanto um amigo quanto um consultor para nós.

Ele sempre tem respostas para perguntas difíceis como resultado de sua experiência

prática como construtor de barcos de regata e de sua qualicada formação acadêmica.

Eu espero pelo dia que este trabalho seja traduzido para o inglês.

 Tom Fexas

 Tom Fexas Yacht Design Inc.

Stuart, Florida, USA

 Janeiro de 2000

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I INTRODUÇÃO

Existem duas formas de se ter um barco. A primeira é entrar em uma loja ou estaleiroe comprar um novo. Simples assim. A outra é construir. Embora o desfecho dahistória seja parecido, o script do lme é completamente diferente. Quem decide

construir um barco não está somente interessado em possuir um barco. É claro queexiste a motivação inicial de velejar pelo mundo a fora, morar no barco, passear oupescar no m de semana, mas no fundo a emoção e o sonho de construir um barco

é ímpar, e o sofrimento justica o m.

Eu sempre gostei de barcos e navios. Meus pais, quando podiam, me levavam para ver navios de guerra e transatlânticos que paravam aqui no Rio de Janeiro, na PraçaMauá, e talvez tenha sido isto que tenha me motivado a estudar Engenharia Naval.Durante os primeiros anos da minha graduação eu perdi um pouco da vontade detrabalhar em um estaleiro, talvez devido ao fato de que eu tenha descoberto que namelhor das hipóteses, trabalhando em um estaleiro de construção de navios, eu iriaconstruir ou projetar uma pequena parte dele. Eu nunca construiria um navio inteiro,e isto me desmotivou bastante. De todos os alunos da minha turma da Universidadeeu fui o único que não aceitei estagiar em um estaleiro. Um pedaço do navio não erasuciente para mim. Ou eu construiria um navio inteiro ou então nada.

Nos primeiros anos do meu Mestrado eu recebi um pedido interessante de um amigopara projetar e construir um barco a vela de 30 pés. Para quem havia estudado 4 anos

para poder saber como construir um navio de aço, projetar um barco de 9 metros,deveria ser fácil, mas acabou sendo um dos maiores desaos da minha vida. E foi

assim que eu descobri quanto era difícil fazer isto sozinho.

Era uma época em que planos de linhas eram desenhados a mão livre sobre papel vegetal e tinta. Não havia computador. Máquinas de calcular tinham somente 4 opera-ções. Senos, cossenos, tangentes e logaritmos eram calculados em cima de tabelas.Quando apareceram os primeiros computadores, eles eram com leitoras de cartão

e nenhuma resposta era possível com menos de 2 dias. Tudo era muito mais difícil.

Durante os anos seguintes eu acabei trabalhando como construtor prossional econsegui, de alguma forma, realizar o meu sonho de projetar e construir um barco doinício ao m. Com o passar do tempo, e quase 20 anos depois, eu já havia construído

ou ajudado a construir alguns milhares de barcos e foi então que decidi escrever oprimeiro Manual de Construção de Barcos na língua portuguesa. No início era para

ser um pequeno manual de construção em berglass que acabou tendo 400 páginas

e uma série de fotos, ilustrações e tabelas.

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Introdução Manual de Construção de Barcos

16

 A idéia era passar a informação da minha experiência em construir barcos, do inícioao m, e deixar por escrito as diculdades que as pessoas poderiam ter quando se

metessem a fazer o que eu havia me proposto alguns anos antes. Muitas coisas deramcerto, mas também eu acabei cometendo vários erros durante esta jornada, e nadamais importante do que informar aos leitores as etapas mais importantes da aventura

de se construir barcos. O livro acabou sendo impresso em 3 edições consecutivas e vendido em vários outros países do mundo.

Passado vários anos, e a publicação de outros dois livros mais especícos sobre a

construção em material composto, eu então decidi relançar a 4ª edição do Manualde Construção de Barcos, revisada, que por força do avanço da tecnologia na fabri-cação de barcos, acabou com quase 700 páginas. O livro ainda conta com uma escrita

informal e pode ser lido como romance. Tentei sempre que possível evitar termosextremamente técnicos que somente podem ser entendidos por engenheiros.

Eu entendo que construtores prossionais têm interesse em detalhes muito especí-cos, que hoje em dia são importantes devido a evolução tecnológica dos materiais,

e que talvez seja necessário abordar detalhes de engenharia, e talvez mesmo físicae matemática, para poder explicar. Entretanto, acho que os construtores iniciantesdevem ser apresentados as questões práticas da construção de um barco de umaforma simples e o mais rápido possível.

O conhecimento de todas as etapas da construção de um barco requer um conheci-mento amplo de vários tipos de ciências como física, química e mesmo engenharia,e habilidades praticas em laminação, carpintaria, mecânica e eletricidade básica. Os

princípios da construção de um barco não são difíceis de compreender, como vai sernotado durante a leitura deste manual, mas as soluções para a construção real de umbarco não são necessariamente fáceis.

O construtor vai entender que quanto mais habilidades e conhecimento dos

elementos básicos de engenharia ele tiver maiores serão as possibilidades deconstruir um barco perto de um padrão prossional. Trabalhar como construtor

ou projetista de barcos requer um conhecimento de muitas ciências. A construçãode um barco é um desao e tanto.

Da versão original, publicada há 10 anos, eu fui obrigado a adicionar informaçõesmais detalhadas sobre a evolução dos materiais de construção e como eles inter-ferem na performance de uma embarcação. Os dados são mais atuais e a quantidade

de informação tem a nalidade de reduzir as dúvidas na hora de selecionar os

materiais para uma construção eciente. O capítulo sobre construção de moldes

cou maior. Bem maior, e incorpora diversas fotos da construção de modelos e

moldes para a construção seriada de embarcações em material composto. Quem

decidir construir mais de um barco e precisar de moldes vai poder conhecer amaior parte das opções disponíveis hoje.

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 Jorge Nasseh Introdução 

17

Os capítulos sobre projeto construtivo, condições de fabricação e geração de linhas

ganharam novidades devido a evolução tecnológica e computacional que permiteque as construções de hoje sejam mais leves e mais resistentes. Muitas soluçõescomputacionais substituíram o esforço de se fazer tudo sozinho. Comparado com

10 anos atrás um barco hoje, fabricado por um iniciante, necessita de pelo menos

30% a menos de horas de construção. Também eu sempre aproveito o texto parapassar alguma informação sobre o custo das decisões em uma construção, poisacredito que a parte nanceira de qualquer aventura seja importante para que o

sonho tenha um nal feliz.

Os capítulos sobre construção em material composto, além dos processos tradi-cionais, ganhou mais conteúdo com a incorporação de detalhes de fabricação pelométodo de construção a vácuo, infusão e com tecidos pré impregnados. Quem não

se contentar com a quantidade de informações, ou for um construtor prossional,

tem a oportunidade de colher mais detalhes nos meus outros dois livros.

 Adicionei também os métodos de strip planking e powerex que foram desenvolvidos

recentemente pelos engenheiros da empresa em que eu trabalho, mas já contam comuma legião de barcos construídos. Eu acredito que nos próximos anos estes processos vão dominar o cenário da construção de barcos entre prossionais e amadores.

Embora todo mundo saiba que eu sou um fã incondicional dos materiais sintéticos,eu não poderia de deixar de adicionar mais informações no capítulo da construçãoem madeira. Até por que, ainda hoje, grande parte dos barcos, e mesmo dosmodelos e moldes, ainda necessitam do uso deste material. Para terminar, e porforça de oferecer uma visão global da construção, os capítulos sobre instalações,motorização, interiores, propulsão, manutenção e reparo foram atualizados com oque existe de mais moderno hoje.

Para mim, escrever este novo livro foi novamente uma grande experiência e aprendi-zado, assim como um trabalho enorme. Não imaginei que iria consumir tanto tempo.Espero que com este novo livro os construtores possam fabricar barcos cada vezmelhores, mais leves e mais rápidos.

 Jorge NassehBarracuda Advanced Composites 

Rio de Janeiro, Brasil Setembro de 2011

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1 PROJETOS E PLANOS

Meu primeiro barco foi um desastre! Bem, eu tenho de admitir que cometi o erromais comum de qualquer construtor principiante: tentar fazer ou adaptar por contaprópria um projeto existente. Eu sinceramente não conheço nenhum lugar do mundoonde isso já tenha dado certo, e note que eu tenho andado por todos os lados desteplaneta vendo gente construir barcos de todo tipo e tamanho. Embora a qualidadeda minha construção tivesse sido muito boa em termos dos materiais que foram utili-zados, métodos de fabricação e acabamento, a adaptação do projeto deixou a desejar.Infelizmente, eu só fui reconhecer isso quando acabei de construir o barco e comeceia compará-lo com outros projetos melhores.

Um dos maiores problemas ao se adaptar um projeto, ou tentar fazer um do nada,

sem os conhecimentos básicos, é que você superestima seu talento para construiralgo que só você irá utilizar. As principais relações de comprimento, boca, alturas,larguras de porta, camas, cabine etc são, invariavelmente, feitas fora das dimensõescomerciais usuais encontradas na maioria dos barcos projetados e construídos porprossionais experientes.

Escolhendoum Projeto

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Capítulo 1 Manual de Construção de Barcos

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Na maior parte das vezes, as variações de escala são pequenas, mas o suciente para

causar danos estéticos. Mesmo que você faça um bom trabalho na sua primeira tenta-tiva de adaptar um projeto, são pequenas diferenças que só um construtor experienteadquire com o tempo, que fazem um barco ter linhas e geometria agradáveis. E noteque ainda não está se levando em conta a parte hidrodinâmica do casco.

Pequenas inexões na curvatura da borda, roda de proa, espelho de popa, cabine,

altura dos vaus e outros detalhes fazem uma diferença incrível, mas que um cego depaixão, construindo e projetando seu primeiro barco não é capaz de notar. É comoiniciar o projeto como se fosse uma pequena nuvem em um céu azul, e acabar deconstruí-lo como se todo o céu tivesse sido tomado por uma forte tempestade, onde você não enxerga um palmo à sua frente.

Inicialmente, você tem de considerar que nenhum barco é capaz de fazer tudo. Assim, um projeto deve estabelecer cuidadosamente as suas intenções. Mesmo que

 você tente fazer por si mesmo, ou comprar um projeto existente, as consideraçõesem um projeto devem incluir dimensões, acomodações, utilização, local de operação,custo, manutenção, número de tripulantes, desempenho, propulsão a vela ou a motor,espaços internos, ergonomia, entre outras pequenas coisas. Todos os barcos têmcompromissos com a sua utilização. Escolha o projeto que balanceie as qualidades deque você mais necessita. Você não pode ter um barco para andar em alta velocidade,transportar passageiros, esquiar e no m de semana colocar mastro e velejar, embora

haja quem ainda tente fazer isso.

Figura 1.1

Plano Vélico W30 

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 Jorge Nasseh Projetos e Planos

21

Figura 1.2

Lyons 50 

 Você precisa saber o que vai querer e quanto isso vai custar até o m da obra, ou

saber qual o objetivo do seu esforço e trabalho. O casco de um barco a vela de 40 pésconstruído o mais economicamente possível, com materiais de qualidade, pode custarem torno de US$ 60 mil em materiais e requerer acima de 5.000 horas de trabalho.Isso levando em conta que você é um expert. Um iate a motor do mesmo compri-

mento normalmente custará muito mais. Para você que é um construtor amador e irátrabalhar sozinho em ns de semana, noites e feriados, esse projeto pode levar anos.

Para construir um barco de qualquer tamanho é necessário uma grande quantidadede homens/hora e no caso de uma construção feita por um amador, você certamenteprecisará da ajuda de uma ou outra pessoa por muito tempo. É um erro não computaras horas gastas de seu tempo para pensar, projetar e construir um barco.

Uma alternativa intermediária, para quem não quiser construir um barco do nada,

é comprar um kit de um casco já pronto, fazer apenas o seu interior e instalar ossistemas de bordo. Tenha em mente que o casco representa somente algo em tornode 15% do valor do barco terminado. Isto mesmo, somente 15%. Caso você estejainteressado em construir um grande barco, para uso pessoal ou para utilizaçãocomercial, sugiro que primeiro pesquise o assunto, lendo, conversando com constru-tores experientes, estudando vários projetos de barcos, ou simplesmente navegando.Para alguns, o romance e a paixão de construir um barco vale o trabalho eterno e

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incansável, para outros não. Depois de construir alguns barcos para meu própriouso, eu me coloco na segunda categoria. Iniciantes serão sem dúvida beneciados se

escolherem um projeto simples e prático dentro de suas capacidades.

Embora muito se fale sobre a ingenuidade de construtores amadores, a inexperi-ência em assuntos de construção também atinge proprietários de embarcações quetentam fazer modicações em seus barcos. Potenciais compradores, à procura do

barco de seus sonhos, e construtores que abrem mão dos princípios básicos dearquitetura naval para satisfazer seus clientes, ou então para não perdê-los, tambémsão candidatos a realizar todo tipo de modicações sem consultar um prossional

ou vericar a viabilidade da nova forma. De qualquer forma, o devaneio de proje-tista ataca as melhores famílias.

Figura 1.3

LC 37 

 A forma do casco é denida de acordo com a sua aplicação. Existem basicamentetrês tipos de casco: de deslocamento, de semi-deslocamento e de planeio. Linhas maisarredondadas são desejadas em cascos de deslocamento, como é o caso dos trawlerse traineiras de pesca, que possuem sua velocidade limitada pelo seu comprimento edeslocamento. No caso de barcos a vela, as linhas são esbeltas na proa, enquanto na

Forma do Casco

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Figura 1.4

Plano de Linhas

Trawler 72 

Planos Uma vez decidida a construção de um determinado barco, você poderá seguir várioscaminhos. A construção de qualquer embarcação é feita a partir de planos fornecidospor meio de várias fontes disponíveis hoje em dia. Normalmente, os projetos sãouma série de desenhos de linhas e detalhes de construção. Muitas vezes, especi-cações de construção e de materiais acompanham esse jogo de plantas. Entretanto,não espere que todo projetista forneça um jogo completo de planos. Cada um temseu jeito próprio de trabalhar e passar as informações. Alguns podem até enviar umconjunto completo e detalhado de tudo que se possa pensar para construir um barco,mas isso não é o normal. A maior parte das vezes é fornecida uma pequena série

popa são arredondadas e cheias para gerarem uma formação de ondas ideal para asua performance, tanto no contravento quanto no vento de popa. Algumas embar-cações operam em condições intermediárias, entre o planeio e o deslocamento, epossuem cascos de semi-deslocamento. Estes cascos têm formas também intermedi-árias, com proas arredondadas e popas mais planas com menos volume.

No caso de cascos planadores, as linhas são projetadas com fundo plano, parapoderem planar com mais facilidade, e a forma em “V” do fundo é denida de

acordo com o tipo de mar onde a embarcação irá operar. Caso você queira passearcom a família em águas abrigadas, então um casco com fundo plano e pouco “V”será a melhor opção de desempenho. Por outro lado, se o objetivo é pescar em águasagitadas com muita formação de ondas, então é melhor escolher um casco com umaboa dose de “V” para fornecer uma navegação confortável e segura.

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de planos, o suciente para que o construtor detalhe o restante das outras partes do

casco. De qualquer forma, sugiro que você sempre informe ao projetista o seu graude qualicação para a construção.

Outros projetistas, acostumados a trabalhar com construtores prossionais, geral-mente não fornecem planos completos que seriam necessários para um construtor depouca experiência. Eles admitem que um prossional qualicado tenha sua própria

maneira de decidir sobre certos detalhes de construção, os quais muitas vezes nãosão informados nos desenhos.

Figura 1.5

Plano de 

Construção 

Catamaran 54´ 

 A embarcação dos seus sonhos pode ser simplesmente um pequeno barco pararemar ou velejar, um veleiro de cruzeiro ou de regata, uma lancha para esquiar, umalancha para pescar, ou então você pode desejar algo maior e só car satisfeito com

um grande iate. Qualquer que seja o tipo ou tamanho, deve-se gastar algum temposelecionando planos. Lembre-se de que você leva apenas um segundo para decidirconstruir um barco, mas leva alguns anos para completá-lo.

Os planos do casco vão sempre mostrar uma combinação de pers, arranjos e seções.Estes detalham o desenvolvimento das linhas do casco, linhas do convés, planosde construção, arranjo interno e arranjo estrutural, além dos esquemas de instala-ções elétrica e hidráulica. Alguns projetistas ainda fornecem planos de laminação,detalhes estruturais e listas de materiais. Uma especicação escrita separadamente

para as várias partes do plano de construção pode ser editada para evitar confusãonos desenhos. Um memorial descritivo com especicações também deve ser incluído

nos planos contendo indicações de equipamentos e métodos de construção.

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Figura 1.6

Perfil / Convés de 

Lancha de Serviço 

Escolhido o plano do barco a ser construído, começa então, a parte do desenhoda superfície do casco, conhecido como carenamento. Este trabalho, discutido emum capítulo a seguir, consiste em desenhar as linhas do casco em escala natural apartir da escala fornecida pelo projetista. Muito desse trabalho é eliminado quando seconstrói um casco de superfícies simples, no entanto esse tipo de casco está limitado

a formas que podem ser desenvolvidas com painéis planos. Atualmente, muitosprojetistas fornecem os desenhos em arquivos eletrônicos para serem impressos emescala real, o que facilita o trabalho construção, enquanto outros fornecem direta-mente o arquivo para o corte em CNC das seções do barco.

O projeto deve ser sucientemente detalhado para a perfeita compreensão das

formas a serem desenvolvidas em escala natural. Deve ser enfatizado que um projetobem feito, detalhado e com as informações necessárias, vale o seu preço, uma vez queo seu custo é apenas uma fração do valor total do barco. O custo de planos deve ser

considerado como um seguro para o sucesso do barco nalizado.

Eu gostaria de alertar o leitor contra mudanças nas linhas originais do casco, alturas desuperestruturas ou localização de pesos a bordo. Tais procedimentos podem resultarem desempenho insatisfatório ou até mesmo na redução de performance durante anavegação. Consulte o projetista antes de fazer mudanças maiores e dê preferênciaa utilizar planos que irão fornecer o que você quer. Existem muitas empresas queanunciam na imprensa náutica que fornecem planos de barcos desde simples dingues

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até barcos oceânicos, tanto à vela quanto a motor. Esses planos são normalmentebem detalhados, incluindo desde listas de material até mesmo gabaritos em escalanatural para a construção do casco. Assim, não economize tempo na escolha dosplanos para construir o barco que você deseja.

Muitos construtores em potencial terão uma boa idéia do tipo de barco que estãoprocurando se as perguntas seguintes forem respondidas. Qual o tipo e tamanho dobarco que você deseja construir? De quina dupla ou simples? De fundo arredondadoou plano? Com ou sem skeg? Quilha curta ou longa? Mastreação sloop ou ketch?E quantos beliches você quer? O que você precisa no interior? Por onde você iránavegar e durante quanto tempo? Em águas abrigadas ou abertas? Quanto dinheiroestá disponível inicialmente e ao longo de um período de aproximadamente cincoanos? Por m, seja honesto em todas as respostas.

Figura 1.7

Arranjo Geral 

de Lancha de 

Lazer 23´ 

 Tentar discutir com um construtor em potencial ou com uma pessoa procurando umbarco para comprar é uma tarefa de paciência. Levaria dias contando casos de pessoasque gostariam de um barco de 23 pés com motor diesel de 300 HP - redução tipo V-Drive - acomodação para pernoite de duas pessoas - cozinha completa - banheirocom vaso - chuveiro - lavatório - armário para pertences - pé-direito de 2 m - cabine

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Figura 1.8

Plano de Convés

com banco para piloto e co-piloto - mesa xa com quatro cadeiras - espessura do

casco compatível para se docar sobre qualquer rochedo - 500 l de óleo diesel - 300 lde água - balsa - motor de popa - 30 nós de velocidade de cruzeiro! Você deve ter ahumildade de saber que cada pessoa possui suas próprias idéias, não só na aparênciaexterna, mas também no arranjo de acomodações no interior. Tentar modicar isso

é muito difícil.

Obviamente, os planos de um iniciante ou projetista experiente reetem o que cada

um vê como ideal, mas no nal o construtor pode de forma razoável incorporar as

suas próprias idéias ao casco, mantendo motor, tanques de água e óleo próximos desuas posições iniciais. É nessa fase que praticamente todos querem muita coisa dentrodo volume do casco. Existe um conceito comum de que todos os barcos devem possuirbanheiros com chuveiro, além de mesa de navegação, cozinha totalmente equipada earmários volumosos. Caso você esteja contemplando algo em torno de 20 pés, essasidéias precisam ser modicadas, pois tudo isso só é possível em um barco de 32 pés.

Entretanto, com certa dose de bom senso é uma surpresa ver o que pode ser alcançado.Em um barco pequeno é aconselhável manter um arranjo simples e prático.

Restauração e Adaptações

 A restauração de barcos antigos de madeira ou mesmo de bra de vidro ganhou uma

popularidade considerável durante os últimos anos. Isso pode ser fácil de entenderuma vez que alguns projetos antigos possuem mais apelo estético que os planos

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Capítulo 1 Manual de Construção de Barcos

semelhantes de hoje em dia, ou porque o custo de construir a partir do zero nãoseja possível para muitos. Existe uma grande diferença entre barcos velhos e barcosantigos. Restauração de barcos antigos não deve ser feita por amadores, mas porprossionais qualicados e que devotam seu tempo e prossão à recuperação de

modelos clássicos, tanto à vela quanto a motor. Um amador planejando restaurar um

barco que lhe chamou a atenção deve estar atento se a deterioração está além das suashabilidades para reparar, ou então, se irá requerer muito tempo e dinheiro.

Mesmo que dinheiro não seja importante, um espaço maior de tempo pode destruiro seu entusiasmo antes de completar o trabalho. Barcos velhos, entretanto, devem sertratados como um projeto de reforma e boa parte dessa informação será encontradana seção de reparo e manutenção.