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Permanecer na Justiça é Permanecer em Jesus Por Silvio Dutra Set/2019

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Permanecer na Justiça é Permanecer em Jesus

Por

Silvio Dutra

Set/2019

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A474 Alves, Silvio Dutra Permanecer na justiça é permanecer em Jesus Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019. 45p.; 14,8 x21cm 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé I. Título. CDD 252

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As Escrituras ensinam claramente que a

única justiça que agrada completamente a Deus

é aquela decorrente da nossa união com Jesus.

Temos declarado diretamente pelo Senhor

Jesus que é por permanecermos nele que Ele

permanece em nós, e que é somente por esta

condição que podemos ser atendidos por Deus

em tudo o que lhe pedirmos, e que seja segundo

a Sua santa vontade.

“3 Vós já estais limpos pela palavra que vos

tenho falado;

4 permanecei em mim, e eu permanecerei em

vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si

mesmo, se não permanecer na videira, assim,

nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em

mim.

5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem

permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito

fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

6 Se alguém não permanecer em mim, será

lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e

o apanham, lançam no fogo e o queimam.

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7 Se permanecerdes em mim, e as minhas

palavras permanecerem em vós, pedireis o que

quiserdes, e vos será feito.

8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito

fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.

9 Como o Pai me amou, também eu vos amei;

permanecei no meu amor.

10 Se guardardes os meus mandamentos,

permanecereis no meu amor; assim como

também eu tenho guardado os mandamentos

de meu Pai e no seu amor permaneço.” (João

15.3-10).

Quando a alma se encontra em um bom estado

em razão da operação de Deus nela, pela

presença de Jesus, pelo Espírito Santo, que a

torna habilitada para a comunhão com Deus,

então há toda uma inclinação voluntária e

amorosa para a obediência a toda a vontade de

Deus expressada em Seus mandamentos.

Não existe outro modo para se atingir este

objetivo senão este único que é ensinado

claramente nas Escrituras.

Quando o crente vive deste modo, andando no

Espírito e cumprindo os mandamentos de Deus,

há a manifestação das três pessoas da Trindade

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em Sua vida, pois a consequência de tal modo

obediente de viver pela justiça de Jesus sempre

há de operar este resultado.

“20 Naquele dia, vós conhecereis que eu estou

em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós.

21 Aquele que tem os meus mandamentos e os

guarda, esse é o que me ama; e aquele que me

ama será amado por meu Pai, e eu também o

amarei e me manifestarei a ele.

22 Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde

procede, Senhor, que estás para manifestar-te a

nós e não ao mundo?

23 Respondeu Jesus: Se alguém me ama,

guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e

viremos para ele e faremos nele morada.

24 Quem não me ama não guarda as minhas

palavras; e a palavra que estais ouvindo não é

minha, mas do Pai, que me enviou.” (João 14.20-

24).

Observe que Jesus abre as palavras deste

discurso dizendo que o crente saberá que “eu

estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós.”

Há aqui uma unidade designada para o que crê

com a unidade que há entre Deus Pai e Deus

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Filho. E isto se tornou possível porque o crente

foi justificado pela graça, mediante a fé.

“1 Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os

olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora;

glorifica a teu Filho, para que o Filho te

glorifique a ti,

2 assim como lhe conferiste autoridade sobre

toda a carne, a fim de que ele conceda a vida

eterna a todos os que lhe deste.

3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o

único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem

enviaste.

4 Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra

que me confiaste para fazer;

5 e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo,

com a glória que eu tive junto de ti, antes que

houvesse mundo.

6 Manifestei o teu nome aos homens que me

deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e

eles têm guardado a tua palavra.

7 Agora, eles reconhecem que todas as coisas

que me tens dado provêm de ti;

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8 porque eu lhes tenho transmitido as palavras

que me deste, e eles as receberam, e

verdadeiramente conheceram que saí de ti, e

creram que tu me enviaste.

9 É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo,

mas por aqueles que me deste, porque são teus;

10 ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas

coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado.

11 Já não estou no mundo, mas eles continuam

no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti.

Pai santo, guarda-os em teu nome, que me

deste, para que eles sejam um, assim como nós.

12 Quando eu estava com eles, guardava-os no

teu nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum

deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para

que se cumprisse a Escritura.

13 Mas, agora, vou para junto de ti e isto falo no

mundo para que eles tenham o meu gozo

completo em si mesmos.

14 Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo

os odiou, porque eles não são do mundo, como

também eu não sou.

15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os

guardes do mal.

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16 Eles não são do mundo, como também eu não

sou.

17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a

verdade.

18 Assim como tu me enviaste ao mundo,

também eu os enviei ao mundo.

19 E a favor deles eu me santifico a mim mesmo,

para que eles também sejam santificados na

verdade.

20 Não rogo somente por estes, mas também

por aqueles que vierem a crer em mim, por

intermédio da sua palavra;

21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó

Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em

nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.

22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me

tens dado, para que sejam um, como nós o

somos;

23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam

aperfeiçoados na unidade, para que o mundo

conheça que tu me enviaste e os amaste, como

também amaste a mim.

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24 Pai, a minha vontade é que onde eu estou,

estejam também comigo os que me deste, para

que vejam a minha glória que me conferiste,

porque me amaste antes da fundação do mundo.

25 Pai justo, o mundo não te conheceu; eu,

porém, te conheci, e também estes

compreenderam que tu me enviaste.

26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o

farei conhecer, a fim de que o amor com que me

amaste esteja neles, e eu neles esteja.” (João 17.1-

26).

Observe que o tema central na oração

sacerdotal de Jesus pelos crentes é no sentido de

que eles devem participar da unidade em amor

que há na Trindade, por meio da santificação de

suas vidas.

Somente isto ode atender à demanda completa

da justiça divina porque o homem foi criado

para ser à imagem e semelhança de Deus.

Nada que for menor do que isto poderá ser

aceito por Deus para que Ele esteja

perfeitamente satisfeito com aqueles que criou

para tal propósito.

É muito comum de se ver mesmo entre os

crentes a noção incorreta de que eles sempre

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agradam a Deus independentemente da

condição em que vivam, pelo argumento de que

foram salvos pela graça.

Este pensamento é alimentado pela ideia de que

Jesus veio até eles pelo Espírito Santo e os

perdoou de seus pecados para sempre, e que

agora tudo quanto devem fazer é apenas afirmar

que creem que ele é o salvador deles.

Este modo de pensar está baseado na

imaginação de que a salvação consistiu em uma

vinda de Jesus até eles em determinado dia,

tendo realizado a salvação deles, e que e agora

em diante tudo o que precisam é ir de vez em

quando a Ele sempre que tiverem alguma

necessidade especial para ser atendida,

sobretudo nos momentos de aflição.

Mas permanência, constância, perseverança

em estar unido em espírito a Jesus é tudo o que

se exige dos crentes para o agrado de Deus, e a

conclusão da sua obra de santificação em suas

vidas.

A comunhão com Deus e a Sua vontade não

podem ser realizadas sem esta permanência,

pois de outro modo, não é cumprida toda a

justiça.

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É certo que nossa justiça não vem de nós

mesmos, pois é o próprio Jesus Cristo a nossa

justiça. Mas isto, em vez de nos conduzir à

independência, ao contrário, nos conduz à

completa dependência dEle. Não é sem motivo

que nos é ordenado a orar sem cessar e a

meditar na Palavra dia e noite, vigiando em todo

o tempo, porque a carne é fraca.

A prática do hábito da santificação deve ser

aperfeiçoado a ponto de podermos dizer

juntamente com o apóstolo Paulo:

“19 Porque eu, mediante a própria lei, morri

para a lei, a fim de viver para Deus. Estou

crucificado com Cristo;

20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive

em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne,

vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si

mesmo se entregou por mim.” (Gálatas 2.19,20).

Está designado por Deus que o justo viverá pela

sua fé, mas esta fé não é algo nocional, mas um

poder que nos é dado por Ele como um dom,

para ser aumentado e aperfeiçoado nas

tribulações, de modo que o nosso ego seja

crucificado para que Jesus tome o inteiro

comando de nossa mente e coração.

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A vida de fé é uma vida de obediência e

comunhão com Deus, assim como a teve o nosso

pai na fé, Abraão.

O Reino de Deus tem a sua justiça que é a única

justiça que há de prevalecer na Terra depois da

volta de Jesus.

“buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a

sua justiça, e todas estas coisas vos serão

acrescentadas.” (Mateus 6.33).

“17 Porque o reino de Deus não é comida nem

bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito

Santo.

18 Aquele que deste modo serve a Cristo é

agradável a Deus e aprovado pelos homens.”

(Romanos 14.17,18).

Ainda que sejamos justificados pela graça,

mediante a fé, instantaneamente no dia mesmo

da nossa primeira conversão a Jesus, sendo o ato

da justificação um ato declarativo, imputativo

da justiça de Cristo sendo atribuída a nós, para

sermos aceitos como filhos de Deus, importa,

entretanto caminhar de modo justo pelo

exercício da mesma graça e fé que nos

justificou, para a nossa santificação.

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Esta é a razão de muitos crentes serem

sujeitados a duras repreensões e disciplina da

parte de Deus, por não procederem segundo a

justiça divina que os salvou.

“1 De onde procedem guerras e contendas que

há entre vós? De onde, senão dos prazeres que

militam na vossa carne?

2 Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e

nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer

guerras. Nada tendes, porque não pedis;

3 pedis e não recebeis, porque pedis mal, para

esbanjardes em vossos prazeres.

4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do

mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que

quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo

de Deus.

5 Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É

com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele

fez habitar em nós?

6 Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus

resiste aos soberbos, mas dá graça aos

humildes.

7 Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao

diabo, e ele fugirá de vós.

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8 Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós

outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que

sois de ânimo dobre, limpai o coração.

9 Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o

vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em

tristeza.

10 Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele

vos exaltará.” (Tiago 4.1-10).

Todo este empenho para viver em um

procedimento santo não é para ser justificado,

porque isto já aconteceu na vida do crente no

passado quando ele se converteu, mas é para

que se atenda ao propósito da justificação que é

este de que o crente viva de modo justo e santo a

partir de então, crescendo em graus cada vez

maiores desta justiça e santificação, que é o

resultado da aplicação da Palavra em sua vida

pelo Espírito Santo.

“5 Porque, se fomos unidos com ele na

semelhança da sua morte, certamente, o

seremos também na semelhança da sua

ressurreição,

6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o

nosso velho homem, para que o corpo do pecado

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seja destruído, e não sirvamos o pecado como

escravos;

7 porquanto quem morreu está justificado do

pecado.

8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que

também com ele viveremos,

9 sabedores de que, havendo Cristo

ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a

morte já não tem domínio sobre ele.

10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para

sempre morreu para o pecado; mas, quanto a

viver, vive para Deus.

11 Assim também vós considerai-vos mortos

para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo

Jesus.

12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo

mortal, de maneira que obedeçais às suas

paixões;

13 nem ofereçais cada um os membros do seu

corpo ao pecado, como instrumentos de

iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como

ressurretos dentre os mortos, e os vossos

membros, a Deus, como instrumentos de

justiça.

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14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós;

pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.

15 E daí? Havemos de pecar porque não estamos

debaixo da lei, e sim da graça? De modo

nenhum!

16 Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis

como servos para obediência, desse mesmo a

quem obedeceis sois servos, seja do pecado para

a morte ou da obediência para a justiça?

17 Mas graças a Deus porque, outrora, escravos

do pecado, contudo, viestes a obedecer de

coração à forma de doutrina a que fostes

entregues;

18 e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos

servos da justiça.

19 Falo como homem, por causa da fraqueza da

vossa carne. Assim como oferecestes os vossos

membros para a escravidão da impureza e da

maldade para a maldade, assim oferecei, agora,

os vossos membros para servirem à justiça para

a santificação.

20 Porque, quando éreis escravos do pecado,

estáveis isentos em relação à justiça.

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21 Naquele tempo, que resultados colhestes?

Somente as coisas de que, agora, vos

envergonhais; porque o fim delas é morte.

22 Agora, porém, libertados do pecado,

transformados em servos de Deus, tendes o

vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida

eterna;

23 porque o salário do pecado é a morte, mas o

dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo

Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6.5-23).

Destacamos a seguir algumas citações de

Thomas Boston sobre este assunto:

A lei exigia a santidade da natureza como

condição da vida, na medida em que

condenando o pecado original, diz: "Não

cobiçarás", concluindo que todos os homens por

natureza são filhos da ira. Por Deus ser

essencialmente santo, por necessidade da

natureza, nada pode ser tão contrário a Deus

como uma natureza profana; porque, embora

pessoas ou coisas de natureza semelhante

possam ser contrárias em alguns pontos, ainda

assim eles nunca podem ser tão contrários um

ao outro, como aqueles de naturezas

opostas. Mas as partes contratadas na aliança da

graça, tendo sua natureza totalmente

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corrompida e sendo incapaz de purificá-la ou de

limpar seu coração, Prov. 20: 9; é evidente, que

eles não poderiam de maneira alguma

responder a essa exigência da lei por si mesmos.

Portanto, para a satisfação da lei neste ponto, foi

estabelecida como um artigo condicional da

aliança da graça, que Cristo, o segundo Adão,

representando-os, deveria ser um homem

perfeitamente santo, puro e de natureza

imaculada, respondendo por eles pela santidade

e perfeição de natureza exigida pela lei.

O artigo contém duas cláusulas.

I. "Que ele, como o segundo Adão, deve ser

concebido e nascido santo, por e em vez deles

corruptos em sua natureza, concebidos e

nascidos em pecado ".

Havia uma natureza santa dada a Adão como a

raiz da humanidade, para ser mantida e

transmitida à sua posteridade, no caminho da

geração natural. E com base nisso, a lei exige

que todos os homens nasçam santos,

declarando-os impuros e filhos da ira, pelo

contrário, Jó 14: 4; Efésios 2: 3. Mas como essa

demanda poderia ser atendida por

pecadores? Eles nascem em pecado: eles não

podem entrar novamente nos ventres, e nascer

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uma segunda vez, sem pecado. Não, eles não

podem: e ainda a lei não retira essa demanda por

vida. Portanto, é previsto que Cristo, como

pessoa pública, representando sua semente

espiritual, deve nascer perfeitamente

santo; que, enquanto eles trouxeram uma

natureza corrupta pecaminosa para o mundo

com eles, ele deve trazer uma natureza humana

sagrada para o mundo com ele. E então ele foi o

último Adão, 1 Cor. 15:45, santo e imaculado,

Heb. 7:26, "aquele ente santo nasceu", Lucas

1:35. E o efeito disso com respeito a essa

exigência de lei para a vida é que todos os

crentes têm um acerto de contas na lei, sendo

nascidos santos no segundo Adão, assim como

eles foram criados santos no primeiro Adão. Por

isso se diz expressamente que ele foi crucificado

nele, Colossenses 2:11, o que pressupõe

claramente que nasceram nele. E é em virtude

de terem nascido legalmente santos em Cristo,

quando ele nasceu, que, estando unidos a ele no

tempo dos amores, eles realmente nascem de

novo, e são aperfeiçoados; mesmo em virtude de

serem legalmente contaminados em Adão,

quando ele pecou, eles são realmente

contaminados em suas próprias pessoas, vindo

ao mundo: a natureza santa sendo realmente

comunicada a eles de Cristo, sua cabeça

espiritual, em quem eles nasceram legalmente

piedosos; mesmo quando a corrupção da

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natureza lhes é transmitida de fato em Adão, sua

cabeça natural, em quem pecaram, segundo as

leis.

2. A outra cláusula é: "Que Cristo, como o

segundo Adão, retenha a santidade da natureza

inviolada até o fim, para eles e em seu nome ".

A lei, ou pacto de obras, exigia, como condição

da vida, que a santidade da natureza, dada à

humanidade em Adão, deve ser preservada pura

e incorrupta. Mas estava perdida: e colocando o

caso, que havia sido restaurada, eles não

poderiam tê-lo retido, em suas próprias pessoas,

sem manchas em meio a muitas

armadilhas. Portanto, para satisfazer a demanda

legal neste ponto, foi desde que, no homem

Cristo, como pessoa pública representativa de

sua semente, sua natureza deve ser mantida

perfeitamente santa até o fim, sem a menor

mancha ou contaminação: Isa. 42: 4, "Ele não

falhará;" ou "ele não deve ser fraco", ou ter rugas,

como a pele quando a umidade é esgotada.

Aí o primeiro Adão falhou. Ele brilhou na pureza

da natureza, quando veio das mãos do Criador:

mas ele falhou, ficou fraco; a santidade de sua

natureza foi esgotada pelo pecado, toda a

humanidade nele perdeu sua espiritualidade,

beleza e ficou enrugada.

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Mas agora que o segundo Adão não falhou, mas

preservou a santidade da natureza humana até o

fim de sua vida; os restos da corrupção da

natureza dos crentes não lhes é imputada,

Romanos 4: 8; mas tão contaminados quanto

eles estão em si mesmos, através daqueles

restos que se apegam a eles, ainda que em

Cristo, sua beleza é fresca, e não estragada, de

acordo com Cantares 4: 7: "Tu és toda formosa,

meu amor, não há ruga em ti."

Isto também a lei insistia como condição de

vida; e justamente: porque Deus deu a Adão, e

toda a humanidade nele, uma lei a ser obedecida

em todos os pontos; não apenas em virtude do

vínculo do dever natural, mas em virtude do

vínculo de uma aliança para a vida: mas que

nunca foi cumprida por eles.

O primeiro Adão começou de fato, o curso da

obediência; mas ele rapidamente caiu disso,

com toda a sua semente natural nele. Agora,

sendo inconsistente com a honra da lei, que o

prêmio, a saber, a vida eterna, deve ser obtido

sem a corrida que foi executada; ele ainda

insistia, dizendo: "Se você deseja entrar na vida,

guarde os mandamentos", Mateus 19:17. No

entanto, éramos fracos, imóveis, sem força para

correr essa corrida. Portanto, foi estabelecido

como outro artigo condicional da aliança entre

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o Pai e o Filho, "Que Cristo, como pessoa pública,

representada por quem ele contratou, deveria

começar e aperfeiçoar o curso da obediência à

lei na justiça da vida." E consequentemente, ele

se tornou obediente até a morte, Filipenses 2: 8.

A lei, que era a regra dessa obediência, exigida

dele, era a mesma lei dos dez mandamentos,

que foi dada a Adão, e era vinculativa a nós como

debaixo dela: porque ele foi criado sob a lei, para

resgatar os que estavam sob a lei, Gal. 4: 4, 5.

“4 vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus

enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido

sob a lei,

5 para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de

que recebêssemos a adoção de filhos.” (Gálatas

4.4,5).

Para que possamos compreender mais

claramente este artigo condicional da aliança da

graça, pode ser observado que ele compreende

estas três coisas seguintes.

1. "Que ele, como o segundo Adão, deve

obedecer a toda a lei, em nome daqueles que ele

representava." Esta era uma dívida devida por

todos eles; e foi exigida deles pela lei, como

condição de vida: Gal. 3:10. "Maldito é todo

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aquele que não continua em todas as coisas que

estão escritas no livro da lei para fazê-las."

Mas a resposta a essa demanda foi bastante

além do seu alcance. O homem, na queda no

pecado, tendo perdido muito de seu

conhecimento da lei, havia perdido de vista

muitos dos deveres exigidos nela: no entanto, a

ignorância da lei não dispensa homem

algum. Seu coração era avesso e estava em

inimizade contra a lei, Romanos 8: 7. E ele estava

sem força para desempenhar as funções nela

exigidas, cap. 5: 6. De modo que, pela razão de

ignorância, aversão e impotência nesse assunto,

a obediência de toda a lei não era para ser

deles. Portanto, foi fornecido, que Cristo, como

seu representante, deve obedecer por todo o

mundo a lei para eles; que ambas as tábuas da lei

e cada mandamento delas, deve ter a devida

obediência dele; que a lei está sendo

estabelecida diante dele em sua espiritualidade

e extensão total, ele deve responder

plenamente, em obediência interna e externa,

em sua mente, vontade e afetos, em

pensamento, palavra e ação; que ele deveria se

conformar com toda a lei natural e a todas as

instituições divinas, cerimoniais ou políticas, de

modo a ser circuncidado, guardar a páscoa, ser

batizado, ser servo ou sujeito a governantes,

prestar homenagem a quem fosse devido, e

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similares: em uma palavra, que ele deve realizar

toda a vontade de Deus, significada em sua lei;

para que, com a segurança da honra da lei, seu

povo possa ter vida.

No que o primeiro Adão falhou, o segundo Adão

cumpriu. E isso eu tomo ser representado para

nós, no caso do primeiro e do segundo rei de

Israel, ou seja, Saul e Davi, Atos 13:22. "Encontrei

Davi, filho de Jessé, um homem segundo o meu

coração, que cumprirá toda a minha vontade."

No qual há uma visão clara de Saul, que era

parcial em sua obediência à vontade de Deus (1

Sam. 15) e, nesse ponto, perdeu o reino para si e

para os dele.

2. "Que toda parte dessa obediência seja levada

ao mais alto tom e grau. " Isto a lei exigia deles,

como condição de vida; como o próprio Senhor

mostrou ao doutor da lei em Lucas 10:27:

"Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu

coração, e com toda a tua alma, e com toda a tua

força e com toda a tua mente; e teu próximo

como a ti mesmo." Verso 28, "Faça isso, e você

viverá." Mas era uma demanda que eles nunca

poderiam ter respondido, já que Adão havia

desperdiçado seu estoque de habilidades, e

deixou-os sem força.

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Por isso foi acordado que Cristo deveria, em seu

nome, obedecer à lei nessa perfeição, sendo

feito sob a lei, como estava sob ela, Gal. 4: 4,

5; que toda sua ação deveria suportar, não

apenas a bondade do assunto, mas também e

com perfeição; que o amor a Deus e ao homem

deveria acender a chama em sua santa alma

humana, ao máximo tom exigido pela lei; e para

que a dívida devida por sua semente possa ser

liquidada por ele, atuando como homem

público em seu nome.

3. Por fim, "que tudo isso deve continuar até o

fim, sem a mínima falha em um ou dois trechos

ou graus de obediência". Essa também foi uma

condição de vida declarada no primeiro

pacto; Gal. 3:10, "Maldito seja todo aquele que

não continua em todas as coisas que estão

escritas no livro da lei para fazê-las." Mas era

uma exigência a que eles não podiam de forma

alguma responder; a natureza do homem está

tão viciada pela queda, que se mil infernos

fossem deitados sobre ele, o melhor da terra não

poderia manter-se perfeitamente certo uma

hora.

Portanto, foi acordado que o segundo Adão

deveria, em nome daqueles que ele

representou, continuar em todas as coisas

escritas na lei para fazê-las, até o fim; que ele não

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deve falhar em seu curso iniciado de

obediência, mas correr até o final da corrida

diante dele; que desde o útero até a sepultura,

seu coração e sua vida devem brilhar na

perfeição da santidade. Tudo o que ele cumpriu,

sendo obediente até a morte, Filipenses 2: 8.

Até aqui as palavras de Thomas Boston.

Nós entendemos pela exigência do acordo da

aliança da graça feita entre o Pai e o Filho, antes

mesmo da fundação do mundo, para a salvação

de pecadores, que Cristo, como o representante

e última cabeça da raça humana, designado para

ser o gerador de uma nova natureza espiritual

nos que creem, deveria ser obediente até o fim,

e permanecer em santidade eternamente para

poder sustentar as vidas de todos os eleitos nele,

como sendo o maior argumento para a própria

permanência, constância e perseverança dos

eleitos em santidade de vida. Ainda que eles

venham a falhar nisto, todavia não cairão da

aliança, porque Cristo é o Fiador deles e quem

responde por todas as falhas deles perante o Pai,

pois, na aliança, Ele é o Substituto deles em

todas as coisas. Jamais foi previsto na nova

aliança feita entre o Pai e o Filho que eles

permaneceriam como filhos somente no caso

de apresentarem uma obediência permanente e

perfeita, porque jamais poderiam fazê-lo por si

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mesmos, de modo que isto foi designado ao

Filho para cumpri-lo como exigência no lugar

deles.

Em assim sendo, em qualquer condição ou

circunstância, a justiça do crente sempre será

contada por sua permanência em Cristo e não

por suas próprias obras, porque Jesus foi

designado na aliança para ser a justiça de todos

os que nele creem.

Não é sem motivo que somente as boas obras

que são feitas nEle e por Ele, trazem glória ao

nome de Deus Pai.

Ninguém será aceito ou aprovado pelo Pai a não

ser por meio de Jesus, que é o único Mediador

entre Deus e os homens.

Por isso todas as nossas orações devem ser feitas

em nome de Jesus, pois sem este fundamento

jamais serão atendidas pelo Pai, porque assim

como o Filho Honra o Pai, o Pai em tudo honra o

Filho.

Agora, isto não deve ser entendido que podemos

ter um viver descuidado uma vez que nos

encontramos salvos por uma aliança de graça,

porque o ato de permanecer em Jesus significa

sobretudo permanecer em santificação, pois

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sem santidade de vida, não é possível

permanecer em comunhão com Ele.

Se vivermos segundo a carne, e não segundo o

Espírito, entristecemos o Espírito Santo e

apagamos a sua atuação em nós, e não

recebemos a habitação do Espírito Santo

quando cremos em Cristo, para que vivêssemos

em pecado. Ao contrário, Ele nos foi dado não

somente para nos regenerar, como também

para nos santificar.

Então, somos advertidos pelo Senhor, quando

cremos nEle, a não nos descuidarmos da vida de

oração e de vigilância, para que não sejamos

vencidos pela carne que é fraca.

Assim como não é possível permanecermos em

comunhão com Jesus, a não ser pela operação

do Espírito Santo em nós, de igual modo, esta

permanência não é possível caso não nos

esforcemos em exercitar as nossas graças com

vistas ao nosso aperfeiçoamento espiritual.

Daí nos exortar o apóstolo dizendo que os

crentes que vivem no Espírito Santo, devem

também andar no Espírito, ou seja, ter todo o seu

procedimento instruído e dirigido por Ele. (Gál

5.25).

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APÊNDICE:

O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação

Há somente um evangelho pelo qual podemos

ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra

revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas

do Novo Testamento. Mas, por interpretações

incorretas é possível até mesmo transformá-lo

em um meio de perdição e não de salvação,

conforme tem ocorrido especialmente em

nossos dias, em que as verdades fundamentais

do evangelho de Jesus Cristo têm sido

adulteradas ou omitidas.

Isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar

a seguir, de forma resumida, em que consiste de

fato o evangelho da nossa salvação.

Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso

entender que somos salvos exclusivamente

com base na aliança de graça que foi feita entre

Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação

do mundo, para que nas diversas gerações de

pessoas que seriam trazidas por eles à existência

sobre a Terra, houvesse um chamado invisível,

sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas

de seus pecados, justificadas, regeneradas

(novo nascimento espiritual), santificadas e

glorificadas. E o autor destas operações

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transformadoras seria o Espírito Santo, a

terceira pessoa da trindade divina.

Estes que seriam chamados à conversão, o

seriam pelo meio de atração que seria feita por

Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que

pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem

receber a graça necessária que os redimiria e os

transportaria das trevas para a luz, do poder de

Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria

em filhos amados e aceitos por Deus.

Como estes que foram redimidos se

encontravam debaixo de uma sentença de

maldição e condenação eternas, em razão de

terem transgredido a lei de Deus, com os seus

pecados, para que fossem redimidos seria

necessário que houvesse uma quitação da dívida

deles para com a justiça divina, cuja sentença

sobre eles era a de morte física e espiritual

eternas.

Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém

idôneo que pudesse se colocar no lugar do

homem, trazendo sobre si os seus pecados e

culpa, e morrendo com o derramamento do seu

sangue, porque a lei determina que não pode

haver expiação sem que haja um sacrifício

sangrento substitutivo.

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Importava também que este Substituto de

pecadores, assumisse a responsabilidade de

cobrir tudo o que fosse necessário em relação à

dívida de pecados deles, não apenas a anterior à

sua conversão, como a que seria contraída

também no presente e no futuro, durante a sua

jornada terrena.

Este Substituto deveria ser perfeito, sem

pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do

pecador é eterna e infinita. Então deveria ser

alguém divino para realizar tal obra.

Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da

graça feita com o Pai, para ser este Salvador,

Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para

realizar a obra de redenção.

O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua

chamada é para uma santificação e perfeição

eternas. Como poderia responder por si mesmo

para garantir a eternidade da segurança da

salvação?

Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado

da natureza divina que sempre possuiu, a

natureza humana, e para tanto ele foi gerado

pelo Espírito Santo no ventre de Maria.

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Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em

sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria

ser o de alguém que fosse humano, mas

também divino, de modo que se pode até

mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue

do próprio Deus.

Este é o fundamento da nossa salvação. A morte

de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o

caminho para a vida eterna e o céu.

Para que nunca nos esquecêssemos desta

grande e importante verdade do evangelho de

que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o

nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou

podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou

a Ceia que deve ser regularmente observada

pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu

corpo foi rasgado, assim como o pão que

partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado

em profusão, conforme representado pelo

vinho, para que tenhamos vida eterna por meio

de nos alimentarmos dEle. Por isso somos

ordenados a comer o pão, que representa o

corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para

o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que

é verdadeira bebida para nos refrigerar e

manter a Sua vida em nós.

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Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e

a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é

estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto

se aplica ao fato de que não há outra verdade,

outro caminho, outra vida, senão a que existe

somente por meio da fé nEle. A porta é estreita

porque não admite uma entrada para vários

caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle,

conduzem à perdição. É estreito e apertado para

que nunca nos desviemos dEle, o autor e

consumador da nossa salvação.

Então o plano de salvação, na aliança de graça

que foi feita, nada exige do homem, além da fé,

pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser

transformado e firmado na graça, será realizado

pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.

Tanto é assim, que para que tenhamos a plena

convicção desta verdade, mesmo depois de

sermos justificados, regenerados e santificados,

percebemos, enquanto neste mundo, que há em

nós resquícios do pecado, que são o resultado do

que se chama de pecado residente, que ainda

subsiste no velho homem, que apesar de ter sido

crucificado juntamente com Cristo, ainda

permanece em condições de operar em nós, ao

lado da nova natureza espiritual e santa que

recebemos na conversão.

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Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor

pretende nos ensinar a enxergar que a nossa

salvação é inteiramente por graça e mediante a

fé? Que é Ele somente que nos garante a vida

eterna e o céu. Se não fosse assim, não

poderíamos ser salvos e recebidos por Deus

porque sabemos que ainda que salvos, o pecado

ainda opera em nossas vidas de diversas formas.

Isto pode ser visto claramente em várias

passagens bíblicas e especialmente no texto de

Romanos 7.

À luz desta verdade, percebemos que mesmo as

enfermidades que atuam em nossos corpos

físicos, e outras em nossa alma, são o resultado

da imperfeição em que ainda nos encontramos

aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde

perfeita a todos os crentes, sem qualquer

doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o

faz para que aprendamos que a nossa salvação

está inteiramente colocada sobre a

responsabilidade de Jesus, que é aquele que

responde por nós perante Ele, para nos manter

seguros na plena garantia da salvação que

obtivemos mediante a fé, conforme o próprio

Deus havia determinado justificar-nos somente

por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão

e com muitos outros mesmo nos dias do Velho

Testamento.

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Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé

porque não consegue vencer determinadas

fraquezas ou pecados, porque enquanto se

esforça para ser curado deles, e ainda que não o

consiga neste mundo, não perderá a sua

condição de filho amado de Deus, que pode usar

tudo isto em forma de repreensão e disciplina,

mas que jamais deixará ou abandonará a

qualquer que tenha recebido por filho, por

causa da aliança que fez com Jesus e na qual se

interpôs com um juramento que jamais a

anularia por causa de nossas imperfeições e

transgressões.

Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a

Jesus, mas sempre lamentará que não o ame

tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo

caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma

coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito,

virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a

apresentar a Deus que ele foi salvo, mas

simplesmente por meio do arrependimento e

da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é

necessário para a segurança eterna da sua

salvação.

É possível que alguém leia tudo o que foi dito

nestes sete últimos parágrafos e não tenha

percebido a grande verdade central relativa ao

evangelho, que está sendo comentada neles, e

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que foi citada de forma resumida no primeiro

deles, a saber:

“Então o plano de salvação, na aliança de graça

que foi feita, nada exige do homem, além da fé,

pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser

transformado e firmado na graça, será realizado

pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.”

Nós temos na Palavra de Deus a confirmação

desta verdade, que tudo é de fato devido à graça

de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é

suficiente para nos garantir uma salvação

eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e

Deus Filho, que nos escolheram para esta

salvação segura e eterna, antes mesmo da

fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra

são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle

que somos aceitos por Deus, nos termos da

aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os

agentes da aliança, e os crentes apenas os

beneficiários.

O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o

Filho, sem a consulta da vontade dos

beneficiários, uma vez que eles nem sequer

ainda existiam, e quando aderem agora pela fé

aos termos da aliança, eles são convocados a

fazê-lo voluntariamente e para o principal

propósito de serem salvos para serem

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santificados e glorificados, sendo instruídos

pelo evangelho que tudo o que era necessário

para a sua salvação foi perfeitamente

consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor

Jesus Cristo.

Então, preste atenção neste ponto muito

importante, de que tanto é assim, que não é pelo

fato de os crentes continuarem sujeitos ao

pecado, mesmo depois de convertidos, que eles

correm o risco de perderem a salvação deles,

uma vez que a aliança não foi feita diretamente

com eles, e consistindo na obediência perfeita

deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com

Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa

deles, como para garantir o aperfeiçoamento

deles na santidade e na justiça, ainda que isto

venha a ser somente completado integralmente

no por vir, quando adentrarem a glória celestial.

A salvação é por graça porque alguém pagou

inteiramente o preço devido para que fôssemos

salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.

E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi

dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas

também como Profeta e Rei.

Ele não somente é quem nos anuncia o

evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem

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tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia,

para que não errássemos o alvo por causa da

incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a

única coisa que pode nos afastar da

possibilidade da salvação.

Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos

corações, e nos submete à Sua vontade de forma

voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo

Seu próprio poder, a viver de modo agradável a

Deus.

Agora, nada disso é possível sem que haja

arrependimento. Ainda que não seja ele a causa

da nossa salvação, pois, como temos visto esta

causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus,

manifestados em Jesus em nosso favor, todavia,

o arrependimento é necessário, porque toda

esta salvação é para uma vida santa, uma vida

que lute contra o pecado, e que busque se

revestir do caráter e virtudes de Jesus.

Então, não há salvação pela fé onde o coração

permanece apegado ao pecado, e sem

manifestar qualquer desejo de viver de modo

santo para a glória de Deus.

Desde que haja arrependimento não há

qualquer impossibilidade para que Deus nos

salve, nem mesmo os grosseiros pecados da

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geração atual, que corre desenfreadamente à

busca de prazeres terrenos, e completamente

avessa aos valores eternos e celestiais.

Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria

até mais facilidade para Deus salvar a estes que

vivem na iniquidade porque a vida deles no

pecado é flagrante, e pouco se importam em

demonstrar por um viver hipócrita, que são

pessoas justas e puras, pois não estão

interessadas em demonstrar a justiça própria do

fariseu da parábola de Jesus, para que através de

sua falsa religiosidade, e autoengano, pudessem

alcançar algum favor da parte de Deus.

Assim, quando algum deles recebe a revelação

da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que

dominam seu coração, o trabalho de

convencimento do Espírito Santo é facilitado, e

eles lamentam por seus pecados e fogem para

Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os

receberá, e a nenhum deles lançará fora,

conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito

para a sua salvação exige somente o

arrependimento e a fé, para a recepção da graça

que os salvará.

Deus mesmo é quem provê todos os meios

necessários para que permaneçamos firmes na

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graça que nos salvou, de maneira que jamais

venhamos a nos separar dele definitivamente.

Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza

divina, no novo nascimento operado pelo

Espírito Santo, de modo que uma vez que uma

natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita.

Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a

velha venha a se dissolver totalmente, assim

como está ordenado que tudo o que herdamos

de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo

é feito novo em Jesus, em quem temos recebido

este nosso novo ser que se inclina em amor para

Deus e para todas as coisas de Deus.

Ainda que haja o pecado residente no crente, ele

se encontra destronado, pois quem reina agora

é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o

pecado. Ainda que algum pecado o vença isto

será temporariamente, do mesmo modo que

uma doença que se instala no corpo é expulsa

dele pelas defesas naturais ou por algum

medicamento potente. O sangue de Jesus é o

remédio pelo qual somos sarados de todas as

nossas enfermidades. E ainda que alguma delas

prevaleça neste mundo ela será totalmente

extinta quando partirmos para a glória, onde

tudo será perfeito.

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Temos este penhor da perfeição futura da

salvação dado a nós pela habitação do Espírito

Santo, que testifica juntamente com o nosso

espírito que somos agora filhos de Deus, não

apenas por ato declarativo desta condição, mas

de fato e de verdade pelo novo nascimento

espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé

em Jesus.

Toda esta vida que temos agora é obtida por

meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se

entregou por nós, para que vivamos por meio da

Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador

de toda a criação, inclusive desta nova criação

que está realizando desde o princípio, por meio

da geração de novas criaturas espirituais para

Deus por meio da fé nEle.

Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou

seja, pode fazer com que nova vida espiritual

seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe

perfeitamente quais são aqueles que atenderão

ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se

revela em espírito para que creiam nEle, e assim

sejam salvos.

Bem-aventurados portanto são:

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Os humildes de espírito que reconhecem que

nada possuem em si mesmos para agradarem a

Deus.

Os mansos que se submetem à vontade de Deus

e que se dispõem a cumprir os Seus

mandamentos.

Os que choram por causa de seus pecados e todo

o pecado que há no mundo, que é uma rebelião

contra o Criador.

Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o

testemunho de que todos necessitam da

misericórdia de Deus para serem perdoados.

Os pacificadores, e não propriamente pacifistas

que costumam anular a verdade em prol da paz

mundial, mas os que anunciam pela palavra e

suas próprias vidas que há paz de reconciliação

com Deus somente por meio da fé em Jesus.

Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do

reino de Deus que não é comida, nem bebida,

mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.

Os que são perseguidos por causa do evangelho,

porque sendo odiados sem causa, perseveram

em dar testemunho do Nome e da Palavra de

Jesus Cristo.

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Vemos assim que ser salvo pela graça não

significa: de qualquer modo, de maneira

descuidada, sem qualquer valor ou preço

envolvido na salvação. Jesus pagou um preço

altíssimo e de valor inestimável para que

pudéssemos ser redimidos. Os termos da

aliança por meio da qual somos salvos são todos

bem ordenados e planejados para que a salvação

seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais,

celestiais, espirituais envolvidos em todo o

processo da salvação.

É de uma preciosidade tão grande este plano e

aliança que eles devem ser eficazes mesmo

quando não há naqueles que são salvos um

conhecimento adequado de todas estas

verdades, pois está determinado que aquele que

crê no seu coração e confessar com os lábios que

Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é

necessário para um pecador ser transformado

em santo e recebido como filho adotivo por

Deus.

O crescimento na graça e no conhecimento de

Jesus são necessários para o nossos

aperfeiçoamento espiritual em progresso da

nossa santificação, mas não para a nossa

justificação e regeneração (novo nascimento)

que são instantâneos e recebidos

simultaneamente no dia mesmo em que nos

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convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como

nos encontrávamos na ocasião, totalmente

perdidos e mortos em transgressões e pecados.

E fomos recebidos porque a palavra da

promessa da aliança é que todo aquele que crê

será salvo, e nada mais é acrescentado a ela

como condição para a salvação.

É assim porque foi este o ajuste que foi feito

entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre

si para que fôssemos salvos por graça e

mediante a fé.

Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o

Pai escolheu para ser o autor e o consumador da

nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da

graça, e nós somos eleitos para recebermos os

benefícios desta aliança por meio da fé nAquele

a quem foram feitas as promessas de ter um

povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.

Então quando somos chamados de eleitos na

Bíblia, isto não significa que Deus fez uma

aliança exclusiva e diretamente com cada um

daqueles que creem, uma vez que uma aliança

com Deus para a vida eterna demanda uma

perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem

qualquer falha, e de nós mesmos, jamais

seríamos competentes para atender a tal

Page 45: Permanecer na Justiça é Permanecer em Jesus · 2019. 10. 21. · A vida de fé é uma vida de obediência e comunhão com Deus, assim como a teve o nosso pai na fé, Abraão. O

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exigência, de modo que a aliança poderia ter

sido feita somente com Jesus.

Somos aceitos pelo Pai porque estamos em

Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que

somos também recebidos. Jamais poderíamos

fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nosso

Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto é tipificado

claramente na Lei, em que nenhum ofertante

ou oferta seriam aceitos por Deus sem serem

apresentados pelo sacerdote escolhido por Deus

para tal propósito. Nenhum outro Sumo

Sacerdote foi designado pelo Pai para que

pudéssemos receber uma redenção e

aproximação eternas, senão somente nosso

Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu

para este ofício.