pequisa de opinião pública - contatto

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0 UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO SOCIAL – RELAÇÕES PÚBLICAS AGÊNCIA: CONTATTO RELATÓRIO DE PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA SÃO BERNARDO DO CAMPO 2012-1

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Pesquisa sobre "Participação Popular na Gestão da Cidade de São Bernardo do Campo"

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

COMUNICAÇÃO SOCIAL – RELAÇÕES PÚBLICAS

AGÊNCIA: CONTATTO

RELATÓRIO DE PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2012-1

1

Caroline Silva de Almeida

Cristiane Chrispim do Nascimento

Danilo de Lima Santos

Douglas Yudi Soares Makibara

Everton Lelis Arashiro

Jéssica Gonçalves de Almeida

Suely Santos de Araújo Dal Cortivo

Wellen Tarsila Sartori de Oliveira

RELATÓRIO DE PESQUISA DE OPINIÃO PÚBLICA

Relatório de Pesquisa de Opinião Pública, que analisa a

participação da população de São Bernardo do Campo na

Gestão Participativa da Cidade. Da temática Opinião Pública,

ministrada pela professora Marli Santos, da Universidade

Metodista de São Paulo, no Curso Relações Públicas – 5º

Semestre.

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2012

2

SUMÁRIO Página

1. Apresentação ............................................................................................ 4

1.1 Sobre a agência .................................................................................... 4

1.2 Sobre a pesquisa: Participação Popular na Gestão da cidade ............ 4

2. Objetivo Geral ............................................................................................. 5

3. Objetivos Específicos ................................................................................ 5

4. Metodologia ................................................................................................. 5

4.1 Tipo de pesquisa ..................................................................................... 5

4.2 Amostra .................................................................................................. 6

4.3 Aplicação ................................................................................................ 6

4.4 Avaliação ................................................................................................ 6

5. Análise Geral ................................................................................................ 7

5.1 Pergunta 1 .............................................................................................. 7

5.2 Pergunta 2 .............................................................................................. 8

5.3 Pergunta 3 .............................................................................................. 9

5.4 Pergunta 4 ............................................................................................. 10

5.5 Pergunta 5 ............................................................................................. 11

5.6 Pergunta 6 ............................................................................................. 13

5.7 Pergunta 7 ............................................................................................. 14

6. Análise Psicológica ................................................................................... 15

7. Análise Ética e Legislação na Comunicação .......................................... 17

3

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 19

9. REFERÊNCIAS ........................................................................................... 21

4

1. Apresentação

1.1 Sobre a Agência

A Agência Contatto é uma agência experimental de comunicação, criada a

partir da proposta acadêmica do curso de Relações Públicas, visando preparar seus

alunos para o mercado de trabalho, através de ações práticas pertinentes à

profissão; Dessa maneira, para avaliação do V Semestre de curso, recebemos a

proposta de realização de uma pesquisa de opinião pública na cidade de São

Bernardo do Campo sobre um tema pré-determinado pela coordenação do curso, e

que posteriormente deverá ser analisada quanto à Influência da Mídia na Opinião

Pública, tema central do Projeto Integrado deste semestre.

1.2 Sobre a Pesquisa: Participação Popular na Gestão da Cidade

Quando um grupo de indivíduos interage com os administradores públicos

nas tomadas de decisões de seu município, e demonstram os anseios,

necessidades e prioridades representando a maioria de seus cidadãos de uma

forma que busque alcançar o cumprimento e ordem das propostas exigidas pela

população, de tal forma que não seja apenas um plano político, surgem à

participação popular na gestão da cidade.

Esse comportamento é importante para o progresso do processo democrático

e histórico da cidade; visando à fiscalização dos recursos aplicados no seu

desenvolvimento, e acompanhando e exigindo o cumprimento de medidas que foram

propostas no plano governamental que sejam benéficas para os cidadãos.

5

2. Objetivo Geral

A pesquisa de opinião quanto à participação popular na gestão da cidade de

São Bernardo do Campo tem como objetivo geral identificar a influência da mídia na

formação da opinião pública.

3. Objetivos Específicos

Para avaliarmos os resultados obtidos após a realização desta pesquisa, foi

necessário observar, inicialmente, todos os aspectos a serem considerados ao longo

de sua realização, ou seja, seus objetivos específicos, estes foram:

• Determinar o grau de conhecimento detido pelos entrevistados quanto ao

tema abordado.

• Relacionar o conhecimento sobre o tema com a importância dada ao mesmo.

• Identificar o grau de relação e frequência de contato entre o entrevistado e os

meios utilizados por ele para obter informações.

• Analisar a influência dos meios citados como fonte de informações com a

opinião formada pelo entrevistado.

• Considerar os aspectos psicológicos e sociais na formação de opinião do

entrevistado.

4. Metodologia

4.1 Tipologia da Pesquisa

Foi utilizada a pesquisa do tipo exploratória para determinar o grau de

conhecimento e envolvimento dos entrevistados com o assunto. Dessa maneira, foi

possível fazer um aprofundamento na questão a cada resposta obtiva e,

consequentemente, acumular o máximo de dados possível para conclusão do

6

problema principal da pesquisa, a influência da mídia no então posicionamento do

entrevistado.

4.2 Amostra

A amostra pesquisada foram vinte pessoas, homens e mulheres, subdivididos

de acordo com faixa etária e classe social da seguinte maneira:

5 Homens - com idade entre 18 e 25 anos Sendo: Classe A/B - 2 / Classe C - 2 / Classe D - 1 5 Homens - com idade entre 26 e 40 Sendo: Classe A/B - 2 / Classe C - 2 / Classe D - 1 5 Mulheres - com idade entre 18 e 25 anos Sendo: Classe A/B - 2 / Classe C - 2 / Classe D - 1 5 Mulheres - com idade entre 26 e 40 Sendo: Classe A/B - 2 / Classe C - 2 / Classe D - 1

4.3 Aplicação

A técnica utilizada nas entrevistas foi a realização de perguntas semi abertas,

permitindo ao entrevistado explicar o porque de sua posição através de exemplos e

situações vividas pelo mesmo. Na abordagem não teve um local pré-programado, já

que esta aconteceu de forma espontânea, em casa ou nos locais de trabalho dos

entrevistados.

4.4 Avaliação

Os resultados foram sistematizados do seguinte modo: foram colocadas em

tópicos todas as respostas obtidas a cada pergunta para que fossem localizados e

sistematizados os pontos em comum, onde houve resposta semelhante. Então, com

base nessas percepções, fizemos nossa análise e interpretação destes resultados.

7

5. Análise Geral

5.1 Pergunta 1: COMO VOCÊ DEFINIRIA GESTÃO PARTICIPATIVA

Com as pesquisas realizadas notamos que não obtivemos respostas muito

pontuais, com uma definição precisa do conceito de gestão participativa. Poucos dos

entrevistados souberam responder à questão de maneira coerente, o que obrigava o

entrevistador a inicialmente dar exemplos de gestão participativa, e dessa maneira,

na maioria das vezes, a resposta obtida era uma síntese dos exemplos citados

anteriormente.

O que consideramos curioso em relação ao desconhecimento por esses

entrevistados, em sua maioria de classe mais baixa, tanto homens quanto mulheres,

foi o fato de que o assunto é bem divulgado pela cidade, item observado em

questões posteriores, em que os mesmos que não souberam definir o tema admitem

já ter observado o assunto em veículos de comunicação, portanto trata-se de uma

questão de interesse de cada um, ou da falta de estímulo à participação da gestão

da cidade.

Entretanto, os poucos entrevistados que não necessitaram de pré-definições,

em sua maioria de classes sociais mais altas e tanto homens quanto mulheres,

detinham pleno conhecimento sobre o assunto abordado, o que proporcionou

respostas de maior conteúdo intelectual e crítico para esta e as demais questões

realizadas.

“Trata-se de exercer o direito que todo cidadão possui de acompanhar os processos

e decisões tomadas ao que se refere ao bem estar do mesmo como um todo... A

gestão participativa visa assegurar ao cidadão o direito de cobrar por esses serviços

através do acompanhamento que é feito sobre os aspectos administrativos da

cidade”.

8

5.2 Pergunta 2: COMO MORADOR DE SÃO BERNARDO DO CAMPO,

COMO AVALIA A GESTÃO PÚBLICA DA CIDADE?

Ao realizar esse questionamento aos entrevistados, pudemos observar, em

alguns deles, inicialmente uma dúvida quanto à definição de gestão pública,

resultando em respostas bem diferenciadas. Para alguns a gestão pública foi

resumida como sendo apenas a gestão política, e nesses momentos nos deparamos

com desabafos, críticas à gestão e acusações de que os governantes da cidade

trabalham apenas em defesa de seus interesses próprios, não levando em

consideração as necessidades da população. Esse aspecto se mostrou presente na

maior parte da amostra, principalmente entre os mais velhos e de menor renda.

“... ainda tem muito que melhorar, principalmente se os políticos dessem mais valor

para melhorar a vida das famílias mais pobres ao invés de facilitar as coisas apenas

para eles e para os ricos”.

Podemos notar que grande parte dos jovens, independentemente de classe

social, está mais atenta à prestação de contas dos gestores, e, além disso, cobram

de maneira aberta uma postura mais ética por parte do prefeito e secretários da

cidade. No entanto, entre os mais velhos observamos a característica de ceticismo

quanto às possíveis mudanças na gestão, com demonstrações de que não

acreditam que a cidade possa ter governantes diferentes dos que possuía no

passado, e, portanto, nunca terão acesso às informações claras da atual ou futura

gestão da cidade.

É necessário ressaltar que grande parte dos entrevistados admitiu mudanças

positivas na atual gestão da cidade, principalmente no se refere ao desenvolvimento

da cidada. As melhorias citadas abrangem a chegada de novas empresas e

comércios para a cidade, e aspectos como saúde e empregabilidade continuam

sendo criticados.

Entre os entrevistados mais velhos de maior renda, encontramos respostas

mais completas, levando-se em consideração não somente a gestão, mas a questão

da prestação de contas das mesmas por meio de informes na mídia, além de

convites aos habitantes da cidade para as reuniões deliberativas. Dessa maneira

9

afirmam que os gestores estimulam a população a participar ativamente da

administração da cidade.

“Alguns dias atrás, estava em casa, toca o telefone, era uma gravação informando

que próximo da minha casa teria uma reunião para discutir alguns investimentos,

achei bem bacana”.

5.3 Pergunta 3: QUAIS SÃO OS PONTOS MAIS POSITIVOS DA GESTÃO

PARTICIPATIVA DA CIDADE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO OU UMA

GESTÃO PARTICIPATIVA?

Sobre essa questão, a maior parte dos entrevistados enfatizou a importância

do direito de opinião dos habitantes da cidade em relação à gestão pública, e não

apenas ser um espectador, de maneira que as demandas da população são

discutidas e avaliadas, e de acordo com as prioridades e a viabilidade das ações

propostas, são desenvolvidos novos projetos de melhorias.

Notamos que todos os entrevistados mais jovens limitaram suas respostas

apenas à questão da comunicação que é feita entre gestores e população, porém

sem mencionar quais são os resultados disso e em quais setores ocorrem as

mudanças, enquanto os mais velhos entrevistados destacaram as melhorias

conquistadas, resultantes das reivindicações.

“Os pontos positivos são a divulgação das obras que estão sendo realizadas... como

exemplo o novo Hospital de Clínicas que está sendo construído no Bairro do

Alvarenga e que pode ajudar a melhorar a situação da saúde na cidade”.

Outro fator de destaque nesta questão é o fato de que os entrevistas optaram

por focar o tema de maneira geral. Isso pode indicar que ou esses entrevistados de

fato não acompanham os benefícios gerados pela participação popular na gestão da

sua cidade, ou consideram não haver tais benefícios na mesma.

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5.4 Pergunta 4: QUAIS SÃO OS PONTOS MAIS NEGATIVOS DA GESTÃO

PARTICIPATIVA DA CIDADE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO OU UMA

GESTÃO PARTICIPATIVA?

Novamente, os entrevistados não focam suas respostas na cidade de São

Bernardo, e sim no contexto geral da questão. Obtivemos apenas uma resposta

referindo-se diretamente à gestão de São Bernardo do Campo. O entrevistado

afirma que a população da cidade ignora as informações prestadas pelos

governantes e, portanto, não pode se queixar depois que nada foi feito, pois lhe foi

dada a oportunidade de participar e esta não é aproveitada, depois só restarão

reclamações pelas coisas não feitas.

Já no contexto geral da questão, a maior parte dos entrevistados, cerca de

80%, mencionou o desinteresse da população referente às questões administrativas

da cidade, bem como o não uso do seu direito de opinião nas mesmas.

Além disso, observamos grande preocupação por parte dos entrevistados

mais velhos, de que os participantes da gestão da cidade exponham suas opiniões

de maneira que traga benefícios apenas para a sua região e não para a cidade como

um todo. Tal situação, ao invés de fortaceler o direito de opinião da população,

acaba enfraquecendo-o, visto que nas reuniões deliberativas serão apresentados

diferentes pontos de vista e prioridades, caracterizando assim uma postura

contraditória da população, onde cada um quer uma coisa, e todas não poderão ser

feitas de uma só vez.

“... a gestão participativa só provém vantagens, desde que seja levada a sério pelos

participantes, por exemplo, perde seu valor quando um determinado grupo de

determinada região ou bairro da cidade interfere nas decisões apenas preocupando-

se com a sua região”.

Em algumas respostas ficou claro a falta de conhecimento por parte dos

entrevistados mais jovens de como funciona o processo de participação popular na

gestão da cidade. Foi mencionado que deveriam existir divisões das regiões ou

bairros da cidade para que as pessoas pudessem deliberar sobre suas demandas, e

dessa maneira dar sua opinião sobre o que precisa ser feito em termos de melhorias

11

para a cidade. Porém tudo isso já existe e é divulgado pela cidade, conforme

constatamos por meio de pesquisas prévias antes de falarmos com a população,

onde verificamos o quanto o tema é divulgado na cidade e também por meio dos

próprios entrevistados que participam da gestão da cidade.

Outro fator que nos chamou a atenção foi que alguns dos entrevistados, todos

de classes mais baixas, posicionaram-se de maneira descrente com relação à

participação popular, alegando que independentemente das reinvidicações da

população serem ouvidas, os governantes acabam fazendo o que lhes é

conveniente, sendo a gestão participativa apenas uma ferramenta do governo para

que a população não alegue que não tem o direito a opinião nas decisões tomadas.

“... acho que é tudo uma fachada, todas as mudanças já estão todas decididas da

maneira dos governantes”.

5.5 Pergunta 5: DE QUE MANEIRA VOCÊ ACOMPANHA OS

ACONTECIMENTOS E DECISÕES QUE OCORREM EM SUA CIDADE?

Nesta questão encontramos muita hesitação por parte de alguns dos

entrevistados, visto que não conheciam bem o assunto, e sendo assim obtivemos

respostas evasivas, sem sentido ou apenas “chutes” de veículos onde o assunto é

abordado, entre os quais jornais e internet foram os mais citados. De fato esses

entrevistados podem ter visto ou ouvido falar do acompanhamento da gestão

participativa, porém ficou claro que o assunto realmente não lhes chama atenção,

visto que alguns entrevistados afirmam que não existe divulgação de informações

sobre o assunto, ou que quando se deparam com elas simplesmente não dão

atenção, o que nos remete a conclusão de que essas informações não são

suficientes.

“Geralmente vejo o assunto nos jornais que distribuem na cidade, mas confesso que

nem sempre dou muita atenção quando falam de participação na gestão da cidade.

Só agora parei pra pensar mais nisso e em como é importante para nós cidadãos”.

12

Aos que de fato acompanham o assunto, os jornais tiveram grande destaque,

principalmente entre os entrevistados mais velhos, que citaram principalmente

jornais regionais, como o Rudge Ramos jornal, por exemplo, que divulgou

recentemente as reuniões realizadas na associação do bairro para determinar as

necessidades da região, dando destaque para a questão da saúde, uma das

prioridades da população na região.

Além do jornal regional de bairro como o Rudge Ramos Jornal foram

mencionados jornais como ABCD Maior, que recentemente anunciou o início das

reuniões de Orçamento Participativo na cidade de São Bernardo, e os esforços para

divulgar e convidar a população para participar das pré-reuniões que ocorreram até

o final de Abril/2012. Essas ações foram concretizadas em Outdoors e até mesmo

carros de sons que passaram pela cidade informando sobre datas, locais e horários

de realização das pré-reuniões.

Entre os entrevistados mais jovens, tanto das classes altas como das mais

baixas, o destaque ficou por conta da internet, como sendo o meio utilizado para se

informarem sobre a gestão participativa da cidade, por ser mais prático e fácil de

encontrar as informações que se procura.

“... entrei no site da prefeitura para pesquisar sobre concursos públicos e de cara me

deparei com o anúncio da OP 2013 (Orçamento Participativo 2013), e vi que teria

uma reunião no EMEB ao lado da minha casa, coisa que eu nem estava sabendo

até então”.

É necessário ressaltar que alguns dos entrevistados mais jovens,

principalmente de classe baixa, deixaram claro que não procuram por informações

sobre o tema, e quando ouvem ou veem falar algo sobre o assunto geralmente não

dão importância. Enquanto os mais velhos, tanto das classes altas quanto das

classes baixas, demonstram maior interesse, não limitando a procura pelo assunto

somente à leitura de jornais ou anúncios espalhados pela cidade, em outdoors e

carros de sons. Eles utilizam boca a boca com vizinhos e familiares para a troca de

informações sobre o andamento das reuniões deliberativas que ocorrem na cidade.

13

Alguns dos entrevistados mencionaram que ouvem falar sobre gestão

participativa na televisão, por exemplo, no Jornal do SBT, porém não falam

especificamente da cidade de São Bernardo. O assunto é abordado apenas de

maneira geral.

5.6 Pergunta 6: QUEM TEM MAIS INFLUÊNCIA EM SUA OPINIÃO SOBRE A

GESTÃO DA CIDADE?

Ao questionarmos nossos entrevistados sobre este assunto, obtivemos

respostas muito parecidas e enfáticas, pois de todas as questões realizadas esta foi

a que gerou as respostas mais convictas por parte dos entrevistados, visto que

todos atribuíram a maior influência, ou parte dela, ao prefeito da cidade, em seguida

aos empresários e, por último, poucos citaram a população como parte influente na

gestão da cidade.

Essa questão pode estar diretamente relacionada ao fato de que para a

população a maior autoridade é quem dá a palavra final sobre todas as decisões que

são tomadas.

“Os políticos, os empresários e as poucas pessoas que fazer parte dos comitês de

gestão dos bairros, mas por serem poucas nem sempre conseguem fazer muita

diferença”.

Talvez essa visão com relação à influência na gestão esteja associada aos

muitos escândalos envolvendo políticos e grandes empresários que estão sempre

em destaque na mídia. Dessa maneira, a população acredita que quem dá a última

palavra são aqueles que detêm os maiores poderes, sejam eles políticos ou

aquisitivos.

14

5.7 Pergunta 7: QUE SUGESTÕES DARIA À PREFEITURA SOBRE A

DIVULGAÇÃO DA GESTÃO PARTICIPATIVA NA CIDADE?

Para essa questão foram apresentadas algumas sugestões que já são

utilizadas pela prefeitura, como outdoors e panfletos, o que demonstra novamente o

desinteresse por parte de alguns dos entrevistados, os mesmos que já vinham

dando respostas em dúvida ao longo da entrevista, justamente por não haver

interesse no tema, visto que muitas vezes se deparam com essas informações e

passam despercebidos. A novidade desta vez foi com relação a inserir esses meios

no ambiente educacional, de maneira que as crianças e adolescentes iniciem sua

participação nos acontecimentos relacionados à gestão da cidade antes mesmo de

poderem escolher seus governantes, de maneira que desenvolvam maior

capacidade de análise para o fazerem no futuro, visto que já terão contato com o

tema, além de compartilhar essas informações em casa com seus pais e demais

familiares.

“Eles podiam fazer jornais falando apenas sobre isso, e distribuir nos locais públicos

e nas escolas também, pois assim os filhos levariam para os pais e já ajudaria a

explicar ao menos do que se trata, porque tem muita gente nem sabe o que é gestão

participativa”.

Entre os entrevistados mais velhos foi unânime o incentivo à maior divulgação

do assunto em jornais, alguns deles sugerindo que fossem criados jornais

específicos sobre gestão participativa os quais fossem distribuídos periodicamente

para a população. Além disso, houve sugestões de que os políticos aproveitassem

os pronunciamentos em eventos públicos para convidar a população a participar da

gestão da cidade.

Entre os entrevistados mais jovens, e alguns dos mais velhos, tanto homens

quanto mulheres, mais uma vez o destaque ficou para o uso da internet como

ferramenta prática de divulgação, onde a prefeitura poderia inserir mais informações

no seu site e divulgar suas notícias também em anúncios de redes sociais, onde

hoje se encontram pessoas de todas as idades e classes sociais, visto que é um

meio de comunicação acessível até mesmo para aqueles que não possuem

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computador em casa, mas que acessam através de Lan House, bibliotecas e outros

estabelecimentos públicos.

6. Análise Psicológica

A análise de psicologia realizada na pesquisa que teve o tema: Participação

Popular na Gestão de São Bernardo do Campo começa a partir da percepção

interpretativa do entrevistado sobre o assunto. Às vezes ocorriam estímulos do

entrevistador, pois geralmente o entrevistado não sabia o que era gestão

participativa.

“Acho que é o que a população sabe sobre a política da cidade, sobre

administração da cidade até dos bairros e o cuidado com eles. Não sei se é mais ou

menos isso?!”

O motivo do desconhecimento do assunto é pelo fato da percepção seletiva

quando lê o jornal ou vê outro veículo de comunicação, somente procura assuntos

que aprecia ou chama sua atenção, pois o que determina essa atitude são as

necessidades, influências sociais e culturais de cada pessoa. Por isso não observam

que existem matérias sobre participação popular que foram publicadas nos jornais

dos bairros e no jornal regional ABCD Maior sobre as reuniões do orçamento

participativo nos dias 28/02/12, 15/04/12 e 21/04/12. E também estava anunciando

na home do site da prefeitura e em outdoors espalhados pela cidade.

“Geralmente nos jornais que distribuem na cidade, mas confesso que nem

sempre dou muita atenção quando falam de participação na gestão da cidade.”

Segundo Abraham Maslow, algumas atitudes do comportamento humano

podem ser explicadas pelos seus desejos e pelas suas necessidades. Diante disso,

o indivíduo define suas prioridades e daí nasce a vontade de buscar, de possuir.

São cinco níveis das necessidades que foram separados por Maslow, que:

16

[...] apresentou uma teoria da motivação pela qual as necessidades humanas estão organizadas em uma hierarquia de importância, como uma pirâmide. Na base estão as necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e, no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de auto-realização) (CHIAVENATO, 2004, p.265).

Identificamos que a maioria dos entrevistados, mesmo sem conhecer o tema

da pesquisa, sente falta de segurança, segundo nível da pirâmide de Maslow,

alegaram falta de transparência com o destino dos investimentos, descrença e

insegurança quanto as informações divulgadas pelos gestores da cidade.

“...não existe muita prestação de contas para a população, não

que isso signifique que está ruim, mas acho que quando as coisas saem bem feitas

existe maior necessidade de mostrar para todos, e não é o que se percebe.”

“...ainda não temos acesso fácil às informações importantes. Muito do que temos o

direito de estar sabendo acaba sendo escondido e nos são prestadas apenas

informações convenientes à administração da cidade.

O fato de a mídia informar com frequência escândalos políticos seja no âmbito

regional ou nacional, porém raramente relata e não dão tanta ênfase para ações

populares contra as más condutas dos políticos. É percebível a descrenças dos

nossos entrevistados que estão frustrados perante a política, e rejeitam qualquer

assunto ligado, seja consciente ou inconsciente.

Isso é uma defesa do ego que ao observar um acontecimento que causa

incomodo, projeta este conteúdo indesejável em algo ou alguém.

“...apesar da oportunidade que é dada de participação da população, não acredito

que faça muita diferença, eu nunca presenciei nenhuma votação para nada, mas

acho que os governantes sempre agem de acordo com seus interesses próprios,

geralmente ligados a prosperidade da cidade através da economia, enfim, a

qualidade de vida da população não é uma prioridade, faz parte da administração e

é claro que dão atenção para isso de alguma forma, mas não é prioridade, na minha

opinião.”

17

Esta atitude de expulsar de si a responsabilidade de que com a sua

participação mude algo, nos faz lembrar da Teoria da difusão de responsabilidade,

diante de uma situação complicada deixa para outra pessoa/grupo fazer, pois

acredita que não precisa realizar a ação ou não é qualificado.

7. Análise Ética e Legislação na Comunicação

Com o tema, Participação popular na gestão da cidade, nossa agência

buscou, através de entrevistas realizadas, saber: Há influência da mídia na opinião

pública?

Foi questionado se o entrevistado detinha conhecimento sobre o tema, suas

avaliações e quais meios de comunicação o mesmo utilizava para obter tais

respostas, porém a questão a ser destacada é qual a ética nos meios de

comunicação para divulgação de informações e resultados.

Grande parte dos entrevistados não soube conceituar o tema, porém em

questões posteriores percebemos que o assunto é divulgado, e que a questão era o

desinteresse pelo assunto.

A mídia, portanto, pratica a divulgação do assunto de maneira evasiva, talvez

por não chamar tanta atenção dos habitantes é percebível o desconhecimento sobre

gestão participativa. A maioria das informações obtidas pelo assunto surgia na

internet, jornais e outdoors, porém na internet o lugar que se consegue mais

informações é no próprio site da prefeitura. E é necessário ressaltar que a cidade de

São Bernardo do Campo informa e incentiva a população a participar.

Há casos em que o entrevistado recebeu um telefonema em sua residência o

informando sobre próximas reuniões. Este método, porém, acaba invadindo a

privacidade do cidadão, pois o mesmo não é consultado se gostaria ou não de ser

abordado dessa forma, é simplesmente sujeito à situação, o que gera

descontentamento com a ação, ou pior que isso, uma repugnação pelo assunto,

visto que essas ligações são direcionadas inclusive aos finais de semana para suas

residências.

18

Um dos grandes motivos para esse desinteresse é a grande mídia, chamada

de quarto poder, que exerce sim uma grande influência sobre essa população, uma

vez que a imagem criada principalmente por líderes de opinião e estratégias de

comunicação faz com que o público generalize uma opinião seja ela sobre política,

administração pública ou outros assuntos. Muitas informações divulgadas de

maneira apelativa influenciam de maneira negativa a população, até porque utilizam

de critérios sociais e emocionais pata atingir o público, e dessa maneira torna-se

difícil distinguir a verdade da mentira, uma vez que a pessoa de identifica

emocionalmente com o assunto. Dessa maneira, a mídia que possui a obrigação de

informar, muitas vezes o faz de maneira descontrolada, não levando em

consideração o impacto que gera na sociedade, pois muitas informações são

divulgadas de maneira deturpada visando o interesse de alguns e não por ser

absolutamente verídico. Com isso, o cidadão que não se aprofundar nas questões

por meio de outras fontes, tende a formar sua opinião devido ter recebido a

informação de uma fonte “confiável”, devido sua popularidade, e dessa maneira a

toma como verdade única.

A grande mídia precisa ter condutas éticas para não deturpar assuntos

políticos ou diversos, pois não podemos negar que a maioria da população brasileira

é educada e informada pela televisão, e que não obtém recursos para outros

veículos de comunicação. Portanto a mídia e as prefeituras precisam desmistificar o

assunto de gestão participativa e mostrar o quanto é bom e importante a população

fazer parte da gestão pública.

19

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a proposta estabelecida para a pesquisa de opinião pública,

abordamos o tema: “Participação Popular na Gestão da Cidade de São Bernardo do

Campo”. Dessa maneira, fomos incumbidos de aplicar uma pesquisa para uma

amostra de vinte pessoas. Considerando como tema principal a influência da mídia

na formação da opinião pública.

Com os dados obtidos nas pesquisas, percebemos que a maioria dos

entrevistados não possui conhecimento sobre o assunto abordado, por falta de

interesse e também pela percepção seletiva, mesmo com a grande quantidade de

divulgação do tema por toda a cidade. Notamos muita descrença por parte dos

entrevistados mais velhos com as possíveis mudanças na gestão, e nos jovens uma

maior atenção à prestação de contas pelos gestores.

Identificamos também que os entrevistados enfatizam que os políticos e os

grandes empresários exercem a maior influência sobre a gestão da cidade. E dentre

os meios de comunicação que afirmam acompanhar sobre a gestão participativa de

São Bernardo, os jornais e internet são os mais utilizados em razão de sua

praticidade.

A partir da análise das respostas obtidas, considerando-se aspectos sócio-

econômicos e etários, podemos concluir que a mídia local possui boa influência sob

os habitantes da cidade no que se refere à divulgação do tema, porém, não

deixamos de notar que boa parte dessa influência acaba sendo deturpada pela

chamada grande mídia, uma vez que a população tende a associar tudo o que

envolve política com os políticos, mesmo que sejam eles de outras cidades e

estados, o que nos remete aos muitos escândalos divulgados diariamente.

É necessário ressaltar que, a prefeitura da cidade de São Bernardo do Campo

vem trabalhando muito na divulgação da importância e incentivo à Participação na

Gestão da Cidade por parte de seus habitantes. Fato este que se mostrou presente

no desenvolver da pesquisa realizada, onde os entrevistados citaram métodos que

até pouco tempo não eram utilizados, tais como carros de som nas ruas e

telefonemas. Sendo assim, concluímos que apesar dessa boa divulgação do tema,

um ponto crucial para a aceitação dessas informações por parte da população, está

20

diretamente atrelada ao pré conceito que a mesma detém sobre o tema gerado pela

grande mídia, e portanto, necessita ser trabalhado pela prefeitura a fim de

desmistificar o assunto de maneira que a população reconheça a gestão participativa

como sendo, de fato, uma forte aliada no exercício da cidadania.

21

9. REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Edição Compacta. São Paulo, SP: Elsevier, 2004.

PSICOLOGIA. Wikipédia: A Enciclopédia Livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia>. Acesso em: 12 mai.2012.

A HIERARQUIA das Necessidades de Maslow: Pirâmide de Maslow. Cedet. Disponível em: <

http://www.cedet.com.br/index.php?/Tutoriais/Gestao-da-Qualidade/a-hierarquia-das-necessidades-de-maslow-piramide-de-maslow.html>. Acesso em: 12 mai.2012.

MARINHO vai debater o orçamento. Ao Todo, serão realizadas 20 reuniões com a participação da população. ABCD Maior. Disponível em: <

http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=38637>. Acesso em: 11 mai.2012.

PLENÁRIAS DELIBERATIVAS do orçamento participativo de S. Bernardo começam dia 23. Etapa sucede reuniões preparatórias realizadas nas 20 regiões de São Bernardo. Disponível em: <http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=39991>. Acesso em: 11 mai.2012.

SÃO BERNARDO inicia discussão do orçamento. Plenárias do orçamento participativo começam na segunda-feira (23/04).Disponível em: <http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=40180>. Acesso em: 11 mai.2012.

CAMPOS, Fabio. Comunicações e negociações nas Organizações. Disponível em: <http://www.maurolaruccia.adm.br/trabalhos/comunica.htm>. Acesso em: 11 mai.2012.