pelo caminho - crônicas sobre mobilidade urbana (volume 5)

30

Upload: instituto-jca

Post on 12-Mar-2016

213 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Os textos que compõem este trabalho foram escritos pelos alunos do programa Oficina do Ensino (ano de 2013), desenvolvido pelo Instituto JCA e são resultado da observação dos jovens sobre a experiência de deslocar-se no seu território.

TRANSCRIPT

Page 1: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)
Page 2: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)
Page 3: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)
Page 4: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Agradecimento

Os textos que compõe este trabalho foram escritos pelos alunos

do programa Oficina do Ensino (ano de 2013), desenvolvido pelo

Instituto JCA e são resultado da observação dos jovens sobre a

experiência de deslocar-se no seu território.

A proposta pedagógica consiste no desenvolvimento do olhar

crítico para as situações e personagens curiosos que permeiam os

nossos percursos diários. A escolha pela crônica como narrativa se

deu pela variedade de temáticas que o gênero engloba,

permitindo aos autores uma ampla possibilidade criativa.

Os trabalhos, em sua maioria, dialogam com o cotidiano, o

rotineiro, e traduzem uma realidade onde chegadas e partidas

ficam em segundo plano. O que importa são os meios, o trajeto, o

que está pelo caminho.

Page 5: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Lugar de Todos pág. 07Nathália Martins

Amizade de ônibus pág. 09Nathália Oliveira

Imobilidade Urbana pág. 11Pablo Henrique

Mobilidade pág. 13Pamela Karollyne

Mobilidade Urbana pág. 15Patrick Nascimento

A arte de andar de ônibus pág. 17Priscilla Bruna

Mobilidade Sustentável: Nossa esperança pág. 19Raphael Alcantara

Eu só ando de mercedes pág. 21Rodolpho Rezende

Mobilidade Urbana pág. 23Rodrigo Silva

Não foi acidente pág. 25Romero Pinheiro

Rio do Caos pág. 27Willyam Barroto

Page 6: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)
Page 7: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Lugar de todos!

Nathália Martins

Começa mais um dia. Meio lento, mas logo, logo sabemos

que não ficará assim. Quando nós, meros mortais, saímos

em busca do pão de cada dia, damos início a uma corrida

com obstáculos. Ao acordarmos enfrentamos o mais

complicado de todos: levantar da cama! Como é difícil sair

daquela maravilha! Nosso âmbito de prazer e descanso.

Prosseguimos com a corrida. Agora atrás do nosso “amigo”

busão.

Nossos meios de transportes são uma parte da rotina que

fazemos. São os complementos de nossas casas, pois, na

maioria das vezes, passamos mais tempo fora dela,

espremidos no coletivo.

Os passageiros procuram aproveitar esse tempo. Seja

dormindo, lendo, comendo, paquerando, ouvindo música ou

conversando. Há sempre uma forma de passar o tempo na

viagem.

Por isso digo que nosso “busão” também é cultura! Afinal, é

ali que todos se encontram e trocam suas histórias. Temos

as peças principais de uma história de aventura: os

motoristas e cobradores. E os coadjuvantes, digamos,

Page 8: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

assim, que são os velhinhos (que teimam em sair nos

horários movimentados), os estudantes, os ambulantes

(que em várias vezes são parte integrantes da viagem que

trazem as deliciosas balas de hortelã e amendoim

torradinho) e nossos gentis e nada discretos apreciadores

de música (que são aqueles que normalmente dão fundo

musical ao trajeto). Se você ainda não andou de busu com

eles, aguarde. Pois, terá seu “sonho” realizado.

Page 9: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Amizade de ônibus

Nathália Oliveira

Em um dia qualquer, recordo-me que estava indo encontrar-

me com minha mãe em certo lugar, que não me lembro

bem aonde era.

No caminho, deparo-me com aquele engarrafamento que

parecia cena de cinema de fim de mundo. Era um

congestionamento sem fim, não se via onde terminava.

Então, um rapaz viu minha angústia e puxou assunto

comigo. Na hora esquivei-me da pergunta e pensei: “Olha

só, nem olhei pra ele e ele já está com essa graça toda pra

cima de mim!” Mas, ele voltou a falar. Perguntou se eu

estava com muita pressa e eu respondi que sim. Depois

desse início, começamos a conversar. Parecíamos velhos

amigos que não se viam há tempos! Quando dei por mim, o

ônibus havia chegado e fomos pelo mesmo caminho.

Conclusão: Tornamo-nos amigos e, até hoje o somos! E

tudo isso começou com uma simples conversa no ônibus.

Page 10: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)
Page 11: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Imobilidade Urbana

Pablo Henrique

O que entendo por mobilidade urbana é a capacidade de

veículos e de pedestres poderem transitar livremente em

vias (sejam elas estradas, ruas, calçadas, etc), logicamente

excluindo o sinistro, pois podem ocorrer de diversas formas.

Bom, se o que entendo estiver certo, vivemos uma

realidade oposta a isso. Se eu fosse apontar os defeitos e as

soluções para tal, isso não seria uma crônica, mas um livro.

Em minha opinião, o fator primário está na falta de

investimentos por parte do governo para a melhoria,

criação, ampliação e duplicação de vias, não só urbanas

como as rurais. Não é simplesmente entregar para as

concessionárias (que cobram tarifas absurdas). Só o fato de

realizar essa “manobra” já deixa bem claro que o governo

não tem capacidade e não quer ter nenhuma obrigação

direta com as vias.

Outro ponto é a ausência de estratégias para a locomoção

dos pedestres em geral e para a circulação dos portadores

de necessidades especiais, pois temos calçadas mal

pavimentadas, sem rampa de acesso, com veículos de todas

as formas estacionados indevidamente, fazendo assim com

que muitos arrisquem as suas vidas em travessias

perigosas. A fiscalização é precária.

Page 12: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Os problemas mais pontuais estão ligados ao transporte

público, que hoje em dia não atende à demanda, pois está

defasado, precário, precisando urgentemente de aumento

de frota, pessoal qualificado e alternativas de transportes.

Medidas precisam ser discutidas e colocadas em prática.

Não podemos nos esquecer dos motivos que levam ao

inchaço das vias: a quantidade de veículos que, na minha

opinião, está ligada à precariedade dos modais, pois quem

tem carro descarta o uso desses meios promovendo o nó no

trânsito.

Page 13: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Mobilidade

Pamela Karollyne

Mobilidade urbana é tudo que não temos em São Gonçalo

ou nas grandes metrópoles do Brasil. Vivemos sem

condições necessárias para o deslocamento de pessoas. Não

conseguimos nos locomover com facilidade e conforto de

casa para o curso, do curso para o trabalho ou do trabalho

para o lazer. Independentemente do tipo de veículo

utilizado, deveríamos ter o direito de chegar no horário, nos

lugares que temos vontade ou necessidade de ir ou estar.

Quem não gostaria de pegar um ônibus com a garantia de

que chegará ao local e no horário desejado? Eu não tenho

essa garantia. Preciso sair bem mais cedo de casa para não

pegar o ônibus lotado. Então, a mobilidade tem hora? Só se

pode marcar um compromisso no horário em que o trânsito

estiver bom, por exemplo. Sabemos que não é isso que

acontece.

Mais absurdo que isso é você entrar em uma van cheia, ir

no colo, e pagar o mesmo preço que as pessoas que estão

sentadas no conforto. Isso acontecia quando eu tinha uns

12 anos de idade e vejo isso acontecer até hoje.

Mobilidade urbana é você ter a escolha de deixar seu carro

na garagem e ir trabalhar a pé, ou pedalando ou utilizar o

Page 14: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

transporte público de qualidade. É ser deficiente físico ou

visual e ter acessibilidade nas calçadas ou ciclovias. Isso é

ter qualidade de vida, principalmente para nós

trabalhadores que necessitamos do transporte público para

nos locomover.

Page 15: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Mobilidade urbana

Patrick Nascimento

Está cada vez mais difícil as pessoas se deslocarem nos

centros urbanos. Executar tarefas cotidianas mais parece

castigos impostos. Para muitos estudantes, chegar até a

escola é muito sacrificante, o que diminui no seu

rendimento nas atividades escolares.

Creio que todos já tiveram a experiência de ficar “plantado”

em um ponto de ônibus e, quase sempre, tolerar atrasos

por parte dos coletivos. E você, antes de entrar, veem

aquela “lata de sardinha”, sem espaço nem para respirar?

Quando o motorista para pra entrar mais alguém, as

pessoas de dentro do ônibus logo já pensam: “Lá vem mais

um!” Quando você entra no ônibus, encontra um motorista

muito simpático (nem sempre isso acontece...),

cumprimentando a todos e ainda tendo que dirigir e dar o

troco ao mesmo tempo!

Quando chega ao seu destino, você já está enfurecido e não

quer assunto com mais ninguém! No trabalho, seu chefe

vem em sua direção e mais uma vez reclama do seu atraso.

A vontade é mandar o chefe se explodir! Mas, como um

bom cidadão, você para e pensa que o melhor a se fazer é

desculpar-se, ter jogo de cintura e começar sua rotina no

Page 16: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

trabalho. Depois disso tudo, você se faz a pergunta: Como

será a volta pra casa?

Page 17: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

A arte de andar de ônibus

Priscila Bruna

O transporte público no Brasil é algo essencial para a

maioria da população que vive verdadeiras aventuras ao

usufruir deste meio. Em um ônibus, pode acontecer de

quase tudo.

Um ônibus é um carro grande com um motorista. Tem

aquele mais lento, e parece que vive na vibe do “paz e

amor”. Há também aquele outro que curte a adrenalina e

não está nem aí, manda o passageiro pular dentro do

ônibus! Para este, o passageiro precisa desenvolver até

algumas técnicas para se equilibrar. O motorista “paz e

amor” não se liga se o amigão do carro pequeno ao lado,

está há meia hora buzinando e xingando para ele “acelerar

o passo”. Manda os passageiros subirem sem se importar se

não cabe mais ninguém no ônibus, pois acha que este é

igual a coração de mãe: sempre cabe mais um.

Não existe maior interação social do que andar de coletivo,

pois o próprio nome já diz tudo. Todos estão no aperto

juntos. Nele há desde o educado até o totalmente mal

educado; do grosso até o que cede a cadeira para o idoso.

Além desses, tem as “figuras”, como os “Djs”, que possuem

fortes sintomas de egocentrismo e acham que o seu gosto

Page 18: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

musical é universal, pois simplesmente colocam o som nas

alturas, obrigando a todos a compartilharem de sua música,

esquecendo que fones de ouvido estão aí para serem

utilizados.

A variedade de frequentadores dos coletivos é grande. Isso

mesmo. Quem aí já tirou aquela soneca gostosa e

esqueceu-se da vida por alguns minutos (que, às vezes, são

segundos!)? Não é novidade! Os engarrafamentos, apesar

de muitos odiarem, para os “sonecas de coletivos” têm uma

ótima função! E ainda tem aquele que dorme do momento

em que senta na cadeira até a hora de saltar. E ainda

acorda na hora certa! Dom para poucos, não?

Na verdade, andar de ônibus é uma arte. É a arte de sentir

todas as emoções e situações possíveis. O coletivo é uma

aventura diária, pois nos proporciona um tour pela cidade, a

oportunidade de conversar com aquela pessoa que,

possivelmente (ou não) você vai ver. É o momento da

leitura, de pensar ou de tirar aquela sonequinha. Enfim,

andar de ônibus é uma arte, e nesse sentido, todos nós

brasileiros somos os artistas!

Page 19: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Mobilidade sustentável: Nossa esperança

Raphael Alcantara

A mobilidade urbana é o grande desafio das cidades nos

dias atuais. Infelizmente os meios de transporte têm

deixado a desejar, haja vista que não oferecem sequer um

conforto ou sustentabilidade. É triste ver a sociedade ser

prejudicada por esses monstros que só pensam em

dinheiro!

As manifestações que estão ocorrendo nesses últimos

meses estão sendo de grande valia, pois a sociedade

começou a protestar por melhorias no transporte coletivo.

Por muito tempo assistimos a tudo sentados, impotentes,

sem poder fazer nada! Contudo, foi notório o impacto que

essa atitude causou, fazendo com que uma nação se

levantasse não se acomodando mais com o que nos foi

imposto esse tempo todo.

Mas são com as simples e singelas palavras desta crônica

que vos digo meu caro leitor, que se nós não tivéssemos

acordado, só nos restaria serem escravos de um sistema,

aumentando ainda mais o fardo sobre nós.

Contudo, vejo agora que, ao ouvirem a nossa reclamação,

notarem que o sentimento que por muito tempo adormecia,

Page 20: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

acordou e eles receberam uma resposta à altura!

Page 21: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Eu só ando de Mercedes

Rodolpho Rezende

Mais uma vez o despertador tocou para anunciar a hora de

levantar. O dia como sempre, está preparado para mim.

Assim, nessa rotina, saio da minha casa e fico no ponto

esperando a minha Mercedes de 46 lugares. Quando o

ônibus chega é hora de “ir à luta”. Ao entrar na condução

perco-me em um caminho de sonhos, e, literalmente:

viajo... É um momento precioso para reflexões e para

tomadas de decisões, pois posso ter um tempo de

introspecção. O ônibus é o meu palco de pensamentos, de

mobilidade urbana e social.

Sentado na humilde poltrona, lá no fundo, “na cozinha”,

posso refletir na vida e faço uma comparação com a minha

viagem que tem subidas, descidas e curvas.

Muitas das vezes estamos por cima como em um viaduto e

olhamos as pessoas de cima para baixo, e em outras

ocasiões estamos por baixo, olhando as pessoas lá no topo.

Em outros momentos, traçamos um objetivo e um lugar que

vamos estacionar mas por falta de atenção ou interesse,

perdemos o ponto.

Retornar ao caminho de volta muitas das vezes é difícil.

Page 22: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Qual é o carro que vai te levar e qual é a estrada que você

pegará? Escolhas e decisões. É notório que o caminho que

traçamos não depende do veículo que vai nos conduzir, mas

sim da força de vontade de atingir o objetivo nessa viagem

sem fim na nossa Mercedes de cada dia.

Page 23: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Mobilidade Urbana

Rodrigo Silva

Pego um ônibus num lugar chamado Amendoeira, que vai

para Niterói. O coletivo só tem pessoas engraçadas com

aparência semelhante aos de filmes de terror. Sinto muita

vontade de rir mas me calo para não arrumar confusão.

O telefone toca e uma menina chamada Natália atende e

fala:

- Alô. O quê? Minha mãe ficou doente? Está no hospital?

Até o sono mais profundo se acordou. Neste instante as

pessoas, que até então se faziam indiferentes, notam a

presença uma das outras. Mas nada que dure mais do que

30 segundos.

A indiferença retorna seu lugar no coletivo. A cada ponto,

as pessoas entram no ônibus com caras nervosas e sem dar

nenhum bom dia. O trocador, coitado só leva bronca. O

motorista, sempre mal humorado. Penso na causa de

tamanha insatisfação. Dinheiro? Amor? Saúde? Será que

inicio uma conversa amigável? Melhor não. Lembrei-me que

só devo falar ao motorista somente o necessário. E o

necessário em todas as viagens de ônibus, é chegar ao

destino pretendido.

Page 24: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)
Page 25: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Não foi acidente

Romero Pinheiro

Um certo sábado como todos os outros, saímos para o

nosso passeio semanal de bicicleta. Sempre procurávamos

por lugares diferentes, para desbravar aqueles destinos que

não tínhamos antes descoberto.

Nessas idas e vindas, pude perceber que os maiores

problemas partem do desrespeito mútuo dos motoristas e

dos ciclistas, pois a lei de trânsito não é cumprida. A

distância mínima que um automóvel deve estar do ciclista é

de um metro e meio. Entretanto, as estatísticas comprovam

essa triste realidade com as vítimas que se tornam mais uns

números.

Outro ponto é a falta de ciclovias na cidade de Niterói,

principalmente na movimentada Alameda São Boaventura,

no Fonseca. É um absurdo a forma com que os governantes

tratam esse assunto. Eles deixam de lado essa alternativa

de transporte que poderia “desafogar” o nosso trânsito.

Normalmente no mês de setembro temos a campanha “Um

dia sem carro”. Participei de muitas delas. Fico imaginando

se todos os que usam seus carros os trocassem por

bicicletas, ou pelo menos a maioria. Teríamos até melhorias

Page 26: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

na poluição do ar, na poluição sonora, além de melhorar a

condição física e mental das pessoas que viveriam com

qualidade de vida e curtiriam um percurso de outro ponto

de vista.

Voltando para a lei, houve um caso em São Paulo

atualmente, que assustou o país. Um estudante de

psicologia dirigindo em alta velocidade, acabou atropelando

um ciclista. Com a gravidade do acidente o braço da vítima

foi arrancado e, não satisfeito, o condutor jogou o braço

daquele rapaz fora.

Como foi noticiado, aquele rapaz, a vítima, queria chegar

em casa depois de um dia cansativo de trabalho. Nesse dia,

sua mãe não sentiu o seu cheiro e não pôde abraçá-lo.

Certamente aquela família entrou em desespero, ficou aflita.

As horas passaram e nada daquele filho chegar. Cada

minuto sem notícia era uma eternidade, pois ele chegava

sempre no mesmo horário. Onde está a punição? Paga-se

uma fiança e pronto? Que lei é essa? Até quando ficará uma

mãe sem beijar o seu filho?

Page 27: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Rio do caos

Willyam Barroto

Mover-se dentro do estado do Rio de Janeiro, no século XXI,

é um verdadeiro caos. Todos os dias milhões de pessoas

precisam ir para o trabalho, para a escola e para outros

tantos lugares. Parece um mar tentando escoar por um

simples cano ou seja está cada vez mais difícil. Entretanto,

para isso acontecer é necessário muito tempo... Uma

eternidade para ser mais exato.

Pessoas fazem o máximo de esforço. Umas procuram

caminhos alternativos e outras resolvem sair cada vez mais

cedo do seu lugar de partida e assim acabam fazendo um

expediente extra na jornada diária: casa X trabalho e

trabalho X casa... É um absurdo.

Existe um problema estrutural nas cidades e sempre

recebemos promessas de melhorias, porém não vemos

mudanças. Não existe uma organização efetiva das

responsabilidades por parte das entidades de poder do

nosso ilustríssimo país.

Dessa forma, saímos todos os dias de casa sabendo que

mais uma vez teremos dor de cabeça na Avenida Brasil, por

exemplo. Ela fica tão pequena quanto o cérebro dos homens

Page 28: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

que governam este país. Assim, tudo é uma grande falta de

respeito com a população, com todos os que pagam os seus

impostos e não veem nenhum tipo de retorno.

Em comparação a outros países, podemos afirmar que

vivemos na era da pedra com transportes públicos cada vez

mais decadentes, porém com uma das tarifas mais altas do

mundo. Temos também avenidas destruídas, sem boa

pavimentação e outras sem condição alguma de uso, como

constatamos em várias reportagens nos jornais e nas

nossas viagens diárias.

Resumindo: vivemos em uma grande carência que coloca

em risco diariamente a vida dos condutores, dos pedestres

e dos usuários. Para nós, pequenos cidadãos, são erguidas

as seguintes questões: Quem são os responsáveis? O que

devemos fazer e qual postura devemos assumir para fazer

valer o nosso direito? A resposta é evidente: informação e

ação...

Page 29: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)

Diagramação e Formatação

facebook.com/agenciapapagoiaba

Page 30: Pelo Caminho - Crônicas Sobre Mobilidade Urbana (Volume 5)