projeto crônicas

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Silêncio -Por favor, você pode fazer silêncio?Estamos em uma biblioteca! -Mas eu estou quieto! -Não você está fazendo um barulho tremendo com a sua cadeira. -Moço está quieto no meu canto, ou melhor, no meu lugar. Se estou perturbando o senhor, desculpe-me. Alguns minutos depois, o mesmo barulho voltou. -Caramba, por favor, peço-lhe novamente para fazer silêncio. -Já lhe disse que estou quieto. -Não, o senhor continua a fazer esse barulho irritante. -Pela última vez, meu senhor, não sou eu que estou fazendo esse barulho. O silêncio permaneceu por outros curtos minutos, e o homem perdeu de vez a paciência. -O infeliz cansou desse seu barulho irritante, já te falei mil vezes que está me incomodando, e o senhor não para. Quando o homem virou-se para trás viu que o rapaz havia saído e deixara um bilhete: “Caro Senhor, Descobri de onde vem esse barulho que tanto o incomoda. Ele vem de sua brilhante caneta com que estava anotando algumas coisas e depois parava por algum tempo. “Obrigado pela atenção, Arnaldo” O irritado cabra estava vermelho, dessa vez não de raiva, e sim, de vergonha por não ter culpado o coitado do Arnaldo. Ana Luiza Farinha

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Os alunos do 8° ano do Colégio São Luis realizaram esse projeto com a intenção de juntar um texto com uma imagem e também de ser trabalhado o gênero crônica com esses ano.

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Page 1: Projeto Crônicas

Silêncio

-Por favor, você pode fazer silêncio?Estamos em uma biblioteca!

-Mas eu estou quieto!

-Não você está fazendo um barulho tremendo com a sua cadeira.

-Moço está quieto no meu canto, ou melhor, no meu lugar. Se estou perturbando o senhor, desculpe-me.

Alguns minutos depois, o mesmo barulho voltou.

-Caramba, por favor, peço-lhe novamente para fazer silêncio.

-Já lhe disse que estou quieto.

-Não, o senhor continua a fazer esse barulho irritante.

-Pela última vez, meu senhor, não sou eu que estou fazendo esse barulho.

O silêncio permaneceu por outros curtos minutos, e o homem perdeu de vez a paciência.

-O infeliz cansou desse seu barulho irritante, já te falei mil vezes que está me incomodando, e o senhor não para.

Quando o homem virou-se para trás viu que o rapaz havia saído e deixara um bilhete:

“Caro Senhor,

Descobri de onde vem esse barulho que tanto o incomoda. Ele vem de sua brilhante caneta com que estava anotando algumas coisas e depois parava por algum tempo.

“Obrigado pela atenção, Arnaldo”

O irritado cabra estava vermelho, dessa vez não de raiva, e sim, de vergonha por não ter culpado o coitado do Arnaldo.

Ana Luiza Farinha

Page 2: Projeto Crônicas

O incômodo

Logo da manhã, por volta das 4h45, pus a guia em Cacau e fui

passear. No começo do caminho, já a encontro, a amarga velhinha,

amarga, pois de todos os vizinhos, ela é a mais grossa, ela estava

acompanhada de seu cachorrinho poodle, como sempre, jamais os vi

separados, parecem ser casados. Enfim quando, nos encontramos, ela

começou:

- Maravilha, você voltou! Vai embora com esse cachorro

pulguento...

Às vezes dá vontade de responder, mas não dá, porque tenho de

segurar a Cacau que esta louca para atacá-la, não por agressão, mas, sim,

porque uma vez essa senhora a chutou e quase me bateu. Com as mãos

doendo, e impaciente eu peço:

-Por favor, moça, pegue seu cachorro, e desvie, não tenho tanta

força, minha cadela vai escapar!

-Mas nem pensar! – interrompe grosseiramente – eu não atendo

gente mal educada, e se você não adestrou essa coisa, problema seu!

Ignorando-a tento puxar a Cacau, e quando consigo, continua

meu caminho, pensando: “O que será que ela tem?”. A resposta ,

ninguém sabe, diz que ela é doente, mas não se justifica

Beatriz Araújo Ferreira Nogueira

Page 3: Projeto Crônicas

Só o espírito joga!

Tocou o sino< e a aula de ciências acabou. Aquela era à hora mais agitada

que a turma tinha, porque, logo após o recreio, seria aula de Educação

Física. Era uma pena eu não poder participar da aula. Estava com um

pouco de gripe, por isso, fiquei sentada, observando e torcendo pelas

minhas amigas.

A turma esperava ansiosa a aula. Quando tocou o sino do fim do recreio,

uma multidão enlouquecida sentou nas arquibancadas verdes dos Pilotis.

De um lado, meninas e meninos, que adoram esportes, mostram-se “os

bons”, enquanto do outro lado, meninos e meninas que odeiam esportes,

mostram-se amedrontados e assustados.

Ao longe, subindo as escadas, a professora chegou com sua sacola, mais

parecida com um saco sem fim, cheia de bolas de todos os tipos. Com um

sorriso carismático, ela diz sempre:

- Vamos, galerinha?

As meninas e os meninos se separaram os meninos com o professor e as

meninas com a professora. Essa é à hora de perceber que as meninas

atordoadas, quase choram. Ficam mais chorosas quando diz a professora:

- Hoje, vamos ter vôlei!

As meninas que sabem muito bem jogar vôlei já levantaram a mão para

escolher os times. A primeira escolheu uma das melhores amigas (que,

também, sabem muito bem jogar), a outra fez a mesma coisa. Isso foi se

repetindo até chegarem às piores. Quase podíamos ver as lágrimas

descendo de seus rostos trêmulos. O tom de desgosto da escolhedora é

de fazer muitas chorarem.

- Ar! Eu fico com. Ela!

Nas suas posições, as meninas já

começaram a gritar de animação e

as outras de desespero. Uma das

melhores jogadoras do time da

esquerda começou sacando (como

sempre). O time da direita rebateu.

A jogadora do meio, do time

direito, fez um lindo toque para a

levantadora, que, acidentalmente,

errou o passe e passou para a pior

jogadora, que, apesar do medo,

estava concentrada. Foi um

momento... Como posso dizer? Um

momento câmera lenta, onde a

pior jogadora cortou a bola contra

o outro time, com tanta força, que

quase faz um buraco no chão.

E a professora apitou, gritando:

- Ponto!

As melhores jogadoras ficaram com o queixo no chão, mas gritaram de

alegria, pedindo desculpas à pior jogadora, que acabou de fazer um

Page 4: Projeto Crônicas

ponto, por terem sido grossas. Ela, com um sorriso vencedor, perdoaram

todas elas.

Baixinho, a professora disse no meu ouvido:

- As piores podem não serem boas, mas têm um espírito de campeã, que

faz todo o time sair vencendo!

Olhei para a quadra e juro que pude ver muito bem a marca da bola na

quadra do time adversário.

Bruna Lozano.

Page 5: Projeto Crônicas

Manias de “Aborreceste”

Lá estava eu me arrumando para uma festa , quando minha mãe,

apressada, disse:

- Filha, anda logo. Já está na hora! – falava enquanto ia em direção ao

meu quarto.

- Já vai, mãe, tô ocupada! – falei aos berros.

Minha mãe, chegando ao quarto, levou um susto quando me viu de

calcinha e sutiã tirando roupas e roupas do armário.

- Mas o que é isso, eu pensei que já estava pronta! E que bagunça é essa,

meu Deus?

- Eu não tenho roupa para ir à festa! Não sei mais se vou! – disse eu quase

chorando.

- Como assim, não tem roupa? Olha esse vestido, fica bem em você. – ela

tentava me ajudar.

- Esse me deixa gorda demais!

- E esse?

- Magra demais!

- E aquele?

- Não combina com nada!

- E esse?

- Mãe! Eu já disse que não tenho

roupa pra ir à festa!

- Que tal esse?- perguntou ela com

esperança

- Não. É muito colorido.

Minha mãe, já no seu ponto máximo

de nervosismo, falou:

- O problema não está nas roupas, e

sim em você, minha filha.

- Quer saber, mãe, me passa o

vestido roxo, com preto e bolinhas brancas, aquele com o broche. Vou

com ele.

- Mas esse é aquele que você disse que a deixava gorda!

- Mas é o único que combina com o sapato preto que a vovó me deu. E eu

o adoro! Agora, se você me der licença, vou me trocar.

Já perdendo a paciência, mamãe saiu do quarto dizendo:

- “Aborrecestes” e suas manias. Ai, ai, ai...

Carina Meirelles Queiroz

Page 6: Projeto Crônicas

TV e almoço... E mãe

Chegando a casa, depois da escola, vejo meu irmão menor sentado no

sofá assistindo à TV. Os meus outros irmãos, depois de vê-lo, sentam-se

no sofá.

- O almoço está na mesa! – chama minha mãe.

Quando me sento à mesa, não vejo ninguém além dela.

-O almoço vai esfriar!

-Perde, já vai! Espera só o episódio acabar!

-Se vocês quiserem tudo bem, mas o azar vai ser de vocês que vão comer

a comida fria.

-Já tá acabando... Viu mãe, já acabou.

-então venham almoçar!

- O episódio que vai passar agora é super legal, espera um pouco.

- Vocês disseram que quando esse acabasse vocês viriam!

- Mas esse e um programa que passa dois episódios.

-Vocês disseram que quando terminasse o episódio iriam vir – disse ela,

dando ênfase à palavra “episódio”.

- Eu quis dizer programa – retruca meu irmão.

- Se vocês não vierem logo, eu vou aí e desligo-me mesma!

- Mas e o Rubem?!

- Ele é pequeno e já almoçou! – esclarece.

- Espera.

- Vocês vão ficar sem almoço e de castigo se eu tiver que levantar daqui! –

diz minha mãe já ficando brava.

- Mas esse é legal...

- Não me interessa!

- Já tá acabando...

- Não importa!

- Calma...

- Calma nada! Venham por bem

ou será por mal!

- se eu fosse vocês eu viria por

bem – avisei.

Depois que eu falei minha

opinião, continuou sentado fixado

na imagem que aparecia na tela

da TV.

Page 7: Projeto Crônicas

- Já chega! Vocês que pediram, agora estão uma semana sem eletrônicos!

E sem almoço, e não adianta pedir comida fora de hora!

Então minha mãe levanta e desliga a TV.

- Agora... Vão fazer a lição de casa... Rápido!

Celina Piloto Rodrigues Alves

Page 8: Projeto Crônicas

Uniforme

Na quarta feira passada, minha turma e eu estávamos indo para a

aula de educação física. Fomos jogar vôlei, quando, no meio do jogo,

comecei a ficar com calor, então tirei meu casaco e o coloquei de baixo de

minha lancheira. Voltei ao jogo.

Quando a aula de educação física acabou, fui pegar minhas coisas,

mas só achei a minha lancheira, meu casaco tinha sumido, literalmente.

Procurei-o e não o achei. Fiquei desesperada e logo pensei “minha mãe

vai brigar comigo”.

Voltei para sala, tristemente, pensando: ’’ quem será que

pegou meu casaco? ‘’ ou ‘’será que alguém pegou sem querer ou foi de

propósito?’’. Cheguei a casa logo contando para mamãe. E como previsto

ela me deu uma bronca.

No dia seguinte, foi ao ‘’achados e perdidos’’ dos pilotis, depois

foi ver com o Leo que dá bola para nós jogarmos, fui ao Marcio daqui do

segundo andar, além de comunicar a Cristina. E nada. Já perguntei a

quase todos da minha sala. Ninguém pegou.

Minha sorte é que tenho outro casaco, mas, mesmo assim, prefiro

aquele, pois é mais quentinho, e estamos entrando no inverno.

Ainda tenho esperança de encontrá-lo, vou procurar até achá-lo.

Mas estou chocada, pois o casaco não andando...

Será que até num colégio como esse, há pessoas que não

respeitam o bem alheio? Nunca perdi nada do colégio, essa foi a primeira

e espero que seja a última.

Clara Maria Portela Lindou

Page 9: Projeto Crônicas

Partido

Um dia eu estava almoçando no shopping com um amigo meu.

Estávamos comendo tranquilamente quando uma conversa entre dois

homens chamou nossa atenção. Falavam de política.

-Esse seu partido não presta!-disse um deles- É tudo manipulação da

imprensa! Diz-me uma coisa q. - O homem foi interrompido.

-E você? Diz-me uma coisa que o seu partido tem que o meu não tem?

Heim?

O outro ficou em silêncio por alguns segundos, como se não soubesse

o que falar. O outro estava com um sorriso triunfal estampado no rosto.

-O candidato do meu partido também não presta! Ele respondeu

finalmente, e o sorriso triunfal do outro homem deu lugar a uma

expressão confusa. Por que ele diria uma coisa dessas? Isso não fazia

sentido para ele.

Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos, até que um deles

perguntou:

-Então por que vota nele?

-Meu amigo, na política brasileira ninguém presta! Mas eu acho...

Ele... Ele é um “mal melhor”. E... Eu tenho que votar em alguém, certo?

Nenhum dos homens disse mais nada.

Eberval Gadelha Figueiredo Jr.

Page 10: Projeto Crônicas

Irmãos mais velhos

Sabe naqueles dias em que você vai tomar um banho e, para

dar uma relaxada, quer mexer no computador?Então, eu estava

nesses dias, mas quando eu fui mexer no computador, vi meu irmão

mais velho estava lá, perguntei:

- Júlio – esse é o nome do meu irmão – pode mexer no

computador?

Então ele a olhou com uma cara que já dizia a resposta e

respondeu:

-Não!

-Por favor!

-Não, estou mexendo

Depois de implorar mais um pouco, desisti. Resolvi em ir para

sala e ver o que estava passando na TV. Quando cheguei à sala e

liguei a TV, vi que estava passando um seriado que eu adorava,

então chegou o Júlio querendo jogar vídeo game e me expulsou da

sala. Eu comecei a falar:

-eii!Eu estou vendo meu seriado

-mas eu quero jogar

-tá bom, mas eu vou

mexer no computador

-não vai não

-por que, agora não se

pode fazer mais nada?

-é que eu estou

fazendo um download- ele

respondeu calmamente

-que download?

-Não te interessa

- é aquele jogo que eu

pedi para fazer o download há mais de um mês?

-não te interessa – nem estava mais prestando atenção em

mim e sim no jogo

-assim, a única coisa que tinha a fazer era ficar olhando-o

jogar, o que era u tédio. Umas duas horas depois, ele foi mexer no

computador e me chamou:

-o cabeção- ele adora-me dramar assim- vem aqui!

Page 11: Projeto Crônicas

Então eu saí da sala e fui lá para o quarto dele, onde ficava o

computador, e disse:

-o que foi?

-pronto, pode jogar o jogo

-qual jogo

-o que você tanto pediu para fazer o download

-serio!?Nossa, valeu!

-de nada

Às vezes os irmãos mais velhos nem são tão chatos e valeu à

pena esperar às duas horas

Enrico Brancato Domeingues de Moraes

Page 12: Projeto Crônicas

A Longa e Cansativa Jornada

Meu irmão faz faculdade em Ribeirão Preto, ele vem nos visitar

quase todos os fins de semana. Vem com a mala cheia de roupa suja e a

coitada da nossa mãe quase não tem tempo para falar com ele de tanta

roupa que ela tem que lavar.

Uma vez, porém, a cansativa rotina que um fim de semana pode

ter, acabou fazendo com que ele esquecesse o motivo de sua viagem

naquele dia. Meu irmão tinha vindo nos visitar,pois tinha havia

completado dezoito anos e tinha que se alistar no exército,o que é um

absurdo em um país democrático.Despedimo-nos tristemente dele,no

domingo,e fomos continuar a fazer nossas coisas.

Na segunda-feira, eu liguei, para o meu irmão e disse:

-E aí, Iago, está comendo um picadinho?

E ele respondeu com um tom cansado:

-Não, estou no ônibus voltando para São Paulo.

Eu, surpreso, perguntei-lhe o motivo, e ele respondeu que havia

esquecido-se de se alistar. Meus pais já sabiam disso, mas não haviam me

contado. Por um lado,fiquei feliz,pois gosto muito do meu irmão e é

sempre bom vê-lo,mas ao mesmo tempo senti pena dele,pois era uma

viagem longa e cansativa.Não era muito bom perder uma aula quando se

tem que fazer muitas das monstruosas contas de cálculo.Ele acabou

perdendo a aula,mas eu acho que o pior foi a viagem

longa,desconfortável e cansativa.

Eu não entendo por que, em plena democracia, temos de ser

obrigados a nos alistar. Não estamos em guerra, e isso não é uma

ditadura, não podemos ser obrigados. Por que não olham o futuro do país

e deixam os jovens estudarem para que girem a economia do país no

futuro?Em minha opinião isso é totalmente retrógrado.

Enzo Calmon Angeli

Page 13: Projeto Crônicas

A Teimosia

Um garoto chegou a sua casa, correu para os pais e pediu:

- Pai, você pode comprar um apartamento novo?

O pai perguntou surpreso:

- Por que você quer um novo apartamento? Acabamos de nos mudar.

O filho respondeu:

- Mas, é que aqui é chato. Só tem criança velha, só velharia, e os outros

moradores não me deixam brincar.

A mãe comentou:

- Não da e ponto, vá ao seu quarto e jogue seu videogame.

O menino saiu do quarto dos pais triste e foi correndo ao seu quarto, para

terminar seus deveres. Abalado com a resposta da mãe, decidiu tirar

satisfação com seu pai, pois sua mãe era impaciente. Então chegou ao

quarto e falou:

- Com licença, mãe, a conversa é particular.

Ela, surpresa, saiu do quarto e foi ao banheiro. O garoto esperou-a sair e

disse ao pai:

- Mas por que você não pode comprar, é só pegar o dinheiro no banco,

ver um bom apartamento e comprar.

O pai explicou calmamente.

- Primeiro acabamos de nos

mudar, segundo, to sem

dinheiro, e terceiro pelo menos

temos onde morar e temos

comida, temos trabalho. E por

isso pare de reclamar.

O menino inconformado falou:

- Mas isso é o de menos, eu

quero mudar!

A mãe voltou do banheiro e

disse:

- Vem aqui comigo, por favor.

Eles desceram, foram para rua, e a mãe procurava uma pessoa, ao

encontrar, o garoto vê que era um mendigo. A mulher falou:

- Como você pode ver, ele não tem casa onde morar, não tem colchão

para dormir, tem pouca roupa, e para comer, precisa pedir comida para

as pessoas. Então, pare de reclamar do seu apartamento e comece a

agradecer.

Ao votarem, a criança disse aos pais:

Page 14: Projeto Crônicas

- Me perdoem, não percebi. Da próxima vez vou pensar nas coisas antes

de fazê-las.

Os pais disseram:

- Tudo bem, vá ao seu quarto brincar, mas antes termine seu dever de

casa.

E ele foi terminar se dever.

Enzo Prado Alves

Page 15: Projeto Crônicas

Óbvio

Eu estava pensando o que faria na prova do dia seguinte, todos teríamos

que escrever uma crônica e, como estava deitado na minha cama, fiquei

com mais sono ainda. Lembrava-me da escola das infinitas brigas, das

matérias, mas estava tão preocupado com a prova do sábado, que não

conseguia pensar direito, logo dormi.

De repente chegou a minha mãe com duas xícaras de chá, uma em cada

mão e me acordou, para tomá-lo, já que estava gripado e com frio. Em um

bebo todo o chá e saio correndo para ver o horário, preocupado que não

tinha pensado no que escreveria na crônica.

-Ainda bem!Ainda são dez horas!

Minha mãe levou as xícaras para a cozinha, rindo porque pensou que eu

fui me arrumar, para ir àquela escola infeliz.

Voltei para a cama e continuei pensando que crônica fazer, que a chata

da professora de português aceitaria. Lembrei os passeios que fiz com

meus pais no fim de semana e da festa de aniversário do meu colega de

classe, mas não encontrava nenhum fato do cotidiano que as pessoas

refletissem sobre a vida ou comportamentos humanos. Mas logo percebi

que fazer uma crônica, sobre mim, tentando descobrir como fazer uma

crônica, faria as pessoas refletirem sobre com ás vezes à resposta está tão

perto de nós, que não a achamos, então, no dia seguinte, escrevi uma

bela crônica. A professora adorou.

Felipe Lorigados Soriano

Garcia.

Page 16: Projeto Crônicas

Tensão

Eu e meu pai estávamos no trânsito intenso da Paulista, véspera

de Natal; ela estava completamente enfeitada. Beleza era o que não

faltava. O trânsito estava ruim, porém, eu estava diferente dos outros

dias, era Natal, época de amor, fraternidade, solidariedade. Nessa

maravilhosa parte do ano, não deve haver brigas. Tudo deve ser perfeito,

Natal é tempo de paz. Talvez até os carros estivessem parados por causa

das cores chamativas e dos brilhos dos enfeites, e assim não saíamos do

lugar ha muito tempo.

Vi um homem descendo de um carro luxuoso. Pelo que eu

entendi, ele foi ao carro de trás, carro horrível, caindo aos pedaços. Foi

até lá para reclamar de suas buzinas. Falou:

- Cara, dá pra parar?

- Mas eu não estou fazendo nada – retrucou, saindo do carro.

- E essas buzinas? Estão vindo do além?

- A Paulista inteira está buzinando, e você vem logo falar comigo?

Que sorte!

A discussão continuou. Foi se formando uma platéia, mas

ninguém queria resolver o problema. Meu pai foi ao local, mas ao

contrário das outras pessoas, ele foi tentar parar a briga:

- Gente! Vamos parar o trânsito já está difícil, em vez de brigar,

vamos apreciar os enfeites.

E os dois responderam em conjunto:

- Não se mete!

Gabriela Maranhão Fontes

Page 17: Projeto Crônicas

Obrigações

Cheguei cansada da

escola e logo me joguei no

sofá, ligando a TV era dia do

meu programa preferido, de

repente, minha mãe, que

estava doente, gritou com

dificuldade meu nome

dizendo:

- Gi, já vai começar a

assistir esses programas

norte-americanos? Vai fazer

um chazinho e um bolo para

a mamãe, vai?

Agoniada, pois o

meu programa podia começar, corri para cozinha para realizar os pedidos

de minha mãe. Bati o bolo e o coloquei no forno. Meu programa já havia

começado, corri para a sala enquanto o bolo assava... 30 minutos depois

de muitos comerciais longos, ele já tinha assado. Levei-o pra minha mãe.

Ela agradeceu e me dispensou.Desci correndo as escadas para voltar a ver

TV,o programa estava de volta.Quando entraram os próximos

comercias,resolvi fazer pipocas.Quando a pipoca começou a estourar ,

meu irmão chegou para me atormentar:

- Também quero, e a mamãe falou para você fazer leite!

Furiosa por perder uma boa parte de meu programa, retruquei:

- Faça você mesmo!

Minha mãe que me ouviu gritando, falou para eu ajudá-lo, pois

ele não podia mexer com fogo. Lá fui eu de novo, fiz o leite, com

esperanças de que ainda estivesse nos comerciais, corri de novo para a

sala, já estava em outro comercial, então fui ao banheiro, quando senti

um terrível cheiro de queimado. Era a minha pipoca.Corri para cozinha e

desliguei o fogo.Voltei então para sala sem pipoca, deitei no sofá à

procura de sossego,e quem sabe conseguir assistir o final de meu

programa.Vidrei os olhos na TV.Ouvi passos nas escadas e alguém

falando,provavelmente brigando .Não prestei atenção de tão atenta que

estava a meu programa.Ouço os berros se aproximando ,e a TV ficou

escura.Olhei para o lado e vi minha irmã. Pela cara, ela estava brava.

Então entendi tudo, ela estava brigando comigo por eu ter derrubado chá

no chão enquanto eu p levava para minha mãe. Entramos em uma

discussão horrível, ate meu pai chegar e acabar com a briga, obrigando-

nos a limpar o chão.Terminamos.Fui ligar a TV novamente, só que

Gabriela também queria assistir seu programa .Outra

discussão.Finalmente consegui ganhar ,com um acordo ,coloquei no

programa .Ele havia acabado.

Giovana Sanches Ribeiro.

Page 18: Projeto Crônicas

A Melhor Professora De Português

Eu fui convocado para fazer aulas de recuperação de Português por causa

das minhas notas do ano passado.

Um dia, estávamos tendo aula de reforço normalmente como todas as

terças nós estávamos fazendo exercícios.

A aula andava lenta. Eu me sentia entediado, apesar de saber que

precisava aprender. Esforçava-me para me concentrar. A sala estava em

silêncio máxima. De repente, a professora sobe na cadeira e dá um grito

pro Pilotis inteiro ouvir.

Ela gritava:

-Rubens! Você não vem pro reforço?

Tudo isso porque ela tinha visto um menino que estava na lista de

presença dos alunos que participavam da recuperação. Ele estava

passeando pelos pilotis, e a professora o vira pela janela. Ele inventou que

já tinha avisado sua mãe que não iria.

Nós ficamos abismados com a professora em cima da cadeira e, para

completar, quando ela desceu disse:

-Vocês nunca viram à gorda subir na cadeira não?!

Nós rimos como se nós tivéssemos visto alguém pelado na rua. Essa foi

uma das coisas mais engraçadas que já vi na vida

Daí em diante, não foi tão difícil fazer os exercícios e a aula ficou

muito mais engraçada e divertida, como nunca!

Obs: A professora que estava dando a aula de reforço era a Maria Ângela

Barbuto

Giovane José Di Bernardi Sollitto

Page 19: Projeto Crônicas

Confusões do futebol

O fato aconteceu em 2009 quando o Flamengo ganhou do Palmeiras por

2x0. Um morador de meu prédio chamado Eduardo, flamenguista desde

pequeno, baixinho e gordinho foi a esse jogo e ao sair dele, foi

comemorar num bar, perto do local do jogo que tinha sido no Parque

Antártica, próximo ao seu apartamento.

Saiu feliz do estádio e pôs-se a caminhar até o bar. De repente, avistou a

uns vinte metros a torcida organizada do Palmeiras, a Mancha Verde. Em

seguida um membro da

mancha gritou:

- Cabelo curto é carioca, cabelo

curto é carioca pega o

desgraçado!

Então Eduardo saiu correndo

para seu apartamento e,

depois de ser espancado

chegou ao prédio com

hematomas no braço direito e

esquerdo e também com as

mãos raladas.

Depois desse episodio,

prometeu nunca mais ir a um

jogo de futebol, mas já está

calmo quanto o assunto.

As pessoas devem ir a um jogo de futebol e torcer por seu time do

coração e não arranjar tantas confusões como arranjam hoje em dia.

Guilherme Torres

Barrucho Dos Santos

Page 20: Projeto Crônicas

Hipocrisia das férias

Finalmente tinha chegado o tão esperado dia, acabaram-se as aulas,

todos estavam ansiosos pelas férias e as viagens aos mais diferentes

destinos.

Esperava euforicamente pelo dia seguinte, há semanas gritava ansioso em

minha mente, poderia acordar tarde e ficar sem fazer nada o dia inteiro,

apenas me divertindo com os eletrônicos e series de TV. No dia seguinte

meus pais logo me perguntaram se estava animado para as férias e

ansioso para a viagem, respondi como se fosse óbvio:

-claro, é muito bom não ter mais aulas ou fazer aquelas lições!

Arrumei as malas com exagerada antecedência sabendo que logo ia viajar.

Finalmente chegou o tão esperado dia, viajei para Recife. Lá me entretive

com atividades como mergulho e jet-ski.

Quando voltei de recife estava satisfeito com tudo o que tinha

aproveitado, hotel, praia, piscinas e atividades náuticas, enfim havia sido

uma delicia.

Logo, porem, voltou para a rotina: TV, joguinhos e dormir até tarde. Claro

que tudo isso e agradável, mas, depois de uma semana, você já começa a

sentir falta de alguma atividade, horários falta dos amigos. E lá estava eu,

descabelado, de pijamas pela casa e minha única atividade era mudar o

canal e levar a pipoca ate a boca.

E aquelas férias tão esperadas já não eram mais tão boas, estava ate

sentindo saudades das lições e das provas.

Hélio Komagata

Page 21: Projeto Crônicas

Depois a culpa é minha!

Cheguei a casa, cansada, após o treino. Fui descansar um pouco, me

distraindo na frente do computador.

Depois de trinta minutos, minha mãe gritou:

- Vai estudar Iohanna.

Eu desliguei o computador e comecei a estudar. Estudava por uns dez

minutos, quando ouço minha mãe gritar novamente:

- Iohanna, vem me ajudar!

Fui ajudá-la. Ela pediu para arrumar meu quarto, lavar a louça, arrumar a

casa e sair para comprar pão.

Quando acabei de fazer as tarefas, já eram cinco da tarde.

Sentei na minha escrivaninha, para tentar voltar a estudar, mas lá veio

minha mãe novamente:

- Iohanna, vai toma banho!

Fui e no meio do banho, mais uma chamada:

- Iohanna, acaba logo esse banho e vem jantar.

Sai do banho apressada e fui jantar. Jantei com mais pressa do que de

costume. Subi correndo para meu quarto sentei na minha escrivaninha,

para mais uma tentativa de estudo. Vinte minutos se passaram, e minha

mãe bateu à porta, pedindo-me para me arrumar para ir dormir.

Fechei meus livros e cadernos,

arrumei meu material para o dia

seguinte, fui escovar os dentes

para dormir.

No dia seguinte, há prova e vou

mal, porque não consegui estudar.

Depois minha mãe briga comigo,

dizendo que é culpa minha.

Tivemos uma briga, pois ela falava

que eu nunca a ajudava, e quando

eu ajudei, reclamou que fui mal na

prova!

Iohanna Estenssoro

Page 22: Projeto Crônicas

Atraso

-Alô?

-Quem é?

-A Jana?

-o que foi?

-Clara, eu te liguei pra perguntar se você quer ir ao cinema.

-A pode ser, quem vai?

-Até agora só você, porque você é a primeira, quem mais agente convida

-A Carina

-Tem o numero dela

-Tenho! 38072436

-Tá que shopping?

-Que tal o Bourbon ás cinco? E a gente escolhe o filme lá!

-Tá. Vou me arrumar, tchau

-Tchau

Então começo a me arrumar

para o shopping. Como sempre

a mesma pergunta

-O que vestir?Saia de cintura

alta com blusa rosa ou azul, mas

azul não combina porque é

xadrez, mas rosa e xadrez

também não combinam. Então

eu coloco... È uma camiseta

florida com uma saia preta com

um casaco porque tá frio.Ah

droga ! O casaco não combina

com a blusa. Já sei, vou colocar

esse casaco preto. Pronto.Agora

falto o cabelo ,a maquiagem e

qual sapato colocar

-vou começar pelo cabelo, preso ou solto?Solto, mas com tiara ou

sem?Com tiara ou fivela?Tiara.

-Maquiagem

-Sapato com salto ou sem?Sem porque vou ficar muito alta. Tá bom, tó

pronta. Só vou pegar a bolsa

Toca o telefone.

Page 23: Projeto Crônicas

-Alo

-Jana onde você tá?

-Eu to indo!

-Agora?

-Como assim agora?

-São 8:30, ficamos te esperando três horas e agora to indo embora não

precisa mais vir!Tchau

-Tchau

Janaina Geralda Ribeiro Alves Ferreira

Page 24: Projeto Crônicas

Nem tudo que é ouro brilha

Estávamos em casa, eu, meu pai e minha mãe. Queríamo-nos sair

para jantar em uma pizzaria boa. Pegamos o nosso carro e fomos a uma

pizzaria de luxo que aparentava ser muito boa. Mas, ao chegar lá, estava

lotado. Com fome, esperamos quase uma hora para nos sentarmos em

uma mesa. Quando chegou o garçom, meu pai pediu uma pizza de

calabresa. Meia hora depois, a pizza chegou e, mortos de fome, vimos que

a pizza estava crua e com uns fios de cabelo. Meu pai, furioso, arrumou

um barraco com os pizzaiolos e fomos embora

Todos os restaurantes por que passávamos não podíamos entrar,

porque estavam muitos lotados. Passamos, então, por uma pizzaria muito

pequena, vazia. Era bem estranha porque havia coisas antigas penduradas

nas paredes laterais como uma máquina de escrever e outras coisas .Eu e

minha mãe achamos o lugar bem esquisito ,mas meu pai disse que se não

comesse ali ,não iríamos comer em outro lugar ,pois já eram quase meia

noite .Então entramos ,sentamos à mesa e logo veio uma senhora pegar

o pedido .Meu pai pediu uma pizza ,não prestei atenção ao que ele pedira

.Quando chegou ,a pizza tinha cara de ser boa ,e ,quando nós

experimentamos , percebemos que ela era muito boa .Assim meu pai

ficou feliz , nos ficamos muito felizes por ter conhecido aquele lugar .

Agora em vez de irmos a uma pizzaria conhecida, nós só vamos

nessa pizzaria que serve uma pizza maravilhosa, apesar de ser um lugar

pequeno com poucas mesas, pois o que importa mesmo é que a pizza é

boa, de boa qualidade.

Leonardo Campos

Page 25: Projeto Crônicas

A casa de João

Uma vez fui à casa de meu

melhor amigo João, lá era muito

divertido porque havia um vídeo

game e um cachorro muito

bonito. Estavam lá João, seu

irmão Roger, sua empregada e

seu motorista.

Descemos e fomos jogar bola.

Depois de uns dez minutos, seu

irmão apareceu e pediu para

jogar bola conosco. João deixou e

ficamos jogando. De repente

Roger disse que não queria mais

jogar e iria brincar no parquinho.

Eu fui com ele, mas João ficou

com ciúmes e falou que, se

fossemos ele não iria nos deixar brincar com seus bonecos. Então subimos

e começamos a ver TV. Roger perguntou se poderia usar seu vídeo game;

ele disse que não. Roger saiu chorando e brigando com ele.

Eu chamei João e disse-lhe que ele deveria pedir desculpas para teu irmão

e ser mais amigo. Ele pediu desculpas para seu irmão e o deixou jogar seu

vídeo game e usar suas coisas quando ele quisesse

Luca Martins Bonilha Scuracchio

Page 26: Projeto Crônicas

Quando a luz falta...

Noite de sábado. Estava jogando vídeo game, com meus primos Jean e

Caio.

Estávamos eufóricos, no momento decisivo, na fase final do jogo, de

repente, a energia caiu e a luz do meu apartamento apagou.

Ficamos apavorados e nervosos. Esperamos quase meia hora e nada da

luz voltar.

Começamos a ficar entediados, sem ter o que fazer, tentamos

conversar, mas os assuntos morriam. Foi quando o Caio teve a idéia de

entrarmos na internet pelo celular. O único que estava com a bateria

cheia era o meu.

Falei para eles:

- Eu vou usar primeiro, depois empresto para vocês.

Eles concordaram.

Passou-se meia hora, e eu ainda estava com o celular.

Eles já estavam bem impacientes:

- Poxa, desse jeito vai acabar a bateria, e só você usou!

- Só mais um pouquinho...

Quando dei o celular para eles, a bateria acabou.

Ficaram chateados, e eu se arrependido.

Então sugeri:

-Vamos inventar outra coisa para fazer?

Mal acabei minha frase, a luz voltou, e nós corremos pra frente do vídeo

game, aliviados e muito satisfeitos.

Lucas Miksian

Page 27: Projeto Crônicas

MINHA ROTINA

Eu estava no clube tentando convencer minha mãe a não ir à natação:

-Mãe ontem já fez judô, hoje já fiz inglês e depois tenho que fazer tênis,

vai ficar muito cansado.

-Não você tem que ir a natação, porque faz muito bem a saúde

-minha rotina é muito cansativa e esporte de mais faz mal.

Mas você não faz só esporte tem a aula de violão, a professora particular

de matemática e nessa semana você vai ter que me ajudar a arrumar a

casa, pois a empregada vai tirar folga.

Está bem, mãe vou fazer natação

Fui fazer natação muito cansada pela minha exaustiva rotina e depois do

tênis saí mais cansado ainda.

Após uma semana me senti um pouco cansado, com dor no corpo, nariz

escorrendo e com febre, minha mãe me pôs de cama. Na hora até pensei

que seria bom ficar sem natação, judô, tênis, violão, etc. por uma semana,

mas, após passar alguns dias, me senti entediado, sem fazer nada, mas só

assim me dei conta que me acostumei á minha rotina e percebi que sem

ela meus dias ficariam incompletos e sem sentido.

Lucas Rohrs Maurano

Page 28: Projeto Crônicas

A Vida de um Modo Diferente

Ao entardecer dos dias, volto para minha casa a pé e passo por

um supermercado perto do meu prédio onde ficam alguns

moradores de rua pedindo comida.

Certo dia percebeu a presença de outra pessoa, meio

diferente, pois ela era um homem, entretanto, estava vestido

e se movimentava como uma mulher. Ao observar as pessoas

ao seu redor, via seus olhares de indignação e medo, achando

que ela poderia ferir alguém pelo simples motivo de ser

diferente, porém percebia que o travesti que é que sentia

medo, isso porque as pessoas o olhavam furioso.

No dia seguinte fui passear no meu bairro e, ao passar por

uma pequena boate, eu o vi. Lá estava ele ou ela se

prostituindo para poder ganhar dinheiro. As pessoas,mesmo

de “ressaca”,menosprezavam-no por sua escolha.

Cheguei à casa sentido desprezo por quem os olha diferente,

porém percebi que isso acontece porque desde pequenas as

pessoas vão se acostumando com o homem se casando com a

mulher. Entretanto, não podemos julgar as pessoas por suas

escolhas, pois as vidas são delas e não nossas.Então devemos

respeitá-las.Mas acredito que para isso acontecer,levará

muitos anos.

Lucca Sabongi Duarte

Page 29: Projeto Crônicas

Curiosidade

Tinha uma consulta no dentista às onze e meia da manhã.

Cheguei lá, faltando mais ou menos vinte minutos para meio-dia. Minha

mãe me levara. Sentamos na sala de espera, juntos ao simpático

secretário Josefa e a uma senhora, também aguardando para ser

atendida. Eu estava folheando uma revista, e minha mãe estava

prestando atenção nas notícias da televisão, de repente Josefa começou a

puxar um papo comigo. Conversamos sobre a novela, sobre futebol e até

sobre o novo corte de cabelo da amiga dele, que por sina se chama Luana

e eu nem a conheço. Subitamente ele falou todo entusiasmado:

-Hoje cedo, veio uma moça aqui chamada Silvia, ela era de

estranha, mas de certa maneira, ela era bonitinha. - Tocou o telefone. Em

seguida, referindo-se a mim, disse:

-Pode entrar, é a sua vez.

E assim eu fiz, mas, quando estava sentada na cadeira para ser

“examinada”, pensei “Josefa não terminou a história de Silvia.” Eu estava

louca para a consulta acabar, sair daquela sala e perguntar-lhe sobre a tal

Silvia. Quando terminou, saí toda feliz e ansiosa!

Cheguei à sala de espera e vi outro homem sentado, onde antes

estava Josefa, então, educadamente perguntei:

-Moço, onde está o Jô? – eu estava esperando alguma coisa do

tipo “está no horário de almoço” ou “ele foi ao banheiro”, quando na

verdade sua resposta foi:

-ele teve de ir mais cedo hoje, porque vai se mudar para outra

cidade.

Fiquei sem palavras, somente agradeci e fui embora, fui embora

pensando na história de Silvia. “Quem seria essa mulher? Seria ela uma

adulta séria ou uma menininha inocente? O que será que essa moça fez

para chamar a atenção de Josefa?”

e eu pensava em tantas coisas que

ela poderia ter feito, mas também

passava pela minha cabeça que ela

podia não ter feito nada, nadinha,

apenas me deixado curiosa.

Maria Paula Santiago Hampshire

Page 30: Projeto Crônicas

Atrasada

Mariana acordou assim: atrasada. Chamou a irmã, aflita:

-Acorda Gabriela! Corre que a gente já está atrasada!

Correu à cozinha e encheu as duas canecas de leite; metade foi pra fora da caneca. Resmungou “droga”, foi ao armário, catou uns papéis-toalha e pôs-se a limpar a sujeira. “Cadê a Gabriela, que não chega?”, pensava. “Acho melhor dar uma olhada.” E foi ao quarto ver a irmã.

Encontrou-a capotada na cama, dormindo ainda.

Mariana sacudiu os ombros da irmã. Levou um tapa de volta.

- Ai! – Esfregou a cara. – Gabriela, acorda, senão...

A irmã levantou-se sonolenta da cama.

- Que foi?

-Vamos que nós estamos atrasadas!

- Hmm... – Ela murmurou, com sono ainda.

Gabriela vestiu o uniforme lentamente, para desespero de Mariana, mas enfim foi à cozinha. Bebeu o leite devagarzinho, os dedos da outra tamborilando de nervosismo. Mal havia dado o último gole, foi puxada para o banheiro pela outra, que lhe ordenou:

- Escove os dentes agora!

Gabriela escovou. Desceram ao térreo.

- Está vendo? - Resmungou Gabriela. – Não precisava dessa pressa toda, o perueiro nem chegou ainda...

Pior é que a pequena Gabriela tinha razão. O perueiro fez questão de atrasar-se, naquele dia.

Chegando à escola, Mariana ainda tinha de pegar a fila enorme para o elevador. Ela praticamente sambava de pressa.

O elevador chegou, ela disparou para sua sala. Olhou no relógio: havia se passado um minuto além do horário. Ouviu

um bater de porta e viu que era a porta da sua sala.

Mordendo o lábio, bateu de levinho na porta. O professor abriu.

- Posso entrar? – Perguntou Mariana.

O professor olhou-a de cima a baixo.

- Não, já está atrasada.

E fechou a porta.

Mariana Dahas Turra

Page 31: Projeto Crônicas

Desencontro

Alguns meses atrás, em são Paulo, Lucas e sua mãe estavam em casa. Lucas estava em seu quarto jogando vídeo game, e sua mãe,

na sala, assistindo à TV, até que acabou a energia no bairro.

Lucas se dirigiu para a sala e pergunto a mãe:

-Mãe!O que aconteceu?

Sua mãe responde:

-Acabou a energia!

Lucas, então, permanece na sala com sua mãe, escutando música em seu IPhone.Sua mãe pediu:

-Me deixeeu escutar com você, filho?

-Não!

-Lucas!Deixa-me ouvir com você, ponha no aparelho de som!

-Não mãe!Eu quero escutar sozinho!

Lucas, então, pôs seus fones de ouvido e começou a escutar rock. Ele deixa o volume tão alto, que mesmo sua mãe berrando seu nome ele não a escutava.

Sua mãe, enfurecida com ele, puxou seus fones de ouvido e disse:

-Dê aqui seu celular, filho!

Lucas não teve nenhuma reação, e sua mãe então lhe disse: - você não vai me escutar?!

Sua mãe ameaça pega-lo, fazendo com que Lucas saísse em disparada e se trancando no quarto. A mãe de Lucas ficou do lado de fora batendo na porta e dizendo:

-Se você não sair agora, mais tarde, quando você sair,se considere morto!Saia daí agora!

Lucas retruca:

-Pare de tentar pego o meu IPhone! Compre um para você!Começou uma discussão. Depois de um tempo, a energia voltou , e sua mãe voltou a assistir à TV novamente.Parecia que nada havia acontecido.

Mário Scholz Issa

Page 32: Projeto Crônicas

Abaixo da média

Estava andando no shopping quando de repente, alguém me tocou

levemente no ombro:

-Amiga querida!Quanto tempo!

Era Ester, minha melhor amiga na época do colégio.

-Ester?!Como você está diferente... Está magra e muito branca. Na época

do colégio você estava mais “cheinha”-disse eu.

-Nananinanão: - Pneuzinho nunca mais!-respondeu Ester.

-Mas me diga uma coisa: por acaso você está fazendo algum tipo de

regime?

-Ah, estou sim e ainda preciso perder muitos quilos!-disse Ester.

-O quê?Você está ficando louca?!Se você perder mais um grama, você

some!

Eu realmente estava ficando preocupada. Ela realmente estava muito

magra.

-Me diga uma coisa: quanto você tem de altura?

-Um e setenta e oito.

-E quanto você pesa?

-Cinquenta e dois quilos, por quê?Ai, eu sei que estou muito gorda, mas

eu sei que vou emagrecer.

-Meu Deus!Minha Santa Ave Maria!Ester, se você emagrecer mais um

grama, você some garota!

-Não, na verdade eu...

-Quietinha!Hoje você vai jantar

comigo!Te vejo daqui uma hora,

ás oito, na minha casa, ok?

-Ok,mas só vai ter comida light,

né?

Depois de uma hora, a

campainha toca:

-Voltei!-disse Ester.

-Ótimo!Entre, fiz um jantar

delicioso!

-Tudo bem, mas não tem muitas

calorias, né?

-Ah!Vem!Olha, tem arroz, salada de tomate e alface, strognoff e frango

assado.

-Tá bem. Vou querer uma alface e nada mais.

Page 33: Projeto Crônicas

-O quê?

-É que, bem, na verdade, estou me alimentando dessa forma porque sou

modelo, e hoje, as modelos são tão magras e tem um corpo tão bonito...

-Ester, se você não se alimentar bem, ficará anoréxica. Você é tão linda e

tem um corpo tão bonito...Além disso , muitas modelos morrem por

estarem muito magras.Coma mais, vamos...

-Tá bem. Ponha também três tomates.

Mirella Helena Pavlopoulos

Page 34: Projeto Crônicas

A carteira

Certo dia acordei e vi pela janela um céu limpo com um sol radiante.

Pensei que era um belo dia,para ir ao clube nadar.Assim me troquei e saí

de casa a pé,andando pela rua.No caminho achei uma carteira de couro

preto no chão;quando a peguei,percebi que as pessoas começaram a me

olhar esquisito,então preferi não abri -lá ali. Chegando ao clube, abri a

carteira e percebi que havia muito dinheiro, cartão de crédito e mais

algumas coisas, entre elas, um cartão com um nome e um telefone. Era

de um médico chamado Roberto.

Logo voltei para casa para falar com minha mãe. Ela falou para ligar para

ele para ver se era o dono da

carteira então liguei

-Alô?

Alô. -você é o Roberto?

-Sou. O que gostaria?

-olha, eu achei uma carteira com

seu cartão

-bom, eu não perdi nenhuma

carteira. pode ser que algum

paciente meu tenha perdido.você

achou qualquer outra referência?

-olha, eu achei um cartão de crédito

dinheiro e. Olha eu achei outro cartão na carteira

-o nome é Vinícius

-olha o Vinícius passou aqui essa manhã, deve ser dele. você pode deixar

aqui?

-posso, onde você trabalha?

-Rua Barão de Capanema 225

-Tudo bem, já estou indo!Moro perto.

Ao chegar; entrou comigo um homem desesperado; perguntando se tinha

deixado a carteira lá. eu lhe perguntei:

-você o Vinícius?

-sim, sou como sabe?

-achei sua carteira!

Então eu mostrei a ele, me agradeceu como se eu tivesse salvado a vida

dele. ele explicou que a que ela carteira fora de deu bisavô e que passara

de geração em geração .Perguntou-me o que queria como

recompensa,mas eu respondi que não queria nada,e ele novamente me

agradeceu.

Naquele dia me senti muito especial.

Pedro Pralong Eiras

Page 35: Projeto Crônicas

Vale a Pena?

Vejo meus pais brigando por telefone todos os dias. Principalmente

quando volto da casa do meu pai em Florianópolis.

Sempre fui mais próxima do meu pai até que ele se casou novamente,

teve mais dois filhos o que por um lado foi muito legal.

No começo era tudo muito bom até que, infelizmente, a José, mulher do

meu pai, deu para implicar comigo. Ao lado do meu pai, ela é um doce,

me trata como se fosse sua filha, mas basta meu pai sair que ela torna

minhas férias um inferno.

Tenho vontade de não ir mais para lá, mas fico com medo de ela me

afastar do papai.

Sei que por um lado estou errada em brigar com a mulher do papai, mas

não concordo com suas palavras, mesmo assim a respeito. O que eu não

gosto é quando ela fala mal da minha mãe.

Por que brigar se ela podia ser minha amiga?

Consciência hoje eu tenho para saber que meu pai me ama e eu também

o amo.

Será que vale a pena brigar?

E se eu estiver errada?

Rachel do Amaral Dick Garcia Moreno

Page 36: Projeto Crônicas

Perder sozinho, ganhar em grupo

Era uma noite de sexta feira. E quatro amigos universitários, João,

Gustavo, Pedro e Guilherme, divertiam-se comendo guloseimas e jogando

videogames. Riam muito, quando o telefone tocou, era da universidade

em que estudavam e estavam sendo convocados para um torneio de

física e química. E claro que aceitaram, pois eram muito inteligentes e já

haviam participado dos torneios anteriores.

João começou a fazer algumas perguntas para treinar para a

competição, mas ao invés de cada amigo responder uma pergunta de

cada vez, Gustavo respondia todas e não dava chance aos outros. Por isso,

tiveram uma grande discussão que acabou na separação do grupo,

Gustavo ficou sozinho e os outros três se uniram.

-vocês só são três, e para o torneio são necessários quatro

integrantes no grupo!- falou Gustavo.

-não tem problema, nos podemos chamar outro aluno para

participar. Mas e você, esta sozinho!- disse Pedro

-eu arranjo mais três pessoas. E se me derem licença, vou treinar

para a vitória!

No dia seguinte, o salão onde seria realizada a competição estava

lotado, muitos alunos e professores estavam presentes assistindo a

disputa dos grupos. Quando chegou a vez do grupo de Pedro, Guilherme e

João, eles apareceram com uma colega de classe muito espeta enquanto

Gustavo chegou com os faxineiros do refeitório da universidade para

serem os complementos do

grupo. Gustavo alegou que não

precisava de ninguém que

soubesse muito do assunto, pois

iria ganhar de qualquer jeito.

O professor Marcelo

começou a fazer as perguntas,

que eram respondidas

corretamente pelos dois grupos.

Estavam empatados e só restava

uma pergunta, quem acertasse

iria ganhar o premio em

dinheiro. O time de João e

praticamente ninguém ali

presente sabia a resposta (com

exceção dos professores).

Gustavo e seu time de funcionários teriam que responder a pergunta

corretamente, porque o outro grupo havia chutado e errado. O

universitário egocêntrico estava prestes a ter um ataque do coração

quando um dos faxineiros respondeu a pergunta corretamente. Mas

Gustavo disse que aquela não era a resposta oficial de seu grupo. Quando

os dois times saíram perdedores e empatados do torneio, Pedro se dirigiu

ao faxineiro que havia acertado a pergunta e perguntou come ele havia

feito aquilo. -Nessa universidade eu sou apenas um dos faxineiros, mas

no meu país eu era o único do Centro de Pesquisas Atômicas.

Rafael Elias Tommasi

Page 37: Projeto Crônicas

Tempo de Criança

Segunda-feira na sala de aula. Matemática. Cinco minutos para

bater o sinal. Olho pela janela e vejo lá embaixo nos Pilotis, duas meninas

brincando. Lembro-me de minha segunda série quando eu não dava a

mínima aos estudos. Nunca fui mal na escola, mas, naquela época a

minha vida era bem mais brincadeira do que estudo. Batia o sinal e toda a

sala saia correndo para brincar de mil coisas: pega-pega, pula-corda, rio-

vermelho, etc.

Hoje em dia é estudo, estudo e mais estudo. Hora do recreio,

pequena pausa, porém, sem se mexer muito; só sentamos em outro lugar

e colocamos o assunto em dia. Conversa, conversa, conversa, bate o sinal,

acaba o recreio, voltamos a sentar na mesma cadeira da sala e voltamos a

estudar. Ah! Como são felizes aquelas garotas! Elas nem imaginam o que

as espera quando chegarem à minha série...

Triiiiiiiiiiiiiim! Bate o sinal, pensamentos interrompidos, fim da

aula de matemática. Ah! Finalmente o recreio. Vou jogar três corta (um

jogo com a bola de vôlei) isto é, depois que eu convencer a Gigi, é claro!

Eu sei o que você esta pensando, leitor, mas, qual é? Ninguém é

de ferro para ficar o tempo todo sentado. Sem falar que eu só tenho treze

anos e sou muito nova para reclamar tanto!

Raquel Baptista Mariani

Page 38: Projeto Crônicas

Injustiça

Numa segunda-feira, estava no meu quarto. Havia acabado de arrumar

minha mochila com materiais escolares e roupa do balé e começava a me

trocar, pondo o uniforme opcional do handebol.

Minha irmã chegou a meu quarto a meu quarto, já trocada e começou a

me interrogar com perguntas como:

-Raquel, já se trocou? Já guardou tudo na mochila? Vai demorar quantos

minutos para acabar de se aprontar?! Vai logo, porque hoje eu quero

chegar quinze minutos adiantados!

Eu respondia:

-Aii! Para que essa pressa toda!? Eu sei que o clube é longe e temos que

sair com antecedência, mas relaxa que eu já estou terminando!

Virei de costas para ela e continuei o que estava fazendo, depois de uns

cinco segundos, só senti uma mão pequena batendo com muita for´ca em

minhas nádegas. A minha reação foi gritar bem alto:

-Aaaaaaaaah!!!

Quando acabei de gritar, só ouvi a porta do quarto se abrindo com força

elogo se fechando com uma batida forte. Comecei a ficar com medo, pois

sabia que minha mãe viria.

Logo após esse pensamento, vi

minha mãe surgindo com o rosto

vermelho, olhos esbugalhados e

uma expressão grosseira. Ela me

questionou com uma voz bem

alta:

- Quem é que gritou?!

Respondi normalmente:

- Fui eu.

Ela voltou a me interrogar

batendo os pés no chão

rapidamente:

- Por que você gritou?!

- Porque a Milena deu um tapa forte nas minhas nádegas!

Minha irmã mais nova intrometeu-se:

_ Eu batí fraco só porque ela me xingou de chata, idiota, irritante,

estúpida e burra!

Exclamei inconformada com sua mentira:

- Que mentira!

Ela retrucou:

Page 39: Projeto Crônicas

- Nada a ver!

Minha mãe deu um tapa dolorido em minhas nádegas, e não gritei,

apenas chorei. Minha mãe disse:

- Agora eu te dei um tapa que realmente doeu, quero ver se você vai

berrar de novo!

Olhei no espelho como estavam minhas nádegas e vi que lá estavam as

marcas dos dedos da minha mãe, vermelhas.

Raquel Oliveira Barrios

Page 40: Projeto Crônicas

Perdi a veia

Em um final de semana, eu fui tirar sangue. Eu já o fiz várias

vezes, mas foi a primeira vez que eu teria de usar um apetrecho que me

obrigava a ficar por um tempo de braço esticado e parado.

- Próximo! – A atendente, na sala de espera, chamou.

Eu me levantei e entrei na sala de exame.

- Por aqui – a enfermeira falou, apontando uma cadeira – sente-

se.

Enquanto ela se preparava para furar o eu braço, eu observava

atentamente o que me aguardava. Em cima de uma gaze, havia uma

grande agulha ligada a um tubinho que, por sua vez, era ligado a um

pequeno recipiente.

Quando ela se sentou ao meu lado, eu perguntei:

- Vai doer?

- Não- Ela respondeu

- Tem certe... – comecei, mas fui interrompido.

- Acabei – ele disse.

Realmente, não doeu. Ela pediu-me para levantar e não dobrar o

braço. Assim ala me levou até uma pequena sala onde havia algumas

poltronas grandes e confortáveis e uma pequena TV.

Sentei ainda com o braço esticado e assim fiquei por uns cinco

minutos . a enfermeira sorridente, veio até minha poltrona e olhou para o

meu braço. Sua expressão ficou séria. “o que eu fiz de errado?” pensei.

Mas, respondendo minha pergunta, ela disse:

-Perdi a veia. Não era pra se mexer.

-Mas...- eu comecei, mas pensei que eu deveria ter mexido em

algum momento e não reclamei.

Fui até a cadeira onde eu sentara pela primeira vez. Após os

preparativos, ela me furou mais uma vez. Doeu.

Ao sentar na poltrona, eu fiquei imóvel, decidido não mexer o

braço. Mas cinco minutos depois a cena se repetiu:

-Perdi a veia. Não era para ter se mexido!

Então fui pela terceira vez, furado. Doeu. Muito. Já na poltrona,

eu passei os cinco minutos olhando para meu braço, mas mesmo assim:

-Perdi a veia. Se você se mexer isso acontece!

Eu quase gritei um palavrão, mas me contive, no último segundo,

já com a boca aberta.

- Quer dizer alguma coisa? – ela perguntou.

-Não- respondi.

Page 41: Projeto Crônicas

Como o braço já parecia uma peneira, ela decidiu atacar o

esquerdo. Quando ela furou meu outro braço eu praguejei baixinho.

Na poltrona, eu já sabia o que aconteceria. Quando ela se

aproximou, eu a imitei com a boca.

- Perdi a veia.

Eu percebi que, como eu, ela estava cansada disso tudo. Então ela

tentou reparar o erro ali mesmo: tirou a agulha do meu braço e me deu

mais três furos. E enquanto eu escondia meus olhos lacrimejantes, ela se

levantou e chamou outra enfermeira. Por coincidência, chamava-se

Renata e era uma morena linda.

Ela fez mais um furo no meu braço e foi embora, sem dizer nada.

Cinco minutos depois, a primeira enfermeira chegou. Eu cruzei os

dedos. Tirando a agulha do meu braço, disse:

- Acabou.

Eu pensei que ela precisou de sete furos antes de pedir ajuda,

enquanto a outra prescisou de um só. Eu telvez tenha ficado mais

relaxado a beleza da segunda enfermeira. Mesmo assim, não acho que foi

muito a minha culpa, mas não importa.

Depois dos curativos feitos, eu fui embora com um pitulito que,

mesmo sendo mauis velho, eu aceitei para ter algum consolo por ter

braços que pareciam peneiras remendadas.

Na saída do hospital, minha mãe perguntou o motivo de tantos

curativos.

- Eu mexi o braço- respondi.

Renato Luiz Mendes Lopes

Page 42: Projeto Crônicas

A mãe do Ano

- Vamos começar a entrevista, D. Célia?

Dona Célia se ajeita na cadeira e fala:

- Claro!

- Com, D. Célia, a senhora foi eleita a melhor mãe. Como se sente?

- Feliz, claro!

- Certo. E como você arranja tempo para cuidar de seus filhos?

- Eu dou um jeito.

- E a senhora tem alguém que a ajuda? Tipo uma babá ou algo assim?

- Não! Claro que não! – D. Célia respondeu brava.

- Seu marido a ajuda cuidar das crianças?

- Ahm... às vezes.

O entrevistador teve a impressão de que ela estava totalmente entediada

com a entrevista, mas prosseguiu.

- Então é só você para cuidar das crianças?

- Sim. Eu já disse não foi?

- Desculpe-me, senhora.

Continuando, qual é a brincadeira

predileta de vocês?

- A gente brinca de tudo.

- Sim, claro eu...

Nesse instante o telefone de D.

Célia toca.

- Desculpe – olhou o número e viu

que era seu marido – Tenho que

atender.

- Cla...

Dona Célia saiu do palco, foi em

direção ao banheiro feminino e

deixou o entrevistador falando sozinho.

- Alô? Oi amor! Sim, está tudo bem comigo, e com você? Como está indo

a entrevista? Um SACO! Até parece que eu tenho tempo, paciência e

beleza para cuidar daqueles pestinhas! Hahaha. Sério! Eu tenho coisa

melhor para fazer. A babá que cuide deles...

Sofia Soares Perez

Page 43: Projeto Crônicas

Cadastro de Pessoa Física

Eram aproximadamente três horas da tarde quando e entrei na

caixa econômica federal para criar meu CPF.

Passando pela porta rotatória, deparei-me com um computador

“touch screen” para retirar a minha senha. Depois de algumas tentativas,

uma jovem me ajudou, e, em alguns segundos eu tinha a minha senha.

Depois de alguns cálculos imaginei que fosse demorar alguns segundos

para ser atendido, felizmente, sentado.

Cinco minutos depois eu me cansei de esperar e comecei a jogar

sudoku no meu celular. Eu odeio sudoku, mas pelo menos foi algo para

fazer naqueles trinta minutos.

Chamaram uma senha, outra, mais uma, e eu estava me cansando

de jogar sudoku, e quando eu estava prestes a passar do primeiro nível,

chamaram a minha senha.

Passaram-se alguns minutos, eu dei os dados ao atendente e ele

me disse que deveria pagar uma tarifa de cinco reais e setenta centavos

no caixa, e eu precisaria de outra senha.

Calmo eu fui pegar a minha senha, o que foi muito mais fácil do

que DNA primeira vez, pois eu já sabia como o fazer. Voltei

vagarosamente para as cadeiras. A minha era a vigésima oitava senha e

dessa vez não calculei o tempo, pois errar seria a única opção

Não consegui ficar com raiva e dormi em dois minutos. Acordei

com o choro de um bebê que estava com fome, e percebi que já haviam

se passado trinta e duas senhas e

jásem sono, percebo que posso ficar

com raiva,e o faço. Tento me conter

e pego outra senha.

Desta vez eu espero de pé

para não dormir,

surpreendentemente, em cinco

minutos eu fui chamado para pagar

e fiquei contente quando me

contaram que eu não precisaria

pegar mais uma senha para retirar o

numero do meu CPF. Assim que eu

paguei retirei o meu cadastro e

andei em direção a porta

rapidamente. Quando tirei o meu

relógio do armário onde eu guardei

os objetos metálicos, vi que as filas me atrasaram para a aula de inglês, e

eu não poderia fazer a aula.

-Da próxima vez eu espero em pé.

Theo Cagnin Martinez

Page 44: Projeto Crônicas

Um Espaço Só Meu

O garoto esmurrou a porta com toda a sua força, algo inútil, pois provavelmente havia alguma coisa, como uma poltrona, impedindo que esta se abrisse, além disso, a coitada da porta nada tinha a ver com isso.

- Me deixa em paz! – gritou furiosamente a irmã, jogando uma almofada contra a porta – Eu quero ficar sozinha.

- Não é minha culpa se você brigou com a sua amiga ou namoradinho, eu quero entrar no MEU quarto e pegar o que preciso.

- Sai daqui! Esse quarto é meu também!

- Por isso mesmo, tenho o direito de estar aí, tanto quanto você – argumentou o garoto.

- Sai!!!

- Não vou!

- Você é teimoso igual a uma mula.

- E, você não? Me deixa entrar!

- Eu quero ficar sozinha! Queria tanto um quarto só meu...

- Eu também, queria muito, mas não tenho! Sou obrigado a conviver com você, todos os dias, num espaço que devia ser só meu.

- Sai, sai. Me deixa em paz.

-Eu só quero pegar uma coisa – respondeu o garoto, tentando abaixar o volume da voz, pois se a discussão continuasse naquele tom, logo a mãe deles apareceria e daria uma bronca em ambos.

O previsto aconteceu, a discussão continuou; a irmã não poupou xingamentos ao irmão, e ele, com os nervos à flor da pele, insinuou que a simpatia da irmã poderia ser comparada à de um javali com TPM; logo depois, a mãe interferiu, acabando com a briga e dando uma enorme bronca nos

dois. O irmão pegou o que queria no quarto e pediu contra a sua vontade, desculpas a irmã, e ela a ele.

Furioso com a mãe, a irmã e o resto do mundo, saiu para a varanda do apartamento, pois olhar o horizonte, os prédios, as casas, os carros e as pessoas passando, o acalmava, levando-o para longe dali. Entre os passantes, ele viu um mendigo, o que o fez voltar a realidade. O Mendicante levava apenas uma sacola, provavelmente tudo o que tinha; aquele homem era um sem-teto, um sem-lar, não tinha um espaço só dele no mundo, o mundo era seu espaço.

Pensativo, o garoto o observou por um longo tempo. Voltou para dentro do apartamento, chateado, chateado com ele mesmo.

Victor Martinez Corrêa e Sá