projeto crônicas
DESCRIPTION
Os alunos do 8° ano do Colégio São Luis realizaram esse projeto com a intenção de juntar um texto com uma imagem e também de ser trabalhado o gênero crônica com esses ano.TRANSCRIPT
Silêncio
-Por favor, você pode fazer silêncio?Estamos em uma biblioteca!
-Mas eu estou quieto!
-Não você está fazendo um barulho tremendo com a sua cadeira.
-Moço está quieto no meu canto, ou melhor, no meu lugar. Se estou perturbando o senhor, desculpe-me.
Alguns minutos depois, o mesmo barulho voltou.
-Caramba, por favor, peço-lhe novamente para fazer silêncio.
-Já lhe disse que estou quieto.
-Não, o senhor continua a fazer esse barulho irritante.
-Pela última vez, meu senhor, não sou eu que estou fazendo esse barulho.
O silêncio permaneceu por outros curtos minutos, e o homem perdeu de vez a paciência.
-O infeliz cansou desse seu barulho irritante, já te falei mil vezes que está me incomodando, e o senhor não para.
Quando o homem virou-se para trás viu que o rapaz havia saído e deixara um bilhete:
“Caro Senhor,
Descobri de onde vem esse barulho que tanto o incomoda. Ele vem de sua brilhante caneta com que estava anotando algumas coisas e depois parava por algum tempo.
“Obrigado pela atenção, Arnaldo”
O irritado cabra estava vermelho, dessa vez não de raiva, e sim, de vergonha por não ter culpado o coitado do Arnaldo.
Ana Luiza Farinha
O incômodo
Logo da manhã, por volta das 4h45, pus a guia em Cacau e fui
passear. No começo do caminho, já a encontro, a amarga velhinha,
amarga, pois de todos os vizinhos, ela é a mais grossa, ela estava
acompanhada de seu cachorrinho poodle, como sempre, jamais os vi
separados, parecem ser casados. Enfim quando, nos encontramos, ela
começou:
- Maravilha, você voltou! Vai embora com esse cachorro
pulguento...
Às vezes dá vontade de responder, mas não dá, porque tenho de
segurar a Cacau que esta louca para atacá-la, não por agressão, mas, sim,
porque uma vez essa senhora a chutou e quase me bateu. Com as mãos
doendo, e impaciente eu peço:
-Por favor, moça, pegue seu cachorro, e desvie, não tenho tanta
força, minha cadela vai escapar!
-Mas nem pensar! – interrompe grosseiramente – eu não atendo
gente mal educada, e se você não adestrou essa coisa, problema seu!
Ignorando-a tento puxar a Cacau, e quando consigo, continua
meu caminho, pensando: “O que será que ela tem?”. A resposta ,
ninguém sabe, diz que ela é doente, mas não se justifica
Beatriz Araújo Ferreira Nogueira
Só o espírito joga!
Tocou o sino< e a aula de ciências acabou. Aquela era à hora mais agitada
que a turma tinha, porque, logo após o recreio, seria aula de Educação
Física. Era uma pena eu não poder participar da aula. Estava com um
pouco de gripe, por isso, fiquei sentada, observando e torcendo pelas
minhas amigas.
A turma esperava ansiosa a aula. Quando tocou o sino do fim do recreio,
uma multidão enlouquecida sentou nas arquibancadas verdes dos Pilotis.
De um lado, meninas e meninos, que adoram esportes, mostram-se “os
bons”, enquanto do outro lado, meninos e meninas que odeiam esportes,
mostram-se amedrontados e assustados.
Ao longe, subindo as escadas, a professora chegou com sua sacola, mais
parecida com um saco sem fim, cheia de bolas de todos os tipos. Com um
sorriso carismático, ela diz sempre:
- Vamos, galerinha?
As meninas e os meninos se separaram os meninos com o professor e as
meninas com a professora. Essa é à hora de perceber que as meninas
atordoadas, quase choram. Ficam mais chorosas quando diz a professora:
- Hoje, vamos ter vôlei!
As meninas que sabem muito bem jogar vôlei já levantaram a mão para
escolher os times. A primeira escolheu uma das melhores amigas (que,
também, sabem muito bem jogar), a outra fez a mesma coisa. Isso foi se
repetindo até chegarem às piores. Quase podíamos ver as lágrimas
descendo de seus rostos trêmulos. O tom de desgosto da escolhedora é
de fazer muitas chorarem.
- Ar! Eu fico com. Ela!
Nas suas posições, as meninas já
começaram a gritar de animação e
as outras de desespero. Uma das
melhores jogadoras do time da
esquerda começou sacando (como
sempre). O time da direita rebateu.
A jogadora do meio, do time
direito, fez um lindo toque para a
levantadora, que, acidentalmente,
errou o passe e passou para a pior
jogadora, que, apesar do medo,
estava concentrada. Foi um
momento... Como posso dizer? Um
momento câmera lenta, onde a
pior jogadora cortou a bola contra
o outro time, com tanta força, que
quase faz um buraco no chão.
E a professora apitou, gritando:
- Ponto!
As melhores jogadoras ficaram com o queixo no chão, mas gritaram de
alegria, pedindo desculpas à pior jogadora, que acabou de fazer um
ponto, por terem sido grossas. Ela, com um sorriso vencedor, perdoaram
todas elas.
Baixinho, a professora disse no meu ouvido:
- As piores podem não serem boas, mas têm um espírito de campeã, que
faz todo o time sair vencendo!
Olhei para a quadra e juro que pude ver muito bem a marca da bola na
quadra do time adversário.
Bruna Lozano.
Manias de “Aborreceste”
Lá estava eu me arrumando para uma festa , quando minha mãe,
apressada, disse:
- Filha, anda logo. Já está na hora! – falava enquanto ia em direção ao
meu quarto.
- Já vai, mãe, tô ocupada! – falei aos berros.
Minha mãe, chegando ao quarto, levou um susto quando me viu de
calcinha e sutiã tirando roupas e roupas do armário.
- Mas o que é isso, eu pensei que já estava pronta! E que bagunça é essa,
meu Deus?
- Eu não tenho roupa para ir à festa! Não sei mais se vou! – disse eu quase
chorando.
- Como assim, não tem roupa? Olha esse vestido, fica bem em você. – ela
tentava me ajudar.
- Esse me deixa gorda demais!
- E esse?
- Magra demais!
- E aquele?
- Não combina com nada!
- E esse?
- Mãe! Eu já disse que não tenho
roupa pra ir à festa!
- Que tal esse?- perguntou ela com
esperança
- Não. É muito colorido.
Minha mãe, já no seu ponto máximo
de nervosismo, falou:
- O problema não está nas roupas, e
sim em você, minha filha.
- Quer saber, mãe, me passa o
vestido roxo, com preto e bolinhas brancas, aquele com o broche. Vou
com ele.
- Mas esse é aquele que você disse que a deixava gorda!
- Mas é o único que combina com o sapato preto que a vovó me deu. E eu
o adoro! Agora, se você me der licença, vou me trocar.
Já perdendo a paciência, mamãe saiu do quarto dizendo:
- “Aborrecestes” e suas manias. Ai, ai, ai...
Carina Meirelles Queiroz
TV e almoço... E mãe
Chegando a casa, depois da escola, vejo meu irmão menor sentado no
sofá assistindo à TV. Os meus outros irmãos, depois de vê-lo, sentam-se
no sofá.
- O almoço está na mesa! – chama minha mãe.
Quando me sento à mesa, não vejo ninguém além dela.
-O almoço vai esfriar!
-Perde, já vai! Espera só o episódio acabar!
-Se vocês quiserem tudo bem, mas o azar vai ser de vocês que vão comer
a comida fria.
-Já tá acabando... Viu mãe, já acabou.
-então venham almoçar!
- O episódio que vai passar agora é super legal, espera um pouco.
- Vocês disseram que quando esse acabasse vocês viriam!
- Mas esse e um programa que passa dois episódios.
-Vocês disseram que quando terminasse o episódio iriam vir – disse ela,
dando ênfase à palavra “episódio”.
- Eu quis dizer programa – retruca meu irmão.
- Se vocês não vierem logo, eu vou aí e desligo-me mesma!
- Mas e o Rubem?!
- Ele é pequeno e já almoçou! – esclarece.
- Espera.
- Vocês vão ficar sem almoço e de castigo se eu tiver que levantar daqui! –
diz minha mãe já ficando brava.
- Mas esse é legal...
- Não me interessa!
- Já tá acabando...
- Não importa!
- Calma...
- Calma nada! Venham por bem
ou será por mal!
- se eu fosse vocês eu viria por
bem – avisei.
Depois que eu falei minha
opinião, continuou sentado fixado
na imagem que aparecia na tela
da TV.
- Já chega! Vocês que pediram, agora estão uma semana sem eletrônicos!
E sem almoço, e não adianta pedir comida fora de hora!
Então minha mãe levanta e desliga a TV.
- Agora... Vão fazer a lição de casa... Rápido!
Celina Piloto Rodrigues Alves
Uniforme
Na quarta feira passada, minha turma e eu estávamos indo para a
aula de educação física. Fomos jogar vôlei, quando, no meio do jogo,
comecei a ficar com calor, então tirei meu casaco e o coloquei de baixo de
minha lancheira. Voltei ao jogo.
Quando a aula de educação física acabou, fui pegar minhas coisas,
mas só achei a minha lancheira, meu casaco tinha sumido, literalmente.
Procurei-o e não o achei. Fiquei desesperada e logo pensei “minha mãe
vai brigar comigo”.
Voltei para sala, tristemente, pensando: ’’ quem será que
pegou meu casaco? ‘’ ou ‘’será que alguém pegou sem querer ou foi de
propósito?’’. Cheguei a casa logo contando para mamãe. E como previsto
ela me deu uma bronca.
No dia seguinte, foi ao ‘’achados e perdidos’’ dos pilotis, depois
foi ver com o Leo que dá bola para nós jogarmos, fui ao Marcio daqui do
segundo andar, além de comunicar a Cristina. E nada. Já perguntei a
quase todos da minha sala. Ninguém pegou.
Minha sorte é que tenho outro casaco, mas, mesmo assim, prefiro
aquele, pois é mais quentinho, e estamos entrando no inverno.
Ainda tenho esperança de encontrá-lo, vou procurar até achá-lo.
Mas estou chocada, pois o casaco não andando...
Será que até num colégio como esse, há pessoas que não
respeitam o bem alheio? Nunca perdi nada do colégio, essa foi a primeira
e espero que seja a última.
Clara Maria Portela Lindou
Partido
Um dia eu estava almoçando no shopping com um amigo meu.
Estávamos comendo tranquilamente quando uma conversa entre dois
homens chamou nossa atenção. Falavam de política.
-Esse seu partido não presta!-disse um deles- É tudo manipulação da
imprensa! Diz-me uma coisa q. - O homem foi interrompido.
-E você? Diz-me uma coisa que o seu partido tem que o meu não tem?
Heim?
O outro ficou em silêncio por alguns segundos, como se não soubesse
o que falar. O outro estava com um sorriso triunfal estampado no rosto.
-O candidato do meu partido também não presta! Ele respondeu
finalmente, e o sorriso triunfal do outro homem deu lugar a uma
expressão confusa. Por que ele diria uma coisa dessas? Isso não fazia
sentido para ele.
Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos, até que um deles
perguntou:
-Então por que vota nele?
-Meu amigo, na política brasileira ninguém presta! Mas eu acho...
Ele... Ele é um “mal melhor”. E... Eu tenho que votar em alguém, certo?
Nenhum dos homens disse mais nada.
Eberval Gadelha Figueiredo Jr.
Irmãos mais velhos
Sabe naqueles dias em que você vai tomar um banho e, para
dar uma relaxada, quer mexer no computador?Então, eu estava
nesses dias, mas quando eu fui mexer no computador, vi meu irmão
mais velho estava lá, perguntei:
- Júlio – esse é o nome do meu irmão – pode mexer no
computador?
Então ele a olhou com uma cara que já dizia a resposta e
respondeu:
-Não!
-Por favor!
-Não, estou mexendo
Depois de implorar mais um pouco, desisti. Resolvi em ir para
sala e ver o que estava passando na TV. Quando cheguei à sala e
liguei a TV, vi que estava passando um seriado que eu adorava,
então chegou o Júlio querendo jogar vídeo game e me expulsou da
sala. Eu comecei a falar:
-eii!Eu estou vendo meu seriado
-mas eu quero jogar
-tá bom, mas eu vou
mexer no computador
-não vai não
-por que, agora não se
pode fazer mais nada?
-é que eu estou
fazendo um download- ele
respondeu calmamente
-que download?
-Não te interessa
- é aquele jogo que eu
pedi para fazer o download há mais de um mês?
-não te interessa – nem estava mais prestando atenção em
mim e sim no jogo
-assim, a única coisa que tinha a fazer era ficar olhando-o
jogar, o que era u tédio. Umas duas horas depois, ele foi mexer no
computador e me chamou:
-o cabeção- ele adora-me dramar assim- vem aqui!
Então eu saí da sala e fui lá para o quarto dele, onde ficava o
computador, e disse:
-o que foi?
-pronto, pode jogar o jogo
-qual jogo
-o que você tanto pediu para fazer o download
-serio!?Nossa, valeu!
-de nada
Às vezes os irmãos mais velhos nem são tão chatos e valeu à
pena esperar às duas horas
Enrico Brancato Domeingues de Moraes
A Longa e Cansativa Jornada
Meu irmão faz faculdade em Ribeirão Preto, ele vem nos visitar
quase todos os fins de semana. Vem com a mala cheia de roupa suja e a
coitada da nossa mãe quase não tem tempo para falar com ele de tanta
roupa que ela tem que lavar.
Uma vez, porém, a cansativa rotina que um fim de semana pode
ter, acabou fazendo com que ele esquecesse o motivo de sua viagem
naquele dia. Meu irmão tinha vindo nos visitar,pois tinha havia
completado dezoito anos e tinha que se alistar no exército,o que é um
absurdo em um país democrático.Despedimo-nos tristemente dele,no
domingo,e fomos continuar a fazer nossas coisas.
Na segunda-feira, eu liguei, para o meu irmão e disse:
-E aí, Iago, está comendo um picadinho?
E ele respondeu com um tom cansado:
-Não, estou no ônibus voltando para São Paulo.
Eu, surpreso, perguntei-lhe o motivo, e ele respondeu que havia
esquecido-se de se alistar. Meus pais já sabiam disso, mas não haviam me
contado. Por um lado,fiquei feliz,pois gosto muito do meu irmão e é
sempre bom vê-lo,mas ao mesmo tempo senti pena dele,pois era uma
viagem longa e cansativa.Não era muito bom perder uma aula quando se
tem que fazer muitas das monstruosas contas de cálculo.Ele acabou
perdendo a aula,mas eu acho que o pior foi a viagem
longa,desconfortável e cansativa.
Eu não entendo por que, em plena democracia, temos de ser
obrigados a nos alistar. Não estamos em guerra, e isso não é uma
ditadura, não podemos ser obrigados. Por que não olham o futuro do país
e deixam os jovens estudarem para que girem a economia do país no
futuro?Em minha opinião isso é totalmente retrógrado.
Enzo Calmon Angeli
A Teimosia
Um garoto chegou a sua casa, correu para os pais e pediu:
- Pai, você pode comprar um apartamento novo?
O pai perguntou surpreso:
- Por que você quer um novo apartamento? Acabamos de nos mudar.
O filho respondeu:
- Mas, é que aqui é chato. Só tem criança velha, só velharia, e os outros
moradores não me deixam brincar.
A mãe comentou:
- Não da e ponto, vá ao seu quarto e jogue seu videogame.
O menino saiu do quarto dos pais triste e foi correndo ao seu quarto, para
terminar seus deveres. Abalado com a resposta da mãe, decidiu tirar
satisfação com seu pai, pois sua mãe era impaciente. Então chegou ao
quarto e falou:
- Com licença, mãe, a conversa é particular.
Ela, surpresa, saiu do quarto e foi ao banheiro. O garoto esperou-a sair e
disse ao pai:
- Mas por que você não pode comprar, é só pegar o dinheiro no banco,
ver um bom apartamento e comprar.
O pai explicou calmamente.
- Primeiro acabamos de nos
mudar, segundo, to sem
dinheiro, e terceiro pelo menos
temos onde morar e temos
comida, temos trabalho. E por
isso pare de reclamar.
O menino inconformado falou:
- Mas isso é o de menos, eu
quero mudar!
A mãe voltou do banheiro e
disse:
- Vem aqui comigo, por favor.
Eles desceram, foram para rua, e a mãe procurava uma pessoa, ao
encontrar, o garoto vê que era um mendigo. A mulher falou:
- Como você pode ver, ele não tem casa onde morar, não tem colchão
para dormir, tem pouca roupa, e para comer, precisa pedir comida para
as pessoas. Então, pare de reclamar do seu apartamento e comece a
agradecer.
Ao votarem, a criança disse aos pais:
- Me perdoem, não percebi. Da próxima vez vou pensar nas coisas antes
de fazê-las.
Os pais disseram:
- Tudo bem, vá ao seu quarto brincar, mas antes termine seu dever de
casa.
E ele foi terminar se dever.
Enzo Prado Alves
Óbvio
Eu estava pensando o que faria na prova do dia seguinte, todos teríamos
que escrever uma crônica e, como estava deitado na minha cama, fiquei
com mais sono ainda. Lembrava-me da escola das infinitas brigas, das
matérias, mas estava tão preocupado com a prova do sábado, que não
conseguia pensar direito, logo dormi.
De repente chegou a minha mãe com duas xícaras de chá, uma em cada
mão e me acordou, para tomá-lo, já que estava gripado e com frio. Em um
bebo todo o chá e saio correndo para ver o horário, preocupado que não
tinha pensado no que escreveria na crônica.
-Ainda bem!Ainda são dez horas!
Minha mãe levou as xícaras para a cozinha, rindo porque pensou que eu
fui me arrumar, para ir àquela escola infeliz.
Voltei para a cama e continuei pensando que crônica fazer, que a chata
da professora de português aceitaria. Lembrei os passeios que fiz com
meus pais no fim de semana e da festa de aniversário do meu colega de
classe, mas não encontrava nenhum fato do cotidiano que as pessoas
refletissem sobre a vida ou comportamentos humanos. Mas logo percebi
que fazer uma crônica, sobre mim, tentando descobrir como fazer uma
crônica, faria as pessoas refletirem sobre com ás vezes à resposta está tão
perto de nós, que não a achamos, então, no dia seguinte, escrevi uma
bela crônica. A professora adorou.
Felipe Lorigados Soriano
Garcia.
Tensão
Eu e meu pai estávamos no trânsito intenso da Paulista, véspera
de Natal; ela estava completamente enfeitada. Beleza era o que não
faltava. O trânsito estava ruim, porém, eu estava diferente dos outros
dias, era Natal, época de amor, fraternidade, solidariedade. Nessa
maravilhosa parte do ano, não deve haver brigas. Tudo deve ser perfeito,
Natal é tempo de paz. Talvez até os carros estivessem parados por causa
das cores chamativas e dos brilhos dos enfeites, e assim não saíamos do
lugar ha muito tempo.
Vi um homem descendo de um carro luxuoso. Pelo que eu
entendi, ele foi ao carro de trás, carro horrível, caindo aos pedaços. Foi
até lá para reclamar de suas buzinas. Falou:
- Cara, dá pra parar?
- Mas eu não estou fazendo nada – retrucou, saindo do carro.
- E essas buzinas? Estão vindo do além?
- A Paulista inteira está buzinando, e você vem logo falar comigo?
Que sorte!
A discussão continuou. Foi se formando uma platéia, mas
ninguém queria resolver o problema. Meu pai foi ao local, mas ao
contrário das outras pessoas, ele foi tentar parar a briga:
- Gente! Vamos parar o trânsito já está difícil, em vez de brigar,
vamos apreciar os enfeites.
E os dois responderam em conjunto:
- Não se mete!
Gabriela Maranhão Fontes
Obrigações
Cheguei cansada da
escola e logo me joguei no
sofá, ligando a TV era dia do
meu programa preferido, de
repente, minha mãe, que
estava doente, gritou com
dificuldade meu nome
dizendo:
- Gi, já vai começar a
assistir esses programas
norte-americanos? Vai fazer
um chazinho e um bolo para
a mamãe, vai?
Agoniada, pois o
meu programa podia começar, corri para cozinha para realizar os pedidos
de minha mãe. Bati o bolo e o coloquei no forno. Meu programa já havia
começado, corri para a sala enquanto o bolo assava... 30 minutos depois
de muitos comerciais longos, ele já tinha assado. Levei-o pra minha mãe.
Ela agradeceu e me dispensou.Desci correndo as escadas para voltar a ver
TV,o programa estava de volta.Quando entraram os próximos
comercias,resolvi fazer pipocas.Quando a pipoca começou a estourar ,
meu irmão chegou para me atormentar:
- Também quero, e a mamãe falou para você fazer leite!
Furiosa por perder uma boa parte de meu programa, retruquei:
- Faça você mesmo!
Minha mãe que me ouviu gritando, falou para eu ajudá-lo, pois
ele não podia mexer com fogo. Lá fui eu de novo, fiz o leite, com
esperanças de que ainda estivesse nos comerciais, corri de novo para a
sala, já estava em outro comercial, então fui ao banheiro, quando senti
um terrível cheiro de queimado. Era a minha pipoca.Corri para cozinha e
desliguei o fogo.Voltei então para sala sem pipoca, deitei no sofá à
procura de sossego,e quem sabe conseguir assistir o final de meu
programa.Vidrei os olhos na TV.Ouvi passos nas escadas e alguém
falando,provavelmente brigando .Não prestei atenção de tão atenta que
estava a meu programa.Ouço os berros se aproximando ,e a TV ficou
escura.Olhei para o lado e vi minha irmã. Pela cara, ela estava brava.
Então entendi tudo, ela estava brigando comigo por eu ter derrubado chá
no chão enquanto eu p levava para minha mãe. Entramos em uma
discussão horrível, ate meu pai chegar e acabar com a briga, obrigando-
nos a limpar o chão.Terminamos.Fui ligar a TV novamente, só que
Gabriela também queria assistir seu programa .Outra
discussão.Finalmente consegui ganhar ,com um acordo ,coloquei no
programa .Ele havia acabado.
Giovana Sanches Ribeiro.
A Melhor Professora De Português
Eu fui convocado para fazer aulas de recuperação de Português por causa
das minhas notas do ano passado.
Um dia, estávamos tendo aula de reforço normalmente como todas as
terças nós estávamos fazendo exercícios.
A aula andava lenta. Eu me sentia entediado, apesar de saber que
precisava aprender. Esforçava-me para me concentrar. A sala estava em
silêncio máxima. De repente, a professora sobe na cadeira e dá um grito
pro Pilotis inteiro ouvir.
Ela gritava:
-Rubens! Você não vem pro reforço?
Tudo isso porque ela tinha visto um menino que estava na lista de
presença dos alunos que participavam da recuperação. Ele estava
passeando pelos pilotis, e a professora o vira pela janela. Ele inventou que
já tinha avisado sua mãe que não iria.
Nós ficamos abismados com a professora em cima da cadeira e, para
completar, quando ela desceu disse:
-Vocês nunca viram à gorda subir na cadeira não?!
Nós rimos como se nós tivéssemos visto alguém pelado na rua. Essa foi
uma das coisas mais engraçadas que já vi na vida
Daí em diante, não foi tão difícil fazer os exercícios e a aula ficou
muito mais engraçada e divertida, como nunca!
Obs: A professora que estava dando a aula de reforço era a Maria Ângela
Barbuto
Giovane José Di Bernardi Sollitto
Confusões do futebol
O fato aconteceu em 2009 quando o Flamengo ganhou do Palmeiras por
2x0. Um morador de meu prédio chamado Eduardo, flamenguista desde
pequeno, baixinho e gordinho foi a esse jogo e ao sair dele, foi
comemorar num bar, perto do local do jogo que tinha sido no Parque
Antártica, próximo ao seu apartamento.
Saiu feliz do estádio e pôs-se a caminhar até o bar. De repente, avistou a
uns vinte metros a torcida organizada do Palmeiras, a Mancha Verde. Em
seguida um membro da
mancha gritou:
- Cabelo curto é carioca, cabelo
curto é carioca pega o
desgraçado!
Então Eduardo saiu correndo
para seu apartamento e,
depois de ser espancado
chegou ao prédio com
hematomas no braço direito e
esquerdo e também com as
mãos raladas.
Depois desse episodio,
prometeu nunca mais ir a um
jogo de futebol, mas já está
calmo quanto o assunto.
As pessoas devem ir a um jogo de futebol e torcer por seu time do
coração e não arranjar tantas confusões como arranjam hoje em dia.
Guilherme Torres
Barrucho Dos Santos
Hipocrisia das férias
Finalmente tinha chegado o tão esperado dia, acabaram-se as aulas,
todos estavam ansiosos pelas férias e as viagens aos mais diferentes
destinos.
Esperava euforicamente pelo dia seguinte, há semanas gritava ansioso em
minha mente, poderia acordar tarde e ficar sem fazer nada o dia inteiro,
apenas me divertindo com os eletrônicos e series de TV. No dia seguinte
meus pais logo me perguntaram se estava animado para as férias e
ansioso para a viagem, respondi como se fosse óbvio:
-claro, é muito bom não ter mais aulas ou fazer aquelas lições!
Arrumei as malas com exagerada antecedência sabendo que logo ia viajar.
Finalmente chegou o tão esperado dia, viajei para Recife. Lá me entretive
com atividades como mergulho e jet-ski.
Quando voltei de recife estava satisfeito com tudo o que tinha
aproveitado, hotel, praia, piscinas e atividades náuticas, enfim havia sido
uma delicia.
Logo, porem, voltou para a rotina: TV, joguinhos e dormir até tarde. Claro
que tudo isso e agradável, mas, depois de uma semana, você já começa a
sentir falta de alguma atividade, horários falta dos amigos. E lá estava eu,
descabelado, de pijamas pela casa e minha única atividade era mudar o
canal e levar a pipoca ate a boca.
E aquelas férias tão esperadas já não eram mais tão boas, estava ate
sentindo saudades das lições e das provas.
Hélio Komagata
Depois a culpa é minha!
Cheguei a casa, cansada, após o treino. Fui descansar um pouco, me
distraindo na frente do computador.
Depois de trinta minutos, minha mãe gritou:
- Vai estudar Iohanna.
Eu desliguei o computador e comecei a estudar. Estudava por uns dez
minutos, quando ouço minha mãe gritar novamente:
- Iohanna, vem me ajudar!
Fui ajudá-la. Ela pediu para arrumar meu quarto, lavar a louça, arrumar a
casa e sair para comprar pão.
Quando acabei de fazer as tarefas, já eram cinco da tarde.
Sentei na minha escrivaninha, para tentar voltar a estudar, mas lá veio
minha mãe novamente:
- Iohanna, vai toma banho!
Fui e no meio do banho, mais uma chamada:
- Iohanna, acaba logo esse banho e vem jantar.
Sai do banho apressada e fui jantar. Jantei com mais pressa do que de
costume. Subi correndo para meu quarto sentei na minha escrivaninha,
para mais uma tentativa de estudo. Vinte minutos se passaram, e minha
mãe bateu à porta, pedindo-me para me arrumar para ir dormir.
Fechei meus livros e cadernos,
arrumei meu material para o dia
seguinte, fui escovar os dentes
para dormir.
No dia seguinte, há prova e vou
mal, porque não consegui estudar.
Depois minha mãe briga comigo,
dizendo que é culpa minha.
Tivemos uma briga, pois ela falava
que eu nunca a ajudava, e quando
eu ajudei, reclamou que fui mal na
prova!
Iohanna Estenssoro
Atraso
-Alô?
-Quem é?
-A Jana?
-o que foi?
-Clara, eu te liguei pra perguntar se você quer ir ao cinema.
-A pode ser, quem vai?
-Até agora só você, porque você é a primeira, quem mais agente convida
-A Carina
-Tem o numero dela
-Tenho! 38072436
-Tá que shopping?
-Que tal o Bourbon ás cinco? E a gente escolhe o filme lá!
-Tá. Vou me arrumar, tchau
-Tchau
Então começo a me arrumar
para o shopping. Como sempre
a mesma pergunta
-O que vestir?Saia de cintura
alta com blusa rosa ou azul, mas
azul não combina porque é
xadrez, mas rosa e xadrez
também não combinam. Então
eu coloco... È uma camiseta
florida com uma saia preta com
um casaco porque tá frio.Ah
droga ! O casaco não combina
com a blusa. Já sei, vou colocar
esse casaco preto. Pronto.Agora
falto o cabelo ,a maquiagem e
qual sapato colocar
-vou começar pelo cabelo, preso ou solto?Solto, mas com tiara ou
sem?Com tiara ou fivela?Tiara.
-Maquiagem
-Sapato com salto ou sem?Sem porque vou ficar muito alta. Tá bom, tó
pronta. Só vou pegar a bolsa
Toca o telefone.
-Alo
-Jana onde você tá?
-Eu to indo!
-Agora?
-Como assim agora?
-São 8:30, ficamos te esperando três horas e agora to indo embora não
precisa mais vir!Tchau
-Tchau
Janaina Geralda Ribeiro Alves Ferreira
Nem tudo que é ouro brilha
Estávamos em casa, eu, meu pai e minha mãe. Queríamo-nos sair
para jantar em uma pizzaria boa. Pegamos o nosso carro e fomos a uma
pizzaria de luxo que aparentava ser muito boa. Mas, ao chegar lá, estava
lotado. Com fome, esperamos quase uma hora para nos sentarmos em
uma mesa. Quando chegou o garçom, meu pai pediu uma pizza de
calabresa. Meia hora depois, a pizza chegou e, mortos de fome, vimos que
a pizza estava crua e com uns fios de cabelo. Meu pai, furioso, arrumou
um barraco com os pizzaiolos e fomos embora
Todos os restaurantes por que passávamos não podíamos entrar,
porque estavam muitos lotados. Passamos, então, por uma pizzaria muito
pequena, vazia. Era bem estranha porque havia coisas antigas penduradas
nas paredes laterais como uma máquina de escrever e outras coisas .Eu e
minha mãe achamos o lugar bem esquisito ,mas meu pai disse que se não
comesse ali ,não iríamos comer em outro lugar ,pois já eram quase meia
noite .Então entramos ,sentamos à mesa e logo veio uma senhora pegar
o pedido .Meu pai pediu uma pizza ,não prestei atenção ao que ele pedira
.Quando chegou ,a pizza tinha cara de ser boa ,e ,quando nós
experimentamos , percebemos que ela era muito boa .Assim meu pai
ficou feliz , nos ficamos muito felizes por ter conhecido aquele lugar .
Agora em vez de irmos a uma pizzaria conhecida, nós só vamos
nessa pizzaria que serve uma pizza maravilhosa, apesar de ser um lugar
pequeno com poucas mesas, pois o que importa mesmo é que a pizza é
boa, de boa qualidade.
Leonardo Campos
A casa de João
Uma vez fui à casa de meu
melhor amigo João, lá era muito
divertido porque havia um vídeo
game e um cachorro muito
bonito. Estavam lá João, seu
irmão Roger, sua empregada e
seu motorista.
Descemos e fomos jogar bola.
Depois de uns dez minutos, seu
irmão apareceu e pediu para
jogar bola conosco. João deixou e
ficamos jogando. De repente
Roger disse que não queria mais
jogar e iria brincar no parquinho.
Eu fui com ele, mas João ficou
com ciúmes e falou que, se
fossemos ele não iria nos deixar brincar com seus bonecos. Então subimos
e começamos a ver TV. Roger perguntou se poderia usar seu vídeo game;
ele disse que não. Roger saiu chorando e brigando com ele.
Eu chamei João e disse-lhe que ele deveria pedir desculpas para teu irmão
e ser mais amigo. Ele pediu desculpas para seu irmão e o deixou jogar seu
vídeo game e usar suas coisas quando ele quisesse
Luca Martins Bonilha Scuracchio
Quando a luz falta...
Noite de sábado. Estava jogando vídeo game, com meus primos Jean e
Caio.
Estávamos eufóricos, no momento decisivo, na fase final do jogo, de
repente, a energia caiu e a luz do meu apartamento apagou.
Ficamos apavorados e nervosos. Esperamos quase meia hora e nada da
luz voltar.
Começamos a ficar entediados, sem ter o que fazer, tentamos
conversar, mas os assuntos morriam. Foi quando o Caio teve a idéia de
entrarmos na internet pelo celular. O único que estava com a bateria
cheia era o meu.
Falei para eles:
- Eu vou usar primeiro, depois empresto para vocês.
Eles concordaram.
Passou-se meia hora, e eu ainda estava com o celular.
Eles já estavam bem impacientes:
- Poxa, desse jeito vai acabar a bateria, e só você usou!
- Só mais um pouquinho...
Quando dei o celular para eles, a bateria acabou.
Ficaram chateados, e eu se arrependido.
Então sugeri:
-Vamos inventar outra coisa para fazer?
Mal acabei minha frase, a luz voltou, e nós corremos pra frente do vídeo
game, aliviados e muito satisfeitos.
Lucas Miksian
MINHA ROTINA
Eu estava no clube tentando convencer minha mãe a não ir à natação:
-Mãe ontem já fez judô, hoje já fiz inglês e depois tenho que fazer tênis,
vai ficar muito cansado.
-Não você tem que ir a natação, porque faz muito bem a saúde
-minha rotina é muito cansativa e esporte de mais faz mal.
Mas você não faz só esporte tem a aula de violão, a professora particular
de matemática e nessa semana você vai ter que me ajudar a arrumar a
casa, pois a empregada vai tirar folga.
Está bem, mãe vou fazer natação
Fui fazer natação muito cansada pela minha exaustiva rotina e depois do
tênis saí mais cansado ainda.
Após uma semana me senti um pouco cansado, com dor no corpo, nariz
escorrendo e com febre, minha mãe me pôs de cama. Na hora até pensei
que seria bom ficar sem natação, judô, tênis, violão, etc. por uma semana,
mas, após passar alguns dias, me senti entediado, sem fazer nada, mas só
assim me dei conta que me acostumei á minha rotina e percebi que sem
ela meus dias ficariam incompletos e sem sentido.
Lucas Rohrs Maurano
A Vida de um Modo Diferente
Ao entardecer dos dias, volto para minha casa a pé e passo por
um supermercado perto do meu prédio onde ficam alguns
moradores de rua pedindo comida.
Certo dia percebeu a presença de outra pessoa, meio
diferente, pois ela era um homem, entretanto, estava vestido
e se movimentava como uma mulher. Ao observar as pessoas
ao seu redor, via seus olhares de indignação e medo, achando
que ela poderia ferir alguém pelo simples motivo de ser
diferente, porém percebia que o travesti que é que sentia
medo, isso porque as pessoas o olhavam furioso.
No dia seguinte fui passear no meu bairro e, ao passar por
uma pequena boate, eu o vi. Lá estava ele ou ela se
prostituindo para poder ganhar dinheiro. As pessoas,mesmo
de “ressaca”,menosprezavam-no por sua escolha.
Cheguei à casa sentido desprezo por quem os olha diferente,
porém percebi que isso acontece porque desde pequenas as
pessoas vão se acostumando com o homem se casando com a
mulher. Entretanto, não podemos julgar as pessoas por suas
escolhas, pois as vidas são delas e não nossas.Então devemos
respeitá-las.Mas acredito que para isso acontecer,levará
muitos anos.
Lucca Sabongi Duarte
Curiosidade
Tinha uma consulta no dentista às onze e meia da manhã.
Cheguei lá, faltando mais ou menos vinte minutos para meio-dia. Minha
mãe me levara. Sentamos na sala de espera, juntos ao simpático
secretário Josefa e a uma senhora, também aguardando para ser
atendida. Eu estava folheando uma revista, e minha mãe estava
prestando atenção nas notícias da televisão, de repente Josefa começou a
puxar um papo comigo. Conversamos sobre a novela, sobre futebol e até
sobre o novo corte de cabelo da amiga dele, que por sina se chama Luana
e eu nem a conheço. Subitamente ele falou todo entusiasmado:
-Hoje cedo, veio uma moça aqui chamada Silvia, ela era de
estranha, mas de certa maneira, ela era bonitinha. - Tocou o telefone. Em
seguida, referindo-se a mim, disse:
-Pode entrar, é a sua vez.
E assim eu fiz, mas, quando estava sentada na cadeira para ser
“examinada”, pensei “Josefa não terminou a história de Silvia.” Eu estava
louca para a consulta acabar, sair daquela sala e perguntar-lhe sobre a tal
Silvia. Quando terminou, saí toda feliz e ansiosa!
Cheguei à sala de espera e vi outro homem sentado, onde antes
estava Josefa, então, educadamente perguntei:
-Moço, onde está o Jô? – eu estava esperando alguma coisa do
tipo “está no horário de almoço” ou “ele foi ao banheiro”, quando na
verdade sua resposta foi:
-ele teve de ir mais cedo hoje, porque vai se mudar para outra
cidade.
Fiquei sem palavras, somente agradeci e fui embora, fui embora
pensando na história de Silvia. “Quem seria essa mulher? Seria ela uma
adulta séria ou uma menininha inocente? O que será que essa moça fez
para chamar a atenção de Josefa?”
e eu pensava em tantas coisas que
ela poderia ter feito, mas também
passava pela minha cabeça que ela
podia não ter feito nada, nadinha,
apenas me deixado curiosa.
Maria Paula Santiago Hampshire
Atrasada
Mariana acordou assim: atrasada. Chamou a irmã, aflita:
-Acorda Gabriela! Corre que a gente já está atrasada!
Correu à cozinha e encheu as duas canecas de leite; metade foi pra fora da caneca. Resmungou “droga”, foi ao armário, catou uns papéis-toalha e pôs-se a limpar a sujeira. “Cadê a Gabriela, que não chega?”, pensava. “Acho melhor dar uma olhada.” E foi ao quarto ver a irmã.
Encontrou-a capotada na cama, dormindo ainda.
Mariana sacudiu os ombros da irmã. Levou um tapa de volta.
- Ai! – Esfregou a cara. – Gabriela, acorda, senão...
A irmã levantou-se sonolenta da cama.
- Que foi?
-Vamos que nós estamos atrasadas!
- Hmm... – Ela murmurou, com sono ainda.
Gabriela vestiu o uniforme lentamente, para desespero de Mariana, mas enfim foi à cozinha. Bebeu o leite devagarzinho, os dedos da outra tamborilando de nervosismo. Mal havia dado o último gole, foi puxada para o banheiro pela outra, que lhe ordenou:
- Escove os dentes agora!
Gabriela escovou. Desceram ao térreo.
- Está vendo? - Resmungou Gabriela. – Não precisava dessa pressa toda, o perueiro nem chegou ainda...
Pior é que a pequena Gabriela tinha razão. O perueiro fez questão de atrasar-se, naquele dia.
Chegando à escola, Mariana ainda tinha de pegar a fila enorme para o elevador. Ela praticamente sambava de pressa.
O elevador chegou, ela disparou para sua sala. Olhou no relógio: havia se passado um minuto além do horário. Ouviu
um bater de porta e viu que era a porta da sua sala.
Mordendo o lábio, bateu de levinho na porta. O professor abriu.
- Posso entrar? – Perguntou Mariana.
O professor olhou-a de cima a baixo.
- Não, já está atrasada.
E fechou a porta.
Mariana Dahas Turra
Desencontro
Alguns meses atrás, em são Paulo, Lucas e sua mãe estavam em casa. Lucas estava em seu quarto jogando vídeo game, e sua mãe,
na sala, assistindo à TV, até que acabou a energia no bairro.
Lucas se dirigiu para a sala e pergunto a mãe:
-Mãe!O que aconteceu?
Sua mãe responde:
-Acabou a energia!
Lucas, então, permanece na sala com sua mãe, escutando música em seu IPhone.Sua mãe pediu:
-Me deixeeu escutar com você, filho?
-Não!
-Lucas!Deixa-me ouvir com você, ponha no aparelho de som!
-Não mãe!Eu quero escutar sozinho!
Lucas, então, pôs seus fones de ouvido e começou a escutar rock. Ele deixa o volume tão alto, que mesmo sua mãe berrando seu nome ele não a escutava.
Sua mãe, enfurecida com ele, puxou seus fones de ouvido e disse:
-Dê aqui seu celular, filho!
Lucas não teve nenhuma reação, e sua mãe então lhe disse: - você não vai me escutar?!
Sua mãe ameaça pega-lo, fazendo com que Lucas saísse em disparada e se trancando no quarto. A mãe de Lucas ficou do lado de fora batendo na porta e dizendo:
-Se você não sair agora, mais tarde, quando você sair,se considere morto!Saia daí agora!
Lucas retruca:
-Pare de tentar pego o meu IPhone! Compre um para você!Começou uma discussão. Depois de um tempo, a energia voltou , e sua mãe voltou a assistir à TV novamente.Parecia que nada havia acontecido.
Mário Scholz Issa
Abaixo da média
Estava andando no shopping quando de repente, alguém me tocou
levemente no ombro:
-Amiga querida!Quanto tempo!
Era Ester, minha melhor amiga na época do colégio.
-Ester?!Como você está diferente... Está magra e muito branca. Na época
do colégio você estava mais “cheinha”-disse eu.
-Nananinanão: - Pneuzinho nunca mais!-respondeu Ester.
-Mas me diga uma coisa: por acaso você está fazendo algum tipo de
regime?
-Ah, estou sim e ainda preciso perder muitos quilos!-disse Ester.
-O quê?Você está ficando louca?!Se você perder mais um grama, você
some!
Eu realmente estava ficando preocupada. Ela realmente estava muito
magra.
-Me diga uma coisa: quanto você tem de altura?
-Um e setenta e oito.
-E quanto você pesa?
-Cinquenta e dois quilos, por quê?Ai, eu sei que estou muito gorda, mas
eu sei que vou emagrecer.
-Meu Deus!Minha Santa Ave Maria!Ester, se você emagrecer mais um
grama, você some garota!
-Não, na verdade eu...
-Quietinha!Hoje você vai jantar
comigo!Te vejo daqui uma hora,
ás oito, na minha casa, ok?
-Ok,mas só vai ter comida light,
né?
Depois de uma hora, a
campainha toca:
-Voltei!-disse Ester.
-Ótimo!Entre, fiz um jantar
delicioso!
-Tudo bem, mas não tem muitas
calorias, né?
-Ah!Vem!Olha, tem arroz, salada de tomate e alface, strognoff e frango
assado.
-Tá bem. Vou querer uma alface e nada mais.
-O quê?
-É que, bem, na verdade, estou me alimentando dessa forma porque sou
modelo, e hoje, as modelos são tão magras e tem um corpo tão bonito...
-Ester, se você não se alimentar bem, ficará anoréxica. Você é tão linda e
tem um corpo tão bonito...Além disso , muitas modelos morrem por
estarem muito magras.Coma mais, vamos...
-Tá bem. Ponha também três tomates.
Mirella Helena Pavlopoulos
A carteira
Certo dia acordei e vi pela janela um céu limpo com um sol radiante.
Pensei que era um belo dia,para ir ao clube nadar.Assim me troquei e saí
de casa a pé,andando pela rua.No caminho achei uma carteira de couro
preto no chão;quando a peguei,percebi que as pessoas começaram a me
olhar esquisito,então preferi não abri -lá ali. Chegando ao clube, abri a
carteira e percebi que havia muito dinheiro, cartão de crédito e mais
algumas coisas, entre elas, um cartão com um nome e um telefone. Era
de um médico chamado Roberto.
Logo voltei para casa para falar com minha mãe. Ela falou para ligar para
ele para ver se era o dono da
carteira então liguei
-Alô?
Alô. -você é o Roberto?
-Sou. O que gostaria?
-olha, eu achei uma carteira com
seu cartão
-bom, eu não perdi nenhuma
carteira. pode ser que algum
paciente meu tenha perdido.você
achou qualquer outra referência?
-olha, eu achei um cartão de crédito
dinheiro e. Olha eu achei outro cartão na carteira
-o nome é Vinícius
-olha o Vinícius passou aqui essa manhã, deve ser dele. você pode deixar
aqui?
-posso, onde você trabalha?
-Rua Barão de Capanema 225
-Tudo bem, já estou indo!Moro perto.
Ao chegar; entrou comigo um homem desesperado; perguntando se tinha
deixado a carteira lá. eu lhe perguntei:
-você o Vinícius?
-sim, sou como sabe?
-achei sua carteira!
Então eu mostrei a ele, me agradeceu como se eu tivesse salvado a vida
dele. ele explicou que a que ela carteira fora de deu bisavô e que passara
de geração em geração .Perguntou-me o que queria como
recompensa,mas eu respondi que não queria nada,e ele novamente me
agradeceu.
Naquele dia me senti muito especial.
Pedro Pralong Eiras
Vale a Pena?
Vejo meus pais brigando por telefone todos os dias. Principalmente
quando volto da casa do meu pai em Florianópolis.
Sempre fui mais próxima do meu pai até que ele se casou novamente,
teve mais dois filhos o que por um lado foi muito legal.
No começo era tudo muito bom até que, infelizmente, a José, mulher do
meu pai, deu para implicar comigo. Ao lado do meu pai, ela é um doce,
me trata como se fosse sua filha, mas basta meu pai sair que ela torna
minhas férias um inferno.
Tenho vontade de não ir mais para lá, mas fico com medo de ela me
afastar do papai.
Sei que por um lado estou errada em brigar com a mulher do papai, mas
não concordo com suas palavras, mesmo assim a respeito. O que eu não
gosto é quando ela fala mal da minha mãe.
Por que brigar se ela podia ser minha amiga?
Consciência hoje eu tenho para saber que meu pai me ama e eu também
o amo.
Será que vale a pena brigar?
E se eu estiver errada?
Rachel do Amaral Dick Garcia Moreno
Perder sozinho, ganhar em grupo
Era uma noite de sexta feira. E quatro amigos universitários, João,
Gustavo, Pedro e Guilherme, divertiam-se comendo guloseimas e jogando
videogames. Riam muito, quando o telefone tocou, era da universidade
em que estudavam e estavam sendo convocados para um torneio de
física e química. E claro que aceitaram, pois eram muito inteligentes e já
haviam participado dos torneios anteriores.
João começou a fazer algumas perguntas para treinar para a
competição, mas ao invés de cada amigo responder uma pergunta de
cada vez, Gustavo respondia todas e não dava chance aos outros. Por isso,
tiveram uma grande discussão que acabou na separação do grupo,
Gustavo ficou sozinho e os outros três se uniram.
-vocês só são três, e para o torneio são necessários quatro
integrantes no grupo!- falou Gustavo.
-não tem problema, nos podemos chamar outro aluno para
participar. Mas e você, esta sozinho!- disse Pedro
-eu arranjo mais três pessoas. E se me derem licença, vou treinar
para a vitória!
No dia seguinte, o salão onde seria realizada a competição estava
lotado, muitos alunos e professores estavam presentes assistindo a
disputa dos grupos. Quando chegou a vez do grupo de Pedro, Guilherme e
João, eles apareceram com uma colega de classe muito espeta enquanto
Gustavo chegou com os faxineiros do refeitório da universidade para
serem os complementos do
grupo. Gustavo alegou que não
precisava de ninguém que
soubesse muito do assunto, pois
iria ganhar de qualquer jeito.
O professor Marcelo
começou a fazer as perguntas,
que eram respondidas
corretamente pelos dois grupos.
Estavam empatados e só restava
uma pergunta, quem acertasse
iria ganhar o premio em
dinheiro. O time de João e
praticamente ninguém ali
presente sabia a resposta (com
exceção dos professores).
Gustavo e seu time de funcionários teriam que responder a pergunta
corretamente, porque o outro grupo havia chutado e errado. O
universitário egocêntrico estava prestes a ter um ataque do coração
quando um dos faxineiros respondeu a pergunta corretamente. Mas
Gustavo disse que aquela não era a resposta oficial de seu grupo. Quando
os dois times saíram perdedores e empatados do torneio, Pedro se dirigiu
ao faxineiro que havia acertado a pergunta e perguntou come ele havia
feito aquilo. -Nessa universidade eu sou apenas um dos faxineiros, mas
no meu país eu era o único do Centro de Pesquisas Atômicas.
Rafael Elias Tommasi
Tempo de Criança
Segunda-feira na sala de aula. Matemática. Cinco minutos para
bater o sinal. Olho pela janela e vejo lá embaixo nos Pilotis, duas meninas
brincando. Lembro-me de minha segunda série quando eu não dava a
mínima aos estudos. Nunca fui mal na escola, mas, naquela época a
minha vida era bem mais brincadeira do que estudo. Batia o sinal e toda a
sala saia correndo para brincar de mil coisas: pega-pega, pula-corda, rio-
vermelho, etc.
Hoje em dia é estudo, estudo e mais estudo. Hora do recreio,
pequena pausa, porém, sem se mexer muito; só sentamos em outro lugar
e colocamos o assunto em dia. Conversa, conversa, conversa, bate o sinal,
acaba o recreio, voltamos a sentar na mesma cadeira da sala e voltamos a
estudar. Ah! Como são felizes aquelas garotas! Elas nem imaginam o que
as espera quando chegarem à minha série...
Triiiiiiiiiiiiiim! Bate o sinal, pensamentos interrompidos, fim da
aula de matemática. Ah! Finalmente o recreio. Vou jogar três corta (um
jogo com a bola de vôlei) isto é, depois que eu convencer a Gigi, é claro!
Eu sei o que você esta pensando, leitor, mas, qual é? Ninguém é
de ferro para ficar o tempo todo sentado. Sem falar que eu só tenho treze
anos e sou muito nova para reclamar tanto!
Raquel Baptista Mariani
Injustiça
Numa segunda-feira, estava no meu quarto. Havia acabado de arrumar
minha mochila com materiais escolares e roupa do balé e começava a me
trocar, pondo o uniforme opcional do handebol.
Minha irmã chegou a meu quarto a meu quarto, já trocada e começou a
me interrogar com perguntas como:
-Raquel, já se trocou? Já guardou tudo na mochila? Vai demorar quantos
minutos para acabar de se aprontar?! Vai logo, porque hoje eu quero
chegar quinze minutos adiantados!
Eu respondia:
-Aii! Para que essa pressa toda!? Eu sei que o clube é longe e temos que
sair com antecedência, mas relaxa que eu já estou terminando!
Virei de costas para ela e continuei o que estava fazendo, depois de uns
cinco segundos, só senti uma mão pequena batendo com muita for´ca em
minhas nádegas. A minha reação foi gritar bem alto:
-Aaaaaaaaah!!!
Quando acabei de gritar, só ouvi a porta do quarto se abrindo com força
elogo se fechando com uma batida forte. Comecei a ficar com medo, pois
sabia que minha mãe viria.
Logo após esse pensamento, vi
minha mãe surgindo com o rosto
vermelho, olhos esbugalhados e
uma expressão grosseira. Ela me
questionou com uma voz bem
alta:
- Quem é que gritou?!
Respondi normalmente:
- Fui eu.
Ela voltou a me interrogar
batendo os pés no chão
rapidamente:
- Por que você gritou?!
- Porque a Milena deu um tapa forte nas minhas nádegas!
Minha irmã mais nova intrometeu-se:
_ Eu batí fraco só porque ela me xingou de chata, idiota, irritante,
estúpida e burra!
Exclamei inconformada com sua mentira:
- Que mentira!
Ela retrucou:
- Nada a ver!
Minha mãe deu um tapa dolorido em minhas nádegas, e não gritei,
apenas chorei. Minha mãe disse:
- Agora eu te dei um tapa que realmente doeu, quero ver se você vai
berrar de novo!
Olhei no espelho como estavam minhas nádegas e vi que lá estavam as
marcas dos dedos da minha mãe, vermelhas.
Raquel Oliveira Barrios
Perdi a veia
Em um final de semana, eu fui tirar sangue. Eu já o fiz várias
vezes, mas foi a primeira vez que eu teria de usar um apetrecho que me
obrigava a ficar por um tempo de braço esticado e parado.
- Próximo! – A atendente, na sala de espera, chamou.
Eu me levantei e entrei na sala de exame.
- Por aqui – a enfermeira falou, apontando uma cadeira – sente-
se.
Enquanto ela se preparava para furar o eu braço, eu observava
atentamente o que me aguardava. Em cima de uma gaze, havia uma
grande agulha ligada a um tubinho que, por sua vez, era ligado a um
pequeno recipiente.
Quando ela se sentou ao meu lado, eu perguntei:
- Vai doer?
- Não- Ela respondeu
- Tem certe... – comecei, mas fui interrompido.
- Acabei – ele disse.
Realmente, não doeu. Ela pediu-me para levantar e não dobrar o
braço. Assim ala me levou até uma pequena sala onde havia algumas
poltronas grandes e confortáveis e uma pequena TV.
Sentei ainda com o braço esticado e assim fiquei por uns cinco
minutos . a enfermeira sorridente, veio até minha poltrona e olhou para o
meu braço. Sua expressão ficou séria. “o que eu fiz de errado?” pensei.
Mas, respondendo minha pergunta, ela disse:
-Perdi a veia. Não era pra se mexer.
-Mas...- eu comecei, mas pensei que eu deveria ter mexido em
algum momento e não reclamei.
Fui até a cadeira onde eu sentara pela primeira vez. Após os
preparativos, ela me furou mais uma vez. Doeu.
Ao sentar na poltrona, eu fiquei imóvel, decidido não mexer o
braço. Mas cinco minutos depois a cena se repetiu:
-Perdi a veia. Não era para ter se mexido!
Então fui pela terceira vez, furado. Doeu. Muito. Já na poltrona,
eu passei os cinco minutos olhando para meu braço, mas mesmo assim:
-Perdi a veia. Se você se mexer isso acontece!
Eu quase gritei um palavrão, mas me contive, no último segundo,
já com a boca aberta.
- Quer dizer alguma coisa? – ela perguntou.
-Não- respondi.
Como o braço já parecia uma peneira, ela decidiu atacar o
esquerdo. Quando ela furou meu outro braço eu praguejei baixinho.
Na poltrona, eu já sabia o que aconteceria. Quando ela se
aproximou, eu a imitei com a boca.
- Perdi a veia.
Eu percebi que, como eu, ela estava cansada disso tudo. Então ela
tentou reparar o erro ali mesmo: tirou a agulha do meu braço e me deu
mais três furos. E enquanto eu escondia meus olhos lacrimejantes, ela se
levantou e chamou outra enfermeira. Por coincidência, chamava-se
Renata e era uma morena linda.
Ela fez mais um furo no meu braço e foi embora, sem dizer nada.
Cinco minutos depois, a primeira enfermeira chegou. Eu cruzei os
dedos. Tirando a agulha do meu braço, disse:
- Acabou.
Eu pensei que ela precisou de sete furos antes de pedir ajuda,
enquanto a outra prescisou de um só. Eu telvez tenha ficado mais
relaxado a beleza da segunda enfermeira. Mesmo assim, não acho que foi
muito a minha culpa, mas não importa.
Depois dos curativos feitos, eu fui embora com um pitulito que,
mesmo sendo mauis velho, eu aceitei para ter algum consolo por ter
braços que pareciam peneiras remendadas.
Na saída do hospital, minha mãe perguntou o motivo de tantos
curativos.
- Eu mexi o braço- respondi.
Renato Luiz Mendes Lopes
A mãe do Ano
- Vamos começar a entrevista, D. Célia?
Dona Célia se ajeita na cadeira e fala:
- Claro!
- Com, D. Célia, a senhora foi eleita a melhor mãe. Como se sente?
- Feliz, claro!
- Certo. E como você arranja tempo para cuidar de seus filhos?
- Eu dou um jeito.
- E a senhora tem alguém que a ajuda? Tipo uma babá ou algo assim?
- Não! Claro que não! – D. Célia respondeu brava.
- Seu marido a ajuda cuidar das crianças?
- Ahm... às vezes.
O entrevistador teve a impressão de que ela estava totalmente entediada
com a entrevista, mas prosseguiu.
- Então é só você para cuidar das crianças?
- Sim. Eu já disse não foi?
- Desculpe-me, senhora.
Continuando, qual é a brincadeira
predileta de vocês?
- A gente brinca de tudo.
- Sim, claro eu...
Nesse instante o telefone de D.
Célia toca.
- Desculpe – olhou o número e viu
que era seu marido – Tenho que
atender.
- Cla...
Dona Célia saiu do palco, foi em
direção ao banheiro feminino e
deixou o entrevistador falando sozinho.
- Alô? Oi amor! Sim, está tudo bem comigo, e com você? Como está indo
a entrevista? Um SACO! Até parece que eu tenho tempo, paciência e
beleza para cuidar daqueles pestinhas! Hahaha. Sério! Eu tenho coisa
melhor para fazer. A babá que cuide deles...
Sofia Soares Perez
Cadastro de Pessoa Física
Eram aproximadamente três horas da tarde quando e entrei na
caixa econômica federal para criar meu CPF.
Passando pela porta rotatória, deparei-me com um computador
“touch screen” para retirar a minha senha. Depois de algumas tentativas,
uma jovem me ajudou, e, em alguns segundos eu tinha a minha senha.
Depois de alguns cálculos imaginei que fosse demorar alguns segundos
para ser atendido, felizmente, sentado.
Cinco minutos depois eu me cansei de esperar e comecei a jogar
sudoku no meu celular. Eu odeio sudoku, mas pelo menos foi algo para
fazer naqueles trinta minutos.
Chamaram uma senha, outra, mais uma, e eu estava me cansando
de jogar sudoku, e quando eu estava prestes a passar do primeiro nível,
chamaram a minha senha.
Passaram-se alguns minutos, eu dei os dados ao atendente e ele
me disse que deveria pagar uma tarifa de cinco reais e setenta centavos
no caixa, e eu precisaria de outra senha.
Calmo eu fui pegar a minha senha, o que foi muito mais fácil do
que DNA primeira vez, pois eu já sabia como o fazer. Voltei
vagarosamente para as cadeiras. A minha era a vigésima oitava senha e
dessa vez não calculei o tempo, pois errar seria a única opção
Não consegui ficar com raiva e dormi em dois minutos. Acordei
com o choro de um bebê que estava com fome, e percebi que já haviam
se passado trinta e duas senhas e
jásem sono, percebo que posso ficar
com raiva,e o faço. Tento me conter
e pego outra senha.
Desta vez eu espero de pé
para não dormir,
surpreendentemente, em cinco
minutos eu fui chamado para pagar
e fiquei contente quando me
contaram que eu não precisaria
pegar mais uma senha para retirar o
numero do meu CPF. Assim que eu
paguei retirei o meu cadastro e
andei em direção a porta
rapidamente. Quando tirei o meu
relógio do armário onde eu guardei
os objetos metálicos, vi que as filas me atrasaram para a aula de inglês, e
eu não poderia fazer a aula.
-Da próxima vez eu espero em pé.
Theo Cagnin Martinez
Um Espaço Só Meu
O garoto esmurrou a porta com toda a sua força, algo inútil, pois provavelmente havia alguma coisa, como uma poltrona, impedindo que esta se abrisse, além disso, a coitada da porta nada tinha a ver com isso.
- Me deixa em paz! – gritou furiosamente a irmã, jogando uma almofada contra a porta – Eu quero ficar sozinha.
- Não é minha culpa se você brigou com a sua amiga ou namoradinho, eu quero entrar no MEU quarto e pegar o que preciso.
- Sai daqui! Esse quarto é meu também!
- Por isso mesmo, tenho o direito de estar aí, tanto quanto você – argumentou o garoto.
- Sai!!!
- Não vou!
- Você é teimoso igual a uma mula.
- E, você não? Me deixa entrar!
- Eu quero ficar sozinha! Queria tanto um quarto só meu...
- Eu também, queria muito, mas não tenho! Sou obrigado a conviver com você, todos os dias, num espaço que devia ser só meu.
- Sai, sai. Me deixa em paz.
-Eu só quero pegar uma coisa – respondeu o garoto, tentando abaixar o volume da voz, pois se a discussão continuasse naquele tom, logo a mãe deles apareceria e daria uma bronca em ambos.
O previsto aconteceu, a discussão continuou; a irmã não poupou xingamentos ao irmão, e ele, com os nervos à flor da pele, insinuou que a simpatia da irmã poderia ser comparada à de um javali com TPM; logo depois, a mãe interferiu, acabando com a briga e dando uma enorme bronca nos
dois. O irmão pegou o que queria no quarto e pediu contra a sua vontade, desculpas a irmã, e ela a ele.
Furioso com a mãe, a irmã e o resto do mundo, saiu para a varanda do apartamento, pois olhar o horizonte, os prédios, as casas, os carros e as pessoas passando, o acalmava, levando-o para longe dali. Entre os passantes, ele viu um mendigo, o que o fez voltar a realidade. O Mendicante levava apenas uma sacola, provavelmente tudo o que tinha; aquele homem era um sem-teto, um sem-lar, não tinha um espaço só dele no mundo, o mundo era seu espaço.
Pensativo, o garoto o observou por um longo tempo. Voltou para dentro do apartamento, chateado, chateado com ele mesmo.
Victor Martinez Corrêa e Sá