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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA COMARCA DE SOBRAL- CEARA. TEREZINHA DE JESUS SANTOS ALVES, brasileira, casada, aposentada, inscrita no CPF sob o nº. 114.334.853-20, residente e domiciliado no Sitio Palmeira Cumprida, Zona Rural, Tianguá – CE, por seu advogado que esta subscreve com procuração anexa e endereço profissional e eletrônico consignado no rodapé, vem com o devido acato a presença de Vossa Excelência, com fulcro 282 Código de Processo Civil e demais dispositivos atinentes à espécie, propor a presente AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS Contra CAIXA ECONOMICA FEDERAL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 00.000.000/4369-92, com sede na Rua Sena Madureira, 800 – 11º Andar Fortaleza – CE, CEP: 60065-080, pelos razoes de fato e de direito a seguir expostos: OBJETIVOS DA DEMANDA O Presente pleito tem como objetivo: 1º a devolução do valor pago em dobro, qual seja, R$ 1.596,00 (mil e quinhentos e noventa e seis reais); 2º O Cancelamento do empréstimo; 2º A compensação pelos Danos Morais sofridos pela autora. ADVOCACIA E CONSULTORIA JURÍDICA Avenida Prefeito Jaques Nunes, 968 - altos - Sala 06 Cel : (88) 9720 2233 (88) 9200 5182 - Cep: 62.320-000 [email protected] Dr. Arlley Fernando da Costa Frota OAB-CE 26124

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PETIÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA COMARCA DE SOBRAL- CEARA. TEREZINHA DE JESUS SANTOS ALVES, brasileira, casada, aposentada, inscrita no CPF sob o nº. 114.334.853-20, residente e domiciliado no Sitio Palmeira Cumprida, Zona Rural, Tianguá – CE, por seu advogado que esta subscreve com procuração anexa e endereço profissional e eletrônico consignado no rodapé, vem com o devido acato a presença de Vossa Excelência, com fulcro 282 Código de Processo Civil e demais dispositivos atinentes à espécie, propor a presente

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Contra CAIXA ECONOMICA FEDERAL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 00.000.000/4369-92, com sede na Rua Sena Madureira, 800 – 11º Andar Fortaleza – CE, CEP: 60065-080, pelos razoes de fato e de direito a seguir expostos: OBJETIVOS DA DEMANDA O Presente pleito tem como objetivo: 1º a devolução do valor pago em dobro, qual seja, R$ 1.596,00 (mil e quinhentos e noventa e seis reais); 2º O Cancelamento do empréstimo; 2º A compensação pelos Danos Morais sofridos pela autora.

ADVOCACIA E CONSULTORIA JURÍDICA

Avenida Prefeito Jaques Nunes, 968 - altos - Sala 06Cel : (88) 9720 2233 (88) 9200 5182 - Cep: 62.320-000

[email protected]

Dr. Arlley Fernando da Costa Frota OAB-CE 26124

I – PRELIMINARMENTE

Requer a autora considerando os mandamentos contidos no art. 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal, na Lei nº 1.060/50, e nas leis complementares federal e estadual, nº 80/94 e 59/05, respectivamente:

a) Sejam–lhe concedidos os benefícios da Justiça Gratuita, uma vez que, afirma ser POBRE no sentido legal do termo, não dispondo de condições para arcar com honorários advocatícios e demais custas processuais sem resultar em real prejuízo a seu sustento e de sua família.

DOS FATOS A autora é correntista do BANCO promovido tendo como numero da conta corrente 013.00.024.567-7 e agência 0745.

A requerente foi surpreendida com um empréstimo de CDC AUTOMÁTICO, sendo realizado em 10/04/2014 no valor de R$ 798,00 (setecentos e noventa e oito reais) dividido em 35 (trinta e cinco) parcelas no valor de R$ 43,42 (quarenta e três reais e quarenta e dois centavos.

Do suposto empréstimo já foi descontado 11 (onze) parcelas, totalizando o

valor de R$ 477,62 (quatrocentos e setenta e sete reais e sessenta e dois centavos). (doc. anexo).

Diante disso, a requerente vem sofrendo descontos sucessivos em folha de pagamento dos seus proventos referentes a este empréstimo, mesmo não tendo solicitado e nem mesmo se quer tenha usado.

Dessa forma, o requerente se viu obrigado a entrar com ação cabível para pedir, reparação pelos descontos já efetuados e o pagamento danos morais pelos transtornos causados pelas angustias e aborrecimentos. Importante salientar que a requerente não solicitou e muito menos outorgou qualquer procuração para que esse empréstimo fosse realizado. Com isso fica fácil perceber que usaram o nome do autor sem seu consentimento para realizar tal transação. Os transtornos causados na vida da requerente desde dia que tomou conhecimento desse empréstimo é causado por negligencia do requerido por realizar esse empréstimo e consequentes descontos na conta do requerente desajustando dessa forma suas finanças, pois de forma alguma contava com esses descontos em seu benefício. Toda essa situação levou a autora a sofrer uma dor interna e pessoal, que provocou inevitável constrangimento e vergonha. Não há como aceitar esse verdadeiro desrespeito aos direitos individuais, motivado pela negligência e imprudência da atuação do requerido.

Principalmente por que a requerente possui filhos pra criar, mas com esse descontos o requerente encontra-se em uma situação muito difícil financeiramente. Pelo exposto, tendo a requerente esgotada todos os meios na tentativa de resolver seu problema, mesmo não existindo qualquer debito por parte do mesma, tendo em vista que jamais contraiu qualquer empréstimo junto ao banco requerido, não lhe resta outra alternativa senão recorrer as vias judiciárias para ver sanado seu pleito devendo o mesmo ser ressarcido em dobro pelo valor pago indevidamente e ainda pelos danos morais causado pelo requerido. DO DIREITO O Direito da Requerente encontra-se amparado pela legislação Pátria vigente. Baseado na Lei 8.078/90, diante dos fatos narrados acima a requerente tem direito em recebe não só a quantia descontada, mas o dobro do valor pago, como preceitua o artigo 42, parágrafo único da referida lei. Senão vejamos:

Art. 42 (omisso)

“Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.” (grifo nosso).

Com isso decorre o valor de R$ 1.596,00 (mil e quinhentos e noventa e seis reais), a serem recolhidos e pagos a autora, diante dos R$ 798,00 (setecentos e noventa e oito reais), cobrado e descontado indevidamente pelo banco requerido. O requerido deve ser responsabilizado pela lisura em suas cobranças, tomando para tanto, todas as medidas cabíveis para evitar prejuízos aos consumidores. É notável a falta de cuidado da empresa ao cobrar dividas inexistente, devendo, portanto, assumir pelos danos decorridos e, ainda, ser a rigor penalizada a fim de não reincidir sobre os mesmos erros com outros consumidores. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Estabelecida a relação de consumo entre Autor e Réu, deve-se estabelecer a possibilidade da inversão do ônus da prova, conforme inteligência do artigo 6º VIII do CDC.

Segundo Luiz Antônio Rizzatto, em seu livro “Comentários ao Código de Defesa do Consumidor”, afirma que o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor é uma primeira medida de realização da isonomia garantida na Constituição Federal, já que o consumidor é a parte fraca, tanto no que tange a técnica quanto a questão econômica.

A relação de consumo que envolve Requerente e Requerido se fundamenta em indiscutível hipossuficiência e vulnerabilidade fático-econômica, como é sabido por qualquer cidadão de discernimento médio.

A Autora ao confiar nos serviços que a Requerida oferecia, se surpreendeu negativamente com os percalços encontrados, motivo pelo qual, requer a Vossa Excelência a inversão do ônus da prova, nos termos do artigo 6º inciso VIII do CDC. DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO BANCO

Como relatado anteriormente o requerente foi surpreendido com descontos efetuados na sua única fonte de renda pela parte requerida, empréstimos esses que nunca foram realizados verdadeiramente. Nesse caso incide especificamente na hipótese vertente do princípio da responsabilidade objetiva, consagrado no artigo 14 da Lei 8.078/90.

“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequados sobre sua fruição e risco.” (grifo nosso).

Destarte, conforme expresso no texto legal, a responsabilidade da empresa requerida insurge de imediato, pela mera comprovação do fato danoso e de forma independente de culpa – não obstante o elemento culposo estar plenamente presente in caso facilitando assim a obtenção da consequente reparação/indenização dos danos, faltando tão somente determinar-se o quantum reparatório/indenizatório. DA PRATICA ABUSIVA

Pode ser observado no dispositivo do CDC mais precisamente no artigo 39 inciso IV, onde é retratado a prática abusiva. Senão vejamos:

“Art. 39 - É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outra práticas abusivas.” (grifo nosso). ...

“IV – prevalecer-se da franqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços.” (grifo nosso).

Deste modo, não resta duvida que o requerente sofreu prática abusiva por parte do requerido. Pois este realizou empréstimos em nome do requerente que é pessoa idosa e analfabeto sem seu consentimento. Importante frisar, que o requerente recebe mensalmente valor suficiente somente a sua subsistência e estes descontos causa uma restrição imensurável nas despesas familiares do requerente. DA TUTELA ANTECIPADA O instituto da tutela antecipada esta expresso no artigo 273 do Código de Processo Civil. Senão vejamos:

“Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e”: (grifo nosso) “I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou” (grifo nosso).

Não resta duvida que no caso em tela esteja presente o periulum in mora,

pois caso não seja cancelado de imediato esses descontos por parte do requerido, a requerente ficara com sua situação financeira muito comprometida, tendo em vista como já relatado os descontos são realizados na sua única fonte de renda. O que desde já se requer baseado no artigo 273 e incisos do Código de Processo Civil c/c com o artigo 84, parágrafo 3º da lei 8.078/90, seja concedida a tutela antecipada objetivando que a instituição financeira requerida seja oficiada no sentido de cancelar as cobranças indevidas, sob pena de multa diária caso a mesma não cumpra. DO DANO MORAL O banco requerido ao realizar empréstimo e consequentes descontos consignados na única fonte de renda do requerente, em que hipótese alguma teve seu consentimento, atingiu o mesmo, seu patrimônio e sua moral, a dor, o sofrimento e a angústia em pagar um empréstimo que nunca fez. Não basta a esfera patrimonial atingida do requerente, os efeitos do ato ilícito praticado pelo banco requerido, alcançaram a vida intina do requerente, que de uma hora para outra viu-se violentar, pois os descontos realizado pelo banco

requerido onerou por demais sua vida, gerando grande constrangimentos e sérios danos morais. A nossa Constituição Federal consagra no seu dispositivo o direito de exigir reparação por danos morais quando tem sua intimidade e vida privada violada, vejamos o que relata o artigo 5º inciso X da Carta Maior.

Art. 5º (omisso) “X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material e moral decorrente de sua violação” (grifo nosso).

Vejamos o que nosso Código Civil relata sobre ato ilícito no seu artigo 186:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. (grifo nosso).

Sendo assim, não resta duvida quanto ao DANO MORAL, sofrido pelo autor,

pois este vivencia situação vexatória e injusta, ocasionada exclusivamente pela imprudência da empresa ré em ter realizado empréstimo consignado na sua aposentadoria sem o consentimento do autor.

O código de defesa do consumidor no seu dispositivo 14 “caput” relata que:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. (grifo nosso).

Dessa forma fica claro a obrigação da reparação dos danos sofrido pelo requerente, pois independe de culpa, uma vez que ocorreu uma enorme falha, gerando dessa forma um dever de indenizar em face de um empréstimo que nunca teve a anuência do requerente.

DO PEDIDO Pelo o exposto, requer-se a Vossa Excelência, digne-se em:

a) Deferir a tutela antecipada, conforme requerido preliminarmente, visando o cancelamento junto a CAIXA ECONOMICA FEDERAL dos descontos de R$ 43,42 (quarenta e três reais e quarenta e dois centavos) sobre os proventos da requerente;

b) A citação do banco requerido para que querendo conteste a presente ação no prazo legal sob pena de confissão e revelia quanto a matéria de fato.

c) Finalmente, seja a ação julgado procedente, declarando inexistência a

relação jurídica entre o requerente e o banco requerido, bem como a imediata exclusão dos descontos de R$ 43,42 (quarenta e três reais e quarenta e dois centavos) junto a CAIXA ECONOMICA FEDERAL, eis que o requerente não concorreu para a atual situação.

d) A condenação do CAIXA ECONOMICA FEDERAL, ora requerido, em

DANOS MATERIAIS E MORAIS no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), mais a restituição do valor do indébito no valor de R$ 1.596,00 (mil e quinhentos e noventa e seis reais), devidamente corrigido desde o dia 06/06/2014, vencimento da primeira parcela.

e) Seja concedido os beneficio da justiça gratuita nos termo da lei na Lei nº

1.060/50, e nas leis complementares federal e estadual, nº 80/94 e 59/05, respectivamente;

f) Que seja determinado a inversão do ônus da prova por ser a autora a

parte mais fraca na relação. g) A autora abre mão do montante que exceder os 60 (sessenta) salario

miminho.

DAS PROVAS

Protesto provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido em especial provas documentais, sem prejuízo das demais. Dá-se à causa o valor de R$ 36.596,00 (trinta e seis mil quinhentos e noventa e seis reais)

Termos em que, respeitosamente,

Pede e espera deferimento.

Tianguá - CE, 11 de fevereiro de 2015.

Arlley Fernando da Costa Frota OAB-CE 26124