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1 Ano XVI - Nº 54 - Agosto e Setembro / 2013 - Rua Piauí, 220, 5º andar - Santa Efigênia - BH/MG CEP: 30150-320 ALIADOS DO GADO LEITEIRO Mirton Morenz, pesquisador da Embrapa, explica os benefícios do uso de microminerais na dieta dos bovinos pág. 06 Iniciativa da CNA vai capacitar 81 mil produtores de leite em todo o Brasil págs. 11 a 13 Linhas de financiamento vão ajudar produtores e laticinistas a investirem em inovação págs. 08 a 10 PECUÁRIA INOVADORA PROGRAMA LEITE LEGAL Impresso Fechado Pode ser aberto pela ECT EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS Mudou-se Em ___/___/___ Responsável ________________ Ausente Endereço insuficiente Desconhecido Não procurado Não existe o nº indicado Recusado Falecido

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AliAdos do gAdo leiteiroMirton Morenz, pesquisador da Embrapa, explica os benefícios do uso de microminerais na dieta dos bovinospág. 06

Iniciativa da CNA vai capacitar 81 mil produtores de leite em todo o Brasilpágs. 11 a 13

Linhas de financiamento vão ajudar produtores e laticinistas a investirem em inovação págs. 08 a 10

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EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS

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Em ___/___/___ Responsável________________

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Não existe o nº indicado

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Hoje, as palavras de ordem da cadeia lei-teira são qualidade e estabilidade. Dessa forma, as linhas de crédito Inovagro e Inova Agro, li-beradas pelo Governo Federal, são adequadas quanto aos juros e aos prazos de pagamento. Elas vão permitir investimentos em máquinas e equipamentos fundamentais para a evolu-ção da qualidade do leite brasileiro. Os finan-ciamentos para a estocagem trazem para a indústria um capital que permite armazenar produtos na safra, regulando a oferta durante todo o ano. O sinônimo disso é a estabilidade de preços tão requerida pelo setor lácteo.

Acredito que o ciclo de aceitação da pro-dução leiteira sem qualidade, controle e gestão eficiente está chegando ao fim. O apoio à ino-vação é importante e ela está disponível através da genética selecionada e melhorada, dos equi-pamentos que facilitam a ordenha e do controle laboratorial com indicativos de qualidade do lei-te. Não dá mais para escutarmos aquela antiga frase: “meu bisavô, meu avô e meu pai tiravam leite assim, eu não vou mudar”. Com o atual ar-senal de possibilidades de melhorias disponíveis, só não cresce nesse ramo quem não quer.

A inovação na atividade primária (na fa-zenda) é o primeiro passo para a melhoria da renda do produtor. O segundo é o maior ren-dimento na produção industrial, com melhor sabor e maior shelf-life dos produtos. O terceiro é a fidelização do varejista pela qualidade e o quarto, e último passo, é o reconhecimento do consumidor que, hoje, está ávido por novida-

des. E quando os laticínios oferecem produtos que trazem como principais atributos a melho-ria da saúde, o prazer pelo aroma e pelo pala-dar, começa uma história de amor. História que rende resultados positivos para as indústrias.

Além disso, o setor industrial se encontra diante de uma oportunidade inédita com o pro-grama Leite Legal, que possibilita o treinamento de seus fornecedores para que eles possam estar habilitados para a produção de leite com qua-lidade. O custo de participação no programa é próximo de zero. É o famoso “cavalo arreado” que passa na nossa porta. Montá-lo e usufruir dessa confortável cavalgada é uma chance de ouro. Não consigo imaginar que exista algum la-ticínio que não se curve a um programa singular como o Leite Legal. A aquiescência da indústria e sua participação, com o maior grupo de produ-tores possível, é uma demonstração de respeito ao fornecedor de leite e aos consumidores. É um salto de qualidade e o início de uma mudança cultural para alguns produtores.

Boa leitura!Guilherme OlintoPresidente do Silemg

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editoriAlexPediente

ANO XVI / Número 54 / Agosto e Setembro de 2013SILEMG / Endereço: Rua Piauí, 220 / 5º andar / Santa EfigêniaCEP: 30150-320 / BH/MG / Tel: (31) 3223-1421www.silemg.com.br / [email protected]: BimestralImpressão: Gráfica Del Rey / Tiragem: 3.500

DIRETORIA EXECUTIVAGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodocePresidentePaulo Bartholdy Gribel - Laticínios São Vicente de Minas LtdaVice-presidenteJoão Lúcio Barreto Carneiro - Laticínios Porto Alegre LtdaDiretor AdministrativoGuilherme Silva Costa Abrantes - Laticínios Dona Formosa LtdaDiretor FinanceiroAlessandro José Rios de Carvalho - Laticínios Verde Campo LtdaDiretor Tecnológico

DIRETORIA ADJUNTAAntônio Fernandes de Carvalho - Laticínios Union LtdaArmindo José Soares Neto - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéBernardo Bahia - Laticínios MB LtdaCarlos da Silveira Dumont - Coop. dos Produtores Rurais do Serro LtdaCarlos Eduardo Abu Kamel - Coop. dos Produtores Rurais de Itambacuri LtdaCarlos Henrique Pereira - Forno de Minas Alimentos S/ACarlos Roberto Soares - Dairy Partners Americas Manufacturing/DPA NestléCícero de Alencar Hegg - Laticínios Tirolez LtdaClaudinei Ribeiro Chaves - Laticínios Bom Gosto LtdaEstevão Andrade - Laticínios PJ LtdaGiovanni Diniz Teixeira - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéGuglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos LtdaHumberto Esteves Marques - Barbosa & Marques S/AIvan Teixeira Cotta Filho - Cottalac Indústria e Comércio LtdaJaime Antônio de Souza - Laticínios Bela Vista LtdaJoão Bosco Ferreira - Coop. Central Mineira de Laticínios Ltda/CemilJosé Antônio Bernardes - Embaré Indústrias Alimentícias S/AJosé Márcio Fernandes Silveira - CristaulatJosé Samuel de Souza - Coop. Agropecuária de Raul Soares LtdaJuarez Quintão Hosken - Laticínios Marília S/ALéo Luiz Cerchi – Scalon & Cerchi LtdaLúcia Alvarenga - Laticínios Lulitati LtdaMarcelino Cristino de Rezende - Nogueira e Rezende Indústria de Laticínios LtdaMarcos Alexandre Macedo Narciso - Laticínios Vida Comércio e Indústria LtdaMarcos Campos Dell’Orto - Coop. Agropecuária de Resplendor LtdaMarcos Sílvio Gonçalves - Indústria de Laticínios Bandeirantes LtdaMaurício Chucre de Castro Silva- Puroleite Industrial LtdaOlavo Imbelloni Hosken - Laticínios Marília S/ARicardo Cotta Ferreira - Coop. Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais/ItambéRodrigo de Oliveira Pires - Brasil Foods S/AValéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida LtdaVicente Roberto de Carvalho - Vicente Roberto de Carvalho e Cia. LtdaWelson Souto Oliveira - Coop. de Laticínios Vale do Mucuri LtdaWellington Silveira de Oliveira Braga - Laticínios Bela Vista LtdaWilson Teixeira de Andrade Leite - Laticínios Vitória Ltda

CONSELHO FISCAL EFETIVOJosé Nilton Gomes Barbosa - Coop. dos Produtores de Leite de Leopoldina de Resp. LtdaLuiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/ARoberto de Souza Baeta - Cayuaba Agroindustrial LtdaCONSELHO FISCAL SUPLENTEAna Paula Reis Lopes - Laticínios Nutrileite Ind. e Com. LtdaElias Silveira Godinho - Laticínio Sevilha LtdaRamiz Ribeiro Junqueira - Laticínios Curral de Minas LtdaDELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - EFETIVOSGuilherme Olinto Abreu Lima Resende - CoaperiodoceFrancisco Rezende Alvarenga - Alvarenga & Cia. LtdaDELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE REPRESENTANTES/FIEMG - SUPLENTESLuiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/AValéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida Ltda

Jornalista responsável: Flávia Rios (06013 JP)Projeto Editorial: Rede Comunicação de ResultadoEdição: Jeane Mesquita e Licia LinharesRedação: Beatriz Debien, Hellem Malta, João Luís Chagas, Juliana Soares e Viviane MirandaFotos: Ana Paula Couto, Embrapa Gado de Leite/Divulgação, Laticínios Luce/Divulgação, Laticínios Porto Alegre/Divulgação, Leandro Bifano, Maurício Rocha/Patos Hoje, MPerez e Wenderson Araújo Capa: ShutterstockProjeto Gráfico, Diagramação e Ilustrações: Obah Design

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Seis produtos, dentre eles o soro de leite em pó, sofreram redução temporária do Imposto de Importação. A Câmara de Comércio Exterior (Camex), responsável pela decisão, justifi-ca a medida em função do desabastecimento. A decisão foi publicada na Resolução nº 60 no Diário Oficial da União (DOU), no dia 31 de julho.

Todas as tarifas dos produtos atingidos pela medida, que incluem também folhas, chapas e tiras de alumínio, caíram para 2%. A redução dos impostos do soro do leite, cujas alíquo-tas atingiam 28% para a compra internacional, é limitada para a quantidade de 2 mil toneladas.

O produto, que não é fabricado no Brasil, possui alto grau de sofisticação. De acordo com especificações publicadas na resolução, trata-se do soro de leite em pó com concentração proteica compreendida entre 27,5 e 30 g/100 gramas e grau de desmineralização igual ou superior a 98%. O soro de leite em pó é um subproduto da desidratação do soro originado da fabricação de queijos, sendo aplicado em componentes infantis próprios para lactantes como complemento do leite materno. A medida é válida pelo período de um ano.

giro no mercAdo

soro de leite em Pó

o PreFeridoDe acordo com informações da Associação Brasileira de Leite

Longa Vida (ABLV), de janeiro a junho de 2013, houve o aumento de 3,9% no consumo de Leite Longa Vida em relação ao mesmo perí-odo de 2012. Esse resultado reforça a perspectiva de crescimento de vendas acima dos 4% inicialmente previstos para este ano.

Na opinião de Cláudio Teixeira, presidente da ABLV, esse desempenho se baseia no crescimento da renda média das famí-lias brasileiras, na progressiva substituição do leite pasteurizado pelo Longa Vida (UHT) e na diminuição significativa do número de consumidores de leite informal.

A indústria de leite UHT concentra cerca de 30% da produ-ção de leite inspecionada do país, apresentando produção anual de 6,13 bilhões de litros, que movimenta cerca de R$14 bilhões, sendo também responsável por 78% do consumo de leite líquido do Brasil.

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O consumo de Leite Longa Vida no Brasil aumentou 3,9%, de janeiro a junho de 2013

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O consumidor brasileiro já pode desfrutar da praticidade das embalagens das linhas Queijos Fa-tiados da Porto Alegre. A empresa acaba de lançar a muçarela, nas ver-sões tradicional e light, e o queijo prato em embalagens de 160g, que são produzidas em filme laminado e impressas à base de polietileno.

Com essa nova forma de co-mercialização, a empresa irá pro-piciar mais segurança alimentar e qualidade, aliadas à preservação do aroma e do frescor dos produtos. Além disso, essa novidade garante durabilidade da embalagem, sem prejuízos para o sabor.

Com mais de 20 anos de expe-riência no ramo, a Porto Alegre tem em seu portfólio uma linha comple-ta de queijos, leite UHT (integral e desnatado) e soro e leite em pó.

A empresa norte-americana de iogurtes YoCrunch foi adqui-rida pela Danone. A negociação reforça, entre outras vantagens, a oferta e a ampliação dos produtos da Danone nos Estados Unidos e mantém a estratégia do aumento de sua participação no segmento de US$ 7 bilhões. A operação também cumpre o acordo firmado entre a Danone e a Starbucks, em julho de 2013, que prevê a venda de um iogurte nas lojas da rede de cafés.

Atualmente, a YoCrunch apresenta receita líquida anual de US$ 110 milhões e segue mantendo crescimento de dois dígitos nos últimos anos.

novidAde nA gÔndolA

exPAnsão do negócio

Porto Alegre lança linha de queijos fatiados, nas versões tradicional e light

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Todos os anos, mais de 120 países do mundo celebram, entre os dias 1º e 7 de agosto, a Semana Mundial da Amamentação, que tem o objetivo de promover as metas da Declaração de Innocenti, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O documento afirma que a amamen-tação é uma prática benéfica para a mãe e o bebê e, por isso, deve ser protegida, promovida e apoiada.

Em Belo Horizonte, a Sociedade Mineira de Aleitamento Materno organizou um encontro, no Parque Municipal, sobre o tema Aconselha-mento em Amamentação, com a presença de representantes da Secre-taria Estadual de Saúde, do terceiro setor e da iniciativa privada.

O evento contou ainda com o apoio do Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg). Para a entidade, o alei-tamento materno é essencial durante os seis primeiros meses de vida da criança, contribuindo para o seu desenvolvimento saudável. Com o intuito de reforçar essa prática, o Silemg produziu, junto à Pastoral da Criança, um guia de orientação para as mães sobre os benefícios do aleitamento materno.

Durante o encontro, as mais de 200 pessoas participantes tiveram a oportunidade de solucionar dúvidas sobre a amamentação e conhecer estudos e experiências que comprovam a importância da prática para o crescimento da criança e a recuperação da mulher após o parto.

Com apoio do Silemg, evento promove os benefícios da amamentação para o crescimento saudável das crianças

AleitAmentomAterno

5 benefícios do leite materno

Provoca menos cólicas nas crianças.Ajuda na formação do sistema imunológico e previne alergias, obesidade e intolerância a glúten.Previne anemia.Protege a mãe do câncer de mama e ovário.Aumenta o vínculo entre a mãe e o filho.

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Representante da Pastoral da Criança entrega cartilha sobre os benefícios do aleitamento materno

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Ponto de vistA

*Por Mirton José Frota Morenz

*Zootecnista e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária (Embrapa)

Os minerais, divididos em macro e microminerais, têm papel fundamental na nutrição, com reflexos positivos na qualidade do leite e no desempenho animal. Os microminerais, embora requeri-dos em menores quantidades pelos animais (mg/kg), desempenham importantes funções metabólicas no organismo, principalmente na participação de diversas reações químicas, síntese de hormônios e componente estrutural.

Por serem elementos não sintetizados pelo organismo, os micro-minerais devem ser fornecidos através da alimentação, por meio da suplementação mineral. Os principais microminerais que devem ser incluídos na dieta de bovinos de leite são cobre, cobalto, zinco, manganês, iodo, selênio, flúor e cromo. As deficiências de micromi-nerais não são de fácil diagnóstico, haja vista a inexistência de sinais clínicos característicos, além das interações com outros micromine-rais, com reflexos nos baixos índices produtivos e reprodutivos.

A ação antioxidante dos microminerais possibilita benefícios relacionados à produção e à reprodução do animal. A falta de micro-minerais como manganês, cobre, iodo, zinco e selênio influencia negativamente o desempenho reprodutivo. Eles também mantêm a integridade dos tecidos, protegendo as células contra danos oxidativos e contribuindo, assim, para o aumento da imunidade dos animais, com consequente redução da incidência de doenças como a mastite, o que resulta na queda da Contagem de Células Somáticas (CCS) no leite, contribuindo para melhor remuneração do produtor.

Além disso, a suplementação mineral adequada previne outros problemas que impactam significativamente o desempenho dos animais, como anestro, repetição de cios, retenção de placenta, descalcificações e problemas de casco.

Microminerais são aliados na busca pela qualidade do leite e melhoram asaúde e a reprodução do animal

riquezA nA AlimentAção

cuidados na alimentaçãoOs microminerais estão em quantidades variáveis nos alimentos e,

geralmente, não atendem aos requerimentos nutricionais dos animais. Sendo assim, é necessário suplementar a dieta, seja oferecendo a mistura mineral separada ou adicionada ao concentrado. A inclusão de microminerais na dieta dos animais, de modo geral, não implica em aumento significativo no custo de produção. O produtor precisa estar atento às orientações de especialistas para que seja formulada uma dieta balanceada, eficiente do ponto de vista nutricional e econômico.

Alguns fatores importantes devem ser considerados para que a suple-mentação mineral seja eficiente, principalmente em condição de pastejo. Um dos erros mais comuns refere-se à mistura do suplemento mineral pronto para uso com o sal comum, o que reduz a ingestão dos minerais previamente balanceados no suplemento mineral. Outros pontos impor-tantes a serem observados estão relacionados à falta de acesso ao cocho (espaço insuficiente; hierarquia), à localização dos cochos, à cobertura e à altura dos cochos e à oferta do suplemento (disponibilidade constante e em quantidade suficiente para a ingestão diária recomendada).

A utilização dos microminerais é mais comum em novilhos e vacas em lactação, não sendo muito usual em bezerros. A quantidade estabele-cida na dieta deve considerar as características do pasto (massa de forra-gem ofertada e composição química), da região, a categoria animal, o estádio fisiológico e o nível de produção. O emprego de microminerais na alimentação do gado deve ser feito com a supervisão de um nutricionista e utilizando produtos de marcas idôneas e de referência no mercado.

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rAdAr AcAdêmico

Tecnologia: Protocolo de produção de queijo tipo cottage probióticoPesquisador responsável: Antônio Fernandes de Carvalho, profes-

sor da Universidade Federal de Viçosa (UFV)Tendência no mercado alimentício, os alimentos funcionais são

aqueles que têm em sua composição elementos que beneficiam o orga-nismo, promovendo a saúde, o funcionamento adequado dos órgãos ou auxiliando no combate e prevenção de doenças. Aveia, vinho, linhaça, chás, tomate e azeite são exemplos desses alimentos, além dos produtos derivados do leite como iogurtes, queijos e leites fermentados. As fibras, os fitoesteróis, antioxidantes, prebióticos e probióticos são alguns dos elementos que podem compor esses produtos e proporcionar uma ali-mentação mais saudável e funcional.

Os probióticos, por exemplo, são micro-organismos que promovem efeitos positivos na saúde do indivíduo. Eles não são absorvidos pelo siste-ma digestivo e estimulam o crescimento ou atividade metabólica de bac-térias benéficas à saúde no cólon, que ajudam na manutenção do sistema imunológico, na prevenção de cânceres, dermatites e na melhora de doen-ças intestinais. Por conta dessas propriedades, o pesquisador e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Antônio Fernandes de Carvalho, desenvolveu um protocolo de produção de queijo cottage probiótico.

A tecnologia permite que bactérias probióticas sejam adicionadas ao queijo, transformando-o em alimento funcional, sem alterar suas pro-priedades físicas – textura, consistência, densidade – e sensoriais – sabor, cheiro e cor. O cottage é um ótimo carregador de células probióticas e substâncias prebióticas, que se mantêm constantes durante toda a vida de prateleira do produto, de cinco a 20 dias.

A fabricação do queijo cottage com probióticos é bastante seme-lhante à do queijo cottage padrão. Uma mistura de leites desnatado e pasteurizado é fermentada para formação da coalhada, ou massa, que em seguida tem a acidez determinada. Para obter os grãos caracterís-ticos desse tipo de queijo, a massa é aquecida lentamente até atingir a temperatura de 50º C. Em seguida, é feita a extração do soro do queijo e três lavagens. A grande diferença no modo de produção é na adição do dressing, uma espécie de calda característica desse tipo de queijo.

De modo geral, é adicionado, em relação ao volume inicial de leite, 7% de dressing composto por 18% de gordura, 4% de sal e de leite des-

Pesquisador da UFV desenvolve queijo rico em micro-organismos que ajudam no funcionamento do sistema digestivo

queijo FuncionAl

natado. Na produção do queijo cottage com probióticos, o dressing é submetido a uma redução de gordura de 1/3, para que as substâncias prebióticas e probióticas possam ser adicionadas ao produto.

Quem tiver interesse em obter mais informações sobre o protocolo de produção de queijo cottage com probióticos, ou comprá-lo para o seu laticínio, pode entrar em contato com o Departamento de Tecnologia em Alimentos da UFV pelos telefones: (31) 3899-2226 ou (31) 3899-2228.

Saiba mais

Probióticos são micro-organismos vivos,

como os lactobacilos e as bifidobactérias,

que, quando administrados em quantidades

adequadas, conferem benefício à saúde.

Prebióticos são fibras não digeríveis que

servem de alimento às bactérias probióticas,

favorecendo o desenvolvimento delas.

Dressing é uma espécie de calda que é adi-

cionada ao queijo cottage depois da formação e

granulação da massa. É ele que deixa o produto

com consistência de pasta.

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A cadeia leiteira do Brasil poderá contar com os recursos do Inova-gro para investir na produtividade do rebanho, na qualidade do leite e em inovação. O programa faz parte do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014, anunciado em junho, pela presidente Dilma Roussef e pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, sendo o mais abrangente e o maior em volume financeiro já lançado no país. O total de recursos liberados para a próxima safra é de R$ 136 bilhões, sendo R$ 97,6 bilhões para financiamentos de custeio e comer-cialização e R$ 38,4 bilhões para os programas de investimento.

De acordo com o coordenador geral para Pecuária e Culturas Permanentes da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agri-cultura (Mapa), João Antunes Fagundes Salomão, o Inovagro é o grande programa do PAP que beneficiará a pecuária leiteira. “Sabemos que é preciso investir na melhoria da produtividade do rebanho e na qualida-de do leite. Para alcançarmos isso, a melhoria genética animal, a assis-tência técnica e a reforma de pastagens estão contempladas nas linhas de financiamento do PAP”, diz.

Com o objetivo de impulsionar a produtividade e a competiti-vidade do agronegócio brasileiro por meio da inovação tecnológica,

o Inovagro vai disponibilizar R$ 3 bilhões para o agronegócio, sendo R$ 2 bilhões para pesquisa e desenvolvimento de máquinas e equipa-mentos e R$ 1 bilhão para que os produtores rurais possam incorpo-rar tecnologias.

A taxa de juros é de 3,5% ao ano e o limite de financiamento é de R$ 1 milhão por beneficiário individual (produtores e cooperativas) e até R$ 3 milhões para empreendimento coletivo. O Inovagro oferece um prazo de dez anos para pagamento, sendo três anos de carência. O programa ainda está em fase de regulamentação, mas a pecuária de leite é um dos setores priorizados na iniciativa. “Com o Inovagro, o produtor poderá financiar até 4% do valor total projeto para pagar a assistência técnica. Esse é um programa para mudar o patamar tecnológico da produção leiteira”, afirma João Salomão.

Se o Inovagro melhorar a produtividade e a qualidade do leite, consequentemente a rentabilidade do produtor rural e da indústria láctea será maior, pois o leite com mais qualidade reflete em um rendimento industrial melhor. “Vamos investir em inovação para aumentar a competitividade do setor primário brasileiro. Temos que inovar desde a produção dos insumos até a industrialização do leite.

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Setor lácteo do país poderá ser beneficiado com linhas de financiamento disponibilizadas através do Inovagro

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Assim, o Inovagro está pensando na cadeia de produção de leite e derivados como um todo”, diz Rodrigo Alvim, diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e presiden-te da Comissão de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

comercialização Já as indústrias lácteas terão uma linha de financiamento para

comercialização que pode chegar até R$ 40 milhões por ano, com prazo de 240 dias para pagamento. “Esse crédito é para a estocagem do produ-to. No Sudeste, por exemplo, o preço mínimo pago pelo leite é de R$ 0,67 por litro. Basta a indústria comprovar, através de nota fiscal, que comprou 1 milhão de litros a R$ 0,67 o litro e, a partir daí, ela pode financiar os seus estoques com R$ 670.000 até que venda o seu produto. Esse financiamento é uma ajuda para o período de entressafra”, esclare-ce João Salomão.

Mas, se o valor pago pelo litro de leite estiver, no mínimo, 40% acima do preço mínimo definido (R$ 0,67), os bancos podem fazer o financiamento com base em 80% do valor pago pelo litro do produ-to. Para terem acesso aos recursos do Inovagro, produtores e latici-nistas devem buscar os agentes financeiros (bancos) do crédito rural em sua cidade.

tecnologiaNa avaliação de Rodrigo Alvim, as indústrias lácteas brasileiras

precisam investir na diversificação e modernização dos produtos dispo-

nibilizados para o mercado. “O Brasil tem poucos produtos funcionais, quase nada. Lá fora temos muitos exemplos como um iogurte, lança-do no México, que protege o sistema digestivo dos efeitos da comida apimentada, uma embalagem de leite na Nova Zelândia que quando agitada aquece o produto a 38 graus e um leite em pó infantil, na Dina-marca, com formulações diferentes de acordo com a idade das crianças. Precisamos inovar mais, ter embalagens mais atrativas, confortáveis e práticas. Temos que ter produtos funcionais que agreguem bem-estar e qualidade de vida para as pessoas”, destaca.

Investir em lácteos funcionais, segundo Alvim, é uma forma de ofertar produtos de acordo com a vontade e o desejo de consumidor, aumentando o consumo interno, ampliando as vendas e o faturamen-to das indústrias. “É preciso atender a demanda do mercado. O mundo inteiro faz isso e se nós não fizermos, vamos ficar para trás”, alerta.

Para investir em inovação, os laticinistas terão acesso à linha de crédito do Inova Agro, uma iniciativa conjunta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), lançado, em março deste ano, pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, com o apoio do Mapa. O Inova Agro é parte do Inova Empresa e conta com recursos iniciais de R$ 1 bilhão, taxa de juros de 3,5% ao ano, prazo para pagamento de dez anos, sendo quatro anos de carência.

“As indústrias de pequeno e médio porte necessitam muito de apoio como esse para auxiliar no desenvolvimento de produtos inova-dores e melhorar sua competitividade junto ao mercado. A cada dia, percebemos que é necessário se diferenciar no mercado, deixando de fazer o que é mais simples e procurando oportunidades que agregam

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O gerente industrial do Laticínios Luce, Antônio de Oliveira, acredita que o investimento em produtos funcionais ajuda a ampliar o conceito da marca no mercado

Linha de produção do Laticínios Luce, em Luz, na região Central do Estado

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valor aos produtos, atendendo um público cada dia mais exigente”, diz Antônio Carlos de Oliveira, gerente industrial do Laticínios Luce.

Pelo diferencial de mercado

Desde julho de 2010, o Laticínios Luce, do município de Luz, na região Central do Esta-do, comercializa a linha de iogurtes funcionais Vialuce. O produto é fabricado com o probió-tico bifidobacterium lactis HN019, nos sabores morango e ameixa, cujo consumo diário, asso-ciado a uma dieta saudável, ajuda a melhorar o funcionamento do sistema gastrointestinal, além de prevenir doenças inflamatórias crôni-cas do intestino, diarreias, entre outros. “Esta-mos sempre atentos às novas oportunidades e, em breve, teremos mais novidades nesse segui-mento”, diz o gerente industrial.

Para Antônio de Oliveira, os benefícios proporcionados pelo investimento em produ-tos funcionais vão da ampliação do conceito da marca Luce no mercado à melhoria do desem-penho financeiro da empresa, com aumento do valor agregado e aper-feiçoamento da cadeia logística e comercial. “É um investimento que gera mais visibilidade no merca-do. A Luce já é conhecida em todo o Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, mas com o lançamento de produtos funcionais, a marca se consolida mais junto ao consu-midor, por oferecer itens de qualidade e inovadores, o que a diferencia frente à concorrência regional”, afirma.

inovação pioneiraHá 40 anos no Brasil, a Danone, com

fábrica em Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais, é pioneira no desenvolvimento cons-tante de lançamentos, como o iogurte Acti-via, que revolucionou o mercado de lácteos. Hoje, o portfólio de produtos funcionais da empresa tem dois produtos: Activia e Actimel, que além dos fermentos próprios do iogurte, possuem probióticos exclusivos e oferecem benefícios específicos. O primeiro conta o Bifi-dobacterium Animallis DN-173 010: o DanRe-gularis, um fermento específico que ajuda a manter o intestino no ritmo. Já o segundo é preparado com o Lactobacillus Casei Defensis, que atua no equilíbrio da flora intestinal, onde se encontram 70% das defesas do corpo.

“Ao ajudar a equilibrar a flora intestinal, o Actimel pode contribuir para uma melhora da resposta imunológica que ela proporciona ao corpo. Trata-se de um alimento saboroso e barato que, além de fornecer a nutrição básica, entrega ao consumidor um benefício adicional e específico à saúde, quando ingerido regu-larmente”, diz Ana Paula Wolf Tasca Del’Arco, gerente de Saúde & Nutrição da Danone.

Segundo Ana Paula, desenvolver alimen-tos nutritivos faz parte da estratégia do Grupo

Danone, que ao longo de mais de 90 anos de história consolidou-se como um dos líde-res mundiais no setor de alimentos. Isso comprova que os benefícios proporcio-nados pelo investimento em produtos funcionais e inovadores agregam valor para os negócios da empresa.

confira os itens financiados pelo inovagro que estão relacionados com o setor lácteo:•máquinas e equipamentos para auto-

mação e adequação de instalações nos segmentos de avicultura, suinocultura e pecuária de leite;

• aquisição de material genético (sêmen, embriões e ovócitos), provenientes de doadores com certificado de registro e avaliação de desempenho ou, alterna-tivamente, para a pecuária de corte, o certificado especial de identificação de produção (CEIP);

• itens e projetos vinculados aos Siste-mas de Produção Integrada Agropecu-ária PI-Brasil e Bem-Estar Animal, aos Programas Alimento Seguro das diversas cadeias produtivas, e Boas Práticas Agro-pecuárias da Bovinocultura de Corte e Leite;

• itens ou produtos desenvolvidos no âmbito do Programa de Inovação Tecno-lógica Inova Empresa.

O Activia, da Danone, revolucionou o mercado de lácteos funcionais. O

iogurte ajuda a manter o intestino no ritmo

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Se em 2011 os parâmetros de qualidade sugeridos pela antiga Ins-trução Normativa 51 (IN 51) entrassem em vigor, 57% dos produtores brasileiros de leite não atenderiam aos indicadores exigidos para Con-tagem de Células Somáticas (CCS), segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Por isso, foi criada pelo Mapa a Instrução Normativa nº 62/2011 (IN 62), que prorrogou o pra-zo até 2016, para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e 2017, para o Norte e Nordeste, propondo uma redução gradual para CCS e Conta-gem Bacteriana Total (CBT), com o objetivo de melhorar e padronizar a qualidade do leite brasileiro e adequá-lo às exigências de mercado.

Em função da realidade enfrentada pelos produtores de leite, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço

Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que compõem o Sistema CNA, criaram o Programa Leite Legal. Realizado em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a iniciativa visa capacitar, em dois anos, 81 mil produtores de leite no país, sendo 15 mil somente em Minas Gerais, que detém 27% da pro-dução nacional. Em entrevista ao Silemg Notícias, o técnico Bruno Lucchi, assessor da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da CNA, explica a importância dessa iniciativa para o setor.

Como vai funcionar o Leite Legal?A partir da seleção dos produtores serão organizadas turmas

de até 15 participantes, cujos dados de qualidade da produção serão

Segundo Bruno Lucchi, a indústria também vai contribuir com o monitoramento da qualidade do leite após a capacitação

Sistema CNA cria programa para capacitação de produtores na adequação da qualidade do leite às exigências da IN 62

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registrados no sistema do Leite Legal, três meses antes e depois da capacitação. O objetivo é fazer uma comparação entre essas coletas para verificar se, ao longo do processo, houve uma real evolução da qualidade do leite dos produtores em relação aos parâmetros de CCS e CBT, com consequente cumprimento da IN 62.

Logo após a capacitação, o instrutor responsável pelo curso visitará a propriedade de cada um dos participantes, para avaliação do nível de aprendizado do produtor. Para isso, será aplicado um check list com boas práticas de ordenha, que também poderá orien-tar o produtor nas possíveis dificuldades que ele possa enfrentar em todo o processo.

Na última etapa do programa, os dados de qualidade serão monitorados por três meses. Caso o produtor não tenha obtido o progresso esperado, haverá mais uma visita técnica para orientá-lo e reforçar os procedimentos necessários à melhoria da qualidade do leite. Se ele assimilar o processo, conforme a legislação em vigor, será aconselhado a complementar sua formação com outros cursos do Senar.

Qual é a participação da indústria? Os laticínios têm um importante papel no Programa Leite Legal,

auxiliando na identificação dos produtores que irão participar, gra-tuitamente, da capacitação técnica. Eles também podem procurar a unidade do Senar da sua região ou solicitar à indústria parceira a in-dicação ao programa. A seleção dos participantes será feita com base nos resultados da qualidade do leite produzido nas propriedades, cujos índices são aferidos mensalmente pelos laticínios, conforme determina a legislação. Os produtores que enfrentarem dificuldades no cumprimento dos parâmetros estabelecidos pela IN 62 serão con-vidados a participar da iniciativa. A indústria também vai contribuir com o monitoramento da qualidade do leite após a capacitação, for-necendo os resultados da CCS e da CBT por três meses.

Como o Programa pretende envolver a cadeia produtiva do leite?Para que o leite brasileiro seja adequado a esses parâmetros, é

necessário trabalhar os elos da cadeia produtiva, por meio de ações como melhoria na infraestrutura e logística rural; harmonização das legislações federal, estadual e municipal; maior equiparação dos ser-viços prestados pela Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite (RBQL); consolidação do pagamento por qua-lidade pelas indústrias de laticínios; e capacitação dos agentes de coleta e dos produtores.

Com o Programa Leite Legal, todos esses atores terão impor-tância na execução dos trabalhos. Apesar de somente os produto-res e as indústrias de laticínios estarem diretamente envolvidos no processo, os laboratórios serão essenciais na realização das análises da qualidade do leite, bem como os transportadores e agentes de coleta. Estes terão de ser capacitados para executarem com destre-za suas funções.

Como o impacto das atividades do Leite Legal na cadeia pro-dutiva será mensurado?

Por meio do monitoramento dos indicadores de qualidade do leite – CBT e CCS – coletados antes e após a capacitação. Assim, será possível identificar, com precisão, o real impacto para os produtores participantes e as indústrias de laticínios. Além disso, a aplicação do check list ocorrerá com o uso de uma caneta digital e os dados cole-tados nas propriedades serão transferidos automaticamente para um software desenvolvido para o Programa Leite Legal. De posse dessas informações, indicaremos as causas que interferem na melhoria da qualidade do leite, referentes à infraestrutura, sanidade, qualidade da água, refrigeração, dentre outros. Tudo isso vai permitir a adoção de estratégias que vão desde novas capacitações até a adoção de po-líticas públicas para o setor.

Quais benefícios o Programa pode proporcionar para a ca-deia leiteira, principalmente para produtores e indústrias?

A melhoria da qualidade do leite traz benefícios diretos aos produtores e às indústrias de laticínios. Sem problemas sanitários ou caso da mastite, a capacidade produtiva das vacas melhora. Com

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o leite de melhor qualidade, o produtor vai obter melhor remu-neração das indústrias. Essas, por sua vez, ganham em rendimen-to industrial, em razão da melhoria na qualidade e no volume da matéria-prima.

Quais as perspectivas de resultados?De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, do Instituto Bra-

sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe 1,35 milhão de estabe-lecimentos produtores de leite no Brasil. Destes, 900 mil comerciali-zam a produção e os demais a utilizam para consumo próprio. Com a meta de capacitar 81 mil produtores em dois anos, espera-se alcançar algo próximo a 10% da produção primária comercial. É um programa ousado, que pretende levar aos produtores conhecimentos básicos sobre as boas práticas de ordenha.

O Leite Legal vai contribuir para que o setor conheça melhor a realidade da produção primária?

A partir dos dados coletados nas propriedades e dos indica-dores repassados pela indústria será possível avaliar os fatores que, eventualmente, contribuem para a melhoria da qualidade do leite de forma regionalizada. Isso permitirá a adoção de ações efetivas locais,

a formulação de novos cursos ou a elaboração de políticas públicas específicas para o setor.

Quais os principais resultados do projeto-piloto do Progra-ma aplicado em Goiás, Paraná e Distrito Federal?

O piloto foi aplicado nesses dois estados e em Brasília entre o final de 2011 e início de 2012. O resultado foi excelente. A CCS dos produtores participantes apresentou reduções de 22% a 66% nessas regiões, todas abaixo dos valores preconizados pela IN 62. Já a CBT foi reduzida em 30%, também dentro dos parâmetros da normativa.

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contAndo HistóriAstrilHAs de minAs

Não há como escapar. Quando se fala em Patos de Minas, a Festa Nacional do Milho, realizada anualmente na cidade, logo vem à mente. Mas, ainda que o evento seja motivo de orgulho para os moradores e destaque no calendário cultural da região, Patos de Minas encanta os visitantes pelo desenvolvimento urbano combinado à vida pacata e histórica do interior.

O surgimento do município, atualmente com uma população de 140 mil habitantes, remonta ao século XVIII e foi resultado do caminho percorrido pelos bandeirantes em busca de ouro na região. Os desbrava-dores iam de São João del-Rei, no Sudeste de Minas Gerais, à Paracatu, no Noroeste do Estado e na divisa com Goiás. A vila foi surgindo em torno da Lagoa dos Patos, onde, segundo as descrições históricas, existia uma enor-me quantidade de patos silvestres. Também próximo à beira do rio Para-naíba, o povoado cresceu, conquistou o status de cidade em 1892 e, hoje, já figura como um importante polo industrial e de serviços, sobretudo com relação ao agronegócio, à agroindústria e às confecções existentes.

importância nacionalA projeção de Patos de Minas no cenário nacional aconteceu com

a descoberta da jazida de fosfato no final dos anos 1970, o que fez com que empresas de sementes se instalassem na região. Combinado a isso, o fato de estar localizada no Triângulo Mineiro e próxima a grandes centros comerciais como São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, Patos de Minas favoreceu o desenvolvimento econômico local. Com mais de 440 indústrias e 2.000 estabelecimentos comerciais, a cidade ocupa o 19º lugar na arrecadação geral de tributos de Minas Gerais, de acordo com informações da Prefeitura Municipal.

O artesanato da região também inspira os que vêm de fora. A pa-lha, o capim, o bambu e a madeira servem como matéria-prima para belos trabalhos que podem ser encontrados em lojas mantidas por as-sociações de artesãos, em especial na Associação Artesanal das Marias da Palha, do Capim e do Algodão.

A mineirinHAConhecida por sua diversidade cultural e força no setor de lacticínios, Patos de Minas atrai turistas e empresários de todo o país

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Orla da Lagoa Grande, um dos pontos turísticos de Patos de Minas

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Legenda

A cidade, que também é conhecida como a Capital Nacional do Milho, tem em sua culinária a diversidade trazida pelo seu ingrediente principal, que pode ser degustado em pratos como pamonha, caldos, cremes e até sorvete.

Com uma paisagem formada por montanhas e vegetação típica do Cerrado, Patos de Minas ainda esconde recantos naturais propícios para a prática de esportes ligados à natureza, com destaque para a tri-lha até a Cachoeira dos Borges (Cachoeira do Buracão), com uma que-da de 21 metros e 6 metros de profundidade.

indústria de laticínioAlém da gastronomia e belas paisagens, Patos de Minas é desta-

que no mercado nacional de laticínio. É lá que foi criada, em 1992, a Cooperativa Central Mineira de Laticínios Ltda (Cemil), diante da ne-cessidade das cooperativas da região de escoarem parte de sua produ-ção leiteira. Hoje, a entidade é líder na produção de Leite Longa Vida integral no Estado e impulsiona o crescimento responsável na cidade.

Um exemplo é a doação diária de 4.000 litros de leite a creches com o intuito de beneficiar o processo de formação de crianças. Além disso, investe em educação de seus empregados por meio de bolsas escolares que vão desde a graduação até o doutorado e possui uma estação de tratamento de seus efluentes, contribuindo para a preser-vação dos recursos naturais.

Atualmente, com 730 profissionais e 32 produtos ofertados, entre leite, suco de soja, manteiga e achocolatados, a Cemil possui capacida-de de processamento diário de 700 mil litros do produto. O presidente, João Bosco Ferreira, explica que o diferencial da Cooperativa, presente em 19 estados brasileiros, é o atendimento eficiente. “Acompanhamos o processo desde a fazenda até a prateleira do supermercado pelo nos-so controle de qualidade e relacionamento. Temos uma frota própria que corresponde a 60% de nossas entregas, o que torna mais ágil o atendimento aos nossos clientes empresariais e consumidores finais.”

Preocupada também com a qualidade dos 30 produtos de seu portfólio, a Hebrom Latícinio investe na profissionalização dos produ-

tores, de modo que eles possam gerir a propriedade rural com plane-jamento e controle adequados, sobretudo em relação à captação e ao armazenamento do leite.

Com capacidade produtiva de 78,5 mil litros de leite por dia, a empresa, que tem o Queijo de Coalho, o Queijo Minas Padrão e a Mu-çarela Fatiada como carros-chefes, se diferencia pela entrega rápida e refrigerada de seus produtos. “A nossa prioridade é fazer com que eles permaneçam no ponto de venda com a mesma refrigeração que saíram do laticínio, o que é um desafio para as indústrias devido à complexa logística de distribuição do setor”, explica Emerson Faria do Amaral, presidente da Hebrom.

Além de Minas Gerais, a empresa está presente em São Paulo, Goiás, Pernambuco e Santa Catarina e tem projetos de expansão previstos para as demais regiões brasileiras. Outra novidade é a produção de requeijão, iogurte e doce de leite que terá início a partir do próximo ano.

A Festa Nacional do Milho atrai milhares de turistas e é destaque no calendário cultural de Patos de Minas

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