peça processual n. 02 - contestaÇÃo - responsabilidade civil do estado

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUÍZO DA VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO. Autos nº : Requerente : Mateus Requeridos : União e Francisco Natureza : Indenização por danos materiais FRANCISCO, servidor público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio do advogado que esta subscreve (doc. anexo), apresentar resposta na forma da presente CONTESTAÇÃO com

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Modelo de contestação sobre responsabilidade civil do Estado. Ótima para treinar "esqueleto" para o exame da ordem em direito administrativo.

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUZO DA VARA FEDERAL DA SEO JUDICIRIA DE SO PAULO.

Autos n: Requerente: MateusRequeridos: Unio e FranciscoNatureza: Indenizao por danos materiaisFRANCISCO, servidor pblico, vem respeitosamente presena de Vossa Excelncia, por intermdio do advogado que esta subscreve (doc. anexo), apresentar resposta na forma da presente CONTESTAO com fulcro nos fundamentos de fato e de direito adiante consignados.1 DOS FATOSO Autor ajuizou ao de responsabilidade civil em face do Requerido, alegando em sua pea de ingresso que este foi o responsvel pelos danos materiais causados em seu veculo, a saber, uma moto.Entretanto, conforme ser demonstrado a seguir, a pretenso autoral no encontra guarida no nosso ordenamento jurdico, razo pela qual, os pedidos devero ser julgados improcedentes.2 DO DIREITO2.1 Preliminarmente Da ilegitimidade passiva ad causam do requeridoConforme entendimento j exposado pelo Supremo Tribunal Federal, alinhado ao disposto no artigo 37, 6, da Constituio da Repblica, o autor no pode ajuizar a ao diretamente contar o servidor pblico.Com efeito, nos termos do art. 37, 6, da Constituio da Repblica, as pessoas jurdicas de direito pblico respondero pelos danos que seus agentes causarem a terceiro, assegurado o direito de regresso em caso de dolo ou culpa.Da anlise do texto constitucional exsurge uma nica interpretao possvel, qual seja, a de que a vtima somente poder ajuizar a ao diretamente em face do Estado, razo pela qual, fica demonstrada a ilegitimidade do Requerido para figurar no plo passivo da presente demanda, devendo o feito ser extinto sem apreciao do mrito, nos termos do art. 267, VI, do Cdigo de Processo Civil.

2.2 Prejudicial de Mrito Prescio da pretenso ressarcitriaConforme consta dos autos, o suposto fato danoso ocorreu h pelo menos 4(quatro) anos.O artigo 206, 3, V, do Cdigo Civil, estabelece que prescreve em 3(trs) anos a pretenso de ressarcimento por danos materiais.Portanto, do simples cotejo entre o artigo acima citado e os dados processuais, suficiente para se concluir pela ocorrncia da prescrio, razo pela qual o feito dever ser extinto, com resoluo do mrito, nos termos do art. 269, IV, do Cdigo de Processo Civil.

2.3 Do mrito propriamente dito2.3.1 Da responsabilidade subjetivaA natureza jurdica da responsabilidade do requerido SUBJETIVA, devendo a vtima, necessariamente, demonstrar os elementos de dolo ou culpa.De fato, cedio que o art. 37, 6, da Constituio da Repblica, acolhe a responsabilidade objetiva apenas em relao s pessoas de direito pblico ou de direito privado prestadoras de servio pblico.Assim, no pode o Autor pretender que seja aplicada ao presente caso, a teoria do risco administrivo.

2.3.2 Da ausncia dos elementos subjetivos no presente casoPartindo-se do pressuposto de que a responsabilidade no presente caso subjetiva, caberia ao Autor demonstrar que Requerido agiu com dolo ou culpa, nus do qual no se desincumbiu.Com efeito, em momento algum o Requerido Francisco agiu com dolo ou culpa. Muito pelo contrrio, o servidor foi por demais cauteloso, ao alertar a Administrao Pblica de que o veculo estava sem condies de trafegar, em razo de constantes problemas de pane eltrica.

3 DOS PEDIDOSDiante todo o exposto, requer a Vossa Excelncia que se digne a:a) Acolher a preliminar de ilegitimidade passiva ad causam, conforme fundamentao acima descrita, por consequncia, julgar extinto o feito sem apreciao do mrito, nos termos do art. 267, VI, do Cdigo de Processo Civil;

b) Na remota hiptese de no acolhimento da preliminar suscitada, seja o feito julgando extinto, com apreciao do mrito, em face da prescrio da pretenso ressarcitria, nos termos do art. 269, IV, do Cdigo de Processo Civil;

c) Ainda que no se acolha a preliminar suscita ou no se reconhea a prescrio, o que se admite por amor ao debte, em homenagem ao princpio da _______________, requer sejam os pedidos julgados improcedentes, em razo da demonstrao de total ausncia de dolo ou culpa;

d) Por consequencia, requer seja a parte ex adversa, condenada ao pagamento de honorrios advocatcios em 20%(vinte por cento) sobre o valor da causa e demais nus sucumbenciais;

e) Protesta pela produo de todos os meios de prova em direito admitidos.

Nestes termos, pede deferimento.

Local, data.

OAB.