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1 DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO – material 07 (LÁZARO LUIZ MENDONÇA BORGES) 11.2.3. Respostas do Reclamado. São três as modalidades de resposta do réu: contestação, exceção e reconvenção. As duas primeiras são consideradas defesa; a última não constitui exatamente defesa, mas ação do réu em face do autor dentro do mesmo processo em que aquele é demandado. Conforme já visto, não havendo conciliação, o reclamado deverá apresentar defesa escrita ou oral (tempo máximo de 20 minutos). Havendo litisconsorte, cada um terá 20 minutos para formular a defesa. A CLT somente faz previsão expressa da ‘defesa’, embora no sentido de contestação, e duas modalidades de exceção: a de “foro” e a de suspeição. Não faz menção à reconvenção nem à exceção de impedimento. Entretanto, não há dúvidas de que são cabíveis no processo trabalhista. O reclamado poderá, na audiência para a qual foi notificado, apresentar, simultaneamente, contestação, exceção e reconvenção, ou mesmo oferecer uma ou duas espécies de resposta, ou mesmo nenhuma. 11.2.3.1. Contestação: É a modalidade mais usual. Nela, o reclamado se insurge contra os pedidos formulados na peça de ingresso, e também concernente à própria relação processual, competindo-lhe alegar toda matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir (art. 300, do CPC). Ressalta-se a desnecessidade de “especificação das provas”, pois elas serão produzidas em audiência. A contestação pode envolver preliminares – defesa processual ou defesa indireta (artigo 301 do CPC), prejudiciais de mérito (exemplos: prescrição, decadência, acordo na Comissão de Conciliação Prévia) e o mérito propriamente dito.

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO – material 07

(LÁZARO LUIZ MENDONÇA BORGES)

11.2.3. Respostas do Reclamado.

São três as modalidades de resposta do réu: contestação, exceção e reconvenção. As duas

primeiras são consideradas defesa; a última não constitui exatamente defesa, mas ação do réu

em face do autor dentro do mesmo processo em que aquele é demandado.

Conforme já visto, não havendo conciliação, o reclamado deverá apresentar defesa escrita ou

oral (tempo máximo de 20 minutos). Havendo litisconsorte, cada um terá 20 minutos para

formular a defesa.

A CLT somente faz previsão expressa da ‘defesa’, embora no sentido de contestação, e duas

modalidades de exceção: a de “foro” e a de suspeição. Não faz menção à reconvenção nem à

exceção de impedimento. Entretanto, não há dúvidas de que são cabíveis no processo

trabalhista. O reclamado poderá, na audiência para a qual foi notificado, apresentar,

simultaneamente, contestação, exceção e reconvenção, ou mesmo oferecer uma ou duas

espécies de resposta, ou mesmo nenhuma.

11.2.3.1. Contestação:

É a modalidade mais usual. Nela, o reclamado se insurge contra os pedidos formulados na

peça de ingresso, e também concernente à própria relação processual, competindo-lhe alegar

toda matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do

autor e especificando as provas que pretende produzir (art. 300, do CPC). Ressalta-se a

desnecessidade de “especificação das provas”, pois elas serão produzidas em audiência.

A contestação pode envolver preliminares – defesa processual ou defesa indireta (artigo 301

do CPC), prejudiciais de mérito (exemplos: prescrição, decadência, acordo na Comissão de

Conciliação Prévia) e o mérito propriamente dito.

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Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: (Redação

dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

I - inexistência ou nulidade da citação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de

1º.10.1973)

II - incompetência absoluta; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

III - inépcia da petição inicial; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

IV - perempção; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

V - litispendência; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

VI - coisa julgada; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

VII - conexão; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

VIII - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;

(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

IX - convenção de arbitragem; (Redação dada pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996)

X - carência de ação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

XI - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar.

(Incluído pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação

anteriormente ajuizada. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

§ 2o Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa

de pedir e o mesmo pedido. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

§ 3o Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa

julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não

caiba recurso. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

Algumas preliminares não são compatíveis com o processo do trabalho, como, por exemplo, a

convenção de arbitragem (inciso IX), por ser inaplicável nas ações individuais oriundas da

relação de emprego (porém, aceita em direito coletivo), haja vista a prevalência do princípio da

irrenunciabilidade; e a perempção (inciso IV), que é prevista no art. 268, parágrafo único, do

CPC. Os artigos 731 e 732, da CLT referem-se à “perempção trabalhista”. Em lides

trabalhistas também não teria lugar a falta de caução (inciso XI).

Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal,

não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta

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ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de

6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho.

Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2

(duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.

Parte da doutrina entende que as penas previstas nos artigos 731 e 732, da CLT contam-se a

partir do trânsito em julgado da 2ª ação arquivada. A prescrição, todavia, continua correndo.

Essa penalidade é aplicada inclusive quando se tratar de pedidos distintos entre as ações, do

que se depreende que, dentro do prazo prescricional (02 anos após a extinção do contrato), o

reclamante poderá intentar mais de 03 ações, enquanto que no processo civil isso não é

permitido.

Incompetência absoluta deve ser alegada em preliminar, não obstante, por se tratar de matéria

de ordem pública, poder ser levantada a qualquer tempo ou grau de jurisdição, conforme

leitura do artigo 113 do CPC.

Art. 113. A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser

alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de

exceção.

§ 1o Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou na primeira

oportunidade em que lhe couber falar nos autos, a parte responderá

integralmente pelas custas.

§ 2o Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão

nulos, remetendo-se os autos ao juiz competente.

No tocante à carência de ação, ou alegação de ilegitimidade de parte (naqueles casos de

negativa de vínculo de emprego), o juiz decidirá pela improcedência do pedido e não pela

ilegitimidade de parte, pois as condições da ação, no processo do trabalho, devem ser

analisadas de forma abstrata.

Superadas as preliminares, passa-se ao exame das prejudiciais de mérito, consistindo em

matérias que, embora não sejam preliminares, impedem a análise do mérito propriamente dito,

conforme exemplos acima citados. Na prática, porém, nada impede de que tais “prejudiciais”

sejam abordadas no próprio mérito.

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Em relação ao mérito, o reclamado deve apresentar defesa direta (contestando os pedidos,

negando os fatos constitutivos indicados pelo reclamante) e , se for o caso, defesa indireta, que

cuida de fatos modificativos, impeditivos e extintivos dos direitos alegados pelo autor. Um

bom exemplo é o que trata do pedido de equiparação salarial, em que o reclamado pode

contestar informando um dos elementos que impedem a concessão do pedido (quadro de

carreira, diferença de perfeição técnica, readaptação do paradigma etc.).

Sobre compensação, verificar o teor das SÚMULAS 48 e 18 (exemplo: compensação do

valor de aviso prévio não cumprido com horas extras deferidas em sentença), do TST.

Contudo, há quem aceite a compensação de verbas trabalhistas com o empréstimo feito pelo

empregador em benefício do empregado (que é dívida de natureza civil).

SÚMULA 48. COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e

21.11.2003

A compensação só poderá ser arguida com a contestação.

SÚMULA 18. COMPENSAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e

21.11.2003

A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas de natureza

trabalhista.

Não confundir compensação com dedução, que é o desconto que deve ser imposto em

virtude de quitação parcial de determinada parcela por parte do reclamado. Exemplo: no caso

de deferimento de horas extras, pede-se a dedução das verbas que já foram pagas sob o

mesmo título.

Na compensação, há crédito recíproco; na dedução, não.

11.2.3.2. Exceção:

Nosso direito contempla três tipos de exceção: incompetência relativa, suspeição (artigo 799,

da CLT) e impedimento (esta última não consta na CLT, aplicando-se subsidiariamente

os artigos 134 e 135 do CPC), pois inegável a possibilidade de tal expediente.

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Verificar artigos 799 a 801 da CLT.

Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser

opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.

(Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)

§ 1º - As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa. (Redação

dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)

§ 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto

a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as

partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final. (Redação

dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946)

Art. 800 - Apresentada a exceção de incompetência, abrir-se-á vista dos autos

ao exceto, por 24 (vinte e quatro) horas improrrogáveis, devendo a decisão ser

proferida na primeira audiência ou sessão que se seguir.

Art. 801 - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e pode

ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos

litigantes:

a) inimizade pessoal;

b) amizade íntima;

c) parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;

d) interesse particular na causa.

Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja

consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição,

salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do

processo constar que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já a

conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente,

se procurou de propósito o motivo de que ela se originou.

A exceção de incompetência deve ser arguida no momento de apresentação da defesa, sob

pena de preclusão e a consequente prorrogação da competência. O procedimento respectivo

está regulado no artigo 800 da CLT.

Reconhecida a exceção de incompetência, com a remessa dos autos ao juízo competente,

caberá a interposição de recurso caso o feito seja remetido a outro Tribunal Regional,

conforme se depreende da SÚMULA 214, do TST.

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O procedimento da exceção de suspeição (e de impedimento) tem regramento no art. 802, §§

1º e 2º, CLT.

11.2.3.3. Reconvenção:

É uma ação incidental movida pelo reclamado, chamado reconvinte, em relação ao

reclamante, chamado então de reconvindo, de perfeita aplicação e aceitação no processo do

trabalho. Muito comum quando a empresa ajuíza ação de consignação em pagamento sob o

fundamento de recusa do trabalhador em receber o acerto rescisório ou por ter sido

dispensado por justa causa e este apresenta reconvenção, requerendo a reversão da dispensa

para sem justa causa e pleiteando outros direitos.

O momento oportuno de apresentar a reconvenção é junto com a defesa, caso em que o

reconvindo terá prazo para apresentar defesa (mínimo de 05 dias). Há divergência sobre a

possibilidade de reconvenção nos procedimentos sumário e sumaríssimo. Os que não

admitem reconhecem a possibilidade de pedido contraposto na própria contestação.

Inaplicável a reconvenção no processo de execução, por não existir sentença de

conhecimento, e pelo que dispõe o art. 16, § 3º da Lei de Execução Fiscal (“não será admitida

reconvenção, nem compensação, e as exceções, salvo as de suspeição, incompetência e

impedimentos, serão arguidas como matéria preliminar e serão processadas e julgadas com os

embargos”).

Se a parte desistir da ação, ou se esta for extinta por algum motivo, a reconvenção terá

seguimento normal, conforme previsão no art. 317, do CPC.

11.3. Procedimento sumaríssimo (artigos 852-A e seguintes da CLT):

O procedimento sumaríssimo deverá ser observado nos dissídios individuais cujo valor da

causa não ultrapasse 40 salários mínimos vigentes na data do ajuizamento da ação,

conforme leitura do art. 852-A da CLT. Não se aplica tal procedimento em dissídios coletivos.

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Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o

salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos

ao procedimento sumaríssimo. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas

em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional.

(Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

O procedimento em comento poderá ser aplicado em reclamatórias plúrimas, desde que o

valor total dos pedidos para todos os reclamantes não exceda o limite previsto no art. 852-A

da CLT.

O referido procedimento não pode ser adotado nas demandas em que seja parte a

Administração direta, autárquica e fundacional.

O pedido deverá ser certo e determinado, inobstante na lei constar “ou”, e deverá indicar o

valor correspondente.

Não cabe citação por edital. É obrigação da parte autora a indicação correta do nome e

endereço do reclamado.

As ações inseridas nesse procedimento deverão ser instruídas e julgadas em uma única

audiência (852-C), não comportando, em tese, o “fracionamento” adotado no procedimento

ordinário, sendo que a apreciação da reclamação terá que ocorrer no prazo máximo de 15 dias.

Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas

em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá

ser convocado para atuar simultaneamente com o titular. (Incluído pela Lei nº

9.957, de 12.1.2000)

Se o pedido não for liquidado ou não forem indicados o nome e o endereço corretos do

reclamado, a reclamação será arquivada e o reclamante será condenado ao pagamento de

custas, calculadas sobre o valor da causa (852-B, § 1º). Não é possível emendar a inicial.

Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:

(Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

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I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente;

(Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do

nome e endereço do reclamado; (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze

dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de

acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento.

(Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste

artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de

custas sobre o valor da causa. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço

ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao

local anteriormente indicado, na ausência de comunicação. (Incluído pela Lei

nº 9.957, de 12.1.2000)

Diferente do previsto para o procedimento ordinário, não haverá no procedimento

sumaríssimo a obrigatoriedade das duas propostas de conciliação. O juiz apenas esclarece as

partes sobre as vantagens da conciliação.

As provas serão produzidas na audiência de instrução, ainda que não requeridas previamente

(852-H, caput).

Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e

julgamento, ainda que não requeridas previamente. (Incluído pela Lei nº 9.957,

de 12.1.2000)

§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á

imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta

impossibilidade, a critério do juiz. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à

audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação. (Incluído

pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente

convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o

juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva. (Incluído pela Lei nº

9.957, de 12.1.2000)

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§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será

deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto

da perícia e nomear perito. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

§ 5º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum

de cinco dias. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo

dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos

autos pelo juiz da causa. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 12.1.2000)

Cada parte poderá conduzir no máximo 02 testemunhas, independentemente de intimação. A

intimação somente será deferida em caso de testemunha comprovadamente convidada (carta-

convite assinada, carta ou telegrama com aviso de recebimento, notificação extrajudicial).

Havendo necessidade de prova técnica, cabe ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da

perícia e nomear perito, sendo que as partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no

prazo comum de cinco dias.

Havendo interrupção da audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão

no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz.

O relatório não é exigido na sentença, sendo facultativo ao juiz fazê-lo.

Em caso de recurso ordinário, observar o que preceitua o artigo 895, § 1º, II, III e IV e § 2º da

CLT.

Art. 895. Cabe recurso ordinário para a instância superior:

(...)

§ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso

ordinário: (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)

I - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)

II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o

relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou

Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor;

(Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)

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III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão

de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão;

(Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)

IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a

indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do

voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a

certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão.

(Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)

§ 2º Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, poderão designar Turma

para o julgamento dos recursos ordinários interpostos das sentenças prolatadas

nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo. (Incluído pela Lei nº

9.957, de 2000)

Em caso de recurso de revista, observar o que preceitua o artigo 896, § 9º, CLT.

Art. 896. (...)

§ 9o Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido

recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do

Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal

Federal e por violação direta da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº

13.015, de 2014)

11.4. Procedimento sumário (art. 2º, §§ 3º e 4º da Lei 5.584/70):

Aplicado nas causas em que o valor não exceda a 02 salários mínimos. É também conhecido

por dissídio de alçada

Não cabe recurso das sentenças proferidas nesse procedimento, exceto se versarem sobre

matéria constitucional.

Discute-se na doutrina se o procedimento sumaríssimo revogou o procedimento em comento.

O entendimento predominante é no sentido de que não houve revogação, mas a tramitação

seguirá a forma do sumaríssimo, havendo diferenciação somente quanto à interposição de

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recurso. Por outro lado, há quem entenda que o procedimento sumaríssimo “absorveu” o

procedimento sumário, defendendo a possibilidade de interposição de recurso.

Art 2º Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acordo,

o Presidente, da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á

o valor para a determinação da alçada, se este for indeterminado no pedido.

§ 1º Em audiência, ao aduzir razões finais, poderá qualquer das partes,

impugnar o valor fixado e, se o Juiz o mantiver, pedir revisão da decisão, no

prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente do Tribunal Regional.

§ 2º O pedido de revisão, que não terá efeito suspensivo deverá ser instruído

com a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia autenticada pela Secretaria

da Junta, e será julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a partir do seu

recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.

§ 3º Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2

(duas) vezes o salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o

resumo dos depoimentos, devendo constar da Ata a conclusão da Junta quanto à

matéria de fato.

§ 4º - Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá

das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo

anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do

ajuizamento da ação. (Redação dada pela Lei nº 7.402, de 1985)

11.5. Procedimento ordinário:

Quando a demanda não se sujeitar ao procedimento sumário ou sumaríssimo, seguir-se-á o

procedimento ordinário. Nesse caso, os pedidos não precisam ter indicação do valor

correspondente. Porém, não é aconselhável tal prática.

Caberá citação por edital.

Os entes públicos poderão ser partes no rito em comento.

Cada parte poderá levar até 03 testemunhas.

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No inquérito judicial para apuração de falta grave de empregado estável (procedimento

especial), o número de testemunhas sobe para 06 a cada parte.

Na sentença, o relatório é indispensável.

11.6. Instrução:

Trata-se do momento em que as partes poderão produzir as provas, ou seja, a oportunidade

que reclamante e reclamado têm para demonstrar a veracidade de uma proposição ou a

existência de um fato. Prova é o meio lícito para demonstrar a veracidade ou não de

determinado fato com a finalidade de convencer o juiz acerca da sua existência ou inexistência

Alguns princípios norteiam a fase de produção das provas: contraditório (a parte deve

manifestar sobre qualquer documento apresentado pela outra, pode formular quesitos em caso

de perícia etc.); ampla defesa (sendo que a parte tem a igualdade de oportunidade de provar

suas alegações); oralidade (as provas devem ser realizadas, preferencialmente, na audiência de

instrução e julgamento, ou seja, oralmente e na presença do juiz); proibição da prova ilícita

(=lealdade da prova – previsão no art. 5º, LVI, Constituição Federal. Teoria dos frutos da

árvore envenenada – os demais atos processuais embasados em prova ilícita não se prestam

às consequências probatórias visadas pela parte); imediação (o juiz é quem tem a direção do

processo e principalmente das provas a serem produzidas pelas partes, lembrando que ele – o

juiz – é o destinatário da prova)

O brocardo in dubio pro misero (possibilidade de o juiz, em caso de dúvida razoável,

interpretar a prova em benefício do empregado) é recebido de forma atenuada pela Justiça do

Trabalho. Decide-se em desfavor daquele que detinha o ônus de produzir a prova e não se

desincumbiu a contento.

11.7. Ônus e objeto da prova:

O artigo 818 da CLT preceitua que “a prova das alegações incumbe à parte que as fizer”. Tal

preceito deve ser verificado junto com o preceituado no artigo 333 do CPC, ou seja, cabe ao

autor (reclamante) a demonstração dos fatos constitutivos do seu direito e ao réu (reclamado)

cabe a demonstração dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos.

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É prescindível a prova em se tratando de (art. 334 do CPC):

- fatos notórios, ou seja, que são do conhecimento de todos;

- fatos afirmados por uma parte e confessados pela outra parte (exemplo:

reclamante alega um horário de trabalho na inicial, a empresa contesta, mas o admite em

depoimento pessoal, ou o preposto diz que “não sabe”);

- admitidos no processo como incontroversos (exemplo: a empresa

concorda com o horário alegado, ou sequer impugna na contestação);

- em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.

(exemplo: o reclamante não precisa provar vício de vontade ao renunciar o direito a férias

anuais remuneradas, pois se presume legalmente que tal renúncia é viciada.

O juiz conhece o direito (iura novit curia). A parte, entretanto, deverá provar direito

municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário (art. 337, do CPC). Especificamente, no

processo do trabalho, o juiz também pode determinar que a parte prove o teor e a vigência

não apenas das mencionadas espécies normativas como também dos acordos e convenções

coletivas, dos regulamentos empresariais e sentenças normativas.

Sobre ônus da prova, são pertinentes as súmulas abaixo:

SUM-6 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT (redação do item

VI alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) Res.

185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

(...)

VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou

extintivo da equiparação salarial. (ex-Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ

11.02.1977)

SUM-16 NOTIFICAÇÃO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e

21.11.2003

Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua

postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo

constitui ônus de prova do destinatário.

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SUM-212 DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) - Res.

121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a

prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da

continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao

empregado.

SUM-338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA

(incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 234 e 306 da SBDI-1) - Res.

129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o

registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-

apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa

de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em

contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em

instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234

da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes

são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às

horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial

se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003)

SUM-443 DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO.

EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU

PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO - Res. 185/2012, DEJT

divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou

de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o

empregado tem direito à reintegração no emprego.

Caso o autor alegue ter sido empregado e o reclamado se defende dizendo que houve apenas

prestação de serviço não subordinado, ou que se tratava de representação comercial, é deste

(reclamado) o ônus da prova. Quando há total negativa de vínculo por parte do reclamado, o

ônus da prova é do reclamante.

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Sobre valoração da prova, foram utilizados: a) sistema das ordálias (juízos de Deus) – a prova

fugia do controle do juiz. Este não julgava, apenas controlava a obediência do ritual. A pessoa

era submetida a determinada prova (ou ritual) e Deus não lhe permitiria nenhum mal caso

fosse inocente; b) sistema da prova legal ou positiva – cada prova tinha um valor rígido,

inflexível, tarifado. Nesse caso o juiz apenas quantificava a prova; c) sistema da livre convicção

ou convicção íntima – não era necessário que o juiz motivasse suas decisões, a prova não tinha

tanta importância; d) sistema da persuasão racional ou do livre convencimento motivado – ao

juiz é permitido apreciar livremente as provas, mas sua convicção deve ser formada com base

nas provas produzidas nos autos, ou seja, deve expor na sentença os motivos que lhe

formaram o convencimento. É este o sistema adotado no nosso Código de Processo Civil (art.

131, CPC).

11.8. Meios de prova:

Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados no

CPC, são hábeis para provar a verdade dos fatos em que se funda a ação ou a defesa (art. 332,

CPC).

11.8.1. Depoimento pessoal / interrogatório:

Consiste na oitiva da parte, que pode ser determinada de ofício pelo juiz ou requerida pela

parte contrária.

Diferenças entre depoimento pessoal e interrogatório:

Depoimento pessoal Interrogatório

- requerido pela parte - determinado de ofício pelo juiz

- busca a confissão da parte - visa obter certos esclarecimentos sobre os

fatos / busca da verdade real

- deve ser requerido em momento oportuno,

sob pena de preclusão / colhido em audiência

de instrução / precede a produção das demais

provas orais / é único

- pode ser determinado a qualquer tempo

pelo juiz, até o encerramento da instrução

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Existe a possibilidade de reabertura da instrução para oitiva da parte se assim entender

necessário o juiz.

A ordem dos depoimentos será a indicada no art. 452, II, do CPC, ou seja, primeiro o

reclamante, depois o reclamado. O juiz poderá inverter a ordem, conforme o ônus da prova

(exemplo: quando o reclamado alega justa causa, o juiz poderá ouvi-lo primeiro).

11.8.2. Confissão (art. 348, CPC):

Há confissão quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e

favorável ao adversário.

A confissão pode ser: a) judicial – realizada no curso do processo; b) extrajudicial – realizada

fora do processo.

A confissão judicial pode ser (art. 349, CPC): a) espontânea – feita, em regra, por petição; b)

provocada – provém do depoimento pessoal da parte. Do depoimento, o juiz extrai a

confissão real, feita expressamente pela parte, ou seja, ele consegue extrair a verdade dos fatos

alegados pelos litigantes.

A respeito da confissão extrajudicial (art. 353, parágrafo único, CPC), entende-se não ser

aplicável no processo trabalhista, em se tratando de empregado, tendo em vista os princípios

da indisponibilidade e irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas.

A confissão ficta (presumida ou tácita), conforme já visto, ocorre quando a parte não

comparece à audiência em que deveria prestar seu depoimento pessoal, desde que

devidamente intimada para esse ato. Caso compareça e haja recusa ao depor, ou desconheça

os fatos, também haverá confissão ficta (art. 844, CLT; súmula 74, TST).

11.8.3. Documentos:

É o meio idôneo utilizado como prova material da existência de um fato, abrangendo não só

os escritos, mas também os gráficos, as fotografias, os desenhos etc. A CLT faz referência a

documentos nos seguintes artigos: 777, 780, 787 e 830.

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Art. 777 - Os requerimentos e documentos apresentados, os atos e termos

processuais, as petições ou razões de recursos e quaisquer outros papéis

referentes aos feitos formarão os autos dos processos, os quais ficarão sob a

responsabilidade dos escrivães ou secretários. (Vide Leis nºs 409, de 1943 e

6.563, de 1978)

Art. 780 - Os documentos juntos aos autos poderão ser desentranhados somente

depois de findo o processo, ficando traslado.

Art. 787 - A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e desde

logo acompanhada dos documentos em que se fundar.

Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado

autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. (Redação

dada pela Lei nº 11.925, de 2009).

Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a

produziu será intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o

original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e certificar

a conformidade entre esses documentos. (Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009).

Somente podem ser comprovados mediante prova escrita:

- o pagamento de salários, valendo como recibo a cópia do comprovante de

depósito em conta bancária (art. 464, parágrafo único, CLT), exceto em relação ao empregado

doméstico, admitida nesse caso a prova testemunhal;

- acordo de prorrogação de jornada de trabalho (art. 59, CLT);

- acordo de compensação (art. 59, § 1º, CLT).

Art. 464 - O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado

pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital,

ou, não sendo esta possível, a seu rogo.

Parágrafo único. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta

bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o

consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de

trabalho. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997)

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Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas

suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito

entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.

§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar,

obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora suplementar, que será,

pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal.

As anotações feitas na CTPS são provas relativas em relação à pessoa do empregado (juris

tantum), admitindo-se contraprova (Súmula 12 do TST e Súmula 225 do STF). Em relação ao

empregador, a presunção é absoluta (juris et de jure).

SUM-12 CARTEIRA PROFISSIONAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20

e 21.11.2003

As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado

não geram presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum".

Súmula 225 (STF)

NÃO É ABSOLUTO O VALOR PROBATÓRIO DAS ANOTAÇÕES DA

CARTEIRA PROFISSIONAL.

Documentos comuns às partes (exemplo: convenção coletiva, acordo coletivo, sentença

normativa), juntados sem estarem autenticados, terão validade se não for impugnado pela

parte contrária. Verificar: OJ nº 36 da SDI-1, abaixo transcrita:

OJ-SDI1-36 INSTRUMENTO NORMATIVO. CÓPIA NÃO

AUTENTICADA. DOCUMENTO COMUM ÀS PARTES. VALIDADE

(título alterado e inserido dispositivo) - DJ 20.04.2005

O instrumento normativo em cópia não autenticada possui valor probante, desde

que não haja impugnação ao seu conteúdo, eis que se trata de documento

comum às partes.

Os documentos podem ser públicos ou particulares. Os documentos públicos fazem prova de

sua formação, bem como dos atos ocorridos perante o oficial (art. 364, do CPC), mas a

presunção de veracidade não atinge o teor das declarações efetuadas pelo interessado no

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documento público, ou seja, o conteúdo pode não ser verdadeiro, inobstante o documento

seja.

Sobre documentos digitalizados, observar o que preceitua o art. 365, V, VI, §§ 1º e

2º. CPC.

Art. 365. Fazem a mesma prova que os originais:

(...)

V - os extratos digitais de bancos de dados, públicos e privados, desde que

atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as informações conferem

com o que consta na origem; (Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006).

VI - as reproduções digitalizadas de qualquer documento, público ou particular,

quando juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo

Ministério Público e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições

públicas em geral e por advogados públicos ou privados, ressalvada a alegação

motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de

digitalização. (Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006).

§ 1o Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no inciso VI do

caput deste artigo, deverão ser preservados pelo seu detentor até o final do prazo

para interposição de ação rescisória. (Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006).

§ 2o Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou outro

documento relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar o seu

depósito em cartório ou secretaria. (Incluído pela Lei nº 11.419, de 2006).

No que se refere ao momento da apresentação, a prova documental deve ser apresentada pelo

reclamante com a petição inicial e pelo reclamado, em audiência, quando da apresentação da

defesa. (artigos 787 e 845 da CLT; art. 396 do CPC):

Art. 787 - A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e desde

logo acompanhada dos documentos em que se fundar.

Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência

acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais

provas.

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Art. 396. (CPC) Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a

resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar-lhe as alegações.

O artigo 397 do CPC permite que as partes, a qualquer tempo (entenda-se: até o encerramento

da instrução e antes da sentença), juntem aos autos documentos novos, quando destinados a

fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados, ou para contrapô-los aos que foram

produzidos nos autos. Verificar ainda a Súmula 8 do TST:

Art. 397. (CPC) É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos

documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois

dos articulados, ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.

SUM-8 JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20

e 21.11.2003

A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo

impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à

sentença.

A arguição de falsidade pode ser feita no processo do trabalho no mesmo prazo estipulado no

processo civil, ou seja, na apresentação da contestação ou em 10 dias contados da ciência da

juntada (art. 390, CPC). A parte dirigirá petição ao juiz arguindo de falso, expondo os motivos

em que se fundam a sua pretensão e os meios com que provará o alegado (art. 391, CPC) O

incidente corre nos próprios autos. O processo principal ficará suspenso (art. 394, CPC). A

parte que produziu o documento será intimada a responder em 10 dias e o juiz ordenará

exame pericial (art. 392. CPC).

Art. 390. O incidente de falsidade tem lugar em qualquer tempo e grau de

jurisdição, incumbindo à parte, contra quem foi produzido o documento,

suscitá-lo na contestação ou no prazo de 10 (dez) dias, contados da intimação da

sua juntada aos autos.

Art. 391. Quando o documento for oferecido antes de encerrada a instrução, a

parte o arguirá de falso, em petição dirigida ao juiz da causa, expondo os

motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado.

Art. 392. Intimada a parte, que produziu o documento, a responder no prazo de

10 (dez) dias, o juiz ordenará o exame pericial.

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Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial, se a parte, que produziu

o documento, concordar em retirá-lo e a parte contrária não se opuser ao

desentranhamento.

Art. 393. Depois de encerrada a instrução, o incidente de falsidade correrá em

apenso aos autos principais; no tribunal processar-se-á perante o relator,

observando-se o disposto no artigo antecedente.

Art. 394. Logo que for suscitado o incidente de falsidade, o juiz suspenderá o

processo principal.

Art. 395. A sentença, que resolver o incidente, declarará a falsidade ou

autenticidade do documento.

Porém, se o documento for apresentado depois de encerrada a instrução, o incidente de

falsidade correrá em apenso aos autos principais (artigo 393 do CPC, acima transcrito). No

Tribunal, o incidente de falsidade será processado perante o relator e observará o preceituado

no artigo 392 do CPC, também já transcrito.

A decisão que resolver o incidente tem caráter de interlocutória, não sendo possível recorrer

de imediato.

11.8.4. Testemunhas:

Testemunha é um terceiro em relação à lide que vem prestar depoimento em juízo, por ter

conhecimento dos fatos narrados pelas partes.

Sergio Pinto Martins (30ª edição, p. 336) opina no sentido de que “a prova testemunhal é a pior

prova que existe, sendo considerada a prostituta das provas, justamente por ser a mais insegura.”. Observa o

renomado autor que, não raro, a testemunha não apreendeu corretamente os fatos, ou não os

reteve na memória, ou, ainda, é efetivamente parcial.

É admissível no processo trabalhista, sendo dispensável em matéria de direito ou quando a

prova for apenas objeto de perícia.

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Os fatos já provados documentalmente ou confessados pela parte dispensam prova

testemunhal (art. 400, I, do CPC). Saliente-se, no que se refere a fatos provados por

documentos, a aplicação atenuada do referido dispositivo no processo trabalhista. Não se

aplica o disposto no art. 401 do CPC (admissão de prova exclusivamente testemunhal em

contratos cujo valor não exceda ao décuplo do maior salário vigente no país, no tempo da

celebração).

Art. 400. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de

modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:

I - já provados por documento ou confissão da parte;

II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.

As testemunhas podem comparecer espontaneamente ou ser intimadas, conforme o

procedimento adotado, variando também em relação ao número que cada parte poderá

apresentar. Não custa lembrar, mais uma vez, de tal limite: procedimento ordinário – 03

testemunhas cada parte (art. 821, CLT); inquérito judicial para apuração de falta grave – 06

testemunhas cada parte (art. 821, CLT); procedimento sumaríssimo (art. 852-H, § 2º, CLT).

Esse limite não se aplica ao juiz (art. 418, I, CPC).

Caso a testemunha não compareça, aplica-se o disposto no art. 825, parágrafo único, da CLT:

Art. 825 - As testemunhas comparecerão a audiência independentemente de

notificação ou intimação.

Parágrafo único - As que não comparecerem serão intimadas, ex officio ou a

requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva, além das

penalidades do art. 730, caso, sem motivo justificado, não atendam à intimação.

Não podem ser ouvidos como testemunhas os incapazes, os impedidos e os suspeitos (art.

405, §§ 1º, 2º e 3º, do CPC). Eles poderão ser ouvidos, contudo, na qualidade de informantes.

Segundo a SÚMULA 357, do TST, não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar

litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador:

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SUM-357 TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA.

SUSPEIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter

litigado contra o mesmo empregador.

Caso o juiz da causa seja arrolado como testemunha, observar o disposto no artigo 409 do

CPC:

Art. 409. Quando for arrolado como testemunha o juiz da causa, este:

I - declarar-se-á impedido, se tiver conhecimento de fatos, que possam influir na

decisão; caso em que será defeso à parte, que o incluiu no rol, desistir de seu

depoimento;

II - se nada souber, mandará excluir o seu nome.

A parte poderá contraditar a testemunha (imputar-lhe incapacidade, impedimento, ou, mais

comum, suspeição), após a qualificação e antes do compromisso, sob pena de preclusão. Se

necessário, faz-se a instrução da contradita através de testemunhas ou documentos (art. 414, §

1º, CPC e 828 da CLT). Uma vez compromissada, em caso de afirmação falsa, a testemunha

estará cometendo crime.

Art. 414 (CPC). Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarando o

nome por inteiro, a profissão, a residência e o estado civil, bem como se tem

relações de parentesco com a parte, ou interesse no objeto do processo.

§ 1o É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o

impedimento ou a suspeição. Se a testemunha negar os fatos que lhe são

imputados, a parte poderá provar a contradita com documentos ou com

testemunhas, até três, apresentada no ato e inquiridas em separado. Sendo

provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha, ou lhe tomará

o depoimento, observando o disposto no art. 405, § 4o.

§ 2o A testemunha pode requerer ao juiz que a escuse de depor, alegando os

motivos de que trata o art. 406; ouvidas as partes, o juiz decidirá de plano.

Art. 406 (CPC). A testemunha não é obrigada a depor de fatos:

I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge e aos seus parentes

consanguíneos ou afins, em linha reta, ou na colateral em segundo grau;

II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.

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Art. 828 (CLT) - Toda testemunha, antes de prestar o compromisso legal, será

qualificada, indicando o nome, nacionalidade, profissão, idade, residência, e,

quando empregada, o tempo de serviço prestado ao empregador, ficando sujeita,

em caso de falsidade, às leis penais.

Parágrafo único - Os depoimentos das testemunhas serão resumidos, por

ocasião da audiência, pelo secretário da Junta ou funcionário para esse fim

designado, devendo a súmula ser assinada pelo Presidente do Tribunal e pelos

depoentes.

Verificar também os artigos 822, 823 e 824 da CLT:

Art. 822 - As testemunhas não poderão sofrer qualquer desconto pelas faltas ao

serviço, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quando devidamente

arroladas ou convocadas.

Art. 823 - Se a testemunha for funcionário civil ou militar, e tiver de depor em

hora de serviço, será requisitada ao chefe da repartição para comparecer à

audiência marcada.

Art. 824 - O juiz ou presidente providenciará para que o depoimento de uma

testemunha não seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo.

11.8.5. Perícia:

A prova pericial será necessária se o fato depender de conhecimento especial técnico ou

científico (artigo 145 do CPC):

Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou

científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.

A prova pericial pode consistir em exame, vistoria ou avaliação (artigo 420 do CPC):

Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando:

I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;

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II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;

III - a verificação for impraticável.

Nas ações em que há pedido de adicional de insalubridade ou periculosidade, o juiz deverá

designar perito, ainda que ausente o reclamado (art. 195, § 2º, da CLT). Se o local de trabalho

estiver desativado, o julgador poderá utilizar-se de outros meios de prova (OJ 278, do TST),

por exemplo, prova emprestada ou prova testemunhal:

Art. 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da

periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através

de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho,

registrados no Ministério do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de

22.12.1977)

(...)

§ 2º - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado,

seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito

habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao

órgão competente do Ministério do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514,

de 22.12.1977)

OJ-SDI1-278 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA. LOCAL

DE TRABALHO DESATIVADO (DJ 11.08.2003)

A realização de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade.

Quando não for possível sua realização, como em caso de fechamento da

empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros meios de prova.

Há ainda outros tipos de perícia: contábil, grafotécnica ou médica, esta última principalmente

para apuração de nexo de causalidade entre as lesões do trabalhador e as atividades

desenvolvidas na empresa, ou o acidente de trabalho, bem como apuração do grau de

incapacidade laboral do indivíduo.

O art. 420, parágrafo único, CPC (já transcrito acima), preceitua que o juiz indeferirá a perícia

quando: a) a prova do fato não depender de conhecimento especial ou técnico; b) for

desnecessária em vista de outras provas produzidas; c) a verificação for impraticável.

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O juiz estipulará prazo para apresentação do laudo pericial (artigo 421 do CPC). As partes

terão 05 dias para apresentação de quesitos e indicação de assistente técnico.

Os laudos dos assistentes técnicos deverão ser apresentados no mesmo prazo assinado para o

perito, sob pena de desentranhamento (art. 3, parágrafo único, Lei 5.584/1970):

Art. 3º Os exames periciais serão realizados por perito único designado pelo

Juiz, que fixará o prazo para entrega do laudo.

Parágrafo único. Permitir-se-á a cada parte a indicação de um assistente, cujo

laudo terá que ser apresentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob pena

de ser desentranhado dos autos.

Ainda sobre tal tema verificar OJ 165, SDI-1 e Súmula 293, do TST:

OJ-SDI1-165 PERÍCIA. ENGENHEIRO OU MÉDICO. ADICIONAL DE

INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. VÁLIDO. ART. 195 DA CLT

(inserida em 26.03.1999)

O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o engenheiro

para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade,

bastando para a elaboração do laudo seja o profissional devidamente

qualificado.

SUM-293 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAUSA DE PEDIR.

AGENTE NOCIVO DIVERSO DO APONTADO NA INICIAL (mantida) -

Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A verificação mediante perícia de prestação de serviços em condições nocivas,

considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não prejudica o

pedido de adicional de insalubridade.

O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros

elementos ou fatos provados nos autos (artigo 436 do CPC).

Os honorários periciais deverão ser arcados pela parte sucumbente no objeto da perícia, salvo

se beneficiário da justiça gratuita (artigo 790-B, CLT); os dos assistentes técnicos ficarão a

cargo das respectivas partes que os indicaram (súmula 341 do TST):

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Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da

parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça

gratuita. (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

SUM-341 HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICO (mantida) - Res.

121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A indicação do perito assistente é faculdade da parte, a qual deve responder

pelos respectivos honorários, ainda que vencedora no objeto da perícia.

11.8.6. Inspeção judicial (artigos 440 a 443 do CPC):

A CLT é omissa no tocante à inspeção judicial. Aplica-se o disposto no Código de Processo

Civil (artigos 440 a 443):

Art. 440. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase

do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato,

que interesse à decisão da causa.

Art. 441. Ao realizar a inspeção direta, o juiz poderá ser assistido de um ou

mais peritos.

Art. 442. O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando:

I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que

deva observar;

II - a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou

graves dificuldades;

III - determinar a reconstituição dos fatos.

Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando

esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa.

Art. 443. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado,

mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa. (Redação dada

pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou

fotografia. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

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12. Sentença:

Após a fase de instrução, as partes poderão apresentar razões finais, oralmente, no prazo de 10

minutos, conforme previsão no art. 850, da CLT. Se forem “remissivas”, não há nenhuma

manifestação adicional. Nessa hipótese, a parte apenas ratifica todas as alegações formuladas

nas peças e atos anteriormente praticados.

Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em

prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou

presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será

proferida a decisão.

Existe a possibilidade (remota, ressalte-se) de o juiz permitir a apresentação de razões finais

em forma de memoriais, em prazo prescrito pelo magistrado.

Superado o momento das razões finais, obrigatoriamente o juiz renovará a proposta de

conciliação; não havendo acordo entre as partes ele passará a proferir a decisão. Já foi dito que

a sentença poderá ser prolatada no mesmo dia, ou em outro dia a ser designado. Se as partes

estiverem cientes de tal data, o prazo para recurso começa a contar sem necessidade de

intimação, caso contrário, a intimação se faz obrigatória.

No procedimento ordinário, a sentença deverá conter relatório, fundamentação e dispositivo

(artigo 458 do CPC). No procedimento sumaríssimo, o relatório é dispensável (art. 852-I,

CLT). A CLT também prevê (no art. 832) que da decisão deverão constar: o nome das partes

e o resumo do pedido e da defesa (= relatório); a apreciação das provas e os fundamentos da

decisão (= fundamentação); a respectiva conclusão (= dispositivo).

A falta do relatório ou da fundamentação implica a nulidade do julgado (artigo 832 da CLT

c/c artigo 458, I, CPC / artigo 93, IX, Constituição Federal):

Art. 93. (...)

(...)

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e

fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a

presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou

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somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do

interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação

dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Dispositivo é a parte da sentença que tem conteúdo decisório, em que o juiz apresentará sua

conclusão, extinguindo o processo com ou sem resolução do mérito. A falta do dispositivo

importa na inexistência da sentença.

Os §§ 1º, 2º e 3º do art. 832, CLT, estabelecem alguns requisitos complementares:

Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e

da defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva

conclusão.

§ 1º - Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o

prazo e as condições para o seu cumprimento.

§ 2º - A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte

vencida.

§ 3o As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a

natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo

homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo

recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso. (Incluído pela Lei nº

10.035, de 2000)

Acórdão é a decisão prolatada por um tribunal e deve conter: relatório, fundamentação e

dispositivo (artigo 458 do CPC), e ementa (artigo 563 do CPC).

12.1. Classificação:

As sentenças classificam-se em terminativas ou definitivas. As terminativas são aquelas que

extinguem o processo sem resolução do mérito (artigo 267 do CPC). Exemplos no

processo trabalhista: arquivamento do processo em decorrência da ausência do reclamante (na

audiência inicial ou una); sentença que extingue o processo por ocorrência da ‘perempção

trabalhista’ (prevista no artigo 732 da CLT).

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O juiz pode ainda proferir “sentença obstativa”, que refere-se a sentença terminativa em caso

de ato simulado ou colusão das partes, conforme previsão no art. 129, CPC.

As sentenças definitivas são as que julgam o mérito da causa, conforme estatuído no

artigo 269 do CPC. As sentenças definitivas podem ser declaratórias, constitutivas ou

condenatórias. A sentença declaratória apenas reconhece uma situação que já existe, ou

apresentam declaração negativa (exemplo: sentença que reconhece o vínculo de emprego –

declaratória positiva / sentença que não reconhece o vínculo de emprego – declaratória

negativa). Sentença constitutiva é aquela que cria, modifica ou extingue uma relação jurídica

(exemplo: sentença que reconhece a procedência do pedido de rescisão indireta). Por fim, a

sentença condenatória impinge ao reclamado uma obrigação de fazer, não-fazer ou dar,

tutelando o bem jurídico do autor (exemplo: sentença que condena empregador a pagar horas

extras e reflexos nas demais verbas / não efetuar descontos ilegais no salário do empregado

enquanto perdurar o contrato).

Podem ocorrer alguns “defeitos” na sentença, quanto à abrangência do pedido:

Julgamento (arts. 128 e 460, do CPC)

- ultra petita: quantitativamente além do pedido

(exemplo: deferir mais horas extras do que as

pedidas, ainda que a prova demonstre que o

pedido foi inferior ao direito.

- extra petita: qualitativamente diverso do

pedido (exemplo: deferir aviso prévio, quando se

pediu apenas a liberação do FGTS) – o pedido

deve ser interpretado restritivamente (art. 293,

CPC), não se admitindo pedido implícito

(exemplo: adicional noturno não pedido, quando

o pedido foi apenas de horas extras noturnas, já

que se trata de direitos distintos).

- citra petita: qualitativamente ou

quantitativamente aquém do pedido a que se tem

direito (exemplo: omite o tópico das horas extras

pleiteadas ou as defere em número menor do que

as pedidas e provadas).

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O juiz deve se ater aos limites em que foi proposta a lide (princípio da congruência, da

adstrição, da correspondência, da simetria). Em contraposição, o juiz poderá incluir na

sentença certos pedidos não formulados na petição inicial (princípio da extrapetição).

Exemplos: art. 137, § 2º, artigo 467, artigo 496, todos da CLT, e súmula 211 do TST:

SUM-211 JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA.

INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO

JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que

omisso o pedido inicial ou a condenação.

13. Coisa julgada:

No instante em que se torna irrecorrível a decisão judicial, seja pelo esgotamento de todas as

possibilidades de recurso, seja pela não apresentação do recurso no prazo legal, ocorre o seu

trânsito em julgado, surgindo a denominada coisa julgada. As questões decididas no bojo do

processo passam a ser imutáveis e indiscutíveis.

Coisa julgada formal – a sentença terminativa ou definitiva não pode ser mais vergastada por

nenhum recurso, impondo segurança jurídica às relações processuais. Trata-se do esgotamento

ou preclusão dos recursos, operando-se apenas no mesmo processo, não impedindo, contudo,

ajuizamento de nova ação.

Coisa julgada material – inalterabilidade quanto à pretensão, produzindo efeitos definitivos

fora do processo e impedindo decisões contraditórias e somente vai existir quando houver

coisa julgada formal. Cuida-se de sentença de mérito.

Em relação aos limites subjetivos da coisa julgada o artigo 472, do CPC, prevê que atingirá

somente as partes envolvidas na demanda (inter omnes). Contudo, podem ocorrer outras

situações, como, por exemplo, no caso de substituição processual, em que a coisa julgada

atinge não apenas o legitimado extraordinário, mas o próprio substituído (que seria o

legitimado ordinário). Há a possibilidade também de que terceiro juridicamente interessado

venha a sofrer os efeitos da coisa julgada.

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O poder normativo da Justiça do Trabalho é externado através da sentença normativa,

atingindo somente as categorias envolvidas no dissídio coletivo.

No limite objetivo, o que se torna definitivo e imutável é a parte dispositiva da sentença, ou

seja, a decisão que apreciou o pedido formulado pela parte (decisão que, ao final, acolhe ou

rejeita o pedido). Portanto, o relatório e a fundamentação da sentença não são alcançados pela

coisa julgada.

14. Custas processuais:

Sobre custas processuais no processo do trabalho, observar o que preceitua o artigo 789, da

CLT:

Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas

ações e procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas

demandas propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição

trabalhista, as custas relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de

2% (dois por cento), observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e

quatro centavos) e serão calculadas: (Redação dada pela Lei nº 10.537, de

27.8.2002)

I – quando houver acordo ou condenação, sobre o respectivo valor;

(Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

II – quando houver extinção do processo, sem julgamento do mérito, ou

julgado totalmente improcedente o pedido, sobre o valor da causa; (Redação

dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

III – no caso de procedência do pedido formulado em ação declaratória e

em ação constitutiva, sobre o valor da causa; (Redação dada pela Lei nº 10.537,

de 27.8.2002)

IV – quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar. (Redação

dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

§ 1o As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da

decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o

recolhimento dentro do prazo recursal. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de

27.8.2002)

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§ 2o Não sendo líquida a condenação, o juízo arbitrar-lhe-á o valor e fixará

o montante das custas processuais. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de

27.8.2002)

§ 3o Sempre que houver acordo, se de outra forma não for convencionado,

o pagamento das custas caberá em partes iguais aos litigantes. (Redação dada

pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

§ 4o Nos dissídios coletivos, as partes vencidas responderão solidariamente

pelo pagamento das custas, calculadas sobre o valor arbitrado na decisão, ou

pelo Presidente do Tribunal. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

Pela análise dos dispositivos mencionados, não há dúvida quanto à base de cálculo das custas.

Observar com reservas o termo “vencido”, pois o reclamante somente arcará com as custas

em caso de total improcedência dos pedidos (verificar art. 790, § 1º - solidariedade do

sindicato), salvo se houver deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita (art. 790, § 3º, da

CLT e art. 3º da Lei 1.060/50). O reclamado pagará as custas ainda que procedente em parte o

pedido.

Os entes públicos, autarquias, fundações públicas e o Ministério Público são isentos de custas

(art. 790-A, da CLT).

Em decorrência da ampliação da competência da Justiça do Trabalho, pela EC 45/2004, o

TST, através do art. 3º, § 3º, da Instrução Normativa 27/2005, firmou entendimento que,

“salvo nas lides decorrentes da relação de emprego, é aplicável o princípio da sucumbência

recíproca, relativamente às custas”.

Em fase de execução, observar o que preceitua o art. 789-A e respectivos incisos e alíneas, da

CLT:

Art. 789-A. No processo de execução são devidas custas, sempre de

responsabilidade do executado e pagas ao final, de conformidade com a

seguinte tabela: (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

I – autos de arrematação, de adjudicação e de remição: 5% (cinco por

cento) sobre o respectivo valor, até o máximo de R$ 1.915,38 (um mil,

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novecentos e quinze reais e trinta e oito centavos); (Incluído pela Lei nº 10.537,

de 27.8.2002)

II – atos dos oficiais de justiça, por diligência certificada: (Incluído pela

Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

a. em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e seis centavos); (Incluído pela

Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

b. em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais e treze centavos); (Incluído

pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis

centavos); (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis

centavos); (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

V – embargos à execução, embargos de terceiro e embargos à arrematação:

R$ 44,26 (quarenta e quatro reais e vinte e seis centavos); (Incluído pela Lei nº

10.537, de 27.8.2002)

VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinqüenta e cinco reais e trinta e cinco

centavos); (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

VII – impugnação à sentença de liquidação: R$ 55,35 (cinqüenta e cinco

reais e trinta e cinco centavos); (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

VIII – despesa de armazenagem em depósito judicial – por dia: 0,1% (um

décimo por cento) do valor da avaliação; (Incluído pela Lei nº 10.537, de

27.8.2002)

IX – cálculos de liquidação realizados pelo contador do juízo – sobre o

valor liquidado: 0,5% (cinco décimos por cento) até o limite de R$ 638,46

(seiscentos e trinta e oito reais e quarenta e seis centavos). (Incluído pela Lei nº

10.537, de 27.8.2002)

Percebe-se que o critério de responsabilizar o executado no caso de embargos à execução

revela-se um tanto injusto.

Autenticação de peças e fornecimento de certidões têm os valores estabelecidos no art. 789-B,

da CLT:

Art. 789-B. Os emolumentos serão suportados pelo Requerente, nos valores

fixados na seguinte tabela: (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

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I – autenticação de traslado de peças mediante cópia reprográfica

apresentada pelas partes – por folha: R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos de

real); (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

II – fotocópia de peças – por folha: R$ 0,28 (vinte e oito centavos de real);

(Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

III – autenticação de peças – por folha: R$ 0,55 (cinquenta e cinco

centavos de real); (Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)

IV – cartas de sentença, de adjudicação, de remição e de arrematação – por

folha: R$ 0,55 (cinquenta e cinco centavos de real); (Incluído pela Lei nº

10.537, de 27.8.2002)

V – certidões – por folha: R$ 5,53 (cinco reais e cinquenta e três centavos).

(Incluído pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)