pc world gestão_ti

14
EXTRA Gestão empresarial ERP para pequenas e médias empresas

Upload: gtiprotec

Post on 29-Jun-2015

406 views

Category:

Technology


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Pc world Gestão_TI

EXTRA

Gestão empresarialERP para pequenas e médias empresas

Page 2: Pc world Gestão_TI

índice

Capítulo 1 O mercado e o real conceito do ERP

Capítulo 2 Os caminhos da implementação

Capítulo 3Como escolher a solução adequada à sua empresa

Capítulo 4Com qual consultoria eu vou?

Capítulo 5Casos de sucesso

Capítulo 6Para saber mais sobre ERP

3

8

12

15

3

20

25

O MERCADO e o real conceito do ERP

Capítulo 1

O ERP (Enterprise Resource Planning) talvez seja uma

das primeiras siglas criadas pelo mundo corporativo da

Tecnologia da Informação (TI). Assim, falar sobre ele pode

em princípio parecer algo ultrapassado. Na prática, a realidade

é outra, completamente distinta, especialmente entre as

pequenas e médias empresas no Brasil.

Page 3: Pc world Gestão_TI

A propósito, até o fim de 2006, de acordo com um

levantamento divulgado à época pela IDC, o Brasil era o País

que menos adotava pacotes integrados de gestão. O estudo,

que ouviu 3 mil empresas e analisou o perfil de uso e de

compra de ERPs na América Latina, indicou que a penetração

desses sistemas atingia 55% das empresas brasileiras.

Segundo a pesquisa, a média da região é de 71%. Além disso,

entre as empresas que adotam sistemas integrados, apenas

17% possuem pacotes prontos, o que significa que a grande

maioria desenvolve internamente suas soluções ou compra

sistemas de múltiplos fornecedores.

Já de acordo com a 19ª Pesquisa: Administração de

Recursos de Informática da Fundação Getúlio Vargas, a

adoção de ERPs nas empresas brasileiras passou de 65%,

em 2002, para 76% entre 2007 e 2008. A brasileira Totvs

lidera o mercado nacional de ERPs, respondendo por

24% do mercado, enquanto a SAP detém23%, seguida por

Oracle (17%), Datasul (16%), Infor (7%) e outros (13%).

Como a Totvs deve incorporar a Datasul (acordo que, até

a publicação deste especial, ainda precisava ser aprovado

pelos conselheiros das duas empresas), sua liderança

deve ser ampliada. O professor Fernando Meirelles,

coordenador da pesquisa, destaca que os sistemas de

cada empresa incluem aqueles das companhias adquiridas

por elas. “Esses números não mudaram muito no último

ano, quando não foi feita nenhuma grande aquisição de

empresas específicas de gestão”, observa.

As divergências numéricas existem mesmo,

especialmente porque cada instituto adota uma metodologia

distinta para as suas análises. A questão, no entanto, é

que a adoção de sistemas integrados de ERP em pequenas

4

Capítulo 1

5

O mercado e o real conceito do ERP

e médias empresas vem crescendo expressivamente no

Brasil, especialmente de meados do ano passado para cá,

com a instituição do projeto da Nota Fiscal Paulista (NF-e),

em outubro de 2007. Somadas às exigências deste projeto

estão as obrigações previstas pela legislação, que obriga

estabelecimentos com receita anual superior a 120 mil reais

a adotarem sistemas de emissão de cupom fiscal, mais

conhecidos pela sigla ECF, e outra lei que determina que as

empresas que utilizam sistemas de recebimento por cartão de

crédito integrem estes ao ECF.

Esses pacotes de normas acabam levando à maior procura

por soluções de ERP, especialmente pelas empresas de micro,

pequeno e médio portes, que ainda não tinham nenhum de seus

processos automatizados, nem muito menos controlados. Além

dessa adoção “forçada”, agora mais do que nunca, a rentabilidade

- e mesmo sobrevivência - dessas companhias se dará mais do

que nunca pela boa gestão. “Em função de fiscalização, o mercado

terá de adotar uma nova postura, muito mais formal do que a

adotada até aqui”, diz Rubens Ferraz, presidente da Eclética

Informática, desenvolvedora de ERP para bares e restaurantes.

“A concorrência do mercado mostra que é preciso mais

profissionalismo”, completa. E isso significa a adoção de softwares

com recursos além da simples emissão de cupons fiscais.

Embora admita que de outubro do ano passado para cá

a procura pelo Franchise Pró-Manager, como é chamado o

ERP da Eclética, tenha crescido por conta da nova legislação,

Ferraz acredita que o setor esteja de fato vivendo uma

mudança de cultura e já procura por soluções de gestão e

automação com o objetivo de aumentar a competitividade.

“O ERP realmente ainda é uma novidade para as empresas

de pequeno e médio porte. O conceito elas já conhecem,

Page 4: Pc world Gestão_TI

controle de estoque, para ficar apenas nos mais básicos.

Em resumo, o ERP nada mais é do que um conjunto de

ferramentas que integram todos os departamentos de uma

empresa. A vantagem está na garantia de informações em

tempo real e muito mais confiáveis, permitindo um melhor

controle financeiro, mais produtividade e competitividade,

uma vez que permitirá à empresa a tomada de decisões mais

acertadas e rapidamente.

Para os especialistas, as deficiências na gestão das

empresas estão entre as principais causas da mortalidade dos

negócios de micro, pequeno e médio portes. Segundo o Serviço

Brasileiro de Apoio a Pequenas e Médias Empresas (Sebrae),

78% dos empreendimentos abertos no período de 2003 a 2005

permaneceram no mercado. O resultado, divulgado no segundo

semestre de 2007, é considerado extremamente positivo, quando

comparado com o obtido em pesquisa anterior, em que esse

índice foi de 50,6%, para empresas abertas entre 2000 e 2002.

De acordo com a pesquisa, intitulada “Taxa de Sobrevivência

e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas”, a busca por

mais informações sobre gestão de negócios é um dos fatores

para a expressiva melhora no índice de sobrevivência das

empresas. Entre as empresas que baixam a porta, a maioria

vasta delas o faz por não gerar lucro. Parece óbvio. No entanto,

muitos executivos ainda não se deram conta que, para saber

se a empresa está ou não dando lucro, é necessário fazer

um acompanhamento de perto de tudo o que a companhia

vende e gasta – e o ERP veio para fazer essa tarefa de forma

automatizada. Por funcionarem de forma integrada, suas

ferramentas medem todos os resultados da empresa.

6 7

mas a prática e operacionalização desse conceito é

novidade”, observa Isley Roberto Schroeder, diretor da

Unidade de negócios da Benner e autor do livro “Paradigma

da Informática - Gerar lucro para as empresas”, que

exatamente traz dicas de compra de

software, seleção de fornecedores e

análise de propostas, entre outras.

Antonio Schuch, vice-presidente de

vendas para SME da SAP no Brasil,

explica que o conceito de ERP é pegar

processos e tarefas repetitivas e de

rotina e colocá-los organizadamente em

um software. No entanto, o executivo alerta que o ERP ainda

não é algo tão conhecido e dominado quanto se imagina. “As

pessoas ainda têm muitas dúvidas sobre o que é e de que

forma podem se beneficiar dele”, assegura, acrescentando

que por vezes os executivos não compreendem as

justificativas de investir em um sistema de gestão

empresarial em detrimento de comprar, por exemplo, mais

matéria-prima ou máquinas para sua empresa. “O ERP é

uma ferramenta para gerenciar todas as demais ferramentas

daquela empresa. Ele eleva o negócio como um todo. É um

investimento que pode maximizar todos os investimentos

já feitos pela empresa e não apenas mais um software ou

hardware”, garante Schuch.

Os sistemas de gestão empresarial são pacotes de

aplicativos de software com ferramentas capazes de

automatizar todos os processos de uma companhia, de um

extremo a outro, passando pelo controle de pedidos, fluxo

de caixa, recursos humanos, contas a pagar e receber,

atendimento ao cliente, relacionamento com fornecedores e

O mercado e o real conceito do ERPCapítulo 1

As deficiências na gestão das empresas estão entre as principais causas da mortalidade dos negócios de micro,pequeno e médio portes.

Page 5: Pc world Gestão_TI

8 9

Capítulo 2

Os caminhos daIMPLEMENTAÇÃO

Antes de qualquer outra coisa, é importante destacar que

a elaboração do projeto de implantação deve acontecer

antes mesmo da escolha da ferramenta. Um bom projeto

deve considerar inicialmente a automação dos processos mais

latentes dentro da companhia. “Tentar automatizar tudo de

uma vez, não levará a empresa a lugar algum. É preciso fazer

a implementação passo a passo. Não precisa ser conservador,

mas tem de ser consciente”, aconselha Godoy, da Totvs. “Uma

vez que os alicerces básicos, das rotinas tradicionais, estiverem bem

implementados, é hora de começar a adotar os recursos menos

críticos para o negócio”, concorda Augusto. Segundo o executivo

da Star Soft, a ordem seria implementar o ERP para os processos

fundamentais do dia-a-dia, em seguida aprimorar aqueles processos

já existentes e que também são importantes para o negócio e, em

terceiro lugar, analisar aquilo que o sistema oferece, além do básico,

e começar a fazer uso.

Schuch, da SAP, diz que a diferença

entre os projetos de sucesso e os

fracassados está na boa definição de

seu escopo e em um planejamento de

longo prazo. “É preciso ter claros os

tipos de funcionalidades que a empresa

de fato precisa, quais indicadores serão

necessários, que processos terão de ser gerenciados e com quem ele

precisa ser integrado”, enumera o executivo. Também é importante

estabelecer expectativas ao início do projeto.

O projeto, segundo os especialistas, também não pode ser

desenvolvido com base apenas no momento atual da companhia.

É preciso analisar o cenário futuro e as perspectivas de

negócios, bem como de necessidades de integração e regras de

regulamentação envolvidas nas atividades da empresa. Além

disso, o projeto deve incluir, de acordo com Elisabete Waller,

vice-presidente de aplicativos da Oracle do Brasil, fórmulas para

que a empresa tire proveito dos desenhos das melhores práticas

já embutidas em boa parte das soluções de ERP disponíveis no

mercado. “É uma forma de adequar a empresa às boas práticas e

trazer ganhos expressivos para o negócio”, garante Elisabete. “É

um erro querer colocar dentro do ERP os processos da empresa

exatamente como eles são feitos. É um excelente momento para

A diferença entre os projetos de sucesso e os fracassados está na boa definição de seu escopo e em um planejamento de longo prazoAntonio Schuch, da SAP

Page 6: Pc world Gestão_TI

aproveitar para realizar uma revisão dos processos”, sugere

ela. “A empresa deve aproveitar as boas práticas de um

software de gestão para aperfeiçoar os seus processos”,

concorda Godoy, da Totvs.

Finalmente, mas não menos importante, os especialistas

afirmam que a adoção do ERP não pode ser uma decisão unilateral,

tomada pelos alto-executivos da companhia. “Quem faz o sistema

funcionar é a equipe operacional. Ela não pode se sentir ameaçada

e tem que enxergar aquilo como algo interessante e vantajoso”,

afirma o executivo da Totvs. Schroeder, da Benner, destaca ainda

que um projeto de ERP em pequena empresa vai envolver muito

mais as pessoas que estão no dia-a-dia. E isso, em sua opinião,

exige um esforço maior do que em uma companhia de grande porte,

porque os recursos humanos são menores e o conhecimento está

concentrado em alguns poucos profissionais.

Ao mesmo tempo, é preciso definir um líder para o projeto e

um departamento com usuários-chave que de fato se envolvam

com ele. “Caso contrário, não haverá empresa que faça um

ERP funcionar corretamente”, garante Augusto, da Star Soft.

Schuch acrescenta que uma empresa só verá o ROI (retorno

sobre o investimento) de um projeto de ERP se pensá-lo como

uma iniciativa de negócios, e não de TI. E parte desse processo

é a criação de um comitê formado preferencialmente pelos

diretores da área. “Não importa que eles não entendam nada de

TI. São eles que dominam o negócio”, justifica. “A implantação

de um ERP deve ser tratada como um processo de gestão da

empresa e não de uma ferramenta de TI em si”, diz Schuch.

“Vemos muitos pequenos empresários que compram, colocam

no ar e depois vêem que o ERP não atende a especificações de

negócios de sua companhia”, revela.

10

Capítulo 2

11

• Achar que uma grande software house é sempre a mais indicada para a sua empresa

• Não implementar um projeto de gestão de mudanças

• Transferir para o ERP os processos da forma como eles já são utilizados, sem que eles passem por uma revisão e considerem o conjunto de melhores práticas dos pacotes de software

• Não envolver toda a empresa no projeto de ERP

• Esquecer os custos de manutenção, treinamento de usuários (um levantamento da Microsoft aponta que 60% dos custos são vinculados a treinamento de usuários do ERP)

• Planejar a implementação como um projeto de TI, e não de negócios

• Acreditar que a pequena empresa tem necessariamente processos menos complexos do que as grandes

• Não enxergar a empresa como um conjunto de processos

• Achar que os profissionais conseguirão se dedicar em tempo integral ao projeto

• Escolher o software por impulso, sem considerar a consistência da solução

Os caminhos da implementação

FUJA DOS ERROS MAIS COMUNS

Os erros cometidos pelas pequenas empresas na hora de adotar o ERP são semelhantes aos vividos pelas grandes organizações. No entanto, o pequeno empresário não costuma ter verba para corrigir o rumo do projeto. Confira os problemas mais comuns e saiba como evitá-los.

Page 7: Pc world Gestão_TI

12

Capítulo 3

COMO ESCOLHER a solução adequada à sua empresa

Uma vez que não restam dúvidas sobre o potencial e

iminência das pequenas e médias empresas investirem em

soluções de gestão empresarial, os fornecedores de ERP

não perderam tempo em ajustar suas ferramentas, de forma

que elas atendessem não só às necessidades de negócio, mas

também fossem financeiramente viáveis para essas organizações.

Assim, o mercado está atualmente repleto de empresas

teoricamente especializadas em soluções de ERP, dos mais

variados tipos, que prometem mundos e fundos. No entanto, a

escolha do pacote mais adequado às necessidades da empresa,

independentemente do seu tamanho, deve levar em conta

questões que vão muito além do modismo.

O primeiro passo, conforme explica Schuch, da SAP, é o

empresário entender que um ERP não é um projeto apenas da

área de TI. “Ele deve envolvê-la, claro, mas precisa incluir todas as

diretorias funcionais da empresa”, sugere. “Sem isso, é impossível

escolher a solução ideal”, garante o executivo da SAP.

Wilson Godoy, vice-presidente de gestão de desenvolvimento

da Totvs, admite que o porte das empresas pequenas e médias

não lhes permite fazer grandes investimentos. “Desta forma, o

sistema tem de ser abrangente o suficiente para ter o maior grau

de aderência à necessidade das organizações”, explica o executivo.

“Aderência significa atender aos pontos básicos das operações

essenciais, como faturamento, pagamento de contas e estoque,

Page 8: Pc world Gestão_TI

14

Capítulo 3

15

entre outras”, explica Nilton Tadeu Merched Augusto, diretor de

canais e marketing da Star Soft. “Uma solução aderente consegue

aproveitar aquilo que a companhia já tem funcionando de forma

correta, ainda que não esteja automatizado. Se tiver dados de

estoque em Excel, por exemplo, isso pode ser aproveitado e

carregado em um sistema aderente”, detalha o executivo da Star

Soft. “O fator principal é a questão da transparência. Um produto

nunca vai atender 100%, sempre exigirá algum ajuste. Quem

disser o contrário, estará mentindo”, alerta Augusto. “Os sistemas

também precisam ser flexíveis porque as empresas e processos

mudam freqüentemente”, acrescenta Mauricio Prado, gerente-

geral da divisão Microsoft Business Solutions no Brasil.

Outro tema a ser observado no momento de escolher o ERP

é a sua capacidade de integração com as soluções de seus

parceiros e de todo o ecossistema, de acordo com Schuch. “Essa

pesquisa junto aos parceiros pode ser fundamental tanto do

ponto de vista técnico, quanto de negócios”, explica.

Unanimidade entre todos os especialistas ouvidos por PC WORLD,

a escolha do fornecedor do ERP deve levar em conta que a relação

com ele será longa. Segundo Prado, da Microsoft, o tempo médio de

uso de um ERP é de dez anos. “É importante escolher um parceiro

que tenha fôlego contínuo para manter investimentos em inovação

e pesquisa e desenvolvimento”, completa Prado.”O empresário

deve analisar a percepção que o mercado tem da longevidade

do fornecedor com o qual ele está tratando. Em especial nesses

últimos anos, com o violento movimento de fusões e aquisições,

além de muitas software houses pequenas terem encerrado

operações”, aconselha Godoy, da Totvs. “Nessa onda de fusões e

aquisições, mais importante do que saber se a ferramenta tem ou

não as características, é saber se a empresa conseguirá atender às

necessidades ao longo do tempo”, reforça Schuch, da SAP.

Capítulo 4Como escolher a solução adequada à sua empresa

COM QUALconsultoria eu vou?

A escolha de longo prazo mais importante é a do

fornecedor. No curto prazo e para o sucesso do negócio,

porém, o segredo está no parceiro de implementação,

na consultoria que apoiará a pequena ou média empresa,

revelam os especialistas.

Depois, eles alertam para o fato de as empresas de

menor porte precisarem ser muito ágeis e dinâmicas,

mais do que as grandes, e isso pode dificultar o

processo de implementação. E é necessário parar alguns

processos para fazer parametrizações. Godoy, da Totvs,

lembra que, por causa disso, na hora de escolher a

consultoria, portanto, é preciso buscar uma parceira que

entenda que os processos precisam ser bem definidos

e que a metodologia atual estava baseada em alguns

poucos profissionais, que detinham o maior volume de

informações e conhecimento sobre a empresa.

“Aqui vale visitar clientes parecidos, da mesma indústria,

com os mesmos problemas e perspectivas. Eles podem dar

dicas valiosas e de detalhes sobre os quais sua empresa

talvez não lembre”, aconselha Schuch, da SAP. “Procurar

uma consultoria externa para ajudar nesse entendimento.

Conversar com parceiros e potenciais fornecedores para

Page 9: Pc world Gestão_TI

16 17

Capítulo 4 Com qual consultoria eu vou?

descobrir os seus aprendizados”, sugere Prado, da Microsoft.

Schroeder, da Benner, concorda que a contratação de

uma consultoria é uma opção interessante, mas alerta que é

preciso tomar cuidado porque o empresário, ao buscar uma

consultoria, precisa saber exatamente o que está comprando

dela. “Algumas entendem mais de negócios, outras mais

de tecnologia”, afirma. Na mesma linha, Godoy diz que uma

alternativa interessante pode ser a contratação de uma

consultoria de negócios e outra de TI.

“Atualmente, o projeto de ERP é basicamente

10% máquina, 20% software, 30% suporte e 40%

responsabilidade de quem vai implementar o sistema”,

contabiliza Augusto, da Star Soft. Em resumo, conforme

ele afirma, o sucesso do projeto depende basicamente de

duas coisas: a metodologia a ser praticada pela consultoria

contratada e uma boa definição de escopo por parte do

cliente. Ou seja, o sucesso depende dos dois lados e a

compradora é co-responsável pela implementação. “A

consultoria deve ser responsável por todo o levantamento

de processos, mas se a empresa não passar todos os

detalhes, ela não terá propriedade para entender os

problemas e objetivos do cliente de forma a obter do

sistema de gestão os resultados esperados”, explica.

Como gerenciar a transiçãoO projeto de gestão de mudanças é fundamental para o

sucesso de uma implementação de ERP – e ele deve fazer

parte do trabalho prestado pela consultoria ou parceiro de

implementação, de acordo com os especialistas.

“Um processo de aculturamento não acontecerá da

noite para o dia. Ele precisa se dar em paralelo ao projeto

Page 10: Pc world Gestão_TI

respeito a tecnologia. Os 80% restantes estão

relacionados a pessoas. “Não subestime o cuidado com

pessoas, pois é mais fácil implementar a ferramenta do

que mudar os hábitos dos profissionais”, assegura.

“Normalmente a consultoria ajuda no processo de

transformação, mas antes disso ela precisa entender os

processos de cada área, que até então não eram vistos.

A relação entre as áreas muda e a consultoria precisa

identificar essas questões”, explica Elisabete .

No caso das pequenas empresas, que costumam

ter uma equipe bastante enxuta de usuários do ERP,

o chamado BPO (Business Process Outsourcing, ou

terceirização dos processos de negócios) pode ser

uma alternativa interessante, segundo Elisabete. Isso

porque elas não ficam dependentes de alguns poucos

profissionais, que podem deixar a companhia a qualquer

instante. Além disso, não precisarão gastar com o

treinamento de novos funcionários que venham a

ˇsubstituir aqueles que a deixaram.

“Assegurar a continuidade do conhecimento dentro da

empresa é fundamental. As empresas precisam aprender

a reservar um porcentual de seu orçamento para TI, e

desse montante, reservar uma parte à reciclagem de

profissionais, que deve acontecer todo ano”, finaliza

Schroeder, da Benner.

18

Capítulo 4

19

Com qual consultoria eu vou?

do ERP”, alerta Godoy, da Totvs. “A metodologia de

implementação do parceiro contratado precisa levar em

conta a gestão de mudança, comunicação, treinamento

dos usuários e transferência de conhecimento”, afirma

Schuch, da SAP.

Prado, da Microsoft, menciona um estudo que indica

que apenas 15% dos profissionais de uma empresa com

ERP utilizam a ferramenta e ainda aproveitam apenas

os recursos básicos da solução, o que significa que ela

é subutilizada. O baixo nível de adoção pode ser fruto da

falta de um projeto de gestão de mudanças, o que acaba

gerando resistência entre os usuários. Outro motivo pode

ser a complexidade de sua interface. “Quanto mais difícil

for de usar, mais tempo a empresa gastará para treinar

os profissionais”, resume Prado. Além disso, em uma

empresa pequena, o profissional tem ainda menos tempo

para dedicar ao treinamento.

“É preciso mostrar para a organização a importância

do projeto”, diz o especialista da Microsoft, acrescentando

que a baixa adoção traz várias conseqüências negativas

para a empresa. “O funcionário usa menos a ferramenta

e acaba criando ilhas de informações, sem integração ao

sistema principal”, revela.

Elisabete, da Oracle, também destaca a importância

de um projeto de gestão de mudanças para o sucesso

do ERP. Segundo ela, toda a empresa deve ser envolvida

no processo de transformação para que a aceitação se

dê em maior nível. “Muitos projetos, especialmente do

passado, fracassaram por falta de um processo de gestão

de mudança”, afirma a executiva, acrescentando que

atualmente, apenas 20% de um projeto de ERP diz

Page 11: Pc world Gestão_TI

Capítulo 5

20 21

Ao organizar e integrar processos, a empresa descobriu que por 15 anos pagou 1% a mais de impostos do que o necessário; correção garantiu o ROI em poucos meses

Casos deSUCESSOERP garante retorno imediato sobre o investimento na Fibralit

Um sistema antiquado e implantado inicialmente apenas

para a emissão automática de notas fiscais. Conforme

surgiam as novas demandas, o sistema recebia módulos

adicionais, como para pagamento de contas e gestão de estoque,

entre outros. Este era o cenário de TI na fabricante de placas

de fibra de vidro Fibralit, até meados de 2006. “Em um dado

momento, percebemos que aquele sistema não daria mais

conta de atender ao crescimento da empresa, que passou por

expansão e teve a fábrica aumentada”, afirma Marcos de Arruda,

sócio-proprietário da Fibralit. “Os dados ali não eram integrados

de forma a nos permitir a tomada de decisões acertadas em um

curto espaço de tempo”, lembra o executivo.

Então a companhia optou por implantar um ERP mais

elaborado, de mercado e que ao mesmo tempo coubesse

em seu orçamento. Escolheram a solução da Datasul, cuja

implementação teve início em novembro de 2006. Arruda conta

que a maior parte dos recursos-padrão do sistema atendia às

necessidades da Fibralit. “Algumas questões particulares do

nosso negócio exigiram uma customização”, revela o sócio-

diretor da empresa, referindo-se aos processos de formação de

custo e controle de produção.

Em abril de 2007 o ERP da Datasul entrou em funcionamento

na companhia. Arruda conta que a decisão foi de desligar o

sistema antigo na véspera do ativamento do novo. “Foi um

risco que assumimos. Mas fazer a implementação e manter os

dois sistemas em paralelo poderia atrasar muito o processo”,

justifica. “Tudo correu bem e já no primeiro dia emitimos notas

sem nenhum problema.”

Ao contrário do que sugerem os especialistas, na Fibralit, a

decisão tanto de trocar o ERP, quanto de escolher o produto e

implementá-lo de fato envolveu apenas os sócios da empresa.

Page 12: Pc world Gestão_TI

Casos de Sucesso

22

“Eu cuidei da compra do sistema, até o pagamento e

a ordem de produção. A partir dali, meu sócio [Heitor

Rejane Junior] foi quem cuidou”, revela Arruda. Ele conta

que a Fibralit não conta com uma área de TI estruturada,

então a Datasul foi quem fez o carregamento da base de

informações do sistema antigo para o novo ERP. “Hoje

temos um controle de processos muito maior, além de

atendermos o cliente dentro do estabelecido e cumprir

prazos corretamente”, afirma.

Arruda conta que depois que o sistema foi

implementado, a empresa descobriu que pagou, ao longo

de seus 15 anos de existência, 1% a mais de imposto do

que seria de fato obrigada a pagar. “Com a implantação

do sistema, descobrimos a divergência”, diz ele. “Com a

descoberta do erro, conseguimos recuperar cerca de 5

anos de perdas decorrentes dos impostos pagos a mais,

e o que economizamos já pagou o sistema”, contabiliza,

revelando que o investimento total realizado no projeto

girou em torno de 100 mil reais. Segundo Arruda, o

sistema em si custou algo perto de 60 mil reais, mas a

empresa, por causa de seus processos muito particulares,

demandou customizações além do normal. Hoje são 13

módulos integrados.

“A maior dificuldade foi fazer com que as pessoas da

empresa aceitassem a cultura de um projeto de ERP”,

destaca. O problema, segundo ele, foi solucionado com

treinamento, que deu aos usuários a noção da importância

de ter os processos integrados e de que não adiantava mais

apenas cada um fazer a sua parte. “A partir do momento

em que entenderam como a coisa deveria funcionar,

caminharam com muito mais facilidade”, conclui.

Gestão ajuda empresa do segmento de couro a elevar vendasBonton implementa programa da Star Soft para facilitar integração entre departamentos e estima salto de 10% nas vendas no mercado nacional

Calçados, bancos, carteiras e bolsas. Esses são alguns

dos produtos fabricados pela Bonton, empresa focada

em artigos de couro em geral, que no início de 2006

identificou a necessidade de melhor integrar os processos

de seus diferentes departamentos para conseguir manter o

crescimento dos negócios.

Capítulo 5

23

Page 13: Pc world Gestão_TI

Casos de Sucesso

24

Capítulo 5

Em março de 2006, com o objetivo de dinamizar os

processos de vendas, compras, controle de estoque

e custos, a companhia adquiriu o ERP Star Soft

Applications. Inicialmente, o software foi aplicado para

aumentar a confiabilidade dos dados, além de melhorar o

desempenho do setor administrativo da Bonton.

“Optamos por migrar para o ERP Star Soft

para acompanhar o ritmo das transformações do

nosso mercado. Nossa perspectiva é aperfeiçoar o

gerenciamento das atividades comerciais com mais

agressividade, rapidez e precisão”, afirma Claudio Vieira

dos Santos, diretor industrial da Bonton, acrescentando

ainda que a nova configuração contribui para administrar

as compras com mais otimização.

Segundo o executivo, a empresa investiu R$ 80 mil

na implementação do ERP, que entrou em produção

pouco mais de um ano depois, em julho de 2007. Com

todos os seus processos redesenhados e organizados, e

com a otimização das operações dos setores financeiro,

contabilidade e também a folha de pagamentos, a

empresa projeta um avanço de 10% nas vendas pelo País

no primeiro ano de uso do ERP.

Agora, em busca de aprimorar ainda mais os relatórios

para tomadas de decisão e gerenciamento, a Bonton optou

por ativar os recursos de Business Intelligence do ERP da

Star Soft, projeto em andamento na empresa.

Capítulo 6

PARA SABERmais sobre ERP

Benner Solutionwww.benner.com.br/novosite/web/cases.asp

Traz uma área em que apresenta casos de sucesso de seus

principais clientes. Para quem estiver na dúvida, é sempre bom

conhecer referências e, com sorte, encontrar alguma empresa

da mesma área de atuação que esteja usando a solução.

CBS Consultingwww.cbsconsulting.com.br/erp.htm

O site da consultoria traz um espaço bastante didático sobre

sistemas de gestão. Podem ser encontradas informações

básicas sobre o conceito de ERP – para que serve, como

funciona, quanto tempo leva uma implementação, etc.

Datasulwww.datasul.com.br/

O fornecedor nacional de sistemas de gestão (que deve ser

incorporado pela Totvs) oferece em seu site informações

gráficas bastante intuitivas, sobre os produtos – divididos

por segmento de indústria. Há também um espaço com os

casos de sucesso de seus clientes.

Linha de códigowww.linhadecodigo.com.br/Artigo.aspx?id=1840

O site Linha de Código e feito por e para profissionais de

Tecnologia da Informação e traz comentários e artigos de

quem conhece bem os sistemas de gestão e seus processos

de implantação. O link traz um artigo que apresenta uma visão

geral sobre ERPs, desde sua criação até os dias de hoje.

25

Page 14: Pc world Gestão_TI

Saiba mais sobre ERPCapítulo 6

Microsoftwww.microsoft.com/brasil/corporativo/default.mspx

A partir da área de soluções corporativas do site da Microsoft

é possível encontrar alguns artigos interessantes sobre gestão

empresarial, que abordam temas como a integração do CRM

com o ERP e se a companhia está pronta para adotar uma nova

solução de gestão.

Oracle www.oracle.com.br

Empresa que traz uma ampla gama de soluções de software

empresarial, a Oracle oferece em seu site informações sobre os

produtos, com boa parte do conteúdo em inglês.

Prodel Informáticawww.prodel.com.br/ERP.htm

Outra consultoria com informações bem interessantes.

Além de explicar do que se trata, o site traz um histórico

sobre sistemas de gestão (de sua criação até os dias de

hoje) e comentários sobre como estes aplicativos vêm se

adaptando à web e o que esperar no futuro.

SAPwww.sap.com/brazil/solutions/business-suite/erp/

Um dos principais players do mercado de ERP no Brasil, a SAP

traz em sua página informações sobre suas soluções, com

white papers em PDF sobre o tema, apresentações e dados

sobre a atualização de ferramentas de gestão empresarial.

Scielo Brasilwww.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

530X2002000300006

O site da Scientific Electronic Library Online é indicado para quem

quiser se aprofundar um pouco mais no tema. O link acima, por

exemplo, traz um white paper produzido por pesquisadores do Centro

Universitário da FEI e trata de sistemas integrados de gestão ERP

em pequenas empresas: um confronto entre o referencial teórico e a

prática empresarial.

Star Softwww.starsoft.com.br

Fornecedora nacional de soluções para áreas como CRM,

Business Intelligence e ERP, a Star Soft disponibiliza em seu site

informações sobre os produtos, catálogos sobre metodologia de

implantação e cases, entre outros.

Totvswww.totvs.com.br/web/guest/software

A área dedicada à apresentação dos aplicativos da Totvs é

interessante porque fala mais de negócios e menos de tecnologia.

Ali o leitor encontra o espaço dividido por segmentos de mercado e,

clicando no setor escolhido, é possível ver uma descrição sobre como

a solução pode auxiliar empresas daquele setor.

26 27