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53 ANO V / Nº 9 A Portada de acesso à fortaleza lembra um pagode chinês e destaca a riqueza arquitetônica da construção. A escadaria é de pedra lioz conhecida como mármore portuguesa. A Portada de acesso à fortaleza lembra um pagode chinês e destaca a riqueza arquitetônica da construção. A escadaria é de pedra lioz conhecida como mármore portuguesa. Coroa Portuguesa deu pouca importância às terras localizadas ao sul da Colônia. Na verdade, elas foram praticamente esqueci- das no primeiro século do descobrimento do Brasil, e sua exploração só começou no século XVII. Os bandeirantes, por sua vez, ultrapassaram os limites do Tratado de Tordesilhas, em busca do ouro e da prata, afrontando os espanhóis. Uma ameaça latente que concorreu para que a Espanha atacasse a Colônia em 1777. A Ilha de Santa Catarina, situada no meio do caminho, entre o extremo sul, sob domínio espa- nhol, e o Rio de Janeiro, sede do Vice-Reino portu- guês, tornava-se uma área estratégica, como base de apoio para ambas as coroas. Portugal, prevendo a reação da Espanha, de- terminou a construção de diversas fortificações para barrar o acesso ao norte e ao sul da baía, entre a ilha e o continente. A Fortaleza de Santa Cruz de Anha- tomirim era a principal delas. Nas páginas que seguem, mostraremos a sua localização, história, as peculiaridades das instala- ções, as atividades culturais que vêm sendo desen- volvidas pela Universidade Federal de Santa Cata- rina, o crescimento do turismo e a sua beleza natu- ral, contrastando com a arquitetura renascentista. A Paulo Roberto Rodrigues Teixeira FOTO: ALBERTO BARCKERT

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53ANO V / Nº 9

A Portada de acesso à fortaleza lembra umpagode chinês e destaca a riqueza arquitetônicada construção. A escadaria é de pedralioz conhecida como mármore portuguesa.

A Portada de acesso à fortaleza lembra umpagode chinês e destaca a riqueza arquitetônicada construção. A escadaria é de pedralioz conhecida como mármore portuguesa.

Coroa Portuguesa deu pouca importância

às terras localizadas ao sul da Colônia. Na

verdade, elas foram praticamente esqueci-

das no primeiro século do descobrimento do

Brasil, e sua exploração só começou no século XVII.

Os bandeirantes, por sua vez, ultrapassaram os

limites do Tratado de Tordesilhas, em busca do ouro

e da prata, afrontando os espanhóis. Uma ameaça

latente que concorreu para que a Espanha atacasse

a Colônia em 1777.

A Ilha de Santa Catarina, situada no meio do

caminho, entre o extremo sul, sob domínio espa-

nhol, e o Rio de Janeiro, sede do Vice-Reino portu-

guês, tornava-se uma área estratégica, como base de

apoio para ambas as coroas.

Portugal, prevendo a reação da Espanha, de-

terminou a construção de diversas fortificações para

barrar o acesso ao norte e ao sul da baía, entre a ilha

e o continente. A Fortaleza de Santa Cruz de Anha-

tomirim era a principal delas.

Nas páginas que seguem, mostraremos a sua

localização, história, as peculiaridades das instala-

ções, as atividades culturais que vêm sendo desen-

volvidas pela Universidade Federal de Santa Cata-

rina, o crescimento do turismo e a sua beleza natu-

ral, contrastando com a arquitetura renascentista.

A○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Paulo Roberto Rodrigues Teixeira

FOTO: ALBERTO BARCKERT

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Localização

A Fortaleza de Santa Cruz está locali-

zada na Ilha de Anhatomirim, em Gover-

nador Celso Campos, na região da Grande

Florianópolis, em Santa Catarina. Anhato-

mirim é nome de origem indígena e signifi-

ca “cão pequeno”.

A ilha possui uma área de 45.000m² e

dimensões aproximadas de 370m no seu

maior comprimento, na direção norte-sul,

por 220m na sua maior largura, na orienta-

ção leste-oeste. Sua maior altitude é o Morro

do Farol, a 35m do nível do mar. Anhatomi-

rim dista 170m do continente. Por via terres-

tre, está a cerca de 40km de Florianópolis,

476km de Porto Alegre, 300km de Curitiba.

O acesso é feito pelo Km 185 da BR 101. A ín-

sula é banhada por águas calmas, com pro-

Escunas conduzem os turistas paraconhecerem Anhatomirim.

Vista panorâmica, atravésdo portal de acesso, visualizandoembarcações fundeadasnas proximidades do Trapiche.

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fundidade variando de 1m a 10m, cercada por

costões rochosos, possuindo duas pequenas

praias: a do porto e a do viveiro.

História

Vestígios arqueológicos testificam a

ocupação primitiva da Ilha de Santa Cata-

rina há mais de quatro mil anos. A presença

européia data do início do século XVI, res-

tringindo-se apenas às expedições de explo-

ração. Na segunda metade do século XVII

ocorreu a fundação da Vila Nossa Senhora

do Desterro.

O litoral catarinense, no período com-

preendido entre o início do século XVIII e a

Independência, prosperou muito lentamen-

te. O motivo principal dessa lentidão era o

fato de que a área não atraia os aventureiros

Armazém da Praia, à direita,onde eram guardadas as baleeiras,escaleres e outras embarcaçõesde serviço na Fortaleza.Foi restaurada em 1989 e é hojelanchonete e loja de souvenir.

Visão panorâmica do Trapichee da praia do Porto.

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e ambiciosos que buscavam o ouro em outras regiões,

ocorrendo o desenvolvimento maior naqueles locais.

A população, ainda que sofrendo o esquecimento

dos governos, gozava, em compensação, das vantagens

de uma existência sem preocupações e fadigas. A maioria

das suas vilas achava-se entregue aos próprios recursos,

lutando contra os selvagens, conhecendo profundamen-

te a pobreza. Entretanto, no meio das

adversidades, os catarinenses viviam

em paz e eram felizes.

Alimentavam-se dos produtos

da caça, da pesca e de pequenas la-

vouras, retirando da floresta próxi-

ma carnes variadas e frutos saboro-

sos. Assim, corria a vida nessa região,

tão esquecida e abandonada.

Em 1680, Portugal fundou a Co-

lônia do Sacramento, na atual Re-

pública do Uruguai, defronte a Bue-

nos Aires.

O seu objetivo principal era o de

assegurar e apoiar, naquela região, a

integração, por via fluvial e maríti-

ma, do centro do poder do Brasil Co-

lonial, no Rio de Janeiro, com Mato

Grosso, atingido pelos bandeirantes

paulistas no período de união das co-

roas portuguesa e espanhola (1580-

1640). Também, no aspecto econô-

mico, a Coroa Portuguesa pensava

em partilhar das enormes riquezas

carreadas da Bacia do Prata e trans-

portadas de Buenos Aires à Espanha.

A Ilha de Santa Catarina apre-

sentava excelentes condições para ser

transformada em uma base naval

militar e logística e, para tal, deveria

ser fortificada. Isso também, com o

propósito de diminuir a distância de

apoio à Colônia do Sacramento e ao

Rio Grande do Sul. Em 1738, foi criado o Governo mili-

tar. O primeiro governador, nomeado em 1739, foi o

Brigadeiro José da Silva Paes, que mudou o Governo

para a ilha. Criou e organizou um regimento de infan-

taria que teve atuação marcante nas lutas naquela re-

gião de 1737 a 1821, particularmente nos Sete Povos das

Missões. Deve-se a essa unidade militar, segundo a tra-

A escadaria que dava acesso àportada era de pedra lioz, quechegava ao Brasil comolastro no porão dos navios.

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dição, por causa do peitilho verde

que seus homens usavam no unifor-

me, o apelido de “barrigas-verdes”,

transferido hoje aos catarinenses,

que o ostentam com muito orgu-

lho. A corporação foi extinta em 1832.

De 1739 a 1741, Silva Paes deu

início à construção de quatro forta-

lezas para transformar a ilha em po-

derosa base portuguesa. O objetivo

fundamental dos fortes era defender

o território das incursões de navios

estrangeiros que aportavam à ilha

para atividades de contrabando, pi-

rataria, reabastecimento de lenha e

água e descanso para as guarnições.

As fortalezas serviriam ainda para

apoiar as comunicações navais en-

tre Rio de Janeiro, Santos e as bases

portuguesas do Sul.

Foram construídas as fortale-

zas de São José da Ponta Grossa, San-

ta Cruz e Santo Antônio, com a fina-

lidade de fechar a entrada norte da

baía. A principal delas foi a de Santa

Cruz, na Ilha de Anhatomirim. Para

bloquear a entrada sul da baía, foi

construída a Fortaleza de Nossa Se-

nhora da Conceição.

Em 1777, os espanhóis invadi-

ram a ilha. As fortalezas não conta-

ram com o apoio naval nem com o

apoio terrestre da tropa de infanta-

ria na defesa contra o inimigo que se

preparava para atacá-los. A divisão

naval abandonou a ilha, deslocan-

do-se para a Cidade do Rio de Ja-

neiro. A guarnição da Fortaleza de

Anhatomirim, como todas as de-

mais, abandonou suas posições, e os

Jaqueira centenária, ao ladoda casa do quartel.

Vista parcial da fortaleza.

Casa do comandante.

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espanhóis tomaram posse da ilha, assinando o termo de

capitulação na Vila do Desterro.

Em virtude do Tratado de Santo Ildefonso, assi-

nado em 1o de outubro de 1777 e confirmado em 11 de

março de 1778, a Ilha de Santa Catarina foi devolvida a

Portugal em junho de 1778, tendo o domínio espanhol

durado apenas 4 meses e 25 dias.

Em 1785, um historiador francês alertou para a

pouca importância das fortificações. O sistema de defe-

sa da ilha entrou em descrédito e Anhatomirim passou

a ser progressivamente relegada a

segundo plano.

Em 1894, durante a Revolução

Federalista, Anhatomirim reassume

importância ao servir de presídio e

base de fuzilamento de revoltosos

contra o governo de Floriano Pei-

xoto. Essa é considerada a fase mais

negra e dramática de sua história,

quando os federalistas foram leva-

dos para lá e não retornaram. O mo-

vimento rebelde foi debelado em San-

ta Catarina, com a prisão e execu-

ção de 185 amotinados. Após o epi-

Canhão colonialem posição.

Ao fundo, a casa docomandante.

O alojamento da casa do quartel.

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sódio, ocorreu a mudança do nome da cidade

de Desterro para Florianópolis.

Em 1907, a Fortaleza de Santa Cruz de

Anhatomirim passou a pertencer ao Ministé-

rio da Marinha. Em 1932, voltou a ser utiliza-

da como prisão no desfecho da Revolução

Constitucionalista. Em 1938, foi tombada

como monumento histórico nacional, pelo en-

tão Serviço de Patrimônio Histórico e Artísti-

co Nacional, atual IPHAN.

Durante o período compreendido entre a

Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a forta-

leza ganhou novas instalações, como a estação

radiotelegráfica e a usina de eletricidade, e foi

reequipada com armamentos mais modernos.

Até o fim da Segunda Guerra Mundial,

funcionou como fortificação, sendo desativada

após esse período, por causa da evolução

tecnológica bélica, que a tornou ineficaz como

unidade militar.

A Marinha ainda manuteniu as instala-

ções, em função da existência do farolete de si-

nalização marítima, até a década de 1960. A

partir daí, a fortaleza foi definitivamente aban-

donado e depredada.

Em 1979, a Universidade Federal de San-

ta Catarina (UFSC) “adotou” a fortaleza, rea-

brindo-a ao público em 1984 e transforman-

do-a em uma das principais atrações turísti-

cas do Sul do país.

A Fortaleza

A Fortaleza de Anhatomirim é a princi-

pal e maior fortificação catarinense, por ter

sido a sede do primeiro governo da Capitania

de Santa Catarina. Com o material de artilha-

ria que recebeu – 70 peças de ferro, anti-carga,

alma lisa, projéteis esféricos –, constituía, na

época, poderoso poder de fogo. Era a artilha-

A guarita protegia a sentinelae facilitava a observação.

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ria de D. João V de Portugal. Em toda a extensão da ilha,

encontram-se edifícios históricos dos séculos XVIII, XIX

e XX espalhados de maneira harmônica, contrastando

com a beleza do mar e da vegetação.

Ao desembarcar na ilha, entrando na fortaleza, uma

escadaria de pedra dá acesso à portada principal que con-

duz a uma praça central, em frente à casa do comandante.

O quartel da tropa, nas proximidades, é um prédio que se

destaca pela magnífica arquitetura renascentista.

Possuía, na época da sua construção, quatro bate-

rias. A bateria nordeste formava, juntamente com a ba-

teria norte, as duas principais bases de fogo da fortaleza.

Os arcos caracterizam o estilorenascentista do quartelda fortaleza. Durante a Guerrado Paraguai (1864-1868),o prédio abrigou enfermariaspara os soldados brasileirosferidos e prisão paraos prisioneiros paraguaios.

Com o material de artilharia recebidode D. João V de Portugal, possuía a fortaleza,na época, poderoso poder de fogo.

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Nelas os canhões ficavam colocados sobre carretas de

madeiras e estas sobre uma estrutura com tijolos ou,

algumas vezes, com pedras. Essas bases encontram-se

hoje alteradas pelas adaptações que sofreram principal-

mente nas duas últimas guerras mundiais, quando rece-

beram armamentos mais modernos. Ainda existiam a

bateria sudeste, próxima à portada, e a bateria baixa,

localizada em frente à bateria norte.

Através de uma passagem subterrâ-

nea – um túnel com teto de tijolos em

forma de abóbada –, pode-se chegar

a essa bateria complementar de defe-

sa, localizada em nível inferior à ba-

teria principal. Hoje, a bateria norte

transformou-se em uma grande área

verde de lazer, sombreada por uma

frondosa jaqueira.

A fonte de Anhatomirim é um

poço natural de água potável e muito

abundante, abrigado por uma cons-

trução em alvenaria de tijolos com

cobertura em forma de abóbada. Sua função no século

XVIII, mantida até os dias atuais, era coletar e armaze-

nar as águas provenientes de um “olho d’água” natural

da ilha a fim de abastecer a fortaleza.

A árvore dos enforcados faz parte do folclore da

ilha. Trata-se de um araçazeiro que, segundo a tradi-

ção popular, teria sido local de enforcamento e fuzila-

A posição de tiro, ao fundo, e as guaritas queprotegiam a observação das sentinelas.

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mento de dezenas de prisioneiros ao final da Revolução

Federalista, em 1894, quando Anhatomirim foi usada

como presídio.

Na parte mais alta da ilha, ergue-se o farolete, que,

juntamente com o farol da Ilha do Arvoredo, orienta a

navegação noturna pela entrada da Barra do Norte da

Ilha de Santa Catarina. O farolete é

composto de uma coluna de ferro

de 8m de altura, cuja lâmpada atual,

instalada em agosto de 1990, possui

alcance geográfico de 13 milhas ná-

uticas e alcance luminoso de 9 mi-

lhas. O farol, inaugurado em 1873,

era inicialmente alimentado por

gás. Passou a funcionar com ener-

gia elétrica no início de 1980.

O paiol tem a sua localização

afastada das instalações principais.

O primeiro a ser construído era con-

siderado demasiadamente exposto

e vulnerável. No século XIX, cons-

truiu-se novo paiol, o atual, oferecendo maior segurança

contra qualquer ameaça externa.

A última restauração da fortaleza ocorreu no início

da década de 1980, quando a construção principal, com

teto em forma de abóbada, foi adaptada para abrigar um

aquário exibindo a riqueza da fauna marinha da região.

No pavimento superior da Casa doQuartel, atualmente, há umespaço livre utilizado para realizaçãode exposições temporárias.

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Conclusão

Ao encerrarmos a nossa reportagem, lembramos

que a história de Anhatomirim começou com a constru-

ção de quatro fortificações, ordenada pelo rei de Portu-

gal, visando, principalmente, barrar a ameaça vinda pelo

mar. Dessas, a Fortaleza de Santa Cruz era a mais impor-

tante. A invasão da Espanha, ocorrida em 1777, é um fato

histórico questionado por alguns historiadores. As guar-

nições das fortalezas abandonaram as suas posições e a

esquadra deslocou-se para o Rio de Janeiro. A Espanha

tomou posse da ilha sem nenhuma reação.

Em 1778, pelo Tratado de San-

to Ildefonso, Portugal recebeu de

volta tudo que havia sido conquis-

tado pelos espanhóis. Na Revolu-

ção Federalista, em 1894, o forte

serviu como presídio. Os revoltosos

somaram 185, foram levados pre-

sos para a ilha e nunca mais volta-

ram, sendo fuzilados ou enforcados.

É considerada uma página negra e

dramática da sua história.

No desenrolar das guerras mun-

diais, novas instalações foram acres-

centadas, como a estação radiote-

legráfica e a usina de eletricidade.

A distância da ilha ao continente é de 170 metros,percurso realizado por

embarcações alugadas no continente.

Casa do comandante.

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Paulo Roberto Rodrigues Teixeira – Coronel de Infantaria e Estado-Maior, é

natural do Rio de Janeiro. Tem o curso de Estado-Maior e da Escola Superior de Guerra.

Atualmente é assessor da FUNCEB e redator-chefe da revista DaCultura.

Antigas peças de artilharia foram substituídas por arma-

mento mais moderno que, com o passar do tempo, tor-

nou-se ineficaz.

Em 1938, a fortaleza foi tombada pelo IPHAN inici-

ando a sua restauração que, pela ação do tempo, estava

semidestruída. A Universidade Federal de Santa Catarina

prosseguiu nesse trabalho e “apadrinhou” Anhatomirim.

Atualmente, a UFSC desenvolve um turismo cultural de

qualidade, mostrando a história do forte em multimídia.

Na Fortaleza de Anhatomirim, podemos apreciar a

beleza natural da vegetação e do mar, as construções anti-

gas em estilo renascentista e nos beneficiarmos também,

dentre outros atrativos, de um restaurante com alimen-

tação farta e saborosa, que ocupa as antigas instalações

da capela. Sem dúvida, conhecer a fortaleza é uma opor-

tunidade de resgatar a sua memória, uma história com

muitos reveses, mas que encanta a todos que a visitam.

Vista geral da ilha: o verdeda vegetação, o mar azul,os costões rochosose as construções renascentistas.Imagem que os visitantesguardarão para sempre.

No Trapiche, os turistas retornam ao continente. Um passeioque encanta a todos que visitam a Fortaleza.

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