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PAULO FREIRE E MILTON SANTOS Um Encontro Em Favor Da Cidadania e Da Solidariedade _ Silva _ Revista Científica E-curriculum

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  • Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo Programa de Ps-graduao Educao: Currculo

    Revista E-Curriculum ISSN: 1809-3876

    http://www.pucsp.br/ecurriculum

    Revista E-Curriculum, So Paulo, v. 3, n. 2, junho de 2008. http://www.pucsp.br/ecurriculum

    PAULO FREIRE E MILTON SANTOS Um encontro em favor da cidadania e da solidariedade

    PAULO FREIRE AND MILTON SANTOS A union in favor of the citizenship and Solidarity

    SILVA, Luiz Etevaldo1

    1 Professor l icenciado em Estudos Sociais , graduado em His tr ia e especial i s ta em

    Humanidades. Atua na rede de ens ino bs ico do Estado do RS. autor do ar t igo Cidadania e educao, Revi s ta de Educao ANEC (Bras l i a) , ano 36, n . 145 , out /dez2007 e Paulo Frei re na sala de aula em 2008, Revis ta Educando (Porto Alegre) , ano 3, n. 13 , j an / fev2008. E-mai l : [email protected]

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    RESUMO

    Este artigo tem a pretenso de estabelecer uma relao entre os pensamentos de dois intelectuais brasileiros reconhecidos mundialmente, Paulo Freire e Milton Santos. Analisa as contribuies que deram aos estudos das cincias sociais e mostra algumas idias que ensejam o encontro entre as perspectivas polticas destes dois autores. Demonstra que eles sempre tiveram a inteno de contribuir, atravs de seus conhecimentos, para que as pessoas se transformassem em sujeitos do processo histrico e, assim, novas formas de sociabilidade emergissem, com mais cidadania e solidariedade.

    Palavras-chave: contexto, sujeito, conscincia social , construo histrica, cidadania

    ABSTRACT

    The present paper intends to establish a relationship between the two world-renowned Brazilian thinkers ideas by Paulo Freire and Milton Santos. Their contributions regarded to the Social Sciences studies were analyzed and the work also illustrates some ideas in which the authors political views converge. In addition, it demonstrates they always had the intention to contribute through their knowledge in order to make people become subjects of the historical process and, therefore, to make possible new forms of sociability to emerge and improve the cit izenship and solidarity.

    Keywords: context; subject; social awareness; historical construction; citizenship

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    INTRODUO

    Diante de um contexto negador de cidadania e falta de solidariedade, so muitas as pessoas que dedicaram parte de sua existncia a pensar e agir para superar as dificuldades existenciais , ou seja, para transformar a realidade configurada. Neste texto destacarei dois pensadores brasileiros do sculo XX, Paulo Freire e Milton Santos. Ambos proporcionam raciocnios que permitem desvelar vrios processos da realidade social e poltica do contexto histrico-social brasileiro. Com eles possvel pensar o mundo levando em considerao

    as diversas dimenses da historicidade, refletir sobre o espao e o tempo de forma compreensiva e entender os complexos das prticas sociais mais

    ampliados. A partir de suas mundividncias possvel conhecer, repensar e criar novos conceitos.

    A IMPORTNCIA DA CONSCINCIA SOCIAL E POLTICA

    As maneiras de pensar de Freire e Santos nos do condies de realizar uma leitura do mundo e apropriarmos de formas imaginrias consubstanciadoras de utopia. Para eles a realidade conseqncia de aes de homens e mulheres durante o processo histrico. Ela no algo natural, mas criada scio-culturalmente. Portanto, sendo assim, como foi formada, pode ser transformada. Para isso, os autores acreditam na importncia da conscincia social e polt ica dos sujeitos. Segundo Freire (1994, p.32):

    A conscincia do mundo const i tui-se na relao com o mundo; no parte do eu. O mundo, enquanto outro de mim, possibil i ta que eu me consti tua como eu em relao com voc. A transformao da real idade objetiva[. . . ] representa exatamente o que a partir do qual o animal se tornou humano comeou a escrever a histria.

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    Para Santos (2000, p. 28), a histria comandada pelos grandes atores desse tempo real, que so, ao mesmo tempo, os donos da velocidade e os do discurso ideolgico. Os homens no so igualmente atores desse tempo real. Com isso, podemos afirmar que o discurso que se evidencia na histria daqueles que se apropriara dos conceitos e dialtica comunicativa. Neste sentido, necessrio que as camadas populares elevem a capacidade de lei tura do mundo, sensibilizem e conscientizem-se. O conhecimento fundamental para articular um discurso contra-hegemnico. Quanto mais sujeitos participando do processo histrico, mais possibilidades de contemplar nela a sociodiversidade.

    Freire (1996, p.21), pensa que [...] a Histria tempo de possibilidades e no de determinismo, que o futuro, permita-se-me reiterar,

    problemtica e no inexorvel. Para ele, a histria fei ta pelos homens que se propem a serem protagonistas dela. Para isso, fundamental a conscincia de seu papel no processo. Para Santos (2000, p. 40), H uma relao carnal entre o mundo da produo das notcias e o mundo da produo das coisas e das normas. Ambos os autores sustentam que a participao pol tica dos sujeitos no processo de definio das prticas sociais, polticas e culturais importante. O processo comunicativo entre os agentes sociais vai criando o imaginrio que constitui a subjetividade dos grupos sociais . A codificao e decodificao dos processos scio-culturais condio para conscincia histrica, para pensar a complexidade social e criar possibilidades de participar da histria como sujeito.

    A LEITURA DA REALIDADE COMO PRESSUPOSTO DE CIDADANIA

    No contexto da realidade capitalista, o mundo da produo influencia sobremaneira a vida cotidiana. Para Santos (2000, p. 46), o consumo comanda nossas formas de inao. E a confuso dos espritos impede o nosso entendimento do mundo, do pas, do lugar, da sociedade e de cada um de ns mesmos. Ento, apropriar-se de meios para lei tura desta realidade fundamental para interpretar as atitudes e vises de mundo na

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    contemporaneidade. As concepes e princpios vo delinear as formas de

    entendimento das formas de manipulao da ideologia do mercado, que tem como preocupao a acumulao do capital. A criticidade [. . .] necessria ao neoliberalismo, uma crtica vesga, que vai ao encontro da presteza, da resposta imediata e segura, mas sempre em favor da verdade do opressor (FREIRE, 2001, p.238). Tanto Santos quanto Freire, enfatizam que necessrio nos instrumentalizar para compreender as formas sutis de dominao pelos grupos hegemnicos do sistema dominante, que manipulam a opinio pblica pela via da publicidade(SANTOS, 2000, p. 48).

    Santos afirma que,

    Consumismo e compet it ividade levam ao emagrecimento moral e intelectual da pessoa, reduo da personalidade e da viso de mundo, convidando, tambm, a esquecer a oposio fundamental entre a figura do consumidor e a figura do cidado (2000, p. 49).

    Segundo ele (1993, p. 7-8), a cidadania pressupe o respeito ao indivduo, mas isto somente acontecer de fato quando as pessoas tiverem conscincia deste direito. Ela resultado de um processo de aprendizagens, que quando comea vai delineando a subjetividade dos sujeitos e criando laos culturais . Na condio de cidados eles tm como prtica social e poltica, a luta por cidadania, que se consubstancia cotidianamente, nunca est completa,

    sucessivas geraes precisam atuao para intervir no sistema jurdico para criar dispositivos legais para garantir disposit ivos institucionais que permitam exigir

    os direitos. Mas, adverte Santos, as leis por si s no garantem cidadania necessrio reivindicar, para isso fundamental a capacidade de leitura do mundo e participao poltica.

    A partir dos pensamentos de Freire e Santos passamos a entender melhor a complexidade do sistema. Eles nos do meios para compreender o

    mundo da tcnica e da ideologizao, as formas como se configuram as relaes de poder no contexto atual. Eles so referncias para pensar as prticas sociais,

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    o mundo do trabalho, as excluses e as injustias sociais. So coadjuvantes para uma leitura do mundo que leve em considerao as multiplicidades de dimenses que influenciam nossas vidas.

    Na opinio de Santos (1993, p. 12), nos pases subdesenvolvidos, talvez por causa das desigualdades sociais, h vrios modos de cidadania. Alguns j tm conscincia, lutam por ela e j podem ser considerados cidados. Outros nem tanto, porm tm aqueles que ainda nem sabem que possvel se ter cidadania, so totalmente excludos dela e das possibilidades que a historicidade pode oportunizar. No caso do contexto social e poltico brasileiro, segundo este

    autor (p. 19), h um grande contingente de no-cidados ou cidados mutilados. Estes grupos so arregimentados e manipulados pelas elites brasileiras e

    transformados em massa de manobra para potencializar seus poderes. Para estes, negada as condies de vida bsicas. uma cidadania mutilada, subalternizada, muito longe do que, habitualmente, em outros pases capitalistas, define o instituto (p. 24).

    A elaborao de um pensamento para superao da realidade

    adversa, no ponto de vista dos grupos desprivilegiados do sistema, passa por dar visibil idade histrica e vozes aos segmentos populares. Sua insero social e poltica daro oportunidades de dizer o que pensa, o que quer, o que concorda, ou seja, potencializa sua participao poltica. Sua capacidade de pensar a prtica e a teoria ganha mais amplitude na medida em que consegue entender os nexos entre uma e outra idia ou ao. Apropriado desta prxis seu compromisso social se quali fica, sua luta por cidadania se torna mais argumentada e mais coerente. Segundo Freire (1994, p.830), diminuir a distncia entre o discurso e a prtica o que se denomina coerncia. Ento, saber uti lizar-se da prtica e da teoria d possibilidades de construir a histria, com prticas sociais de

    alteridade e eqidade. Na viso de Santos (2000, p. 55), nossa grande tarefa, hoje, a

    elaborao de um novo discurso, capaz de desmistificar a competividade e o consumo e de atenuar, seno desmanchar, a confuso de espritos. Em outras

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    palavras ele est dizendo que nossa misso aprender a fazer a leitura do

    mundo, conforme expressou Freire muitas vezes. Dizendo que ela [. . .] revela, evidentemente, a inteligncia do mundo que vem culturalmente e socialmente se construindo. Revela tambm o trabalho de cada sujeito no prprio processo de assimilao da intel igncia do mundo(1996, p. 139). Aprendendo a ler as art imanhas de dominao fica bem mais fcil impor fora ao espri to e resist ir s tentaes do mundo da produo. Tambm podemos entender isso como nitidez poltica do contexto em que vivemos.

    Freire diz que,

    a nit idez pol t ica possvel na medida em que se reflete cri t icamente sobre os fatos do dia-a-dia e na medida em que se transcendas`prpria sensibil idade [ . . . ] de modo que, progressivamente, se consiga chegar a uma compreenso mais r igorosa dos fatos ( 1994, p. 79).

    Freire e Santos percebem o contexto em anlise muito perverso para a maioria da sociedade, porm eles acreditam que so possveis mudanas. Para estes autores um outro mundo possvel . Mas para isso algumas condies precisam serem criadas. Entendem que a cidadania tem que ser conquistada, atravs da prxis e da luta social e polt ica.

    OUTRO MUNDO POSSVEL COM CIDADANIA E SOLIDARIEDADE

    Freire e Santos caminham na mesma direo, rumo a uma sociedade com menos desigualdades e injustias sociais. Eles acreditam no indito vivel (2000, p.138). Entendem que outro mundo possvel, com indivduos fortes lutando pela ampliao da cidadania. Para Santos, Indivduo forte aquele fortalecido dentro de si mesmo, a partir da compreenso do que o todo e do que

    cada um diante do mundo, da cincia de que o mundo movimento, devir, futuro (2000b, p 11). Ento, os dois pensadores so otimistas, mesmo

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    considerando que os processos e as estruturas do sistema vigente so bem

    art iculados por poucos privilegiados. Mas possvel outras formas de sociabilidade a partir da prxis homens e mulheres no processo de construo da histria. O mundo ser o que eles fizerem ou deixarem de fazer hoje. A conscincia desta historicidade fundamental para transformaes sociais e polticas. Por isto, ler e estudar Frei re e Santos importante. Pois,

    Demonstram que possvel defendermos valores como a cidadania e a solidariedade, insistindo no sonho por dignidade para todos, nos apropriarmos das palavras de Paulo Freire para reiterarmos a certeza de que a nossa passagem pelo mundo no determinada, preestabelecida. Que o destino no um dado, mas algo que precisa ser fe ito e de cuja responsabil idade no podemos eximir (1996, p. 58). E, fazemos nossas as palavras de esperana de Milton Santos a elaborao de um novo ethos e de novas ideologias e novas crenas pol t icas, amparadas na ressurreio da idia e da prtica da solidariedade (Neves, 2001, p. 10).

    Acreditando na possibilidade do homem, enquanto sujeito histrico, frei re arremata:

    O homem um ser da prxi s, da ao e ref lexo. Nestas re laes com o mundo, a t ravs de sua ao sobre e le , o homem se encontra marcado pelos resul tados de sua prpria ao Atuando, t ransforma; t ransformando, cr ia uma real idade que, por sua vez, envolve-o, condiciona sua forma de a tuar (1992, p . 28) .

    Santos (1993), questiona as condies de vida nas periferias urbanas sem infraestrutra mnimas em muitos espaos, sem polticas pblicas que garantem a cidadania. No fundo provavelmente ele queira dizer que a ineficincia do estado precariza a vida nas periferias, criando uma sociedade paralela, comandada em grande parte por traficantes de drogas e armas. Acaba, assim, criando processos sociais que geram insegurana, impotncia e da reina o desequilbrio social e poltico. O autor, que defende a cidadania e a solidariedade, evidentemente, no concorda com esta situao configurada e denuncia em vrias de suas obras.

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    Santos e Freire falam em suas obras na alienao como algo que

    precisa ser superado para tenhamos possibilidades para ampliar a cidadania no Brasil. O primeiro diz que, o homem alienado como se lhe houvessem manietado, para roubar-lhe a ao, e imposto barreiras viso, para ceg-lo. Seus olhos so fechados para a essncia das coisas(1993, p. 53). Freire tambm teve uma preocupao grande com a alienao dos indivduos, segundo este autor, eles no tm conscincia da historicidade. Diz, ainda, que [.. . ] alienao geralmente produz t imidez, uma insegurana, frustrao, um medo de correr risco da aventura de criar, sem o qual no h criao (1983, p. 24). Entendem os autores que a desalienao um desafio premente na sociedade brasileira para criar condies de cidadania e solidariedade.

    CONSIDERAES FINAIS

    A ideologia propagada por Santos e Freire, portanto, acredita na

    capacidade do homem fazer histria conforme sua maneira de atuar, sem deixar-se dominar pela viso do fatalismo, que acomoda, no d fora para lutar por um

    mundo melhor, com mais cidadania. Ela potencializadora dos sujeitos para o enfrentamento da realidade perversa. Provoca o estranhamento e proporciona no acreditar cegamente nos discursos dominantes. Eles nos legaram uma viso de mundo que possibil ita nos humanizar cotidianamente. Tornam-nos homens e mulheres mais inteligentes, capaz de reunir recursos para dar conta das demandas e l itgios colocados pela vida em sociedade. Do-nos possibilidades de novas formas de sociabilidades. Milton Santos era conhecido por muitos, como o fi lsofo da Geografia e Paulo Freire como andarilho da utopia. Trabalharam

    intelectualmente em favor da humanidade e deixaram o legado de suas idias para que possamos ler e estud-las.

    REFERNCIAS

  • Revista E-Curriculum, So Paulo, v. 3, n. 2, junho de 2008. http://www.pucsp.br/ecurriculum

    FREIRE, Paulo & MACEDO, Donaldo. Alfabetizao: lei tura do mundo leitura da palavra. 2. ed. Rio de janeiro, Paz e Terra, 1994

    Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.

    _______ Pedagogia dos sonhos possveis. Ana Maria Freire (org.). So Paulo: Unesp, 2001.

    _______ Pedagogia da esperana . 7 . ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.

    _______ Extenso ou comunicao? 10. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

    ______ Educao e mudana . 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

    NEVES, Joslia Gomes. Paulo Freire e as questes do nosso tempo . Instituto Paulo Freire, 2001. Disponvel em: http://www.paulofreire.org /Biblioteca/joselina.htm. Visitado em: 08/02/2008.

    SANTOS, Milton. Por uma outra globalizao: do pensamento nico conscincia universal. Rio de Janeiro: Record, 2000.

    ______ As excluses da globalizao; pobres e negros. In: FERREIRA, Antnio Mrio Toninho. Na prpria pele: os negros no Rio Grande do Sul (org.).Porto Alegre: CORAG/ Secretaria de Estado da Cultura, 2000b.

    ______ O espao do cidado. 2. ed. So Paulo: Nobel, 1993.

    Artigo recebido em 30/09/2008 Aceito para publicao em 09/11/2008

    Para citar este trabalho:

    SILVA, Luiz Etevaldo. Paulo Freire e Milton Santos: Um encontro em favor da cidadania e da solidariedade. Revista e-Curriculum, PUCSP SP, Volume 3, nmero 2, junho de 2008. Disponvel em: http:/www.pucsp.br/ecurrculum Visitado em: __/__/____.