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Bases Moleculares do Câncer (2) Patologia Geral – Medicina U.E.P.G. Professor Fabio Pos?glione Mansani

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Page 1: Patologia Geral Aula 18 Bases Moleculares Do Cancer 2

Bases  Moleculares  do  Câncer  (2)  

Patologia  Geral  –  Medicina  U.E.P.G.  Professor  Fabio  Pos?glione  Mansani  

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Fenó?po  maligno  

•  Autossuficiência  nos  sinais  de  crescimento.  •  Insensibilidade   aos   sinais   inibidores   do  

crescimento.  •  Evasão  da  apoptose.  •  Potencial  de  replicação  ilimitado.  •  Angiogênese  man?da.  •  Capacidade  de  invadir  e  metas?zar.  •  Defeitos  no  reparo  do  DNA.  

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Fenó?po  maligno  

•  Autossuficiência  nos  sinais  de  crescimento.  •  Insensibilidade   aos   sinais   inibidores   do  

crescimento.  •  Evasão  da  apoptose.  •  Potencial  de  replicação  ilimitado.  •  Angiogênese  man?da.  •  Capacidade  de  invadir  e  metas?zar.  •  Defeitos  no  reparo  do  DNA.  

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Genes  supressores  de  tumor  

•  A  falha  na  inibição  do  crescimento  consiste    em  uma  das  alterações  fundamentas  do  processo  de  carcinogênese.  

•  Ação  antagônica  a  dos  oncogenes.  •  RB  e  p53  reconhecem  o  estresse  genotóxico  de  qualquer  

fonte   e   respondem   através   da   finalização   da  proliferação.  

•  Outros   genes   supressores   atuam   sobre   a   diferenciação  celular   levando   as   células   a   entrarem   em   estado   pós-­‐mitó?co  sem  potencial  de  replicação.  

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Genes  supressores  de  tumor  

•  As  enzimas  mediadas  pelos  genes  supressores  de  tumor  podem  agir  como:  –  Receptores  de  superYcie  celular  –  Fatores  de  transcrição  – Moléculas  transmissoras  de  sinal  –  Inibidores  do  ciclo  celular  –  Reguladores  da  resposta  celular  ao  dano  do  DNA  

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Genes  supressores  de  tumor  

•  RB  –  Relacionado  ao  re?noblastoma  (40%  são  familiares).  –  Para   sua   manifestação   são   necessários   duas   mutações,  envolvendo   ambos   os   alelos   no   locus   cromossômico  13q14.  

 

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Genes  supressores  de  tumor  

•  RB  –  A   enzima   RB   produzida  pela   ação   do   gene   RB  sobre   a   fase   G1,   entre   a  fase  M  e  a  fase  S.  

–  No   ponto   de   checagem  G1  pode  pausar  a  divisão  t e m p o r a r i a m e n t e ,  evoluindo  para  uma  fase  d e   q u i e s c ên c i a   o u  senescência.    

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Genes  supressores  de  tumor  

•  p53    –  Localizado  no  cromossomo  17p13.1  –  Alteração   gené?ca   mais   comum   nos   cromossomas  humanos.  

–  Necessita  de  dois  eventos  (mutações)  para  desencadear  o  bloqueio  da  ação  do  p53.  

–  Síndrome   de   Li-­‐Fraumeni   tem   25   vezes   mais   risco   de  apresentar   uma   neoplasia   maligna   aos   50   anos   que   a  população  geral.  

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Genes  supressores  de  tumor  

•  Ação  do  p53    –  Regula  centenas  de  genes  –  Atuação  do  gene  não  mutado:  

•  A?vação  da  interrupção  temporária          do  ciclo  celular  •  Indução  da  interrupção  permanente  do  ciclo  celular  •  A?vação  da  morte  celular  programada  

–  A?va   a   transcrição   do   miRNA   (mir34)   impedindo   a  transdução  do  sinal  

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Genes  supressores  de  tumor  

•  A   apoptose   induzida   pelo   p53,   quando   do   dano  irreversível   do   DNA,   é   o   úl?mo   mecanismo   protetor  contra  a  transformação  neoplásica.  

•  O   p53   auxilia   no   reparo   DNA   pela   interrupção   do   ciclo  celular  (fase  G1)  e  a  indução  de  genes  de  reparo  do  DNA.  

•  As  neoplasias   com  mutação  da  p53   tem  menor   taxa  de  resposta  a  quimioterapia  e  radioterapia.  

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Genes  supressores  de  tumor  

•  APC/ß-­‐catenina  –  Gene  da  polipose  adenomatosa  colônica.  –  Diminuem   a   regulação   dos   sinais   promotores   do  crescimento.  

–  Ambas   as   cópia   do   gene   devem   estar   mutadas   para   o  aparecimento  do  tumor.  

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Genes  supressores  de  tumor  

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Fenó?po  maligno  

•  Autossuficiência  nos  sinais  de  crescimento.  •  Insensibilidade   aos   sinais   inibidores   do  

crescimento.  •  Evasão  da  apoptose.  •  Potencial  de  replicação  ilimitado.  •  Angiogênese  man?da.  •  Capacidade  de  invadir  e  metas?zar.  •  Defeitos  no  reparo  do  DNA.  

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Evasão  da  apoptose  

•  A  morte  celular  por  apoptose  é  uma  resposta  fisiológica.  •  A   mutação   nos   genes   que   regulam   a   apoptose   podem  

levar  ao  acúmulo  de  células  neoplásicas.  •  Apoptose  –  Via   extrínseca:   a?va   a   cascata   das   capases   que   clivam   o  DNA  e  outros  substratos  para  causar  a  morte  celular.  

–  Via  intrínseca:  a  a?vação  desta  via  leva  a  permeabilização  da   membrana   mitocondrial   externa,   com   liberação   do  citocromo  C,    que  inicia  a  apoptose.  

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Evasão  da  apoptose  

•  Tumores   que   evitam   a  a pop t o s e   d a   c é l u l a  neoplásica   induzem   a  formação  da  inibidores  de  proteínas   da   apoptose  (IAP),   as   quais   inibem   as  capases.  

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Fenó?po  maligno  

•  Autossuficiência  nos  sinais  de  crescimento.  •  Insensibilidade   aos   sinais   inibidores   do  

crescimento.  •  Evasão  da  apoptose.  •  Potencial  de  replicação  ilimitado.  •  Angiogênese  man?da.  •  Capacidade  de  invadir  e  metas?zar.  •  Defeitos  no  reparo  do  DNA.  

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Potencial  de  replicação  ilimitado  

•  As   células   humanas   tem   potencial   de   duplicação   que  chega  de  60  a  70  episódios.  

•  Quando   alcançam   sue   limite   em   número   de   divisões  tornam-­‐se   senescentes,   fenômeno   mediado   pelo  encurtamento  progressivo  dos  telômeros.  

•  A   instabilidade   genômica   do   tumor   leva   a   replicação  ilimitada,  pela  rea?vação  da  telomerase.  

•  A   manutenção   do   telômero   é   observado   na   totalidade  dos  tumores.  

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Fenó?po  maligno  

•  Autossuficiência  nos  sinais  de  crescimento.  •  Insensibilidade   aos   sinais   inibidores   do  

crescimento.  •  Evasão  da  apoptose.  •  Potencial  de  replicação  ilimitado.  •  Angiogênese  man?da.  •  Capacidade  de  invadir  e  metas?zar.  •  Defeitos  no  reparo  do  DNA.  

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Angiogênese  

•  O   limite   de   desenvolvimento   do   tumor   sólido   sem  vascularização  é  1  a  2  mm.  

•  A   angiogênese   é   fenômeno   biológico   necessário   para   a  formação  dos  tumores  malignos.  

•  Neoangiogênese   determina   formação   de   vasos  “anormais”   –   tem   permeabilidade   aumentada,   são  dilatados  e  apresentam  uma  conexão  aleatória.  

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Angiogênese  

•  Angiogênese  tumoral.  –  Provê  oxigênio  e  nutrientes.  –  As   células   endoteliais   recém   formadas   es?mulam   o  crescimento  das  células  endoteliais  através  da  secreção  de  fatores  de  crescimento  (IGF,  PDGF).  

•  O  acionamento  angiogênico  é  desencadeado  por  muitos  esmmulos,   entre   eles   a   hipóxia,   que   a?va   citocinas   pré-­‐angiogênicas  (VEGF  e  bEGF).  

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Angiogênese  

•  Fatores   angiogênicos   e   an?-­‐angiogênicos   são   regulados  por  muitos  genes  mutados  em  células  malignas.  

•  O   bloqueio   da   angiogênese   representa   alvo   para   novas  terapias  an?-­‐neoplásicas,  como  o  bevacizumab.  

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Fenó?po  maligno  

•  Autossuficiência  nos  sinais  de  crescimento.  •  Insensibilidade   aos   sinais   inibidores   do  

crescimento.  •  Evasão  da  apoptose.  •  Potencial  de  replicação  ilimitado.  •  Angiogênese  man?da.  •  Capacidade  de  invadir  e  metas?zar.  •  Defeitos  no  reparo  do  DNA.  

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Invasão  e  metástase  

•  Marca  dos  tumores  malignos.  •  Apesar   de   grande   quan?dade   de   células   malignas  

entrarem   na   circulação   diariamente,   apenas   algumas  acabam  determinando  a  metástase.  

•  A  formação  da  metástase  compreende  duas  partes:  –  Invasão  de  MEC.  –  Disseminação   vascular,   instalação   das   células   tumorais   e  colonização.  

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Invasão  e  metástase  

•  Invasão  da  MEC  –    Alteração   das   interações  entre   as   células   do   tumor  (regulação  diminuída  da  E-­‐Caderina)  

-­‐   Degradação   loca l   da  membrana   basal   (células  tumorais   produzem   enzimas  proteolí?ca   ou   es?mulam   as  células   da   MEC   a   secretarem  proteases)    

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Invasão  e  metástase  

•  Invasão  da  MEC  (2)  –  Alteração   na   ligação   das  c é l u l a s   t umo r a i s   à s  proteínas   da   MEC   (perda  da  adesão)  

–  Migração   (solta-­‐se   da  matriz   na   extremidade  fi n a l   e   c o n t r a i   o  citoesqueleto   de   ac?na  para  progredir)  

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Invasão  e  metástase  

•  Mecanismo   de   defesa   contra   células   neoplásicas   na  circulação  –  Estresse  mecânico  –  Apoptose  es?mulada  pela  falta  de  adesão  –  Defesa  imune  inapta  e  adapta?va  

•  Adesões  das  células  malignas  –  Homompicas    –  Heterompicas    

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Invasão  e  metástase  

•  Adesão   ao   endotélio  (moléculas   de   adesão   –  integrinas  e  receptores  de  laminina)  

•  Penetração  na  membrana  basal   endotelial   (enzimas  proteolí?cas)  

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Invasão  e  metástase  

•  Sí?o  da  metástase  –  Anatômico,   determinado   pela   localização   da   lesão  primária  e  do  primeiro  capilar  disponível  para  drenagem.  

–  Tropismo  por  órgão  específico  •  Moléculas   de   adesão   com   ligantes   encontrados   em  determinados  órgãos  

•  Quimiocinas  e  seus  respec?vos  receptores  em  determinados  tecidos.  

•  Tecido  alvo  com  ambiente  permissível  ou  não.  

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Invasão  e  metástase  

•  Gené?ca  molecular  da  metástase  (hipóteses)  –  Evolução   clonal   onde   apenas   os   sub-­‐clones   mais  heterogêneos  tem  a  capacidade  de  causar  metástases.  

–  Assinatura   metastá?ca   decorrentes   de   muitas   anomalias  intrínsecas   das   células   tumorais   e   de   seu  microambiente  (estroma,  células  imunes  infiltrantes  e  angiogênese).  

–  A  expressão  gênica  do  indivíduo  favoreceria  a  metástase.  –  Disseminação  de  raras  células  tronco  tumorais.  

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Fenó?po  maligno  

•  Autossuficiência  nos  sinais  de  crescimento.  •  Insensibilidade   aos   sinais   inibidores   do  

crescimento.  •  Evasão  da  apoptose.  •  Potencial  de  replicação  ilimitado.  •  Angiogênese  man?da.  •  Capacidade  de  invadir  e  metas?zar.  •  Defeitos  no  reparo  do  DNA.  

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Instabilidade  genômica  

•  O  câncer  é  um  doença   rara   frente  a  grande  quan?dade  de  eventos  mutagênicos  a  que  é  subme?do  (ambiental  e  gené?co).  

•  Alta   capacidade   de   reparo   do   DNA   ou   de   eliminar   as  células  com  danos  irreparáveis.  

•  Indivíduos   que   nascem   com   defeitos   hereditários   nas  proteínas  de  reparo  do  DNA  tem  risco  muito  aumentado  de  desenvolver  câncer.  

•  Instabilidade   genômica   ocorre   quando   ambas   as   cópias  do  gene  de  reparo  do  DNA  foram  perdidas.  

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Instabilidade  genômica  

•  Defeitos  em  sistemas  de  reparo  do  DNA  acometem  três  situações:  –  Reparo   do   pareamento   errôneo   (Síndrome   do   CA   colo-­‐retal  hereditários  sem  polipose)  

–  Reparo  de  excisão  de  nucleomdeo  (Xeroderma  pigmentoso)  –  Reparo  de  recombinação  (síndrome  de    Bloom,  síndrome  ataxia-­‐telangectasia)  

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Instabilidade  genômica  

•  Desregulação  de  genes  –  Alterações  cromossômicas  

•  Translocações  e  inversões  (tumores  hematopoié?cos).  •  Deleções   (tumores   sólidos,   relacionados   a   perda   de   genes  supressores  tumorais.  

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Instabilidade  genômica  

•  Amplificação  gênica  –  Reduplicação   ou   amplificação   de   DNA   levando   a   grande  quan?dades   de   cópias   do   gene   com   consequente  superexpressão  de  seu  produto  (N-­‐MYC,  HER2).  

•  Alteração  epigené?ca  –  Alterações   reversíveis   e   hereditárias   na   expressão   gênica  que  ocorrem  sem  mutação;  são  silenciadas  por  me?lação  do  DNA.  

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miRNA  e  Câncer  

•  OS  miRNA   são   pequenos   RNA   não   codificantes,   em   fita  única  e  com  até  22  nucleomdeos.  

•  São   incluídos   ao   complexo   de   silenciamento   induzido  pelo  RNA.  

•  Controlam  o  crescimento,    diferenciação  e  a  sobrevivência  celular.  •  Deleções  e  amplificações  dos  locus  de  RNA  foram  iden?ficadas    em  muitas  neoplasias.  

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