parceria com as cidades - european...
TRANSCRIPT
Brochura2003 pt
Parceria com as CidadesA iniciativa comunitária URBAN
A Comissão Europeia agradece a todas as organizações nacionais, regionais e locais, incluindo empresas privadas, quereuniram e forneceram a informação necessária para a presente publicação.
Fotografias (páginas): Mike St Maur Sheil (1, 2-3, 7, 13, 15, 30, 37, 41), URBAN I Wien (8), URBAN I Bremen (4, 8, 19), London URBAN Conference (10, 22), Bristol URBAN II (16), Ayuntamiento Pamplona (17), Stadt Graz (18), URBAN II Berlin (19, 26), URBAN II Saarbrücken (19), Dienst Sport en Recreatie (20), West Dunbartonshire Healthy Living Initiative (21),URBAN II Bremerhaven (23, 26, 32), URBACT (24), Deutsch-Österreichische URBAN-Netzwerk (25), URBAN I Mantes-la-Jolie (26), Comune di Taranto (27), RAW Tempel e.V. (28), Ville du Havre (29), Les Mureaux (31), Malmö stad (33), Stadt Luckenwalde (34), Cable Factory (35), Greek Ministry of National Economy (36), Ministère du Logement du Grand-Duché de Luxembourg (38), Fundação para o Desenvolvimento do Vale da Campanhã (39),Le Forum de Grenoble (40), Office of the Taoiseach (42), LINDHOLM 21 (43), Ayuntamiento Cáceres (44), Comune di Torino (45), Museu de Construção Naval, Vila do Conde (46).
Capa: Uma paisagem da zona URBAN I de Palermo, Sicília, Itália.
É possível obter mais informações sobre os Fundos Estruturais da UE no seguinte endereço electrónico:
Comissão Europeia
Direcção-Geral da Política Regionalhttp://europa.eu.int/comm/regional_policy/index_en.htm
Informações sobre a União Europeia disponíveis no servidor Europa (http://europa.eu.int).
Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2003.
ISBN 92-894-5110-6
© Comunidades Europeias, 2003.Reprodução autorizada mediante indicação da fonte.
Concepção e produção: AEIDL Editado por: Sonja Haertel e Daniel Mouqué
Impresso na Bélgica
IMPRESSO EM PAPEL BRANQUEADO SEM CLORO
Europe Direct é um serviço que o/a ajuda a encontrarrespostas às suas perguntas sobre a União Europeia
Um novo número verde único:00 800 6 7 8 9 10 11
Índice
Prefácio 5
As cidades da Europa, os Fundos Estruturais e a Iniciativa Comunitária URBAN 6
Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN II 11
Parcerias locais e intercâmbio de boas práticas na Europa – o método URBAN em acção 16
Parceria com as autoridades locais – ajudar as cidades a ajudarem-se a si próprias 16
Implicar a comunidade local 19
Um ciclo de aprendizagem sistemática 22
Uma abordagem integrada das necessidades urbanas 26
Aumentar a competitividade 31
Combater a exclusão social 37
Recuperação física e ambiental 41
Glossário 47
4 Parceria com as Cidades
5Parceria com as Cidades
Prefácio
A Europa é um continente com um elevado grau de urbanização. Actualmente,perto de metade da sua população vive em zonas urbanas com mais de 50 000 habitantes. As cidades têm um papel importante na vida social, económicae cultural da Europa. Sendo os principais motores do crescimento numa economiaglobal, é nelas que se encontra a maior parte da riqueza, do conhecimento e das tecnologias da Europa.
O paradoxo das cidades europeias é que também é nelas que se verificamalguns dos problemas mais graves que a sociedade enfrenta hoje em dia:carências múltiplas, exclusão económica e social, degradação do ambientenatural e construído, congestionamentos, criminalidade, intolerância e racismoe perda do sentimento de comunidade.
A política urbana saltou assim para o centro dos esforços da União no sentidode criar uma Europa forte, competitiva e sustentável, salvaguardando aomesmo tempo a coesão social. Um dos principais instrumentos neste contexto
é a iniciativa comunitária URBAN, através da qual a União concede actualmente apoio a algumas zonas de cercade 70 cidades dos quinze Estados-Membros.
A experiência das minhas visitas pela União permitiu-me confirmar que a iniciativa URBAN é geralmenteapontada como uma história de sucesso da política europeia de coesão. E isso porque teve a capacidade deconseguir um equilíbrio entre a necessidade de um quadro político coerente a nível comunitário e oenvolvimento das próprias comunidades de base na execução dos programas. Contribuiu deste modo paranovas formas de governação das cidades.
Outra característica fundamental da iniciativa URBAN reside no facto de dar uma ênfase especial à inovaçãopara atacar os problemas com que se defrontam as zonas e as comunidades urbanas. A presente brochuracontém exemplos de alguns dos projectos estimulantes desenvolvidos no âmbito desta iniciativa e dirigidos a uma enorme variedade de problemas e de oportunidades que surgem nas nossas cidades. Estes projectos sãoa prova do valor acrescentado da política europeia quando combinada com a perspicácia e a imaginação locais.E explicam porque é que, no contexto do ‘grande debate’ sobre o futuro da Política de Coesão europeia após2006, são tantos os que estão convencidos da necessidade de manter uma forte dimensão urbana.
Michel BarnierMembro da Comissão Europeia responsável pela Política Regional e Reforma das Instituições
6 As cidades da Europa, os Fundos Estructurais e a Iniciativa Comunitária URBANParceria com as Cidades
As cidades da Europa apresentam um paradoxo. Por umlado são os motores do crescimento numa economia cadavez mais global, concentrando nelas riqueza,conhecimento e capacidade técnica. São também centrosde prestação de serviços públicos, como a educação,cuidados de saúde e transportes. Ao mesmo tempo,porém, muitos dos problemas mais graves que asociedade enfrenta actualmente estão concentrados emzonas urbanas, designadamente a exclusão económica esocial, a degradação do ambiente natural e construído, osobrepovoamento, a criminalidade, a intolerância e oracismo e a perda da identidade local.
As zonas urbanas são por isso locais estratégicos para aprossecução de objectivos europeus comuns, como apromoção da competitividade económica, a inserção social,a sustentabilidade ambiental e a melhoria da cultura e daidentidade locais. Destacam-se, em especial, três desafios:
• Aumentar a competitividade das cidades europeias.Multiplicar as situações de sucesso e eliminar osobstáculos à capacidade empresarial, às novastecnologias e ao emprego.
• Atacar a exclusão social, melhorando o acesso aoemprego e à formação para todos, incluindo osimigrantes e os membros de minorias étnicas. Alémdisso, desenvolver a capacidade das comunidades locaispara se ajudarem a si próprias.
• Recuperação física e ambiental, assegurando asustentabilidade e aumentando a atracção das cidades.Desenvolver o património cultural e arquitectural daszonas urbanas.
As cidades europeias beneficiam da Política de Coesãoeuropeia de várias formas:
• O Objectivo 1 ajuda as regiões com atraso dedesenvolvimento a recuperar esse atraso. A sua dotaçãorepresenta dois terços dos Fundos Estruturais, ou seja,cerca de 135 mil milhões de euros (1). As medidas visamdotar as regiões de Objectivo 1 com as infra-estruturasbásicas de que carecem – em termos de transportes,telecomunicações, formação, educação, saúde,
abastecimento de água, energia e tratamento deresíduos – e incentivar o investimento na actividadeempresarial e económica. As cidades funcionam comomotores do crescimento dessas regiões e os FundosEstruturais procuram desenvolver esse mesmocrescimento.
• Os financiamentos do Objectivo 2 representam mais de22 mil milhões de euros e destinam-se a apoiar areconversão económica e social em zonas que sedefrontam com dificuldades estruturais, nomeadamenteas que se prendem com a reestruturação industrial ecom as zonas urbanas em dificuldade. O problemaprincipal destas zonas não é a falta de infra-estruturas,mas sim o declínio das actividades económicastradicionais, o que exige o desenvolvimento dealternativas. As medidas principais incluem a promoçãodas empresas e a reciclagem profissional.
• O Objectivo 3 (24 mil milhões de euros) centra-se namodernização dos sistemas de formação e na promoçãodo emprego. Além disso, a iniciativa comunitária EQUALvisa combater a exclusão social, especialmenteimportante para as zonas urbanas desfavorecidas.
A iniciativa comunitária URBAN dá um contributoespecífico neste contexto. A actual fase abrange cerca de2,2 milhões de pessoas em toda a Europa, que vivem em 70aglomerados urbanos em crise. Cerca de 730 milhões deeuros estão destinados a atacar os principais problemas aque estas zonas têm de fazer face. As suas característicasprincipais são:
• Uma abordagem integrada para questões que muitasvezes são tratadas de forma isolada noutros contextos:reforço da competitividade, combate da exclusão sociale recuperação física e ambiental.
• Uma posição destacada para as prioridades da UE comoa integração das comunidades imigrantes,desenvolvimento sustentável, igualdade deoportunidades e sociedade da informação.
• Os programas são geridos a nível local, perto daspessoas e dos seus problemas. As autoridades locaisparticipam na gestão de dois terços dos programas. As zonas URBAN estão a ser preparadas para se ajudarema si próprias.
As cidades da Europa, os FundosEstruturais e a Iniciativa ComunitáriaURBAN
(1) Para a UE15 a preços de 1999.
7As cidades da Europa, os Fundos Estructurais e a Iniciativa Comunitária URBANParceria com as Cidades
Apartamentos degradados na zona URBAN I de Mulhouse, Alsácia, França.
• Uma forte implicação dascomunidades locais, queparticiparam na redacção de mais de80% dos programas. E que estãotambém representadas nos comitésde acompanhamento. A participação da comunidade localconstitui uma condição prévia daeficácia do programa, pelo menosno que se refere à abordagem dequestões que têm a ver com aexclusão social ou o ambiente local.
• Um ciclo de aprendizagemintegrado, com numerosasferramentas para análise e troca deexperiências. No âmbito do URBAN,o programa URBACT irá estruturar aidentificação de boas práticas e ointercâmbio de experiências entrecerca de 200 cidades da UE.
O presente documento forneceinformações sobre a situação daszonas urbanas da Europa e sobre aacção da iniciativa comunitáriaURBAN, nomeadamente:
• Elementos essenciais sobre osdesafios a que as zonas urbanastêm de fazer face, extraídos defontes de informação como aAuditoria Urbana (uma análiseabrangente de diferentes factoressocioeconómicos, efectuada a partirde uma amostra de cidades da UE).Tal como se salientou acima, aszonas urbanas, tanto em termossociais e económicos comoambientais, contêm umacontradição, que combina desafiossignificativos com oportunidadesextraordinárias.
• O sistema de funcionamento dosprogramas URBAN (“métodoURBAN”). Alguns exemplos deprojectos revelam o empenhamentoe envolvimento das autoridadeslocais e da comunidade local.Também há informações na RedeEuropeia de Intercâmbio deExperiências (“URBACT”), queproporcionam às cidades umaóptima oportunidade para estudaras boas práticas de toda a UE.
• Exemplos concretos do contributoque o URBAN está a dar para acompetitividade, a inserção social e a recuperação física e ambiental,incluindo projectos que ilustram avalidade e a natureza da abordagemintegrada.
8 A Iniciativa Comunitária URBANParceria com as Cidades
Antes e depois: renovação de garagens de recolha de eléctricos para criar espaços de instalações educativas, instituições culturais erestaurantes. URBAN I de Viena.
Antes e depois: renovação com vista à criação de um centro empresarial e cultural na zona URBAN I de Bremen.
• A primeira fase da Iniciativa Comunitária URBAN
decorreu entre 1994 e 1999 (“URBAN I”). Foram 118 as
cidades da UE que beneficiaram de mais de 900 milhões
de euros de financiamento comunitário.
• Com o apoio activo do Parlamento Europeu, foi criada
uma segunda fase (“URBAN II”), a que se refere a
Comunicação da Comissão Europeia “que estabelece as
orientações relativas a uma Iniciativa Comunitária de
revitalização económica e social das cidades e subúrbios
em crise, a fim de promover um desenvolvimento
urbano sustentável” (ref: COM(2000) 1100 de 28 de Abril
de 2000).
• Existem 70 programas URBAN II em toda a UE, que
abrangem zonas com uma população de cerca de
2,2 milhões de habitantes. Para além disso, o programa
URBACT irá apoiar uma rede europeia de intercâmbio de
experiências.
• Os programas são executados entre 2000 e 2006.
A contribuição do FEDER é de 730 milhões de euros
e o investimento total ascende a cerca de 1 600 milhões
de euros.
Mais informações estão disponíveis na página Internet da
Inforegio:
http://europa.eu.int/comm/regional_policy/urban2/
index_en.htm
Apresentando a iniciativa comunitáriaURBAN
9A Iniciativa Comunitária URBANParceria com as Cidades
Guyane (F)
Guadeloupe
(F)
Martinique
(F)
Réunion
(F)
Açores (P)
Madeira (P)
Canarias (E)
0 50 250kmgRe oi GISge oi GISR
© EuroGeographics Association for the administrative boundaries
8
20
27
130
131
82
94
125
128
1
2
145
142
138
108
79136
132
133
93
24
1419
11 25
17
21
1322
127
86
84
5
85
96
147
152
146 151
165
157
160
162
164
7
140
49
51
43
66
60
65
48
80
58
71
83121 110
101
102
115
112
120
106
111
32
34
30
64
99
26
23
18
1628
12
10
15
90
81
8792
78
88
3495
91
77
126 129
144
155
156
161
153
158
148
143163
154
97
149
98
159
150
6
141
124
89
62
67
4176
46
42
68
39
53
54
74
52
61
75
63
137
55
72
73 5938
57
40
45
47
56
44
50 69
134
135
139
70
122
123
117 107 99
118113 109
105
104116114
103
119
100
36
37
33
29
3531
Cidades que participam na Iniciativa Comunitária URBAN
Programas URBAN I (1994-1999)Programas URBAN II (2000-2006)Conjunto dos programas URBAN I e URBAN II
85 Le Havre
1 Antwerpen 86 Le Mantois
2 Bruxelles/Brussel 87 Lyon
3 Charleroi 88 Mantes-la-Jolie
4 Mons-La Louvière 89 Marseille
5 Sambreville 90 Mulhouse
91 Roubaix-Tourcoing
6 Ålborg 92 Saint Etienne
7 Århus 93 Strasbourg
94 Val-de-Seine (Les Mureaux)
8 Berlin 95 Valenciennes
9 Brandenburg
10 Bremen 96 Ballyfermot
11 Bremerhaven 97 Cork
12 Chemnitz 98 Dublin
13 Dessau
14 Dortmund 99 Bari
15 Duisburg (Marxloh) 100 Cagliari-Pirri
16 Erfurt-Ost 101 Carrara
17 Gera 102
18 Halle 103 Catania
19 Kassel 104 Catanzaro
20 Kiel 105 Cosenza
21 Leipzig 106 Crotone
22 Luckenwalde 107 Foggia
23 Magdeburg (Cracau) 108 Genova
24 Mannheim - Ludwigshafen 109 Lecce
25 Neubrandenburg 110 Milano
26 Rostock 111 Misterbianco
27 Saarbrücken 112 Mola di Bari
28 Zwickau 113 Napoli
114 Palermo
29 Ermoupoli 115 Pescara
30 Iraklio 116 Reggio di Calabria
31 Keratsini 117 Roma
32 Komotini 118 Salerno
33 Patrai 119 Siracusa-Ortigia
34 Perama 120 Taranto
35 Peristeri 121 Torino
36 Thessaloniki 122 Trieste
37 Volos 123 Venezia-Porto Marghera
38 Albacete 124 Differdange-Dudelange
39 Aviles
40 Badajoz 125 Amsterdam
41 Badalona 126 Den Haag
42 Barakaldo 127 Heerlen
43 Cáceres 128 Rotterdam
44 Cadiz 129 Utrecht
45 Cartagena
46 Castellón de la Plana 130 Graz
47 131 Wien
48 Gijón
49 Granada 132 Lisboa
50 Huelva 133 Lisboa - Amadora
51 134 Lisboa - Loures
52 La Coruña 135 Lisboa - Oeiras
53 Langreo 136 Porto - Gondomar
54 León 137
55 Madrid - Carabanchel
56 138 Helsinki - Vantaa
57 Murcia 139 Joensuu
58 Orense
59 Palma de Mallorca 140 Göteborg
60 Pamplona 141 Malmö
61 Pontevedra
62 Sabadell 142 Belfast
63 Salamanca 143 Birmingham
64 San Cristobal de la Laguna 144 Brighton
65 145 Bristol
66 146 Burnley
67 Santa Coloma de Gramenet 147 Clyde Waterfront
68 Santander 148 Coventry
69 Sevilla 149 Derry
70 Telde 150 Glasgow North
71 Teruel 151 Halifax
72 Toledo 152 Hetton & Murton
73 Valencia 153 Leeds
74 Valladolid 154 London
75 Vigo 155 Manchester (Moss Side and Hulme
76 Zaragoza 156 Merseyside
157 Normanton in Derby
77 Amiens 158 Nottingham
78 Aulnay-sous-Bois 159 Paisley
79 Bastia 160 Peterborough
80 Bordeaux 161 Sheffield
81 Chalon-sur-Saone 162 Stockwell
82 Clichy-sous-Bois - Montfermeil 163 Swansea
83 Grenoble 164 Thames Gateway
84 Grigny - Viry 165 West Wrexham
(
Bélgica
Dinamarca
Irlanda
Luxemburgo
Portugal
Reino Unido
Alemanha
Grécia
Espanha
França
Itália
Países Baixos
Áustria
Finlândia
Córdoba
Jaén
Málaga
Sant Adrià de Besòs
Caserta
San Sebastián-Pasaia
Porto - Vale de Campanhã
Suécia
10 A Iniciativa Comunitária URBANParceria com as Cidades
Presidentes de Câmara e alguns dos 620 parceiros locais da UE que se encontraram com o Comissário Barnier na Conferência “Cidades daCoesão”, realizada em Londres em Julho de 2002.
Uma Comunicação da Comissão de 14 de Junho de 2002
apresentou uma primeira avaliação dos programas da
segunda fase do URBAN. A comunicação fornece dados
circunstanciados sobre os problemas económicos, sociais
e ambientais existentes nas zonas URBAN II. Examina
igualmente a selecção dos locais, a elaboração e gestão
dos programas e a repartição financeira pelos diferentes
tipos de projectos dando alguns exemplos interessantes de
projectos previstos.
Isto foi o ponto de partida para a Conferência “Cidades da
Coesão”, realizada em Londres, em 8 e 9 de Julho de 2002,
onde se debateram os resultados iniciais do URBAN II
e o futuro da dimensão urbana da Política de Coesão.
Participaram na Conferência mais de 620 delegados,
incluindo presidentes de câmara e autarcas de mais de
170 cidades da UE.
Os delegados enalteceram as principais melhorias do
URBAN II: simplificação administrativa, rede de
intercâmbio de experiências e grande ênfase nas parcerias
locais. Foi igualmente sugerido que as cidades deviam ter
um papel decisivo na política regional da UE. Além disso,
75 presidentes de câmara e outros autarcas, em
representação de 56 milhões de cidadãos de toda a UE,
assinaram uma declaração apelando a um reforço das
acções urbanas da UE.
O texto completo da comunicação (COM(2002) 308, de
14 de Junho de 2002), bem como os documentos e
discursos da Conferência de Londres, estão disponíveis na
página Internet da Inforegio:
http://europa.eu.int/comm/regional_policy/urban2/
urbanconf_en.htm
URBAN II
A avaliação inicial do URBAN II e a Conferência de Londres (8 e 9 de Julho de 2002)
Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN IIParceria com as Cidades
desemprego de longa duração, pobreza e exclusão,número de imigrantes, minorias étnicas ou refugiados,criminalidade e delinquência, baixos níveis de educação e de qualificações, reduzidos níveis de actividade económica,necessidade de reconversão social e económica, evoluçãodemográfica negativa e degradação do ambiente.
O desemprego pode ser particularmente grave nascidades, concentrando-se em certas zonas da periferia.Algumas cidades apresentam níveis de desemprego muitosuperiores aos do país em que se situam. O SegundoRelatório da Comissão Europeia sobre a Coesão Económicae Social (4) revelou que em 10 Estados-Membros odesemprego era normalmente mais elevado nas zonasurbanas do que no resto do país.
As cidades da Europa defrontam-se com muitos desafios,bem como com muitas oportunidades. Apesar das cidadesserem motores de crescimento nas suas regiões, existemainda muitas bolsas carenciadas, mesmo nas cidades commaior sucesso económico. A diversidade cultural de muitascidades atrai visitantes, moradores e empresas. Noentanto, as elevadas taxas de criminalidade de algumascidades e arredores afastam as pessoas e o investimento.Verifica-se igualmente um paradoxo em termosambientais: as pessoas que vivem nas cidades sofrem osníveis mais elevados de poluição, mas também são aquelasque, per capita, sobrecarregam menos o ambiente.
Os problemas das zonas URBAN II espelham e ampliam osdas cidades de um modo geral. Para se qualificar comozona URBAN, um local tem de obter uma pontuaçãoelevada em pelo menos três dos seguintes indicadores:
Os desafios económicos, sociais eambientais com que se defrontam ascidades e as zonas URBAN II
(2) Programação dos Fundos Estruturais 2000-2006: avaliação inicial da Iniciativa URBAN; Comunicação da Comissão ao Conselho, aoParlamento Europeu, ao Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões, (COM(2002) 308 final de 14 de Junho de 2002).
(3) Lançada pela Comissão Europeia em 1997, a Auditoria Urbana destina-se a medir a qualidade de vida em cada cidade da UE e disponibilizarinformações comparativas sobre elas.
(4) Comissão Europeia (2001): Unidade da Europa, solidariedade dos povos, diversidade dos territórios. Segundo relatório sobre a CoesãoEconómica e Social, Bruxelas, 2001.
Esta secção aborda os principais problemas com que se defrontam as zonas URBAN II e as cidades europeias. A análise das zonas
URBAN II confirma que têm de enfrentar múltiplos desafios, como desemprego elevado, altas taxas de criminalidade, grandes
percentagens de minorias étnicas e falta de espaços verdes. Na verdade, na maior parte das cidades europeias, existe uma
tendência acentuada para que estes desafios se concentrem em certas zonas de periferia – as disparidades no seio de uma
cidade são habitualmente mais profundas do que as diferenças entre cidades. A informação apresentada tem por base a
avaliação inicial da Comissão Europeia sobre a Iniciativa URBAN, de Junho de 2002 (2), e ainda o projecto Auditoria Urbana (3).
Figura 1. Taxas de desemprego – média da cidade e variação entre as zonas de periferia menose mais afectadas
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Antu
érpi
a Bé
lgica
Brux
elas
Bél
gica
Cope
nhag
a Di
nam
arca
Coló
nia
Alem
anha
Esse
n Al
eman
ha
Fran
kfur
t Ale
man
ha
Ham
burg
o Al
eman
ha
Leip
zig A
lem
anha
Mun
ique
Ale
man
ha
Estu
gard
a Al
eman
haAt
enas
Gré
ciaPa
tras G
récia
Saló
nica
Gré
cia
Barc
elon
a Es
panh
a
Mad
rid E
span
ha
Mál
aga
Espa
nha
Sara
goça
Esp
anha
Sevil
ha E
span
ha
Vale
nça
Espa
nha
Helsí
nqui
a Fin
lând
iaBo
rdéu
s Fra
nça
Lille
Fra
nça
Lião
Fran
ça
Mar
selh
a Fr
ança
Nant
es F
ranç
aNi
ce F
ranç
a
Estra
sbur
go F
ranç
a
Toul
ouse
Fra
nça
Dubl
im Ir
land
aBa
ri Itá
liaFlo
renç
a Itá
liaG
énov
a Itá
liaM
ilão
Itália
Nápo
les I
tália
Pale
rmo
Itália
Rom
a Itá
liaTu
rim It
ália
Luxe
mbu
rgo
Luxe
mbu
rgo
Rote
rdão
Paí
ses B
aixo
sBr
aga
Portu
gal
Lisbo
a Po
rtuga
lPo
rto P
ortu
gal
Got
embu
rgo
Suéc
ia
Esto
colm
o Su
écia
Birm
ingh
am R
eino
Uni
do
Brad
ford
Rei
no U
nido
Card
iff R
eino
Uni
do
Edim
burg
o Re
ino
Unid
o
Gla
sgow
Rei
no U
nido
Leed
s Rei
no U
nido
Liver
pool
Rei
no U
nido
Man
ches
ter R
eino
Uni
do
As disparidade no interior de uma cidade são habitualmente mais profundas do que as diferenças entre cidades – as taxas dedesemprego são um bom exemplo.Fonte: Auditoria Urbana, dados de 1996.
11
12 Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN IIParceria com as Cidades
As diferenças entre as zonas periféricas de uma cidade, no
entanto, tendem a ser muito mais significativas do que as
diferenças entre cidades e entre outras zonas. Em Turim,
por exemplo, a Auditoria Urbana concluiu que a taxa de
desemprego na zona periférica mais afectada era mais de
dez vezes superior à da zona menos afectada. Mesmo nas
cidades com uma taxa de desemprego geralmente baixa,
alguns bairros apresentam uma grave concentração de
desemprego. Edimburgo, por exemplo, tinha uma taxa
média de desemprego de 5% na altura da Auditoria, mas
no bairro mais afectado a taxa era de 34%.
Estas disparidades entre zonas periféricas não constituem
por si só um problema sério, mas podem prejudicar o papel
das cidades como motor de crescimento. A Política de
Coesão europeia pretende não só reduzir o desemprego
global como atacar estas enormes disparidades entre zonas
periféricas.
Figura 2. Taxa de desemprego nos Estados-Membros, nas cidades da Auditoria Urbana Ie nas zonas URBAN II
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%Din
amar
ca
Áustri
a
Taxa
de
dese
mpr
ego
Estado-Membro em 2000
Cidades da Auditoria Urbana I em 1996
Zonas URBAN II em 2000
Rein
o Uni
doPa
íses B
aixos
Suéc
ia
Irlan
daFin
lândi
a
Grécia
Bélg
icaEs
panh
aAlem
anha
Fran
ça
Itália
Portu
gal
UE
O desemprego nas zonas URBAN II representa cerca do dobro do das zonas urbanas e o triplo do da UE no seuconjunto.Desemprego em percentagem da população em idade de trabalharFontes: Eurostat, Auditoria Urbana e relatórios das próprias Zonas URBAN II
Figura 3. Nacionais de países não pertencentes à UE nos Estados-Membros, nas cidades da AuditoriaUrbana I e nas zonas URBAN II
Irlan
da
Itália
Estado-Membro em 1999
Cidades da Auditoria Urbana I em 1996
Zonas URBAN II em 2000
Rein
o Uni
do
Finlân
dia
Grécia
Espa
nha
Áustri
aAlem
anha
Fran
ça
Bélg
icaPo
rtuga
lPa
íses B
aixos
Suéc
iaDin
amar
ca UE
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Perc
enta
gem
de
naci
onai
s de
paí
ses
não-
UE
As zonas URBAN II têm o dobro de imigrantes e de minorias étnicas das cidades da UE em geral e quatro vezesmais do que as da UE no seu conjunto.Fontes: Eurostat, Auditoria Urbana e relatórios das próprias zonas URBAN II
13Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN IIParceria com as Cidades
A taxa média de desemprego nas zonas URBAN II éespecialmente elevada – é sempre mais elevada do que amédia nacional e na maior parte dos casos é superior àmédia nacional das zonas urbanas. Em Amsterdão, porexemplo, a taxa de desemprego na zona URBAN II é cincovezes mais elevada do que a média neerlandesa. A zonaURBAN II de Lisboa tem uma taxa de desemprego de 38%,enquanto a média apurada na Auditoria Urbana para ascidades portuguesas é de apenas 3,6%.
A integração dos imigrantes e das minorias étnicas tornou--se uma questão política importante em muitos países,designadamente no contexto do envelhecimento dapopulação local. A natureza multicultural das cidades podeconstituir uma atracção importante para os turistas e paraos moradores. Mas os imigrantes precisam muitas vezes deajuda para participarem plenamente na vida económica e social do país de acolhimento.
A Figura 3 mostra que a maior parte das cidades tem umapercentagem de nacionais de países não pertencentes à UEmuito superior à de outras zonas dos países em que sesituam. Bruxelas, por exemplo, tem 15% de nacionais não--UE, o que representa quatro vezes mais do que a médiabelga que é de 3,5%. Nas grandes cidades, um em cadacinco residentes é nacional não-UE, em comparação comapenas um em cada sete nas cidades de dimensão média e um em cada doze nas pequenas cidades.
As zonas URBAN II são especialmente afectadas. Nalgunscasos, como San Sebastian, Aarhus e Bruxelas, estes gruposminoritários constituem actualmente a maioria.
A criminalidade é outra questão política que tem vindo a ganhar importância. Uma sensação de insegurança numbairro limítrofe leva as empresas e os residentes a evitaremou a abandonarem essa zona. Por sua vez, isso conduz a menor actividade económica e a maior abandono deedifícios, o que aumenta a sensação de insegurança.Romper com este círculo vicioso é um dos objectivos dosprogramas URBAN II, especialmente tendo em linha deconta que as taxas de criminalidade nas zonas URBAN IIcorrespondem ao dobro da taxa média verificada na UE no seu conjunto.
Em termos ambientais verifica-se um paradoxo: osmoradores das cidades são expostos a elevados níveis depoluição, embora muitas vezes sejam os utilizadores maiseficientes dos recursos naturais. Por exemplo, a poluiçãodo ar tende a ser mais elevada quando as pessoas vivemmuito próximas umas das outras. Mas a utilização de carrosper capita, um factor que contribui grandemente para apoluição do ar, é consideravelmente mais baixa nas cidadesdo que noutros locais. Grande parte da explicação resideno facto de os dias médios serem mais curtos e no acesso a sistemas de transportes públicos urbanos. Do mesmomodo, também a utilização per capita de energia e de águanas zonas urbanas tende a ser significativamente inferior à média nacional.
Viena, Áustria: a renovação desta praça na zona da Landstrasse foi financiada pelo URBAN I .
14 Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN IIParceria com as Cidades
A densidade populacional indicia falta de qualidadeambiental e a maior parte das zonas URBAN II sãodensamente povoadas – a densidade populacional médiado URBAN II é de 6 600 moradores por km2, comparadocom uma média de apenas 4 000 nas cidades da AuditoriaUrbana. Esta Auditoria abrange 22 dos programas URBANII, 18 dos quais apresentavam uma densidade populacionalmais elevada do que a cidade no seu conjunto. A Figura 5mostra estas densidades em comparação com a das cidadesno seu conjunto. O exemplo extremo é Sant Adrià de
Besòs, situada na área metropolitana de Barcelona. A zonado programa de Sant Adrià de Besòs tem uma densidadede 22 500 habitantes por km2, em comparação com 4 800na área metropolitana de Barcelona.
Os dados relativos aos espaços verdes revelam umasituação semelhante. As zonas URBAN II só têm metade dapercentagem média de espaços verdes das zonas urbanasda UE – 10,5% da zona total, contra 20,5%.
Figura 5. Densidade populacional nas zonas URBAN II em comparação com a cidadecorrespondente da Auditoria Urbana
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
Göt
ebor
gSt
rasb
ourg
Hel
sinki
/Van
taa
Ath
ens
(Per
ama)
Ant
wer
pen
Gla
sgow
(Cly
de W
ater
fron
t)Le
ipzi
gBo
rdea
uxBa
llyfe
rmot
Gra
z
Mila
no
Lisb
oaPo
rto
Gon
dom
ar
Berli
n
Gen
ova
Torin
oA
mst
erda
m
Wie
nLi
sboa
(Am
ador
a)Br
uxel
les-
Cap
itale
Rott
erda
mBa
rcel
ona
(S. A
dria
de
Beso
s)
Popu
laçã
o po
r km
2
Densidade populacional na Cidade no seu conjunto
Densidade populacional na zona URBAN II
A maior densidade populacional nas zonas URBAN II reflecte uma carência de espaços verdes e sobrelotaçãohabitacional.Fontes: Auditoria Urbana (para as cidades), relatórios próprios (para as zonas periféricas URBAN II)
Figura 4. Nacionais de países não pertencentes à UE nos Estados-Membros e nas cidadesda Auditoria Urbana, (1996)
Perc
enta
gem
de
naci
onai
s nã
o-U
E
Percentagem em Cidadesde Auditoria Urbana
0%
5%
10%
15%
20%Es
panh
a
Itália
Irlan
da
Finlâ
ndia
Portu
gal
Gré
ciaLu
xem
burg
oPa
íses B
aixo
sDi
nam
arca
Bélg
ica
Suéc
ia
Fran
çaRe
ino
Unid
oAl
eman
ha
Áust
ria
Embora, em média, as cidades tenham uma proporção mais elevada de minorias étnicas, há umaconsiderável variação de cidade para cidade. Por exemplo, as grandes cidades atraem mais imigrantes doque as pequenas cidades.Fonte: Eurostat, Auditoria Urbana
15Os desafios económicos, sociais e ambientais com que se defrontam as cidades e as zonas URBAN IIParceria com as Cidades
Programa URBAN I de Mulhouse, na Alsácia, França: no quadro da recuperação social e ambiental foram oferecidos aos habitantes pequenasparcelas de terreno a fim de cultivarem vegetais e flores.
16 Parcerias locais e intercâmbio de boas práticas na Europa – o método URBAN em acção Parceria com as Cidades
São muitos os desafios que as cidades enfrentam em toda a Europa e a Iniciativa Comunitária URBAN dispõe de recursos para
atacar somente uma pequena parte desses problemas. No entanto, uma parte importante do fundamento do URBAN reside no
seu contributo para a eficácia de outras acções urbanas. Para o conseguir, é preciso actuar como um laboratório, como um
modelo, gerando a matéria-prima para trocas de experiências. Muito do valor acrescentado do URBAN resulta pois do seu
método de implementação. Este método inclui características como a da abordagem integrada em questões como o
desenvolvimento económico local, a exclusão social e a recuperação física e ambiental. Inclui igualmente sólidas parcerias com
as autoridades locais e a comunidade local e possui diversos instrumentos para promover um ciclo de aprendizagem contínua.
Parceria com as autoridades locais – ajudar as cidades aajudarem-se a si própriasUma das características que distinguem o URBAN II é o grau de descentralização de gestão valorizando as autoridades locais.Dos 70 programas seleccionados, um terço tem um conselho municipal como autoridade de gestão. Estão neste caso osprogramas italianos, neerlandeses, austríacos, finlandeses e irlandeses, bem como a maior parte dos programas franceses.Trata-se de uma mudança significativa em relação ao URBAN I, no qual, por exemplo, as autoridades nacionais (ou os seusrepresentantes locais) eram responsáveis por todos os programas em França e em Itália.
Em relação a outra terça parte dos programas, a autoridade local é o principal interveniente, em parceria com o governocentral. Por exemplo, nas regiões inglesas, embora a autoridade de gestão seja um serviço do governo central, aresponsabilidade quotidiana foi delegada nos seus serviços regionais. Além disso, os conselhos municipais aceitaram o papelde “organismo responsável” e incumbe-lhes a gestão financeira e a apreciação dos projectos, dentro de parâmetros muitolatos estabelecidos pelo governo central. Em Espanha e na Grécia existem relações semelhantes entre o Ministério das
Finanças e os municípios.
Na maior parte dos restantesprogramas o conselho municipal émembro de pleno direito do comitéde acompanhamento. É o caso daAlemanha, por exemplo, onde asautoridades de gestão são os Länder,e de Portugal, onde são asautoridades nacionais queconduzem o processo. Em muitoscasos, não é só a respectivaautarquia local que estárepresentada, mas também aassociação nacional de autarquias.Este intenso grau de parceria com oseleitos locais, para além deimpulsionar a democracia local,promove igualmente a eficácia dasacções da UE e a sua visibilidade anível local.
Parcerias locais e intercâmbio de boaspráticas na Europa – o método URBANem acção
Jovens do Programa URBAN II de Bristol visitaram Bruxelas e Antuérpia para apresentarem oseu programa e trocarem ideias. Os jovens daquela zona são parceiros fundamentais naexecução do programa.
17O método URBAN: Parceria com as autoridades locaisParceria com as Cidades
Localizado no centro histórico da cidade, o paláciorenovado será utilizado para actividades e serviçoscomunitários e para incentivar a renovação social eeconómica dos subúrbios. O projecto vai recuperar 5 100 m2 de espaço para formação e para actividadessociais, culturais e de tempos livres.
Uma característica inovadora do projecto consiste na vastaparticipação cívica. O conselho municipal desenvolveu assuas relações com as associações de moradores e decomerciantes para realizar, em parceria com estasassociações, um processo circunstanciado de consulta
pública. A população local participou activamente nasdiferentes fases, apresentando propostas e definindo oprojecto. A consulta assumiu a forma de fóruns e painéisde consulta pública e através do “FOROS URBAN”prossegue uma consulta permanente. O URBAN IIproporcionou ao conselho municipal a oportunidade detestar pela primeira vez esta abordagem em profundidade.
Na sua totalidade, o programa URBAN II abrange uma áreade aproximadamente 1,7 km2, que inclui o centro históricoe o bairro de Rochapea. A zona abrange uma populaçãode 29 119 habitantes. A taxa de desemprego ronda os12%, sendo mais elevada do que a média da cidade, e a zona caracteriza-se por uma diminuição constante dapopulação, um ambiente urbano em deterioração eproblemas de exclusão social e económica. O programapretende combater estes problemas, principalmenteatravés de uma renovação sensível em termos ambientaisdos locais abandonados, de pactos de emprego, serviçosbásicos, inserção social e acções para promover o acesso e a utilização das novas tecnologias.
URBAN II - Pamplona (Espanha)
Um palácio para consenso
A renovação de um palácio abandonado do século XVI (Palácio do Condestável), para utilização como equipamento da
comunidade. Uma das especificidades do projecto consiste na intensa cooperação entre o conselho municipal e a
comunidade local.
O “Palácio para o consenso”. Este palácio será renovado e servirá de centro comunitário. Otrabalho, neste projecto, está a permitir que o conselho municipal reforce as suas relaçõescom os moradores e os comerciantes locais.
Contacto:Ayuntamiento PamplonaSrª Maite Errea e Sr. José Ma. Gonzálezc/Zapatería, 40-4E-31001 PamplonaTel.: +34 948 42 05 27Fax: +34 948 42 05 32E-mail: [email protected]:http://www.pamplona.net/urbanpamplona/web/intro.htm
Custo total do projecto: 3 503 900 euros
Contribuição da UE (FEDER): 1 715 950 euros
Este programa, administrado pelo conselho municipal,atraiu uma forte participação local. Os moradores e as
associações comerciais estão fortemente representadosno comité de acompanhamento.
O projecto Gründungspaket (“pacote de arranque”)
destina-se a desenvolver esta capacidade técnica
e o crescimento das PME. Inclui quatro módulos:
o desenvolvimento de um “centro de tutoria”; informação
sobre os critérios de participação das PME no URBAN II; um
centro de incubação, desenvolvido em estreita cooperação
com as universidades e um “balcão único”, que facilita os
contactos com a administração e com outros intervenientes
no apoio às empresas em fase de arranque. Uma estratégia
integrada de comunicação ajudará a atrair empresas dos
vários sectores.
O projecto adopta uma abordagem global dos diversos
desafios que as novas iniciativas de inovação têm que
enfrentar. Isto é possível graças a uma preexistente e
estruturada parceria entre a entidade que gere o projecto
– a cidade de Graz – e as universidades, empresas e
agências de desenvolvimento locais.
A cidade de Graz está também a envidar esforços no
sentido de desenvolver sinergias entre os diversos
projectos. Por exemplo, o projecto está estreitamente
associado aos projectos “Wissensstadt” e “Start-up Center
Reininghaus”, também integrados no programa URBAN II
de Graz. Além disso, o conselho municipal estabeleceu
ligação com outros projectos não financiados pelo URBAN,
uma vez que o apoio a novas empresas é um elemento
fundamental do plano de desenvolvimento económico da
cidade, enquanto a “Initiative Stadtteilentwicklung Graz-
West” foi criada para promover parcerias entre
intervenientes como as universidades, as empresas e o
sector público.
O FEDER contribuirá com 4,2 milhões de euros para o
programa. O programa terá co-financiamento nacional,
regional e local e o seu orçamento total ascenderá a
20,555 milhões de euros. O sector privado contribuirá
com 3,755 milhões de euros.
Contacto:Magistrat der Stadt GrazDI Hansjörg LusterEuropaplatz 20A-8020 GrazTel.: + 43 3 16872 4200Fax: + 43 3 16872 4209E-mail: [email protected]: http://www.urban-link.at/
Custo total do projecto: 960 000 euros
Contribuição da UE (FEDER): 380 000 euros
18 O método URBAN: Parceria com as autoridades locaisParceria com as Cidades
Dando continuidade ao programa URBAN I em Graz
(Bezirk Gries), o programa URBAN II, “Urban_Link Graz-
West”, abrange uma área total de 738 ha na parte
ocidental da cidade. Esta zona, com uma população de
31 930 habitantes (a população total de Graz é de
240 967 habitantes), enfrenta diversos desafios,
nomeadamente um declínio da actividade económica,
elevado desemprego, uma vasta população imigrante,
níveis de educação abaixo da média, exclusão social e
pressões ambientais decorrentes dos transportes. No
entanto, como factor positivo, está a “Fachhochschule”
(instituto superior local), que está a atrair mais estudantes,
verificando-se ainda um crescimento contínuo do sector
das PME.
URBAN II - Graz (Áustria)
Uma abordagem integrada para a inovaçãoempresarial
Apenas 10% das novas PME de Graz são actualmente definidas como “inovadoras”, pelo que o conselho municipal fixou o
objectivo de promover essas empresas em fase de arranque. O programa URBAN II fornece os meios, mas os contactos do
conselho municipal com as universidades e as empresas será fundamental para o êxito do projecto.
“Festa de lançamento”, 15 de Novembro de 2002: sensibilizar osempresários e os moradores para as oportunidades oferecidas peloprograma URBAN II de Graz. Um dos objectivos principais da cidadede Graz é fomentar um ambiente empresarial inovador e o URBANII constitui uma excelente oportunidade para isso.
O pavilhão URBAN II de Graz na “Steirische Gründungsmesse2002”, que distribuiu informação sobre o apoio a novas empresasinovadoras.
19
Implicar a comunidade localUm objectivo fundamental do URBAN II consiste em fazer da comunidade local um parceiro de pleno direito no esforço derenovação. Em mais de 80% dos casos, parceiros locais como grupos da comunidade, grupos de voluntários e associações demoradores foram amplamente consultados sobre a concepção dos programas. Estes grupos estão igualmente representadosnos comités de acompanhamento, que são responsáveis pela sua gestão estratégica.
A constituição de uma parceria forte com as comunidades locais é, sem dúvida, uma das melhores formas de valoracrescentado. Não apenas porque torna os programas mais eficazes e mais orientados para as necessidades locais, mastambém porque contribui para o desenvolvimento, a longo prazo, das zonas em questão. Uma vez criada, uma parceria localtem potencial para desempenhar outros papéis na promoção do desenvolvimento local como, por exemplo, melhorar oplaneamento estratégico local, encontrar novas formas de aplicar as verbas locais e promover o investimento do sectorprivado. Além disso, o envolvimento da sociedade civil promove o modelo europeu de governação e constitui uma formavisível e concreta de aproximar mais a Europa dos seus cidadãos.
O método URBAN: Implicar a comunidade localParceria com as Cidades
Berlim, Alemanha: plantação de uma árvore por ocasião dainauguração do Escritório URBAN II.
URBAN I, Bremen, Alemanha: festa de rua em Gröpelingen.
Saarbrücken, Alemanha: a equipa URBAN IIparticipa no “Faschingszug” (Carnaval) emDudweiler, Fevereiro de 2001.
20
A zona URBAN II de Roterdão está situada nos bairros docentro desta que é a segunda maior cidade dos PaísesBaixos. A maioria da população não é de origemneerlandesa, mas principalmente constituída por gruposde imigrantes da Turquia, Suriname e Marrocos. Asoportunidades económicas e os níveis de educação sãobaixos e muitos dos jovens acabam por cair nacriminalidade, principalmente a criminalidade associada à droga.
Dos 5 000 jovens que vivem nesta zona, cerca de 1 200 sãode origem marroquina. A transição para uma nova vidanos Países Baixos não foi fácil para as famílias destesjovens. Na verdade, calcula-se que cerca de metade destasfamílias se debatem com múltiplos problemas em matériade tarefas de educação vital. Os normais processosculturais, que poderiam ter ajudado estes jovens aencontrar o seu lugar numa cultura mais vasta e no mundodo trabalho, foram largamente esquecidos.
Assim, foi formulado um “plano de recuperação”, que dáatenção ao desenvolvimento da capacidade das famílias eda comunidade local para se entreajudarem, de modo quetanto os pais como os jovens se possam tornar activos e setransformem em membros de pleno direito dacomunidade. “Het Klooster” é a parte do plano centradanos jovens.
“Het Klooster” envolve a criação de um centrocomunitário que funciona como um segundo lar para osjovens marroquinos, centrando-se no ensino e naformação, bem como nos tempos livres. As actividadesincluem música, produções teatrais, grupos de discussão,leitura de livros em voz alta por pais convidados, apoio narealização dos trabalhos de casa e obtenção deconhecimentos informáticos. Além disso, é dada ênfase àigualdade de oportunidades na comunidade marroquina,como aulas para raparigas e formação em matéria desensibilidade para rapazes, e à integração na comunidadeneerlandesa mais alargada, através de actividades queestabelecem uma ponte entre os neerlandeses e osimigrantes.
Para atingir estes objectivos ambiciosos é essencial implicara comunidade local. As organizações locais de cariz social e cultural, bem como os pais, estiveram representados noprocesso de planeamento e estão activos como voluntários.As escolas, os trabalhadores sociais e a polícia localtambém estão estreitamente implicados, dando conselhospráticos e assistência. O apoio vem ainda dos serviçosmunicipais, de políticos locais e do Departamento deDesporto e Tempos Livres.
URBAN II - Rotterdam (Países Baixos)
Um segundo lar para jovens marroquinosEste projecto de Roterdão pretende dar um sentido à vida de jovens marroquinos reduzindo os problemas da criminalidade,
desordem e abandono escolar nos bairros visados. Os grupos da comunidade local, bem como as escolas, os trabalhadores
sociais e a polícia local são parceiros fundamentais deste projecto.
O método URBAN: Implicar a comunidade localParceria com as Cidades
Contacto:Dienst Sport en RecreatiePostbus 1240NL-3000 RotterdamFax: +31 104 173 885E-mail: [email protected]: http://www.rotterdam.nl/flash/index.html
Custo total do projecto: 904 675 euros
Contribuição da UE (FEDER): 452 337 euros
O Centro comunitário oferece muitas oportunidades aos jovens,combinando ensino e formação com tempos livres.
“Het Klooster” – Um centro comunitário que promove a inserçãosocial e económica de jovens marroquinos.
21
A zona URBAN II conta com 27 900 habitantes das antigascomunidades de construção naval de Clydebank e PortGlasgow. Actualmente, a zona debate-se com elevadosníveis de desemprego, baixos níveis de resultados escolarese muitos dos problemas socioeconómicos tradicionais emaglomerados urbanos desfavorecidos. No entanto, a zonaestá bem servida em termos de comunicações e tem acessoà rede de auto-estradas. Tem, portanto, um potencial dedesenvolvimento considerável.
Esta zona tem uma longa tradição de trabalho emparceria. A entidade que administra o projecto, WestDunbartonshire Healthy Living Initiative (Iniciativa de VidaSaudável em West Dunbartonshire), é gerida porrepresentantes da comunidade local e é financiada poruma série de organismos, nomeadamente o conselho locale o conselho de saúde.
Os principais objectivos do projecto, intitulado “SouthClydebank Community Focus”, são:
• Promover uma saúde sã na comunidade local,especialmente no que se refere às pessoas socialmenteexcluídas. O projecto centra-se especificamente nacapacidade de identificar e combater situações de stresse tem como objectivo melhorar a saúde mental, física e emocional bem como aumentar a confiança e auto--estima, visando assim aumentar as oportunidades deemprego;
• Oferecer formação para o emprego, incluindoinformática para funcionários administrativos, primeirossocorros, saúde e segurança e higiene alimentar.
O projecto durará três anos e incluirá três cursos deformação para o emprego, cada um com uma duração de20 semanas e abrangendo 15 residentes locais. O projectofinanciará igualmente sete novos postos de trabalho,incluindo dois trabalhadores de saúde de base dacomunidade e especialistas de formação.
URBAN II - Clyde Waterfront (Reino Unido)
Melhoria de vida para antigascomunidades de construção naval
O programa tem por objectivo melhorar a qualidade de vida dos moradores nestas duas antigas comunidades de construção
naval. Um projecto interessante que conta com representantes da comunidade local, os quais gerem uma iniciativa que visa
promover a saúde e a empregabilidade, especialmente para os socialmente excluídos.
O método URBAN: Implicar a comunidade localParceria com as Cidades
Contacto:West Dunbartonshire Healthy Living InitiativeUnit 9, Leven Valley Enterprise CentreCastlehill Road, UK-Dumbarton G82 5BNTel.: +44 141 572 4400Fax.: +44 141 572 4499E-mail: [email protected]: http://www.wsep.co.uk
Custo total do projecto: 938 863 euros
Contribuição da UE (FEDER): 469 431 euros
Hospital e casas em Clyde Waterfront. Oprograma dá grande ênfase à promoçãode uma vida saudável, sendo dirigido poruma parceria alargada, que incluirepresentantes da comunidade local.
Um ciclo de aprendizagem sistemática
A Iniciativa Comunitária URBAN dispõe de diversos instrumentos para melhorar a sua orientação e eficácia, tanto para os próprios programas URBAN como para as medidas urbanas em geral.
Entre eles incluem-se:
• Promoção, através do lançamento de uma nova fase da Auditoria Urbana, de um aprofundamento do conhecimento da
situação nas cidades europeias, lançando assim as bases para uma cultura de recurso às estatísticas e aos indicadores
urbanos. A Auditoria Urbana, publicada pela Comissão em 2000 (5), avaliou a qualidade de vida em 58 cidades europeias.
Foi seleccionada uma vasta série de indicadores socioeconómicos, incluindo temas como participação na vida cívica, ensino
e formação, ambiente, cultura e tempos livres.
• Adopção de uma lista de indicadores comuns inspirados na Auditoria Urbana para o acompanhamento e avaliação dos
programas. Trata-se de uma condição importante para uma execução mais eficaz e proporcionará uma base de avaliação
comparável.
• A Rede Europeia de Intercâmbio de Experiências, “URBACT”, irá estruturar a identificação de boas práticas e o intercâmbio
de experiências entre cerca de 200 cidades da UE. O programa é administrado pelas autoridades francesas, de acordo com
os outros Estados-Membros e a Comissão. Elemento fundamental serão as redes para intercâmbio de experiências sobre
temas específicos. As cidades tomarão a iniciativa propondo estes temas e construindo as redes. Outras actividades
incluirão a formação, instrumentos de informação e estudos.
(5) Comissão Europeia (2000): The urban Audit, 2 vols., Bruxelas
Mais de 600 pessoas provenientes de 170 cidades da Europa – muitos presidentes de câmaras e outros autarcas – participaram na Conferência“Cidades da Coesão”, realizada em Londres em Julho de 2002.
22 O método URBAN: Um ciclo de aprendizagem sistemáticaParceria com as Cidades
23O método URBAN: Um ciclo de aprendizagem sistemáticaParceria com as Cidades
Em 1998, a Comissão lançou um inquérito único e globalsobre a qualidade de vida em 58 cidades europeias. Esteinquérito (“Auditoria Urbana”) permitiu que presidentesde câmara, urbanistas e cidadãos em geral tivessem acessoa uma vasta gama de dados socioeconómicos sobre as suascidades e os pudessem comparar com os dados de outrascidades europeias. Anteriormente não era possível fazertais comparações porque havia imensas lacunas nainformação disponível. Quando existiam dados muitasvezes eles não eram comparáveis entre Estados-Membros.
O objectivo deste exercício experimental era testar aviabilidade da recolha de informação relativa a mais de500 variáveis nas cidades europeias. Os resultados daprimeira auditoria foram apresentados no Dia da AuditoriaUrbana em Paris, em Setembro de 2000.
Devido à reacção à primeira auditoria urbana,extraordinariamente positiva, e ao crescente interesse porestatísticas urbanas de elevada qualidade, foi lançada umasegunda Auditoria Urbana em 2002. Esta segundaAuditoria Urbana é ainda mais ambiciosa do que aprecedente. Abrange mais de 180 cidades, incluindoLondres e Paris, que não foram incluídas na primeiraauditoria por razões técnicas. Atendendo ao papelimportante desempenhado pelas cidades de médiadimensão na Europa, a Comissão decidiu igualmenteacrescentar 100 cidades, com populações entre 50 000 e 250 000 habitantes.
A primeira Auditoria Urbana recolheu informações sobremais de 500 variáveis em cinco domínios diferentes:aspectos socioeconómicos, ambiente, ensino e formação,participação na vida cívica e cultura e tempos livres.
A avaliação destas questões exigiu, algumas vezes, odesenvolvimento de métodos novos. Para a segundaAuditoria Urbana, estes métodos foram aperfeiçoados e alista de variáveis foi reavaliada e actualizada. Foi reduzidapara pouco mais de 300 variáveis, em relação às quaispodem ser obtidos dados exactos e fiáveis.
A auditoria processar-se-á em três níveis geográficosdiferentes. O nível principal diz respeito à cidadeadministrativa, o que assegura que a informação recolhidaé útil para aplicação de medidas. Um segundo nível é osuburbano, que agrupa zonas periféricas em zonascomparáveis de aproximadamente 20 000 habitantes. A informação a este nível contribuirá para melhorar acompreensão das disparidades entre as diversas partes dacidade. O terceiro nível, sempre que for adequado, dizrespeito à região mais vasta, que na maior parte dos casoscorresponde à zonagem administrativa seguinte.
No que se refere à cidade administrativa, a informaçãoserá recolhida nas mais de 300 variáveis. Para o nívelsuburbano e da região, será recolhida informação relativaa um número menor de variáveis. Todos os resultadosserão comparados com o valor médio a nível do Estado--Membro e da União Europeia.
Os resultados iniciais da segunda auditoria estarãodisponíveis a tempo de alimentar o debate sobre o futuroda Política de Coesão europeia. Os resultados completosserão publicados em 2004.
A Auditoria Urbana
Avaliar a qualidade de vida das cidadeseuropeias
URBAN II - Bremerhaven, Bremen, Alemanha: Festa de bairro na Ernst-Reuter-Platz.
Os objectivos do URBACT consistem em salientar as boas
práticas e retirar lições dos êxitos e dos pontos fracos
identificados nestes programas. O grupo-alvo são os
agentes urbanos das 216 cidades que beneficiam dos
programas URBAN I e II e dos projectos-piloto urbanos.
O URBACT tem duas prioridades principais:
• Intercâmbio e disseminação de conhecimentos. Incluem-
-se aqui as redes temáticas organizadas pelas próprias
cidades, as acções de reforço da capacidade dos agentes
urbanos e os estudos. Foram afectados a esta prioridade
14 milhões de euros, 50% dos quais virão da UE e outros
50% dos parceiros do projecto.
• Capitalização e informação. Inclui a criação de uma
página Internet, a apresentação dos resultados e um
conjunto de instrumentos e informação sobre projectos
exemplares. O financiamento total para esta prioridade
é de 8,8 milhões de euros.
Além disso, existe um orçamento de 1,96 milhões de euros
para assistência técnica e para a gestão do programa.
O programa é administrado por um comité de
acompanhamento, que inclui membros representantes de
todos os Estados-Membros participantes e da Comissão
Europeia. O Ministério francês para a Cidade e a Renovação
Urbana (Delegação Interministerial para a Cidade, DIV) foi
designado como autoridade de gestão.
Contacto:Ministère délégué à la ville et à la rénovation urbaineSr. Jean-Loup Drubigny194, avenue du Président WilsonF-93217 Saint Denis La Plaine CedexTel : +33 1 47 04 11 23E-mail : [email protected] : http://www.urbact.org
Custo total do projecto: 24 760 000 euros
Contribuição da UE (FEDER): 15 900 000 euros
O programa conta com o apoio activo de uma série de parceiros anível nacional e local…
Lançamento do programa URBACT em Paris, 20 de Fevereiro de2003. O programa estrutura o intercâmbio de boas práticas emmatéria de renovação urbana.
… e suscita grande interesse por parte da comunicação social.
24 O método URBAN: Um ciclo de aprendizagem sistemáticaParceria com as Cidades
O Programa URBACT
Trabalhar em conjunto para promover boaspráticasUma das características mais marcantes do URBAN II reside no intercâmbio de boas práticas por toda a Europa, que é
objecto de um programa específico - a “Rede Europeia de Intercâmbio de Experiências” ou “URBACT”.
As zonas austríacas URBAN II de Viena e Graz associaram--se às zonas alemãs URBAN II de Berlim, Bremerhaven,Dessau, Dortmund, Gera, Kassel, Kiel, Leipzig,Luckenwalde, Mannheim/Ludwigshafen, Neubrandenburge Saarbrücken para criarem uma rede de intercâmbio deexperiências e de boas práticas.
Um dos primeiros grupos de trabalho criados no quadrodesta rede aborda o tema do apoio às PME. Um objectivofundamental consiste em comparar o conjunto de medidasnecessárias para aumentar a produtividade das PME.Algumas medidas procuram promover a criação de novasempresas, enquanto outras incidem no desenvolvimentodas já existentes. Há cidades que prevêem igualmente arenovação de escritórios, a aplicação de novas tecnologiasde produção ou de novas tecnologias no domínio doambiente e da energia, a prestação de serviços de apoio àsPME e a contratação de desempregados, segundo oprincípio da igualdade de oportunidades para os grupossocialmente excluídos.
Outro objectivo do grupo de trabalho das PME é dar aosagentes locais uma visão acessível das acções elegíveis, doscritérios e das percentagens de investimento máximas noâmbito do URBAN II. O grupo de trabalho apoia-sebastante nas experiências das cidades de Chemnitz,Magdeburg e Rostock, que já implementaram medidassemelhantes no quadro do URBAN I.
Existem outros grupos de trabalho previstos ou afuncionar, que cobrem temas como a participação doscidadãos; indicadores socioeconómicos deacompanhamento; a sociedade da informação; apoio aparques tecnológicos; ensino e investigação como motoresdo desenvolvimento integrado das cidades; cultura e comunicação social como forças de desenvolvimento;sinergias entre projectos.
Rede germano-austríaca URBAN
Trabalhar em conjunto para a renovaçãourbanaAs 12 cidades alemãs e as 2 cidades austríacas que participam no URBAN II criaram uma rede de intercâmbio de boas práticas
sobre diversos temas. Um dos primeiros assuntos a ser tratado foi o do apoio às pequenas e médias empresas (PME).
Contactos:Dr. Lothar BlattLeiter des Deutsch-Österreichischen URBAN-Netzwerkes und Repräsentant des DV e.V. in BrüsselTel.: + 32 2 550 16 10E-mail: [email protected]
Christian HuttenloherWissenschaftlicher MitarbeiterTel.: + 32 2 550 16 10E-mail: [email protected]: http://www.deutscher-verband.org/seiten/urban-netzwerk/default.asp
Encontro da rede germano-austríaca URBAN II emGraz, Outubro de 2002, para intercâmbio deexperiências sobre a sociedade da informação e“educação e investigação como motores dodesenvolvimento integrado da cidade”.
25O método URBAN: Um ciclo de aprendizagem sistemáticaParceria com as Cidades
26 Uma abordagem integrada das necessidades urbanasParceria com as Cidades
As cidades, enquanto motores do crescimento, têm um papel essencial na competitividade económica da UE. A concentraçãonas cidades das actividades pessoais, económicas e culturais e o seu papel de centros de transporte, fazem também dascidades locais estratégicos para promover a renovação física e a sustentabilidade ambiental. No entanto, devido às bolsasde pobreza, carências e desemprego, tão comuns nas cidades, elas representam igualmente um elemento-chave na lutacontra a exclusão social.
São muitas as medidas urbanas, adoptadas a nível nacional ou da EU, que procuram resolver estas questões. Contudo, umacaracterística notável da iniciativa comunitária URBAN é que pretende tratar todas estas necessidades de forma integrada e coordenada. O objectivo consiste em ajudar as cidades a ajudarem-se a si próprias e introduzir melhoramentos auto--sustentáveis nas seguintes áreas:
• Aumento da competitividade• Resolução dos problemas sociais• Recuperação física e ambiental
A vantagem de uma abordagem integrada reside em ser muitas vezes difícil tratar separadamente estas três prioridades naszonas urbanas desfavorecidas. Existem ligações óbvias e naturais entre estas prioridades, e a iniciativa URBAN procura levarisso em conta. Por exemplo, a integração no mercado de trabalho das pessoas socialmente excluídas também fomenta aeficiência económica. Do mesmo modo, é difícil promover uma zona sem resolver os seus problemas sociais e ambientais, semcombater a criminalidade e sem dar um novo destino aos terrenos abandonados. Além disso, a criação de mais postos detrabalho e o crescimento económico facilitam geralmente a promoção da inserção social e a recuperação do ambientenatural e físico.
Uma abordagem integrada dasnecessidades urbanas
Renovação de um clube de jovens no quadro do URBAN II emBerlim, Alemanha.
Esperança para o futuro: festa de rua assinalando o lançamento doURBAN II em Bremerhaven, Alemanha.
Pavilhão gimnodesportivo renovado no quadro do URBAN I emMantes-la-Jolie, França.
27Uma abordagem integrada das necessidades urbanasParceria com as Cidades
Taranto situa-se em redor do golfo de Taranto, no marJónio. O programa URBAN II abrange o centro histórico dacidade (área de 509 ha, com 47 400 habitantes), que incluios dois lados históricos do golfo e a ilha no meio. A economia de Taranto baseava-se tradicionalmente naindústria do ferro e do aço, indústria que entrou emdeclínio nos últimos anos. Com o encerramento destaindústria pesada, os bairros dos arredores vêem-seconfrontados com desemprego de longa duração, elevadastaxas de criminalidade, pobreza e um nível residual depoluição do ar e do solo muito elevado.
Apesar da ilha constituir um local muito importante doponto de vista do património arqueológico e cultural (o primeiro povoamento data de 700 a.C.), esta parte dacidade foi efectivamente abandonada a partir da II GuerraMundial. Isolada do resto da cidade, a ilha não oferecesegurança e é considerada um ponto nevrálgico dacriminalidade. Para resolver esta situação e incentivar umnovo desenvolvimento da ilha, o programa URBAN II vaiimplementar um extenso projecto de recuperação. O desafio consiste em desenvolver os sectores cultural,comercial e do turismo, oferecendo assim novasoportunidades de emprego. Os edifícios serão recuperadose, paralelamente, será dada formação específica nodomínio da construção utilizando materiais locais e detécnicas de restauração.
Uma segunda secção do Museu Nacional de Arqueologia,que está localizado na cidade, ficará alojada na ilha, numdos edifícios recuperados, e será dada formação sobre a gestão do património cultural. Outros edifíciosrecuperados serão oferecidos a PME que trabalhem nodomínio do artesanato e será oferecido aosdesempregados um curso de formação em gestão deturismo e serviços comerciais. Os espaços públicos da ilhaserão melhorados através da implementação de medidasno domínio do ambiente e dos transportes públicos.
Os resultados esperados do projecto incluem a criação denovas oportunidades de emprego: a recuperação deedifícios ocupará directamente 150 pessoas e serão criadosmais 600 postos de trabalho nos sectores do artesanato edo comércio. Prevê-se igualmente que os diversos cursos deformação serão frequentados por um total de 1 300pessoas. Além disso, o aumento do número de pessoas e serviços funcionará como elemento dissuasor para osdelinquentes.
URBAN II - Taranto (Itália)
Repovoar a ilha
O objectivo do programa URBAN II para Taranto é a renovação do centro histórico da cidade, incluindo a ilha de Taranto.
70% dos edifícios da ilha estão ao abandono e não oferecem segurança, devido a problemas fundamentais e estruturais.
Contacto:Arq. Antonio LiscioComune di TarantoVia XX Settembre, 6I-74100 Taranto Tel: + 39 099 4581981Fax: + 39 099 4581997E-mail: [email protected]: http://www.comune.taranto.it/
Custo total do projecto: 20 000 000 de euros
Contribuição da UE (FEDER): 7 701 530 euros
Ponte que liga a ilha de Taranto ao centro histórico da cidade.
A degradação dos imóveis é comum na ilha de Taranto e 70% dosedifícios estão ao abandono e não oferecem segurança.
28 Uma abordagem integrada das necessidades urbanasParceria com as Cidades
O programa abrange parte de dois bairros no sudeste,Lichtenberg e Friedrichshain, abrangendo um total de30 000 habitantes. Esta antiga zona industrial, caracterizadapor infra-estruturas ferroviárias abandonadas, tem vindo asofrer um declínio económico desde 1990 e apresenta umataxa de desemprego de quase 16%.
O primeiro passo do projecto KulturgewerblichesGründerzentrum foi a criação da associação cultural RAW--Tempel, com o apoio financeiro do URBAN. A associaçãoirá renovar os edifícios importantes do ponto de vistaarquitectónico e dar formação a pequenas empresas queprocuram tornar-se viáveis do ponto de vista financeiro.Tenta-se igualmente criar uma rede de boas práticas entreas diversas empresas que irão ocupar os edifíciosrenovados.
Para além de artistas, operadores culturais e artesãos, o local irá acolher um fabricante de tambores que está a exportar, em colaboração com estúdios de gravação e produtores musicais, a sua invenção do “controlopneumático do tom”.
No total, serão criadas 25 unidades e, até 2006, devemestar instaladas no local 12 empresas. Este projectopermite uma abordagem integrada, onde a cultura é ocatalisador do desenvolvimento económico e da renovaçãourbana.
O projecto “RAW-Tempel” está a recuperar edifícios desocupadosdos caminhos-de-ferro, que transforma em centros de actividadesartesanais e de inovação, aumentando o emprego e reforçando a economia local.
Contactos:RAW - Tempel e.V.Revaler Straße 99D-10245 BerlinTel.: +49 (0) 30 25799111E-mail: [email protected]
Custo total do projecto: 661 000 euros
Contribuição da UE (FEDER): 400 000 euros
URBAN II – Berlim Lichtenberg-Friedrichshain (Alemanha)
“Ultrapassar os obstáculos”
Um projecto essencial do programa URBAN II para Berlim é o Kulturgewerbliches Gründerzentrum RAW-tempel e.V (Centro
de Artes e Artesanato), que promove a implantação de pequenas empresas do sector cultural e do artesanato em edifícios
desocupados dos caminhos-de-ferro. O projecto tem como objectivo renovar e recuperar a zona e reforçar a economia local.
29Uma abordagem integrada das necessidades urbanasParceria com as Cidades
A zona do programa URBAN II do Havre situa-se na partebaixa, a sul da cidade, perto do porto, e tem cerca de17 000 habitantes. Urbanizada nos finais do século XIX paraalojar os trabalhadores do porto, esta zona caracteriza-seactualmente por uma sobreposição de bairros residenciaise não residenciais, pela existência de extensos terrenosindustriais abandonados e por um ambiente degradado. A população activa, constituída sobretudo por operários,está a sentir em pleno o impacto do declínio industrial,com uma taxa média do desemprego de 35%. As mulheressão particularmente vulneráveis, especialmente as mãessolteiras e as que não possuem qualificações. No entanto,em termos de desenvolvimento potencial, a zona tem umasérie de pontos fortes, nomeadamente a sua grandeextensão, uma boa localização, um património históricoimportante e uma população relativamente jovem.
Desde o ano 2000 que a associação PROFILE recolhegrandes peças do lixo, das quais cerca de metade(aproximadamente 1 500) são peças de mobiliário demadeira. Estas peças, que podem ser restauradas, a maiorparte das vezes são enviadas para um centro de recolha deresíduos. Com o apoio do programa URBAN II e parasalvaguardar o ambiente e arranjar colocação paraelementos vulneráveis da comunidade, a associaçãoPROFILE está agora a desenvolver uma acção de formaçãono domínio do restauro, que proporcionará ocupação paramulheres desempregadas, a maior parte das quaisbeneficia do RMI (rendimento mínimo de inserção ousubsídio de desemprego).
O projecto contribuirá, portanto, para diversos objectivos:
• Para os participantes, o projecto não foi concebido deforma rígida, em termos de os preparar para trabalharcom madeira. O objectivo é antes proporcionar uma“oportunidade de regresso ao trabalho”, facilitando o retorno a um emprego estável. Com a ajuda doacompanhamento social, o objectivo é promover aindependência, a autoconfiança, um trabalho ético e a reinserção no mundo do trabalho.
• Protecção do ambiente. As peças volumosas demobiliário estão a ser restauradas e, portanto, recicladas.
• Coesão social. O mobiliário produzido será vendido a grupos vulneráveis a baixo preço.
A formação acolherá 16 pessoas por trimestre. Porconseguinte, 64 mulheres iniciarão, em cada ano, um cursode reintegração profissional (formação, emprego, etc.) e, em média, serão restauradas 1 500 peças de mobiliário,que depois serão vendidas.
URBAN II – Le Havre (França)
A arte da madeira
Nos bairros mais a sul do Havre, onde os níveis de desemprego e as carências são especialmente elevadas, este projecto
URBAN II, intitulado “Arte da madeira”, irá contribuir para transmitir novas competências no domínio do restauro de
mobílias, criar novas oportunidades de emprego e fornecer artigos de mobiliário para revenda a baixo preço.
Contacto:Ville du HavreSr. Ouahid DorbaneAvenue du Général Leclerc, B. P. 51F-76084 Le Havre CedexTel.: +33 2 35 19 47 11Fax: +33 2 35 19 48 22E-mail: [email protected]: http://www.ville-lehavre.fr/
Custo total do projecto: 300 208 euros
Contribuição da UE (FEDER): 18 294 euros
Com o declínio das docas, a área URBAN II tem-se caracterizadopela degradação e pelo desemprego. Um projecto de reciclagem demobílias promove o emprego, protege o ambiente e, através dautilização e da venda do produto final a pessoas de baixosrendimentos, apoia a inserção social.
30 Uma abordagem integrada das necessidades urbanasParceria com as Cidades
O programa URBAN I para Antuérpia (Flandres) abrangia
uma zona com uma população de 66 300 habitantes, onde
desde há muito não havia investimento. A zona
caracterizava-se por elevados níveis de desemprego,
criminalidade e pobreza e tinha uma comunidade
imigrante importante. A criação de um telecentro em 1998
foi um dos projectos principais do programa URBAN I para
Antuérpia. O objectivo era fazer dele uma empresa
lucrativa, criar emprego e promover a renovação da zona.
A UE concedeu 325 000 euros para o projecto, o governo
da Flandres 335 000 euros, a cidade de Antuérpia
1 116 000 euros e o sector privado contribuiu com 497 000
euros, criando um investimento total de 2 273 000 euros.
O telecentro tem sido desde então um enorme sucesso.
A sua actividade cresceu, em média, 32% ao ano nos
últimos três anos. Em 2001 empregou mais de 160 pessoas
de 10 nacionalidades falando 14 línguas diferentes. Deu
igualmente um importante contributo para a inserção
social, uma vez que dois terços dos seus empregados são
mulheres, dois terços têm baixas qualificações e um terço
pertence a minorias étnicas. Além disso, o crescimento
desta empresa convenceu várias empresas de prestação de
serviços empresariais, como uma agência de trabalho
temporário, um restaurante e um pequeno supermercado
a instalarem-se nas imediações do telecentro, contribuindo
assim para a renovação económica desta zona periférica.
URBAN I – Antwerpen (Bélgica)
Telecentro funciona como catalisador darenovação e inserção social
O projecto Telecentro, destinado a incentivar o crescimento económico e a inserção social, foi um dos principais pilares do
programa URBAN I de Antuérpia. Fundos do URBAN II permitiram ao telecentro empregar mais de 160 pessoas, muitas das
quais oriundas de grupos sociais excluídos.
Contacto:Stad AntwerpenSoma vzwCoordenador do programa da UESr. Hugo HermansGrote Markt 27B-2000 AntwerpenTel.: +32 3 270 03 40Fax: +32 3 270 03 59E-mail: [email protected] Web: http://www.somavzw.be/
Custo total do projecto: 2 273 000 euros
Contribuição da UE (FEDER): 325 000 euros
O crescimento do telecentroincentivou diversas empresas de
prestação de serviços a deslocarem--se para os arredores.
O telecentro promove a inserção social e o emprego – dois terçosdos empregados são mulheres, dois terços têm poucas qualificaçõese um terço pertence a minorias étnicas.
31Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividadeParceria com as Cidades
Aumentar a competitividadeAs conclusões do Conselho Europeu de Lisboa, de Março de 2000, fixaram o objectivo da UE se transformar na economiabaseada no conhecimento mais competitiva e dinâmica do mundo, capaz de um crescimento económico sustentável commais e melhor emprego e progredindo para a coesão económica e social até 2010. As cidades europeias são fundamentaispara se atingir este objectivo, uma vez que funcionam como motores do crescimento regional, da inovação e da criação deemprego.
Para conseguir um desenvolvimento territorial equilibrado na UE, as cidades, qualquer que seja a sua dimensão, devempermanecer ou tornarem-se atractivas tanto para moradores como para empresas. Isto é especialmente importante para ascidades de pequena e média dimensão, situadas em locais isolados ou longínquos, uma vez que a estabilidade dessas cidadesé muitas vezes fundamental para o bem-estar das respectivas regiões. A sua capacidade para inovar e para criar novasoportunidades constitui um requisito prévio para assegurar uma boa posição na concorrência global. Além disso, economiasregionais fortes, orientadas por cidades competitivas, estão em melhores condições para proporcionar inserção social e paramanter e proteger o ambiente físico e natural.
As acções para reforçar a competitividade incluem a promoção de pequenas empresas comunitárias, da capacidadeempresarial, a criação de empregos, a inovação, a tecnologia da informação e a nova economia. Um domínioparticularmente interessante para a criação de postos de trabalho é a economia social, que pode incluir actividadesambientais ou culturais ou a prestação de serviços à comunidade local. A prevenção da criminalidade também desempenhaum papel importante na transformação destas zonas desfavorecidas em zonas mais atractivas para o investimento.
O “hotel de empresas”, um viveiro de PME criado no quadro do URBAN I em Les Mureaux França.
32 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividadeParceria com as Cidades
Bremerhaven é uma cidade com um porto marítimo nacosta do mar do Norte, Alemanha. A zona URBAN II situa--se na parte norte do centro da cidade e tem uma área de326 ha e uma população de quase 23 000 habitantes. Como declínio da construção naval tradicional e da indústria detransformação do peixe, os pequenos estabelecimentos, asempresas locais orientadas para os serviços e, infelizmente,os armazéns fechados passaram a ser a nota dominante no
ambiente económico local. Extensas áreas do portotornaram-se terrenos abandonados e a taxa dedesemprego e nível de pobreza estão agora muito acimada média da cidade. Nalgumas zonas, mais de 25% doshabitantes vivem dos subsídios da assistência social. O nívelda criminalidade também aumentou, principalmentedevido ao aumento dos crimes relacionados com drogas.
O projecto Parque Tecnológico “T.I.M.E. Port” faz parte doprograma global de recuperação da zona URBAN II. Oprojecto destina-se a incentivar o desenvolvimento de umsector sustentável de TI, apoiando as pequenas empresasenraizadas na comunidade local. As actividades doprojecto incluem a renovação e reconversão do antigoedifício do ‘Correio Imperial’ para criar o novo centroempresarial “T.I.M.E. Port” Quando estiver totalmenteocupado, este centro empresarial ocupará pelo menos 60 pessoas. A sua localização face ao porto deverá encorajaro prosseguimento da renovação da zona. A cooperaçãocom o instituto politécnico situado nas proximidades e comoutros institutos locais irá fomentar o desenvolvimento deuma estrutura económica alternativa e orientada para o futuro, que irá atrair outras empresas de TI do exteriorpara se instalarem em Bremerhaven.
Uma característica inovadora do projecto é a criação deuma direcção do “T.I.M.E. Port” que não se ocupará apenasda gestão do edifício, mas participará também nasactividades de recrutamento e de formação e namanutenção de contactos e cooperação com a comunidadelocal e com as autoridades locais relativamente aodesenvolvimento global da zona.
URBAN II - Bremerhaven (Alemanha)
Apoio a novas empresas de tecnologia depontaNo âmbito do programa URBAN II de Bremerhaven, o antigo edifício do ‘Correio Imperial’, fronteiro ao porto, está a ser
renovado e reconvertido para alojar pequenas empresas e empresas na fase de arranque no domínio das telecomunicações,
tecnologias da informação, multimédia e tempos livres (T.I.M.E., acrónimo de “Telecommunication, Information technology,
Multimedia and Entertainment”).
Contacto:Management Technologiepark – T.I.M.E. Port, Schifferstraße 10-14D-27568 Bremerhavenc/o Olaf Stammer (Technologieparkmanager)Tel.: +49 471 2900 142Fax: +49 471 2900 144E-mail: [email protected]: http://www.europa-bremen.de/efre
Custo total do projecto: 3 124 000 euros
Contribuição da UE (FEDER): 1 562 000 euros
O programa URBAN II abrange uma incubadora paranovas empresas nos domínios das telecomunicações,tecnologias da informação, multimédia e tempos livres(designado “Porto T.I.M.E.”).
O centro empresarial de T.I.M.E. Port está situado num edifíciofronteiro ao porto, renovado com fundos do URBAN II.
A entrada do novo centro empresarial – uma porta de acesso ànova economia para esta antiga zona de construção naval e detransformação de peixe.
33Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividadeParceria com as Cidades
No total, foram 5 as zonas cobertas pelo programa,
caracterizadas por uma elevada concentração de
imigrantes, taxas de desemprego elevadas e muitos
problemas sociais. A contribuição total da União Europeia
foi de 5,1 milhões de euros, que atraiu mais investimentos
no valor de 6,7 milhões de euros, permitindo criar recursos
num montante total de 11,8 milhões de euros.
Um dos projectos principais do URBAN I foi a renovação de
um edifício industrial e escritórios anexos, no quarteirão
da rua Facklan, que fica no centro da zona URBAN de
Malmö. O edifício foi renovado entre 1997 e 2000 para
instalar o Centro de Desenvolvimento de Facklan, que
alberga actualmente 67 novas empresas. Todas estas
empresas arrancaram com o apoio de um gabinete de
consultadoria criado para o efeito. Factor importante para
o êxito deste gabinete de consultadoria foi a parceria
entre a KOOP, uma associação de cooperação empresarial,
a ALMI, empresa pública que apoia o crescimento
e desenvolvimento económico, e as agências empresariais
e de emprego de Malmö.
Um antigo edifício escolar, contíguo ao quarteirão Facklan,
também foi renovado e convertido no “Centro
Comunitário de Sofielund”, que aloja agora uma série de
actividades baseadas na comunidade e que complementa
o desenvolvimento da zona.
O centro de actividades Facklan renovado com o apoio de URBAN I
O centro Facklan tem hoje 67 novas empresas e um gabinete de assistênciaàs PME
Contacto:City of MalmöMetropolitan Initiative / District of FosieSr Bertil NilssonAugustenborgsgårdenYstadvägen 52S-214 45 MalmöCity of MalmöTel.: +46 40 34 74 34Fax: +46 40 34 74 35 E-mail: [email protected]: http://www.mediacentrum.nu/URBAN
Custo total do projecto (Centro de Desenvolvimento deFacklan, gabinete de consultadoria e CentroComunitário de Sofielund): Cerca de 3 500 000 euros*
Contribuição da UE (FEDER): Cerca de 1 750 000 euros
* Inclui-se aqui a renovação do Centro de Facklan (1,82 milhões de euros,com uma contribuição da UE de 0,82 milhões de euros).
URBAN I - Malmö (Suécia)
Promover o desenvolvimento empresarial ecomunitário
O programa URBAN I em Malmö apoiou uma fundação que dá assistência a empresas na fase de arranque e oferece
oportunidades de ensino e de emprego. O programa apoiou igualmente a recuperação de zonas exteriores e o
desenvolvimento de novos equipamentos comunitários.
34 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividadeParceria com as Cidades
biologia). O curso será dado com base num“modelo cooperativo” entre organizações deformação e empresas. Participarão em cadacurso 16 pessoas (incluindo 11 mulheres noprimeiro curso) e serão criados ou mantidos 21 postos de trabalho (sendo pelo menos 10 postos de trabalho para mulheres).
Será concedido financiamento para apreparação, planeamento e melhoramento doslaboratórios e das salas de aula, bem como paraequipamento e materiais consumíveis para doiscursos. A formação no sistema de alternância(formação teórica e no posto de trabalho) seráfinanciada por diferentes fontes (EstadoFederal, Estado Federado, Fundo Social Europeue empresas) em diferentes projectos.
Este projecto consolidará a posição deLuckenwalde como centro de biotecnologia e contribuirá para uma orientação para indústriasmais sustentáveis baseadas nas tecnologias deponta. A criação de um curso de ensino e formação profissional orientado para o futuroe o aumento da formação profissional em geralterão também influência nas empresas debiotecnologia que estejam a pensar instalar-seem Luckenwalde.
URBAN II - Luckenwalde (Alemanha)
Novas oportunidades em biotecnologia
Luckenwalde, uma cidade de 22 500 habitantes, situada 60 km a sul de Berlim, está a utilizar o financiamento do URBAN II
para aproveitar ao máximo um parque biotecnológico, criando novas oportunidades de emprego e de desenvolvimento
económico.
Contacto:Stadt LuckenwaldeSr. Christian Von FaberMarkt 10D-14943 LuckenwaldeTel.: +49 3371 672276Fax: +49 3371 672359E-mail:[email protected]: http://www.luckenwalde.de/urban/frame.htm
Custo total do projecto: 3 124 000 euros
Contribuição da UE (FEDER): 1 562 000 euros
O parque biotecnológico envolve um curso de formação profissional para técnicos debiotecnologia. Este curso é financiado pelo URBAN e ministrado em parceria com organizaçõesde formação e empresas locais.
Desde a reunificação da Alemanha e das mudançaspolíticas ocorridas há onze anos, Luckenwalde viveualterações profundas. A cidade passou por umatransformação social e económica de que resultou umadiminuição da população, uma debilidade económica, o abandono de zonas industriais, falta de investimento namanutenção dos edifícios, aumento do desemprego,baixos níveis médios de educação e degradação doambiente.
Para enfrentar estes problemas, a criação do parquebiotecnológico de Luckenwalde foi um dos trunfos maisimportantes, gerando desenvolvimento económico e criando na região novos postos de trabalho virados parao futuro. Um objectivo estratégico importante paracontinuar a expansão do parque biotecnológico consisteno desenvolvimento de formação profissional orientadapara a biotecnologia.
No quadro do programa URBAN II, que abrange toda a cidade (2 230 ha), o organismo de execução local decidiuapoiar a criação de um curso de formação profissional comuma duração de três anos e meio, intitulado“Biologielaborant/in” (Técnicos de laboratório de
35Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividadeParceria com as Cidades
O projecto Lasipalatsi é a obra-prima do projecto-pilotourbano. É um excelente exemplo de como se podecombinar a recuperação física com a introdução de umleque de novas actividades económicas.
Construído em 1936 no local dos antigos quartéis russos,como o ponto de referência da arquitectura moderna e umsímbolo de esperança, o Lasipalatsi encontrava-se há muitotempo em estado de abandono. No âmbito do projecto--piloto urbano, o edifício foi renovado com muita mestriae tornou-se num centro multimédia. A renovação, que foiprecedida de um estudo aturado dos planos originais, dosmateriais e do método de construção, tentou preservar o maior número possível de características originais doedifício.
O centro tem agora mais de 20 empresas, que empregamcerca de 200 pessoas no total, e é visitado todos os mesespor mais de 100 000 pessoas. No Verão, o Lasipalatsi acolheo Festival de Helsínquia, que atrai mais de 200 000visitantes aos seus espectáculos de teatro, música e dança.
O centro também proporciona acesso às modernastecnologias de informação e a serviços culturais, incluindo20 estações de trabalho Internet, equipamento einstalações de comunicação para produtores de vídeo e de media, uma biblioteca pública e livraria, dois cinemase outras instalações de media. Há igualmente quiosquesInternet e uma “Home-Page-Machine”, que ajuda osvisitantes a criarem a sua própria página Internet. A reabilitação do espaço público à volta do Centrotambém criou um local de reunião para os interessados emactividades culturais e de media.
O centro Lasipalatsi torna a tecnologia da informaçãoacessível a uma vasta audiência, especialmente aos quepela idade ou estatuto social se sentem distantes eexcluídos das suas vantagens. O projecto criou um pontode atracção para a vida urbana, facultando aos habitantese comunidades desfavorecidas o acesso à modernasociedade da informação e à comunicação social.
Projecto-piloto urbano - Helsinki (Finlândia)
Renovação de um monumento degradadonum centro multimédia muito frequentado
Este projecto-piloto urbano, em Helsínquia, envolveu a reconversão do edifício histórico Lasipalatsi num novo centro de
actividade económica, combinando as tecnologias da informação e comunicação com o apoio às artes e à cultura.
Contacto:Marjatta RaunilaProject Leader Cable FactoryTallberginkatu 1 C/15 FIN-00180 Helsinki Tel.: +358 9 47 63 83 01Fax: +358 9 47 63 83 83E-mail: [email protected]
Custo total do projecto: 9 000 000 de euros
Contribuição da UE (FEDER): 2 700 000 de euros
O Lasipalatsi, símbolo de esperança quando foi construído em1936, foi salvo da recente degradação.
Até o Primeiro-ministro finlandês foi entrevistado aqui!
36 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Aumentar a competitividadeParceria com as Cidades
A cidade industrial de médio porte, Volos, sofreu um
declínio da sua actividade industrial, acompanhado de um
aumento acentuado do desemprego e do abandono de
edifícios industriais em certas zonas urbanas. O programa
URBAN I, que abrangia uma extensa área com uma
população de 8 100 habitantes, contribuiu para inverter
a tendência desta situação. O projecto de demonstração
do programa foi a fábrica Tsalapata, um antigo espaço
industrial que foi recuperado e reconvertido em centro de
artesanato e indústria tradicionais.
Criada em 1925 e laborando até 1975, está instalada numa
superfície de 2,3 hectares, com 7 600 m2 construídos. Hoje,
mais de 20 lojas e pequenas empresas, que se dedicam à
produção de artesanato - incluindo cerâmica, joalharia,
vestuário, fotografia, mosaicos, pintura e decoração –
estão instaladas no antigo espaço da fábrica. Foi
igualmente desenvolvido um museu de arqueologia
industrial, com uma biblioteca temática, espaços para
exposição, galerias e um teatro, tudo proporcionando
excelentes infraestruturas para actividades culturais e para
reuniões. O espaço exterior também foi transformado,
gerando instalações de recreação e lazer. Visando um
mercado pré-existente, estas novas empresas reforçaram
a economia local e criaram cerca de 80 novos empregos.
URBAN I - Volos (Grécia)
Novas actividades na fábrica Tsalapata
O restauro e a reconversão da fábrica de tijolos e de telhas Tsalapata destinada a criar espaço para PME do sector de
artesanato foi o projecto de demonstração do programa Volos URBAN I na Grécia
Custo total do projecto: 3 111 263 euros
Contribuição da UE (FEDER): 2 333 477 euros
Antes e depois: esta fábrica, outrora abandonada,é hoje um vibrante centro de artesanato, com
mais de 20 lojas e pequenas empresas.
Contactos:Ministério da EconomiaNacionalSr. LougiakisNikis 5-7GR-10180 AtenasTel.: +30 210 333 2301Fax: +30 210 323 4206
Ministério das Obras PúblicasSra. Kiki ManolaMihalakopoulou 87GR-11528 AthinaTel.: +30 210 747 4400Fax: +30 210 747 4555Web: http://www.volos-m.grhttp://www.minenv.gr
37Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Combater a exclusão socialParceria com as Cidades
Combater a exclusão social
As pessoas mais pobres e mais vulneráveis da sociedade também devem poder beneficiar do crescimento económico.
A coesão social e o combate à pobreza, à falta de emprego e à alienação social são prioridades importantes da UE. Mas os
grupos sociais menos favorecidos abrangem não só os pobres e os desempregados de longa duração, mas também os
imigrantes, as minorias étnicas e os jovens das zonas desfavorecidas.
A integração no mercado de trabalho e o possível acesso aos serviços essenciais são objectivos específicos dos Fundos
Estruturais da UE. Um instrumento essencial na sua concretização é a oferta de programas de formação, destinados
principalmente a grupos desfavorecidos e marginalizados. Estes programas poderiam incluir consultadoria personalizada
e formação linguística especialmente orientadas para as necessidades das minorias, assim como esquemas de experiência de
trabalho em projectos locais de reabilitação. A formação em tecnologias da informação pode também ajudar a promover
condições equitativas de concorrência.
Em termos de melhoria do acesso a serviços, as medidas específicas incluem a criação de estruturas culturais, recreativas
e desportivas, sobretudo onde possam contribuir para a criação de empregos sustentáveis e gerar coesão social. Do mesmo
modo, são tomadas medidas para a criação de serviços de acolhimento e guarda de crianças, assim como de estruturas de
cuidados alternativos e de outros serviços, nomeadamente para crianças e pessoas idosas.
Outras medidas contemplam a melhoria de serviços de saúde, incluindo centros de reabilitação de toxicodependentes,
serviços de apoio a cooperativas e mutualidades e disponibilização de serviços de consultadoria no domínio da segurança
e da protecção contra a criminalidade.
Escola de línguas para imigrantes no URBAN I em Viena, Áustria.
38 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Combater a exclusão socialParceria com as Cidades
O programa URBAN I para Differdange e Dudelange
destinava-se a zonas nas imediações da “Petite Italie” em
Dudelange e no centro da cidade de Differdange. Devido
ao declínio da indústria do carvão e do aço, houve muitos
sítios industriais abandonados e edifícios devolutos nestas
zonas, que se viram confrontadas com problemas de
poluição, de desemprego e de baixo rendimento médio.
A população total da zona elegível era de 2 900 habitantes.
Os projectos no âmbito do programa URBAN I destinavam-
-se a integrar as pessoas no mercado de trabalho. Foi
construído um centro social por pessoas desempregadas
e foram restaurados edifícios antigos para criar centros
sociais polivalentes cujos serviços se destinavam a jovens
e a crianças. O custo total do programa URBAN I foi de
1 milhão de euros, que incluía uma contribuição
comunitária de meio milhão de euros.
A Maison de Quartier foi o principal projecto do programa
URBAN I em Dudelange. Em 1994, a autarquia adquiriu um
edifício devoluto para servir, após restauro, de Maison de
Quartier. Dispõe agora de um local para residentes, permite
encontrar ou entrar em contacto com técnicos sociais,
e disponibiliza actividades extra escolares, tais como
desporto e cursos de línguas, a 30 crianças. Há classes
introdutórias frequentadas por outras 80 crianças do
ensino pré-escolar do centro. Graças a estas várias
actividades, o centro criou um verdadeiro ponto de
encontro para as crianças das redondezas. Dispõe também
de uma cafetaria, que serve refeições a 25 crianças três
vezes por semana. O projecto emprega actualmente
6 pessoas a tempo inteiro.
URBAN I – Differdange & Dudelange (Luxemburgo)
Um lar para a Comunidade
A Maison de Quartier foi o principal projecto do programa URBAN I em Dudelange. O projecto foi desenvolvido com a
participação significativa de cidadãos e destina-se a combater a exclusão social.
Contacto:Ministère du LogementSr. Constant Kiffer6, avenue Emile ReuterL-2942 LuxembourgTel.: +352 478 48 19Fax +352 478 48 40E-mail: [email protected]
Custo total do projecto: 632 000 euros
Contribuição da UE (FEDER): 271 000 euros
A Maison de Quartier propõe actividades extra escolares (incluindocursos de línguas) às crianças, bem como acesso a serviços sociaisaos adultos.
Um edifício abandonado numa zona de imigrantes foi renovadonuma “Maison de Quartier”.
39Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Combater a exclusão socialParceria com as Cidades
URBAN I – Porto (Portugal)
Participação da juventude na recuperaçãourbana No âmbito do programa URBAN do Porto, foram organizadas actividades específicas em escolas locais com o objectivo de
fazer participar directamente as crianças e os jovens no processo de recuperação urbana.
O programa URBAN I destinava-se ao bairro de “Vale de
Campanhã” na parte oeste da cidade. Com uma população
de 11 000 habitantes, a zona caracterizava-se pela taxa de
desemprego elevada, falta de potencial económico e graves
problemas sociais. O programa visava melhorar as condições
de vida e a qualidade do ambiente da zona e reforçar a
sociedade civil. As despesas totais elevaram-se a 19,1
milhões de euros, dos quais 13,7 milhões a cargo da UE.
O projecto “Azulejaria Comunitária” foi um dos principais
projectos do programa URBAN I no Porto. O projecto
contou com a participação de crianças e jovens das escolas
locais na criação de painéis de azulejos, que serviram para
decorar e personalizar os diferentes edifícios no interior do
“Bairro do Cerco”, um bairro de habitação social local.
Houve uma excelente participação da população local, que
revelou uma nova dinâmica na forma como os habitantes
se relacionaram com a vizinhança.
Este projecto demonstra como se pode combinar
recuperação e introdução de actividades sociais. O projecto
inseria-se no programa de recuperação urbana do “Bairro
do Cerco”, que também incluía o planeamento e criação
de espaços públicos e de zonas verdes.
O projecto recebeucrianças e jovens de todas
as escolas locais paraajudarem a decorar as
habitações sociais. Esteprojecto melhorou tanto
as condições de vidacomo o espírito
comunitário da zona.
Contactos:Direcção-Geral doDesenvolvimento RegionalAna Paula NevesRua S. Julião, 63P-1100 Lisboa
Custo total do projecto:1 173 038 euros
Contribuição da UE(FEDER): 841 068 euros
Câmara Municipal do PortoFundação para oDesenvolvimento do Vale daCampanhãMaria José Azevedo / MariaVirgínia de SousaRua de Bonjóia, 185P-4300 PortoTel.: +351 2 5899260Fax: +351 2 5899269E-mail:[email protected]
40 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Combater a exclusão socialParceria com as Cidades
O projecto “Quiosque convivial” em Point de Claix procura
dar resposta às dificuldades emergentes entre os adultos
e os jovens, em grande parte resultantes da falta de locais
para os jovens se encontrarem acabando por se arrastar
nas entradas de edifícios residenciais. Numa tentativa de
dissipar a crescente tensão decorrente desta situação, a
comissão de moradores, os jovens do bairro apoiados por
uma associação juvenil, os funcionários públicos locais e as
autoridades locais desenvolveram a ideia de criar um
espaço de encontro aberto a todos os membros da
comunidade (adultos, crianças, adolescentes, etc.).
Trata-se de disponibilizar um local onde as pessoas de
todas as gerações possam encontrar-se e trocar pontos de
vista proporcionando também abrigo aos jovens do bairro
durante os longos serões. A decoração foi efectuada no
Verão de 2002 pelas crianças, jovens e adultos do bairro,
com a ajuda de um artista local. Este processo de trabalho
em grupo já contribuiu, só por si, para restaurar o diálogo
entre as gerações mais idosas e as mais jovens.
O investimento total no âmbito do programa URBAN II em
Grenoble é de 26 295 941 euros, o que inclui uma
contribuição do FEDER de 9 660 000 euros, ou seja 37%.
A zona do programa situa-se no sudoeste da cidade, entre
o caminho-de-ferro e Drac, abrangendo as zonas de
Grenoble, Fontaine, Seyssinet Pariset, Echirolles e Point de
Claix. A zona, que tem 40 384 habitantes, caracteriza-se
por baldios industriais, amplos espaços abertos, muito
ruído e poluição atmosférica e uma frágil imagem pública.
A situação económica e social da zona revela-se no
aumento da desordem pública e na delinquência, numa
população cada vez mais vulnerável e na marginalização
e exclusão permanentes do mercado de trabalho. Contudo,
em termos de perspectivas de desenvolvimento, a zona
tem alguns trunfos importantes, tais como a acessibilidade
de certos bairros aos transportes públicos, população
jovem, rede dinâmica de associações e boas ligações por
cabo e Internet.
URBAN II - Grenoble (França)
Um encontro de gerações
O programa URBAN II em Grenoble tenta dar resposta às tensões criadas entre jovens e adultos, levando as duas partes a
participar no desenvolvimento de um novo local de encontro para todos os membros da comunidade.
A zona URBAN II caracteriza-se pela tensão entre adultos e jovens.O “Quiosque convivial” é um centro comunitário concebido paratentar integrar as duas partes. Idosos e jovens reuniram-se paradecorar o centro, sob a orientação de um artista local.
Contacto:Le Forum3, rue Malakoff F-38031 Grenoble CEDEX 01 Tel.: +33 4 76 59 58 33Web: http://www.la-metro.org/fr/developpement/dev_picurban.htm
Custo total do projecto: 50 460 euros
Contribuição da UE (FEDER): 15 245 euros
Recuperação física e ambiental
O desafio da recuperação urbana é combinar competitividade e inserção social de forma a realçar a qualidade do ambiente
físico e natural. Trata-se de um aspecto determinante da qualidade de vida nas zonas urbanas e de um factor decisivo para
atrair negócios.
É extremamente importante colocar a tónica na recuperação física de centros e espaços públicos citadinos. Isto inclui a
criação de espaços verdes, que nas zonas URBAN II tendem a diminuir, bem como a renovação de edifícios devolutos e de
baldios.
Além disso, uma percentagem significativa das despesas é consagrada ao desenvolvimento de sistemas de transportes
públicos ecológicos, o que inclui medidas não só para melhorar a eficácia do sistema de transportes públicos, mas também
para promover ciclovias e outras formas ecológicas de transporte urbano. O financiamento destina-se também a desenvolver
sistemas eficazes de gestão da energia e da água, a reduzir o ruído e a fomentar o recurso a energias renováveis.
Palermo, Sicília, Itália: recolha do lixo com veículos especialmente construídos no âmbito do programa URBAN I para vias estreitas.
41Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambientalParceria com as Cidades
42 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambientalParceria com as Cidades
Este é um projecto emblemático do programa URBAN I naIrlanda, que se centrou nos bairros de Ballmun, Finglas e Darndale no norte de Dublim, oeste de Tallaght e Clondalkin no sudoeste de Dublim e na parte norte deCork. Um programa integrado, que envolveu um conjuntoequilibrado e coerente de medidas de desenvolvimentoeconómico, de inserção social e ambientais, baseadas empropostas de parcerias locais.
Os principais objectivos do programa consistiam emfacilitar a participação de membros carenciados emmatéria de educação e de formação das comunidadesvisadas; apoiar o desenvolvimento empresarial e assegurara progressão dos que já receberam formação para o emprego; garantir a criação de infra-estruturascomunitárias, tais como equipamentos desportivos e recreativos e, por último, promover comunidadesdinâmicas e autónomas num ambiente físico visivelmentemelhorado. As zonas elegíveis de Dublim abrangiam 198 500 habitantes, enquanto a população total da zonaelegível de Cork se elevava a 55 600. O custo total doprograma foi de 28 milhões de euros, o que incluía umacontribuição comunitária de 21 milhões de euros.
Um dos projectos mais significativos na parte Dublim doprograma foi o Centro Comunitário de Artes Ballymun.Este projecto envolveu a construção de um centropolivalente de recursos artísticos e comunitários, com umcentro de teatro e de conferências de 240 lugares, umserviço de creche para 34 crianças, um café/bar, estúdios de
gravação e de dança e escritórios e salas de formação quepodem ser alugadas a grupos locais de voluntariado.
Assegurando actualmente à comunidade local 26 postos detrabalho permanentes, o Centro situa-se no bairroBallymun de Dublim e dispõe de estruturas sociais,artísticas e recreativas para a comunidade que até entãocarecia de acesso a estas estruturas. O projecto contribuiassim para dar mais confiança à comunidade e criar umaatracção física para o esforço de recuperação. O edifíciotornou-se na bandeira do desenvolvimento com vista àrecuperação de Ballymun.
URBAN I em Dublim e Cork (Irlanda)
Simbolizar o potencial da recuperaçãourbana
Situado no meio de um bairro desfavorecido de Dublim, o Centro Comunitário de Artes Ballymun é um edifício
arquitectonicamente impressionante, que se transformou em símbolo do potencial de recuperação urbana.
A renovação do Centro Comunitário de Artes Ballymun não só criou postos de trabalho e recursos de lazer, como também dáformação a grupos socialmente excluídos.
Contacto:Sr. Paddy TeahonOffice of the TaoiseachGovernment BuildingsUpper Merrion StreetIRL-Dublin 2Tel.: +353 1 668 9333Fax: +353 1 662 1899E-mail: [email protected]: http://taoiseach.gov.ie/policy_areas.european/index.asp
Custo total do projecto: 8 500 000 euros
Programa URBAN 3 200 000 euros
Contribuição da UE (FEDER): 2 400 000 euros
43Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambientalParceria com as Cidades
O programa dinamarquês URBAN I destinou-se à Paróquiade Lindholm, em Aalborg, uma zona urbana carenciadacom falta de indústria, taxas de desemprego elevadas,ausência de estruturas culturais e sociais, elevadaconcentração de minorias étnicas, baixo nível de educaçãoe um grande número de habitações que necessitavamurgentemente de renovação. Lindholm também sofreuimenso com o encerramento de uma importante empresalocal, a Cimenteira ‘DAC’. Com 1,5 milhão de eurosdisponibilizados pela União Europeia, o programa URBAN Iatraiu novo investimento de 1,5 milhão de euros, obtendoum financiamento total de 3 milhões de euros.
O projecto de base, “LINDHOLM 21”, contribuiusignificativamente para o desenvolvimento da zona deLindholm. No âmbito do projecto, uma organizaçãohabitacional sem fins lucrativos preparou uma estratégiaecológica global para 140 novas casas de habitação. Estãoactualmente em construção entre 40 e 60 casas, baseadasnum processo ascendente que envolve de uma formaactiva a comunidade local.
O LINDHOLM 21 e o programa URBAN I tambémcontribuíram para o desenvolvimento de um certo númerode projectos de “Turismo Urbano”. Um destes projectosexplorou a associação histórica da zona com barcos à velade madeira e envolveu a construção de réplicas de velhosbarcos de madeira, nomeadamente o ‘Sjaegte’. Desde a Era Viking, Nørresundby, situado nos cais do Limfjord, foium centro importante de comércio e viagens marítimas.
Este projecto prosseguiu após a conclusão do URBAN I e conduziu à construção de um novo estaleiro. Acomunidade local, que ficou entusiasmada com o projecto,participou activamente ajudando assim a localidade a retomar uma identidade positiva e a tornar-se maisatractiva para os turistas.
URBAN I - Aalborg (Dinamarca)
Herança viking cria novas oportunidades
“LINDHOLM 21”, o Centro de Desenvolvimento Urbano Sustentável, foi um projecto do programa URBAN I em Aalborg. O
projecto renovou uma antiga cimenteira num novo processo de desenvolvimento ascendente que envolveu uma estreita
cooperação com a comunidade local.
Contacto:LINDHOLM 21NIRAS Consulting Engineers and PlannersVestre Havnepromenade 9DK-9000 AalborgTel.: +45 96 30 6400Fax: +45 96 30 6474E-mail: [email protected]: http://www.niras.dk
Custo total do projecto: 336 000 euros
Contribuição da UE (FEDER): 148 000 euros
Antes e depois: renovação de uma antiga cimenteira em estreita ligação com a comunidade local.
Estão a ser construídas no local 140 casas ecológicas. Uma vez mais,a comunidade local esteve envolvida de perto no processo de
planeamento e de construção.
44 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambientalParceria com as Cidades
Um aspecto notável do projecto é o respeito dos mais altos
padrões ambientais e de sustentabilidade. A renovação do
edifício basear-se-á em rigorosos critérios ambientais
e bioclimáticos. Os edifícios, que serão equipados com
painéis de energia solar, utilizam águas pluviais recicladas
e incorporam sistemas de depuração de esgotos. Está
igualmente previsto que o projecto actuará como modelo
de eficiência energética e sustentabilidade ambiental.
No interior, será reservado um espaço para a pesquisa
ambiental, a disseminação da informação e educação
ambiental. A zona circundante também será transformada
em espaço verde, privilegiando essencialmente a
vegetação autóctone. Será recuperada uma superfície total
de 3 000 m2.
O programa alargado URBAN II de Cáceres estende-se até
à periferia de Calerizo, tem uma população de 26 705
habitantes e abrange uma superfície de 3 km2. A taxa de
desempenho nesta região é de 9,4%, o que é
consideravelmente superior à da média da cidade,
e caracteriza-se por problemas de despovoamento
permanente, por um ambiente urbano deteriorado e por
exclusão económica e social. O programa visa resolver estes
problemas através da renovação ecológica de locais
devolutos, o desenvolvimento de pactos de emprego local,
tratamento de resíduos e inserção social.
URBAN II - Cáceres (Espanha)
O renovar de Cáceres
O projecto “Edificio Embarcadero” URBAN II na cidade de Cáceres (Extremadura), no Oeste de Espanha, visa converter um
local industrial desafectado, de 3 000 m2, numa estrutura de formação, recreativa e cultural para a comunidade local e num
espaço de trabalho para as PME.
Contacto:Ayuntamiento CáceresSr Oscar García RioboóAve. de la Universidad s/nEdificio Fundación ValhondoE-10003 CáceresTel.: +34 927 24 96 00Fax: +34 927 24 88 58E-mail: [email protected]: http://www.ayto-caceres.es/
Custo total do projecto: 5 478 808 euros
Contribuição da UE (FEDER): 4 106 106 euros
Um espaço industrial devoluto está a ser transformado numaestrutura de formação, recreativa e cultural. O novo centro
responderá aos mais altos padrões ambientais em termos deeficiência energética e de tratamento de esgotos e de resíduos.Serão incluídos painéis solares e reciclagem das águas pluviais.
45Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambientalParceria com as Cidades
O programa URBAN II abrange os subúrbios a sul de Turim,com uma superfície de 2 135 km2 e uma população de 24843 habitantes. Situado para além da zona industrial daFIAT, “Mirafiori Nord”, a zona depara-se com problemaseconómicos e sociais graves: deterioração do alojamentosocial, danos ambientais, edifícios e espaços públicosdegradados, desemprego, criminalidade, pobreza e baixosníveis de educação e de formação. A região também écruzada por várias estradas principais, criando níveiselevados de poluição atmosférica e sonora. Contudo, dolado positivo, a zona tem uma quantidade significativa deespaços verdes.
O desafio do URBAN II é melhorar a qualidade doambiente urbano. Trata-se de um objectivo em si, masmelhorará o contexto para o empreendorismo e a coesãosocial.
Com o actual espaço de descarga autorizado programadopara cessar funções em 2004, a cidade de Turim terá dereduzir e reciclar os seus resíduos. Para tal, foi aprovadopela municipalidade um plano de gestão integrada deresíduos, e o projecto URBAN II ajudará a implementá-lo. Oprojecto está a ser organizado em duas fases. A primeirafase tentará provocar uma mudança de hábitos e incluir acomunicação ambiental e a formação. Uma segunda fasede “negociação” permitirá a participação dos habitantesno processo de decisão relativo ao plano de gestão deresíduos. Graças a um processo de tomada de decisãocolectiva, as zonas de recolha de lixo diferenciada serãoseleccionadas em cada bairro e disponibilizadas asestruturas apropriadas. As escolas, os administradores deblocos de apartamentos e os operadores comerciais serãoincorporados no projecto.
Os resultados esperados são uma melhoria da qualidadedo ambiente da região, uma redução do volume dosresíduos canalizados para a incineradora e um aumento datriagem dos resíduos por categoria (a partir dos actuais30% para 50%).
Contacto:Município de TurimDott. Gianfranco PresuttiVia Rubino, 24I-10122 TorinoTel.: +39 011 311 0042Fax: +39 011 314 7351E-mail: [email protected] [email protected]: http://www.comune.torino.it/
Custo total do projecto: 1 291 142 euros
Contribuição da UE (FEDER): 387 343 euros
Um ponto de informação informa e sensibiliza os consumidores…
O projecto visa aumentar a percentagem de resíduos triados porcategoria, de 30% para 50%.
… como o faz um ponto de informação móvel.
URBAN II - Torino (Itália)
Menos resíduos
Um projecto URBAN II em Turim coordenará um processo de triagem de resíduos domésticos, com vista à redução dos
resíduos e do volume incinerado. Isto vai exigir a criação de centros ecológicos na zona URBAN II, sensibilizando os cidadãos
para a gestão dos resíduos e envolvendo-os num sistema de recolha selectiva de lixo.
46 Uma abordagem integrada das necessidades urbanas: Recuperação física e ambientalParceria com as Cidades
Situada na costa atlântica e no estuário do Rio Ave, Vila do
Conde foi uma cidade importante desde a Idade Média,
quando a sua indústria de construção naval começou a
florescer. Esta indústria atingiu o seu apogeu nos séculos
XV e XVI, na era dos descobrimentos e da expansão
marítima portuguesa. Com um excelente porto natural
protegido, Vila do Conde também demonstrou ser um
porto comercial importante, onde eram descarregadas
mercadorias para as regiões circundantes.
O objectivo do projecto-piloto urbano “Rota da Rosa-dos-
Ventos” era recuperar este património quase perdido
e estimular a pesquisa de um novo rumo para Vila do
Conde, que preservasse e fortalecesse a sua identidade
cultural. O projecto tinha um duplo objectivo operacional.
Primeiro, desenvolver verdadeiras técnicas (saber-fazer),
educação, inovação e internacionalização de culturas;
segundo, recuperar a zona portuária da cidade,
transformando-a num espaço agradável e atractivo e num
ponto de referência urbano com um simbolismo ambiental
importante.
A recuperação urbana da zona portuária envolveu o velho
estaleiro naval, em frente ao edifício da Alfândega. Foi
instalada uma réplica de um navio do século XV, a “Nau”,
complementado com o restauro da Alfândega Régia e a
criação de um museu dedicado à indústria da construção
naval em Vila do Conde. Ao mesmo tempo que constitui
um recurso importante para o turismo e o entretenimento,
o museu também desempenha uma função pedagógica
muito valiosa, uma vez que foi construído seguindo uma
aturada pesquisa pelo Almirante Rogério de Oliveira
e incorpora o conhecimento ancestral de carpinteiros
e calafetadores dos estaleiros navais de Vila do Conde.
A Alfândega Régia de Vila do Conde é a única alfândega
portuguesa da época ainda existente (e uma das poucas
ainda existentes na Europa). Incluirá um Centro de
Documentação do século XVI e um programa museológico
de importância nacional e internacional.
Projecto-piloto urbano - Vila do Conde (Portugal)
Preservação de património marítimo
O projecto-piloto urbano em Vila do Conde envolveu a construção da réplica de uma embarcação do século XVI, o restauro
da Alfândega Régia e a criação de um novo museu dedicado à história da construção naval na cidade.
Contacto:Alfândega RégiaMuseu da Construção NavalRua do Cais da AlfândegaP-4480-702 Vila do CondeTel.: +351 252240740E-mail: [email protected]
Custo total do projecto: 5 066 000 euros
Contribuição da UE (FEDER): 2 999 200 euros
Reconstrução da zona portuária, construindo umancoradouro para embarcações de pequeno e médio porte.
Reconstrução de um barco histórico (a “Nau de Quinhentos”). O património naval quase esquecido da zona está a ser reclamada tantopelos locais como pelos turistas.
A renovada Alfândega do Século XV inclui um centro dedocumentação sobre a vida e a economia da cidade na era dosdescobrimentos.
47GlossárioParceria com as Cidades
Glossário
Acções inovadoras: As acções inovadoras do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) são laboratórios de ideias
para as regiões desfavorecidas. Como as oportunidades de experimentação se limitam frequentemente ao apoio principal
dos fundos estruturais, as acções inovadoras fornecem aos responsáveis regionais o “espaço de risco” necessário para
responder aos desafios determinadas pela nova economia. Durante o período de 2002 a 2006, os programas de acções
inovadoras podem ser aplicados pelas Autoridades de Gestão às regiões dos objectivos 1 e 2 e devem estar relacionados com
um ou vários dos três temas seguintes: economias regionais baseadas no conhecimento e na inovação tecnológica, e-
EuropeRegio e sociedade da informação e desenvolvimento regional, identidade regional e desenvolvimento sustentável.
Auditoria Urbana: Lançada em 1998 pela Comissão Europeia, a Auditoria Urbana visa facilitar uma avaliação do estado de
cidades individuais da UE e fornecer acesso a uma informação comparativa das cidades da UE. Os indicadores utilizados para
58 cidades de Auditoria Urbana cobrem 5 domínios: aspectos socioeconómicos, participação na vida civil, educação e
formação, ambiente, cultura e lazer. Foi lançada, em 2002, uma segunda Auditoria Urbana que cobre mais de 180 cidades.
http://europa.eu.int/comm/regional_policy/urban2/urban/audit/src/intro.html
Autoridade de Gestão: Qualquer autoridade ou organismo público ou privado, a nível nacional, regional ou local, designado
pelo Estado-Membro para gerir as intervenções dos Fundos estruturais.
Coesão económica e social: As origens da coesão económica e social encontram-se no Tratado de Roma, cujo preâmbulo fazia
referência à diminuição das disparidades em matéria de desenvolvimento entre as regiões. Mas só na década de 70
começaram a ser implementadas acções comunitárias para coordenar e completar financeiramente os instrumentos nacionais
nesta matéria. Estas medidas revelaram-se mais tarde insuficientes num contexto comunitário, no qual a criação de um
mercado interno não tinha feito desaparecer, contrariamente às previsões, as diferenças entre as regiões. Em 1986, o Acto
Único Europeu introduziu, para além do mercado único, o objectivo de coesão económica e social propriamente dito. Na
perspectiva da União Económica e Monetária, esta base jurídica fez da acção comunitária, em 1988, o eixo central de uma
política global de desenvolvimento. O Tratado de Maastricht institucionalizou finalmente esta política no Tratado que institui
a Comunidade Europeia. A coesão económica e social exprime a solidariedade entre os Estados-Membros e as regiões da
União Europeia. Favorece o desenvolvimento equilibrado e duradouro, a redução das diferenças estruturais entre regiões e
países e a promoção da igualdade de oportunidades entre as pessoas. Concretiza-se através de diversas intervenções
financeiras, essencialmente através dos fundos estruturais. A Comissão Europeia deve apresentar de três em três anos um
relatório sobre os progressos realizados na concretização da coesão económica e social e sobre a contribuição dos diferentes
meios previstos no Tratado. O futuro da coesão económica e social foi uma das grandes apostas debatidas na comunicação
Agenda 2000 da Comissão (apresentada em 15 de Julho de 1997), nomeadamente devido às suas implicações financeiras.
Com efeito, a coesão económica e social constitui a segunda rubrica orçamental da Comunidade entre 1994 e 1999 (cerca de
35 % do orçamento). A sua importância foi confirmada pelas perspectivas financeiras para 2000-2006. O Concelho Europeu
decidiu em Dezembro de 2002, em Copenhaga, atribuir um orçamento adicional de cerca de 41 mil milhões de euros para o
período de 2004-2006, em caso de adesão de 10 novos Estados-Membros. Deste montante, 21 mil milhões serão destinados
aos Fundos Estruturais e de coesão. Com o alargamento em 2004 e uma possível multiplicação das disparidades numa UE com
25 Estados-Membros, a política de coesão da Comunidade terá de ser reajustada a partir de 2006. O debate entre as
autoridades a nível europeu, nacional e regional está aberto deste 2001. O Terceiro Relatório sobre a Coesão, que será
publicado antes do final de 2003, conterá propostas de reforma.
Desenvolvimento sustentável: Conceito baseado na opção por um crescimento económico equilibrado, que tenha em conta
as exigências do emprego e da inserção social, as necessidades das empresas, da saúde e do bem-estar de todos, bem como a
protecção do ambiente. O objectivo é portanto dar resposta às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das
futuras gerações para dar resposta às suas. As intervenções dos Fundos Estruturais devem reflectir o princípio do
desenvolvimento sustentável.
EDEC (Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário): Documento informal adoptado pelos Estados-Membros em
1999, que propõe análises e orientações para reforçar a coordenação de políticas nacionais em matéria de ordenamento do
território. Visa favorecer um desenvolvimento equilibrado e policêntrico do espaço europeu, uma planificação urbana
adequada, uma nova relação entre cidades e campo, a igualdade de acesso às infra-estruturas, às comunicações
(nomeadamente graças às novas tecnologias) e ao conhecimento, bem como uma gestão cuidadosa do ambiente, dos
recursos naturais e do património, numa perspectiva de desenvolvimento sustentável nos planos económico, social e
ambiental.
48 GlossárioParceria com as Cidades
Fundo de Coesão: Fundo criado em 1993 para completar as ajudas estruturais da União Europeia nos quatro Estados-
Membros menos prósperos (Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda), através do financiamento de projectos relativos à protecção
do ambiente e às redes europeias de transporte.
Fundos Estruturais: Os quatro principais instrumentos financeiros da ajuda consagrada às acções «estruturais» da União, ou
seja, as acções que visam reduzir as disparidades económicas e sociais. Os fundos estruturais completam os financiamentos de
origem nacional ou privada para realizar grandes programas, que abrangem um leque alargado de acções locais, regionais
ou nacionais. Combinam as suas intervenções de acordo com as necessidades. Estes fundos são os seguintes:
• Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Apoia a criação de infra-estruturas, investimentos produtivos e
criadores de empregos, projectos de desenvolvimento local e apoios financeiros às PME nas regiões desfavorecidas.
• Fundo Social Europeu (FSE). Financia acções de formação e sistemas de auxílio à contratação e favorece a inserção social e
profissional dos desempregados e dos grupos desfavorecidos.
• Fundo Europeu de Orientação e de Garantia Agrícola (FEOGA). A secção “Orientação” financia medidas de
desenvolvimento rural e de ajuda aos agricultores nas regiões menos desenvolvidas (Objectivo 1), bem como a iniciativa
LEADER+ em toda a União. A secção “Garantia” apoia as mesmas medidas fora do Objectivo 1, bem como algumas
medidas específicas em toda a União.
• Instrumento financeiro de orientação das pescas (IFOP). Financia a adaptação e a modernização dos equipamentos deste
sector.
Geminação de cidades: A partir da Segunda Guerra Mundial, surgiu um movimento de geminação de cidades que liga
municípios de vários países europeus a uma densa e organizada rede de cidadãos. A Comissão Europeia tem concedido
financiamento a actividades de geminação de cidades desde 1989, sendo o principal objectivo reforçar os elos existentes
entre cidades e encorajar novas actividades de geminação através da concessão de subsídios cuidadosamente orientados.
A tónica incide especialmente na criação de relações de geminação em regiões onde este tipo de actividade ainda não está
divulgado, como também nos países candidatos à adesão.
http://europa.eu.int/comm/dgs/education_culture/towntwin/index_en.html
Igualdade de oportunidades: Os dois aspectos essenciais do princípio geral de igualdade de oportunidades estabelecidos
pelos Tratados Comunitários são a interdição da discriminação exercida com base na nacionalidade e a igualdade de
remuneração entre homens e mulheres. A igualdade de oportunidades é de aplicação em todas as políticas comunitárias,
especialmente através de uma abordagem de integração da perspectiva do género (“gender mainstreaming”). A integração
da perspectiva do género deve assegurar que as medidas e operações financiadas pelos Fundos Estruturais tenham em conta
os seus efeitos sobre as respectivas situações dos homens e das mulheres.
Iniciativa comunitária URBAN: Em fins de 1980, a UE desenvolveu abordagens e programas específicos para as cidades, de
entre os quais o mais visível é a Iniciativa Comunitária URBAN. Entre 1994 e 1999, a iniciativa URBAN I financiou programas
em 118 zonas rurais, com uma ajuda financeira comunitária de 900 milhões de euros. Vivem nas zonas apoiadas 3,2 milhões
de pessoas e os projectos incidem sobre a reabilitação das infra-estruturas, a criação de emprego, o combate à exclusão social
e a melhoria do ambiente. No período de 2000 a 2006, a Iniciativa Comunitária URBAN II representa um valor acrescentado
para estratégias inovadoras de cidades. Está planeado um investimento de 730 milhões de euros na recuperação económica e
social sustentável, em 70 zonas urbanas da Europa. A iniciativa URBAN II será acompanhada por uma rede de cidades da UE
(URBACT), com vista à troca de experiências e de boas práticas.
Iniciativas comunitárias: Programas criados para completar as operações dos fundos estruturais em zonas específicas. As
iniciativas comunitárias são estabelecidas pela Comissão e coordenadas e executadas sob controlo nacional. Absorvem 5,35 %
do orçamento dos Fundos Estruturais.
• URBAN II concentra o seu apoio em estratégias inovadoras para dinamizar as cidades e as zonas urbanas em declínio
(financiada pela FEDER).
• INTERREG III promove a cooperação transfronteiriça, transnacional e inter-regional, isto é, a criação de parcerias
transfronteiriças para encorajar o desenvolvimento equilibrado de zonas multi-regionais (financiada pelo FEDER).
• LEADER+ promove estratégias-piloto integradas para o desenvolvimento sustentável nas zonas rurais, elaborado e
executado pelas parcerias locais (financiada pelo FEOGA-Orientação).
• EQUAL procura eliminar os factores conducentes a desigualdades e discriminação no mercado de trabalho (financiada pelo
FSE).
49GlossárioParceria com as Cidades
As características essenciais de execução comum das Iniciativas Comunitárias são:
• Simplificação administrativa, por serem financiadas por um único Fundo
• Forte ênfase na parceria
• Redes para troca de experiências
INTERREG: Iniciativa comunitária do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) a favor da cooperação entre
regiões da União Europeia. Entre 2000 e 2006, o objectivo do INTERREG IIII é uma maior coesão económica e social na União
Europeia e o desenvolvimento equilibrado e harmonioso do território da UE. A iniciativa é dotada de um orçamento total de
4,875 mil milhões de euros e promove três vertentes:
• A: Cooperação transfronteiriça entre regiões adjacentes, destinada a desenvolver centros sociais e económicos
transfronteiriços através de estratégias de desenvolvimento comuns.
• B: Cooperação transnacional envolvendo as autoridades nacionais, regionais e locais com vista a promover uma melhor
integração na União Europeia através da formação em grandes grupos de regiões europeias.
• C: Cooperação inter-regional com vista a melhorar a eficácia das políticas e dos instrumentos de desenvolvimento regional
através da troca de informação a larga escala e da partilha de experiências (redes). No âmbito da vertente B, as prioridades
de acção centram-se na elaboração de estratégias de desenvolvimento regional, incluindo a cooperação entre cidades,
zonas urbanas e zonas rurais, na promoção de sistemas de transportes eficazes e sustentáveis, bem como num melhor
acesso à sociedade da informação e na protecção dos recursos ambientais e naturais.
NUTS (Nomenclatura de Unidades Territoriais para Fins Estatísticos): Nomenclatura elaborada pelo Serviço de Estatística das
Comunidades Europeias (Eurostat), a fim de dispor de um sistema único e coerente de repartição territorial. A nomenclatura
actual subdivide os países da União Europeia em 78 territórios de nível NUTS 1 (os Länder alemães, as regiões na Bélgica, etc.),
210 territórios de nível NUTS 2 (as comunidades autónomas em Espanha, as regiões francesas, as regiões italianas, os Länder
austríacos, etc.) e 1 093 territórios mais pequenos, de nível NUTS 3. Nos programas de desenvolvimento regional, o Objectivo
1 dos Fundos estruturais abrange principalmente territórios de nível NUTS 2 e o Objectivo 2 os territórios de nível NUTS 3.
Objectivos prioritários dos fundos estruturais: Objectivos a que os Fundos estruturais concedem a maior parte (94%) dos seus
recursos, que somam um total de 195 mil milhões de euros entre 2000 e 2006 (para a UE a 15 em preços de 1999).
• Objectivo 1 (territorial): Ajudas para a recuperação das regiões em atraso de desenvolvimento, dotando-as das infra-
estruturas básicas que lhes faltam e financiando investimentos nas empresas para permitir o arranque de actividades
económicas. Calcula-se que cerca de 60% dos Fundos estruturais e de coesão são gastos nas zonas urbanas e do Objectivo 1.
• Objectivo 2 (territorial): Ajuda às zonas confrontadas com dificuldades de reconversão económica e social (zonas urbanas,
industriais, rurais ou dependentes da pesca). O Objectivo 2 tem uma vertente urbana: dos 18% da população da UE
cobertos pelo Objectivo 2, praticamente 2 % (ou seja, uma população de mais de 7 milhões) é abrangida por esta vertente.
A maior parte da vertente industrial do Objectivo 2 é destinada a combater os problemas de reconversão de zonas
urbanas.
• Objectivo 3 (temático): Medidas para modernizar os sistemas de formação e promover o emprego. O Objectivo 3 abrange
toda a União, excepto as regiões do Objectivo 1, onde estas medidas estão incluídas nos programas de recuperação.
Pactos territoriais para o emprego: Acordos entre parceiros locais, públicos e privados, para aplicar, a um determinado nível
territorial, novos métodos de utilização de todos os recursos (financeiros, administrativos, humanos e técnicos) que possam
contribuir para a criação de postos de trabalho e para o desenvolvimento económico e social. A experiência dos 89 pactos
criados na União entre 1994 e 1999 serviu de base para favorecer uma melhor utilização dos Fundos estruturais.
Parceria: Princípio de funcionamento dos Fundos estruturais que implica a concertação mais estreita possível, na preparação
dos programas, entre a Comissão Europeia e as autoridades competentes dos Estados-Membros a nível nacional, regional e
local. O princípio da parceria pressupõe também a cooperação de um vasto leque de intervenientes públicos e privados,
incluindo os parceiros sociais (sindicatos e organizações patronais) e os organismos competentes em matéria de ambiente, na
aplicação dos programas.
Política urbana: A política urbana da União Europeia tem sido apresentada em vários documentos, entre outros, nas
comunicações da Comissão “Para uma Agenda Urbana na União Europeia” (1997) e “Desenvolvimento Urbano Sustentável
na UE: um Quadro de Acção” (COM(98) 605 final). Estes documentos focam essencialmente quatro objectivos políticos:
reforçar a prosperidade económica e o emprego nas cidades; promover a igualdade, a inclusão social e a recuperação das
50 GlossárioParceria com as Cidades
zonas urbanas; preservar e melhorar o ambiente urbano para a sustentabilidade local e global; contribuir para uma boa
governança urbana e responsabilização local.
Programação: Princípio de funcionamento dos Fundos estruturais que visa a elaboração de programas plurianuais de
desenvolvimento. A programação segue um processo de decisão em parceria, em várias etapas, até os programas serem
assumidos pelos promotores de projectos públicos ou privados. O período de programação actual abrange os anos 2000 a
2006.
Projectos-Piloto Urbanos (UPP): Entre 1989 e 1999, 368 milhões de euros ajudaram a apoiar 59 projectos-piloto urbanos,
financiados no âmbito do programa de acções inovadoras do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Estes projectos
promoveram a inovação e experimentação urbanas e produziram resultados prometedores, especialmente no que respeita a
abordagens participativas e integradas de recuperação urbana.
Quadro de Acção para o Desenvolvimento Urbano Sustentável: A Comissão adoptou, em 28 de Outubro de 1999, uma
Comunicação sobre o Desenvolvimento Urbano Sustentável na União Europeia. Este quadro de acção tem quatro objectivos:
reforçar a prosperidade económica e o emprego nas cidades, promover a igualdade de oportunidades, a integração e a
recuperação das zonas abandonadas, melhorar o ambiente urbano e contribuir para uma boa gestão urbana e melhor
participação dos responsáveis locais e cidadãos. Para cada um destes objectivos, o Quadro de Acção estabelece modelos de
natureza inovadora, baseados especialmente em parcerias que envolvem os sectores público, privado e de voluntariado.
Encoraja igualmente a constituição de redes de projectos e ferramentas e difusão de “boas práticas”. A ideia não consiste em
aplicar soluções pré-definidas, mas em partir de condições locais, tendo em conta o contexto institucional em cada Estado-
-Membro.
URBACT: Um programa financiado entre 2002 e 2006 no âmbito da iniciativa comunitária URBAN II, destinado à troca de
experiências entre 200 cidades europeias. Está disponível uma verba de 24,76 milhões de euros, dos quais 15,9 milhões são
provenientes da Comunidade e 8,86 milhões dos Estados-Membros. Foi designada como autoridade de gestão o Ministère
délégué à la ville et à la rénovation urbaine da França. O comité de controlo criado pelos Estados-Membros e pela Comissão
actuará igualmente como comité director, seleccionando os projectos a implementar. Pode ser obtida informação
suplementar na página Internet http://www.urbact.org
Comissão Europeia
Parceria com as Cidades
Luxembourg: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias
2003 — 50 pp. — 21 x 29.7 cm
ISBN 92-894-5110-6
KN
-51-03-003-PT-C13
ISBN 92-894-5110-6