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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título Memórias: um gênero e um possível caminho para práticas de

oralidade, leitura e produção escrita.

Autora Nair Bonfim Nogueira

Escola de Atuação Colégio Estadual Lúcia Alves de Oliveira Schoffen

Município da escola Altônia

Núcleo Regional de Educação Umuarama

Orientador Luciana Ferreira Dias

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar Não

Público Alvo Alunos de sétima série, período vespertino

Localização Colégio Estadual Lúcia Alves de Oliveira Schoffen. Rua

Regente Feijó- 545. Altônia - PR

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Apresentação:

É real a necessidade de um maior número de práticas

de leitura e escrita por parte de nossos jovens e adolescentes.

É função da escola buscar enriquecer o repertório de leitura

e escrita. Nesse sentido, um possível caminho para a

aquisição destas habilidades é o trabalho com os gêneros

discursivos.

Sendo assim, as práticas linguísticas, com base no

gênero memórias, envolverão nesta proposta de intervenção

na escola um trabalho em torno dos três eixos de uso da

língua portuguesa (leitura, oralidade e escrita). O trabalho

inicial envolverá práticas de leitura no gênero e um estudo e

caracterização das memórias literárias. Em seguida, os

alunos terão como base um trabalho com a oralidade, tendo-

se em vista as atividades, a saber: recolhimento de memórias

de antigos moradores, entrevistas e a socialização destas

memórias em sala de aula. A produção escrita será uma

atividade pautada na escolha por parte de cada aluno de uma

memória que melhor resgata o passado da comunidade

altoniense. Os alunos estarão (re) criando essas memórias

recolhidas com total liberdade para transformar e

resignificá-las.

Palavras-chave

Memórias – Leitura – Resgate – Comunidade - Produção

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UNIDADE DIDÁTICA

Sendo a escola um espaço de confronto e diálogo entre conhecimentos sistematizados e os

conhecimentos do cotidiano popular que são fontes sócio-históricas, nossa proposta de formulação

de um material didático contemplará os três eixos de uso da língua portuguesa: leitura, oralidade e

produção escrita a partir do gênero discursivo memórias.

O texto de memórias objetiva resgatar um passado, com base nas lembranças de pessoas

que, de fato, viveram esse tempo. Assim, este trabalho colocará em cena o resultado de um

encontro, no qual as experiências de uma geração anterior são evocadas e passadas para outra,

dando assim continuidade à história da cidade. Valorizando, dessa forma, a história que cada

indivíduo traz e que é parte da memória do próprio grupo social ao qual pertence.

História do município de Altônia:

O município de Altônia está localizado no noroeste do Paraná. No ano de 1953, nordestinos

e mineiros foram os primeiros a chegar, colonizando pequenos lotes. Os colonizadores perceberam

a boa qualidade da terra e derrubaram as matas para plantar o café. Nos anos 60 e 70, Altônia

ganhou destaque pela sua produção de café recebendo o título de “Rainha do café”.

O nome Altônia surgiu em homenagem a Alberto Byington Junior, um dos sócios diretores

da companhia colonizadora, formado com a primeira sílaba “AL” de Alberto e “TON” de

Byington.

SENSIBILIZAÇÃO AO TEMA

INTRODUÇÃO GERAL:

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Um pouquinho do passado da cidade de Altônia...

“As aventuras e desventuras de um desbravador!”

Numa tarde dessas, numa conversa informal senhor Adão de Melo contou-me...

“Era o ano de 1969. O primeiro prefeito de Altônia, o Senhor Castro Lima convidou-me e eu vim

para cá trabalhar na prefeitura. No dia 2 de janeiro daquele ano, Castro Lima, Marcolino e eu entramos

naquele prédio que seria prefeitura por muitos anos...

Eu morava no hotel da Dona Maria. Pensa que é como hoje? Que nada! Era só alguns cômodos

que ela alugava e chamavam de pensão. Foi o meu primeiro ano de trabalho nesta cidade e longe de meus

pais.

Quando chegou a Semana Santa eu combinei com mais 3 amigos que aqui trabalhavam que

iríamos visitar nossos pais. Os meus moravam em Marialva.

Decidimos sair na quinta feira. Foi chuva o dia inteiro. O motorista não pode sair na hora prevista,

ficou olhando para o céu e esperando, esperando... Até que clareou e então ele arriscou viagem.

Asfalto não existia, só barro e mais barro depois de muita chuva. Rodamos até Pérola. De repente

deparamos com um caminhão tombado na estrada. Você sabe que estrada de terra é estreita e ainda mais

quando chove. O caminhão ficou atravessado e impedia qualquer passagem. Sem nada a fazer, tivemos

que passar a noite ali dentro do ônibus.

No dia seguinte, à tarde conseguiram um trator para desencravar o caminhão e só então seguimos

até Xambrê. Muita chuva e mais e mais barro na estrada. Na estrada, encontramos mais caminhões presos

pelo barro. Muita precariedade. Pernoitamos na cidade, mas dessa vez comemos até sanduíches de

mortadela. Partimos de Xambrê pela manhã de sábado e só conseguimos chegar no início da tarde em

Umuarama.

Destino final ainda estava longe. Asfalto só de Cianorte a Maringá. O que fazer? Segunda feira o

trabalho nos esperava. Então resolvemos não seguir viagem. Decidimos passar a noite em Umuarama e

retornar no domingo para Altônia. Aproveitamos e passeamos pela cidade grande...

No domingo, a chuva já havia cessado, mas só chegamos à tarde aqui. Os meus pais ficaram

preocupados porque sabiam da minha visita. Naquela época só tinha um PS na cidade e na segunda feira

pela manhã fui ligar para meus pais para avisar do acontecido.

(Adão Batista de Melo)

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Converse com os alunos interrogando-os com as questões abaixo.

1) Você conhece estas histórias da cidade?

2) Se a resposta é sim, comente a respeito da forma como essas histórias chegaram até

você? Alguém as contou?

3) Se a resposta é não, converse com alguém mais velho e tente saber detalhes destas

histórias que fazem parte da memória da nossa cidade, Altônia.

4) Você conhece outra história vivida por antigos moradores da cidade? Relate para a

turma.

Falar de si mesmo é algo próprio do ser humano...

Vamos fazer uma volta ao passado:

1) Você se lembra de algum lugar que você visitava quando criança e que te traz boas

recordações? Como era esse lugar? Quais sentimentos esse lugar te proporcionava?

2) Você se recorda de algum acontecimento marcante em sua vida? Quando aconteceu? Onde?

3) Converse com seus pais e tente descobrir alguns fatos marcantes na vida deles. Se quiser

pode utilizar-se das questões acima.

4) Relate para os colegas o que você ouviu de seus pais e que acha importante compartilhar.

Conhecendo o Gênero: memórias

Você irá perceber pela conversa com as pessoas mais experientes que falar de si mesmo

é uma característica humana. Muitas dessas pessoas gostam de contar causos, histórias

vividas, falar de suas angústias, suas alegrias, suas dores e de suas experiências. Basta

termos tempo e disposição para ouvi-las que muito aprenderemos com suas

recordações. Há outras pessoas que sentem necessidade de expor sua vida em uma

autobiografia, outras de desabafar em um diário ou mesmo em um blog, tornando

assim, públicas ou reveladas, as suas vivências.

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Contar histórias, falar de si mesmo, da experiência, de fatos observados, ou seja,

documentar acontecimentos da vida particular, da sua cidade, região ou país diz respeito a uma

característica essencialmente humana. Neste sentido, os diários, as autobiografias e memórias

consistem em se fazer uma recapitulação geral de coisas que nos tocaram e que constituíram a

identidade que temos e carregamos conosco.

Memórias, diário, autobiografia pertencem aos gêneros chamados confessionais. São

narrativas antigas no universo literário, escritas em primeira pessoa; e como qualquer outro

discurso, sendo uma produção humana pode ser entrecortado de ficção.

Textos centrados nos sujeitos existiram sempre, pois a humanidade possui o instinto

autobiográfico e o desejo de registrar suas vivências. Porém a partir do século XVIII pode-se

pensar em gênero confessional. No entanto, seu apogeu dá-se no início do século XX, pois surge

uma gama de literatura íntima que se tornou produto de consumo e passou a ser digerida por uma

grande massa de leitores interessados no secreto. Realmente, o século XX foi o século das

memórias, principalmente nas últimas décadas. Leitores com apetite de voyeur acreditavam entrar

na intimidade e devassar segredos invioláveis do autor.

Vejamos a definição dos termos: MEMÓRIA e MEMÓRIAS.

Segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa MEMÓRIA é “aquilo que ocorre ao

espírito como resultado de experiências já vividas; lembrança, reminiscência”.

Já a palavra MEMÓRIAS Houaiss define como: “relato que alguém faz, muitas vezes na

forma de obra literária, a partir de acontecimentos históricos dos quais participou ou foi

testemunha, ou que estão fundamentados em sua vida particular”.

Gêneros Confessionais

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Tendo-se em vista a relação entre um passado rememorado e um momento presente, a

partir do qual o autor está envolvido no ato de narrar, é válido considerar, juntamente com os

alunos, a apresentação à luz da leitura do texto, a estrutura composta pelos chamados elementos da

narrativa: espaço, tempo, personagens, narrador e enredo.

Sendo um gênero predominantemente narrativo em sua estrutura composicional, um texto

caracterizado como memorialístico apresenta geralmente um narrador-personagem, que tem como

característica se apresentar e manifestar como EU, relembrar aquilo que viveu considerando um

único ponto de vista: o DELE. É freqüente o uso dos pronomes pessoais eu, me, nós, nos; e os

possessivos meu(s), minha(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), etc. Por se tratar de um texto

narrativo, em geral, o início de um livro, ou mesmo de um capítulo de Memórias Literárias, é

dedicado a situar o leitor no tempo e, principalmente, no espaço em que se passam as lembranças

do narrador.

O eu-narrador, ao evocar pessoas e acontecimentos, utiliza-se dos tempos verbais que são

essencialmente pretérito perfeito e imperfeito para marcar um tempo passado. Porém quando se

quer narrar uma ação hipotética, o autor utiliza-se do modo subjuntivo que retrata situações

consideradas possíveis. Diante do que foi exposto, o professor pode esquematizar um quadro

comparativo entre tais tempos verbais associando seu funcionamento dentro dos textos

memorialísticos.

O pretérito perfeito expressa uma ação

acabada e localizada no passado.

O pretérito imperfeito expressa uma ação

contínua no passado, algo não concluído.

Pretérito Perfeito: Verbo Viajar

Eu viajei

Tu viajaste

Ele viajou

Nós viajamos

Vós viajastes

Eles viajaram

Pretérito Imperfeito: Verbo Passar

Eu passava

Tu passavas

Ele passava

Nós passávamos

Vós passáveis

Eles passavam

Recursos Linguísticos

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Considerando a necessária interdependência entre a língua e o discurso, o professor deve

trabalhar com práticas de leitura nos gêneros memorialísticos e mobilizar com os alunos um espaço

de reflexão sobre o funcionamento da língua no texto e os efeitos de sentidos produzidos pelas

formas verbais. Vamos a dois exemplos com o gênero diário e um com o gênero canção.

Observe o emprego dos verbos neste trecho de “O Diário de Zlata”. Responda às

questões a seguir.

Hoje trovejou em nosso bairro inteiro. Não sei nem dizer o número de granadas que caíram

pertinho da nossa casa. Papai havia ido com Samra para o local onde estão fazendo distribuições

da Ajuda Humanitária. Tudo estava calmo, mas de repente se ouviram tiros de canhão. Explosões.

Trovões impressionantes. Emina estava em nossa casa. Num determinado momento houve uma

violenta detonação. Vidros voavam em estilhaços; telhas despencavam, havia uma nuvem de

poeira. Não sabíamos mais para onde ir.

1) Como você explica as frases: “Hoje trovejou em nosso bairro inteiro.” / “Trovões

impressionantes”?

2) Encontre os verbos que foram usados nas duas primeiras frases. Em que tempo

verbal eles foram empregados? O que eles informam?

3) As últimas linhas do parágrafo descrevem uma violenta detonação. Por que foram

usados verbos no pretérito imperfeito?

4) Quais sentimentos foram revelados neste trecho do Diário?

DIÁRIO: É um relato pessoal que narra acontecimentos do

nosso dia a dia e as emoções, os sentimentos, os desejos e os

segredos que vêm junto com eles.

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O Diário de Anne Frank.

“Anne Frank nasceu em 12 de junho de 1929 na Alemanha. Com a chegada de Hitler ao poder,

ela e sua família foram obrigadas a sair do país. Em 1942, com a perseguição aos judeus

deflagrada também na Holanda, Otto Frank, sua esposa e suas filhas se uniram a mais 4 pessoas e

se refugiaram.dos invasores alemães.

Anne escreveu seu diário entre 12 de junho de 1942 e 1º de agosto de 1944. É em seu diário que

ela desabafa sobre seus dias de tensão, silêncio e medo aterrorizante durante o período que

viveram escondidos em um sótão

Em 4 de agosto, as oito pessoas que se escondiam no Anexo Secreto foram presas. Ela morreu

aprisionada no campo de concentração Bergen-Belsen, três meses antes de completar 16 anos.”

Este livro já foi traduzido para 67 línguas e é um dos mais lidos do mundo.

A seguir alguns pequenos trechos do Diário de Anne Frank.

Após a leitura , destaque alguns ítens que são característicos de um um diário.

Quinta feira, 6 de janeiro de 1944.

Querida Kitty,

Hoje tenho duas coisas para confessar. Vai demorar um longo tempo, mas tenho de contar a

alguém, e você é a candidata mais adequada – sei que vai guardar segredo, não importa o que

aconteça. [...]

A mãe que eu imagino é uma pessoa que, em primeiro lugar, tem muito tato, sobretudo com

relação aos filhos adolescentes, e não como uma pessoas que, como mama, zomba de mim

quando choro. Não porque estou sofrendo, mas por causa de outra coisa. [...]

Acho que o que está acontecendo comigo é maravilhoso, e não falo somente das mudanças que

acontecem no exterior do meu corpo, mas também das que ocorrem dentro.Nunca comento essas

coisas com os outros, e é por isso que tenho que falar sobre elas comigo mesma. [...]

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Muitas canções apresentam histórias vividas e os autores fazem uma busca na memória para

recontar fatos relevantes do seu passado ou do passado vivido por outra pessoa.

A canção “O menino da Porteira” é uma narrativa memorialística, pois o eu - lírico busca em

suas lembranças um fato acontecido em seu passado que marcou sua vida e que de certa forma

se mantém presente no momento atual; fato este, que foi tão importante que modificou o seu

modo de agir no presente.

O Menino da Porteira (Daniel) (Composição : Teddy Vieira / Luizinho)

Toda vez que eu viajava pela Estrada de Ouro Fino

de longe eu avistava a figura de um menino

que corria abrir a porteira e depois vinha me pedindo:

-Toque o berrante seu moço que é pra eu ficar ouvindo.

[...]

Nos caminhos desta vida muitos espinhos eu encontrei,

mas nenhum calou mais fundo do que isso que eu passei

Na minha viagem de volta qualquer coisa eu cismei

Vendo a porteira fechada o menino não avistei.

[…]

Lá pras bandas de Ouro Fino levando gado selvagem

quando passo na porteira até vejo a sua imagem

[...].

Eu já fiz um juramento que não esqueço jamais

Nem que o meu gado estoure, e eu precise ir atrás

Neste pedaço de chão berrante eu não toco mais.

Disponível em< http://letras.terra.com.br/sergio-reis/68480/ > acesso em: 27de jul, 2011.

CANÇÕES MEMORIALÍSTICAS

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Atividades

Após ouvir a canção, responda às questões que seguem abaixo:

1) Situe o espaço e tempo em que ocorreram os fatos.

2) Em uma narrativa memorialista, é comum o uso da primeira pessoa do singular, já que é

uma forma de resgatar o passado vivido por quem narra os acontecimentos. Identifique os pronomes

pessoais e possessivos em primeira pessoa presentes no texto.

3) Na busca de recordações, o EU-narrador, ao evocar pessoas e acontecimentos, utiliza-se

dos tempos verbais que são essencialmente pretérito perfeito e imperfeito. Destaque os verbos

destes tempos verbais que estão presentes nas quatro primeiras estrofes.

4) Descreva com suas palavras quem é o eu-narrador.

5) Há no texto 3 exemplos de discurso direto. Cite-os e diga quem são os seus locutores.

6) O que o autor quis dizer com o seguinte verso: “Nos caminhos desta vida muitos espinhos

eu encontrei”.

7) Nas duas últimas estrofes o autor volta ao tempo presente. Tempo este em que estão

sendo contados os fatos ocorridos. Em sua opinião, os acontecimentos passados/narrados interferem

no momento presente vivido pelo autor?

8) Imagens também são formas de mostrar nosso entendimento a respeito de um assunto.

Sendo assim procure demonstrar por meio de uma ilustração o fato mais marcante dessa canção.

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Figuras de linguagem: são recursos expressivos que consistem do emprego de

palavras num sentido diferente daquele que normalmente elas são empregadas (dicionário). Nesses

casos, dizemos que as palavras foram usadas no sentido figurado.

Ao escrever textos de memórias literárias, os autores geralmente fazem uso de figuras de

linguagem para ampliar o significado das palavras, transmitirem melhor uma emoção diante da

vida e como forma de tornar mais expressiva a linguagem.

Vejamos algumas figuras de linguagem que são muito utilizadas pelos poetas:

Metáfora: Comparação abreviada em que se atribui a um ser uma qualidade que não lhe

cabe logicamente.

Meu marido é uma fera. Minha vida era um palco iluminado.

Metonímia: Figura que consiste em designar uma coisa com o nome de outra que com ela

tem relação imediata; a causa pelo efeito e vice-versa.

Tomou uma garrafa de vinho. Vá à biblioteca e traga um Aurélio para mim.

Personificação: Figura que consiste em atribuir ações e qualidade próprias de seres

humanos a seres inanimados ou irracionais.

Ó tristeza, me desculpe. Estou de malas

prontas.

O vento assobiava na janela durante a noite

chuvosa.

Recursos Linguísticos:

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Onomatopeia: Figura de linguagem na qual se reproduz um som com um fonema ou

palavra.

Tic, tac, tic, tac… Cof, cof, cof…

Neologismo: s.m. Palavra nova ou frase nova; ou ainda palavra antiga com sentido novo.

Dangerosíssima. Perigosíssima

(danger = perigo)

Atoando: estar à toa.

Biografia de Manoel de Barros: Um poeta memorialístico.

Manoel de Barros nasceu no Beco da Marinha, beira do Rio Cuiabá em 1916. Mudou-se

para Corumbá, onde se fixou de tal forma que chegou a ser considerado corumbaense.

Atualmente mora em Campo Grande. É advogado, fazendeiro e poeta. Escreveu seu primeiro

poema aos 19 anos, mas sua revelação poética ocorreu aos 13 anos de idade quando ainda

estudava no Colégio São José dos Irmãos Maristas, Rio de Janeiro. Autor de várias obras pelas

quais recebeu prêmios como o “Prêmio Orlando Dantas” em 1960, conferido pela Academia

Brasileira de Letras ao livro “Compêndio para Uso dos Pássaros”. Em 1969 recebeu o Prêmio da

Fundação Cultural do Distrito Federal pela obra “Gramática Expositiva do Chão” e, em 1997 o

livro “Sobre Nada” recebeu um prêmio de âmbito nacional.

Disponível em<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/manuel-de-barros/manuel-de-barros.php> acesso

em: 15 de jul, 2011.

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Vejamos no texto abaixo como Manoel de Barros faz uso da linguagem figurada com a

finalidade de ampliar o significado das palavras, transmitir maior emoção e enriquecer seu texto no

qual o poeta relembra sua infância na cidade de Corumbá-MS.

CORUMBÁ REVISITADA (Manoel de Barros)

“Memórias Inventadas: a terceira infância”

A cidade ainda não acordou. O silêncio do lado de

fora é mais espesso. Dobrados sobre os escuros

dormem os girassóis.

[...]

O rio está bufando de cheio. Há bugios

ainda nas árvores ribeirinhas.

[...]

Há canoas embicadas e mulheres

destripando peixes. Ao lado os meninos brincam de

canga-pés. Das pedras ainda não sumiram os orvalhos.

[...]

Eu.queria saber.o sonho daquelas garças à margem do rio. Mas não

foi possível. Agora não quero saber mais nada, só

quero aperfeiçoar o que não sei.

UM POUCO DE POESIA

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Dimensão lingüística: Trabalhando com o vocabulário:

O eu enunciador discorre sobre um espaço geográfico que percebemos ser as margens de

um rio, isto leva-nos a imaginar como era a cidade de Corumbá, cidade na qual o poeta viveu

durante alguns anos. Muitas palavras e expressões utilizadas por Manoel de Barros são oriundas de

uma região pantaneira, então é de grande ajuda sabermos o significado dessas palavras e

expressões. Vejamos:

Atoar. v.t. Levar à toa, a reboque.

Bugios: s.m. Espécie de macaco; mono.

Destripando: v.t. Estripar; fazer sair as tripas.

Cangapé: s.m. Pontapé dado súbita e perfidamente na barriga da perna de outrem. Bras.

Pontapé que, por brincadeira, alguém dá dentro da água, ao mergulhar, em companheiro que lhe

está próximo.

Batelões ( batel): Embarcação robusta, de ferro ou de madeira, fundo chato, com propulsão

própria ou sem ela, usada para desembarque ou transbordo de carga.

Mascateiro: s.m. Vendedor de mercadorias pelas ruas.

Tino: s.m. tinido.

Trilheira(o):s.f. Bras. Trilha ou caminho, muito acentuado na mata.

Vamos lembrar-nos das metáforas produzidas por Manoel de Barros em seu poema.

a) O rio está bufando de cheio (imagem do Pantanal do rio na época das cheias)

b) O sol ainda vem escorado por um bando de andorinhas (aves típicas de regiões quentes

que vivem em bandos).

c) Eu bem recebia as pétalas do sol em mim. (os raios de sol)

d) O rio ainda está esticado de rãs até o joelho. (o rio está repleto de rãs)

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e) Passa por mim uma brisa com asas de garças.

Agora vejamos algumas personificações presentes no texto de Manoel de Barros.

a) A cidade ainda não acordou. (os moradores da cidade que não acordaram)

b) Dormem os girassóis. (girassóis não dormem)

Agora é a sua vez! Relacione as colunas identificando as figuras de linguagem.

( ) Já li machado de Assis.

( ) Essa tristeza era um caranguejo com fortes pinças.

1- Metáfora ( ) A chuva caía plim ,plim, plim...na noite escura.

2- Metonímia ( ) A lua inundava a rua naquela noite.

3- Personificação ( ) O relógio não o deixava dormir: tic, tac,tic, tac...

4- Onomatopeia ( ) A natureza parece estar chorando.

( ) Já comi quatro pratos de sopa.

( ) A morte é um filme que parou de súbito.

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Leia e aprecie a poesia de Mário Quintana e depois responda às questões.

POESIA: Tempo Perdido

Havia um tempo de cadeiras na calçada.

Era um tempo em que havia mais estrelas.

Tempo em que as crianças brincavam sob a clarabóia da lua.

E o cachorro da casa era um grande personagem.

E também o relógio de parede!

Ele não media o tempo simplesmente: ele meditava o tempo.

(Mário Quintana) 80 anos de poesia. RJ: Globo, 1986.

a) Para o eu-lírico, o tempo parece perdido. Explique por quê.

b) Interprete esta passagem: “Tempo em que a s crianças brincavam sob a clarabóia da lua”.

c) Você acha possível se colocarem ainda hoje cadeiras na calçada? Por quê?

d) Segundo o texto, “havia mais estrelas” em outros tempos. Esclareça por quê.

e) Explique o significado deste trecho: “E também o relógio de parede! Ele não media o tempo

simplesmente: ele meditava o tempo”.

(Português: leitura / produção/ gramática. Editora Moderna. São Paulo, 2002.1ª edição.)

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Por intermédio das entrevistas que serão realizadas com pessoas da comunidade que são

mais experientes, idosas, vividas, haverá a descoberta de muitas palavras e expressões da língua

que não são do conhecimento de vocês. Termos estes que são desconhecidos porque podem estar

já em desuso ou mesmo ser provenientes de regiões diferentes da local.

Caberá, então, neste momento, você elaborar uma listagem com os vocábulos que surgirem

nas conversas e entrevistas para posteriormente esclarecer seu significado, seja com o uso do

dicionário ou com as explicações do próprio entrevistado ou de seus familiares. Possivelmente,

você encontrará uma enorme quantidade de palavras e expressões da língua que necessitarão de

investigação e com isso você vai entender parte da nossa memória cultural e histórica. Esta

listagem de palavras posteriormente será de grande utilidade para a produção escrita do seu texto

de memórias.

Exemplos de palavras e expressões usadas numa determinada época.

Prosear (proseá) = conversar, bater papo.

Estorvar (estrová) = perturbar, incomodar.

Lorota = mentira.

Coroa= pessoa mais velha.

Campear (campiá) = procurar.

Estar na fossa = estar triste.

Grilo na cuca= problema, preocupação.

LEVANTAMENTO DE VOCABULÁRIO

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PROVÉRBIOS

Provérbio: s.m. máxima breve; sentença, em poucas palavras, que se tornou popular.

As pessoas que já têm certa idade avançada gostam de usar provérbios em suas conversas,

ou até mesmo os utilizam como forma de aconselhar as crianças ou as pessoas jovens. Os

provérbios podem ser uma boa fonte de sabedoria que é passada de geração a geração. Leia os

provérbios abaixo e discuta os seus significados com os colegas.

Não coloque a carroça diante

dos bois.

Antes só que mal

acompanhado.

Não cutuque a onça com vara

curta.

Quem fala demais, dá bom dia

a cavalo.

Quem semeia ventos, colhe

tempestades.

A pressa é inimiga da

perfeição.

Agora é a sua vez!

Fique atento durante as entrevistas e tente colher outros provérbios com as pessoas que você

entrevistará. Você pode também pesquisar com pessoas de sua família e comunidade. Traga para a

sala de aula os provérbios que julgar relevante a fim de compartilhá-los com os colegas.

GÊNEROS CONFESSIONAIS: PROPOSTAS DE LEITURA

Há obras que podem ser identificadas dentro do gênero memórias. Neste sentido,

serão apresentados livros em que podemos reconhecer esse gênero e desfrutar da

possibilidade de lembrar de fatos vividos narrados por um sujeito que revisita seu passado

para entender seu presente.

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Velhos Amigos – Eclea Bosi (2003) Cia das Letras

Lembranças reais de personagens anônimos da vida brasileira estão organizadas em

pequenas narrativas entre o conto, o poema e a crônica para serem lidos por jovens, crianças,

adultos e velhos.

O diário de Anne Frank.Tradução de Ivanir Alves Calado- 4ª edição – Rio de Janeiro:

BestBolso, 2008.

O cotidiano e a intimidade de uma adolescente judia nos sombrios anos da segunda guerra

mundial são revelados. É um relato em primeira pessoa no qual a adolescente Anne Frank mostra-

nos como é viver escondida da fúria dos nazistas por vinte e cinco meses.

Juca e Joyce - Memórias da neta de Monteiro Lobato-Memórias de Joyce Campos

Kornbluh a Márcia Camargos(2009) Editora Moderna

Curiosa e travessa, Joyce sempre esteve muito próxima de Monteiro Lobato, a quem ela

carinhosamente chamava de Juca. Foi ouvinte privilegiada das histórias que ele ia criando. A

convivência estreita fez dela guardiã das lembranças do cotidiano do escritor: seus pratos

prediletos, as leituras de cabeceira, os artistas e os programas de rádio que ele mais apreciava.

Estas memórias desvendam novos aspectos do universo lobatiano.

Memórias inventadas - A terceira Infância- Manoel de Barros -(2008) Editora Planeta

Memórias do autor quando era pequenino e que se abastece na infância e na palavra. Três

personagens colaboraram com Manuel de Barros na composição destas memórias: a criança, os

passarinhos e os andarilhos.

Pé de Guerra - Memórias de uma menina na guerra – Sonia Robatto – Editora 34

Um livro delicioso. Crianças, jovens e adultos vão embarcar nas lembranças de uma

menina baiana de sete anos em seus dias de guerra. Guerra de verdade. Todo o livro é escrito sob o

ponto de vista de Camila que escreve sobre suas angústias no período da 2ª guerra mundial.

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Ahh, no meu tempo era assim...

Quem não gosta de ouvir uma boa história de vida? Quem tem um avô/avó em casa sabe o

quanto é importante ter alguém para ouvir suas experiências, seus causos, suas lembranças de um

tempo que parece distante, mas, muitas vezes, está presente em suas lembranças, esperando para

aflorar.

Você também gosta de ouvir as histórias dos mais antigos? O que você acha das

experiências das gerações anteriores? Que diferenças você percebe entre a sua vida e a vida de

seus pais, tios e avós?

Eclea Bosi em seu livro “Velhos Amigos” nos ensina:

“De onde vêm as histórias? Elas estão escondidas como um tesouro na gruta de Aladim ou

num baú que permanece no fundo do mar. Estão perto, ao alcance de sua mão. Você vai

descobrir que as pessoas mais simples têm algo surpreendente a nos contar. [...] Quando

um avô fica quietinho, com o olhar perdido no passado, não perca a ocasião. Tal como

Aladim na lâmpada maravilhosa, você descobrirá tesouros na memória. Se ter um velho

amigo é bom, ter um amigo velho é ainda melhor”. (Bosi, 2003, p.9)

Sim, o mundo moderno oferece hoje tantas possibilidades de comunicação (internet,

celular, telefone, entre outros) que as pessoas estão perdendo o hábito de ouvir, aprender com as

experiências dos outros, valorizar e dar atenção aos mais velhos.

As cidades, assim como as pessoas, também possuem histórias para contar...

Relembrar acontecimentos sociais, personagens famosos, fatos marcantes, locais

importantes... Construirão as memórias de uma cidade. Estas tramas narrativas, se preservadas,

constituirão elementos da memória cultural de um dado local que contribuirá para que futuras

gerações compreendam este local em que vivem.

RECOLHIMENTO DAS MEMÓRIAS

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Etapa I - Entre lugares e lembranças

Aqui, na nossa cidade, existe algum lugar que é especial, conhecido, que antigamente era

de outro jeito ou que nem existe mais? Vamos então montar uma exposição de algumas fotos de

antigos locais que existiram na cidade e que desapareceram com o tempo. Tente procurar com seus

pais, avós, pessoas mais velhas, na internet, alguma foto da cidade que hoje é “coisa do passado”.

Lista de locais pré-selecionados para levantamento de possíveis recordações, fatos

importantes vividos, rememorar um passado vivido aqui.

Cinemão- Cine Casablanca

Cineminha

Campão (terra)

Alto – falante

Antiga Igreja Católica ( Praça Carlos Gomes}

Antiga rodoviária (Hotel da Dona Maria)

Buracão

Etapa II - Direcionamentos para a entrevista:

Tendo em vista estes locais antigos que num determinado tempo foram importantes para a

cidade e objetivando colher histórias que estavam guardadas em um baú, vamos conduzir uma

entrevista com alguns pioneiros de Altônia. (O professor organizará as equipes conforme o número

de alunos na classe, sendo que cada equipe investigará um determinado local.

* Selecionar pessoas que conheceram alguns desses lugares e agendar uma visita.

* Investigar se esse lugar está relacionado a uma alguma história que marcou a cidade

ou a uma boa história de vida.

* Preparar uma entrevista com moradores pioneiros que irão contar suas memórias e

posteriormente teremos um trabalho de compartilhá-las com os colegas e de escrevê-la tal como

foi contada.

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ROTEIRO PARA A ENTREVISTA

Como era esse local que você conheceu?

Era muito frequentado pelos moradores de Altônia? Quem frequentava mais esse local:

crianças, jovens, adultos, idosos?

O que as pessoas buscavam lá?

Esse local trazia alegria, felicidade às pessoas que iam até lá?

Esse local proporcionava algum benefício para o desenvolvimento da cidade de Altônia?

Por que será que esses locais não existem mais? O que existe hoje nesses antigos locais?

Você sente saudades da época que freqüentava esse local?

Quais emoções você viveu lá?

Houve algum fato importante que não se apaga de suas lembranças?

O tempo vivido aqui na cidade quando você frequentava esse local foi um passado de boas

recordações? Do que você mais sente saudades?

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Etapa II - Selecionando a memória a ser socializada

Agora é sua vez: você vai elaborar uma apresentação oral para seus colegas,

compartilhando com a classe o que aprendeu sobre a cidade com base na memória recolhida e que

bem representa o passado da cidade.

a) Qual lugar/ponto que existiu no passado e que foi bem frequentado, mas que não existe mais, a

não ser na memória das pessoas?

b) Como foi o passado da comunidade, da cidade, das pessoas que freqüentavam este local?

c) Houve algum fato importante vivido pela pessoa entrevistada por você que ocorreu neste

local?

d) Que tema (conteúdo) essa memória traz?

e) Que tipo de vocabulário você vai utilizar no seu texto? Quais tempos verbais você tomará

como base?

f) Você fará uso de figuras de linguagem? Qual (is)?

Etapa IV – Produção escrita de uma memória

Bom, agora, neste momento, você já socializou com a turma a memória que mais lhe

agradou e que, em sua opinião, representa um determinado local que existiu na cidade de forma

mais interessante e verdadeira. Mas essa memória pode ser ainda divulgada também para outras e

novas pessoas.

De fato, acreditamos que há outras pessoas da escola, da comunidade e da cidade como um

todo que também querem conhecer o passado da Altônia e ouvir essas memórias. Assim, por que

não pensar em divulgar esses textos?

Práticas de produção do gênero

Oficinas de práticas de escrita no gênero Memórias com o

objetivo de produzir um livro

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Neste caso, vamos nos organizar em uma nova atividade: nesta fase, você produzirá um

texto escrito da história compartilhada com a turma. Para tanto, transformaremos a sala em uma

oficina de produção de textos. É hora de colocar em prática o conhecimento sobre os tempos

verbais, as figuras de linguagem, usar um vocabulário típico de uma época. Essa história, depois

de ganhar corpo na sua versão escrita, será divulgada pelo jornal mensal do colégio e

posteriormente fará parte de um livro que será montado pela turma.

Esses textos escritos (o seu e de seus colegas) vão permitir que nosso passado seja

preservado, respeitado e também conhecido por diferentes pessoas que aqui vivem e que se

orgulham da cidade.

A avaliação será por meio da participação efetiva dos alunos nas atividades propostas na

sala de aula e nas tarefas executadas, tais como: pesquisa, entrevista, e, sobretudo pela realização

da tarefa final que será a de escrever uma produção memorialística baseada nas memórias

recolhidas de pessoas da comunidade. Além disso, será observado se os alunos envolvidos

desenvolverão maior gosto pela leitura, principalmente dos livros propostos neste material.

Também será levada em conta a aquisição de conhecimentos a respeito do passado da cidade, bem

como reconhecimento do gênero memórias e suas peculiaridades.

Professor: A seguir há algumas possíveis sondagens dos conhecimentos adquiridos pelos

alunos após a aplicação deste material didático:

O que você descobriu a respeito do passado do nosso município?

Você aprendeu um pouco mais a respeito do passado de seus familiares e comunidade?

Cite algum fato importante que descobriu.

O que você apreendeu a respeito do gênero memórias?

A partir de agora, você é capaz de reconhecer um livro que pertença ao gênero memórias?

Você leu algum livro do gênero memórias que foi proposto? Gostou?

AVALIAÇÃO

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REFERÊNCIAS

BARROS, Manoel de. Memórias Inventadas - A Terceira Infância. Editora Planeta. 2008.

BOSI, Eclea. Velhos Amigos. São Paulo: Cia das Letras – Editora Schwarcz, 2003.

BUENO, Silveira. Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo:FTD, 2009.

CAMARGOS, Márcia.Juca e Joyce - Memórias da neta de Monteiro Lobato-Memórias de

Joyce Campos Kornbluh a Márcia Camargos. Editora Moderna, 2009.

MACIEL, Sheila Dias. A literatura e os gêneros confessionais. Disponível em:

http://www.cptl.ufms.br/pgletras/docentes/sheila/A%20Literatura%20e%20os%20g%EAneros%20

confessionais.pdf. Acesso em: 10 de nov. 2010

CALADO, Ivanir Alves,O diário de Anne Frank. 4ª edição – Rio de Janeiro: BestBolso, 2008.

Olimpíada de Língua Portuguesa – Escrevendo o futuro. São Paulo: Prol Gráfica - Cenpec

2010.

PARANÁ, Secretaria do Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de

Ensino Fundamental. Diretrizes Curriculares da educação fundamental da rede de educação

básica do Estado do Paraná: versão preliminar. Curitiba: 2006.

ROBATTO, Sonia Pé de Guerra - Memórias de uma menina na guerra São Paulo: Editora 34,

1994.

SARMENTO, Leila Lauar. Português: Leitura / Produção/ Gramática. São Paulo: Editora

Moderna. 2002. 1ª edição.

Sites consultados:

http://letras.terra.com.br/sergio-reis/68480/

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/manuel-de-barros/manuel-de-barros.php