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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS -

DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Ficha para Catálogo Artigo Final

Professor PDE/2010

Título A utilização da internet como recurso pedagógico no desenvolvimento de aprendizagem colaborativa

Autor Elisabeth Sguário Cobbe

Escola de Atuação C. E. Jorge Queiroz Netto – Ens. Fund. Médio e Profissional

Município da Escola Piraí do Sul

Núcleo Regional de Educação Ponta Grossa

Orientador Dra. Marli de Fátima Rodrigues

Instituição de Ensino Superior UEPG

Área do Conhecimento/Disciplina

Pedagogia

Relação Interdisciplinar Arte; Língua Portuguesa.

Público Alvo Alunos de 6º ano

Localização Rua Izidoro Doin,

Resumo: O referido artigo aborda a aprendizagem colaborativa como uma metodologia de ensino, no qual, por meio do trabalho em grupo e pela troca entre os pares, as pessoas envolvidas no processo aprendem juntas. As possibilidades para esse fim são muitas, como a pesquisa em sala de aula e o uso da Internet. A investigação orientou-se pela necessidade de incluir esse alunos numa educação de qualidade, por meio do conhecimento histórico, científico, artístico, filosófico e tecnológico, possibilitando que tenham condições de analisar a sociedade atual em suas contradições, instrumentalizando-os para transformar sua prática social.

Palavras-chave Tecnologia; Educação; Internet; Aprendizagem colaborativa.

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A UTILIZAÇÃO DA INTERNET COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO

DESENVOLVIMENTO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA

Autor: Elisabeth Sguário Cobbe

1

Orientadora: Marli de Fátima Rodrigues2

Resumo

No presente artigo é relatado e discutido um projeto de intervenção

inserido no Programa de Desenvolvimento da Educação do Estado do Paraná

e desenvolvido em uma escola da rede estadual do município de Pirai do Sul.

O referido projeto abordou a aprendizagem colaborativa como uma

metodologia de ensino, no qual, por meio do trabalho em grupo e pela troca

entre os pares, as pessoas envolvidas no processo aprendem juntas. As

possibilidades para esse fim são muitas, como a pesquisa em sala de aula e o

uso da Internet. No entanto, o que percebeu-se no Colégio Estadual Jorge

Queiroz Netto – EFMP, município de Piraí do Sul – Pr, nas turmas de 5ª Séries

foi uma dissociação dessa prática, onde o aluno encara a pesquisa como

apenas uma tarefa a ser cumprida dentro de determinada disciplina, utilizando

as informações contidas na Internet de maneira indiscriminada, realizando

simples cópias de textos encontrados em sites de pesquisa. Nesse sentido, a

investigação orientou-se pela necessidade de incluir esse alunos numa

educação de qualidade, por meio do conhecimento histórico, científico,

artístico, filosófico e tecnológico, possibilitando que tenham condições de

analisar a sociedade atual em suas contradições, instrumentalizando-os para

transformar sua prática social. Teve-se como principal objetivo: descrever os

diferentes elementos que podem contribuir para o desenvolvimento da

pesquisa escolar pela Internet, de maneira a oportunizar a aprendizagem

colaborativa entre alunos e professores. Apontam-se como principais

resultados, além do enfrentamento dos problemas apresentados, a

possibilidade de auxiliar o aluno, por meio da pesquisa e da internet, a

construção do seu saber de forma significativa, desenvolvendo neles a

compreensão da leitura e o pensamento crítico para a busca de

conhecimentos.

Palavras-chave: Internet; pesquisa; Aprendizagem colaborativa.

1 Professora PDE 2010, Licenciatura Plena em Pedagogia, Professora Pedagoga no C. E. Jorge Queiroz

Netto – Piraí Do Sul - PR. 2 Profª. Dra. Universidade Estadual de Ponta Grossa PR.

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1 Introdução

Este artigo tem por finalidade relatar, socializar e divulgar os

encaminhamentos e resultados de um Projeto de Intervenção realizado em um

Colégio Estadual que oferta o Ensino Fundamental e Médio, no município de Piraí

doSul/Paraná, com a meta de refletir sobre como utilizar a Internet de forma

significativa na realização de pesquisa escolar para o desenvolvimento de uma

aprendizagem colaborativa.

O referido projeto foi elaborado e desenvolvido durante o período de 2010 e

2011, considerando as seguintes etapas:

A primeira etapa foi destinada a elaboração do Projeto de Intervenção

Pedagógica a partir da intenção manifestada pelo Professor PDE e do diagnóstico

realizado na escola de atuação, sendo orientado pelo professor da Instituição de

Ensino Superior (IES), nesse caso, da Universidade Estadual de Ponta Grossa; e

pesquisa bibliográfica onde foram realizados estudos e reflexões acerca de

importantes conceitos norteadores a respeito do uso da pesquisa escolar na internet

como potencializadora de uma aprendizagem colaborativa, a partir de diferentes

referenciais teóricos. Paralelamente a essa pesquisa bibliográfica foi realizado a

segunda etapa do projeto que consistiu-se em diagnóstico no ambiente escolar e

análise dos dados a fim de se confrontar teoria e prática.

Na terceira etapa foi realizada a produção didático pedagógica, elaborada

pela professora PDE, sob a orientação do Professor Orientador da IES, com o intuito

de auxiliar a implementação do Projeto. Esse material consistiu em uma Unidade

Didática destinada a alunos e professores da 5ª Série do Ensino Fundamental.

A quarta etapa consistiu na Iimplementação do Projeto na escola.

Finalizando, na quinta etapa, foi elaborado o artigo final com os resultados

observados durante o decorrer do planejamento, implementação e avaliação do

projeto, além da reflexão sobre o vivido.

A proposta desse Projeto fundamentou-se no princípio de que a prática

pedagógica precisa ser analisada continuamente e sem reflexão sobre a mesma não

é possível um avanço significativo no ensino e na aprendizagem. Assim, buscamos,

como Pedagoga da escola, desenvolver um trabalho de articulação entre toda a

equipe envolvida no processo ensino e aprendizagem, buscando, de maneira

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coletiva, criar condições para o desenvolvimento de um trabalho acerca dessa

questão, a fim de contribuir para seu aproveitamento, provocando o

comprometimento do coletivo da escola.

Nesse sentido, Libâneo (2005, p. 302) aponta

(...) podemos considerar como característica organizacionais positivas e eficazes para o bom funcionamento de uma escola: professores preparados, com clareza de seus objetivos e conteúdos, que planejam aulas, cativem os alunos; e, um bom clima de trabalho onde os professores aceitem aprender com as experiências dos colegas.

Nesse contexto, o presente artigo revela a trajetória desenvolvida durante o

trabalho. O texto está organizado em três partes. No primeiro momento apresenta-se

a fundamentação teórica que deu suporte a esse trabalho, com o objetivo de

aprofundar a compreensão das contribuições de autores que já escreveram sobre o

tema. Em seguida, são relatados e discutidos a metodologia e o processo de

implementação do projeto na escola, bem como é realizada a reflexão sobre os

resultados atingidos. Para finalizar, o terceiro momento constitui as considerações

finais do trabalho desenvolvido.

2 O uso de tecnologias na organização e implementação do trabalho

pedagógico

As novas propostas políticas contemplam a inserção de novas tecnologias

de informação e comunicação em ambientes educacionais que vêm a oferecer a

toda a escola um espaço enriquecedor, com os mais variados instrumentos de

informação, possibilitando aos mesmos um aprendizado muito mais amplo.

Segundo Munhoz (2002, p. 49),

as mídias devem ser utilizadas não como meros instrumentos tecnológicos. Elas podem servir como meio de incentivar e despertar o desejo pela pesquisa e participação, tornando o ambiente de aprendizagem colaborativo.

Dessa forma, a educação voltada às novas tecnologias vem a ser uma

educação colaborativa e participativa (MUNHOZ, 2002), pois os ambientes de redes

que os alunos utilizam para desenvolver seus conhecimentos irão fornecer-lhes a

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eles várias informações ao mesmo tempo, fazendo que ocorra uma aprendizagem

interativa, autônoma, criativa e uma construção coletiva do conhecimento.

De acordo com Rossini (2007, p.66):

Aprendizagem colaborativa é uma das estratégias que propicia um ambiente educacional colaborativo usando recursos tecnológicos. Ela se destaca como uma das formas rompedoras com a aprendizagem tradicional. Essa abordagem é centrada no aluno e no processo de construção do conhecimento, ao passo que a tradicional é centrada no

professor.

Mercado (2008) reforça esse pensamento e acrescenta que esta

metodologia permite enriquecer concepções e desenvolver hábitos de reflexão, uma

vez que num ambiente colaborativo possibilita a troca e a partilha de conhecimentos

e experiências, contribuindo, assim, para uma aprendizagem significativa.

Para Silva apud Almeida e Moran (2005, p. 71), a concepção de aprender

em processo colaborativo implica ainda em:

(...) planejar; desenvolver ações; receber, selecionar e enviar informações; estabelecer conexões; refletir sobre o processo em desenvolvimento em conjunto com os pares. Desenvolver a interaprendizagem, a competência de resolver problemas em grupo e autonomia em relação à busca e ao fazer por si mesmo.

A aprendizagem colaborativa apresenta-se, portanto, como uma

possibilidade de inovação da prática pedagógica, o conhecimento se forma a partir

das vivências do grupo, das trocas e dos aprofundamentos, valorizando as

competências individuais e a articulação destas para a realização de tarefas

comuns.

Para tanto, conforme Moran, Massetto e Berhrens (2000, p. 77):

a abordagem pedagógica que valoriza a aprendizagem colaborativa depende dos professores e gestores da educação que deverão se tornar sensíveis aos projetos criativos e desafiadores em busca de um ambiente inovador.

Nesse novo cenário, o professor torna-se um mediador, e poderá

desenvolver essa proposta, através do uso da internet, como uma ferramenta

auxiliar no processo de ensino e de aprendizagem, onde todos aprendem juntos.

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As potencialidades da Internet para esse fim são muitas, uma vez que

permitem a obtenção de informações, a troca de ideias, o desenvolvimento de

trabalhos de investigação. Dessa forma, ela é um instrumento fundamental de

trabalho nas escolas que passam a ter a possibilidade de se abrirem ao mundo,

permitindo, assim, um novo olhar sobre o processo de ensino e aprendizagem.

Moran (2007), em um de seus artigos, apontou algumas possibilidades de

uso da Internet na educação, tais como: divulgação, pesquisa, apoio ao ensino e

comunicação.

a) A divulgação pode ser de caráter institucional mostrando o que a escola faz, ou pessoal em que educadores e educandos publicam em homepages seus trabalhos mais significativos. b) A pesquisa pode ser feita de maneira individual ou em grupo, durante o horário de aula ou fora dele, ou ainda pode ser uma atividade obrigatória ou livre. c) Nas atividades de apoio ao ensino é possível conseguir textos, imagens, sons e vídeos para serem utilizados junto com outros materiais. d) A comunicação pode ocorrer entre educadores e educandos de outras escolas da cidade ou mesmo de outras cidades ou países. (MORAN, 2007, p.66)

Moran (2007, p. 46) destaca que o professor ”(...) de educador, que dita

conteúdo, transforma-se em orientador de aprendizagem, em gerenciador de

pesquisa e comunicação, dentro e fora da sala de aula”.

Nesse processo, o blog constitui-se em um recurso virtual que potencializa a

aprendizagem colaborativa, auxiliando no registro dos novos conceitos e

abordagens realizados pelos alunos em relação a um conteúdo proposto. Além

disso, por apresentar diferentes opções de interatividade, construídos coletivamente,

oferece condições para que todos possam colaborar postando conteúdos na página

através de comentários e sugestões.

Os blogs surgiram em agosto de 1999 e se expandiram rapidamente pela

facilidade de produção, pois dispensa o conhecimento especializado em

computação. O termo blog é uma abreviação do termo inglês weblog que pode ser

traduzido como “arquivo na rede”.

Dentre as características técnicas dos blogs, Franco (2010, p. 14) destaca:

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a publicação de ideias em tempo real; tem como característica principal textos curtos que podem ser lidos e comentados; abrange uma infinidade de assuntos; linguagem informal (amigável); entradas de textos cronologicamente organizados de forma inversa; permite a divulgação de textos, imagens, músicas; capacidade de arquivamento de mensagens anteriores; hiperlinks que complementam o assunto ou relaciona, interliga os blogs a outros blogs e a sites.

Nesse sentido, os blogs se apresentam como boas ferramentas para que os

educadores construam espaços virtuais de aprendizagem ou proponham atividades

que promovam a comunicação, a interação e a cooperação dos seus educandos e

propiciem a partir disso a construção de novos conhecimentos.

3 A metodologia, o processo e algumas reflexões

As estratégias propostas para esse trabalho basearam-se em uma

metodologia de investigação e intervenção que representam um processo de

construção e socialização de saberes, procurando-se estimular os professores a

refletirem sobre a própria prática a partir da realidade de seus alunos e de sua

escola, além de incluir os alunos de 5ª série a uma educação de qualidade, por meio

do conhecimento histórico, científico, artístico, filosófico e tecnológico, possibilitando

que tenham condições de analisar a sociedade atual em suas contradições,

instrumentalizando-os para transformar sua prática social.

Todo o processo de intervenção e investigação constituiu-se de quatro

momentos:

- Diagnóstico da situação da escola e dos fatores que envolvem a utilização do

computador e da Internet para pesquisas em sala de aula, procurando identificar

possíveis dificuldades encontradas pelos alunos durante esse processo

- Socialização do projeto nos grupos de trabalho em rede.

- Implementação do trabalho efetivado na escola e que envolveu professores e

alunos.

- Avaliação e análise do processo vivenciado.

O primeiro momento de intervenção e investigação consistiu na inserção na

realidade escolar para coleta de dados através de um questionário com os alunos da

5ª série do Ensino Fundamental, turma A, período da Manhã.

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As análises realizadas nos questionários respondidos pelos alunos

permitiram que fosse confirmada a hipótese inicial desse trabalho, a de que as

novas tecnologias através do uso da pesquisa escolar e da Internet, não vêm sendo

utilizadas como uma ferramenta privilegiada para o desenvolvimento de

aprendizagem colaborativa. O que se percebe é que o aluno encara a pesquisa

como apenas uma tarefa a ser cumprida dentro de determinada disciplina, utilizando

as informações contidas na Internet de maneira indiscriminada, realizando simples

cópias de textos encontrados em sites de pesquisa.

Foi possível verificar, ainda que a maioria dos alunos não possuem

computador em suas residências e por esse motivo não sabem ao certo como

utilizá-lo, no entanto, foram unânimes em afirmar que gostariam muito de aprender a

realizar pesquisas escolares, desenhar, jogar, se comunicar com os amigos, baixar

músicas e vídeos, e “entrar” no facebook.

Através do processo de diagnóstico foi possível Identificar e analisar as

dificuldades encontradas pelos alunos no uso da internet como “recurso didático”, e,

assim, iniciar a implementação do projeto de modo a contribuir para o

desenvolvimento da pesquisa escolar pela Internet, de maneira a oportunizar a

aprendizagem colaborativa entre alunos e professores.

Nesse contexto, no primeiro momento o Projeto de Implementação foi

divulgado e socializado para professores da rede pública através do Grupo de

Trabalho em Rede (GTR), no Ambiente Virtual E-escola, possibilitando interações

entre os participantes, que trocaram experiências, enriquecendo o trabalho e

potencializando ações coletivas para o uso da Internet de forma significativa na

realização de pesquisa escolar para o desenvolvimento de uma aprendizagem

colaborativa.

Nesse processo pudemos contar com colegas participativos e interessados

em implementar a prática pedagógica, partilhando a proposta de criar oportunidades

para o uso eficaz da Internet na realização de pesquisa escolar, tornando-se

colaboradores para o aperfeiçoamento da proposta de implementação pedagógica.

As interpretações destes colegas colaboradores, à luz dos determinantes

teórico-práticos apresentados trouxeram importantes contribuições, sendo neste

momento retomados e sistematizados.

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Nas reflexões apresentadas tornou-se evidente a importância deste projeto

para as escolas, pois os participantes enfatizaram que a informática educativa

possibilita muitos caminhos para que o professor realize suas aulas de uma forma

interessante, diante do mundo tecnológico em que vivemos. Portanto, dominar

técnicas de informática, para assim aplicá-las a educação é um dos grandes

desafios de hoje, para os profissionais da educação, pois como afirma Fowell apud

Moran (2007), a importante razão da aplicação das tecnologias na aprendizagem é a

capacidade de aperfeiçoar a aprendizagem dos alunos.

Nesse contexto, destacaram que o professor precisa estar preparado para

este novo desafio que é a tecnologia aplicada dentro do âmbito escolar, criando

ambientes que possibilitam a participação, a comunicação, a interação e o confronto

de idéias dos alunos, e que por meio das novas tecnologias promove o

desenvolvimento destas atividades, contribuindo para o envolvimento e a livre

participação dos mesmos.

Ressaltaram, assim, que as tecnologias educacionais não se restringem

somente aos meios tecnológicos usados na educação, mas abrange também um

pensar sobre o seu uso e as implicações no processo de ensino-aprendizagem dos

sujeitos envolvidos.

Tal afirmação encontra apoio em Napoleão apud Niskier (1993, p. 11)

quando diz que:

a tecnologia educacional, sabiamente, não se reduz à utilização de meios.

Ela precisa necessariamente ser um instrumento mediador entre o

momento e o mundo, o homem e a educação, servindo de mecanismo pelo

qual o educando se apropria de um saber, redescobrindo e reconstruindo o

conhecimento.

Os participantes acreditam que através desse projeto será possível cumprir

com nosso papel enquanto educadores e difundir a importância de os sujeitos

formarem-se para uma prática social critica, coletiva e transformadora, através das

renovações tecnológicas. Alem disso, enfatizaram que muitos professores que

almejam utilizar as tecnologias em sala de aula, mas não sabem como, encontrarão

nesse projeto uma excelente idéia de implementação.

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Quanto à situação problema relatada no projeto onde o aluno encara a

pesquisa como apenas uma tarefa a ser cumprida dentro de determinada disciplina,

utilizando as informações contidas na Internet de maneira indiscriminada, realizando

simples cópias de textos encontrados em sites de pesquisa, foi possível constatar

que essa realidade também é vivenciada em um grande número de escolas. Outro

problema relatado foi o fato de que como o mundo da internet é amplo, muitos

alunos se perdem em suas pesquisas tentando agregar conteúdos e mais conteúdos

sem qualquer significado e aprendizado.

Nesse sentido, compete-nos, portanto, a nós educadores a busca de

soluções coletivas para os problemas educacionais, dentro da escola, propiciando

ao aluno a vivência de uma escolarização bem sucedida, envolvendo os desafios

apresentados.

Para tentar solucionar tal situação os participantes salientaram que devemos

primeiramente repensar juntamente com todos os professores, quais os objetivos

das pesquisas escolares de maneira geral, sendo elas via internet ou não.

O professor precisa ter claro de que seu trabalho para orientar bem uma

pesquisa deve iniciar pela escolha de um tema de trabalho e explicando ao

estudante o assunto em sala de aula. O passo seguinte é indicar que pesquisem nas

mais diversas fontes o que já foi escrito sobre o tema.

Em continuidade é necessário orientar os estudantes a ler e selecionar o

material mais relevante para utilizar no trabalho, para que então possa ser feito um

resumo dos textos selecionados, buscando dar ênfase ao que é mais importante e

sempre citando as fontes de onde as informações foram retiradas e escrevendo com

as próprias palavras seu próprio texto.

É fundamental orientar os estudantes na produção escrita, e ainda pensar

formas e estratégias para socializar as pesquisas. O aluno que souber recorrer a

essa tecnologia com capacidade de selecionar o conteúdo encontrado e sintetizá-

los, construirá seus próprios conceitos e saberá interagir com seus pares.

Dessa forma, destacaram que a escolha da série para implementação do

projeto foi muito bem pensada, pois devemos investir em nossas crianças para

formar jovens responsáveis, conscientes e comprometidos. O bom uso da internet

leva os alunos a desenvolver métodos cada vez mais próximos da aprendizagem

colaborativa. Quanto mais cedo informarmos nossos alunos a favor da pesquisa,

mais cedo teremos o aluno pesquisador, o que hoje são poucos com esse

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conhecimento. Estamos recebendo alunos que simplesmente aprenderam a copiar e

colar e se quisermos mudar este conceito teremos que conscientizar nossos alunos

agora, o mais cedo possível.

Outro aspecto bastante enfatizado do projeto de implementação foi em

relação aos professores. Consideraram muito importante incluí-los neste processo

pela interação com seus alunos e também por poderem aprender mais sobre a

informática e a internet como instrumento da aprendizagem colaborativa, revelando

um ambiente inovador e facilitador no tratamento dos temas a serem trabalhados no

cotidiano escolar. Tais profissionais, por sua vez, desempenharão o papel de

multiplicadores desta metodologia aliadas a aprendizagem, formando em seus

alunos de turmas posteriores esta consciência tecnológica.

Mas, para tanto, destacaram, ainda, a necessidade de aprimoramento

constante do professor no sentido de atualizar-se e ter domínio das tecnologias

ligadas à aprendizagem, pois só tem condição de orientar quem aprendeu o básico e

está sempre buscando novos aprendizados.

Nesse sentido, concorda-se com Kenski (2003, p. 88) quando afirma que,

O aspecto mais importante em relação à formação de professores é a percepção de que a atualização permanente é condição fundamental para o bom exercício da profissão docente, pois o professor necessita estar em permanente estado de aprendizagem para que possa atender as exigências que o processo educacional apresenta.

Quanto ao material didático trabalhado com os alunos nas oficinas foi

considerado pelas participantes como um importante instrumento potencializador da

aprendizagem, pois contou com ilustrações que tornaram o conteúdo agradável aos

mesmos, onde a autora buscou sempre a interação, fazendo dos alunos

interlocutores nesta proposta. Os conteúdos foram bem contextualizados, com

atividades lúdicas e desafiadoras apresentadas de forma bastante didática. O

conhecer, aprender e o fazer foram muito bem dosados à medida em que os temas

foram apresentados e após os alunos convidados a aplicar o aprendido em

situações cotidianas, de transcrição do conhecimento, corporificando os temas

trabalhados e, talvez o mais instigante, utilizando-se de um instrumento moderno

como o blog.

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Considera-se muito importante ainda a proposta dos trabalhos em turma,

colaborando para o desenvolvimento do espírito de cooperação, de resolução dos

problemas em grupo, definindo estratégias e trocando experiências, principalmente

na construção das regras coletivas para o uso dos computadores. Incentivou-se a

autonomia na construção do conhecimento, dando significado às tarefas

desenvolvidas, permitindo que expressassem a vontade de aprender em cada um

dos seres humanos.

Portanto, apoiaram a proposta de aprendizagem colaborativa que segundo

Dillenbourg apud Torres e Irala (2007, p. 70) consiste em “situação de aprendizagem

no quais duas ou mais pessoas aprendem ou tentam aprender algo juntos”. A

aprendizagem colaborativa pode, portanto, ser definida como uma metodologia de

aprendizagem, no qual, por meio do trabalho em grupo e pela troca entre os pares,

as pessoas envolvidas no processo aprendem juntas.

Visando o aprofundamento do tema, os participantes deram sugestões que

trouxeram enriquecedoras contribuições para o aperfeiçoamento do projeto de

implementação na escola, como:

- Jogos educacionais: a utilização de jogos educativos ira acrescentar o interesse

dos alunos pelo trabalho proposto nas oficinas, através da utilização de software

educativo, aonde as dificuldades de leitura e calculo vão aumentando a cada fase,

como o Coelho Sabido.

- Oficinas de treinamento para o uso básico do computador com professores,

principalmente àqueles que ainda não tem muita intimidade com a maquina, para

que possam utilizar com mais segurança essa tecnologia como recurso pedagógico.

- Informações e alertas obre os cuidados que devemos ter ao acessar a internet,

abordando assuntos como cuidado com senhas, imagens que postamos na web,

ciberbullyng, etc.

- Montagem de Webquest3.

3 Fonte de pesquisas: http://webeduc.mec.gov.br/webquest; http://www.educared.org;

http://www.clubedoprofessor.com.br.

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Em seguida foi elaborado a Produção Didático Pedagógico – Unidade

Didática com atividades destinada aos alunos da 5ª série do Ensino Fundamental e

que poderão ser aproveitadas no cotidiano escolar por professores que desejam

reorganizar seu fazer pedagógico de forma mais significativa e criativa.

O material foi um instrumento de estudo e discussão para os alunos que

puderam acompanhar os passos detalhadamente para realizarem as atividades

propostas, em grupos, visando o desenvolvimento de aprendizagem colaborativa.

Este processo foi concretizado em Oficinas Pedagógicas, no Laboratório de

Informática do Colégio, em 8 (oito) encontros de 4 (quatro) horas, obtendo o total de

32 (trinta e duas) horas.

O trabalho com os alunos teve inicio com a explicação do Projeto a fim de

despertar neles a vontade participar das oficinas. Isso não foi difícil, principalmente

porque mencionamos o objetivo final do projeto, ou seja, elaborar um Blog,

constituindo, assim, um espaço coletivo de comunicação virtual entre os colegas da

turma.

Lançado o desafio, o projeto, conforme o esperado foi prontamente aceito

pelos alunos de quinta série, pois os mesmos se encontram sempre abertos a novos

desafios.

As atividades propostas nas oficinas foram:

- Oficina 1 - “Desvendando o mundo mágico do computador”: Nessa Oficina os

alunos puderam identificar como foi o processo evolutivo da informática, conhecer

algumas das palavras utilizadas na Informática e seus significados, além da

utilização e a importância dos computadores para a vida das pessoas.

- Oficina 2 - “Conhecendo o computador”: Primeiramente foram trabalhadas a

identificação dos componentes do computador e suas respectivas funções. Em

seguida foi explicado para os alunos a importância de ser estabelecido algumas

regras coletivas para o uso do computador a fim de tornar os encontros muito mais

agradáveis. Os alunos, então, assistiram a um vídeo4, e a partir dele, criaram suas

próprias regras.

- Oficina 3 - “Vamos usar o computador?”: A fim de desenvolver habilidades

necessárias ao manejo do computador, nessa oficina, foram apresentados alguns

recursos básicos do computador para digitação e edição de um texto.

4 Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?V=6QeRX337NO&feature=realut.

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- Oficina 4 - “A Internet”: Os alunos foram levados a refletir sobre a importância da

navegação na Internet para sua vida e na escola, e ainda, aprenderam a explorar

sites da internet, com o intuito de prepará-los para interagir num mundo

informatizado.

- Oficina 5 - “Pesquisa na Internet”: Pensando em promover a busca do

conhecimento, desenvolvendo o hábito de investigação, senso crítico, autonomia e

criatividade, nessa oficina os alunos conheceram as características da pesquisa na

Web, identificando sites de busca confiáveis para a realização de pesquisa escolar.

Também foram levados a pensar sobre como selecionar as informações e organizá-

las.

- Oficina 6 - “Na era do Blog: Os alunos conheceram as possibilidades de publicação

em um blog escolar, e através de um vídeo5 explicativo aprenderam como produzir

um blog. Em seguida, participaram da criação do blog6 da turma.

- Oficina 7 - “Trabalhando em grupo”: Nessa oficina os alunos reuniram-se em

grupos de trabalho; pesquisaram em sites confiáveis diferentes textos e imagens

sobre o Meio Ambiente, considerando as seguintes questões: diferença entre

conservação e preservação, responsabilidade de cada um na conservação do

ambiente, formas de usufruir dos recursos naturais sem destruir, ações de

conservação; refletiriam sobre as idéias coletadas e em seguida formularam e

defenderam uma ideia própria do grupo, elaborando um texto. O texto elaborado

pelo grupo foi digitado e editado utilizando os recursos do computador aprendidos

durante as Oficinas.

- Oficina 8 - “Trabalhando em grupo”: Nessa etapa final, os alunos, em grupos,

produziram um texto no domínio virtual e o postaram no blog da turma.

É claro que desafios surgiram durante o percurso, como a falta de um

número adequado de computadores devido ao não funcionamento de todas as

máquinas e a demora dos técnicos em consertá-los, no entanto, quando todos

abraçam com entusiasmo uma proposta, certamente os objetivos podem ser

alcançados com sucesso.

5Disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=M8INVf2Uogg&feature=player_embedded#

6 Link para criação do blog: http://www.blogger.com/start.

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4 Conclusão

A presença inegável da tecnologia em nossa sociedade constitui a primeira

base para que haja necessidade de sua presença na escola. A tecnologia é, como a

escrita, na definição de Lévy (1993), uma tecnologia da inteligência, fruto do trabalho

do homem em transformar o mundo, e é também ferramenta desta transformação.

Apesar da produção das tecnologias estarem a serviço dos interesses de lucro do

sistema capitalista, a sua utilização ganha o mundo e acontecem também de acordo

com as necessidades, desejos e objetivos dos usuários.

Bueno (1999, p. 87), entende a tecnologia como:

um processo contínuo através do qual a humanidade molda, modifica e

gere a sua qualidade de vida. Há uma constante necessidade do ser

humano de criar, a sua capacidade de interagir com a natureza, produzindo

instrumentos desde os mais primitivos até os mais modernos, utilizando-se

de um conhecimento científico para aplicar a técnica e modificar, melhorar,

aprimorar os produtos oriundos do processo de interação deste com a

natureza e com os demais seres humanos.

A partir da conceituação elaborada por Bueno, afirma-se, então, que a

tecnologia é um processo um tanto complexo oriundo da interação do ser humano,

suas habilidades em fazer e sua capacidade de pensar sobre o seu fazer com a

natureza e com os demais seres humanos.

Nesse contexto, sendo a escola o espaço onde a educação acontece de

maneira formalizada, é possível interagir com a tecnologia e usá-la como apoio na

construção do conhecimento e na formação de cidadãos mais comprometidos na

busca de “uma civilização mais harmoniosa, que se preocupe com as próximas

gerações e se responsabilize por elas” (BRITO e PURIFICAÇÃO, 2006, p. 20).

A tecnologia educacional não é um assunto recente e vem sendo objeto de

pesquisa, em âmbito mundial, desde o início do século passado ganhando maior

ênfase nos anos 80, onde passou a ser compreendida como uma opção de se fazer

educação contextualizada com as questões sociais e suas contradições, visando o

desenvolvimento integral do homem e sua inserção crítica no mundo em que vive.

Passou-se, ainda, a apontar que não basta utilização de tecnologia, é necessário

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inovar em termos de prática pedagógica. A tecnologia educacional, portanto,

ampliou seu significado constituindo-se no:

estudo teórico-prático da utilização das tecnologias, objetivando o conhecimento, a análise e a utilização crítica destas tecnologias, ela serve de instrumento aos profissionais e pesquisadores para realizar um trabalho pedagógico de construção do conhecimento e de interpretação e aplicação das tecnologias presentes na sociedade. (SAMPAIO e LEITE apud LEITE, 2003, p.12)

Nessa perspectiva, esse Projeto de Intervenção buscou proporcionar

espaço de estudo, discussão, reflexão e ação educativa, isto é, por um lado

apresentou a investigação e a produção do conhecimento sobre a realidade

estudada, e por outro, apontou um processo educativo para o enfrentamento dessa

realidade, atuando diretamente no processo de ensino aprendizagem, de acordo

com o contexto social da escola onde priorizam-se as necessidades, interesses,

estilos e ritmos de aprendizagem de cada indivíduo, a fim de que possam tornar-se

cidadãos críticos e com perspectivas melhores de vida.

Diante desse enfoque a escola precisa estimular o raciocínio, a busca de

soluções criativas para as situações-problema apresentadas, de forma consciente e

cooperativa, em prol de um objetivo comum.

A Aprendizagem Colaborativa vem de encontro a esse princípio, uma vez

que consiste em uma metodologia de aprendizagem, onde, por meio do trabalho em

grupo e pela troca de conhecimento, as pessoas aprendem juntas, entanto todas

envolvidas com o mesmo objetivo: aprender.

Segundo Behrens e Zem (2007, p. 50) “tanto professor como alunos

pensam, lêem, questionam suas próprias idéias e interagem com seus colegas,

compartilhando suas inseguranças, tornando esta intenção enriquecida

mutuamente”.

Portanto, ao se trabalhar com aprendizagem colaborativa o professor ouve,

questiona e orienta objetivando a construção do conhecimento, tornando, ainda, as

aulas mais atrativas ao aluno, ao possibilitar diferentes estratégias para implementar

a prática pedagógica em sala de aula.

Dessa forma, as novas tecnologias através do uso da pesquisa escolar e da

Internet, constituem-se em uma ferramenta bastante privilegiada para o

desenvolvimento da aprendizagem colaborativa uma vez que amplia as

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possibilidades do professor ensinar e do aluno aprender ao abrir um imenso leque

de informações e possibilidades de integração.

A Internet tem um crescente uso na educação. Mesmo sendo considerada

um recurso recente das tecnologias da informação e comunicação, ela está se

consolidando como uma das boas novidades pedagógicas.

A Internet é uma ferramenta fantástica para abrir caminhos novos, para

abrir a escola para o mundo, para trazer inúmeras formas de contato com o

mundo. Mas essas possibilidades só acontecem se, na prática, as pessoas

estão atentas, preparadas, motivadas para querer saber, aprofundar,

avançar na pesquisa, na compreensão do mundo. (MORAN, 2007, p. 320).

Portanto, a Internet não é uma questão de modismo e que além de ser uma

excelente fonte de informação, também possibilita a interação com os outros, ou

seja, a partilha de opiniões, sugestões, críticas, e visões alternativas, o que facilita

potencialmente as aprendizagens pessoais.

Sendo assim, acredita Moura (2010, p. 10) na escola, a Internet não poderia

deixar de ter grande importância pedagógica, visto que

a Internet faz hoje parte do nosso mundo, incluindo o espaço escolar, e a

educação não pode passar ao lado desta realidade. Este novo recurso põe

à disposição um novo mar de possibilidades para novas aprendizagens,

permite a interação com outras pessoas das mais variadas culturas,

possibilita o intercâmbio de diferentes visões e realidades, e auxilia a

procura de respostas para os problemas. Ela é um excelente recurso para

qualquer tipo de aprendizagem, em particular nas aprendizagens em que o

aprendente assume o controle.

Em relação à pesquisa, salienta-se que ela abre caminhos para a

manifestação da criatividade, a originalidade na discussão dos problemas da

sociedade. Aliar, portanto, pesquisa e Internet se estará privilegiando:

as questões de investigação que nascem dos interesses e das

necessidades dos alunos e a busca autônoma de respostas para elas,

possibilitando aos educandos, dentro de uma estrutura flexível e em rede,

construírem conhecimentos a partir da interação com professores, colegas

e sociedade de maneira geral. (MAGDALENA e COSTA, 2003, p. 47).

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Acreditamos que esta experiência pedagógica, vivenciada através de

Projeto de intervenção contribuiu para o inicio de uma proposta que leve a escola a

tornar-se mobilizadora de transformações, integrando a utilização de recursos

tecnológicos no currículo escolar, incorporando-os às práticas de sala de aula de

modo a tornar o processo ensino-aprendizagem mais provocante, que instigue a

curiosidade, mobilize seus conhecimentos, possibilitando a reflexão e compreensão

para julgamento crítico e articulado, próprio de um cidadão consciente, autônomo e

transformador.

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