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Completamos no último dia 07 de Agosto, quarenta anos de profundo trabalho na busca do desenvol-

vimento do esporte ético, do companheirismo, do resgate da memória esportiva do país, estado e município onde o Panathlon está inserido, com um singela homenagem no auditório Franco Montoro da Assembleia Legislativa de São Paulo. O movimento panatlético completou qua-tro décadas e ainda somos considerados uma novidade no país, como uma instituição que se interessa pela Ética no esporte.

No início, preocupávamos em difundir a importância da prática das atividades físicas e de diversas modalidades esportivas pela população, como meio de socialização, integração e inclusão social¸ além dos benefícios saluta-res da prática dessas atividades. Principalmente, as crian-ças e os jovens eram os clientes mais visados no intuito de se criar uma mente sã e um corpo saudável , através de práticas e atitudes orientadas pelos profissionais da saúde , das quais os professores de educação física fazem par-te. Dizia-se na época, que “a educação vem do berço “, através da orientação familiar dos valores morais, éticos, de respeito ao próximo e aos mais velhos.

Quantas transformações houveram nas duas últimas décadas, em todos os sentidos e, hoje o movimento pa-natlético preconiza o esporte com finalidades educativas, culturais e ambientais, dando-se ênfase à inclusão social

e de todos os segmentos da sociedade, principalmente os menos habilitados. Em nosso próximo Congresso, a ser realizado em março – 2015, em Sorocaba, o Panathlon debaterá os trabalhos que já estão sendo desenvolvidos pelos seus clubes, cujo tema “ A importância do desporto na Escola “ está na pauta de muitas entidades que traba-lham com seriedade em prol do verdadeiro desenvolvi-mento esportivo, social, ético, educacional e cultural em nossas escolas.

A CBF gastou nove milhões de reais em verba indeni-zatória para a extinta comissão técnica de futebol, pelos serviços prestados à nossa seleção; alguém poderia in-formar, se souber, se pelo menos, cinco por cento dessa verba foi investido pela mesma CBF em nossas escolas, para a promoção da modalidade nas escolas? Ou se hou-ve alguma preocupação de alguma instituição, entre aque-las que ganharam muito dinheiro com o evento “Copa do Mundo de Futebol” , em divulgar e promover os benefí-cios que a modalidade poderia passar às nossas crianças e jovens, através da orientação dos valores éticos, edu-cativos e culturais? A base do desenvolvimento de uma nação está na escola, através de uma educação correta, atividades físicas e culturais bem orientadas, com noções de higiene, cidadania, saúde, moral, ordem e progresso. “Vamos investir em nossas crianças”, disse Pelé, por oca-sião de seu milésimo gol o que foi feito desde então?

Editorial

Índice

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Difícil é a tarefa de comparar desportistas que se destacaram nas mais variadas moda-

lidades ao longo dos anos. As épocas são diferentes e diversos são os contextos; variadas são as modi-ficações e disponibilidades referentes ao material e apetrechos destinados à prática desta ou daquela disciplina esportiva; há o constante progresso da medicina, da fisioterapia, da nutrição, do preparo fí-sico em geral. Enfim tudo se modifica de época para época sob um inexorável processo de evolução.

Dizer então que este atleta foi melhor que aquele; que o do passado superou o atual; ou que o daquele tempo não alcançaria o rendimento e a performance do ídolo presente, carece de base tratando-se apenas e tão somente de especulações de pouca praticidade por ser impossível uma concreta avaliação.

Tudo e todo esforço, seja na área desportiva ou em outro qualquer âmbito da atividade humana é válido na circunstância e no determinado momen-to da evolução no qual o evento ocorre. Pensando bem, tudo poderia ter sido ou poderá ser sempre melhor. Assim, pois o que se deve é recordar os feitos desportivos à luz dos acontecimentos ocor-ridos em determinado período, levando em conta a relatividade das épocas. Entretanto, durante a tra-jetória da existência de cada um de nós, o conjunto de eventos, às vezes imponderáveis, que convencio-

namos chamar vida, induz à certas semelhanças e coincidências.

A propósito nos primeiros dias do mês de abril de 2000, alguns jornais, sem muito alarde, e até com certo atraso anunciaram a morte de dois ver-dadeiros ídolos do futebol, disciplina esportiva que atualmente na maioria dos países é a modalidade mais difundida e cultuada, servindo até em certos momentos como propulsor do tão combalido sen-timento cívico nacional de certas nações. O futebol é praticado em todos os continentes e a FIFA con-grega mais países do que a própria ONU. Basta di-zer que o último colocado no ranking da Federação Internacional de Futebol é o Butão.

Pois bem, os falecidos eram “craques”, hoje se-riam “animais” ou “foras de série”. Ambos cava-lheiros, na acepção do termo, negros e de origem humilde que marcaram de forma indelével passa-gens pela seleção nacional de futebol, em um tempo que para tanto eram necessários, não um rigoroso preparo físico, mas o porte de um atleta e o domínio inato da bola. Também não era preciso aguardar as coincidências de uma fortuita e momentânea con-vocação como atualmente ocorre à vista do avas-salador número de inexpressivos jogos, atendendo este ou aquele contrato, esta ou aquela exigência de um patrocinador.

O ontem e o hoje:estranhas coincidênciasno esporte

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Assim um integrou a seleção em 36 oportunida-des e o outro disputou apenas 18 jogos. Interessan-te é que a dupla pertenceu na maior parte de suas brilhantes carreiras a clubes de simpatizantes da colônia lusitana: o Vasco da Gama do Rio de Janei-ro e a Portuguesa de Desportos de São Paulo. Os dois paulistas, nascidos nos anos 20 do século XX; um campineiro foi goleiro e o outro santista, mé-dio, como antes se designava, e morreram no mês de abril de 2000. Estamos nos referindo a Moacir Barbosa, o Barbosa e a Antenor Lucas, o Brandão-zinho.

Barbosa foi campeão sul americano defendendo a Seleção Brasileira em 1949 e vice-campeão mun-dial em 1950, mágoa que carregou até a morte, pelo gol de Gighia no Maracanã a 17 de julho daque-le ano. A ele ironicamente presentearam as traves como recordação daquele triste domingo. Mas sua profícua carreira iniciada no Comercial da capital paulista e depois no Clube Atlético Ypiranga até 1940 quando se transferiu para o C R Vasco da Gama, foi premiada com vários títulos: Campeão Sul Americano de Clubes, 1948; Campeão Carioca em 1947/49/50/52/58 e Campeão Brasileiro pela Seleção do Rio de Janeiro, 1950. Ao deixar o Vas-co da Gama, defendeu o Santa Cruz de Recife, e o Bonsucesso, Olaria e Campo Grande no Rio de Janeiro, encerrando a carreira aos 42 anos de ida-de. Como dizia Nelson Rodrigues: Barbosa jamais se acabou ou morreu. Em 1963 foi Secretário da Fundação de Garantia Profissional do Rio, e por concurso público em 1968 passou a ser técnico de esportes coordenando o Conjunto Desportivo Júlio Delamare, do Maracanã até aposentar-se em 1992. Entretanto, deixou a Superintendência de Despor-tos do Rio, com um irrisório salário, o que lhe fez passar por sérias dificuldades no fim da existência.

Brandãozinho, apelido que recebeu por lem-brar o estilo do lendário Brandão, iniciou-se pro-

fissionalmente na Associação Atlética Portuguesa Santista, na cidade de Santos, SP e daí, em 1949, transferiu-se para a Associação Atlética Portugue-sa de Desportos onde jogou até 1955. Na Seleção Brasileira foi Campeão Pan Americano em 1952 e disputou a Copa do Mundo de 1954 na Suíça. Na Portuguesa foi campeão do Torneio Rio São Paulo de 1952 e participou de duas excursões à Europa de onde retornaria invicto, recebendo a agremiação o titulo de bi-Fita Azul.

Depois de encerrada a carreira de atleta profis-sional, abreviada devido a uma grave contusão, foi durante algum tempo treinador das equipes de base da Portuguesa. Por meio de concurso ingressou na Polícia Civil de São Paulo como investigador até atingir a aposentadoria.

Que estranha coincidência, e paralelismo aconte-ceu entre as vidas desses dois exímios desportistas! Barbosa nasceu em 1921 e Brandãozinho em 1926; paulistas, negros e humildes venceram em uma fase na qual era maior a discriminação; jogaram em clu-bes da colônia lusa e juntos e separadamente desta-caram-se na seleção brasileira nos anos 50 ganhan-do títulos.

Brandãozinho morreria a 3 de abril de 2000 sendo sepultado no dia seguinte no Cemitério da Saudade, na cidade de nascimento de Barbosa, em Campinas. Barbosa faleceu a 7 de abril e no dia 8 baixava a sepultura no Cemitério Morada da Grande Planície, em Praia Grande, na região próxima a Santos onde Brandãozinho deu seus primeiros chutes.

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Este texto se propõe a oferecer um breve relato do Festival de Esportes de Rapallo, no qual

durante uma semana panathletas de várias partes do mundo participaram de diversas atividades na cidade sede do Panathlon Internacional, tais como a reunião da Comissão de Cultura e Pesquisa, o 19º Congresso Internacional, 46ª Assembléias Gerais Extraordinária e Ordinária, cerimônia de Premiação de Comunicação, a entrega da premiação Flambeau d’Or, além da Praça de Esportes montada especialmente para a ocasião, com a Panathiardi Rapallo envolvendo a competição de escolares e a Panasporthiardi, com iniciação espor-tiva de vários esportes além do concurso fotográfico do esporte.

Como membro da Comissão de Cultura e Pesquisa do PI (CCP), já em março do ano passado realiza-mos a primeira reunião da CCP na Bélgica com os novos membros (dos seis anteriores permaneceram dois, sendo eu um deles) e sob nova presidência, além da presença do Presidente de PI Giacomo Santini. Pela primeira vez, o CCP contava com duas mulhe-res, uma do Canadá e outra da Inglaterra, com vasta experiência no campo da ética esportiva para crianças e adolescentes que, por não serem panathletas, foram consideradas como “consultoras” junto ao grupo. Os membros da CCP atualmente são: Victor De Don-der (Bélgica) – Presidente – Piermarco Zen-Ruffinen (Suíça), Eugênio Guglielmino (Itália), Yves Vanden Auweele (Bélgica) Elaine Cook (Canadá), Anne Tiivas (Inglaterra) e eu, além de termos em Antonio Spallino, reconhecidamente, o Presidente Honorário da CCP.

Já nessa reunião pudemos constatar que o novo Presidente de PI é uma pessoa muito identificada com a mídia, o que daria uma renovada imagem pública

ao movimento como um todo, através do uso inten-sivo dos meios de comunicação. O novo site do PI é um exemplo, assim como a formatação desse evento em Rapallo. Quanto ao conteúdo, focamos mais na preparação do Congresso Internacional do PI deste ano e já naquela ocasião o tema foi proposto e aceito foi “A Chama Olímpica continua queimando?”, numa clara alusão ao esmaecimento dos valores olímpicos num mega-evento permeado pelos interesses políti-cos e econômicos. Também discutimos as bases para a celebração dos dez anos da Declaração da Ética para o Esporte Juvenil do PI, que será realizada nos dias 04 e 05 de Outubro em Leuvain/Bélgica. Nessa ocasião também foi apresentada a proposta de livro em andamento pelo Prof. Yves da CCP com o títu-lo preliminar “O futuro desejado do esporte”, cujo tema, em princípio, poderá ser a proposto para o pró-ximo Congresso Internacional do PI em 2016. Além disso, constaram da pauta temas como a emergência do esporte entre o segmento LHBT (Lesbian, Gay, Bisexual, Transgender) no futebol o debate do Espor-te Centrado no Atleta e suas implicações para o PI e para o Comitê Olímpico Internacional e estratégias para implementação da “Declaração”.

Durante o XIX Congresso Internacional do PI foram realizadas palestras por reconhecidos conhe-cedores do esporte enquanto manifestção cultural e educativa, tais como Norbert Muller, Presidente do Comitê Internacional Pierre de Coubertin, Bruno Grandi, Presidente da Confederação Internacional de Ginástica, Joseph Maguire, Professor de Sociologia da Universidade de Loughborough/Reino Unido, Fran-co Ascani, Presidente da Federação Internacional de Cinema e Televisão esportiva, Elaine Cook, Douto-

Festival de Esportesde Rapallo

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rando em Administração de Esportes pela Universida-de de Brock/Canadá e consultora-membro do CCP/PI e Susan Bissel, Diretora da UNICEF, responsável pelo setor da Proteção Global das Crianças.

No Prêmio Anual de Comunicação do PI, recebeu o destaque merecido a Revista PANATHLON – Dis-trito Brasil, editada em português (papel) e em inglês, espanhol e italiano (forma eletrônica). Esteve lá para receber essa premiação Prof. William Saad Abdulnur, Presidente do Distrito Brasil, maior responsável por essa bela iniciativa. É importante destacar que para todos aqueles que tiveram acesso à referida revista, a mesma era recebida com grande entusiasmo.

Como conclusões preliminares vale destacar alguns tópicos:

1. O evento como um todo contribuiu e muito para potencializar a Imagem pública do PI;

2. O verdadeiro companheirismo é ainda a “marca registrada” de todo movimento panathlético;

3. As palestras foram de alto nível, com informa-ções essenciais sobre o estado do esporte na atual con-juntura, com repercussões para a atuação do PI em geral e nos Panathlon Clubes em particular;

4. É perceptível, na atualidade, um descompasso no campo do esporte entre o discurso do PI pautado pela ética e a sua práxis, especialmente quando representa-da pelo COI e pelos CON, pautado pela sua exacerba-da comercialização. A “espetacularização” do esporte está tomando o lugar dos componentes educativos e culturais de suas práticas;

5. Há uma distância quase ”olímpica” entre o que é discutido num evento como esse e o que a maioria dos Panathlon Clubes realiza, não só no Brasil como em todo mundo;

6. Observa-se que para muitos ainda não está claro o verdadeiro “DNA” do PI, ou seja, qual é a “razão de sua existência” (MISSÃO, em termos de Planejamen-to Estratégico);

7. Se no ambiente da obrigação – notadamente o TRABALHO – o valor do significado daquilo que se faz é essencial para o sucesso do empreendimen-to, no campo das “não obrigações” – caso típico do VOLUNTARIADO – ele é vital! Se não houver SIG-

NIFICADO para as ações dentro do Panathlon, difi-cilmente haverá ADESÃO de novos membros, que dirá ADERÊNCIA;

8. Observa-se um processo de esgarçamento do te-cido social na atualidade, resultando em uma crescente falta de comprometimento para as questões coletivas em relação aos interesses individuais. Com isso, a vida dos clubes de serviços, de qualquer natureza, vem en-frentando desafios não somente de crescimento, mas de sua própria sobrevivência;

9. O relatório da 46ª Assembléia Geral aprovado em Rapallo aponta para uma redução crescente no nú-mero de clubes, panathletas e arrecadação, caso típico do que está ocorrendo com o movimento brasileiro, apesar do esforço extraordinário de tantos compa-nheiros;

10. Há uma crescente urgência de “rejuvenescimen-to” nas organizações que prestam serviços à comuni-dade para que elas sobrevivam. Embora a idéia do Pa-nathlon Clube Junior seja uma realidade, ao completar quase 10 anos de existência, esse tema não parece ser prioritário dentro da organização;

11. É rara a presença das mulheres panathletas em eventos dessa natureza. Enquanto não houver uma política de atração e retenção do segmento feminino dentro do Panathlon, estaremos perdendo “50%” de nossa capacidade de crescimento.

Para finalizar, participar de um evento dessa magni-tude oferece a real oportunidade para avaliar o poten-cial do Panathlon Internacional como um movimento global dedicado a desenvolver o esporte com finalida-des educativas e culturais. Por outro lado, devido aos inúmeros entendimentos da razão de sua existência, sinaliza para a necessidade da realização de um Pla-nejamento Estratégico para determinar seu futuro. É fundamental criar um cenário de curto, médio e longo prazo, tanto interno (pontos forte e pontos frágeis) como externo (oportunidades e ameaças) para que possamos definir mais claramente a nossa MISSÃO, VISÃO e VALORES. Isso feito, poderemos então nos aproximar, com mais propriedade, das ações necessá-rias que farão jus à nossa existência.

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Um dos legados positivos da recente Copa do Mundo de Futebol realizado no Brasil

nos meses de Junho e Julho foi despertar o senti-mento de patriotismo do brasileiro.

Vimos exemplos disto nos estádios momentos marcantes e emocionantes. A empolgação do pú-blico e dos jogadores, o orgulho em cantar com vigor e devoção o Hino Nacional antes das par-tidas de futebol e mesmo terminando a melodia executada continuaram cantando.

O desfile das pessoas pelas ruas ostentando a Bandeira Nacional, nos veículos, bandeiras esten-didas nas fachadas dos edifícios, decoração em muros, paredes nas cores verde e amarela, desenho de bandeiras pintado no asfalto das ruas e rostos dos torcedores.

Foi uma demonstração inequívoca do sentimen-to de nacionalidade de norte a sul, leste a oeste, aliado a nossa hospitalidade afetuosa tão caracte-rística do brasileiro para com os visitantes de ou-tras nacionalidades.

O atleta na expressão do seu esforço, garra den-tro de campo, traduzia a têmpera, vontade, com-petividade, afirmação do caráter, expressão e reco-nhecimento dos valores de uma Nação.

Essas ocasiões em que milhões de pessoas es-tão assistindo o evento esportivo é oportunidade para o atleta representar dignamente seu país nos jogos e competições, campeonatos, olimpíadas, respeitando os adversários, praticando o fair play, sendo exemplo principalmente para as crianças e adolescentes.

Por isso mesmo para dignificar e defender o seu país é preciso antes de tudo educação, respeito a símbolos da Pátria, Bandeira, Hino Nacional, co-nhecimento do que eles representam para o país, a sua importância, o que pela ausência da cultura do civismo do cidadão, comportamento e atitudes do cotidiano nem sempre se vê.

A pureza do Esporte está alicerçado a valor mo-ral, trabalho em equipe, cooperação, camaradagem desprendimento. Se não é conduzido pelos parâ-metros de valores fundamentais perde sua integri-dade.

Essa empolgação cívica vivenciada nos indica que devemos priorizar a educação da pessoa des-de a tenra idade, despertando para interiorização dos conceitos éticos, morais, cívicos, de cidadania, de amor à Pátria que em hipótese alguma deva ser confundido com militarismo e sim base para for-mação do cidadão, e não ficar apenas sendo um belo movimento de patriotismo legado resumido nos momentos pontuais das disputas esportivas.

O despertar do amor à Pátria, respeito às leis, responsabilidade nos deveres antes de ver só di-reitos, conscientização dos aspectos éticos, forjará uma sociedade melhor e futuros governantes que pensem no bem estar da Nação, razão do amor dos que querem servir o seu país e ser solidário com os seus compatriotas e não visar o cargo político para locupletar a si e a seus apaniguados.

A copa do mundoe o patriotismo

As derrotas do Brasil para a Alemanha, por uma dilatada diferença (7 a 1), e para a Holanda (3

a 0) lançam a questão da conveniência de termos acei-tado a organização deste evento em 2014.

Foram tantas as críticas danosas em todos os mo-mentos, começando no período da pré-implementa-ção, quanto à capacidade de organização das nossas autoridades, que o país teve de se entrincheirar diante dos ataques vindos das mais diversas direções.

Inicialmente apareceram as manifestações com pla-quetas “Fora a Copa” e rotuladas de “democráticas”. Surgiram depois expressões populares que foram rece-bidas como uma demonstração de civismo, mas logo distorcidas pela incorporação entre os manifestantes de entidades pouco confiáveis, defendendo o aprovei-tamento de vantagens pessoais na área da habitação e da transformação do espaço público em favor dos bens particulares.

A estas iniciativas bem vistas inicialmente como democráticas por uma minoria, reuniram-se os black blocs, vândalos, destruidores da propriedade priva-da, levando para o exterior uma péssima expectativa quanto à Copa e a atuação dos brasileiros.

A estes fatores juntou-se a intolerância da FIFA que, por motivos eleitorais ou pela busca de mais re-cursos financeiros, aproveitava-se para demolir a ima-gem do nosso país com entrevistas que corriam por todos os continentes.

É verdade que algumas obras estavam em atraso, mas nada justificava a frase que o Brasil estava rece-bendo: “um pontapé nos fundilhos”. Foi criada a ima-gem “padrão FIFA” para tornar primário o trabalho brasileiro.

Os dirigentes nacionais resolveram então acelerar as obras, incentivando os investimentos. O resultado foi idêntico ao de um atleta que, correndo no final do pelotão, dá um arranco e, aos poucos, assume uma dianteira.

O resultado foi receber com fidalguia a presença de 31 países que participavam da Copa. As delegações, os turistas e os próprios habitantes das nações con-correntes foram numerosos. O Brasil teve oportuni-dade de mostrar que é um país bonito e as distâncias entre os 12 estádios demonstraram que nosso país é um continente.

Nossa população, cordial por natureza, logo aco-lheu de braços abertos os visitantes, expondo aos mi-lhares de jornalistas a nossa competência e alegria que foram amplamente correspondidas.

Quem duvidava de nossa capacidade administrativa viu que o transporte interno e o acesso dos expectado-res às “arenas” funcionaram perfeitamente: uma infra-estrutura digna de organizar um evento a ser chamado de “A Copa das Copas”. Nenhum jogo em todas as fases deixou de estar repleto.

Nosso país tornou-se um campeão na categoria “anfitrião” e não tinha a obrigação de ser o Campeão Mundial. É verdade que sofreu uma derrota humi-lhante da Alemanha, mas na parte técnica está entre os quatro primeiros entre todos os mais de 200 países praticantes da modalidade mais popular do planeta. O “padrão FIFA” desmoronou-se com a descoberta pela polícia brasileira de uma quadrilha de contrabando de ingressos oficiais.

Se formos fazer um balanço dos itens em que o Brasil ganhou ao realizar a Copa do Mundo em 2014

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Valeu a penasediar a copa

e aqueles em que perdeu, inclusive levando em conta as amargurantes derrotas, achamos que as vantagens se destacam.

Nosso prestígio internacional como país tornou-se muito maior depois da Copa. O fluxo turístico cresceu significativamente, dando possibilidade a que muitos homens e mulheres do mundo financeiro conheces-sem a nossa realidade, naturalmente abrindo portas para o intercâmbio comercial.

Até imagens do subdesenvolvimento nacional fo-ram amainadas após a visita feita por delegações ao Complexo da Rocinha. Os nossos dirigentes ganha-ram a respeitabilidade como organizadores e, como consequência, o beneplácito da imprensa mundial.

Continuamos de cabeça em pé, mesmo após o aci-dente que abalou o mundo futebolístico, mas que pro-vocou a maior onda de solidariedade que já aconteceu no esporte de massa.

NO PÉTEM MAIS

Este artigo não esgotou os argumentos em favor do tema defendido hoje. Um deles é a experiência que nossa infraestrutura adquiriu com o evento. Em 2016, teremos duzentas e dez nações competindo em uma diversidade de meia centena de modalidades. Vamos para esta luta com maior autoconfiança.

Em outros artigos falarei sobre como poderemos melhorar o nível técnico do Brasil, fazendo uma cor-relação entre a base quantitativa e o vértice qualitativo do futebol e demais modalidades praticadas no Brasil.

Ainda podemos integrar a este contexto a propa-ganda que a Copa fez do esporte não profissional, um esporte voltado para a saúde e para a recreação. Um esporte que deixa a juventude longe da droga, do vício e do alcoolismo.

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Nos dias 7, 8, 9 e 10 de abril aconteceu a IV edição do Seminário “Esporte, Atividade

Física e Saúde”, uma realização da Mesa Diretora e da Comissão de Assuntos Desportivos da Assem-bleia Legislativa, com o apoio do Panathlon Club São Paulo. Estiveram presentes representantes de 60 mu-nicípios (Secretário Municipais de Esporte), com 250 inscrições.

A solenidade de abertura ocorreu no dia 07, no Ple-nário Juscelino Kubitschek, às 20:00 horas, seguido de um coquetel de congraçamento entre os participantes, Nessa oportunidade foram homenageados pela As-sembleia Legislativa o panathleta Prof. José Teixeira,

como emérito esportista, a Sra. Maria Cristina Borges Madeiras Netto, Secretária de Esporte de Presidente Prudente, como gestora municipal e o Professor de Educação Física Daniel Carreira Filho, Pró Reitor Acadêmico da Universidade Metropolitana de Santos. A palestra da abertura magna foi proferida pelo Dr. Nabil Ghorayeb, Doutor em Cardiologia e Chefe da Seção Médica de Cardiologia do Exercício e do Es-porte do Instituto Dante Pazzanese.

Foram 14 palestras nos 4 dias de Seminário, com temas relevantes e palestrantes de renome, em que se destacou o panathleta Prof. Dr. Rodrigo Gonçalves Dias, com a palestra: Avanços em Genômica para a

Panathlon Club de São PauloIV Seminário “Esporte,Educação Física e Saúde”

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tas, para que o Esporte seja implantado nas escolas de imediato, para o futuro das novas gerações.

Naquele momento, o presidente do Panathlon Club São Paulo, Prof. Georgios Hatzidakis, colocou a en-tidade na liderança desse movimento, apresentando uma excelente explanação sobre a necessidade e a im-portância do Esporte nas escolas. Os argumentos co-locados pelo Prof. Georgios foram recebidos de for-ma calorosa pelos participantes, com manifestação de algumas pessoas interessadas em fazer parte de uma Comissão para a mobilização dos esportistas, com o objetivo de se implantar o Esporte nas escolas.

Ciência do Esporte, que assegurou o sucesso do evento.

Durante a palestra da Magic Paula sobre o Legado dos Grandes Eventos, o Prof. Walter, coordenador da organização, abriu um espaço para o debate, em fun-ção do tema apresentado. Enfatizou que a Copa do Mundo e a Olimpíada trarão grandes benefícios para o país, seja em termos de infraestrutura, geração de empregos etc., mas que, como benefícios para o Es-porte o resultado será zero a esquerda, ou seja, tudo continuará na mesma, sem o apoio para o Esporte participativo. Propôs uma mobilização dos esportis-

Ao final do Seminário, o Deputado Enio Tatto, au-tor do projeto de resolução que tornou o Seminário um evento oficial no calendário da Assembleia Legis-lativa DO Estado de São Paulo,, elogiou o nível e a organização do Seminário, assegurando o apoio para a próxima realização, que certamente terá a participação

do Panathlon Club São Paulo. O Deputado ressaltou que é preciso tomar consciência de que o Esporte é a melhor forma de se conquistar a auto estima e que o homem deve morrer moço o mais tarde possível; que a decadência física decorre mais da insuficiência de exercício físico do que do avanço da idade; que através

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da atividade física é possível permanecer com 40 anos durante mais 30 anos; e lembrar que na prática espor-tiva não há discriminação de cor, de raça, de religião ou de condição social. Concluiu, conclamando os pre-sentes que é hora de levantar a bandeira do Esporte e que é preciso atender à recomendação da Conferência Nacional de Espore, para que o orçamento do Espor-te seja, de no mínimo, 1% do orçamento geral, seja do município, do governo estadual ou federal.

É bom recordar que no ano anterior, o emérito panathleta Henrique Nicolini foi homenageado como o emérito esportista. A presença do Panathlon em eventos dessa natureza, projeta a ética no Esporte e multiplica a sua atuação na luta pela valorização do Esporte em nossa sociedade.

Entre as palestras do Seminário,destacaram-se te-mas como “O Esporte e a Atividade Física na Saúde da População, proferida pelo Sr. Nabil Ghorayeb, Doutor em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Uni-versidade de São Paulo; “O Lazer na Saúde da Popula-ção” – Prof. Dr. Reinaldo Pacheco, Professor da USP Leste no Bacharelado em Lazer e Turismo; “Esporte e Saúde” – Prof. Dr. José Alberto Aguilar Cortez, do Departamento de Esporte da Escola de Educação Fí-sica e Esporte da USP; ”Avanços da Genômica para a Ciência do Esporte” - Prof. Dr. Rodrigo Gonçalves, Pesquisador do Laboratório de Genética e Cardiolo-gia Molecular, ganhador do Prêmio Jovem Cientista em 2012; “Atividade Física na Saúde, na Doença e no Envelhecimento” – Prof. Dr. José Maria Santarem, do Hospital das Clínicas da USP e Instituto Biodelta; “Ozonioterapia, os Avanços na Manutenção da Saú-de” – Drª Maria Emília Gadelha Serra, Presidente da

Associação Brasileira de Ozonioterapia; “Homo Sa-piens; Da Guerra ao Esporte” – Rogério de Almeida Freitas, escritor e conferencista; “Saúde Única – One Health” – Drª Carolina Cruz Murta de Castro, Pro-fessor da Universidade Metropolitana de Santos, dou-toranda em Saúde Coletiva; “O Meio Ambiente e as Caminhadas Ecológicas no Exercício da Cidadania” – Dr. Fábio Feldmann, Consultor e Ambientalista, ex-Secretário de Estado do Meio Ambiente; “A Ativida-de Física na Prevenção e Tratamento da Obesidade Infantil e Adulta” – Profª Drª Claudia Cezar, Dou-tora em Nutrição Aplicada da USP e Consultora do Instituto Perfil Esportivo; “Programas da Secretaria Municipal de Esporte” – Dr. Celso Jatene, Secretário de Esporte, Lazer e Recreação do Município de São Paulo; “Programas e Ações do Ministério do Esporte – Prof. Dr. José Roberto Gnecco, Assessor da Secre-taria Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte e Membro da Comissão da Lei de Incentivo ao Esporte; “Legado dos Grandes Eventos” – Maria Paula Gonçalves da Silva – Magic Paula do Basquete.

Este Seminário foi desenvolvido quando o Pana-thlon Club São Paulo completa 40 anos de existência. Está programado uma solenidade no Auditório Fran-co Montoro da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, no dia 07 de agosto, com a presença de todos os distritos do Brasil. Ainda, o Panathlon pre-tende mediar um debate entre os candidatos ao gover-no do Estado de São Paulo, referente ao programa de governo na área do Esporte. Assim, pretende-se que os candidatos assumam um compromisso para com o Esporte. O Panathlon Club São Paulo está avançando nas conquistas para o Esporte.

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