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Palavras do professor-pesquisador

Caro(a) aprendente,

Parabéns! Você já venceu a primeira etapa da caminhada pelastrilhas do aprendente (o Marco I). Agora, iniciaremos o componentecurricular denominado Política Educacional I, integrante do Marco II.

Entendemos a centralidade da relação existente entre aformação inicial do pedagogo e o mundo do trabalho como uma tarefasimples e, ao mesmo tempo, complexa. Simples porque bastaria dizeraos professores e estudantes das licenciaturas que a Educação estáem nosso cotidiano, e complexa porque requer um diálogo permanenteentre a pesquisa, a teoria, a prática e as legislações educacionais,ou seja, entre a objetividade do mundo do trabalho e a subjetividadeda formação acadêmica.

No Marco I, você estudou a importância da interdisciplinaridadeno contexto educacional. Agora, durante o percurso deste componentecurricular, revisitaremos, de forma “interdisciplinar”, outros caminhosjá percorridos na primeira trilha do aprendente, como: a História daEducação, a Sociologia da Educação e a Filosofia da Educação, paradescobrirmos, juntos, as bases das políticas educacionais queorganizam os sistemas educacionais brasileiros.

Para isso acontecer, é necessário que você estude e se apaixonepela única coisa que ninguém pode tirar de você: o conhecimento.Portanto, aposte na sua capacidade de aprender, de reconhecer eaceitar a diversidade entre nós, aprendendo, também, a indignar-seante as injustiças; a lutar pelos seus direitos e ideais, enfim, a VIVER!

Seja bem-vindo(a) ao componente curricular PolíticaEducacional!

Prof. Dr. Wilson Honorato Aragão.

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional274

A cartografia do componente curricular Política Educacional

MARCOS LEGAIS DA POLÍTICA EDUCACIONAL

- Estado e sociedade no Brasil (15/10/1927);

- A organização do Ensino Básico no Brasil, a partir de 1930;

- A nova LDB (Lei nº 9.394/96);

- Gestão democrática da educação;

- Finaciamento da educação: FUNDEB;

- A formação do educador: a relação teoria e prática;

- Os trabalhadores da educação e sua organização política;

- O papel do educador frente às transformações estruturais econjunturais da sociedade.

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Croqui do Percurso

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional276

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional278

REFERÊNCIAS

Básicas:

ARAGÃO, Wilson Honorato. As contradições do cotidiano de um dirigente sindical. JoãoPessoa: Ed. Universitária, 2007.

AZEVEDO, Janete Maria Lins de. A educação como política pública. 3. ed. Campinas–SP:Autores Associados, 2004.

______. O Projeto político-pedagógico no contexto da gestão escolar. In: MEC: Escola deGestores. Brasília, 2007.

BRASIL. Escola de Gestores. MEC: Brasília, 2007. Disponível em: <httl//www.mec.gov.br/escoladegestores/htm>. Acesso em: 28 out. 2007.

COUTO. Cláudio Gonçalves. Lua nova: Revista de Cultura e Política, ISSN 0102-6445, n. 65,São Paulo, maio/ago. 2005 – Constituição, competição e políticas públicas. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452005000200005>. Acessoem: 29 out. 2007.

CUNHA, Luiz Antônio. O desenvolvimento meandroso da educação brasileira: entre o Estado e omercado. Educ. Soc. [online]. 2007, v. 28, no. 100 [citado 2007-12-17], p. 809-829.Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302007000300009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 23 fev. 2008.

GUIRALDELLI JR, Paulo. Filosofia e História da Educação Brasileira. São Paulo: Manole,2002. Disponível em: <httl//www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb05a.htm>. Acesso em: 28 out.2007.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Básica. Conselho Escolar e aaprendizagem na escola. NAVARRO, Ignez Pinto et al. Brasília: MEC/SEB, 2004, p. 31-35(Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, caderno 2, Parte V).

MONLEVADE, João; SILVA, M. Abadia da. Quem manda na Educação no Brasil? Ceilândia –DF: Idéia, 2000.

ROCHA, Ruth. Este admirável mundo louco. 2. ed. São Paulo: Salamandra, 2003.

SPOSITO, Marília Pontes e CARRANO, Paulo César Rodrigues. Juventude e políticas públicasbrasileiras. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n24/n24a03.pdf>. Acesso em: 29out. 2007.

Sites indicados:

http://www.cnte.org.br/legislacao/legislacao.htm.

http://www.suapesquisa.com/educacaobrasil/.

http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb01.htm.

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Complementares:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1989.

______. História da Educação Brasileira. São Paulo: Cortez, 2006.

BOBBIO, Noberto. Ensaios sobre Gramsci: e o conceito sobre sociedade civil. São Paulo: Paze Terra, 1999.

BRANDÃO, Carlos F. Idéias e intenções da nova LDB (Lei 9.394/96). In: Filosofia, Soc. eEducação, ano 1, n. 1, p. 117-263.

BREZEZINSKI, Iria (Org.). LDB interpretada: diversos olhares que se entrecruzam. São Paulo:Cortez, 1997.

CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil o Longo Caminho. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed.Brasiliense, 2002.

COLETÂNEA CBE. Estado e Educação. Campinas, SP, Papirus, 1992.

FERREIRA, Maria Syria Carapeto (Org.) Gestão democrática da Educação: atuais tendências;novos desafios. São Paulo: Cortez, 1998.

CUNHA, Luís Antônio. Educação e desenvolvimento social no Brasil. Rio de Janeiro:Francisco Alves, 1977.

FERRETI, Celso José et al. Novas tecnologias, trabalho e educação. Petrópolis, RJ: Vozes,1994.

FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e sociedade. São Paulo: Moraes, 1988.

GADOTTI, Moacir, ROMÃO, José E. (Orgs.). Autonomia da Escola: princípios e propostas. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1997.

GENTILI, Pablo A. A.; SILVA, Tomaz Tadeu da (Orgs.). Neoliberalismo, Qualidade Total eEducação. 2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

GOHN, Maria da Glória. Teorias dos movimentos sociais: paradigmas clássicos econtemporâneos. São Paulo: Edições Loyola, 2000.

HOBSBAWM, E. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

MACHADO, Lucília R. de S. Mudanças tecnológicas e a educação das classestrabalhadoras. In: COLETÂNEA CBE. Trabalho e educação, 2. ed. Campinas, SP: Papirus,1994.

PIMENTA, Selma Garrido e GONÇALVES, Carlos Luiz. Revendo o Ensino de 2º Grau: propondoa formação de professores. São Paulo: Cortez, 1990.

RIBEIRO, Maria Luisa Santos. História da Educação Brasileira: a organização escolar. 19ª ed.Campinas –SP: Autores Associados, 2003.

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional280

SAVIANI, Demerval. Da nova LDB ao FUNDEB: por uma outra política educacional. São Paulo:Autores Associados, 2006.

SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. SãoPaulo: Contexto, 2006.

VIDAL, Diana Gonçalves; FARIA FILHO, Luciano Mendes. As lentes da História: estudos deHistória e Historiografia da Educação no Brasil. São Paulo: Autores Associados, 2006.

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional282

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As relações de poder geram conflitos e/ou negociações entre as partes envolvidas. Essasrelações, segundo o pensador Michel Foucault (1999), podem ocorrer entre pais e filhos; alunos eprofessores; governantes e governados; patrões e empregados, e assim por diante.

UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III

Aula 2Aula 1 Aula 3 Aula 4

O que é ESTADO?

Estado é umaorganização política,administrativa eestratégica, quereflete umd e t e r m i n a d oterritório e umadeterminada cultura.

O que é POLÍTICA?

Para Aristóteles, aCIÊNCIA POLÍTICAestuda as relaçõesde poder. Em seulivro intitulado“Política”, defende apolítica como todaprática social queenvolve a vida napólis (cidade-estadogrega). Segundo ele,“o homem é, pornatureza, um animalpolítico.”Para Aristóteles, aprática política e avirtude eramindissociáveis.

O que é PODER?

Max Weber define opoder como umarelação assimétricaentre, pelo menos,dois atores, quandoo primeiro tem acapacidade de forçaro segundo a fazeralgo que este nãofaria voluntariamentee que só fazconforme assugestões edeterminações doprimeiro. (SILVA,2006, p. 335).

UNIDADE I

PERSPECTIVAS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AEDUCAÇÃO BÁSICA

AULA 1: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS

Ao refletirmos sobre as políticas educacionais no seu contexto histórico, deparamo-noscom as seguintes questões: O que é política? Como surgiram as políticas voltadas para a educaçãono Brasil?

De forma resumida, pode-se afirmar que a palavra “política” não pode ser entendida separadada idéia de poder, e que o poder, por sua vez, também não pode ser confundido com o Estado,instituição normatizadora da vida em sociedade. Vale ressaltar, portanto, que a atividade políticanão se dá exclusivamente no Estado.

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional284

As políticas públicas voltadas para a educação, no Brasil, começaram durante o períodocolonial e, desde então, vêm sendo permeadas de “conflitos” e “acordos” entre o Poder Executivo(os dois imperadores e os presidentes republicanos); o Poder Legislativo (deputados e senadores);o Poder Judiciário e outras esferas públicas, como a igreja católica, as organizações militares e asociedade civil.

A Educação, como todo direito humano, é fruto de conquistas históricas resultantes deconflitos, lutas, processos societários formais e não-formais, que se configuram em distintosprojetos sociais.

Foi com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), na Revolução Francesa,no Séc. XVIII, que se registrou que “a instrução é necessidade de todos”. No entanto, asdistintas visões de mundo e de sociedade apontaram caminhos diferenciados para o acesso àeducação.

O historiador inglês, Erick Hobsbawm (1998), defende a tese de que os ‘direitos’ não existemno campo do abstrato, visto que eles só se concretizam quando as pessoas os exigem, ouquando se possa supor que elas estão conscientes da sua falta. Portanto, quem regula e quemexige a instrução como bem comum? É nessa perspectiva que dirigiremos o nosso olhar para asociedade civil, a política educacional do Estado brasileiro e os projetos colocados para ela e porela, como alternativos.

Para tanto, indagamos: O que é o Estado? Quais as suas atribuições nas políticas públicas?O que é a sociedade civil e qual o seu papel em cobrar ou propor políticas públicas? Quem são ossujeitos, na sociedade civil, que apresentam projetos alternativos ao Estado? Quais foram essesprojetos na história da educação do Brasil?

Para Gramsci (1999), o Estado consiste na representação do poder formal e reivindica parasi o status de produto final da razão. Além disso, coloca-se a serviço da ‘ação-regulação’ dasociedade, como um todo.

Em suas análises iniciais sobre o Estado, Gramsci apud Bobbio (1999) percebeu, em váriosteóricos (Hobbes, Rousseau, Kant, Hegel e Marx), que este foi adquirindo uma complexidade defunções: administrativas, econômicas, jurídicas, políticas, militares etc. e que foi transformadoem um ‘super-regulador’ das normas sociais.

Em relação à sociedade civil, Gramsci considera que ela não está no campo da ‘estrutura’,mas na esfera das ‘super-estruturas’, e seria um conjunto de organismos vivos e envolvidos porrelações ideológicas e culturais. Para ele, Hegel já havia afirmado que a sociedade civil nada maisera do que ‘a porção ética do Estado’, sendo, então, o Estado uma estrutura de caráter éticoduvidoso, na sua complexidade. Contudo, a distinção crucial entre o Estado e a sociedade civil,segundo Bobbio (1999), está no âmago das seguintes dicotomias: “Força e consenso; instituiçõese ideologias; estrutura e super-estrutura [...]”, sendo o Estado o primeiro móvel dessas dicotomias,e a sociedade civil, a segunda.

Portanto, o Estado gera, como resultado de seu funcionamento, a produção de políticaspúblicas condicionada à política constitucional, enquanto que a sociedade civil reivindica participar,‘ser ouvida’, intervir nas formulações dessas práticas, ou mesmo, questionar o sistema de governoque não esteja efetivando a política necessária à manutenção de garantias de sobrevivência,como: saúde, educação, trabalho, moradia etc. Porém, a condição de participar da formulação

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das políticas públicas diz respeito ao caráter da democracia, assumida pelo Governo que estiver àfrente do Estado. No modelo de ‘democracia representativa’, a sociedade civil pouco consegueexercer um papel efetivo nessas formulações, mas se a democracia for de caráter ‘participativo’,a sociedade poderá se organizar e disputará projetos, deixando de ser mera expectadora.

E isso ocorre, segundo Gohn (2000), valendo-se do direito de manifestação, de transgressãoe de reivindicação da sociedade, que se dá por meio de mobilizações públicas das associações debairros, dos sindicatos de trabalhadores(as), dos movimentos sociais, das organizações nãogovernamentais (ONGs) etc.

Nessa acepção, a idéia de política pública está associada ao conjunto de ações articuladascom recursos públicos (financeiros e humanos) que envolvem uma dimensão temporal, por meiode diversos tipos de planejamentos, legislações, decretos, mecanismos de acompanhamento eavaliação dos resultados. Essas políticas públicas não se reduzem à ‘implementação de serviços’pelo Estado, para ser colocadas como metas de curto prazo de assistência do mesmo. Devem serformuladas englobando projetos de natureza ético-política e compreender as diversas e complexasmediações entre o Estado e a sociedade civil.

Ao citar as abordagens de Muller e Joubert, a pesquisadora em políticas públicas, JaneteLins de Azevedo (2004), enfatiza que a amplitude do espaço ‘político’ das políticas públicasprefigura na dialética da relação entre a ‘reprodução global’ das sociedades e a ‘reprodução decada setor específico’, para o qual se concebe e implementa uma determinada política.

Na sociedade brasileira, o campo das políticas públicas na educação foi historicamentemarcado por um modelo de ‘cidadania regulada’, como assinalava José Murilo de Carvalho (2002),por entender que o direito de reivindicar direitos foi duramente reprimido no Brasil, em quasetodos os momentos decisivos.

Ghiraldelli Jr. (2002) entende que somos herdeiros de uma herança colonial escravocrata,em que o ‘ensinar’ jesuítico transpunha uma imposição cultural eurocêntrica que marcaria osdemais tipos de ensino que vigoraram: as aulas régias, as escolas do ‘ler e escrever’ etc.

Durante a Primeira República, ou República Velha, deflagraram-se dois movimentos nasociedade civil em defesa de políticas educacionais: “o entusiasmo pela Educação” e o “otimismopedagógico”. O primeiro salientando a abertura das escolas públicas, e o segundo se preocupandocom métodos e conteúdos de ensino. Mesmo assim, os governos oligárquicos da época nãoreconheceram o ensino público como prioridade, e nenhum recurso específico foi investido, deforma determinada, na educação pública. Assim, cada Estado federativo deveria arcar com osgastos dos seus colégios que, em geral, eram alguns Lyceus e escolas normais. Para a União,ficava a responsabilidade de manter apenas os gastos com algumas faculdades, sendo que aspoucas que existiam eram mantidas com recursos diretos do Exército, já que não havia, atéentão, um ministério específico da educação.

No início do Séc. XX, um tipo de ideário libertário e contestatório pairava no ar, manifestando-se nos contextos da Semana de Arte Moderna (1922), do Tenentismo (1920), das mobilizaçõesdo movimento operário anarquista trazido pelos imigrantes europeus, do movimento sufragistadas mulheres etc.

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DESAFIOS

1) Leia o texto: <A Educação como direito: questõesenvolvidas com base em uma abordagem histórica>.

2) Em seguida, debata sobre suas possíveis dúvidas ou o que pôdedepreender do contexto com o(a)s mediadores(as) pedagógico(a)sa distância no Ambiente Virtual de Aprendizagem - Moodle.

Atenção!

Todos os textos indicados para leitura nocomponente curricular Política Educacionalencontram-se no CD-rom do(a) Aprendente. Se tiverdificuldades para acessá-los, consulte o(a)mediador(a) pedagógico(a) no Pólo Municipal deApoio Presencial.O desafio 2 deve ser realizado virtualmente. Porisso, você precisa atentar para o períodoestabelecido pelo professor-pesquisador. É funda-mental cumprir os prazos definidos para a postagemde cada desafio para evitar acúmulo de atividadese posteriores reposições e/ou recuperações.

Para ler o texto,utilize o CD-rom do(a)Aprendente. Acesseos <links indicados>do componentecurricular PolíticaEducacional.

Contudo, o ‘Manifesto dos Pioneiros’, lançado em 1932, elaborado por Fernando de Azevedoe por um conjunto de educadores(as) da época, sem dúvidas, impulsionou o olhar de boa parteda sociedade para os problemas da educação.

Ora, só após a 2ª Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) promulga aDeclaração dos Direitos Humanos (1946), que declarou:

Todo ser humano tem direito a instrução. A instrução será gratuita pelo menosnos graus elementares e fundamentais. A instrução técnico-profissionalizanteserá acessível a todos, bem como a Instrução Superior está baseada no Mérito.

Isso influenciou as ‘Cartas Magnas’ dos países signatários, em todo o mundo, para constituíremseus fundos na educação, como parte orgânica dos ‘Direitos Humanos e Civis’ da sociedade quedeveriam ser cumpridos pelo Estado.

Passaremos agora a estudar o texto de apresentação, A Educação como direito: questõesenvolvidas com base em uma abordagem histórica.

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AULA 2: EDUCAÇÃO, ESTADO E SOCIEDADE NO BRASIL (1827-1930)

Vivemos, nas últimas décadas do Séc. XX, momentos de grandes mudanças no camposocioeconômico e político, na cultura, na ciência e na tecnologia. A manifestação de grandesmovimentos sociais e da globalização capitalista da economia vem influenciando diretamente ascomunicações e a cultura. As transformações tecnológicas tornaram possível o surgimento daera da informática e lançaram ao mundo eventos que modificaram profundamente a nossamentalidade. Mas, como se encontrava a sociedade entre o período de 1827 até 1930? Quaiseram as principais mudanças naquele período?

Naquele contexto, os ideais do Iluminismo começavam a povoar o Brasil. E o que foi o<Iluminismo>?

No Brasil, esses ideais chegaram trazidos por estudantes de classes abastadas, que estudavamna Europa, e pelos imigrantes, também europeus, no final do Séc. XIX e no início do Séc. XX.Durante esse período, o Brasil vivenciou dois governos imperiais (o governo de D. Pedro I - operíodo regencial - e o governo de D. Pedro II), a crise do regime escravista, o declínio do períodoimperialista e a nascente forma de governo republicana, conhecida como República Velha.

O processo de reconhecimento público da classe profissional do magistério iniciou a suaafirmação nesse período, quando foi instituído um dia específico para suas celebrações e reflexões,a partir de um decreto-lei emitido pelo imperador no ano de 1827. É por ele que iniciaremos anossa ponderação, nesta aula.

Debatendo o Decreto-lei de 1827

O dia do professor é comemorado em 15 de outubro. Mas poucos sabem como e quandosurgiu esse costume no Brasil.

No dia 15 de outubro de 1827 (consagrado à educadora Santa Tereza D’Ávila), D. Pedro Ibaixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, “todas ascidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. Esse decreto falava dealgumas questões legais da educação, como: descentralização do ensino, salário dos professores,matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam sercontratados. A idéia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima, caso tivesse sido cumprida.

Mas, foi somente em 1947, 120 anos depois do referido decreto, que ocorreu a primeiracomemoração de um dia dedicado ao professor. Começou em São Paulo, em uma pequena escola,

O Iluminismo foi um movimento filosófico, artístico, histórico e culturalque colocou o homem como o centro da razão. Esse movimento ocorreuem toda a Europa, no Séc. XVIII, e marcou profundamente os séculosseguintes. Suas idéias combatiam a ‘Idade das Trevas’, uma alusão feitaà Idade Média pelos iluministas, que desejavam levar as luzes, ou seja,a verdade, através da razão, e não, a visão da fé religiosa.

Você sabe como foi instituída a data 15 de outubro como o dia do(a) professor(a)?

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no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como“Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 01 de junho a 15 de dezembro,com apenas 10 dias de férias em todo esse período. Quatro professores tiveram a idéia deorganizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise derumos para o restante do ano.

O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro, dataem que, na sua cidade natal, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequenaconfraternização. Com os professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a idéia foilançada. Depois, cresceu e implantou-se por todo o Brasil.

A celebração foi um sucesso e espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, atéser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubrode 1963. O Decreto definiu a razão do feriado da seguinte forma: “Para comemorar condignamenteo Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteçaa função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias”.

Fonte: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb05a.htm>. Acesso em: 29 out. 2007.

Na verdade, a organização do sistema educacional brasileiro, enquanto um sistema nacional,só foi iniciada na década de 1930, no primeiro governo de Getúlio Vargas, mas esse é um assuntopara a próxima aula.

1) Ler o <Decreto-lei de 15 de outubro de 1827> e discutir acercado marco histórico do dia do professor no Brasil. Para tanto, vocêdeve participar do fórum de debates sobre essa temática no AmbienteVirtual de Aprendizagem – Moodle

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Para ler o texto,utilize o CD-rom do(a)Aprendente. Acesseos <links indicados>do componentecurricular PolíticaEducacional.

Atenção!

Todos os textos indicados para leitura nocomponente curricular Política Educacionalencontram-se no CD-rom do Aprendente. Se tiverdificuldades para acessá-los, consulte o(a)mediador(a) pedagógico(a) no Pólo Municipal deApoio Presencial.O desafio deve ser realizado virtualmente. Por isso,você precisa atentar para o período estabelecidopelo professor-pesquisador no AVA - Moodle.

DESAFIO

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AULA 3: HISTÓRIA DA ORGANIZAÇÃO DO ENSINO BÁSICO NO BRASIL, A PARTIRDE 1930 ATÉ 1988

A década de 1930 é marcada pela ascensão de Getúlio Vargas ao poder e o fim da chamadapolítica café-com-leite ou República dos coronéis. É a partir desse período que se busca, pelaprimeira vez, organizar o sistema educacional em nível nacional. A permanência de Getúlio Vargasno poder foi dividida em três fases, a saber:

1ª fase: de 1930 a 1937 – Período de implantação de um governo voltado para políticastrabalhistas e conquistas sociais, como: a conquista do voto feminino, do salário mínimo e dajornada de trabalho em 8 horas, entre outros. Essa fase tem como elemento principal de análisea Reforma Francisco Campos.

2ª fase: de 1937 a 1945 – Período do Estado Novo, tambémconhecido como a Ditadura Vargas. Alguns direitos fundamentaisdemocráticos foram retirados, com a imposição de uma novaconstituição, com perseguições políticas para quem discordasse desua política e as aproximações do governo Vargas com o <regimefascista> italiano. Destacam-se, nesse momento histórico em quedurou o Estado Novo: as leis Orgânicas do Ensino e as que criaram oServiço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o ServiçoNacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).

3ª fase: Depois do governo Dutra (1946-1950), Getúlio Vargasvolta ao poder, de 1950 a 1954, eleito pelo povo, instituindo umafase que ficou conhecida como Período Populista, reunindo todas asgarantias trabalhistas em um só documento, intitulado:<Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)>. Ainda durante esseperíodo, o seu governo se aproximou das forças populares e crioualgumas estatais, como a Petrobrás. Essa fase foi interrompida pelosuicídio de Vargas.

Em 1932, Getúlio Vargas enfrentou a revolta dos paulistas,cobrando-lhe uma nova constituição, que só ocorreria em 1934. Poressa razão, esse movimento foi chamado de Revolta Constitucionalista.Durante o período getulista, pouco foi assimilado da orientação do‘Manifesto dos Pioneiros’, nas duas constituições elaboradas (1934 e1937), no que diz respeito à educação.

Na verdade, o ideário trabalhista, nacionalista, populista e de‘boa’ aproximação com as antigas oligarquias foi uma premissa dogoverno getulista, que o levou para uma tendência de priorizar oensino técnico profissionalizante - tendência tecnicista –, o queficou claro nas reformas Francisco Campos e Capanema.

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Regime fascista: Umregime políticoadotado pelopresidente da Itália,Benito Mussolini,durante o período dasegunda GuerraMundial (1939-1945),que pregava um tipode nacionalismo, emque, quem não tivesseesse sentimento ounão fosse italianopoderia ser banido,preso ou torturado.Esse regime político éreconhecido como dotipo totalitário eracista.

CLT: A Consolidaçãodas Leis Trabalhistasfoi um sistemaadotado pelo governoVargas, que veioreunir vários direitosdos trabalhadores, emum único documento,como o direito: aférias; a, pelo menos,um dia de descansosemanal; à jornada deoito horas de trabalho;ao décimo terceirosalário etc.

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Alguns decretos importantes na educação foram editados, a partir da década de 1930,segundo Ribeiro (2003, p. 107), tais como:

√ Decretos nº 19.851 e 19.852, de 11 de abril de 1931: estabelecem a reforma doensino superior. Revestem a importância de se ter adotado o sistema universitário,contendo a criação de reitorias, com a função de coordenar administrativamenteas faculdades. Em cada instituição universitária, fica estabelecida, pelo menos, aincorporação de três institutos: Direito, Medicina e Engenharia.

√ Decreto nº 19.890, de 18 de abril de 1931: conhecido como Reforma FranciscoCampos, organiza o ensino secundário com o objetivo de transformá-lo em umcurso eminentemente educativo. Para tanto, o ensino secundário ficou divididoem duas partes: a primeira, com a educação de cinco anos (curso fundamental),era o curso de “formação do homem”, e a segunda, dividida em dois anos, visavaà adaptação às futuras especificações profissionais. Esse decreto também tornou,na segunda fase, a obrigatoriedade de cadeiras como: Sociologia, História daFilosofia, Higiene, Economia Política e Estatística.

√ Decreto nº 20.158, de 30 de junho de 1931: altera oensino comercial, que passa a ser <propedêutico>(três anos), seguido de cursos técnicos (de um atrês anos).

Foi durante esse período que, em 1932, se elaborou o Manifestodos Pioneiros da Educação, escrito por vários educadores ecoordenado por Fernando de Azevedo, colocando o ideário da EscolaNova, que tinha como filosofia “aprender a aprender” e já era discutidodesde o Séc. XIX, na Europa. Algumas das aspirações contidas noManifesto de 1932 só foram postas em prática depois do EstadoNovo, devido a diversos conflitos entre o Estado, educadores e aigreja católica. Outras, porém, não foram levadas em conta.

Mas, foi somente com a Constituição de 1934 que o Estado vinculou, pela primeira vez,recursos públicos para o ensino e estabeleceu que a União e os municípios aplicassem nuncamenos que 10%, e os estados e o Distrito Federal (DF), nunca menos que 20% da renda resultantedos impostos da época. Já a Constituição de 1937 esqueceu completamente o assunto.

E a educação, como ficou nesses períodos?

P R O P E D Ê U T I C O :Segundo o dicionárioAurélio, propedêuticosignifica preliminar;que serve deintrodução. Mas, naEducação, significa umtipo de ensino queabarca um currículomínimo de matérias,c o n s i d e r a d a selementares, como:P o r t u g u ê s ,Matemática, Ciências,História, Geografia,Artes etc. e que nãosão matériasespecíficas oureferentes a cursostécnicos.

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Garantias da Educação na Constituição de 1937:

• Reforma Educacional Gustavo Capanema (1942): cria aLei orgânica do Ensino Secundário.

Promulgada sob o Estado Novo, em que o PoderExecutivo, na prática, exercia também as funçõeslegislativas.

Garantias da Educação na Constituição de 1934:

• Reforma do ensino regular e profissional;• Criação de escolas superiores, em várias capitais do

Brasil.

O fim do Estado Novo, em 1945, e a aprovação da Constituição Federal de 1946 foram osacontecimentos que marcaram o início da fase de redemocratização do país, a qual se encerroucom o golpe militar de 1964. Durante esse período, permaneceu em vigor a legislação produzidana ditadura Vargas, sendo aprovada, só em 1961, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional (Lei 4.024/61), principal documento legal até então.

A partir de 1964, tendo por contexto os governos militares que se sucederam após o golpede 1964, os elementos legais são a Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus (Lei5.692/71), os documentos que a complementam (em especial, os Pareceres do Conselho Federalde Educação) e a lei que acabou com a obrigatoriedade da profissionalização no ensino de 2ºgrau (Lei 7.044/82).

De 1983 a 1988, com a eleição indireta do presidente da República (1984) - no contexto deum movimento político que se propunha a promover a “transição democrática” - a tumultuadaposse, em março de 1985, as eleições diretas para a Assembléia Constituinte (1986) e odesenvolvimento dos trabalhos para elaboração da Nova Constituição Federal (1987/1988), tivemosum panorama político em evolução de reconquista da democracia. A nova Carta Constitucional,aprovada em 04 de outubro de 1988, estabeleceu os princípios legais da Educação Nacional.

Fragmentos extraídos do esboço de um programa educacional contidono Manifesto de 1932:

I. Estabelecimento de um sistema completo, com uma estrutura orgânica,conforme as necessidades brasileiras, as novas diretrizes econômicas esociais da civilização atual e os seguintes princípios gerais:

a) A educação é considerada em todos os seus graus como umafunção social e um serviço essencialmente político que o Estado échamado a realizar com a cooperação de todas as instituições sociais;

b) Cabe aos estados federados organizar, custear e ministrar oensino em todos os graus, de acordo com os princípios e as normasgerais estabelecidas na Constituição e nas Leis ordinárias pela União,a quem compete a educação na capital do país, uma ação supletivaonde quer que haja deficiência de meios e a ação fiscalizadora,coordenadora e estimuladora pelo Ministério da Educação [...].

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DESAFIO

1) Assista ao vídeo sobre a <Retrospectiva 500 Anos: Os fatosque marcaram a história do Brasil>. Em seguida, elabore umresumo do filme e poste-a no Ambiente Virtual de Aprendizagem –Moodle (http://www.ead.ufpb.br). Em caso de dúvidas, comunique-se com o(a)s mediadores(as) pedagógico(a)s a distância.

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Atenção!

Se tiver dificuldades ou dúvidas durante a realizaçãodo desafio, comunique-se com o(a)s mediadores(as)pedagógico(a)s a distância do componente curricularPolítica Educacional.

Por fim, depois de percebermos que muito pouco do que estava preconizado pelo programaeducacional inspirado no Manifesto dos Pioneiros foi posto em prática na legislação do país,durante as décadas de 1930 e 1940, faz-se necessário entender os conflitos históricos antecedentese posteriores, que marcaram essa nossa história brasileira, em breve retrospectiva. Para tanto,passemos ao seu próximo desafio.

Para assistir ao vídeoindicado, dirija-se aoPólo Municipal deApoio Presencial esolicite-o ao(à)m e d i a d o r ( a )p e d a g ó g i c o ( a )presencial.

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AULA 4: REVISÃO DA UNIDADE I

Caro(a) aprendente, como vimos, ao longo desta Unidade, a educação é inseparável dapolítica. Como dizia Paulo Freire, “A educação é um ato político”. É evidente que a nossapreocupação é com as políticas educacionais, e, não, com as políticas partidárias. Porém, nãopodemos esquecer que são os políticos que elaboram as políticas públicas que estruturam aeducação, certamente, sob a pressão da sociedade civil. Logo, a educação é uma prática políticade construção e transmissão dos conhecimentos e costumes de uma população, localizada numterritório, gerido pelo Estado. Como exemplo, podemos tomar a educação a distância, que é umapolítica defendida, incentivada e financiada pelo governo federal.

Ora, a educação é ou não é o resultado de uma conquista histórica? Aprendemos que “aeducação, como todo direito humano, é fruto de conquistas históricas resultante de conflitos,lutas, processos societários formais e não-formais, que se configuram em distintos projetossociais” (Aula 1).

Além disso, ficou claro que

[...] o Estado gera como resultado de seu funcionamento a produção depolíticas públicas condicionadas à política constitucional, enquanto que asociedade civil reivindica participar, ‘ser ouvida’, intervir nas formulações dessaspráticas, ou mesmo, questionar o sistema de governo que não estejaefetivando a política necessária à manutenção de garantias de sobrevivência,como: saúde, educação, trabalho, moradia etc.

Vimos também que, entre a aprovação de uma lei e a sua aplicação na sociedade, há umadistância muito grande, que só é superada com a participação das pessoas interessadas cobrandoseus direitos. Um exemplo concreto é o “Dia dos Professores”, que foi instituído em 1827, massomente em 1947, 120 anos depois, é que ocorreu a primeira comemoração de um dia dedicado aesses profissionais (Aula 2).

Durante a Aula 3, verificamos que a organização legal do sistema educacional brasileiro, emdimensão nacional, começou no primeiro governo de Getúlio Vargas, com os Decretos nº 19.851e 19.852, de 11 de abril de 1931, de reorganização do ensino superior, e nº 19.890, de 18 de abrilde 1931, conhecido como Reforma Francisco Campos, que reorganizou o ensino secundário.

Pudemos, ainda, acompanhar que

[...] a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 4.024/61),principal documento legal até então, foi do ano de 1961 [...] e que, a partir de1964, tendo por contexto os governos militares que se sucederam após ogolpe de 1964, os principais elementos legais constituídos foram a Lei deDiretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º graus (Lei 5.692/71), os documentosque a complementam (em especial, os Pareceres do Conselho Federal deEducação) e a lei que acabou com a obrigatoriedade da profissionalização noensino de 2º grau (Lei-7.044/82).

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional294

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A importância de saber sobre esses decretos e as legislações educacionais está em todo onosso percurso deste componente curricular. Você sabe o porquê? Simplesmente, para que tenhamosa noção dos desafios observados entre os discursos educacionais, entre o que foi proclamado(contido nos decretos) e o que foi vivenciado (transformado em políticas educacionais e cumpridasefetivamente).

Nesse contexto, o discurso educacional brasileiro se reveste de características próprias deuma sociedade que se organizou e se desenvolveu sob a égide das determinações da sociedadeburguesa. Portanto, ganha realce a idéia da universalização dos direitos do cidadão, impulsionadose conquistados no âmbito dos direitos do homem. É no enfrentamento dos discursos oficiais quea questão da cidadania assume lugar de destaque nos debates e nas diferentes posturas que ogoverno assume entre a oficialidade das propostas para minimização/superação da exclusãosocial e as características da cidadania, vivenciada e tecida pela mediação dos aspectos materiaise político-sociais de cada momento histórico-social.

1) Produzir um <resumo> (com, no máximo, duas páginas) expondoos pontos relevantes sobre o período estudado e encaminhá-lo parao(a)s mediadores(as) pedagógico(a)s a distância, por meio doAmbiente Virtual de Aprendizagem – Moodle.

2) Participar do debate promovido no <chat> sobre essa síntesefinal.

DESAFIOS

Atenção!

O chat é uma comunicação síncrona, ou seja, ocorreem tempo real. Isso requer que todo(a)s o(a)saprendentes estejam conectado(a)s ao mesmotempo. Deste modo, o professor-pesquisadordivulgará no AVA - Moodle, com antecedência, odia e o horário para a realização do bate-papo(chat).

Para postar o resumoe participar do chat,você deverá acessar oAVA - Moodle.

www.ead.ufpb.br

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UNIDADE II

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NAREALIDADE ATUAL

AULA 5: A NOVA LDB (LEI 9.394/96) E A ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL

A legislação brasileira apresentou um grande avanço no campo da educação, com apromulgação da Constituição de 1988. O capítulo de educação nela inserido deu os rumos dalegislação posterior, no âmbito dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. A partir daí,surgem novas leis para regulamentar os artigos constitucionais e estabelecer diretrizes para aeducação no Brasil. A principal delas foi a Lei de Diretrizes e Bases (LDB).

A LDB não contemplou a vontade da sociedade civil organizada, que também havia discutido,elaborado e apresentado uma proposta de LDB ao Congresso Nacional, mas que terminou tendouma redação substitutiva, elaborada pelo senador Darcy Ribeiro, a qual foi sancionada pelopresidente da República, Fernando Henrique Cardoso, no dia 20 de dezembro de 1996.

A LDB orienta as políticas públicas no tocante a todos os níveis de ensino, como a educaçãoinfantil, o ensino fundamental, o ensino médio, a educação de jovens e adultos, o ensino superiore outros níveis e modalidades de ensino, como: a educação especial, a educação indígena e aeducação quilombola, embora cada uma dessas modalidades necessite de outras Leis, que sãolegislações específicas, que delimitam suas diretrizes curriculares e definem as instituições parceirasna execução de sua prática. Para melhor entender a LDB e suas determinações em cada nível deensino e o financiamento e o caráter do ensino público e privado no Brasil, passemos ao nossopróximo passo - entender o que está exposto em alguns dos principais artigos da LDB. É verdadeque o ideal é lê-la na totalidade de seus onze títulos e noventa e dois artigos.

De acordo com a LDB, qual a abrangência da Educação?

A Educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade enos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o quê?

Art. 1º. A educação abrange os processos formativosque se desenvolvem na vida familiar, na convivênciahumana, no trabalho, nas instituições de ensino epesquisa, nos movimentos sociais e organizações dasociedade civil e nas manifestações culturais.

Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado,inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais desolidariedade humana, tem por finalidade o plenodesenvolvimento do educando, seu preparo para oexercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

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Nesse Artigo, encontramos uma diminuição significativa da responsabilidade do Estadobrasileiro, quando comparamos com o Art. 205 da Constituição Brasileira, como exposto abaixo:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, serápromovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao plenodesenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e suaqualificação para o trabalho.

Caro aprendente, como você pode observar, o Art. 205 da Constituição reza que aresponsabilidade para com a educação é, primeiro, do Estado e, depois, da família. Porém, naLDB, os papéis se invertem, pois a responsabilidade passa a ser papel primordial da família,ficando a responsabilidade do Estado reduzida, uma verdadeira inversão de valores.

A partir de que idade é dever dos pais ou dos responsáveis efetuar a matrícula dosmenores no ensino fundamental?

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Art. 6º. É dever dos pais ou reponsáveis efetuar a matrículados menores, a partir dos seis anos de idade, no ensinofundamental.

O que caberá a cada ente da Federação no tocante à organização da EducaçãoNacional?

Art. 8º...§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulandoos diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva esupletiva em relação às demais instâncias educacionais. § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos destaLei.

Art. 9º. A União incumbir-se-á de:I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal eos Municípios; II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal deensino e o dos Territórios;III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípiospara o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridadeobrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva; [...]

* Ainda sobre esse tema, ler os incisos IV, V, VI, VII, VIII, IX e X do Artigo 9º, da LDB.

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E que parcela caberá aos estabelecimentos de ensino e aos docentes?

Quais são as classificações administrativas das instituições de ensino?

Explique como poderá ser organizada a educação básica.

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Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comunse as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;

V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento.

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimentode ensino;III - zelar pela aprendizagem dos alunos; IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dosperíodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; [...]

Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-senas seguintes categorias administrativas: I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas eadministradas pelo Poder Público; II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicasou jurídicas de direito privado. [...]

Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodossemestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou porforma diversa de organização, sempre que o interesse do processo deaprendizagem assim o recomendar.

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A Lei 10.639/2003 atualizou a LDB. O que ela incluiu em seu novo texto?

A que se destina a Educação de jovens e adultos?

As escolas técnicas e profissionais podem oferecer cursos sem condicioná-los aonível de escolaridade?

Cite quatro das finalidades da Educação Superior no Brasil, de acordo com a LDB.

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Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece asdiretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficialda Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e CulturaAfro-Brasileira” e incluir o 20 de novembro como “Dia Nacional daConsciência Negra”.

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles quenão tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamentale médio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aosadultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidadeseducacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seusinteresses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência dotrabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entresi.

Art. 42. As escolas técnicas e profissionais, além dos seus cursos regulares,oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrículaà capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível deescolaridade.

Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e dopensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para ainserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento dasociedade brasileira e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando aodesenvolvimento da ciência e da tecnologia e à criação e difusão da cultura, e,desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;[...]VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusãodas conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científicae tecnológica geradas na instituição.

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O que é educação especial, segundo a LDB?

Quais são os fundamentos da formação dos profissionais de educação?

Excetuando-se a educação superior, quantas horas, no mínimo, devem ser dedicadasà prática da formação docente?

Quais são os recursos públicos destinados à educação?

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Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, amodalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regularde ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atenderaos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e àscaracterísticas de cada fase do desenvolvimento do educando, terá comofundamentos: I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação emserviço; II – o aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituiçõesde ensino e outras atividades.

Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá práticade ensino de, no mínimo, trezentas horas.

Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os origináriosde: I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Municípios; II - receita de transferências constitucionais e outras transferências; III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; IV - receita de incentivos fiscais; V - outros recursos previstos em lei.

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Art. 77. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas,podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais oufilantrópicas que:

I - comprovem finalidade não-lucrativa e não distribuam resultados, dividendos,bonificações, participações ou parcela de seu patrimônio sob nenhuma forma oupretexto; II - apliquem seus excedentes financeiros em educação; III - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópicaou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades; IV - prestem contas ao Poder Público dos recursos recebidos.

DESAFIOS

1) Organize um grupo de estudos composto por, no máximo, cincoaprendentes de seu Pólo Municipal de Apoio Presencial. Em seguida,procedam à leitura e à análise da <Lei de Diretrizes e Bases daEducação Nacional (LDB)>.

2) Após o estudo, o grupo deve elencar cinco pontos relevantes,definidos nesse documento, para a melhoria da qualidade do ensinona Educação Básica e postá-los no AVA - Moodle.

Sugestão: Dividir os grupos para a análise do texto por Títulos da LDB.Atenção!

Se tiver dificuldades ou dúvidas durante a realizaçãodo desafio. Comunique-se com o(a)s mediadores(as)pedagógico(a)s a distância do componente curricularPolítica Educacional.

O arquivo digital daLDB encontra-sedisponível no CD-romdo Aprendente e noe n d e r e ç o :www.planalto.gov.br/C C I V I L _ 0 3 / L E I S /L9394.htm. Faça odownload do arquivopara leitura.

Os recursos públicos podem ser direcionados a outras instituições de ensino quenão as públicas?

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AULA 6: GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO

A educação, enquanto uma prática social histórica, é entendida sob várias concepções eprojetos de sociedade que, por vezes, revelam-se antagônicos. Tais projetos subsidiam a elaboraçãodas políticas educacionais, dando-lhes formas diversas e conteúdo próprio.

No campo da gestão da educação, localizamos o embate entre perspectivas diferenciadas:de um lado, projetos autoritários de sociedade, que se afirmam em um modelo de gestãocentralizador pouco participativo e desvinculado da realidade de grande parte da comunidadeescolar; de outro, os defensores da gestão democrática, fundada na luta por uma escola abertaàs discussões dos diversos sujeitos sociais nela envolvidos - professores, alunos e funcionários.Os principais impasses e perspectivas para a estrutura e o funcionamento dos sistemas de ensinoe a organização do trabalho na escola almejam um projeto em que prevaleçam as possibilidadesde uma escola pública autônoma, democrática e cidadã.

Inscrever a escola na ordem das mudanças sociais que se impõem na contemporaneidadedeve primar por uma proposta político-pedagógica emancipatória. Sendo assim, duas vertentesmerecem destaque:

- A institucionalidade política: que se pretende imprimir à prática educativa em umaopção pedagógica coerente com uma concepção de realidade, de conhecimento, de homem e desociedade expressa na dimensão política do projeto;

- A Inclusão de novos paradigmas da educação: como a afetividade, a solidariedade ea cooperação, entre outros, no contexto escolar, que sustentarão a organização curricular,orientando o processo de construção do conhecimento e da sociedade. Nesse novo paradigma daescola, impõe-se a compreensão de que repensar a organização escolar e o currículo estabeleceuma dinâmica que ultrapassa a mera instrumentação para “saber fazer” e dialoga com outrasnecessidades, como a ética e a pluralidade social.

Segundo Azevedo (1994), a administração pública da escola deve se fundar em uma visãosistêmica, aberta e dinâmica, que valorize a contradição, a mudança e o conflito. Esse sistematrabalha a tensão e o conflito, em um sistema aberto de ensino. Na prática desse paradigma, o da‘autonomia’ da escola figura como algo a ser conquistado e construído, permanentemente.

Como estudamos anteriormente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, nº9.394/96) dá alguns passos em direção à descentralização e à autonomia da escola, mas aindaconserva a estrutura do sistema centralizado, pois não prevê, por exemplo, eleições diretas paraos seus gestores.

O Projeto Político-pedagógico, também conhecido como ‘PPP’, tenta abarcar um projetocoletivo da escola, a partir de reflexões de vários sujeitos (gestores, docentes, supervisores(as),coordenadores(as), alunos(as), pais e mães de alunos(as), líderes comunitários(as), agentescomunitários(as) de saúde etc.), em um processo de reflexões que culmina no planejamento dasações e das metas da escola até os eixos norteadores dos componentes curriculares, no campodo ensino, sempre buscando responder: O que queremos e o que pretendemos na educação?Qual será a nossa identidade, enquanto educadores(as) e educandos(as)?

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Essa identidade é construída no confronto das relações sociais que se dão no contexto da

sociedade ampla, onde se defronta a divisão social do trabalho e da distribuição social do

conhecimento, especificando-se responsabilidades e comprometimentos, nas relações cotidianasque se dão no espaço/tempo da escola.

As novas bases da gestão educacional da escola vislumbram um campo de profissionaisengajados em seu trabalho e acionadores de uma nova proposta de educação. O que se supõeautonomia e descentralização, que aumenta os poderes locais, ao mesmo tempo amplia aresponsabilidade e exige maior preparo dos gestores educacionais.

A gestão escolar, concebida sob esse prisma, configura-se como uma atividade conjuntados elementos nela envolvidos, em que as responsabilidades são compartilhadas e os objetivos,estabelecidos conjuntamente.

A gestão democrática é uma exigência do projeto político-pedagógico, uma vez que aautonomia e a gestão democrática são partes da própria natureza do ato pedagógico e se dãoatravés da reflexão, da problematização, do estudo, da aplicação, da avaliação e da reformulação,em função das próprias mudanças sociais e institucionais. Para isso, é preciso que a sociedade eo poder público tenham um consenso sobre a função da escola, o que pode esperar e o quecobrar dela.

Nessa perspectiva, focalizar a função social da escola e a gestão significa fazer da gestãodemocrática o eixo principal da organização do processo educativo, da administração aopedagógico, ou seja, o elo central da unidade escolar. Nessa direção, as possibilidades deorganização da sociedade civil, a elevação das demandas por melhor qualidade de vida e acompreensão mais ampla da educação como um direito e um dever de todos abrem perspectivaspara o fortalecimento do sistema educacional.

Na prática desse projeto de escola, predomina o ecletismo, o confronto entre uma visãoestática e uma visão dialética, dinâmica e aberta do sistema. No entanto, um sistema educativodescentralizado só tem condição de funcionar a favor da democratização e da cidadania, daqualidade dos serviços públicos e da transparência administrativa se contar com uma sólidaestrutura de participação efetiva da população.

Segundo Gadotti (1992), a gestão democrática da escola pública justifica-se por duasrazões:

- A escola deve formar para a cidadania e, por isso, deve dar exemplo em suas práticaseducativas. Portanto, é um passo decisivo no aprendizado da democracia, estando a serviço dacomunidade e buscando criar um espírito comunitário;

- A gestão democrática da escola pode melhorar o processo ensino-aprendizagem. Aparticipação na gestão escolar proporcionará melhor conhecimento do seu funcionamento e detodos(as) os(as) agentes e propiciará um contato permanente entre professores(as) eeducandos(as). A escola tem o aluno como sujeito de sua aprendizagem.

Assim, desempenhando o papel de articulador(a) e educador(a) da coletividade, o(a) gestor(a)escolar tem de saber ouvir, conectar idéias, questionar, inferir, traduzir posições e sintetizar umapolítica de ação, com o propósito de coordenar efetivamente o processo educativo. Será, então,que o(a) gestor(a) da sua escola está preparado(a) para trabalhar dessa forma?

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A autonomia e a participação são pressupostos do projeto político-pedagógico e precisamser sentidas nos Conselhos Escolares, que têm como responsabilidade fiscalizar ações pedagógicase recursos que são destinados às escolas.

Assim, refletindo ‘a cara que tem o PPP’ e a que ‘deseja ter’, com seu cotidiano, o seutempo e espaço, sua construção é interdisciplinar, não bastando apenas teoria. O PPP é consideradoum instrumento de renovação da escola e de suas práticas.

No Brasil, a autonomia da escola encontra suporte na própria Constituição Federal (1988),que institui a “democracia participativa” (Art. 1º.) e estabelece como princípios básicos: “opluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e a gestão democrática do ensino público”(Art. 208). Esses princípios podem ser considerados como fundamentos da autonomia da escola esua identidade.

Nesse contexto, a função da educação é a formação da cidadania e da democracia. Paratanto, é preciso que os educadores se vejam como cidadãos participantes da construção dasociedade e do conhecimento, sendo capazes de criar ou mudar a ordem social, criando formasde pensar, sentir e atuar junto com um grupo de alunos, por meio do trabalho, com o conhecimentoe os valores da sociedade.

Ao serem capazes de participar ativamente da sociedade, os educadores terão condiçõesde converter a escola no primeiro espaço público democrático do aluno, criando possibilidades deperceber, viver e atuar, interagindo com as múltiplas relações que perpassam toda a sociedade. Oaluno é um cidadão que deve aprender a debater e a construir o espaço político, tendo seusdireitos garantidos.

Para realizar um ensino de qualidade e cumprir com autonomia seu papel na sociedade, asescolas têm de romper com o modelo burocrático de gestão que regula seu trabalho conforme asregras fixadas e à obediência às leis, não dando espaço para a inovação, a participação e acriatividade. Romper com o modelo burocrático de gestão da escola é criar condições para quemudanças e inovações não sejam bloqueadas e haja envolvimento de todos os profissionais daescola em dinâmicas de mudança.

É nos sistemas públicos de ensino que cabe a operacionalização de tais diretrizes, aoestabelecer uma política de atendimento, que revele até que ponto se prioriza o ensino básico nopaís.

Sposito & Carrano (2007), em sua acepção mais genérica, concebem que a idéia de políticaspúblicas está associada, também, a um conjunto de ações articuladas com recursos próprios(financeiros e humanos), envolve uma dimensão temporal (duração) e alguma capacidade deimpacto.

Nesse mesmo raciocínio, as políticas públicas não se reduzem à implantação de serviços,pois englobam projetos de natureza ético-política e compreendem níveis diversos de relaçõesentre o Estado e a sociedade civil na sua constituição. Situam-se também no campo de conflitosentre atores que disputam orientações na esfera pública e os recursos destinados à suaimplantação. É preciso, pois, não confundir políticas públicas com políticas governamentais.

Analisando o texto sobre “A constituição das políticas públicas no Brasil” (próximo desafio),compreenderemos como, além da LDB, outras importantes políticas educacionais se inseremnesse processo de gestão da educação, a saber:

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• O <Plano Nacional de Educação (PNE)>, sancionado em2001, que prevê um planejamento para toda uma década emtodos os níveis de educação, mas que também foi criticado,por não ter contemplado várias das propostas dos mais variadossegmentos e fóruns da educação;

• O <Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do EnsinoFundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF)>,que é o resultado de uma mudança da estrutura definanciamento do Ensino Fundamental no País e que vigoradesde 1998.

Além do PNE e do FUNDEF, o texto traz um quadro comparativodas principais políticas públicas voltadas para a educação, desde adécada de 1980, e algumas das recentes diretrizes para a educaçãoinfantil e o ensino fundamental.

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Para acessar osd o c u m e n t o scompletos do PNE eFUNDEF, visite ossites:

http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/pne.pdf

http://mecsrv04.mec.gov.br/sef/fundef/funf.shtm

Os arquivos tambémpodem serencontrados no CD-Rom do Trilhas doAprendente.

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AULA 7: FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO: FUNDEB

Os debates sobre a educação brasileira têm sido permeados pelos confrontos entre ascorrentes defensoras do ensino público e os defensores do ensino privado, cujas demarcaçõesteórico-conceituais sofrem alterações substantivas ao longo da história. Essa indefinição fronteiriçaacarreta, particularmente, a ambigüidade do Estado enquanto expressão de poder público.

Os embates épicos entre estadistas e privatistas vêm de longa data. Mas os debates entreas duas correntes continuam acirrados nos meios educacionais até hoje.

Para efeito de análise, entende-se a educação como uma prática social contraditória, comobjetivos e fins nem sempre convergentes, resultantes da sua caracterização como campo dedisputas hegemônicas e projetos sociais providos de historicidades e impregnados pelas condiçõessociais, políticas e culturais nas quais se constituem e buscam se efetivar.

A partir de agora, dirigiremos um breve olhar histórico às políticas de financiamento daEducação do nosso país, até chegarmos ao atual FUNDEB. Antes, porém, é necessário entendero que é o mercado.

O mercado compreende a política ditada pelo sistema capitalista, que abarca diretrizesfinanceiras de ordem competitiva, atendendo aos ditames liberais e neoliberais da economiamundial. É centralizado pelo imperialismo das potências mais ricas do mundo e dirigidas,principalmente, pelo Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), além de outrasinstituições, atrelado as suas orientações econômicas e fiscais. Segundo Cunha (2007), noBrasil, no campo da educação, o mercado compreende as instituições privadas do ensino e suasentidades representativas, como: a Associação Brasileira de Entidades Mantenedoras, a AssociaçãoNacional das Universidades Particulares, a Associação Católica do Brasil, o Conselho Geral dasinstituições Metodistas, entre outras.

Para Monlevade (2000), quando transitamos entre a escola da elite colonial portuguesa e aescola seletiva das províncias, buscávamos uma política de subsídios, que atendesse à classeburguesa com ‘preços’ mais acessíveis. Isso era o que almejava, cada vez mais, as escolas pagasconfessionais. Por outro lado, no período Imperial, o novo Estado se deparava com vários pedidosde abertura de escolas públicas, todos os dias, feitos pelos presidentes das províncias. Esse atoinfluenciou o novo Imperador a dissolver a Constituição (1824) e fazer uma a seu modo.

Para o professor Luiz Antônio Cunha (2007), da Universidade Federal do Rio de Janeiro,discutir o público e o privado, na educação brasileira, consiste em analisar vários meandroshistóricos, em que as forças ‘Estado, sociedade civil e Mercado’ determinaram o crescimento dosdois setores, público e privado, ora fortalecendo um, ora, o outro, e ora, os dois.

Como já foi estudado na Aula 3, da Unidade I, foi só com a Constituição de 1934 que oEstado vinculou, pela primeira vez, recursos públicos para o ensino e estabeleceu que a União eos municípios aplicassem nunca menos que 10%, e os estados e o Distrito Federal (DF), nuncamenos que 20% da renda resultante dos impostos da época. No entanto, a Constituição de 1937esqueceu completamente o assunto.

A Constituição de 1946 restabeleceu os índices de 1934. Só que os municípios passariamtambém a enquadrar-se na alíquota dos 20%. No entanto, nessa mesma Constituição, foram

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criados alguns dispositivos visando às primeiras isenções de impostos do ensino pago, quandopassou a ser instituído o chamado salário-educação, a ser repassado para as empresas, quecomeçaram a transferi-lo para as escolas privadas, garantindo bolsas parciais para o custeio deeducação.

No início da década de 1960, mais precisamente em 1961, veio a primeira Lei de Diretrizes eBase da Educação Nacional (LDB), a Lei 4024/61, que já havia perdido muito do debate acumulado,desde o Manifesto dos ‘Pioneiros’, mas, entre outras diretrizes, garantiu várias brechas para atransferência dos recursos públicos para a iniciativa privada. No entanto, ampliou os poderes dosconselhos municipais e estaduais, na decisão das políticas públicas, que passaram a ser ‘dominadas’,em escala crescente, por grupos que defenderiam a alocação de mais e mais recursos para ainiciativa privada. Esse mesmo grupo deu sustentação ao golpe militar de 1964.

O regime militar favoreceu significativamente a iniciativa privada. Desde os anos do ‘milagreeconômico’ que se havia dado uma busca incessante pela escola privada, como símbolo de statuse, como possibilidade alternativa, a deterioração do ensino público, que já estava sucateado,devido aos poucos investimentos.

Os mecanismos pelos quais os empresários do ensino passariam a brigar foram: imunidadefiscal; garantia de pagamento das mensalidades dos alunos, mediante bolsas de estudo, distribuídaspelo poder público, e até mesmo a inibição de criar e ampliar escolas, em determinados lugares‘reservados’ para os donos das escolas particulares por eles escolhidos. O ápice foi um decretode 1973, em que o governo federal determinava ‘normas’ para concessão de amparo técnico efinanceiro às entidades particulares de ensino e, ainda por cima, ‘recomendando’ aos governosmunicipais e estaduais que ‘evitassem’ a criação de estabelecimentos públicos de ensino, onde jáexistissem escolas privadas.

Depois dos governos militares e com alguns setores do campo democrático e popular àfrente de alguns governos municipais e estaduais, a legislação federal foi pressionada ou ‘induzida’a mudar o seu rumo. Um exemplo disso foi um decreto de 1985, com o curso da ‘transição lenta egradual’, proibindo as empresas de transferirem para as escolas privadas os recursos, no todo ouem parte, do salário-educação, editado em 1946, mas que, sem fiscalização, fez ‘decolar’ arelação de mercado na educação.

A partir da década de 1990, conforme explicitam Gentili e Frigotto (2002), entendeu-se quetais projetos se contrapunham à ordem neoliberal que, cada vez mais, diminui a participação doEstado nas políticas públicas e na responsabilidade social. A educação passou a ser encaradacomo mercadoria e, nesse sentido, quem tem maior poder aquisitivo ‘compra mais e melhor’.

Os governos ditos da Nova República foram marcados por escândalos financeiros, denúnciasde corrupção - um ex-presidente posto para fora, por meio de um impeachment (FernandoCollor) - e dois mandatos de governo, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC),seguindo à risca as cartilhas e os ditames internacionais do imperialismo norte-americano eimplementando várias políticas de privatização. Neste contexto, o país vivenciou vários abalos,na resistência dos ao neoliberalismo. A desregulamentação do mundo do trabalho afetou diretamentea resistência dos(as) trabalhadores(as) e de setores de classe média, pela ação dos movimentossociais.

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O Governo FHC foi o portador de várias políticas públicas na educação, questionadas porterem sido elaboradas de cima para baixo, com falhas pedagógicas e com uma clara intencionalidadede abrir brechas para privatizações nas esferas do ensino médio e superior, dentre as quais,podemos citar a LDB (1996) e o PNE (2001).

No entanto, foi considerada como certo avanço a criação de um fundo próprio do magistériodo ensino fundamental: o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental eValorização do Magistério (FUNDEF), criado a partir da Emenda Constitucional 14/1996, quedeslocava e redistribuía a responsabilidade da União com a distribuição dos recursos públicos. Osmunicípios, o DF e os estados aplicariam 15% dos recursos arrecadados com os impostos (FPE,FPM, ICMs, IPI-EXP, etc.), numa meta de dez anos (1996/2006). Observe, caro(a) aprendente,que não consta da sigla FUNDEF a expressão “Valorização do Magistério.”

A crítica ao FUNDEF, segundo Monlevade (2000), deveu-se ao fato de não haver ampliaçãodos recursos, só ‘realocação’. Além disso, com o cálculo abaixo do que recomendava a razãoentre o número de valores arrecadados e o de alunos matriculados, também não se consideravamos alunos matriculados no EJA, o que fez com que dirigentes municipais não investissem nessamodalidade de ensino. Ademais, o caráter duvidoso de aplicação do FUNDEF pelos poderes municipaisfuncionou como verdadeiro ‘jogo de interesse eleitoral’, sem que houvesse uma resposta adequadadaquele governo, sob a desculpa de ser mais barato para o Estado ‘vigiar’ do que ‘punir’.

Na verdade, o FUNDEF foi uma política que focalizava apenas o ensino fundamental, excluindo,da maior parte dos recursos da educação, outros níveis e modalidades de ensino.

O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dosProfissionais da Educação Básica (FUNDEB) foi recentemente criado no Governo de Luís InácioLula da Silva, em 28 de dezembro de 2006. Foi aprovado pela emenda 53/2006, que passou ainstituir um fundo para toda a educação básica, com nova meta de 14 anos, ampliando para 20%a alocação dos investimentos dos governos municipais, estaduais e DF. Vale salientar que, agora,a União entra com mais 10% para somar aos investimentos do FUNDEB (advindos do PIB e queforam orientados pelo PNE/2001), que atenderá a todas as modalidades de ensino da educaçãobásica. Veja, caro(a) aprendente, alguns artigos que trazemos como destaques:

Em seu Artigo 8º, delimita sobre a distribuição dos recursos:

A distribuição proporcional de recursos dos Fundos levará em conta as seguintes diferençasentre etapas, modalidades e tipos de estabelecimento de ensino da educação básica:

UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III

Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8

Art. 8º. Os recursos que compõem os Fundos serão distribuídos, no âmbito doDistrito Federal, de cada Estado e seus Municípios, proporcionalmente ao númerode alunos matriculados nas respectivas redes de educação básica públicapresencial, na forma do Anexo a esta Medida Provisória.

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional308

UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III

Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8

DESAFIOS

1) Leia o texto sobre a <Medida Provisória que regulamenta oFUNDEB> e ouça a música <Pequeno Burguês>, interpretada porMartinho da Vila.

2) Consulte a agenda de atividades no AVA – Moodle para participardo debate sobre o tema que será promovido via chat.

Atenção!

Os chats são bate-papos virtuais que acontecemem tempo real. Isto implica que todos(as) os(as)aprendentes devem estar conectados(as) no mesmodia e horário para participar da conversa.Fique atento(a) à agenda de atividades no AVA.

O arquivo de texto ea música estãodisponíveis no Cd-romTrilhas do Aprendente– Vol. 2.

Art. 10. Distribuição proporcional de recursos dos Fundos:I - creche;II - pré-escola;III - séries iniciais do ensino fundamental urbano;IV - séries iniciais do ensino fundamental rural;V - séries finais do ensino fundamental urbano;VI - séries finais do ensino fundamental rural;VII - ensino fundamental em tempo integral;VIII - ensino médio urbano;IX - ensino médio rural;X - ensino médio em tempo integral;XI - ensino médio integrado à educação profissional;XII – educação especial;XIII – educação indígena e quilombola;XIV – educação de jovens e adultos integrada à educação profissional de nívelmédio, com avaliação no processo.

Passemos, portanto, aos nossos próximos desafios, em relação ao que foi apreendido sobreo FUNDEB, observando as diferenças entre o (des)equilíbrio do financiamento da educação públicae o da privada no Brasil.

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UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III

Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8

AULA 8: REVISÃO DA UNIDADE II

Caro(a) aprendente, buscamos destacar alguns limites reais da LDB, no tocante à gestãodemocrática, à democratização do acesso e à permanência, à elaboração de projetos político-pedagógicos e à valorização dos profissionais de educação. Vejamos então:

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional310

UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III

Aula 6Aula 5 Aula 7 Aula 8

Os destaques no primeiro quadro desta Aula, sobre os limites reais da LDB, necessitam deajustes educacionais na política educacional em curso, na atualidade. Portanto, é necessárioexpressar que os limites reais persistiram em outras legislações, a exemplo do Plano Nacional deEducação (PNE), de 2001, em que existiram nove vetos de propostas discutidas na sociedadecivil. Essas propostas visavam desburocratizar a gestão da educação, valorizar a carreira deprofissionais da educação, ampliar as metas de acesso em todos os níveis e, principalmente,comprometer 7% dos recursos do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para o financiamento daeducação pública. Sobre a política de financiamento da educação, é necessário revisar, ainda, asprincipais diferenças entre o FUNDEF e o FUNDEB, que se encontram destacadas no segundoquadro desta mesma aula, na página anterior.

Órgãos governamentais como o <IBGE> e o <INEP> realizamdiagnósticos sobre a condução da aplicação dos recursos e seus efeitose impactos na sociedade. Além disso, alertam os devidos ‘ajustesestruturais’ dessas políticas, para uma maior investidura na melhoria daqualidade do ensino público e da ampliação de oportunidades para ossegmentos historicamente excluídos do acesso à educação, para que,de fato, o Estado consiga abranger a sociabilização do conhecimento,numa perspectiva eqüitativa.

Visite os sites do IBGEe INEP por meio doslinks abaixo:

www.ibge.gov.br

www.inep.gov.br/

Atenção!

Se tiver dificuldades ou dúvidas durante a realizaçãodo desafio, comunique-se com os(as)mediadores(as) pedagógicos(as) a distância docomponente curricular Política Educacional por meiodo AVA - Moodle (www.ead.ufpb.br).

A leitura do texto foiindicada na Aula 7.

DESAFIO

1) Destaque, do texto do <FUNDEB>, novos questionamentos sobrea política de financiamento da Educação Básica e encaminhe-os paraos(as) mediadores(as) pedagógicos(as) a distância, por meio do AVA- Moodle.

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UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III

Aula 10Aula 9 Aula 11 Aula 12

UNIDADE III

LEGISLAÇÕES POLÍTICAS IMPACTANTES NA ORGANIZAÇÃODO TRABALHO ESCOLAR

AULA 9: FORMAÇÃO DO EDUCADOR: A RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA

A relação entre teoria e prática de um profissional em educação tem a ver com a sua visãode mundo, de ensino e de suas escolhas didáticas, que devem ser adequadas a sua concepçãode ensino. Assim, alguns(as) vão caminhar pelas trilhas de uma educação tradicional ou tecnicista,e outros(as), pelas trilhas de uma educação libertária. Entretanto, é necessário que compreendamosque estamos diante do desafio de uma educação complexa, que requer uma reflexão constantesobre as nossas práticas e desafios propostos ao nosso fazer “aprender”.

A pedagogia centrada no indivíduo tem na incerteza seu modo de desenvolvimento. Oparadigma da incerteza, que a cada dia se consolida e se fará presente na educação do futuro,inscreve-se num método de projetos, na concretização de situações não programadas, na utilizaçãode novas capacidades e na subjetivação do aluno (POURTOIS; DESMET, 1997, p. 40), fazendoda sala de aula um lugar de debates, um espaço de integração do psicológico, do social, docultural e do econômico; e o professor, ao desempenhar seu papel, deverá empenhar-sepessoalmente nas situações de aprendizagem.

A relação entre teoria e prática, na formação do(a) educador(a), produz uma culturadocente que, de acordo com Pimenta (1990, p. 80), é

[...] a pluralidade de ‘saberes’ ou a ‘base de conhecimentos’ constantementemobilizada pelo docente para conduzir sua ação pedagógica no contextoda sala de aula. É nesse espaço que os professores produzem a todomomento novas articulações de saberes para fundamentar suas decisõesde ação junto aos discentes.

Os saberes docentes, segundo Habermas apud Pimenta (1990), classificam-se em ‘curriculares,disciplinares e de formação, associados à cultura escolar (mundo sistêmico)’, e os ‘saberes deexperiência e da prática social, relacionados à cultura da experiência vivida (mundo vivido)’.

TRABALHO DOCENTE VISTO COMO ARTE* Finalidade – seguir o processo natural de conduzir a criança ao esplendor da idadeadulta;* Concepção de educador - atua no sentido do uso de seu talento pessoal associado àintuição, à experiência, aos hábitos, ao bom senso e às habilidades legitimadas na tradiçãopedagógica;* Predominância – referencial da prática e da experiência.

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional312

Nesse sentido, as concepções de práticas educativas estão vinculadas ao trabalho docentee suas racionalidades. Portanto, esse trabalho é visto como arte, como técnica e como processode interação.

A formação dos saberes teóricos dos professores se dá na chamada formação inicial, queocorre nas universidades ou centros de ensino superior. A responsabilidade e a autoridade que ahistória conferiu aos professores fizeram com que a sociedade os reconhecesse como detentoresou mediadores de ‘saberes’. O processo formativo de professores precisa considerar como prioridadea investigação científica, o dever social, o interesse prático das reflexões teóricas ancoradas naética como interlocução nas relações sociais e políticas que devem revestir qualquer açãopedagógica.

TRABALHO VISTO COM TÉCNICA

* Finalidade – instrumentalizar o processo educativo a fim de se obter melhor eficácia;* Concepção de educador – domina objetiva e subjetivamente as técnicas a fim decolocar o processo educativo em seu favor;* Predominância – instrumentalização do processo educativo.

UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III

Aula 10Aula 9 Aula 11 Aula 12

TRABALHO DOCENTE VISTO COMO PROCESSO DE INTERAÇÃO* Finalidade – consenso;* Concepção de educador – deve atuar no sentido de promover mútuas interações a fimde atingir o consenso. O educador é um sujeito reflexivo, que age pela razão prática,tendo a capacidade de justificar e explicar os motivos de suas decisões na condução daação pedagógica, seja ela instrumental ou comunicativa;* Predominância – natureza fundamentalmente social do agir pedagógico. É principalmentenessa concepção que é possível desvelar a racionalidade prática do educador. A definiçãode sua identidade profissional se dá quando ficam evidenciadas suas escolhas e o quesubjaz a elas.

No próximo desafio, trabalharemoscom o texto “Admirável Mundo Louco”(um texto explicativo, que liga várias áreasdo conhecimento), que faz uma abordagemsobre o papel do sujeito educador nos diasatuais, e as novas perspectivas do fazereducativo na organização escolar,enfrentando, ainda, uma visão, por vezes,autoritária. O texto nos leva a refletir sobrealgumas possibilidades de enfrentar as maisvariadas situações na organização escolar.

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UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III

Aula 10Aula 9 Aula 11 Aula 12

DESAFIO

1) Leia o texto <Admirável Mundo Louco>, de Ruth Rocha (2003).Em seguida, elabore um resumo e poste-o no AVA – Moodle.

Atenção!

Se tiver dificuldades ou dúvidas durante a realizaçãodo desafio, comunique-se com os(as)mediadores(as) pedagógicos(as) a distância docomponente curricular Política Educacional por meiodo AVA - Moodle (www.ead.ufpb.br).

O livro “AdmirávelMundo Louco”, deRuth Rocha é um dose l e m e n t o sinterdisciplinares doMarco II. Para realizarsua leitura, dirija-se àbiblioteca do PMAP ouacesse:www2.uol.com.br/r u t h r o c h a /historias_18.htm.

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional314

AULA 10: OS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO E SUA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA

A concepção sobre a organização dos(as) trabalhadores(as) em educação que adotamos éa forjada na história de lutas da classe trabalhadora brasileira. Essas lutas culminaram com aconstrução de um novo sindicalismo, que faz uma opção de classe para si e vê no sindicato uminstrumento de luta de classe trabalhadora na busca de suas reivindicações imediatas e históricas.Logicamente, essa concepção é contraditória em relação à estrutura sindical existente no país ecom regime capitalista.

No Brasil, foram vários os momentos históricos em que os(as) educadores(as) se dispuserama desenvolver políticas públicas para uma educação que fosse emancipadora, que primasse pelasbandeiras de luta e a intervir em seu processo. Essas políticas consistiam em: gratuidade doensino, qualidade da educação e valorização do magistério, tanto em termos de salário quanto decondições de trabalho.

A idéia de transformar a sua organização política em um espaço formativo e educativo, ouseja, proponente de uma educação continuada, e os desafios daí decorrentes quase sempreacompanharam a vida sindical do magistério. Portanto, a participação docente em seminários,cursos e assembléias da categoria é de fundamental importância na vida de um profissional daeducação, qualquer que seja o nível. Os(as) trabalhadores(as) em educação também se organizamem federações de nível local, regional, nacional e internacional.

Nessa perspectiva, a primeira questão que precisamos responder é: O que é sindicato?Depois, identificaremos a concepção sindical que trabalhamos, estabelecendo suas relações comoutras instituições da sociedade.

Segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa, organizado por Aurélio Buarque de Holanda,sindicato é

Associação para fins de estudos, defesa e coordenação de interesseseconômicos e profissionais de todos aqueles que, como empregadores,empregados, agentes ou trabalhadores autônomos, ou como profissionaisliberais, exerçam respectivamente, atividades ou profissões: idênticas, similaresou conexas (HOLANDA, 1987, p. 1590).

A definição clássica de sindicato dada por Holanda não difere muito da contida na Consolidaçãodas Leis do Trabalho – CLT, que, ao tratar do direito de sindicalização, no Capítulo I do seu TítuloV, sobre a organização sindical, afirma:

Art. 511 – É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenaçãodos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, comoempregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ouprofissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ouprofissões similares ou conexas (FERNANDES apud ARAGÃO, 2007, p. 35).

Essas definições estão diretamente ligadas à origem da Consolidação das Leis do Trabalho,publicadas, pela primeira vez, em 10 de novembro de 1943, tendo como base o Decreto 19.770,de março de 1931, também conhecido como “Lei de sindicalização” (ARAGÃO, 2007, p. 20).

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A elaboração desse decreto, conforme Lopes (1986), baseou-se na “Carta del Lavoro” de1927, de origem fascista. Nela, o “Estado Novo” brasileiro, baseado na concepção de harmoniasocial, buscou elementos para impor as novas relações entre o capital e o trabalho.

É necessário lembrar que, apesar do caráter autoritário e centralizador do Estado Novo(governo de Getúlio Vargas), nesse período, várias conquistas dos trabalhadores foram asseguradasem lei até hoje, exceto as suprimidas posteriormente pelo regime militar de 1964.

A concepção de sindicato que adotamos para os nossos debates é a forjada na história delutas da classe trabalhadora brasileira. Lutas estas que culminaram com a construção de um novosindicalismo, que faz uma opção de classe para si, e vê no sindicato um instrumento de luta declasse trabalhadora na busca de suas reivindicações imediatas e históricas. Logicamente, estaconcepção é contraditória em relação à estrutura sindical existente no país, e com regimecapitalista.

Sobre as reivindicações imediatas (econômicas) e históricas (políticas), Marx, em 1866, naelaboração da plataforma da luta econômica do proletariado internacional, escrevia: “a convicçãode que a luta de classe comum do proletariado deve necessariamente combinar a luta econômicae a luta política” (FEDOSSEIEV apud ARAGÃO, 2007, p. 36).

No projeto de resoluções para o congresso de unificação do Partido Operário SocialDemocrático Russo (POSDR) sobre sindicato, Lênin afirma

Que a social democracia sempre reconheceu a luta econômica como uma daspartes integrantes da luta de classes do proletariado;Que os sindicatos de base ampla, como indica a experiência de todos os paísescapitalistas, são a organização mais adequada da classe operária tendo emvista a luta econômica;Que atualmente se observa uma grande tendência das massas operárias daRússia no sentido de se unir nos sindicatos;Que a luta pode levar a uma substancial melhoria da situação das massasoperárias e a um reforço de sua verdadeira organização da classe, unicamentesob a condição de combinar com acerto a luta econômica e a luta política (LÊNINapud ARAGÃO, 2007, pp. 36-37).

Essa concepção pressupõe um sindicato de massas que se contraponha à estrutura sindicaloficial, com uma participação democrática, em que as direções, assim como suas decisões,estejam sob o controle das bases. Esse novo sindicalismo vive uma situação dialeticamentecontraditória, pois é parte da estrutura sindical oficial, e, ao mesmo tempo, constrói-se comonegação dessa estrutura.

Esse sindicalismo começou a ser forjado no Brasil em 1978, quando os metalúrgicos do ABCpaulista realizaram a primeira greve de repercussão política nacional, marco histórico da organizaçãodo novo-sindicalismo no Brasil. A capacidade de generalização do questionamento à ditadura esuas políticas, pela classe trabalhadora, foi analisada por Ricardo Antunes, da seguinte forma:

Eclodem no ABC, mas depois generalizam-se, abrangendo os metalúrgicos deSão Paulo, professores, médicos, canavieiros do Nordeste, enfim, atingindotrabalhadores da cidade e do campo em todo o país (ANTUNES apud ARAGÃO,2007, p. 37).

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Referindo-se ao caráter político dessa greve, Antunes apud Aragão (2007, p. 37) escreve:

[...] confrontam com os monopólios que, como se sabe, constituem a baseeconômica de sustentação do regime militar, dados pelo capital estrangeiro eo grande capital nacional. Daí a nítida dimensão política destes movimentos.Estes movimentos grevistas passam por cima de toda a legislação retrógradae autocrática, como a lei antigreve, a legislação sindical que impede a açãopolítica dos sindicatos. Por tudo isso, por ferirem a base material do regime, oseu modelo econômico, eles têm um imediato caráter de luta política [...]

Mais na frente, refletindo sobre a importância política desse movimento para a luta contra aditadura militar no Brasil, ele escreve, ainda:

[...] se houve algum avanço decisivo de 64 para cá na luta da classetrabalhadora, na luta pela efetiva democratização da sociedade brasileira,essa luta foi desencadeada a partir de 1978 com o movimento grevista dosmetalúrgicos do ABC (ANTUNES apud ARAGÃO, 2007, p. 38).

Evidentemente, existem outras categorias mais exploradas do que a dos operários da indústriametalúrgica, como assalariados da cana, professores municipais e estaduais, vigilantes etc.Contudo, é a classe operária que, surgindo com o advento da sociedade industrial, carregadentro de si a contradição essencial do trabalho capitalista: a privatização do trabalho coletivo.Sendo assim, pudemos observar que os trabalhadores de qualquer classe têm o direito de reivindicardireitos.

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DESAFIOS

1) Pesquise, em jornais, livros e na internet, sobre a organização sindical dos(as) professores(as),conforme o seguinte roteiro de pesquisa:

A. Na história do movimento operário, como se deu a participação dos educadores(as),frente às suas reivindicações de classe?

B. Construa um quadro das reivindicações (bandeiras de luta) dos(as) trabalhadores(as) emeducação na década de 1980.

C. Construa um quadro das reivindicações (bandeiras de luta) dos trabalhadores(as) emeducação na década de 1990.

D. Elabore uma síntese comparativa das principais reivindicações do magistério das décadasde 1980 e 1990.

2) Organize o resultado da pesquisa em arquivo de texto do Word e envie-o para os(as)mediadores(as) pedagógicos(as) a distância, por meio do Moodle.

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AULA 11: O PAPEL DO EDUCADOR FRENTE ÀS TRANSFORMAÇÕES ESTRUTURAISE CONJUNTURAIS DA SOCIEDADE

A educação envolve, hoje, um confronto simultâneo comquestões psicológicas, culturais, econômicas, <sociais e simbólicas,componentes plurais> e contraditórios, tendo em vista a buscadas formas de liberdade, igualdade, solidariedade, dignidade e bem-estar social, trazendo consigo a promessa de libertar o homem daslimitações de sua origem por meio da conquista do capital cultural(escolar). Assim, a libertação interior obtida graças à apropriação dacultura também é libertação material. Nessa visão, a mente humanaé materializada e construída na cultura humana, ficando sua expansãosubmetida às experiências e à cultura que a nutrem o <capitalmental>.

Pensar a educação em um tempo presente e futuro envolve apossibilidade de reconstruir um universo social, cultural, pedagógico,coerente e integrador, no qual a razão e o ser, a <racionalidade> ea <subjetividade> se integram (POURTOIS; DESMET, 1997, p. 28).Nesse universo, a educação trabalhará reconhecendo o caráterinstável de todo o conhecimento, estabelecerá mediação entre fatoscontraditórios, fará descobertas e integrará saberes, articulando-os por meio de um sistema de pensamento menos disperso, porémintegrador e complexo. Levará os sujeitos do ato pedagógico aassumirem os papéis de atores e autores, buscando a integraçãoentre o sujeito e a razão, a subjetividade e a objetividade, num<processo dialógico>.

A problemática da educação é, antes,uma problemática da cultura. A necessidadede formar os indivíduos, tendo em vista suaqualificação e o desenvolvimento pessoalleva a função pedagógica para além daescola, promovendo um alargamento dasfronteiras do espaço e do tempo, sendo asociedade, no seu conjunto, parte ativa doprocesso educativo.

Um novo paradigma consolida-se nasciências sociais e humanas: o resgate do sujeito como construtor dahistória, com suas representações e a maneira como constrói suarealidade. Navarro (2004) assinala os anos 1980 como o período emque se iniciam os estudos na área de educação, focalizando o professorcomo um sujeito social e histórico.

SOCIAIS - relativos àsociedade; a sociável;que convêm àsociedade; que dizemrespeito a umdeterminado grupoque tem interessescomuns, a exemplode: sociedade agrícola,comercial, industrial,educacional etc.;SIMBÓLICAS -referentes a símbolo;que têm o caráter desímbolo; alegóricas;e m b l e m á t i c a s ;consistem em valoresculturais;C O M P O N E N T E SPLURAIS – queindicam mais de umc o m p o n e n t e ;diversidades;CAPITAL MENTAL –diz-se do potencial dointelecto, em termosde acumulação deinformações e decapacidade deanálises e de sínteses,sobre a realidadevivenciada e refletida.Compreende ainteligência em váriasdimensões: racional,lógica, criativa,emocional etc.RACIONALIDADE –que vem da razão;busca da verdade; oque é racional.SUBJETIVIDADE –que vem do subjetivo;do emocional.OBJETIVIDADE – quevem de uma linguagemdireta; o que é lógico.

P R O C E S S ODIALÓGICO –processo dialogado,refletido e debatido;processo mediadoentre mais de umargumento, na buscado consenso.

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UNIDADE IIUNIDADE I UNIDADE III

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O educador, como sujeito histórico, é aquele que constrói sua história através dasubjetividade, do seu pensamento, da reflexão e da racionalidade, consciente de si, compreendendoo quanto é importante e necessário para a construção do mundo. Esse sujeito constrói a históriasem consumir idéias, imagens pré-fabricadas, dando algo de si, e isso só é possível se for críticoe capaz de testemunhar os próprios feitos, interagindo consigo mesmo por meio do diálogosilencioso do pensamento, como autor da construção de idéias e de significados que se traduzemem participação e interação com seus pares, propiciando transformações.

O ato educativo pode ser caracterizado como humano, histórico, multidimensional: técnico,político, cultural social e pessoal. Nesse contexto, o professor, situado no mundo como seuconfigurador, historiciza-se, realiza a própria qualidade de troca, de relacionamentos. Convémenfatizar que quem transforma a realidade não é um único sujeito, mas um conjunto de homens emulheres, num determinado contexto histórico, com uma determinada organização.

Apesar de termos uma história marcada pelo culto à personalidade, a transformação nuncaé fruto da ação isolada de um único sujeito, mas o conjunto de vários atores que, formados pelahistória de todas as gerações passadas, participam da construção de algo novo.

O educador, enquanto sujeito histórico, deve ser o portador da esperança de um projeto defuturo; deve recusar-se a aceitar que a configuração do mundo que está aí é a única possível ea abrir mão de seu sonho de uma vida melhor para todos. “O sonho que se sonha junto torna-serealidade!”

O professor é o coordenador do processo ensino-aprendizagem, por isso deve assumir seupapel de sujeito histórico de transformação da realidade escolar, articulando-a à realidade socialmais ampla. Para isso, não abre mão da luta pela qualidade do ensino e pela democracia!

Vejamos essa ligação do educador como sujeito histórico e seu papel, por exemplo, naconstrução do projeto pedagógico na comunidade escolar. Segundo Azevedo (2004, p. 15),

o processo de construção e implementação do projeto político-pedagógico,como um instrumento de gestão democrática, para não cair num vazio, nãopode prescindir da participação ativa dos atores locais: a comunidade escolar,através de práticas que considerem e se adaptem às especificidades de cadaescola e à sua cultura, manifestas nos ritos e práticas dantes mencionados ena consideração da origem dos mesmos.

É importante acreditar que o mundo pode ser melhor do que é, e se os(as) profissionais queestão envolvidos com o processo de ensino-aprendizagem se comprometerem em transmitir essapostura às novas gerações, certamente, novas perspectivas de vida e de esperança se abrirãopara todos(as).

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DESAFIOS

1) Leia os textos indicados abaixo:

a) “O sentido de qualidade na educação”, de Navarro (2004);b) “O projeto político-pedagógico no contexto da gestão

escolar”, de Azevedo (2006).

2) Em seguida, produza um fichamento do texto (a) e levante questõesfundamentais contidas no texto (b). Feito isso, envie as duasproduções para os(as) mediadores(as) pedagógicos(as) a distânciapor meio do AVA – Moodle.

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Aula 10Aula 9 Aula 11 Aula 12

Os arquivos dostextos indicadosneste desafioe n c o n t r a m - s edisponíveis no Cd-romTrilhas do Aprendente– Vol. 2.

Atenção!

Se tiver dificuldades ou dúvidas durante a realizaçãodos desafios, comunique-se com os(as)mediadores(as) pedagógicos(as) a distância docomponente curricular Política Educacional por meiodo AVA - Moodle (www.ead.ufpb.br).

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Trilhas do Aprendente, Vol. 2 - Ed. 2009 - Política Educacional320

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AULA 12: REVISÃO DA UNIDADE III

Caro(a) aprendente, sobre a formação do(a) educador(a), as suas formas de organizaçãoe o seu papel atual de mediar o conhecimento, concordamos com vários educadores(as), comoMoacir Gadotti e Demerval Saviani que, entre as décadas de 1980-1990, assim se expressaram:‘A educação sozinha não transforma o mundo, mas sem ela, também, não haverá transformação’.O papel do educador é também o papel do sujeito histórico, que reivindica direitos trabalhistas,como: melhores salários e condições adequadas de trabalho. Eles questionam, inclusive, oslimites da educação formal e os vários processos opressores oriundos dela, os quais servem muitomais à exclusão do que à inclusão social.

A década de 1980 foi considerada por vários teóricos economistas como uma ‘décadaperdida’, do ponto de vista da estagnação financeira do desenvolvimento. Mas foi percebida poroutros, no campo da Sociologia, da História e da Pedagogia, a exemplo de Cardoso (1990),Hobsbawm (1988), Freire (1988) e Gohn (1996), como a década que forjou, na luta por direitoscivis, os novos sujeitos sociais que passariam a formar os chamados ‘novos movimentos sociais’.

Esses movimentos, sobretudo os impulsionados peloseducadores, resistiram à ditadura, lutaram contra ela e buscaramnovas práticas democráticas, passando a lutar por uma escola<laica>, gratuita, pública e de qualidade social para todos.

Além do papel de sujeito histórico, cabe ao educador, nadimensão da teoria e da prática, ser um mediador para integrarsaberes. Sobre o saber, é preciso entender que não existiu primeiroum saber científico, tecnológico, artístico ou religioso ‘sábio e erudito’que, depois de ter sido levado a escravos, servos, camponeses epequenos artesãos, tornou-se pobre por passar a ser um saber dopovo. Houve primeiro um saber de todos que, separado e internadonos mosteiros, na época medieval, foi se tornando ‘sábio e erudito’.Isso significa dizer que o saber do consenso, de onde se originou,ficou disperso, e o saber ‘sábio e erudito’ foi levado para as escolase as universidades.

Portanto, é preciso lutar por um projeto político-pedagógico em que, de fato, haja ligaçãodos saberes da comunidade escolar (gestores, professores, orientadores, alunos etc) e dacomunidade social (associação de pais, líderes comunitários, agentes de saúde etc).

A crença na escola como fator de mudanças sociais aponta rumos que devem concretizar asua autonomia, a construção de projetos democráticos baseados em políticas educacionais críticase criativas, desde a formação dos docentes à organização do trabalho escolar.

Alguns aspectos podem justificar hoje essa visão enviesada da escola, provocada pelasquestões sociais, pelas dificuldades do mercado de trabalho, pelos excluídos da sociedadeinformatizada e pela falta de perspectiva do seu cotidiano. Tais colocações vislumbram, contudo,também um universo de possibilidades de elaborar e executar projetos político-pedagógicos capazesde mudar os discursos oficiais para políticas transformadoras.

LAICA – O que não émetafísico ou religioso;na educação, significauma das principaiscaracterísticas domovimento peloensino público.

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DESAFIO

1) Analise algumas contradições da relação entre teoria e prática nocotidiano da prática docente, a partir de um memorial da sua vidadiscente, conforme o seguinte roteiro:

O <Memorial> deve ter, no máximo, três páginas, contendo:

a) Breve relato da trajetória escolar do aprendente;b) Experiências vividas que demonstram a dicotomia entre a teoria ea prática docente (Ex.: O professor prega a ética nas relações sociaise submete seus(suas) alunos(as) a situações constrangedoras emsuas aulas etc.).

Atenção!

Se tiver dificuldades ou dúvidas durante a realizaçãodo desafio, comunique-se com os(as)mediadores(as) pedagógicos(as) a distância docomponente curricular Política Educacional por meiodo AVA - Moodle (www.ead.ufpb.br).

O memorialproduzido deve serpostado no AVA -Moodle.

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