filosofia elementar (filosofia, sociologia e religiÃo - pÓs-graduaÇÃo).pdf

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Alcio VidorEsse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br 2009 IESDE Brasil S.A. proibida a reproduo, mesmo parcial, por qualquer processo, semautorizao por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.Todos os direitos reservados.IESDE Brasil S.A Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1482.CEP: 80730.200 Batel Curitiba PR 0800 708 88 88 www.iesde.com.brV654 Vidor, Alcio. / Filosofa Elementar. / Alcio Vidor. Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009.212 p.ISBN: 978-85-7638-967-51. Filosofa. 2. Nexos. 3. Psicologia. 4. tica. I. Ttulo. CDD 100Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brSumrioApresentao...............................................................5Fundamentos da Verdade..................... 9Filosofa&Psicologia.......................... 37Filosofa & Cincia............................... 67Filosofa & tica................................. 109Filosofa & Ser Humano..................... 141Ecologia Antropocntrica.................. 165Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brEsse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br5ApresentaoNadisciplinadeFilosofaElementar,oobjeti-voaseralcanadoserodeesclarecerofundamento do saber verdadeiro, e para isso indispensvel espe-cifcarostemasreferentesessnciadoserhumano, porque a natureza humana o centro de convergncia e de projeo de todo o conhecimento produzido pelo homem.APsicologiapressupealuzdaFilosofa ElementarouPereneporqueestaelucidaaessncia originriadohumano,quedabasedosaber.Ja Psicologia, por sua vez, tem como tarefa indicar como ohomemdevepr-seemprogressivaadequaoao Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar6prprio ser ou essncia. A Filosofa indica o que o ho-mem e a Psicologia aponta como ele deve construir-se para tornar-se pessoa humana.O ser revela-se para o homem numa compreen-so antropocntrica e, portanto, todo o conhecimento cientfco necessita estar em nexo com a identidade do ser humano. Ser e saber, cincia e essncia devem estar emcomunho.Averdadedoconhecimentodepende do homem verdadeiro. O valor do saber deriva do valor do ser, para que o conhecimento no se transforme em mera opinio sem fundamento real.Quando o modo de agir distnico e dissocia-do da luz projetada pelo intelecto que l a variao da identidade do ser humano, a ao ou comportamento ticoprocedeemregressoeconstriaprogressiva Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br7Apresentaoconsumaodaexistncia.Oagirticotemqueestar em funo do aperfeioamento do ser em evoluo e da manuteno sadia do mesmo.aidentidadedoserqueformalizaaverdade dosabereosaber,sendoluzdoser,servedecritrio para agir em progressivo aperfeioamento da existn-cia. O ser, o pensar e o agir devem manter-se em coe-rncia para que a existncia seja construda segundo a forma humana.Esta disciplina aborda a relao e o nexo entre Filosofa, Psicologia, Cincia e tica Humana.Alcio VidorEsse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brEsse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brEsse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brEsse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br11IntroduoAFilosofasemovecombaseemcertezasex-ternas e tende a encontrar o que se oculta por trs das aparnciasedanaturezaconcreta.Opontoinicialdo conhecimento a matria, o fato, e, a seguir, a mente se move em busca da origem prxima e ltima dos fe-nmenos conhecidos e analisados.Com o fato da globalizao, as culturas constru-das nos vrios pontos do planeta se aproximaram e os instrumentosdamdiacomearamarevelarcontras-tes entre elas, tornando possvel verifcar o relativismo de valores de tais culturas e at mesmo das crenas ou convices que se reputavam absolutas e intocveis.A relativizao de valores deu espao para uma liberdade individual de emitir opinies sem que se ve-rifque se estas prestam ou no um servio de utilidade vida humana. Mediante opinies individuais ser di-fcil, ou at impossvel, construir um dilogo que leve a uma uniformidade cultural e a uma estruturao social satisfatria para viver.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar12A divergncia das opinies individuais no tor-napossvelaconvergnciaintelectual,poisumcrit-riodevalorconvencionaldesmoronanasaplicaes quando se pretende humanizar. Hoje, constata-se que o volume de leis baseadas em acordos tende a paralisar a efcincia dos melhores e tapar furos de uma socieda-de em convulso que se assemelha a uma represa que tende a se romper.O nico valor que torna possvel a concordncia o homem. Toda e qualquer estrutura e toda e qualquer ordem necessita estar centrada no homem e, portanto, deve apoiar-se e respeitar o humanismo. Para isso, no sufciente apoiar-se no homem desta ou daquela civi-lizao, mas necessitamos entender o homem segundo aordemdaprprianatureza,temosqueencontraro homemflosofcamenteessencial.Faz-senecessrio formalizaraidentidadehomem,ohomemtalcomoa naturezaprojetou;aquelehomemqueseantecipaao superego, ao uso da lngua, que anterior s memrias fxadaseaoscomplexosestruturados.Nopodemos partirdaquelehomemquesereduziusinfuncias histrico-culturais.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br13CaptuloIOFundamentodaVerdadePorhumanotemosqueentenderaquelareali-daderadicalqueseuser,aformahumanaoriginal quecorrespondeaumvalorpresentedentrodoho-mem e que apela por sua realizao.Paraconstruirumdilogonecessrioqueos plosdodilogotenhamumpontoderefernciaco-mumeuniformeequeambasaspartesrespeiteme nolesionemtalvalor.Essevalor,sendoidnticoem ambos, viabiliza a convergncia dialtica das posies.A tarefa bsica da Filosofa Elementar encon-traromododeserhumanopararecolocaraconsci-nciahumanaemcontatocomessevalorquecorres-ponde vida, na qual inerente um intelecto especfco que decifra o que til e funcional para toda a espcie e para construir o valor da identidade humana.Homem,conhece-teatimesmotorna-seo caminho de soluo para formalizar uma nova ordem social que sustente a sade, aponte coordenadas para o crescimento, viabilize o convvio humano e d espao para o homem criativo e intuitivo. Esse seria o saber a servio do ser.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br14O Critrioda VerdadeA Filosofa, considerada no passado a base para construir o saber verdadeiro, foi o primeiro curso exi-gido para criar uma universidade, a partir da abertura da Universidade de Bolonha.Quandoasopinies,mesmoasinfundadas, comearamaprevalecerembaseautoridadedeal-guns, a Filosofa passou a ser vista como um acessrio dispensvelousecundrio.Hoje,qualquerestudan-teuniversitrio,preocupadocomaprpriaprofsso eempregolevadoaverquecomaFilosofanose aprende a fazer nada, enquanto que com a Engenharia se fazem estradas e edifcios, com a Farmcia se fazem medicamentos para a sade etc. Constata-se, portanto, que o valor tecnolgico adquiriu preeminncia sobre o valor humano.Comopontodepartidadoraciocnioestudan-til pode-se aceitar que com Filosofa nada se faz, no entanto, possvel inverter a questo e perguntar-nos: Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br15CaptuloIOFundamentodaVerdadea Filosofa no poder fazer algo conosco? Sob esse as-pectopodenasceroutraverso,vistoqueaFilosofa pode aprimorar nossa razo, purifcar as aderncias de informaoquepoluemamente,tornarnossamente maiscoerentecomosvaloresdavida,aperfeioaro discernimentoparamelhoraroconvviohumanona sociedade, saber diferenciar as opinies avulsas e dis-tnicas do saber adequado identidade humana, abrir a conscincia para entender o homem em sua natureza original etc.Ohomemevoluinatecnologiaconstruindo acinciadomundoexterno,baseadonaviso(85%) enaaudio(11%),masdescuidou-sedomundo-da-vida1. Esse mundo, no entanto, usa o corpo todo, e no apenas sua periferia, como um livro para dar seus de-poimentos; o mundo-da-vida se expressa em emoes, em sentimentos, em reaes, em sonhos, em variaes contnuas para revelar a sabedoria da alma humana e noselimitaaousodealgunssentidosexternosape-nas.Paracompreenderaessnciadohumanotemos 1. E. Husserl, em seu livro A crise das cincias europias e a fenomenologia trans-cendental usou o termo mundo-da-vida para designar o ncleo ntimo da vida. Este ncleo corresponde identidade do ser humano. O mundo-da-vida a subje-tividade objetiva da natureza humana.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar16que decifrar o cdigo das linguagens descritas em todo o organismo.Observandoosfrutoscolhidospelaevoluo tecnolgicavemosqueasculturasseaproximarame criaram-se inmeras novidades e facilidades, mas no podemos concluir que as melhorias no sentido da hu-manizao foram grandes. Vemos que os homens con-tinuamexpondoconfitos,defendemidiasabsolutas eembaseaelasaindasefazaguerra,alimenta-seo racismo, as divergncias de crenas e, por fm, sempre se pretende que os outros esto errados e so culpados. Quandosecontrariaareligioadmitidacomonica, verdadeira e intocvel se visto como um condenado. Podemosconcluirqueohomemsemostradesconhe-cido para si mesmo, agressivo, doente e culpado sem querer admitir. Os animais e as plantas, porm, so co-erentes com a ordem de suas vidas e o fazem sem cons-cincia. O homem, ao invs disso, disperso, confuso e mau, conforme vrios livros escritos (Hobbes afrmou que o homem lobo para outro homem).Todososfenmenosacimadescritoslevaram Freud descoberta do inconsciente. Ele salientou que dentrodohomemexistemforasquenosconduzem Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br17CaptuloIOFundamentodaVerdadede forma obscura na vida, e essas foras condicionam oserhumanoafxar-seemidiasabsolutas,embora improvveise,embaseaelas,construirlgicapara justifcarconfitosealimentardoenas,quesoofen-sasaovalordavidahumana.Asinfunciasexternas queoprimemavidapassamaserarmazenadasnum arquivodememriaesquecida,masquecontrolam eprevalecemsobreaordemdavidaeobscurecemo discernimentodaconscincianaseleodoque apropriado vida humana e do que imprprio. Com basenamemriadasculturasimpostascomoverda-des nicas e acolhidas com convico, o homem forma uma conscincia que no mais representa a ordem da vida,masadesordemsocial.Osesquemasdevalores sociaisdeterioramoconvvioeconstroemamassa despersonalizada.Aagresso,emvezdelimitar-se defesa necessria referente ao amor pelo prprio valor de vida pessoal, transformou-se na emanao da pr-pria desordem interior. O sujeito projeta sobre o outro odesprezodaquelevalorhumanoque,primeiro,ele ofendeu em si prprio.A psicanlise alertou para as estruturas fxadas no inconsciente e que desvirtuam os valores do huma-Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar18nismo,construindonossosmales.Aexistnciadesse bancodedadosinteriorizadosquecontrolademodo inadequadoaconscinciadohomemfcouconfrma-damedianteexperimentosprticosatravsdeima-gensprojetadasnosolhos2.Podemosconcluirquea alterao humana um fruto da histria e no de sua natureza.Uma frase de Marx pode servir de confrmao do acima exposto porque afrma que a conscincia do homemumfrutodasociedadeondevive:Noa conscincia dos homens que determina seu ser, , pelo contrrio, seu ser social que lhes determina sua cons-cincia3.Naverdade,ohomemtorna-semaisefeito de como a sociedade o plasma do que fruto de sua na-2. O mdico italiano Malviccini, por exemplo, fez o seguinte experimento: colocou no olho direito de um cliente uma imagem diferente da imagem colocada no olho esquerdo, sem que o cliente visse as imagens com os dois olhos, perguntando-lhe o que ele estava vendo. O cliente respondeu descrevendo uma terceira imagem que no correspondia a nenhuma das duas e nem mesmo combinando as duas entre si se obteria a imagem descrita pelo cliente. Este exemplo comprova que o paciente projetava uma terceira imagem baseada em um banco de dados internos (de me-mria) que no tem relao alguma com a objetividade cientfca presumida pela cincia tradicional. 3.NOGARE,P.HumanismoseAnti-humanismosemConfito,Herder: So Paulo, 1973. p.102.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br19CaptuloIOFundamentodaVerdadetureza; de fato, o homem nasce em base realidade da prprianatureza,masformadopelasociedade.Os adultosenvolvemacriana,interferindocomapala-vra, com os gestos, com o pensamento, com a emoo e a moral que aprenderam dos antepassados, sem lhe dar ocasio de aprender a moral em base prpria ex-perincia. Por conseqncia sempre a opinio alheia que clona ou plasma a forma de ser, de ver, de decidir e de agir. Com base neste modelo aprendido, o indiv-duocaminhapelavidaepelomundocontinuamente preocupadoemrespondersegundoaexpectativados outrose,quandocontesta,buscaunir-seaumgrupo queoaprova.Osadultostransmitemscrianasos modos da prpria conscincia, e por isso que se torna indispensvel provocar o restabelecimento de contato com as normas e a forma da prpria natureza. Esse o nico caminho para levar o ser humano a rever o mo-delo social vigente e, ao entend-lo, poder reconstruir uma sociedade mais humana. Sem entender o humano em sua essncia, essa tarefa torna-se impossvel.Oresgatedadimensopessoalautnticapode libertar da esquematizao das massas e poder fazer Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar20nascer uma sociedade mais humanizada.Seanossaconscincianoseabrirparadeci-frar todas as linguagens organsmicas e deixar de limi-tar-se apenas ao uso da viso e da audio, instrumen-tosquaseunicamenteusadosparaelaboraracincia atual, o saber (com uso limitado denosso ser) jamais representar o verdadeiro potencial de nosso ser. Se o conhecimentoconscienteformerorefexodealguns sentidos externos e o homem no buscar conhecer a si mesmo,achancedeconstruiroprojetohumanopre-visto pela prpria natureza no ser alcanado; o que ocorrerqueaFilosofaseroconhecimentosemo qual o homem viver mal.A conscincia, quando alienada do fundamento queahumaniza,emiteopiniesquenomaisrefe-temosvaloresapropriadosvidahumana.Asopini-essempretendemaemitirmodelosfxosquelevam perda de discernimento entre o certo e o errado nas escolhas funcionais para construir a prpria identida-de pessoal. A conscincia clonada segundo os estere-tipos de uma sociedade provisria e transeunte perde acapacidadedecriarnovosmodelosfuncionaispara bem-viver.Aconvivnciaestabaladaeaconscin-Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br21CaptuloIOFundamentodaVerdadecia incapacitada de resolver os problemas que sempre mais se agravam.Nossa lngua tem origem em duas lnguas-me: ogregoeolatim.Ogregodeuorigempalavraflo-sofa.Osignifcadodotermosalientamelhoroamor (flein) pelo verdadeiro saber (sofa). Nesse sentido, a Filosofa corresponde ao saber que fundamenta todo o conhecimento humano.Otermolatinosapientia(sabedoria)equivale aotermoflosofa,pormotermosapientiasublinha em seu sentido que, o saber verdadeiro deve coincidir com a ao do ser. O saber, para ser verdadeiro, neces-sita projetar o refexo do ser humano em sua forma au-tntica: sapere (ter inteligncia, saborear) + ens, entis (ser) + actio (ao) = o flsofo ou sbio aquele que, atravs da prpria inteligncia, sabe ou saboreia a ao do prprio ser, a revelao de seu intelecto vital.Enquanto o saber for carente do princpio (ser) quefundamenteaatividadecognoscitivanosepode falaremconhecimentoverdadeiro.indispensvel onexodaconscinciacomesseprincpioqueprojeta aevidnciaequesustentaelegitimatodoedifciodo Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar22conhecimento construdo pelo homem. Geralmente se parte do testemunho de algum ou de pontos em que a fundamentao subentendida e que foi dada no pas-sadoenomaisseapelapelacapacidadederevere reproduzir o fundamento. Por causa dessa defcincia serecorreconvenodecientistas,autoridade reputadaouconstituda,ouseno,fundamenta-seo sabernosdadosestatsticosdaconscinciadamassa, sem mais revisar o valor e a autenticidade de tais tes-temunhos.Poroutrolado,nosesabeasorigensdas prprias convices e nem tampouco se sabe justifc-las, mas a elas sempre se recorre como sustentculo do saber, embora o eu convencido seja fctcio e irreal. O eu do flsofo no pode apoiar-se em conven-es,emcifras,crenaseconvicespr-concebidas paranoprojetaropiniesquerevelemmemorizaes fxadas. O eu no pode ser medido por uma memria ba-seada em pressupostos internos desprovidos de evidn-cia intelectual imediata. O eu do flsofo simplesmente o sujeito de seu intelecto, visto que este o refexo de seu ser ou essncia. O eu necessita manter-se como plo de infnitas aparies, variaes, experincias novas e cria-es e no ser mero rob de repeties e imitaes.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br23CaptuloIOFundamentodaVerdadeO flsofo aquele que se mantm centrado em simesmoe,quandodiscorre,projetaatransparncia dosvaloresprpriosdeseutipodeinteligncia,que especifca a forma ou a identidade humana. Em base a esta luz, sua mente no se perturba e nem polui a cons-cincia alheia com opinies infundadas. Em suas an-lises, ele no se deixa envolver em opinies e sugestes alheias porque seu pensar necessita nascer do critrio doprprioser,fundamentoqueiluminaosaberhu-mano e humanizador. O ser humano, em sua essncia, umintelectoperfeito,exato,coincidenteaoprprio ser de onde o saber se origina, e o primeiro efeito de tal saber gera a certeza inconteste.AFilosofadistingue-sedaideologia,poisesta apresenta um esquema j defnido, visto que a ideolo-giacorrespondeaumconjuntodeopiniesfechadas, projetadasporpensadorescondicionadosmediante situaes existenciais e histricas. Da ideologia fazem parte os modelos de pensamento que um determinado gruposublinhouporreputaramelhoridiaeogru-posemantmcoesoporadesodevnculoafetivo.A verdade ideolgica exprime apenas um modo de pen-Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar24sar ofcialmente aceito por conveno, mas que ao ser relativizadofunovital,necessitasermodifcado, porque no confrmado.A Filosofa Elementar ou Perene tem como ta-refa primordial esclarecer o ser e seus modos, porque o ser o princpio que unifca o todo, o que est por trs, o que sustenta e justifca qualquer conhecimen-toequalquermodelooucomportamento.Semele,o valor do conhecimento se esvai, porque dele que par-te a luz que discrimina e diferencia qualquer coisa.Quando o flsofo quer saber o que a verdade, ele necessita compreender o prprio intelecto, auscul-tarontimodaprpriaalma,porqueaverdades possvelaohomemsegundoaproporodeseupr-prio ser, segundo a proporo do intelecto humano. O pontodereferncia,embaseaoqualsediscriminao verdadeiro do falso, o intelecto, porque s ele v e l o prprio ser ou o mover-se da prpria alma que se ex-prime na conscincia ou no organismo o que o intelecto sabe. A verdade a adequao ao intelecto porque ele, e no a conscincia, a medida do ser. S a conscincia exata ou coincidente luz do intelecto e s linguagens organsmicas representar o conhecimento verdadeiro Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br25CaptuloIOFundamentodaVerdadeoucientfco.Aconscincianecessitatornar-secoin-cidente com a real identidade do ser humano, porque se ela representar apenas os valores interiorizados do contexto social, ela coage o ser humano a uma adapta-o, com prejuzo da evoluo e realizao.Aoflsofocompeteprimeiramenteintuira identidadedaprpriamente,entendererespeitaros princpios e modos como se move a prpria mente para construir o saber, elucidar e seguir as regras do racio-cniocorretoemanter-seemnexocomamedidado serrefetidonointelecto.AFilosofasimplesmente o amor pelo saber que nasce das evidncias e das m-ximaspropostaspeloprprioserecombasenisto que a Filosofa indica os fundamentos e o critrio para oconhecimentoverdadeirooucientfco.Cinciao saber conforme o ser. A Filosofa diz o que e porque , o cientista dir como .A Filosofa Elementar a rainha do saber, visto serelaqueestabeleceocritrioeasbasesparafazer cinciasegundoamedidaeaformahumana.Todoe qualquerconhecimento,comportamento,raciocnio ou lgica devem estar em nexo com a forma que espe-cifca o humano ou com sua essncia, porque qualquer Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar26opinio avulsa do real, que a natureza, perde o nexo comocritriodaverdade.Orealnecessariamente correlato do real.Aessnciaounaturezadeumhomemuma unidadedeao,comumaintelignciaformalquese especifca em um universo de vida44. O ser um prin-cpioqueatuaaessncia,araizqueestruturatudo, mas que em si como o silncio porque impossvel de ser objetivado; um signifcante que se oculta por trs de todo o signifcado. O Ser em si ato que prope, no EmSintico5,oendereoparaumamisso.Aessn-cia Em Si ntico, a forma ou modo humano de ser, aquiloque,comocausaprimeira,sustentaaexistn-cia,aunidadedeaoqueestruturaaconstituio existencial. Aexistnciaaexpressohistrica.Oser,ao aparecer, a essncia e o intelecto o leitor que opera 4. MENEGHETTI, A. O Critrio tico do Humano. Porto Alegre: Ontopsico-logica Editrice, 2002. p.34.5.A.MeneghetticunhouotermoEmSinticoouISOparadesignaroncleo centraldoserhumano.NaAntigidade,osgregosochamavamdeanemoseos latinos de anima. Identifcado, isolado e descrito por Meneghetti, este ncleo o elemento formal da unidade de ao homem.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br27CaptuloIOFundamentodaVerdadenointeriordaessncia.Eleintuiaaodoser,vo modo de vida e o diferencia de todos os outros modos devida,especifcaasimesmoediscriminaoquelhe prprioouimprprio.Ointelecto,comofaculdade refetindoavariaodaprpriaalma,dizoquelhe til e o que intil ou inadequado, indica o que serve para crescer e o que faz regredir, aponta o que confr-ma e nega o que lhe funcional e o que gera disfuno. Ointelecto,sendooleitordaprpriaessncia,faz-se de critrio para discernir quais os valores a selecionar paraconstruiraprpriamissohistricanaexistn-cia. O homem, sendo um princpio formal inteligente, necessita traduzir em ao a ordem do prprio ser es-sencial na histria de sua existncia. O intelecto, lendo a variao ntima atuada pelo prprio ser, no prope opinies, mas refete o real, a identidade humana que, ao variar, sempre traduz de modo real o apropriado e o imprprio para essa forma de vida.A conscincia e a razo so fenmenos. A cons-cincia a faculdade que representa, fotografa e sinte-tiza. A percepo pode partir da informao sensorial, das aparncias ou fenmenos externos, porque os sen-tidos colhem por presena externa, mas a conscincia Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar28necessitarepresentarsegundoaversodointelecto queconheceporpresenainterna.Seaconscincia sintetiza de modo adequado identidade do ser huma-no, o saber lgico igual ao real, a lgica ontolgica. Quando, ao invs, a conscincia refete apenas segundo os valores externos, sem os relativizar verso do inte-lecto e os interpreta em base a verses memorizadas e desprovidas de evidncia presente, a conscincia emite to-somente opinies, porque o critrio que sustenta o valor do ser est ausente.Todas as interpretaes que se baseiam to-so-menteempressupostoseconvices,desprovidosde evidnciaintuitiva,nocorrespondemaoefetua-dapelointelecto.Sealeituradeaodoserefetuada pelo intelecto passar desconhecida pela conscincia, o intelecto a escreve no inconsciente, no orgnico. O in-telecto a mente onde a essncia se v e a conscincia sinstrumentoadequadoenquantorepresentaem coincidnciacomointelecto.Essaconscinciapode ser denominada como conscincia ntica. O intelecto a medida que estabelece a ordem na matria, aquele quedefneoslimitesnoorgnico,eaconscincias se torna medida reguladora se for adequada ao critrio Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br29CaptuloIOFundamentodaVerdadedointelecto.Averdadesacontecenarepresentao ouespelhoconscientequandoigualaointelectodo homem e no igual opinio.A conscincia instrumento que, mediante sn-tese, faz a mediao entre externo e interno, e quando amediaoexata,oserhumanoadministraaexis-tncia em sade e crescimento.Ohomemumaintelignciaproporcionale somente sua inteligncia estabelece a medida e a pro-poro da ao funcional para a vida humana. O saber consciente necessita adequar-se a esse modelo de inte-ligncia, porque essa inteligncia estabelece as propor-es e a medida condizente para tudo o que convm vida humana. A alma ou intelecto o critrio da funo homem.O intelecto, sendo intuitivo, l o ntimo do ser e se faz idntico a ele; nesse caso, ser e saber so conver-sveis. A razo o intelecto quando entra em exerccio, quandooperaeaplicaosaber.Arazodesdobraem detalhesoconhecimento,organizaeanalisa,porm, para proceder de modo correto, deve seguir os princ-Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar30pios internos da mente. Quando a razo analisa, deve respeitaroprincpiodeno-contradioeosracioc-nios devem obedecer s regras do silogismo lgico.Arazofazcomparaesebuscaoigualna diversidadedascoisas,elacompejuzosunindoou separandoconceitos,estabelecerelaesentrejuzos formandoodiscursolgico,mas,almdeelaboraro conhecimentolgicooucoerente,necessitamanter onexocomaevidnciadointelectoparaqueoente lgicoeoenterealsejamconversveis.Algicadeve manter-se em nexo com o ontolgico.Osjuzosracionaissempredevemserconfor-mesaosobjetosparadistinguirasdiferenaseen-contraropontodeigualdadequeservepararesolver um problema em muitos. A razo a tcnica de admi-nistrarosprimeirosprincpiosdamentebuscandoa integrao e o nexo entre realidade externa e verdade interna. A razo o instrumento que estrutura o saber do intelecto.Os erros sempre acontecem, primeiro, na cons-cincia,quandoesta,emseumododepensar,dis-tnicaluzdointelectoeapia-seemaparnciasou Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br31CaptuloIOFundamentodaVerdadepressupostoseconvicesinfundadas.Asopinies desfguram a certeza do conhecimento. Quando falta o critrio bsico de verifcao, que a evidncia interior, a conscincia no mais representa os valores verdadei-ros. Se a razo partir de opinies infundadas, embora obedea aos princpios da mente e coerncia lgica, o conhecimento da verdade se mantm ausente porque a conscincia no refete o real no ponto de partida.Aconscincia,quandoalienadadocritrioda verdade,necessitaserpurifcadadasadernciasim-prpriasqueassimilouefxouequelheimpedema viso do real. A psicoterapia6 tem a funo de adequar aconscincialuzdaverdadeintelectual.Acorreo deconscinciapassapelaleituraecompreensode toda a linguagem organsmica, porque a mente escreve noorganismotudooqueaconscincianocolheda informao da alma. Se a conscincia preocupa-se em salvar a cultura aprendida e busca adaptar-se aos mo-6. Por muito tempo o termo psicoterapia foi associado cura de doenas men-tais ou a tcnicas de apoio s cincias mdicas, como a psicoterapia cognitivista, comportamentalista, no-diretiva. Com Freud, e depois com Maslow, os modelos comearam a se tornar autnomos. A partir da cincia ontopsicolgica, a psicote-rapia passa a ser entendida como ontoterapia: o instrumento bsico tanto para recuperar a sade como para corrigir erros de conscincia, quando esta no refete a luz do intelecto, que o leitor do ser.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar32delos ou esteretipos sociais, ela perde o contato com a prpria essncia humana e, ao recorrer ao prprio eu como base para emitir juzos, sempre se refere a um eu fctcio. Enquanto o homem se mantm em ignorncia de si mesmo, a razo no poder elaborar o verdadeiro conhecimento, porque as opinies incertas no susten-tam a cincia verdadeira.A conscincia deveria ser frmula sempre reno-vadasegundoaordemdoprprioser,porquesas-sim poder traduzir em ao a realizao pessoal e dar asbasesparaoverdadeirosaber.Arazo,seapoiada numa conscincia falsa ou num eu fctcio, pode cons-truirumedifciocoerente,masqueestarassentado sobre areia, porque falta a conscincia do critrio ini-cial verdadeiro.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br33ConclusoSe o conhecimento pretende ser um valor para ajudar a resolver os problemas do homem no planeta, elenopodeserreduzidoaumaconfusoentreopi-nioeverdadecomoestacontecendoemescritose aulas. Tornou-se indispensvel encontrar o ncleo ou raizdaprpriaessnciahumanaparaintuiraquele princpiointeligentequeformalizaosaberadequado para humanizar. Esse princpio ou causa denomina-se alma, essncia ou Em Si ntico e sua luz ou faculdade o intelecto, porque o intelecto quem v e l esse prin-cpioeodiferenciaediscriminaselecionandootile funcional para sua identidade.Acrisesempreummomentoemqueoho-mem forado a despertar para rever novamente seu mododepensar,esclarecerasprpriasconvicese descobrirsesoverdicasouinfundadas.Atravsda crise, o homem provocado a passar de uma situao obscuraparaumanovidadedoconhecimento.pela crisequeohomemcaiemsierevisaosesteretipos Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar34fxados. Com vistas a ampliar o raio de conhecimento, ele acorda para as novas intuies e rompe a barreira dos esquemas aprendidos. O homem sempre encontra a resposta dentro de si, de seu potencial intelectual. a inteligncia a faculdade que ilumina o saber adequa-do para superar a crise, resolver a situao e vencer na vida.Osaberverdadeiroonicoinstrumentoao qual o homem e a humanidade podem recorrer como soluo,porquecomeleseganha,semeleseperde; com ele se vai em aumento e expanso, sem ele se re-gride, se envereda para a anulao. No h meio termo e nem estacionamento na vida: ou se avana ou se re-gride, ou se , ou no se :o ser , o no-ser no .Oegosmovitalcorrespondeaoamorpelova-lorpessoalehumanoesesseegosmoestabelecea medida de apreo por si e pelo prximo. S quem ama oprprioprojetointeriorvencedorsabeganharem vantagemprpriae,porextenso,embenefciodos outros.Semessabase,acaridadeutpica,porque elaseimpregnadomedodeperder,oqualconsome a efcincia e a existncia. Quando o homem reencon-tra o ncleo da prpria essncia inteligente ele intui o Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br35CaptuloIOFundamentodaVerdadeque til e funcional para se construir, e a dvida e o medo do lugar ao sucesso e realizao. Toda pessoa exigida, a partir do ntimo, a centrar-se em si mesma e necessita libertar-se do envolvimento em opinies e sugestesalheiasparaconseguirnascersegundosua prpria identidade, porque esse o critrio para apli-car na profsso o prprio projeto inteligente.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br36Dica de EstudoMENEGHETTI,Antonio.FundamentosdeFilosofa. SoPaulo:OntopsicologicaEditrice,2005.Primeiraparte: Ontologia. pp. 7-55.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brEsse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brEsse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brGlossrioAsdefniesdovocabulrioempregadoauxi-liamparaentenderosentidoadequadodaspalavras usadas no texto. O sentido das palavras deriva da eti-mologiagreco-latina,vistoqueogregoeolatimso as duas lnguas-me de nossa lngua. J encontramos o sentido destas palavras na Filosofa Perene. A exati-dodesentidoimprescindvelparaacompreenso dotextoeevitapossveisdistoresdeinterpretao. Defnimosapenasosvocbulosquesustentamabase de signifcado do texto.ATIVIDADEPSQUICA:apotnciaformalizadorado humano. Em parte, expressa-se na conscincia e, em parte, de modo inconsciente. A alma ou Em Si ntico a raiz ou ncleo da atividade psquica. Este ncleo invisvel em si, no pode ser objetivado, mas visvel em seus efeitos.CINCIA: o saber que refete a ao do ser na representa-o consciente. A cincia refete a verdade segundo a espcie humana. O homem no sabe a coisa em si, mas a entende en-quanto relativa medida do intelecto ou alma humana.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar198COMPLEXO:umarealidadepsquicaqueseformouem baseaexignciassociaisequecensuramformasvitais,im-pedindo a compreenso consciente. O eu consciente, quando nocompreendeocomplexo,induzidoapensaredecidir segundo sua infuncia.COMPORTAMENTO: como eu me conduzo. o conjunto deexpresses,reaeseatitudesatravsdasquaisoindiv-duo especifca a si mesmo entre os outros.CONHECIMENTO: conhecer vir a saber. O conhecimento verdadeiro acontece quando a mente refete a ao do real. O ente lgico e o ente real coincidem, isto equivale ao conheci-mento cientfco.CONSCINCIA:osaberconformeaoque.conhecer conformeaao.Aconscinciaexataquandoespelhaem coincidnciacomaluzdointelecto.Oespelhoconsciente (=apresentanovamente)emcoincidnciacomocritrioda verdadequeointelecto.Aconscinciameraopinioe falsa quando conhece to-somente segundo a pr-disposio docomplexoinconsciente.Quandoaconscinciaumins-trumentoquenorepresentaorefexodointelecto,ointe-lectoregistrasuainformaonoorganismo,deondederiva a psicossomtica.CRITRIO: o ponto de referncia em base ao qual se dis-tingue o verdadeiro do falso. o princpio que constitui o que conformeounoaumacoisa,aumaaoouaumaidia consciente.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brGlossrioDILOGO:umainteraoentreduasoumaispessoas atravs do conhecimento, afeto e movimento. O dilogo, alm da compreenso verbal, por parte do receptor, exige compre-ensoempticaecompreensodinmicainconsciente.No dilogo se comunica no s o conhecimento verbalizado, mas tambm a situao existencial do falante.EM SI NTICO: o ncleo ou raiz constituinte do ser. Este princpiodinmicointeligenteporqueorganizatodasas possveis dinmicas inconscientes e do organismo. o proje-to-base de natureza do ser. Alma ou intelecto so sinnimos de Em Si ntico. Alma, no entanto, exprime de modo adequa-do a ao semovente e intelecto exprime melhor o refexo da ao semovente.EPOCH: um processo redutivo mediante o qual se colo-ca entre parnteses tudo o que se presume como vlido, mas quenoservecomopontodepartidaparaconstruirover-dadeiro saber. Deve-se abstrair ou deixar de lado os precon-ceitos, as convices, as ideologias e at o que contingente; no se pressupe que o conhecimento idntico existncia do mundo e se coloca entre parnteses at mesmo os atos de conscinciaeoprprioeuindividual,parapoderencontrar aessnciadosfenmenos,aconscinciageraloutranscen-dental,apuraintencionalidade.Atravsdaepochsebusca entraremcontatocomaquiloqueimediatamenteeviden-te. Este ponto de partida imediatamente evidente o mundo imanente da vida de onde deriva todo o real sentido.ESSNCIA: aquilo que especifca e defne um modo ou for-Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar200madeser.aquilopeloqualalgotemser.Oseroatoea essncia a forma.ESTERETIPO:oquetornaestvelergidoummodelo de comportamento aprendido do externo. Denomina-se tam-bm meme.TICA: o termo gregoque,emsuaetimologia,signif-cacostume,usooumododeser.Aticaadquiriu,atravs douso,maisaconotaodecomportamentoindividuale profssional.EU: o ser agente. quem faz. o ente do fazer. O Eu real ou verdadeiro aquele que opera em coincidncia com o critrio de realidade: o eu que atravs da conscincia refete o saber do intelecto ou alma. Ser e saber coincidem no Eu real. O Eu fctcioinautntico,oeuestruturadosegundoaprojeo deoutros,oEucondicionadopelocomplexo.oEufeito segundo a imagem e semelhanada sociedade onde cresce.FENMENO: o que se mostra; o que perceptvel em base a critrios sensveis e racionais. a aparncia de onde se par-te para detectar o princpio oculto. A conscincia e a razo so fenmenos que revelam o intelecto.IDENTIDADE:aformaqueespecifcaemsioindivduo eodistinguedequalqueroutro.aquiloqueoseraqui, agora e assim.IDEOLOGIA: a projeo de opinies sistematizadas logica-Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brGlossriomente,mascomprometidascomcondicionamentosexisten-ciaisehistricos.Aideologiatambmaprojeodesubli-mao de um grupo que se mantm coeso por vnculo afetivo. A idia s vlida quando a soluo funcional situao.INCONSCIENTE:umarealidadenohomemqueagee ele no conhece. o quntico existencial ativo, no percebi-do pelo conhecimento, tanto em seu aspecto psquico quanto somtico. o quntico de vida e inteligncia atravs do qual existimosevivemos,masdesconhecemos.Aessnciadoin-consciente corresponde ao Em Si ntico. INTELECTO:aintelignciaafaculdadequevelon-timo da ao do ser. O intelecto l dentro a ao. O intelecto identifca as formas essenciais de qualquer coisa ou fato e o critrio do saber verdadeiro, porque o saber idntico ao ser.INTENCIONALIDADE:ovetorouadireontimada ao psquica. Na imagem, pode-se ver como a ao psquica estagindoemmim,emquedireoaatividadeestindo, se a atividade se move em direo do complexo ou segundo a natureza; possvel ver se a alma vai no sentido da frustrao ou da realizao.INTUIO: intuir signifca ir ao ntimo da ao; saber antes dos efeitos. O intelecto intuitivo porque v e l a variao do prprioserouessnciae,portanto,refeteontimodaao da prpria alma.LIBERDADEEARBTRIO:liberdadeafaculdadeps-Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar202quica que consente qualquer um dos modos possveis no con-texto ou situao: o sujeito pode agir ou no agir, escolher de um modo ou de outro. Quando o sujeito coerente com aquilo que ele conhece do bem, daquilo que lhe prprio e adequado vida,asualiberdaderelativa,porquesempredecorrede um egosmo vital. O arbtrio, em vez disso, uma deciso no necessariamente ligada ao egosmo vital, podendo estar liga-da a um feeling patolgico, a paixes, a ignorncia ou hbitos imprprios etc.METANIA: a mudana mental. Pela metania se reorga-nizam os modelos conscientes e os comportamentos para que o Eu histrico possa construir de modo adequado e funcional o prprio valor pessoal.MORAL:otermolatinoque,etimologicamente,signifca costume,vontade,principio.Amoralaconformidadedo comportamentoaoprincpioprevistoemleioubaseadono costume. Moral ou tica signifcam o comportamento segun-doouso.Amoraltendemaisasignifcaroaspectodacon-dutasocial,legaledoscostumesgrupais.Amoraleatica tm por objeto especfco a vontade e, neste caso, signifcam a conformidade das decises e das aes ao princpio positi-vo da vida, ao modo de ser humano. Existem, portanto, duas morais ou ticas: a moral que busca entender as necessidades da prpria vida e respeit-las, a moral do bem e, quando no se conformar a elas, a moral do mal. A moral social mais a conformidade do comportamento s leis e a moral da religio, alm das leis, buscam-se a conformidade prpria conscin-cia baseada na f.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br203GlossrioMUNDO-DA-VIDA: o mundo-da-vida a sede do intelecto humano, a essncia constituinte do ser humano, o mundo da subjetividade objetiva atuante. Esta subjetividade objetiva correspondeaumintelectoqueespecifcaaformahumana em sua natureza.NATUREZA: tem o mesmo sentido de essncia, no entanto, a natureza determina o modo de ser em ordem sua ativida-de.Anaturezadefneummododeagirespecfco(humano, animal etc.).ONTOLGICO: o estudo do critrio referente ao ser ou ao real. a lgica do ser e seus modos: ser, uno, verdade e bem. OPINIO:umpensamentoemqueosujeitoacreditaha-ver reversibilidade entre a idia e o objeto. Na opinio falta a evidncia do nexo com o ser, com o critrio de saber, que a leituradointelecto.Naopinioosujeitoadereaumaparte quereputaamelhor,commedodeoutraposio,porestar carente de certeza.ORGANSMICO: o conjunto onde as funes materiais e psquicas convergem em uma unidade de ao. o holstico dinmico psicofsico.PESSOA: o ser por si, constitudo de inteligncia e orga-nismo,nonemalma,nemcorpo,esimoconjunto.Alma essncia,masnopessoa,porqueapessoaseconstituiu mediante o ente histrico individualizado. A pessoa o ente indiviso em si e distinto de todo o resto e, por ser inteligente, responsvel por seus atos.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar204PSIQUEouALMA:ounodinmicoquesedtodoreu-nido, indiviso e sem partes e independe de tempo e espao. Aaopsquicaageatravsdaintencionalidade,dopensa-mento,darazo,davontade,bemcomodaimaginao,dos sonhos, emoes etc.RAZO:afaculdadequefazcomparaes,emitejuzose estabelecerelaoentreosjuzos.Arazoverifcaoiguale mediantededuoeinduofazlgica.Razoeconscincia so instrumentos do intelecto.RESPONSABILIDADE:asituaoemqueosujeito necessitado a responder existencialmente, moralmente ou ju-ridicamente.Aresponsabilidadeconsisteemponderarcada situao a fm de responder de modo hbil pelos prprios atos segundo as exigncias legais, pessoais e reais.SERouENTE:signifcaasubstnciadarealidade.Oser aquilo que portanto o dado primordial da racionalidade e da experincia. o modelo elementar para fazer conhecimen-to ou cincia.SUBJETIVIDADE:oprincpiointernopostonabasedo sujeito.oprincpioqueestsob,comocausadorouema-nantedetodoomanifestodocorpo.arealidadepsquica do ser humano. O subjetivismo, ao contrrio, tendencioso, enfatizaaspectosconscientesopinativos,baseadosemcon-vices, complexos inconscientes, ideologias etc.VALOR:signifcafora,vigor.acapacidadedesatisfazer Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brGlossrionecessidades que guiem a ao humana perfeio e plenitu-de. So aes que signifcam e especifcam solues oportunas para resolver problemas intransferveis em funo de qualif-car-se sempre mais. O modelo escolhido vlido se conserva efccia funcionalidade evolutiva individual e social. O valor sempre est intimamente ligado ao bem.VERDADE: a adequaoda coisa ao intelecto.A verdade acontece quando a coisa, o juzo, a lgica igual ao intelecto do homem, no sua opinio. A verdade do real a verdade da relao, saber como as coisas so em relao a mim e no mododascoisasentreelas.Averdadepsicolgicacomoo sujeito v, interpreta ou sabe.VIRTUDE: virtus = fora do esprito, denodo. A virtude o ato racional do esprito que regula a ordem dos impulsos na-turais. Mediante esta ordem se estabelece o meio termo (vir-tus in medio) ou a justa medida entre o excesso e a defcincia. Ajustiaomeiotermoouajustamedidaentredireitose deveres.Nasociedade,omeiotermoqueestabeleceojusto a lei, na vida a identidade do ser. Aristteles considera a justia como a virtude poltica, porque ela o meio termo ou a medida justa entre a tirania e a anarquia. A justia equilibra riquezaepobreza,culpaecastigo,proveitoseperdasetc.A fortaleza o justo meio entre a insensibilidade e a devassido, entre a emoo e a razo. A prudncia a virtude da precao e do comedimento porque segue a medida da mente. A pru-dncia d a justa medida entre o atrevimento e a maluquice. No caso da riqueza, a prudncia o meio termo entre a pro-digalidadeeaavarezaetc.Ohomemprudentemoderado, precavido, comedido.Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.brFilosofiaElementar206Paraaprofundamentodostermosapresentadosneste Glossrio, so indicadas as seguintes obras:AQUINO, T. DellEnte e DellEssenza. Roma: Ed. Pooline, 1959.MENEGHETTI,A.DicionriodeOntopsicologia.So Paulo: Ontopsicologica Editrice., 2001.RODRIGUESBARBOSA,B.TermosFilosfcosGregos. 2. ed. Lisboa: Fundao C. Gulbenkian, 1974.Vrios autores. Logos: Enciclopdia Luso-brasileira de Filosofa. Lisboa-So Paulo: Ed. Verbo, 1989. 5 volumes. Esse material parte integrante do Videoaulas on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informaes www.videoaulasonline.com.br