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PAGINA RESERVADA PARA CAPA DE: PEIXES DIVERSOS

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PAGINA RESERVADA PARA CAPA DE: PEIXES DIVERSOS

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ABRAMITES (Abramites hypselonotos)

Vivendo nas águas do rio Amazonas, na sua bacia e em quase todos os seus afluentes, o Abramites é um peixe de rara beleza, mas considerado um pouco agressivo. Longe dos rios brasileiros, esse peixe também aparece comumente no Paraguai e na Venezuela. Independente de onde ele tenha se originado, é sempre muito procurado por inúmeros aquaristas e embeleza aquários de toda a América do Sul de modo geral. Com o corpo ligeiramente alongado, de cor amarelo-escuro e totalmente cortado por seis barras largas, pretas e verticais que o circundam de um lado a outro, o Abramites possui a cabeça bem pequena, com olhos que se destacam pelo grande tamanho. Sua cauda é transparente e em forma de tesoura. As nadadeiras dorsal, pélvicas, anal e adiposa do Abramites são manchadas de preto, marrom-escuro e bege. Seu tamanho, em habitat natural, é de 12cm. No aquário, ele normalmente não chega a atingir essa medida, ficando, no máximo, com 8cm. O Abramites possui um temperamento muito agressivo, não sendo aconselhável coloca-lo em aquários comunitários. Deve-se, de preferência, e se for o caso, deixa-lo com peixes maiores do que ele, evitando, assim qualquer tipo de brigas. Ele também é um voraz devorador de plantas, gostando muito de se alimentar de alface e espinafre cozido e bem picadinho. É recomendado colocar no aquário plantas de folhas duras, como a Goianense, a Anúbia e as Equinodorus de modo geral. Este peixe costuma nadar lentamente pelo aquário, alimentando-se no fundo. Seu corpo está sempre a 45 graus do solo, com a cabeça apontada para baixo, como se estivesse procurando algo entre as pedras ou sobre a areia. Não existe, nessa espécie de peixe, uma diferença facilmente perceptível entre o macho e a fêmea. Alguns aquaristas, apenas na base de hipótese, dizem que na época do acasalamento a fêmea fica mais gorda, diferenciando-se do

macho. Isso, no entanto, não é uma regra, e cientificamente, pode não

determinar, obrigatoriamente, se o peixe é macho ou fêmea. O mais garantido seria, com o acasalamento, quando for realizado com sucesso, esperar que a natureza apresente os machos e as fêmeas. Além da inexistência de um dimorfismo sexual visível, no aquário, apesar das diversas tentativas feitas e de várias experiências nesse sentido, não se conseguiu realizar acasalamentos com resultados favoráveis. Com isso, ainda não se sabe nada a respeito da sua reprodução em cativeiro. De toda maneira, isso não desistimula nenhum aquarista e os Abramites, cada vez mais, estão se difundindo entre os criadores, que os procuram pela sua beleza e sempre acham soluções para adaptar o seu temperamento ao aquário. Este peixe, até 1926, foi conhecido como Abramites microcephalus, quando uma junta de cientistas verificou que o Abramites é, na realidade, da espécie hypselonotos, como é conhecido hoje. Alimentação: - Ele deve ser alimentado com alimentos vivos, como tubifex, artemia salina, flocos de vegetais, alface e espinafre cozido bem picadinho. Ambiente: - O Abramites não exige equipamentos especiais, basta um sistema de filtragem normal; a capacidade de volume deve ser por volta de 100 litros; o pH deverá estar variando de 6,6 a 6,8; o dH de 0 a 2 e a temperatura entre 24 a 28 graus Celsius. ===============================

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A U R A T U S (Melanochromis auratus)

Como todas as espécies da família dos Ciclídeos, o Auratus se caracteriza pela agressividade entre os adultos da mesma espécie e pelo carinho e cuidado da fêmea com os seus filhotes, protegendo-os de predadores. É um peixe bonito, de corpo alongado, que mede, tanto na natureza quanto em cativeiro, de 10 a 23cm. Seus olhos são sempre escuros, e a boca pequena com lábios ligeiramente roliços. As cores encontradas nos exemplares adultos são a forma mais fácil de distinguir o macho da fêmea; enquanto ele tem o corpo chocolate, com listras horizontais pretas e brancas, ela apresenta o corpo amarelo e listras brancas e pretas. As nadadeiras de ambos são pigmentadas de preto, amarelo e branco, com exceção das peitorais. Já os filhotes possuem coloração igual à da fêmea. Essa espécie precisará de um aquário de, no mínimo, 80x40x40 (110 litros) para o macho poder ter a liberdade de delimitar seu território, onde entrará, e mesmo assim apenas na época da reprodução, a fêmea que ele escolher como companheira. O Auratus é uma espécie que mantém em cativeiro as mesmas características e comportamento que na natureza. A agressividade, que impede a colocação de vários exemplares em um mesmo aquário, dificulta de certo modo sua comercialização em lojas de aquarismo. Classificado por Boulenger como Melanochromis auratus, é conhecido vulgarmente no Brasil como auratus e nos Estados Unidos como Malawi Golden Cichlid, uma vez que é originário do lago Malawi, na África.

REPRODUÇÃO

Na época da reprodução, o macho escolhe um local atrás de uma pedra ou troncos e cava com a boca um buraco na areia, onde a fêmea deposita os óvulos que são imediatamente fecundados pelo parceiro. A seguir, a fêmea junta os ovos amarelos e medindo 2 milímetros de diâmetro - dentro da boca, onde permanecem por 6 ou 8 dias. Ao nascer, os alevinos continuam na cavidade bucal da fêmea até completarem 10 ou 15 dias. Após este período, os peixinhos, que são cópias fiéis dos pais, saem para procurar alimentos, e a qualquer sinal de perigo, retornam para o interior da boca materna, só saindo novamente após tudo voltar ao normal. Caso os alevinos não retornem por conta própria, a fêmea os recolhe rapidamente, como se os estivesse comendo. O número de alevinos varia, em uma mesma cria, de 10 a 40. Alimentação: - A dos adultos consiste em carne raspada, algas, pasta de Gordon, artemia salina congelada e flocos de vegetais. Aos alevinos é recomendável uma alimentação à base de náuplios de artemia. Ambiente: - O aquário do Auratus deve ter areia e pedras redondas (em torno de 5 a 8cm), e muitas plantas (de qualquer tipo); deve ter, ainda, um sistema de filtragem, aquecedor e pouca iluminação. O pH deve ser entre 7,6 e 8; o dH de 3 a 6 e a temperatura pode variar de 24 a 27 graus C.

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BEIJADOR (Helostoma temmincki)

Este é um peixe que realmente faz jaus ao nome que recebeu, isto porque ele tem o hábito de “beijar” os companheiros da mesma espécie, sejam eles machos ou fêmeas. Mas, embora o ato se pareça muito com um beijo, nada tem a ver com qualquer demonstração de carinho. Pelo contrário, o Beijador faz isso para medir sua força em relação aos outros. Originário da região Malaia, Ilha de Bornéo e vizinhanças, o beijador foi encontrado pela primeira vez por dois pesquisadores, Cuvier e Vaalenciennes, que o chamaram de Helostoma temmicki, em virtude do formato da boca desse peixe (Helostoma significa boca em forma de elo). Como todos os membros da família Anabantidae - à qual também pertencem o Tricogaster, Colisa e Betta - o Beijador suporta baixos teores de oxigênio na água. Isso se deve à existência de um órgão respiratório chamado Labirinto, que se localiza no alto da cabeça de todos os peixes dessa família e que lhes permite respirar o oxigênio diretamente do ar, além de absorver aquele que normalmente se encontra dissolvido na água. Por essa razão é comum observar os Anabantídeos respirando na superfície do aquário. O beijador é um peixe de belo porte e possui um colorido brilhante, róseo ou verde. Quanto à alimentação, esses peixes são herbívoros e preferem raspar as algas que se formam sobre as pedras e plantas do aquário. No entanto, os beijadores aceitam bem alimentos secos, pós e farelos, preferindo pega-los na superfície da água e não costumam se interessar por presas vivas como larvas de mosquito, dáfnias, artemia.

Nem sempre os Beijadores são bons companheiros entre si no aquário comunitário, sendo preciso um recipiente grande para comportar dois ou mais peixes dessa espécie. Isso se explica porque em um espaço maior, as chances deles se encontrarem e brigarem são menores. Se o aquário for pequeno, inevitavelmente, um perseguirá o outro sem cessar. Além disso se forem colocados dois Beijadores do mesmo tamanho, um deles sempre se desenvolverá mais que o outro e, no futuro, o maior não permitirá que o menor se alimente, podendo leva-lo à morte. Uma medida para evitar isso, é colocar vários peixes, pois dessa maneira a perseguição não recairá somente sobre um indivíduo. Os Beijadores possuem um comportamento um tanto agressivo e seu beijo é, muitas vezes, precedido por um jogo lateral de corpos que evidencia bem essa agressividade. Esse beijo, uma maneira de medirem forças, acontece da seguinte forma: primeiro eles tentam empurrar um ao outro com a boca aberta. Em seguida as bocas se fecham, um deles fica preso e começa a ser puxado pelo outro. O peixe derrotado, ou seja, o que se deixa arrastar, acaba sempre sendo perseguido pelo vencedor mas é muito difícil que um deles morra em virtude das brigas.

REPRODUÇÃO

Normalmente não é possível distinguir o macho da fêmea, a não ser por ocasião da procriação, quando a fêmea fica com o ventre volumoso em contraste com o macho, mais esguio. Para reproduzi-los, coloque de 4 a 6 exemplares em um aquário de 100 litros, com o pH em 7,4 e a temperatura em torno de 28 graus C. O aquário deverá estar bem plantado, com Elódeas e Cabombas, para que os ovos fiquem ocultos dos pais, que podem devora-los. Os beijadores não fazem ninhos, ao contrário dos demais Anabantídeos, e os ovos, que podem variar de 400 a 3000, são flutuantes. Os pais devem ser retirados do aquário logo após a desova. Os ovos eclodem em 24 h e os alevinos nascem com saco vitelino, do qual se

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alimentarão por alguns dias. Após a absorção do saco vitelino, poderá ser oferecido aos alevinos infusório e à medida que forem crescendo os alimentos podem ser farinha de carne ou ração moída, bem fina. O labirinto somente se desenvolve completamente aos 21 dias e, nesse período, é recomendável que mantenha o aquário bem tampado e aquecido. ===============================

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BENGALINHA (Nannobrycon eques)

Oriundo dos igarapés amazônicos, o Bengalinha ou Peixe Lápis recebeu esses sugestivos nomes devido ao seu modo curioso de nadar, que o mantém inclinado num ângulo de 45 graus em relação à superfície da água. O bengalinha pertence à família dos Caracídeos. Há várias espécies genericamente chamadas de Bengalinha, por seu aspecto semelhante, sendo mais freqüentemente encontrado o Nannobrycon eques, classificado pelo naturalista Eigenman. Existem outras duas espécies, o N.anomalus e o N.unifasciatus, classificadas por Steindachner, mais raras nas lojas. Como peixe natural de igarapés, precisa de uma densa vegetação no aquário, que reproduza da melhor forma o seu habitat natural e onde possa encontrar abrigo sempre que necessário. Se estiver seguro, não se sentindo ameaçado por peixes maiores, ele passeará tranqüilamente pelo aquário, permanecendo a maior parte do tempo junto à superfície, em busca de diminutas partículas de alimentos que possa ingerir. Seu nadar é lento e gracioso mas, quando assustado, transforma-se em um verdadeiro torpedo, disparando como um raio pela água. Normalmente, o peixe lápis vive em cardumes mas, se deixarmos apenas dois exemplares no aquário, é provável que um passe a perseguir o outro, em disputa pelo espaço ou alimento.

REPRODUÇÃO

Distinguir o macho da fêmea não é muito complicado neste peixe. Enquanto ele apresenta o corpo esguio, a fêmea tem o abdômen roliço e volumoso, sendo constantemente perseguida pelo macho. Uma vez escolhido o casal para o acasalamento, este deve ser colocado em um aquário com cerca de 30 litros d'água, a uma temperatura de 28 graus C. e o pH 6. Uma vegetação abundante composta, principalmente por plantas de folhas largas, como a Sagitária e

Echinodorus é fundamental, pois é sob uma dessas folhas que os ovos serão depositados. Não deve faltar alimentos vivos ao casal. Isso não só preparará os peixes para a reprodução, como também evitará que o casal, mais tarde, devore os próprios alevinos. Uma vez ambientado no aquário de reprodução, o casal iniciará um série de jogos amorosos e, em seguida, escolherá uma das folhas da vegetação, desovando sob ela. Os ovos eclodirão em dois dias, sendo que os alevinos, em virtude de seu porte diminuto, deverão ser alimentados com uma dieta de infusório. O Bengalinha não apresenta uma coloração muito exuberante, possuindo o corpo acinzentado, cortado por uma listra preta, e o dorso castanho. No entanto, sua graça e o modo peculiar de nadar justificam plenamente a presença desse curioso peixinho em nossos aquários.

Alimentação: - pequenas presas vivas, como dáfnias, artemia salina pequenas, são excelentes alimentos. Alem desses podem ser oferecidos alimentos em pó finamente granulados. É aconselhável que o alimento permaneça por algum tempo na superfície da água, para que o bengalinha tenha tempo de ingeri-lo, devido ao seu modo de nadar. Ambiente: - Como é de pequeno porte (4cm), um aquário de 50 litros bem plantado, é o suficiente; o pH deve estar por volta de 6 e a temperatura pode variar de 24 a 25 graus C. É de temperamento pacífico e pode conviver em aquários comunitários. ===============================

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PEIXE-BORBOLETA (Gasteropelecus sternicla)

Alguns peixes atraem nossa atenção por seu colorido, outros pela estranha forma. Os borboletas preenchem esses dois requisitos: ao formato incomum de seu corpo - comprido lateralmente e com a frente delgada como a quilha de uma embarcação - aliam um colorido prateado intenso, ornado de negro.

82.Exemplar da espécie Gasteropelecus

sternicla Essas características tornam os borboletas muito procurados pelos aquaristas, mas são poucos os que conseguem ter alguns exemplares em casa pois devido à sua fragilidade, raramente sobrevivem aos sustos e agressões da coleta e transporte. São peixes gregários e nadam junto à superfície, movendo-se lentamente, mas ao sinal do menor perigo dão grandes saltos para fora d'água, com a maior facilidade, devido ao seu formato anatômico. Essa característica lhes possibilita, além da fuga, caçar pequenos insetos que se aproximam da superfície. Existem dois gêneros de Borboletas: Carnegiella e Gasteropelecus. No gênero Carnegiella, existem duas espécies: o Carnegiella marthae e o Carnegiella strigata. O gênero Gasteropelecus é representado por duas espécies também: o Gasteropelecus sternicla e o Gasteropelecus levis, conhecido como borboleta branco. Pertencem à família dos Caracidae.

REPRODUÇÃO

Apesar das dificuldades de manutenção, é possível, com sorte, obter a reprodução do borboleta em cativeiro. A dança nupcial inclui vários saltos, porém a desova será feita nas

raízes de plantas flutuantes, como a Santa Luzia, com movimentos laterais de corpos entre macho e fêmea. Distinguir o sexo desse peixe não é tarefa das mais simples, sendo possível apenas na época da procriação, quando a fêmea estará mais roliça. Bonitos e delicados, os borboletas exigem alguns cuidados especiais para sobreviver em cativeiro, mas o aquarista se sentirá plenamente recompensado por poder contar, em sua casa, com essas pequenas maravilhas da natureza.

CUIDADOS NO CATIVEIRO

Os borboletas requerem certos cuidados por parte do aquarista, em alguns itens: Alimentação: - na fase de adaptação em casa, é aconselhável fornecer-lhes alimentação viva em abundância, composta de dáfnias e artemia salina. Depois de alguns dias pode-se ir substituindo lentamente esta dieta por alimentos mortos ou mesmo rações flocadas. Os Borboletas só se alimentam na superfície ou próximos a ela, não procurando comida no fundo, principalmente se esta for imóvel. Ambiente: - O aquário deve ter capacidade mínima para 30 litros, onde poderão ser mantidos até seis exemplares. Os borboletas costumam atingir até 3cm de comprimento; o pH deve variar de 6 a 7(acidificada por xaxim) e a temperatura pode variar de 24 a 29 graus Celsius. É tímido e pacífico; pode ser mantido em aquários comunitários.

83.Exemplar da espécie Gasteropelecus levis ==========================

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B O T I A Pertencente à família dos Cobitídeos; existem pelo menos três espécies, descritas por Bleeker. Duas espécies: Botia modesta e Botia lecontei, vivem na Malásia, Tailândia e Vietnã; a outra espécie, Botia macracantha, é encontrada em Bornéu e Sumatra. A espécie de Bornéu e Sumatra, tem comportamento e hábitos diferentes das demais. Botia modesta: - é de tamanho pequeno, atingindo até 10cm de comprimento, assemelhando-se ao B.lecontei. Deve ser transportado com bastante cuidado, porque suas barbatanas podem despedaçar-se.

Exige pH variando de 6 a 7, temperatura em 22 a 26 graus C. Pouca luminosidade no aquário, que deve ter em torno de 80 litros de capacidade para comportar até 10 indivíduos. Alimenta-se de ração flocada e alimentos vivos. Quanto à sua reprodução pouco se sabe, apenas que nunca foi conseguida em cativeiro. Botia macracantha: - Ao contrário das demais espécies, esta tem sua atividade diurna e são peixes gregários. Se se encontrar sozinha no aquário, sem outros da sua espécie, começa a rolar no fundo. Alguns estudiosos acreditam que seja por tédio.

Devem viver em aquários com capacidade para 80 litros, onde deve ser colocado até 10 exemplares; podem atingir até 12cm de comprimento. O aquário deve receber pouca iluminação. É uma espécie que não exige muitos cuidados. Podem viver em aquários comunitários. O pH pode variar de 6 a 8 e a temperatura de 25 a 28 graus Celsius. É difícil conseguir sua procriação em cativeiro e pouco se sabe a respeito desse processo. Alimentam-se de ração flocada, alimentos vivos e vegetais. ===============================

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C A R A Ú N A (Geophagus brasiliensis)

A Caraúna é um peixe muito dócil em seu habitat natural, mas dentro de um aquário torna-se agressiva e completamente anti-social, defendendo seu território com ferocidade e não permitindo, em hipótese alguma, a presença de outros peixes em seus domínios, ainda que da mesma espécie e do sexo oposto. Originária da América do Sul, a Caraúna pode ser encontrada da Bahia a La Plata, na Argentina, chegando a medir até 40cm de comprimento, quando em liberdade e, até, 28cm em cativeiro. Também conhecido como Acará-pérola e Papa-terra, o hábito mais curioso desse peixe, quando em aquário contendo areia, é transferi-la, com a boca, de um extremo para o outro, além de arrancar todo e qualquer tipo de planta, tronco ou pedra, fazendo o impossível para retira-los do lugar.

O filtro de sifão é uma verdadeira diversão para esse Ciclídeo, que o levanta e puxa, brincando com ele sem parar. Por esta razão, quem se decide a manter um desses magníficos exemplares deve colocar um vasinho sem fundo dentro do aquário, para evitar que o sifão seja mexido. Pode-se dizer que o Papa-terra “arruma a casa” a seu gosto, não admitindo nem mesmo uma pedra porosa, que ele cobre com areia até não soltar uma só bolha de ar. A diferença entre o macho e a fêmea está na coloração azulada das escamas do corpo do macho, em suas nadadeiras dorsal e anal pontudas e cabeça protuberante. A fêmea é menor, tem nadadeiras arredondadas e não é tão pigmentada de azul como o macho.

Na época da reprodução cresce um calombo na parte superior da cabeça do macho, a fêmea fica mais gorda, e o casal escolhe uma pedra grande e um pouco escondida em um canto do aquário para a desova. Após limpar toda a superfície da pedra com a boca, a fêmea começa a colocar fileiras de ovos, que são imediatamente fertilizados pelo macho. Em três ou quatro dias nascem os alevinos, em número que varia de 250 a 300, sendo protegidos pelos pais até que possam defender-se sozinhos. Por ser um peixe muito territorial, a Caraúna dificilmente se reproduz em cativeiro, a não ser em tanques espaçosos (6x6x0,80m), especialmente construídos para esse fim, com algumas pedras para desova e fertilização. O aquário deve ser espaçoso, não inferior a 80x40x40 cm, com areia no fundo e algumas pedras. Um terço da água é renovada a cada 15 dias. O pH deve variar de 6,9 a 7,2 e a temperatura em 24 a 30 graus Celsius. A alimentação da Caraúna deve ser somente carne crua cortada em pedacinhos. Os alevinos podem ser alimentados, nas primeiras semanas, com náuplios de artemia salina. Não se reproduzem em aquários. São territoriais ao extremo, não admitem a presença de nenhum outro peixe.

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C A S C U D O (Hipostomus plecostomus)

Originário da América do Sul, onde é encontrado principalmente no Brasil, o Cascudo é um peixe de correnteza, vegetariano, que vive nos fundos dos rios, geralmente em lugares rochosos, alimentando-se de limo e lodo, vegetais (algas) e restos orgânicos em geral. Só no Brasil, já foram registrados mais de 250 tipos de peixes que recebem o nome de cascudo. Entre eles destacam-se: o barbado, o comum, o espada, o espinho, o lima, o preto (encontrado no Rio São Francisco e Paraná), o viola, o acari, etc... Na natureza, o cascudo busca as áreas encaichoeiradas para viver e desovar, pois essas regiões oferecem a ele uma série de benefícios, tais como a existência de limo abundante, sua alimentação básica, e a limpeza constante dos ovos, pela ação da água, desfavorecendo a fixação de parasitas. Depois da desova, caso perceba ameaça por perto, o casal permanece entocado junto com os ovos para protege-los, às vezes chegando a fixa-los na parte externa do próprio ventre. Já a sua reprodução em cativeiro é dificílima e só pode ser obtida através da indução hormonal, um processo oneroso. Por esse motivo, além do fato de o cascudo ser um peixe barato e de fácil captura, não compensa aos criadores profissionais tentar a sua reprodução em cativeiro. A diferenciação do cascudo por sexo é difícil e, praticamente, só perceptível na época da desova, quando a fêmea apresenta o ventre dilatado. Por outro lado, também não é fácil estabelecer um padrão de tamanho para o cascudo, pois, entre os diversos tipos, pode

variar de 3 a 5 cm, até 60 cm. Quanto à cor, a variação vai do cinza-escuro com manchas pretas ao amarelo e cinza-claro. Seu temperamento é tranqüilo, tanto na natureza quanto em cativeiro, o que faz conviver bem com as outras espécies, mesmo com filhotes; raramente se mostra agressivo, com outros de sua espécie. Apesar de ser um peixe calmo, que pouco se movimenta, o cascudo deve ser colocado em um aquário grande, porque possui movimentos bruscos, que podem arrancar as plantas. Outro cuidado que se deve ter é não colocar o cascudo em aquários recém-montado, pois, por possuir a boca em formato de ventosa, no lado inferior do corpo, e minúsculos dentes adaptados para raspar, ele só se alimenta de lodo e algas que aparecem no vidro e nas pedras e pode passar fome se o aquário estiver limpo.

boca do cascudo

O aquário deve ser montado de acordo com o tamanho e variedade que se quer criar, mas, a princípio, deve ser espaçoso e não sofrer constantes mudas d'água. O cascudo é vegetariano, alimenta-se de algas e lodo que se forma naturalmente no aquário. Quando recebe ração industrializada ou outro alimento (legumes por exemplo), ele espera que virem detritos, para então consumi-los. Não requer maiores cuidados por parte do aquarista; o pH deve ser neutro (7) e a temperatura pode variar de 20 a 28 graus C. É de temperamento calmo e que pode conviver pacificamente em aquários comunitários. ===============================

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C O L I S A Resistente, colorida e de fácil reprodução, a Colisa é um daqueles peixes ideais para o aquarista iniciante. Além de suportar muito bem qualidades de água pobre em oxigênio, não exige grandes cuidados quanto à alimentação pois aceita tanto os alimentos secos, como os naturais ou os vivos. Pertencente à família Anabantidae, e com duas espécies catalogadas, é originaria dos córregos e riachos de águas límpidas e com profusa vegetação aquática do nordeste da Índia. As duas espécies, Colisa lalia e Colisa fasciata, tem uma vasta área de difusão e, em conseqüência, apresenta numerosas variações de cor e de forma.

88.Exemplar da espécie Colisa fasciata

A Colisa é um peixe tímido e pacífico que pode, inclusive, partilhar seu aquário com outras espécies de pequeno porte e também pacificas, como é o caso dos neons, cardinais, résboras, ramirezis, etc... No entanto, se for colocada com peixes mais agressivos, ou de movimentos rápidos, seu comportamento tímido ficará acentuado e raramente o aquarista terá a oportunidade de contemplar sua beleza.

CARACTERISTICAS

Como todos os membros da família dos Anabantídeos - à qual pertencem o Tricogaster, o beijador e o Betta - a Colisa apresenta no alto da cabeça um órgão respiratório chamado labirinto. Esse órgão permite ao peixe respirar

o oxigênio do ar atmosférico, além do oxigênio que se encontra normalmente dissolvido na água. É por essa razão que a Colisa consegue suportar a água do aquário pobre em oxigênio, como acontece quando o excesso de comida é decomposto. Nestes casos a resistência da Colisa permite que tenha o aquarista tempo de corrigir a qualidade da água antes que ocorra a perda dos peixes. A Colisa é um peixe muito bonito que apresenta listras verticais de várias cores, do metálico ao opaco. No entanto, para que seu maravilhoso colorido fique mais acentuado, recomenda-se que o cascalho do fundo do aquário seja de cor escura. A iluminação poderá ser a luz natural do sol ou, na falta desta, uma lâmpada gro-lux. O aquário não precisa ser muito grande mas deve ter muitas plantas e a água deve ser ácida, com pH 6,5.

ALIMENTAÇÃO E REPRODUÇÃO

A alimentação da Colisa não constitui uma preocupação para o aquarista. Este peixe aceita, inclusive, alimentos secos. No entanto, é aconselhável oferecer, sempre que possível, alimentação natural, como carne e espinafre, e alimentos vivos, como dáfnias e artemia salina.

Colisa labiosa

A distinção do sexo da Colisa é muito fácil, pois o macho é muito mais colorido que a fêmea. Na época da reprodução, principalmente, os tons azuis do macho tornam-se mais fortes enquanto que a fêmea é pálida, apresentando apenas listras transversais de um verde-azulado apagado. Quando a fêmea estiver roliça, com o ventre cheio de óvulos, estará, então, na hora de preparar o aquário de desova. Este aquário, ácido e bem plantado - inclusive com algumas plantas de superfície - deverá ter uma

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profundidade de, aproximadamente, 10cm e temperatura de água em torno de 26 ou 27 graus centígrados.

Colisa fasciata

O macho deve ser colocado em primeiro lugar no aquário e, se possível, às vistas da fêmea. Logo ele começará a preparar um ninho de bolhas e pedaços de folhas na superfície do aquário. Cerca de três dias após a colocação do macho, o ninho estará praticamente pronto e, no fim do dia a fêmea deverá ser posta no aquário de desova.

Colisa labiosa

Na manhã do dia seguinte já se poderá assistir à desova e todo o ritual que a precede. Esse ritual inclui um abraço do macho ao redor da fêmea sob o ninho. A partir desse estímulo, a fêmea começa a soltar os óvulos que são imediatamente fertilizados, apanhados pelo macho, que os coloca no ninho. Essa operação será repetida várias vezes, até que se esgotem os óvulos da fêmea.

89.Exemplar da espécie Colisa lalia

OS ALEVINOS

Os alevinos nascem de 24 a 36 horas após a desova e são mantidos no ninho pelos cuidados incansáveis do macho. Este deixa até mesmo de se alimentar para tomar conta dos filhotes. Esses cuidados duram, em média, 3 dias e, após esse tempo, o macho deve ser retirado e colocado em outro aquário. Depois do nascimento dos filhotes, o aquário deverá ser tapado com uma tampa de vidro para evitar mudanças bruscas de temperatura que poderão ser fatais. Os alevinos desenvolvem o labirinto com três semanas a um mês de idade e, enquanto isso não acontece, é aconselhável manter uma suave aerização no aquário de desova já que o número de filhotes pode chegar a 2.000. Com o desenvolvimento do labirinto a necessidade de oxigênio dissolvido na água fica reduzida. Os alevinos devem ser alimentados com infusórios, nos primeiros dias de vida. e após 7 dias podem ser oferecidos náuplios de artemia salina. Alguns criadores dispensam o infusório e começam a alimenta-los diretamente com os náuplios. ===============================

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C O R I D O R A

Nadando em cardumes de 5 a 20 peixes nos riachos de águas rápidas, de fundo arenoso, os Coridoras atraem não só pelos seus hábitos bastante peculiares, como também, pela possibilidade de ser coletado pelo próprio aquarista. Pertencentes à família Callichthyidae, existem várias espécies de peixes pertencentes ao gênero Corydoras. Originário do Brasil, pode ser encontrado desde o Centro-Oeste, Nordeste até a Amazônia; No aquário, além de sua forma bizarra e desenhos no corpo, os Coridoras mostram-se extremamente úteis, limpando as impurezas do fundo do aquário, o que lhes valeu o nome popular de limpa-fundo.

90.Exemplar de Corydoras aeneus

Nessa atividade, estes peixes utilizam seus barbilhões ou apêndices bucais, e com eles afastam os grãos de cascalho, em busca de fragmentos de comida. Dessa forma, não só mantém limpo o fundo, como também mantém livre o fluxo da água pelo filtro biológico, impedindo a compactação da camada superior do cascalho que, quando se entope, impede o bom funcionamento do filtro.

Albinos

Como todos os peixes dessa família, o Corydoras possui um dispositivo que lhe

permite, além de retirar o oxigênio da água, fazer uso do ar atmosférico: trata-se da respiração intestinal. Quando vemos estes peixes subirem rapidamente até a superfície, é porque vieram buscar ar, o qual é engolido e, no intestino, passa à corrente sangüínea pela mucosa intestinal.

C. ambiacus

O Coridora apresenta escamas grandes e ósseas, que se constituem em uma verdadeira

91.Exemplar de Corydoras paleatus

armadura de proteção contra os ataques de outros peixes, mesmo os bem maiores do que eles. Outro aspecto que chama a atenção neste peixe é que ele não suporta a salinidade. Por isso, mesmo no tratamento de algumas doenças, o aquarista não deverá usar o método natural de acrescentar sal à água do aquário, mas sim buscar outras alternativas, em medicamentos específicos, para as moléstias apresentadas pelo peixe.

DISTINÇÃO DO SEXO E REPRODUÇÃO

Distinguir os sexos nem sempre é fácil. Contudo, o que se pode observar é que a fêmea é maior do que o macho, tendo o seu ventre mais volumoso. Suas nadadeiras ventrais são de bordas arredondadas, enquanto que as do macho são pontiagudas. Por ocasião da reprodução, a fêmea é seguida de perto pelo macho. Nesse momento, a fêmea deve ser separada em um aquário com

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mesma quantidade de água do anterior. Após uma semana, coloca-se, à tarde, o macho. Durante a noite, deixa-se cair a temperatura com o auxílio de água gelada ou desligando o aquecedor. Após o nascer do sol, inicia-se o processo de aquecimento da água, que deverá ficar em torno de 26 graus Celsius.

C. haraldschultzi

O casal passará a nadar junto, ficando o macho acima da fêmea. Assim, tem início a procura de um local para a desova, que poderá ser uma folha larga de alguma planta, uma pedra ou mesmo o vidro do aquário.

C. Juli

Após terem limpado o local escolhido, o macho ficará no fundo do aquário na posição de semi-deitado. Nesse momento, a fêmea coloca sua boca próximo ao poro genital masculino para retirar o esperma, que será depositado no local escolhido, onde a fêmea irá fixar seus ovos, 2 a 2, de forma firme.-140- Essa operação será repetida várias vezes, até que sejam postos cerca de 100 ovos. A eclosão ocorrerá em 4 dias, sendo que as larvas permanecerão coladas no vidro ou no fundo do aquário. Começarão a nadar a partir dos 4 ou 5 dias de vida, quando deverão ser alimentados com infusórios e náuplios de artemia salina. O crescimento do Coridora é lento, devendo atingir a maturidade aos 2 anos de idade. Isto pode ser um motivo de satisfação para o aquarista, pois graças à sua vida longa, chega, muitas vezes, a acompanhar as atividades do

aquarista desde o início, sobrevivendo dos seus erros e acertos.

92.Exemplar de Corydoras arcuatus

CUIDADOS NA CRIAÇÃO

Alimentação: - não se constitui problema, uma vez que o Coridora se alimenta de detritos alimentares de outros peixes. Entretanto, é bom oferecer-lhe tubifex para manter seu porte e coloração bem como preparar-lhe a desova. Ambiente: - Um aquário comunitário, bem plantado, de 60 litros é suficiente para manter alguns exemplares. Não deve ser usado cascalho pontiagudo no fundo, pois poderá ferir a boca do Coridora. A temperatura pode variar de 18 a 26 graus Celsius e o pH pode ser neutro, ligeiramente alcalino.

C. robinae

C. reticulatus

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C U R V I C E P S

Espalhado pela América Central e do sul, os peixes conhecidos como curviceps pertencem à família dos Ciclídeos e classificados no gênero Aequidens. São peixes calmos e pacíficos, ao contrário da maioria dos ciclídeos. Vamos descrever as quatro espécies que julgamos serem as mais populares. Aequidens curviceps: - Originário do rio Amazonas e seus afluentes, no Norte do Brasil, é um peixe que habita o fundo dos rios, ficando escondido no meio das plantas, o que lhe valeu a fama de tímido e pouco sociável. É um peixe fácil de se criar e apesar de ser bonito é pouco criado em cativeiro. Atinge de 6 a 8 cm tanto na natureza como em cativeiro. Apesar de pacífico com peixes de outras espécies, não é aconselhável colocar dois curviceps no mesmo aquário, pois fatalmente irão brigar. É carnívoro e sua alimentação não requer maiores cuidados, podendo ser tratado com carne crua picadinha, alimentos vivos, etc.

93.Aequidens curviceps

Se reproduz facilmente em aquário. O casal escolhe uma pedra achatada, que limpa com a boca e, 24 horas após começa a desova, que pode demorar de 3 minutos a 2 horas. Os ovos eclodem 3 a 4 dias após a postura. O casal fica montando guarda aos ovos, limpando e oxigenando-os, durante todo o período de incubação. Depois de 5 ou 6 dias de nascidos, os filhotes saem do ninho e acompanham os pais em busca de alimentos. O aquário deve ser espaçoso, de no mínimo 60 litros, bem plantado e média iluminação. O pH pode variar de 6,8 a 7 e dH de 0 a 2. A temperatura pode ser de 26 a 28 graus C. e no

aquário de reprodução deve ser elevada para 30 graus. Aequidens maronii: - Originário das Guiana, essa espécie se distingue das demais do mesmo gênero, pela forma oval e pela faixa preta, arqueada, que corre da nuca até a garganta.

Pode chegar a 10cm de comprimento e o aquário deve conter um volume d'água de, no mínimo, 80 litros. O aquário deve ser bem plantado e receber média luminosidade. O pH pode variar de 6,5 a 7,5 e a temperatura de 22 a 26 graus. É carnívoro e aceita ração industrializada, bem como alimentos vivos, como artemia salina, etc... A forma de reprodução é idêntica para todos os peixes do gênero. Aequidens pulcher: - Conhecido como acará-azul, chega, no máximo, a alcançar 15cm, mas está pronto para reproduzir com apenas 6 ou 7cm. A fêmea é menor e exibe tiras escuras muito evidentes. É originário do Panamá, Colômbia e Venezuela.

94.Aequidens pulcher

Exige um aquário de pelo menos 100 litros, bem plantado e recebendo iluminação média. O pH pode se situar entre 6 e 8 e a temperatura pode variar de 21 a 26 graus. É um peixe gregário e vive bem em aquários comunitários. Se reproduz facilmente em cativeiro, sendo que vigia os ovos e é extremamente territorial. É carnívoro e prefere alimentos vivos

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Aequidens portalegrensis: - Se encontra espalhado no Brasil Meridional, Bolívia e Paraguai. É conhecido como acará-negro e chega a medir mais de 20cm. Essa espécie possui características muito próprias, como a mancha negra ovalada que se encontra na parte superior do pedúnculo caudal, a mancha alongada sobre o peito e a íris avermelhada ou amarelada.

Exige muito espaço e um aquário com mais de 100 litros é o ideal, bem plantado e pouco iluminado. A água pode variar da ácida à alcalina (pH 6 a 8) e a temperatura deve situar-se entre os 21 e 26 graus Celsius. Se reproduz facilmente em aquários; cuida dos ovos e filhotes; é territorial. Alimenta-se de ração flocada e alimentos vivos.

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DANIO LEOPARDO (Brachydanio frankei)

Popularmente conhecido como Dânio leopardo, o Brachydanio se caracteriza por ser um peixe de comportamento pacífico e de movimentos extremamente rápidos. Seu corpo parece transmitir eletricidade, tamanha a sua agilidade e a facilidade com que muda de direção. Originário da Índia, o Dânio leopardo somente é encontrado em outros lugares, vivendo no cativeiro. Ele se adapta perfeitamente aos aquários comunitários - desde que em cardume de, no mínimo, dez componentes. Na natureza, o Dânio vive em águas rasas de rios e lagos. Por esse motivo, ele raramente vai ao fundo do aquário, preferindo ocupar região mediana. O corpo do Dânio tem o fundo branco metálico, recoberto por manchas redondas azul-marinho, de tamanho regular que se assemelham às do leopardo, daí o nome vulgar. O macho é esbelto e, praticamente todo pintado. Já a fêmea é mais bojuda. A sua barriga, maior que a do macho, mesmo fora da época de reprodução, tem poucas manchas, é quase toda branca. Ambos atingem, em média, 6cm de comprimento, em cativeiro ou na natureza.

95.Exemplar do Brachydanio frankei

REPRODUÇÃO

O macho e a fêmea nadam freneticamente, lado a lado. Os ovos vão sendo expelidos e fertilizados imediatamente, caindo no fundo com rapidez. Para essa espécie, deve-se colocar areia de granulação grossa para impedir que os ovos fiquem aparentes, e sejam devorados pelos pais (alguns criadores colocam bolas de gude no fundo do aquário). Os dânios se

reproduzem facilmente em cativeiro. A fêmea pode produzir cerca de mil ovos. O tempo de incubação varia conforme a temperatura, quanto mais alta o tempo é menor, e vice-versa. Mas, de um modo geral, gira em torno de 3 a 6 dias, a partir da postura. Dos mil ovos produzidos, mais ou menos 30% sobrevivem. Após a desova, o casal deve ser retirado do aquário. Os alevinos deverão ser alimentados com infusórios somente após o sexto ou oitavo dia, pois até então se alimentam com o conteúdo do saco vitelino.

Albolineatus

O aquário de manutenção dever medir 80x40x40 e o de reprodução 50x30x30, com plantas soltas, como Elódeas e Cabombas. O pH pode variar de 7 a 7,6 e o dH de 0 a 3. A temperatura variando entre 24 e 26 graus é o ideal.

rerio

Como alimento, aceita qualquer tipo de ração, alimento vivo, congelado e vegetais. ===============================

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Dânio MALABARICO (Dânio malabaricus)

Toda um série de características distingue o Dânio do Brachydanio; por exemplo, o número de raios da barbatana dorsal e a linha lateral ou incompleta. Na natureza, o dânio-gigante mede até 15cm; no aquário, raramente supera os 10cm de comprimento. É um peixe gregário e vive muito bem em aquários comunitários. É de fácil criação, não exigindo maiores cuidados por parte do aquarista.

Um aquário de 60 litros, para viver em outras companhias, é o suficiente. Ambiente bem plantado com muita luminosidade. O pH pode variar de 6,5 a 7,5 e a temperatura pode oscilar entre 18 e 26 graus. A alimentação pode ser a flocada, industrializada ou alimentos vivos ou congelados.

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E N G R A Ç A D I N H O (Hyphessobrycon flammeus Myers)

Este pequeno peixe de brilhante coloração e movimentos ativos, que contribuem para dar vida e movimento ao aquário, pertence à família Characidae, sub-família Tetragonopteridae e gênero Hyphessobrycon. É um peixe bem adequado à manutenção em aquários ornamentais. Fora do Brasil, este peixe é conhecido popularmente como “Flame-Tetra” (tetra-fogo) em alusão, respectivamente, ao seu lugar de procedência e à sua coloração. No Brasil, também recebeu o nome popular de Engraçadinho, por causa de seus hábitos ativos e colorido vistoso. Originário dos arredores da cidade do Rio de Janeiro, onde, atualmente, devido à poluição tornou-se bem raro; também pode ser encontrado nas terras altas do Estado de São Paulo, próximo às cabeceiras do rio Tietê, onde ainda é relativamente comum.

No litoral de São Paulo encontra-se a espécie H. griemi, também comercializada às vezes como Engraçadinho. Porém, trata-se de uma espécie diversa. O griemi é muito parecido com flammeus, sendo praticamente indistinguível pelos iniciantes. As diferenças encontram-se na coloração e na reprodução. Como todos os tetras, o engraçadinho gosta de viver em cardumes de pelo menos seis indivíduos. Na sua coloração, destaca-se o vermelho vivo, sendo a região anterior do corpo prateado-amarelada com listras negras bem destacadas nos flancos. A borda anterior da nadadeira dorsal é negra, assim como as pontas das nadadeira ventrais e o bordo da nadadeira anal. No H.griemi não há bordas negras nas nadadeiras e a parte amarelada é um pouco mais forte. A distinção sexual se faz pelo exame da nadadeira anal. No macho, esta é quadrangular,

com o bordo negro bem definido, enquanto na fêmea a nadadeira anal é ligeiramente côncava, com a coloração negra mais esmaecida. Na época da reprodução a fêmea apresenta o ventre mais volumoso, devido ao desenvolvimento das gônadas (ovas). O comportamento reprodutor é semelhante ao dos outros tetras, consistindo basicamente em corridas pelo aquário e em uma espécie de dança, com o macho apertando o ventre da fêmea para forçar a expulsão dos óvulos. Os ovos ficam aderentes às folhas das plantas e a incubação leva cerca de 72 horas. Após a desova o casal deve ser retirado do aquário, pois pode devorar os ovos. Fácil de criar e de reproduzir, é indicado para aquaristas iniciantes; já a outra espécie é de difícil reprodução.

CUIDADOS NA CRIAÇÃO Alimentação: - Aceitam flocos, larvas, pasta variada e artemia salina. Os alevinos devem ser tratados, nos primeiros dias, com infusório e após 5 dias deve ser oferecido náuplios de artemia salina. Ambiente: - O aquário deve ter 20 ou mais litros de capacidade, com cascalho neutro de rio no fundo, plantado abundantemente com plantas do tipo Cabomba e Elódea; deve ter iluminação moderada e ambiente sombreado por plantas flutuantes. A água deve ser neutra, bem filtrada e limpa. O pH pode ser 6,8 a 7 e a temperatura pode variar de 24 a 26 graus C. Gosta de viver em cardumes de pelo menos 6 indivíduos. É um peixe sociável e pacífico, podendo viver bem em aquários comunitários ===============================

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P E I X E - F A C A (Eigenmannia virescens)

Semelhante a um instrumento cortante, os peixes da família do ginotídeos justificam sua presença em aquários não apenas pelo porte bizarro, mas também, pelo curioso temperamento e corpo em forma de faca. Originário de riachos sul-americanos, diferem dos demais peixes pela ausência de algumas nadadeiras, como a dorsal, por exemplo, e pelo fato de se movimentarem fazendo uso de nadadeiras enquanto mantém o corpo rígido, ao passo que a maioria dos outros peixes se movimenta pela ondulação do corpo. Os peixes-faca, como são popularmente conhecidos e classificados, produzem um campo elétrico ao redor de si, o que lhes facilita a percepção de outros animais, evitando a ação de predadores e, também, auxiliando-os a caçar com mais facilidade. De uma forma geral, os exemplares desta família não são pacíficos, atacando e devorando pequenos peixes. Por isso, o aquário para eles deve ser bem plantado e dispor de outros abrigos, como pedras, troncos ou até mesmo alguns tijolos de cerâmica vazados. Mesmo assim, não é raro que um peixe desta família acabe por matar seu próprio companheiro. O curioso nos ginotídeos é que, em razão deste temperamento agressivo e territorial, passam a maior parte do tempo escondidos entre as plantas ou pedras. É à noite que se movimentam com mais agilidade no aquário e acabam atacando suas presas - geralmente peixes de porte menor. À medida que se habituam ao cativeiro, costumam aparecer, durante o dia, no horário da alimentação. Por isso, quanto menos o aquarista interferir em seu aquário, evitando sustos nos peixes, mais chances ele terá de poder apreciar, mesmo que por tempo pequeno, o exotismo desta família.

Entre os peixes-faca, os mais conhecidos são os Ituís: o ituí-cavalo, o ituí-transparente e o sarapó,etc... Outro ginotídeo muito conhecido é o peixe-elétrico - Electro forus electricus, capaz de gerar corrente elétrica. Por atingir grande porte, podendo atingir até 1 metro de comprimento, dificilmente é visto em aquários domésticos. Alguns autores chegam mesmo a classifica-los em uma outra família, a Electroforidae.

CUIDADOS NA CRIAÇÃO Alimentação: - são essencialmente carnívoros e podem ser alimentados com filhotes de guarús, tirinhas de coração de boi e artemia salina. Ambiente: - devido ao temperamento agressivo e territorial, o aquário deve ser espaçoso, com 1 metro de frente. O aquário deve ter abrigos, por meio de abundância de plantas ou, mesmo, tijolos, para que se sinta mais seguro e abrigar-se de possíveis ataques. O pH deve ser ligeiramente ácido, em torno de 6,8 e a temperatura em torno de 25 a 26 graus Celsius. Não são indicados para aquários comunitários, devido ao seu temperamento agressivo e territorial. ===============================

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K R I B E N S I S (Pelmatochromis kribensis)

Vermelho, preto e dourado, o kribensis é um dos mais bonitos e colorido peixe africano. Territorial por excelência, ele escolhe um espaço no aquário e o defende de possíveis invasores.

99.Exemplar de Kribensis, fêmea.

Aliás, essa é uma característica da família Cichlidae, à qual pertence esse peixe, assim como acará-disco e o bandeira. No entanto, ao contrário de seus parentes que chegam a precisar de um aquário só para eles, o kribensis, devido a seu porte relativamente pequeno - atinge até 10cm - pode conviver com outras espécies, sem maiores problemas, em aquários comunitários É uma espécie relativamente nova para os aquaristas, pois só foi introduzido em aquários no fim dos anos 50; o kribensis é originário de rios equatoriais da região oeste da África. Foi classificado por Boulenger que lhe deu o nome científico (Pelmatochromis = significa região pélvica colorida e kribensis= é uma referência ao rio Kribi). Um aspecto interessante desse peixe é que a tonalidade de seu colorido demonstra, com clareza, o que se passa com ele. Esta comunicação através das cores é uma característica dos ciclídeos e é comum ouvir-se falar que eles possuem um “guarda-roupa” próprio. Um exemplo disso é a cor pálida e nada atraente com que o kribensis é encontrado nos aquários das lojas. Isso se deve ao fato de que nesses locais os peixes, geralmente, estão desprotegidos, mal acomodados e com medo. Quando levamos um casal para um aquário com água ligeiramente ácida - pH 6,5 - com plantas em abundância e bem enraizadas, para não serem desplantadas e com vários abrigos

onde possam se ocultar, temos a nítida impressão de que estamos diante de um outro peixe, tal a beleza e intensidade com que exibem suas cores.

100.Exemplar macho de Kribensis

Uma mistura de partes iguais de espinafre cozido e coração de boi cru é um excelente alimento para o kribensis. No entanto, é sempre aconselhável complementar essa dieta com presas vivas como dáfnias e artemia salina.

REPRODUÇÃO

É na época da procriação que este peixe mostra seu colorido mais exuberante. O macho apresenta a metade inferior vermelha, com uma faixa longitudinal preta que atravessa todo seu corpo. A nadadeira dorsal é pontiaguda e colorida em preto, vermelho e dourado. A nadadeira caudal apresenta em sua parte superior alguns pontos pretos (ocelos) que, no entanto, podem estar ausentes em alguns indivíduos. A fêmea tem aproximadamente a metade do tamanho do macho. Seu ventre fica volumoso e de um lindo vermelho grená. A nadadeira dorsal apresenta uma larga faixa dourada, limitada por uma tarja preta. Ela possui, também, nessa nadadeira, próximos à cauda, alguns ocelos pretos. Esta marca é muito útil para distinguir os sexos quando os peixes estão descoloridos. Para a reprodução, coloque o casal em um aquário de 50 litros, com água ácida (pH 6,5), muitas plantas e uma telha no centro do aquário, pois será ali que a desova acontecerá. A corte é muito graciosa: o macho cava um buraco sob a telha e, aos poucos, a fêmea se junta a ele nessa tarefa. É comum vermos a

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fêmea “oferecendo” ao macho seu abdômen vermelho e volumoso. A desova ocorre no teto da telha e será cautelosamente guardada pelo casal que se reveza nesse trabalho. Os ovos são postos a uma distancia de meio centímetro um do outro e possuem uma coloração acinzentada.

OS ALEVINOS

Os filhotes nascem de 2 a 3 dias após a desova e são transportados pela fêmea para outros buracos espalhados por todo o aquário. Em torno de 6 dias de vida, a prole começará a passear pelo aquário, sempre acompanhada dos pais. Estes cuidam dos filhotes com muito zelo, afugentando qualquer estranho que se aproxime, inclusive o dedo do aquarista. Nessa fase dos passeios, os alevinos deverão ser alimentados com microvermes e náuplios de artemia salina, mas já aceitarão raspas de fígado e gema de ovo cozido. De forma geral, não há necessidade de separar os pais dos filhotes. No entanto, caso o casal comece a se desentender em qualquer parte do processo após a desova, deve-se retirar o macho para evitar que venha a devorar a prole. Quando a fêmea voltar a ficar com o ventre volumoso, se desinteressará automaticamente pelos filhotes e poderá ser levada a uma nova desova. A maioria dos ciclídeos atingem grandes proporções, por isso, necessitam de aquários de grandes dimensões. Por causa disso, muitos aquaristas pensam que esses peixes são muito difíceis de se criar. No entanto, isso não é verdade e o kribensis é um bom exemplo de como um ciclídeo pode embelezar um aquário de proporções médias. ===============================

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PEIXE - LÁPIS (Nannostomus marginatus)

Pertencente à família dos Caracídeos, o peixe-lápis é gracioso, com suas belas cores e temperamento pacífico, é ideal para habitar aquários comunitários. Seu nome cientifico é uma alusão às suas características: nanno=pequeno e stomus=boca; em grego, boca pequena. O nome popular, peixe-lápis, deriva de seu formato alongado (fusiforme), adequado à natação em águas de pequena correnteza, como igarapés, igapós e remansos nas margens dos rios. Além da referida faixa dourada, este peixe ostenta as nadadeiras manchadas de belos tons de vermelho, com exceção das peitorais e da caudal.

101.Exemplar do peixe-lápis, macho.

Ainda que de pequeno porte, raramente alcançando os 4cm, está longe de ser delicado, embora em cativeiro deve ser mantido com espécies pequenas, pacíficas e tranqüilas, pois, do contrário, passará a maior parte do tempo escondido entre as plantas do aquário. o N.marginatus tem a boca terminal, com a curiosa particularidade de não possuir dentes na mandíbula, e sim bem na ponta do focinho, adequada à apreensão de presas como larvas de mosquitos e outros insetos aquáticos: Dáfnias cyclops, etc... Para reprodução, recomenda-se um aquário com 20 litros de capacidade, fundo de cascalho grosso de rio ou bolas de gude, plantado com Cabomba ou Musgo de Java. A fêmea é ligeiramente maior e apresenta o ventre mais volumoso, nadadeira anal triangular com o bordo transparente. O macho é mais esguio, tem as nadadeiras mais vermelhas, e a abertura anal arredondada com borda negra. A dança nupcial dá-se com corridas pelo

aquário e requebros entre o macho e a fêmea, culminando com a pressão do flanco do macho contra a fêmea, forçando a expulsão de um óvulo, que é imediatamente fecundado. A postura não é muito grande, raramente atingindo cem ovos. Uma vez terminada, devem-se retirar os pais do aquário, pois devoram ovos e larvas. O tempo de incubação dos ovos varia de 48 a 72 horas, e as larvas, muito pequenas, devem receber infusório e dieta líquida para alevinos. Após três dias, podem receber microvermes e náuplios de artemia salina. O crescimento dos alevinos é rápido, e em uma semana já se alimentam de ração em pó bem fina. Originário da parte superior da Bacia Amazônica, Guiana e Colômbia. Companheiros ideais para esta espécie são os bengalinhas, as Coridoras, os borboletas, etc....

CUIDADOS NA CRIAÇÃO Alimentação: - Dáfnias, artemia salina bem pequenas, larvas de mosquito e ração em flocos. Para os alevinos, infusório até 5 ou 6 dias, náuplios até 15 ou 20 dias e ração granulada bem fininha. Ambiente: - Um aquário de 20 ou mais litros é o suficiente; vegetação abundante e luz filtrada por plantas de superfície, filtro interno com turfa. o pH pode variar de 6,5 a 7, o dH fixado em 2. A temperatura pode oscilar entre os 24 e 28 graus C. É de temperamento pacífico, dando-se bem com espécies pequenas de hábitos semelhantes, como o bengalinha, cardinais, etc... ===============================

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LEPORINUS (Leporinus fasciatus)

Muito comum no Brasil, o Leporinus é um peixe bonito, pacífico e de vida bastante ativa, possuindo movimentos rápidos e constantes. Por essa razão, dá rara beleza ao aquário (ele habita uma região mais funda ), sendo inúmeros os aquarista que o adquirem. Originário da América do Sul, podendo ser encontrado das Guiana a La Plata, na Argentina, o Leporinus é listrado como uma zebra e mede 33cm quando em liberdade, não ultrapassando, em cativeiro, os 15cm. De constituição alongada, olhos grandes e pretos, possui cor amarelo alaranjada e é atravessado por dez largas faixas negras e paralelas, assemelhadas a anéis. A primeira faixa está situada na boca e a última no pedúnculo caudal. As nadadeiras adiposa e anal são negras, e a cauda em forma de tesoura, é transparente. O Leporinus é um voraz comedor de plantas e algas. Por esse motivo, a fim de evitar que devore as plantas do aquário, é aconselhável ao criador deixar sempre à sua disposição alface, espinafre e agrião. Esta última verdura pode ser presa ao fundo do aquário, amarrando-a a uma pedra, o que facilita as refeições do peixe. Além disso, deve-se dar preferência a colocar no aquário plantas de folhas duras, como a Goianense, a Anúbia e a Lagenandra. Nessa espécie, as diferenças entre o macho e a fêmea estão, basicamente, no tamanho e nas cores. O macho é esbelto, menor e possui cores vivas, enquanto a fêmea, maior, tem o ventre mais bojudo e apresenta cores menos pronunciadas. Na época de reprodução, o Leporinus age de forma curiosa: o casal de peixe nada freneticamente em torno das plantas que flutuam no meio líquido e, bem próximos um do outro, iniciam a desova. Os óvulos são fertilizados imediatamente e, ao caírem, aderem nas raízes das plantas flutuantes, nas folhas das plantas submersas, no vidro do aquário ou em qualquer lugar que pousem. O tempo de incubação dos ovos varia de acordo com a temperatura da água do aquário,

não excedendo, porém, oito dias. Terminado o período de incubação, nascem os alevinos, entre 50 e 200 por ninhada. Um dado importante para o aquarista: o casal de peixes deve ser retirado do aquário logo após a desova, caso contrário poderão devorar todos os ovos e filhotes. Também é importante, quando em cativeiro, evitar colocar o Leporinus com espécies não compatíveis com a sua, ou seja, peixes que o ataquem - basicamente, os da família dos Ciclídeos, como a Caraúna, o Apaiari e o Zebra. De resto, o Leporinus convive bem com qualquer outra espécie, pois não é agressivo.

102. Exemplar do Leporinus.

CUIDADOS NA CRIAÇÃO

Alimentação - O Leporinus deve ser alimentado com alface, espinafre e agrião (crus), mas pode receber, eventualmente, flocos, pasta de Gordon. Os alevinos podem consumir infusório, alface e espinafre liquidificados (até virarem água) e, até 40 dias de vida, água verde de lagos ornamentais. Os alimentos devem ser fornecidos 3 vezes ao dia. Ambiente - O aquário para manutenção pode ser em torno de 100 litros, com pedras e plantas duras. O aquário para reprodução deve medir, no mínimo, 70x35x30, contendo areia no fundo, sem pedras; o aquário deve ter plantas de superfície, como a alface d'água ou aguapé. Usar filtro externo com sifão, que deve ser desligado durante a desova e após o nascimento dos alevinos. O pH pode variar de 7 a 7,4, o dH de 0 a 2 e a temperatura de 23 a 26 graus Celsius. É de temperamento pacífico, podendo viver muito bem em aquários comunitários ===============================

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LIMPA- VIDROS (Otocinclus affinis)

Existem algumas espécies de peixes conhecidas pelos aquaristas como Limpa vidros, devido ao hábito de passarem grande parte do tempo raspando algas dos vidros e outras superfícies dos aquários. Pertencendo aos gêneros Microlepidogaster, Otothiris, Otocinclus e Parotocinclus, todos os Limpa-vidros são muito semelhantes entre si, sendo praticamente impossível ao aquarista sua identificação a nível genérico e específico. Fazem parte da família Loricaridae e se caracterizam por possuir o corpo recoberto por placas ósseas, nadadeiras com espinhos (exceto a caudal), boca ventral - situada na parte inferior do focinho - lábios grandes e largos e dentes apropriados para a raspagem de algas. De todas as espécies, a mais divulgada entre os aquaristas é o Otocinclus affinis, natural do Estado de São Paulo, sendo encontrado em rios e riachos de correnteza forte ou média; muito raramente em águas lentas ou paradas. Sua coloração é cinza-amarelada no dorso, com uma faixa preta que vai do focinho à base da nadadeira caudal, além do branco-prateado no ventre. Lembrando um cascudo em miniatura, do qual difere pela ausência de uma pequena nadadeira sem raios situada atrás da aleta dorsal (aleta adiposa) tem a forma perfeitamente adaptada ao habitat em que vive. O corpo é achatado no dorso e a boca em forma de ventosa impede que seja arrastado pela correnteza, já que não é um exímio nadador. Desloca-se nadando com dificuldade curtos trajetos, ou se arrastando sobre as pedras e plantas. No aquário, procede da mesma maneira, embora possa nadar com menos esforço, pela ausência de correnteza. Não existe dimorfismo sexual aparente, isto é, macho e fêmea são praticamente idênticos na forma e colorido. Isso dificulta a reprodução em cativeiro, embora esta já tenha sido observada, de modo esporádico. De qualquer forma, é um peixe que existe em grande quantidade nos rios. Por essa razão, possivelmente não houve interesse em estudar a

fundo o ciclo reprodutivo, faltando, em livros especializados, dados sobre a evolução dos ovos e alevinos. Este peixe alimenta-se basicamente de algas, as quais ingere em grandes quantidades, passando a maior parte do dia a procura-las. Na falta delas, aceita outros alimentos para peixes, e pode chegar a raspar os cadáveres de peixes mortos não retirados do aquário se não encontrar nada mais adequado.

103.Limpa-vidros colado ao vidro do aquário.

De temperamento pacífico, é bom companheiro em aquários comunitários, convivendo bem com outras espécies de peixes. Em aquários de grandes dimensões, para o criador que tem também pretensões decorativas, é bom manter vários exemplares juntos. A temperatura ideal para limpa-vidros é em torno de 24 a 26 graus, o pH de 6,6 a 7,2. O aquário deve receber iluminação intensa, para favorecer o aparecimento de algas. ===============================

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MATO-GROSSO (Hyphessobrycon callistus)

Um peixe brasileiro que gosta de nadar em cardumes, com seu tamanho reduzido e coloração simples, enfeita o aquário comunitário, ao qual se adapta com facilidade, já que é bastante pacífico. Originário da bacia hidrográfica do rio Paraná, este peixe também é encontrado nas margens de lagoas de pouco fluxo de água e vegetação abundante que existem nas vizinhanças da cidade de São Paulo. O Hyphessobrycon callistus, foi classificado por Boulenger e pertence à família dos Caracídeos. Encontrado na Amazônia, existe um caracídeo do mesmo gênero, classificado por Durbin, denominado Hyphessobrycon serpae, cujos hábitos e comportamentos são semelhantes ao do Mato Grosso; é conhecido como Tetra-se-serpa. Hyphessobrycon callistus - é um peixe de pequeno porte, não ultrapassando os 4cm de comprimento; seu corpo, de tonalidade rosada, apresenta lateralmente, em seu terço anterior, uma mancha preta em forma de losango. Embora não se movimente muito, torna-se extremamente ágil quando assustado ou em busca de comida.

104.Exemplar do Hyphessobrycon callistus

Quanto à água, prefere ligeiramente ácida, com pH em torno de 6,8; a temperatura ideal é em torno de 25 graus C. O aquário deverá estar plantado abundantemente com Elódea, Cabomba, etc... É carnívoro, adorando presas vivas, como artemia salina, Dáfnias, etc..., mas aceita também, rações flocadas. Para a reprodução, os peixes devem ser alimentado, duas semanas antes do acasalamento, com alimentos vivos. As fêmeas apresentarão o ventre avolumado e os machos

serão mais esguios. Quando isso acontecer, escolha 4 machos e 2 fêmeas, colocando-os em um aquário com vegetação abundante e temperatura em 28 graus C. Um ou dois machos conduzirão uma fêmea até a folhagem, onde ela depositará de 100 a 300 ovos, que serão fecundados, em seguida, por eles. Logo que acabe a atividade reprodutiva, os peixes devem ser retirados do aquário, caso contrário poderão devorar boa parte dos ovos. A eclosão ocorre 2 ou 3 dias e os alevinos serão alimentados com infusório e, logo em seguida, com náuplios de artemia salina. Hyphessobrycon serpae - Encontrado na Amazônia, conhecido popularmente como Tetra-de-serpa, pertence a um grupo de espécies que ainda não estão bem definidas; são gregários, pacíficos e podem viver em aquários comunitários. Um aquário com 50 litros pode abrigar um cardume de 6 a 8 elementos com abundância de vegetação e luminosidade. Atingem cerca de 5 cm de comprimento.

105.Exemplar do Hyphessobrycon serpae.

O pH da água pode variar de 6 a 7 e a temperatura da água em 22 a 26 graus C. São peixes fáceis de se criar e reproduzir em cativeiro. Alimentam-se de ração flocada e alimentos vivos, como artemia salina, Dáfnias, etc... O macho apresenta as cores mais vivas e vermelhas, enquanto que a fêmea é mais discreta em suas cores. São peixes bonitos e simpáticos, de fácil adaptação ao cativeiro. ===============================

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P A C U

Existem duas espécies de pacus, todas originárias do Brasil. São elas: Metynnis roosevelti - originário da Amazônia, mais precisamente, da cidade paraense de Santarém, o pacu tem a origem indígena do seu nome. Sendo da família da piranha, são muito parecidas em seu aspecto externo: possui o corpo arredondado, lateralmente achatado e sua boca é voltada para cima. De coloração prateada, tem nadadeira transparentes com bordas avermelhadas. Embora tenha dentes em sua maxilas e seu corpo seja parecido com o da carnívora piranha, o Pacu tem o temperamento muito tranqüilo e é vegetariano. Seu relacionamento é pacífico com qualquer espécie de peixe, não sendo capaz de prejudicar nem os pequeninos filhotes de Lebiste. É encontrada na parte média à inferior dos rios, sempre em cardumes de no mínimo 5 indivíduos. Apesar de não ser necessária experiência para cria-lo, alguns cuidados são importantes. Em primeiro lugar, deve ser muito bem alimentado, caso contrário poderá molestar outros peixes. Sozinho movimenta-se muito pouco; porém, junto com outros peixes, não para de nadar. Assim, é aconselhável não colocar muitos exemplares em um aquário pequeno. Sua reprodução em cativeiro é realizada em larga escala, através de hipofisação, para abastecer clubes de pesque-pague, pois é um dos peixes mais requisitados. Praticamente não existe dimorfismo sexual. Sua alimentação deve ser à base de vegetais, como alface, espinafre ou qualquer outro vegetal picado, de maneira que o animal possa abocanhá-lo. O aquário deve ser de, no mínimo, 80 litros, para abrigar de 4 a 6 exemplares. Como decoração podem ser utilizados troncos, pedras, etc... mas nunca vegetação natural, pois seria um prato cheio para o pacu. O pH deve ser ligeiramente ácido (6,8) e a temperatura pode variar de 22 a 28 graus Celsius. Metynnis hypsauchen - espécie originária da Amazônia, também, mas sua distribuição é

mais ampla. Podemos encontra-lo, inclusive no pantanal mato-grossense. São peixes gregários e vivem em grupos de 6 a 10 indivíduos. Atingem até 20cm de comprimento São peixes pacíficos, podendo viver em harmonia junto com outras espécies, são vegetarianos e devoradores de plantas aquáticas, por isso não se deve usa-las como decoração. O aquário deve ser de 100 litros no mínimo, recebendo luminosidade intensa; o pH pode variar de 6 a 7 e a temperatura de 24 a 28 graus C.

106.Exemplar da espécie M.hypsauchen

Sua alimentação deve ser à base de vegetais, como o alface, espinafre, etc... Sua reprodução em cativeiro nunca foi observada.

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PEIXE-DO-PARAISO (Macropodus opercularis)

Bonito e resistente, o Peixe do Paraíso é ideal para o aquarista iniciante. Capaz de suportar baixas temperaturas, ele também consegue sobreviver em águas com pequenos teores de oxigênio. Muito colorido, principalmente na época da reprodução, seu corpo é listrado verticalmente de azul e vermelho. As nadadeiras dorsal e anal são azuis com contornos brancos, as pélvicas azuis com as pontas laranja e a caudal vermelha, salpicada de branco. Suas formas também são muito atraentes, com as nadadeiras longas e pontiagudas e a cauda em forma de lira, que pode apresentar longos filamentos. Pertencente à família dos Anabantídeos, o Macropodus opercularis foi classificado por Linaeus, em 1758. Originário dos campos de arroz da China, foi introduzido em aquários na França, em 1868.

107.Exemplar macho.Note as nadadeiras

longas. Como todos os membros da família Anabantidae, o Peixe do paraíso possui, no alto da cabeça, um órgão respiratório chamado labirinto. Graças a ele, o peixe consegue respirar o oxigênio da atmosfera, além daquele dissolvido na água. A isto se devem as freqüentes idas à superfície, tão características de sua família. Em casos de superalimentação, quando o excesso de comida se decompõe consumindo o oxigênio da água, enquanto os outros peixes morrem asfixiados, o Paraíso sobrevive, indo respirar o ar atmosférico. Além da tolerância a pequenos teores de oxigênio, este peixe resiste bem a baixas

temperaturas e já houve casos de exemplares que sobreviveram em águas a 5 graus C. Graças a essa rusticidade, o Paraíso é um dos raros peixes que poderiam ser mantidos sem aquecimento, mesmo no inverno, e sem aerização. De fato, o aquário deste peixe pode ser bem simples e dispensa o uso de qualquer equipamento, sendo necessária apenas uma camada de areia ou cascalho e algumas plantas, como valisnéria e Elódea, para oferecer abrigo. O Paraíso vive bem tanto em águas ácidas quanto em alcalinas e, caso o aquário disponha de aquecimento, a temperatura ideal é em torno dos 23 graus C. Um casal será perfeitamente mantido em um pequeno volume de água (10 a 15 litros). No entanto, caso o abrigo seja insuficiente para que a fêmea se oculte, o macho, sempre disposto à reprodução, poderá até matar a companheira, caso ela não esteja pronta para procriar, sendo preciso então separa-los. A alimentação também não é problema pois este peixe aceita de tudo, desde alimentos vivos, até os secos ou em pó. No entanto, sua preferência é por produtos de origem animal, como raspas de fígado cru, coração de boi, etc...

A REPRODUÇÃO

Distinguir o sexo nesses peixes é fácil pois enquanto o macho apresenta um colorido mais exuberante e nadadeiras pontiagudas, a fêmea tem cores mais apagadas, as formas mais roliças e nadadeiras menores e menos pontiagudas.

108.Exemplar fêmea. Observe as nadadeiras

menores e mais curtas. Um aquário com pequena profundidade (15cm no máximo) e algumas plantas, serão

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suficientes para a reprodução. Nessa ocasião, o macho estará bastante colorido e a fêmea com o ventre volumoso, repleto de ovos. Juntos, eles construirão um ninho de bolhas, na superfície da água. Após esse trabalho, terá início a corte, um verdadeiro espetáculo de cores e movimentos, semelhante a uma dança nupcial. O macho conduzirá a fêmea para sob o ninho e começará a abraça-la. Depois de cada abraço, o macho apanhará com a boca os ovos desprendidos pela fêmea e os colocará no ninho. A desova dura cerca de uma hora e produz de 100 a 500 ovos. Ao término da desova, será melhor retirar a fêmea para outro aquário. Isto evita que o macho, no seu zelo de guardar os ovos, acabe por matar a companheira. Por outro lado, se o aquário for bem espaçoso e com muitas plantas que ofereçam abrigo, não será necessário separar o casal ou retirar os filhotes, ocorrendo desova após desova. Os ovos eclodem em dois dias e, durante a primeira semana de vida dos filhotes não será necessário alimenta-los, pois eles ainda estarão consumindo o conteúdo do saco vitelino ao qual nascem presos. Após esse tempo, poderão ser alimentados com infusório e, a partir da terceira semana, com microvermes e alimentos finamente granulados, como os encontrados nas lojas especializadas. Um cuidado importante nessas primeiras semanas de vida, é a colocação de uma tampa de vidro sobre o aquário de desova. Nessa fase, os filhotes ainda são muito frágeis e, como ficam próximos à superfície, uma mudança brusca de temperatura poderá ser fatal.

O PARAISO E A CIÊNCIA Existem poucos peixes que, como o Paraíso, tenham sido objeto de tanto estudo por parte da ciência. Provavelmente ele foi o primeiro peixe tropical a ter seus hábitos e reprodução estudados em aquário. Foi também um dos primeiros dos quais se conseguiu variedade em cativeiro, já que sua forma amelânica (listras azuis e vermelhas sobre um fundo branco) foi obtida em 1933, na Europa.

Mas a contribuição deste peixe à ciência não para aí. Graças à sua rusticidade e voracidade, já existem, no Brasil, estudos para utiliza-lo no controle biológico dos caramujos intermediários da esquistossomose, mosquitos e outros insetos aquáticos cuja proliferação excessiva possa ser prejudicial à saúde humana. ===============================

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PIRANHA (Serrasalmus nattereri)

Fama de feroz, bem como a forma e colorido, fazem das Piranhas peixes desejados por alguns aquaristas. Entretanto, estes Caracídeos brasileiros não são especialmente indicados para o aquarismo, pois atingem até 40cm de comprimento e são extremamente vorazes, sendo difícil o seu convívio com outros peixes.

109.Piranha da espécie S.nattereri

Uma das espécies de piranha mais admirada é a Serrasalmus natterri, com colorido cinza metálico salpicado de prateado, lembrando purpurina, e o ventre e a região opercular coloridas por um vermelho intenso. Mas existem várias espécies de piranha: a preta, a vermelha, a caju, etc. Todas tem como característica principal, mandíbulas fortes, ligadas a uma possante musculatura mastigatória, e seu dentes são lâminas triangulares pontiagudas e cortantes. Graças a esta disposição anatômica, são capazes de cortar pedaços de carne que são engolidos inteiros e com muita rapidez. Individualmente, uma Piranha não oferece muito perigo, porém grandes cardumes de centenas de indivíduos, forma na qual costuma viver, são capazes de devorar um boi ou qualquer animal de grande porte em minutos ou mesmo segundos. Seu perigo é proporcional à sua fome e à condição da vítima; na verdade só atacam, em bando, animais sangrando e peixes que estejam com comportamento anormal ou feridos. A reprodução das Piranhas já foi conseguida em cativeiro, com animais de mais de 20cm de comprimento, bem alimentados, e numa temperatura de 28 graus C. Quando vai haver a desova, o casal se excita com jogos de corpo e finalmente a fêmea passa pelas raízes de um aguapé soltando os óvulos que são

imediatamente fecundados pelo macho. Esse procedimento é repetido várias vezes. As larvas nascem entre dois a quatro dias, alimentando-se de plâncton, e logo após de carne, tubifex, Dáfnias e artemia salina.

Piranha preta

Quem quiser começar uma criação de piranhas, vai ter alguma dificuldade em encontra-las, já que elas são difíceis de transportar; mesmo os peixes jovens destróem os sacos plásticos com suas dentadas. Apesar disso, não oferecem perigo para o dono, porque as Piranhas são tímidas no aquário e não ousariam atacar a mão do aquarista. Será preferível iniciar a criação com 6 a 12 pequenos animais jovens, de 2 a 3 cm. O aquário deverá ser grande, prevendo o crescimento dos animais, de no mínimo 100 litros, montado com cascalho e bem plantado; o pH poderá variar de 6 a 7 e a temperatura de 23 a 29 graus Celsius. ===============================

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RAMIREZI (Papiliochromis ramirezi)

Cativante pela beleza e temperamento, o Ramirezi apresenta uma característica bastante interessante: sua tonalidade azul metálica se torna mais ou menos acentuada de acordo com o humor do peixe. Assim, num verdadeiro processo de comunicação, o aquarista poderá saber quando seus exemplares estão com medo, inseguros ou prontos para a desova.

Classificado por muito tempo no gênero Apistrogramma, o cíclideo-de-ramirez foi, depois, escolhido para representar a espécie típica de um novo gênero: Papiliochromis (que significa “cor de borboleta”). Essa classificação partiu do nome que lhe é dado em inglês: butterfly fish. Originário da Venezuela foi classificado por Myers e Harry. Este peixe é um dos raros ciclídeos de porte pequeno, atingindo, no máximo, 8cm de comprimento. Por isso, embora territorial durante a desova como os demais membros de sua família, pode ser mantido sem maiores problemas em aquários comunitários ou de poucas dimensões. Geralmente, os exemplares existentes nas lojas, apresentam um cor um tanto pálida devido às más condições das instalações: sem abrigos onde os peixes possam se ocultar e densamente povoadas. Mesmo assim, na medida do possível, os aquaristas devem escolher dois machos bem coloridos, identificados pelo tom azul metálico do corpo e os primeiros raios da nadadeira dorsal, negros e longos. Da mesma forma, as duas fêmeas, menores e mais pálidas que os machos, deverão ter o abdômen volumoso, cor de tijolo. Para reavivar as cores dos Ramirezis recém adquiridos, e prepara-los para a desova, é aconselhável que sejam colocados num aquário

com água naturalmente acidificada por xaxins, recebendo uma alimentação à base de larvas de mosquito ou artemia salina.

A REPRODUÇÃO

Após alguns dias em um aquário em boas condições e consumindo alimentos vivos, os peixes estarão prontos para a procriação. Nessa altura, começarão os primeiros passos da “dança” do acasalamento entre os casais, com golpes laterais de corpos e jogos de mandíbulas atadas, onde macho e fêmea ficam presos um ao outro pela boca. Isso serve para que eles avaliem suas forças e o par para a desova estará formado quando estes forem equivalentes. Durante esse processo, um dos casais dominará a pedra central do aquário, que será cuidadosamente limpa para receber os ovos. Nesse momento, o casal restante deverá ser transferido para outro aquário, onde poderá também desovar. Uma vez limpa a pedra, a fêmea coloca seus ovos em fileiras sobre ela, onde serão, em seguida, fecundados pelo macho. Depois disso, o casal se reveza “ventilando” os ovos com as nadadeiras, de modo a formar correntes de água para evitar que fungos ou parasitas se fixem nela. simultaneamente, vão cavando buracos no cascalho para receber os recém-nascidos, depois que os ovos eclodirem, o que acontece em alguns dias. Depois disso, a prole começa a nadar, sob vigilância incansável dos pais, que só serão retirados do aquário quando seu interesse pelos filhotes diminuir. Para alegrar e enfeitar ainda mais seu aquário, além do Ramirezi azul, existe também uma variedade dourada, conseguida através de mutação. Alimentação: - aos peixes recém adquiridos, deve ser oferecida comida viva em abundância, especialmente artemia salina. Aos alevinos, quando começarem a nadar, deve ser oferecida uma mistura de ovo cozido com leite em pó. Alguns dias depois, poderão ser tratados com náuplios de artemia salina. Ambiente: - um aquário de 50 litros, plantado abundantemente, ornamentado com troncos e ao centro uma pedra plana, colocada de tal

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maneira que se forme uma espécie de toca sob ela. A pedra será usada para a desova. Instale um filtro biológico para manter a água sempre limpa. A temperatura pode oscilar entre os 23 e 27 graus C. O pH deve ser ligeiramente ácido (6 a 7). O Ramirezi é um peixe de comportamento tímido, podendo tornar-se agressivo durante a desova. ===============================

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R E C O - R E C O (Platydoras costatus)

Todo preto, com uma faixa branca atravessando longitudinalmente o seu corpo de ambos os lados. Trata-se do Reco-reco, cientificamente chamado de Platydoras costatus.

A cor branca da faixa, que nasce entre os olhos e termina na cauda, se repete entre a base e a ponta das nadadeiras dorsal e caudal, na parte superior das nadadeiras pélvicas, adiposa e ventral, e na região externa das peitorais. Fica com o ventre encostado no fundo do rio, escondido durante o dia e movendo-se à procura de alimento durante a noite. Para reconhecer o ambiente e identificar possíveis alimentos, utiliza-se de barbelas táteis que tocam no chão, sendo longas no lábio superior e curtas no inferior. O seu corpo, em vez de escamas, é recoberto por duras placas ósseas. O primeiro raio da nadadeira dorsal é um espigão ósseo pontiagudo, serrilhado e muito afiado. Acompanhando a lateral e a extremidade das nadadeiras peitorais, há uma fileira de afiados espinhos curvos para trás. Com essas características, não é presa fácil. Pode dilacerar qualquer inimigo com o espigão ósseo ou, se abocanhado por um predador maior que ele, abre as nadadeiras peitorais e dorsal, perfurando toda a região bucal do desavisado agressor, que é obrigado a cuspi-lo. Quando apanhado em redes comuns, corta-as como se usasse tesouras. Seu ponto vulnerável é a parte de baixo do corpo, que não possui as placas ósseas, justamente o lado que fica em contato com o solo. Recebeu esse nome vulgar, reco-reco, porque quando tirado da água, emite um som parecido com esse instrumento. É um peixe carnívoro e ataca os peixes pequenos, devorando-os.

Ocupa a parte inferior do aquário, de onde sai, à noite, para caçar e vasculhar a areia do fundo em busca de alimento. É essencial que o reco-reco receba, pelo menos uma vez ao dia, alimento à base carne crua. É importante colocar a carne à noite, pois ele não enxerga de dia e ao sentir o cheiro de alimento, poderá sair da toca e atacar peixes menores. É muito útil ao aquário por consumir restos de alimentos de outros peixes.

Na natureza pode atingir até 30cm de comprimento, mas em cativeiro raramente ultrapassa os 20cm. Um aquário ideal para o reco-reco deve comportar cerca de 100 litros d'água. O pH pode variar de 6,6 a 7,2 e a temperatura entre 27 e 30 graus C. Pouco se sabe sobre a reprodução desse peixe, não se sabendo notícias a respeito de sua procriação em cativeiro. É um excelente companheiro para os acarás disco e bandeira. ===============================

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RODOSTOMO (2 espécies)

Originário dos igarapés amazônicos, o rodóstomo é um peixe gracioso e colorido que, por seu temperamento pacífico, pode ser mantido com outras espécies, ajudando a embelezar o aquário comunitário. Existem duas espécies de rodóstomo, uma classificada por Ahl, que recebeu o nome científico de Hemigrammus rhodostomos e a outra classificada por Steindachner batizada de Hemigrammus ocellifer. Ambas tem o mesmo hábito e comportamento. O aquarista menos avisado dificilmente se sentirá motivado a adquirir o pequeno e pálido peixe que encontrará exposto nas lojas. Isso acontece porque, assustado e sujeito às más condições dos aquários de revenda, o rodóstomo perde totalmente suas cores e acentua, ainda mais, suas características tímidas. Já acomodado em ambiente propício, em um aquário ligeiramente ácido com abundância de plantas, ele exibirá suas lindas cores, vermelhas contrastando com o prateado.

113.Exemplar do Hemigrammus ocellifer. Bastante sensível ao estresse e à mudanças bruscas de água, deve ser adaptado lentamente ao novo ambiente. Devido a essa característica é normal perder algum exemplar no transporte. É um peixe gregário, vivendo em cardumes, na natureza, e por isso é recomendável que no aquário se mantenha, no mínimo, 8 ou 10 exemplares. Pode atingir até 5cm de comprimento.

Quanto à sua procriação, nada se sabe a respeito, no entanto, acredita-se que seja da maneira como os demais Caracídeos, soltando os ovos ao acaso. Sobre a reprodução em cativeiro, nunca foi tentada. A alimentação não é dificuldade ao aquarista, já que o rodóstomo aceita desde rações flocadas até alimentos vivos e vegetais, como o espinafre batido no liqüidificador. Um aquário variando de 50 a 70 litros é suficiente para abrigar um pequeno cardume. O ambiente deve ser bem plantado e iluminado; um sistema de filtragem eficiente deve ser montado, uma vez que o rodóstomo é muito sensível a toxinas. A temperatura pode variar gradativamente, entre 23 a 28 graus e o pH deve situar-se entre 5 e 6,5. Seu temperamento é pacífico, tímido e assustado, podendo viver muito bem em aquários comunitários.

114. Exemplar do Hemigrammus rhodostomus. ==========================

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ROSÁCEO (Hyphessobrycon roseaceus)

Peixe de singela beleza, o Rosáceo se destaca em um aquário pelo colorido rosa translúcido de seu corpo - variável na tonalidade de acordo com o seu humor e meio ambiente onde vive, e pelas nadadeiras dorsal, com uma mancha negra e anal bem desenvolvida. Originário de rios do norte da Amazônia, este peixe conhecido pelo nome científico de Hyphessobrycon roseaceus, foi catalogado pela naturalista Durbin, e pertence à família Characidae, a mesma do Mato Grosso, ao qual se assemelha em termos de coloração e hábitos.

Ao adquiri-los, é bom escolher os que apresentarem maior agilidade de deslocamento no aquário, bem como um colorido acentuado e abdômen roliço. Exemplares apáticos, descoloridos e que apresentem pontos ou manchas pelo corpo, demonstram portar alguma doença ou falta de resistência. Em casa, ao chegar, é preferível colocar os peixes num aquário isolado, com temperatura em torno de 27 graus C e uma alimentação com presas vivas em abundância, durante pelo menos uma semana. Só então devem ser colocados em aquários comunitários, onde o rosáceo conviverá pacificamente em pequenos cardumes. A distinção do sexo não é difícil, isto porque esta espécie apresenta, de forma mais evidente, o dimorfismo sexual, ou seja, uma forma em gancho da nadadeira anal do macho. Sua nadadeira dorsal também é mais pontiaguda que a da fêmea.

Mesmo com uma reconstituição do seu habitat natural no aquário, a reprodução deste peixe é um pouco difícil, porque os pais costumam devorar os ovos com facilidade. Entretanto, a desova poderá ser tentada. Para isso, prepara-se um aquário de 30 litros com vegetação abundante, onde serão colocados 2 machos e uma fêmea que tiver seu abdômen bem roliço. A desova se fará com sucessivos jogos amorosos entre machos e fêmea, que será levada para o meio das plantas de folhas rendilhadas onde os ovos, semiaderentes (cerca de 10 de cada vez), serão depositados. Ao final do processo terão sido postos aproximadamente 100 ovos, os quais serão devorados pelos pais, se estes não forem retirados a tempo. Um bom truque para garantir uma maior sobrevivência é oferecer aos peixes, durante a desova, uma boa quantidade de Dáfnias. De 2 a 3 dias os ovos eclodirão. As larvas devem ser alimentadas com infusório, até a terceira semana de vida. Após este tempo, já será possível oferecer aos filhotes microvermes e náuplios de artemia salina.

CUIDADOS NA CRIAÇÃO

Alimentação - para o Rosáceo, deve ser oferecida um dieta predominantemente protéica, como carne, ovos, crustáceos, peixes e insetos. Também aceitam alimentos em farelo fino, como aveia, fubá, espinafre cozido e batido no liqüidificador e rações especiais. É bom oferecer, uma vez por semana, artemia salina viva. Ambiente - necessitam de um aquário grande com, no mínimo, 80 litros. Deve ter vegetação abundante. o pH deve ser ligeiramente ácido (6,8) e a temperatura em torno dos 27 graus C. É de temperamento pacífico e pode conviver perfeitamente bem em aquários comunitários. ===============================

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TANICTIS (Tanichthys albonubes)

Um peixe bonito, que nada com movimentos rápidos e alegres, assim é o Tanictis. De temperamento pacífico e ótimo companheiro para conviver com outras espécies no aquário, ele é resistente e relativamente fácil de procriar, trazendo satisfação tanto ao aquarista iniciante, quanto ao mais experiente. Pode chegar, no máximo, a 3 cm de comprimento.

116.Casal de Tanictis

Originário da China, recebeu este nome de seu classificador, Lin, em homenagem a Tan, um menino que o descobriu percorrendo os riachos existentes nas montanhas perto de Canton e Hong Kong. Isto aconteceu em 1938, na montanha Nuvem Branca.. O Tanictis, que já é criado no Brasil, pode ser encontrado nas lojas especializadas ou com amadores que conseguiram sua reprodução em aquários domésticos. Este peixe possui o dorso castanho, cortado por uma listra luminosa em todo o comprimento. A parte inferior de seu corpo é vermelha e, por causa da luminosidade, ficou também conhecido como Neon Chinês. Através de seleção em cativeiro, foi obtida uma variedade, com as nadadeiras alongadas, chamada Tanictis Véu. Sendo originário de riachos alimentados pelo degelo da neve nas montanhas, o Tanictis prefere temperaturas frias, de 10 a 23 graus C e a água do aquário deve ter o pH entre 6 e 7,5.

ALIMENTAÇÃO E

DISTINÇÃO DO SEXO

Desde que a comida seja dada em tamanho suficientemente pequeno para que possa ser abocanhada sem dificuldades, o Tanictis aceita alimentos secos como fubá, aveia, farinha de mandioca, etc..., bem como os alimentos industrializados ou vivos. Quanto à diferenciação de sexos, o macho tem a nadadeira dorsal maior e é mais esguio, além de apresentar um colorido intenso. A fêmea, por sua vez, é maior e mais roliça e seu ventre fica volumoso na época da reprodução.

DESOVA E REPRODUÇÃO

Os ovos do Tanictis não aderem a qualquer superfície e, para que não corram riscos de serem devorados pelos pais, é aconselhável preparar um aquário de desova. Neste aquário, equipado com uma pedra porosa para aerização e água em torno dos 23 graus C e com o fundo recoberto com bolas de gudes, para que os ovos fiquem protegidos, deve ser colocado o macho, no fim da tarde. Alimentos vivos são recomendados nessa fase. Na manhã do dia seguinte, junte a ele a fêmea mais roliça que dispuser e fique observando. Provavelmente, você vai assistir à graciosa corte que o macho faz à fêmea, incentivando a desova. Antes de mudar os peixes do aquário, certifique-se de que a temperatura da água dos dois seja igual, para não ocasionar o choque térmico. Os alevinos nascerão em 24 horas e deverão ser alimentados com infusório. Se os pais tiverem quantidade suficiente de alimento, é improvável que tentem comer os filhotes. No entanto, se preferir, você poderá separar os

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pais, pois isso não prejudicará o desenvolvimento dos peixinhos que, com 5 ou 6 dias de vida, já conseguirão nadar livremente.

117.Tanichthys albonubes, variedade azul.

118.Diferenças entre o macho e a fêmea. ==========================

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PEIXE - VIDRO (Chanda ranga)

Mais do que a beleza ou o colorido diferente, o que atrai no pequeno Peixe vidro é a quase transparência da pele e musculatura, permitindo ao aquarista visualizar alguns de seus órgãos, como a bexiga natatória e parte do aparelho esquelético. Originário da Índia, onde encontra seu habitat natural nas águas salobras dos riachos litorâneos, periodicamente invadidos pelo mar, o Chanda ranga pode, inclusive, ser mantido tanto em aquários de água doce como em aquários marinhos, sem problemas, pois é um parente próximo dos peixes de água salgada.

No entanto, seu temperamento tímido e pacífico não o torna muito indicado para habitar aquários comunitários, sendo capaz de conviver apenas com espécies igualmente pacíficas e de pequeno porte, que não ofereçam uma competição demasiado acirrada pelo alimento. Atingem até 7cm de comprimento.

A REPRODUÇÃO

O Peixe-vidro tem o porte elegante e seu formato lembra o de um losango, sendo que a nadadeira dorsal se divide em dois segmentos. Os machos são maiores do que as fêmeas, apresentando ligeira coloração rosada e as nadadeiras dorsal posterior e anal margeadas por um friso azul celeste. Com seis meses de idade, esses peixes já estão adultos e conseguir a desova não será problema. Para a procriação, o melhor é separar os machos das fêmeas durante uma semana, oferecendo-lhes alimentos vivos em abundância. Após esse período, os reprodutores

são colocados em um aquário de 20 litros, sem cascalho, com água a 27 graus C. No interior do aquário - que deverá estar em local sombrio e com os vidros pintados ou cobertos por cartolina preta - apenas um filtro interno com lã acrílica e alguns amarrados de plantas, como Cabomba. Colocados à noite, macho e fêmea desovarão em seguida, devendo ser retirados no outro dia, à tarde. Os ovos são muito pequenos e as larvas começarão a aparecer 16 horas após a postura. Muito delicadas, só aceitarão náuplios de Cyclops ou artemia salina, nos primeiros 14 dias de vida, alimentando-se apenas se houver comida em abundância. A melhor forma de conseguir que se alimentem é fazer uma pequena janela na cartolina que recobre o aquário. Por ela entrará um facho de luz, atraindo filhotes e comidas para o mesmo local, facilitando a alimentação. Mesmo passado o período crítico, os filhotes devem continuar a receber náuplios, introduzindo-se muito lentamente a dieta dos pais. O peixe vidro só se alimenta de presas vivas, não aceitando outro tipo de comida. O aquário deve ter, no mínimo, 30 litros e o pH 7. A temperatura entre 23 e 25 graus Celsius. ===============================

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Z E B R A (Hypancistrus zebra)

Acari zebra, zebra pleco, ou simplesmente zebra. Apesar dos primeiros exemplares terem sido coletados no final dos anos 80, somente em 1991 ele foi cientificamente descrito, recebendo seu verdadeiro nome: Hypancistrus zebra, classificados por Isbrücker & Nijssen.

Originário do Rio Xingu, na Amazônia, foram imediatamente exportados para o mercado americano e europeu, onde cada exemplar chegava a atingir a quantia astronômica de 200 dólares... no atacado! Apesar dos altos preços, eram disputados ferozmente pelos aquaristas e criadores na expectativa de ver seus investimentos iniciais multiplicados numa verdadeira corrida do ouro aquarística. Infelizmente nem tudo saiu como esperado, pois os astros do momento recusavam-se a se comportar como o esperado, não só se negando a reproduzir-se, como, muito pior, apresentavam alto índice de mortalidade. Em nosso país, a história também não foi muito diferente, com tentativas, decepções, e muitas, muitas reclamações, já que tudo o que valia para os tradicionais “cascudos”, nossos antigos conhecidos, parecia não valer para os zebras, o que como veremos adiante, possui um fundo de verdade. Passada a euforia inicial, hoje em dia já temos informações suficientes para mantermos estes lindos peixes em boas condições em nossos aquários se estivermos dispostos a levar em consideração alguns fatores básicos, tais como:

Espaço-Apesar de raramente atingirem mais do que 10cm de comprimento, não são indicados para habitarem pequenos aquários, principalmente se tencionamos mante-lo em grupo, pois são peixes bastante territoriais com os de sua própria espécie. O substrato utilizado poderá ser cascalho de rio de granulação média, sem traços de material calcário. Uma grande surpresa é o fato destes animais não serem grandes apreciadores de troncos de árvores submersas, como os outros componentes da família Loricaridae, mas sim de grande número de rochas formando cavernas. Este fator, aliás, foi um dos grandes erros nas tentativas de desova destes peixes. Água-Não são exageradamente delicados como se pensava, mas ainda assim são exigentes no que diz respeito principalmente à oxigenação, que deve ser a maior possível, de preferência utilizando-se bombas submersas adicionais, a fim de criar forte movimentação, simulando seu habitat natural. O sistema de filtragem poderá ser qualquer um, desde que eficiente, e seja capaz de manter os compostos nitrogenados em níveis mínimos, em parceria com trocas semanais de água da ordem de 20%. Costumam apreciar índices de pH neutro ou levemente ácidos, temperatura entre 26 e 28grausC e baixa concentração de sais dissolvidos, sem que precisemos lançar mão de água deionizada ou filtros de osmose reversa. Trocas periódicas de água são suficientes. Quanto à água escura, com forte presença de pigmentos vegetais, que a tornam escura, não é necessário, como se pensava inicialmente. Quanto mais pura e cristalina, melhor acomodados estarão os hóspedes. Alimentação - Ao contrário do que se pensava, não são vegetarianos convictos, como seus parentes mais próximos, raramente sendo vistos consumindo algas ou plantas aquáticas. Devemos ministrar alimentação variada, balanceando alimentos de origem animal, tais como fígado, tubifex, artemia salina, etc. e rações comerciais de origem vegetal, já que dificilmente aceitarão vegetais frescos em sua dieta.

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Companhia - Se você sonha com um zebra como uma aquisição a mais no seu aquário de cascudos, esqueça. Na presença de outras espécies de hábitos semelhantes, tendem a tornar-se tímidos, terminando por perecerem de inanição. Um aquário exclusivo seria a perfeição, porém costumam conviver bem com peixes pacíficos e de pequeno porte. Como regra geral, peixes de fundo somente os zebras.

121. Por habitarem águas profundas, os

Zebras são de difícil captura.

Como se pode ver, não há mistério na manutenção destes peixes, mas e a reprodução? Apesar de existirem relatos isolados, ainda não é realizada comercialmente, não havendo consenso sobre um padrão ideal para se consegui-la. Alguns se reportam à excelência de qualidade de água com trocas de 10% diária em conjunto com as mais modernas técnicas de purificação, enquanto outros relatam desovas ocorridas em águas de pH alcalino e fortemente mineralizadas. Outros ainda, descrevem desovas ocorridas em aquários comunitários totalmente ao acaso, e sem qualquer cuidado especial, inclusive na alimentação da prole. Contradições à parte, é consenso que teremos maior chance de sucesso com aquários de maiores dimensões, mantendo grupos de seis ou mais indivíduos. Sabe-se, também, que a postura não é numerosa, nascendo de 10 a 20 alevinos por vez. Alguns autores alegam haver dimorfismo sexual, apesar de sutil. Ao serem observados por cima, os machos apresentariam nadadeiras peitorais ligeiramente maiores do que as das fêmeas, além de pequenas diferenças no formato da cabeça. Ainda assim, o modo mais preciso de identificação, é a observação da formação de casais dentro do grupo. Para

finalizar, uma dica importante: ao adquirir um novo exemplar, sempre deixe-o em rigorosa quarentena, antes de introduzi-lo no aquário comunitário, pois os zebras tem a má fama de serem veículos de microorganismos patógenos, pouco conhecido no aquarismo. Portanto é melhor prevenir, para evitar “zebras” futuras. ===============================

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A R U A N Ã É possível passar, sem perceber, horas e horas admirando um Aruanã. Ele desliza e serpenteia pela água com muita classe e estilo. Ma afinal, que peixe é esse que apesar de muito admirado e procurado pelos aquaristas, poucos conseguem mante-lo em aquários? O Aruanã pertence à família Osteglossidae, que, atualmente são representados por Osteoglossum bicirrhosum (Aruanã prata), Osteoglossum ferreirai (Aruanã preto) e Arapaima gigas (pirarucu), na América do Sul; por Heterotis niloticus na África; e na região Indo-Australiana por três espécies de Scleropages: S.formosus, S. leichardtii e S.jardini. Todos os membros da família habitam os grandes cursos de água doce.

122.Aruanã prata

Os fósseis desta família são encontrados em datas do período Eoceno (aprox).55-35 milhões de anos atrás) no norte da América e Sumatra e no período Terciário (aprox. 65-100 milhões de anos atrás) na Austrália e Índia. As espécies atuais não sofreram grandes modificações se comparadas aos fósseis encontrados e por isso são considerados fósseis vivos pelos cientistas.

123.Aruanã Negro

CARACTERÍSTICAS

Nesta família de peixes, a cabeça é grande e o corpo alongado, achatado lateralmente e largo, mais volumoso na parte anterior, afilando-se em direção à cauda. As escamas são

grandes e as que ficam na linha lateral são bem marcadas.As nadadeiras anal e dorsal são formadas por raios moles e são longas e largas, sendo que a primeira é ainda mais longa, iniciando-se na região mediana do corpo e estendendo-se até a nadadeira caudal.

124.Aruanã da espécie S.formosus (vermelho)

Mas os principais traços característicos do Aruanã estão indicados no seu nome científico. Osteoglossum, em latim, significa língua de osso e bicirrhossum quer dizer dois cirros (barbilhos). É isso mesmo, os peixes dessa família possuem a língua óssea (nenhum outro animal possui osso na

125.Aruanã variedade vermelho.

língua) e é o único peixe de escamas brasileiro a possuir barbilhos. É encontrado nos rios e lagos das Guiana e na bacia Amazônica, onde também é chamado de Aruanã, Aruaná ou Carapaná.

O ARUANÃ NO AQUÁRIO

O Aruanã aparece no mercado nos meses de Junho e Julho e os exemplares encontrados ainda são alevinos. Estes alevinos muitas vezes possuem um saco de cor amarelo-alaranjado pendurado em sua barriga, que é o saco vitelino, que no Aruanã é enorme. Evite comprar os que possuem esse saco, pois nessa fase ainda são muito frágeis.

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126. Ilustração de um alevino com o saco

vitelino

Estes alevinos deverão ficar em aquário isolado, pois, apesar de se alimentar de presas grandes, o Aruanã é pacífico em relação aos outros peixes e certamente serão atacados por estes. Quando adultos podem ser mantidos com peixes grandes e pacíficos. Observe as seguintes características no animal: os barbilhos devem estar eretos e virados um pouco para cima, os olhos brilhantes, o peixe deve ser ativo e as nadadeiras devem estar inteiras e abertas. A pele não deve ter pontos brancos, manchas e lesões, sintomas de parasitas. Os peixes devem ser transportados em sacos plásticos individuais. Quando for coloca-los no aquário, deixe o saco flutuando por uns 20 minutos, para que as águas se equalizem. O Aruanã é extremamente ativo, nadando com movimentos sinuosos do corpo à superfície da água. Por seu estilo de vida ativo e agitado requer grandes espaços. O aquário ideal para um adulto, que na natureza pode chegar a 1 metro e em cativeiro atinge os 70 cm., deve ter aproximadamente 300 litros. Mesmo os alevinos não devem ser mantidos em aquários menores de 100 litros.

127.Aruanã mostrando a abertura bucal

A decoração do aquário pode ser feita com cascalho de rio fino, rochas e troncos. Como vegetação, pode-se utilizar diversas plantas como a Cabomba, Elódea, Sagitária, etc. Aprecia iluminação intensa e fotoperiodismo

igual a natureza, ou seja, 12 horas de claro e 12 horas de escuro. A água deve ser ligeiramente ácida (pH 6,8) e mole dH de 1 a 3, com temperatura constante entre 24 e 27 graus C. O aquário deve permanecer constantemente tampado, para evitar que o peixe salte para fora. Por ser muito ativo necessita de uma água extremamente oxigenada, combinada com uma filtragem biológica e com um filtro mecânico, para manter a água livre de partículas em suspensão. São também muito nervosos, e qualquer movimento externo brusco pode causar pânico. Com isso eles podem bater nas pedras e machucar-se, principalmente a cabeça e boca; como as grandes escamas são frouxamente presas, perdas de escamas não são incomuns. Se isso ocorrer deve-se observar se não há infecção por fungos. Logo outra escama cresce no lugar. São bastante belicosos entre si, mesmo os filhotes, o que torna muito difícil manter dois exemplares no mesmo aquário.

ALIMENTAÇÃO

A alimentação é o ponto crucial para o sucesso de se manter Aruanã no aquário. Quando os alevinos são introduzidos no aquário devem receber, primeiro, alimentação viva. Posteriormente, quando já estiverem adaptados podem ser acostumados com outros tipos de alimentos como pedaços de peixe e coração de boi.

128.Note os cirros e as grandes escamas.

Tão logo o peixe possa ingerir, deve receber peixes vivos, girinos de rã, besouros de amendoim (Tenébrio), grilos, baratas, pedaços de peixes e ração seca peletizada (grãos). Podem ser alimentados uma vez ao dia e devem jejuar uma vez na semana.

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129.Filhote em tamanho natural da espécie preta. Os alevinos podem ser alimentados com artemia salina viva, verme de sangue, tubifex, larvas de besouro de amendoim, drosófilas e outros alimentos vivos, como alevinos de outros peixes. Pode ser acostumado a alimentar-se com rações granuladas, mas esta não poderá ser a única fonte de alimentação.

REPRODUÇÃO

São ovíparos e não há dimorfismo entre os sexos. A reprodução do Aruanã é realmente muito interessante: os ovos após serem fecundados, são recolhidos na boca (praticam a incubação bucal), onde ficam até a eclosão. Os ovos são vermelhos, medindo cerca de 1cm (enormes em relação às demais espécies) e em cada desova pode haver 120 ovos. Os pais são muito cuidadosos com a prole e ao menor sinal de perigo abrigam os filhotes na boca. A primeira procriação em cativeiro foi obtida em Long Beach, na Califórnia em Setembro de 1966. O casal encontrava-se alojado em um aquário com 1500 litros d'água; estavam sendo alimentados com 100 kinguios diariamente. Entretanto, somente o macho aceitava a comida nesse período. Os ovos, em número de 12 foram colocados pela fêmea, numa depressão rasa do fundo de areia, fertilizados em seguida pelo macho e “engolidos”, metade pelo macho e metade pela fêmea. Os pais ficaram juntos, pacificamente, até o terceiro dia, quando a fêmea engoliu seus ovos e passou a agredir o macho, sendo retirada do aquário. No sétimo dia, o macho cuspiu a casca dos ovos. A incubação total durou 45 dias durante os quais o pai não aceitou comida. Aos 60 dias, a prole passeou fora da boca do pai pela primeira vez, voltando para dentro a seguir. Mas aos 66 dias, quando saíram para passear, o macho não mais os aceitou de volta. Foram,

então, alimentados com artemia salina e dez dias após, começaram a brigar entre si, sendo necessário separa-los.

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B A R B U S

Um peixe muito vistoso, fácil de ser criado, muito brincalhão no aquário, que se reproduz com facilidade e com o macho facilmente distinguível da fêmea. Pertencem à família dos Ciprinodontídeos e existem várias espécies espalhadas pela Ásia. Todos tem o mesmo hábito e comportamento, inclusive o modo de reproduzirem-se.

REPRODUÇÃO

O primeiro passo para a reprodução é a identificação e separação dos casais: os machos tem a ponta do focinho de coloração avermelhada e as fêmeas não apresentam cor nessa região. Somente os machos possuem coloração na nadadeira caudal, que nas fêmeas apresenta-se transparente. Além disso, as nadadeiras pélvicas (localizadas no ventre) nos machos apresentam coloração avermelhada. A fêmea, quando pronta para a reprodução, tem seu ventre baulado, isto é, com o volume aumentado. Neste momento o casal dever ser separado, transferindo-se um dos peixes para outro aquário. Macho e fêmea devem permanecer assim separados por uma semana e, durante este período, ser alimentados abundantemente com alimentos vivos, como artemia salina ou Dáfnias. Passada uma semana, o casal deve ser colocado no aquário de desova ao fim da tarde, com uma quantidade razoável de artemia salina. Eles permanecerão no escuro até a manhã seguinte e, ao clarear, deverá acontecer a desova. O aquário de desova deverá ter cerca de 20 litros de água, ácida (pH abaixo de 7) e a temperatura deve ser de 26 graus, com algumas plantas, incluindo algumas de superfície, como o aguapé ou o repolho d'água, pois será em suas raízes que os ovos se alojarão. Pela manhã, tem o início o processo da desova: o macho conduzirá a fêmea até a superfície, próximo às raízes das plantas flutuantes. A desova demorará algumas horas e

o colorido dos peixes nessa hora torna-se exuberante, com reflexos metálicos. Junto à superfície, o casal ficará lado a lado, movimentando o corpo lateralmente. Finalmente, serão postos os ovos, de 5 a 8 por vez, que serão imediatamente fecundados pelo macho. Como os ovos são aderentes, permanecerão fixados às raízes das plantas. Assim que cessar a atividade sexual, o casal deve ser retirado imediatamente. Caso contrário, boa parte da desova será devorada. Por isso, as artemias tem papel importante: elas desviam a atenção do casal, servindo-lhes de alimento após a desova, que consome muita energia dos peixes e, consequentemente, estimula seu apetite. É fácil constatar o fim da desova: logo após terminada a atividade sexual, o casal permanece cerca de meia hora no fundo do aquário, exausto. A eclosão dos ovos ocorre em 24 horas. A aparência das larvas lembra uma gota e permanecem a maior parte do tempo paradas, muitas vezes encostadas no vidro, onde são facilmente visualizadas. Os alevinos nadam em movimentos espiralado no primeiro dia e a partir do segundo já estão nadando normalmente. Os alevinos deverão ser tratados com infusório e náuplios de artemia salina. Os barbos são onívoros, aceitando qualquer tipo de alimentos, tais como alface, espinafre, carne crua, coração de boi, ração seca e alimentos vivos, seus preferidos. Dentre as espécies conhecidas, temos: Barbus tetrazona (Bleeker) - originário de Bornéu e Sumatra, é o mais conhecido no mundo todo. Pode chegar a 7cm de comprimento. Gosta de água ácida, pH 6,5 e a temperatura pode variar de 24 a 27 graus.

130.Exemplar híbrido (Verde) de Barbus

tetrazona

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Barbus titteya (Deraniyagala) - Conhecido como barbo-cor-de-cereja, gosta de aquários com vegetação densa e variada. Aceita qualquer tipo de alimento. O macho, às vezes, é agressivo, o que intensifica sua coloração vermelha. Originário do Sri Lanka, pode atingir até 10 cm de comprimento. A água deve ter o pH variando de 6 a 7 e a temperatura entre 23 e 27 graus C.

Barbus nigrofasciatus (Günther) - Na hora da reprodução é fácil distinguir os dois sexos nessa espécie, porque a coloração preta das listras transversais e a das barbatanas é mais marcada no macho do que na fêmea. Fora da época de procriação, a cor fica esmaecida. Originário do Sri Lanka, pode atingir até 7cm de comprimento.

131.Exemplar do Barbus nigrofasciatus

Barbus conchonius (Hamilton) - Quando criado em aquário, o barbo rosado não chega aos 14 cm de comprimento, como acontece com os peixes que são criados na natureza. Logo que atingem 5 a 6cm já estão aptos a reproduzir-se. São originários da Índia Setentrional (Bengala). São onívoros e vivem em águas levemente ácidas (pH 6,8) e temperatura em torno de 27graus. Barbus oligolepis (Bleeker) - Originário da Indonésia e Sumatra, o Barbo-iridescente, como é conhecido popularmente, é fácil de ser criado. É bonito, especialmente se for mantido em grupo. Pode atingir até 10cm de comprimento, é onívoro, e a água deve ser ácida (pH 6,5 a 7); a temperatura pode ser mantida em torno de 28 graus.

132.Exemplar de Barbus oligolepis.

Barbus everetti (Boulenger) - Originário de Singapura e Borneu, o barbo-palhaço (como é popularmente conhecido) não deve ser mantido junto com peixes de menor porte, pois poderá molestá-los. O aquário não deverá ter plantas pois é provável que ele coma as plantas, mesmo que se dê a ele uma mistura de folhas picadas, de hora em hora. Pode atingir até 12cm de comprimento.

Barbus schwanenfeldi (Bleeker) - Pode atingir até 35 cm de comprimento. Originário do Sudeste asiático (Sumatra, Bornéu, Tailândia), não se reproduz em cativeiro e no local de origem é utilizado na culinária. São peixes resistentes e ágeis que se movimentam à meia água; gostam de comer as plantas do aquário e às vezes tentam pular para fora do aquário.

134.Exemplar do Barbus ticto

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TRICOGASTER Sem dúvida alguma, o Tricogaster é um dos peixes mais interessantes para ser criado em aquário, tanto pela beleza de suas formas quanto pela resistência. Ele aceita bem até a superalimentação que o aquarista principiante às vezes costuma oferecer, e não necessita de alto teor de oxigênio dissolvido na água, vivendo bem em aquários comunitários espaçosos. O Tricogaster selvagem é encontrado na natureza na cor azul com manchas escuras (uma no meio do corpo e outra na base da cauda). Existem outras variedades obtidas em cativeiro, como o marmorato, o ouro e o amarelo, o que possibilita ao aquarista a opção de poder contar com peixes de colorido diferentes. Dois detalhes do Tricogaster chamam a atenção, um referente ao comportamento (é um peixe que se dirige com freqüência à superfície da água)e outro ao aspecto físico (possui duas nadadeiras pélvicas longas e filiformes). O comportamento do peixe de se dirigir à superfície se deve à sua capacidade de respirar o ar da atmosfera diretamente, através de uma cavidade multifacetada, chamada labirinto, que se localiza em meio aos ossos da cabeça, razão pela qual os Tricogaster podem viver em águas quase sem oxigênio dissolvido. Na verdade, todos os peixes da família dos Labirintideos ou Anabantídeos (à qual pertence o Tricogaster, a Colisa, o Beijador, o Betta e outros) possuem este órgão denominado labirinto. As longas nadadeiras pélvicas, em forma de fios, saindo da barriga, são outro aspecto curioso do peixe, e também responsáveis por seu nome (tricho=fio, gaster=abdomen). Como essas nadadeiras são providas de células capazes de sentir, o Tricogaster utiliza esses filamentos sempre que deseja aproximar-se de um objeto, ou seja, ele os encosta nos objetos antes de se aproximar. Se estiver em um aquário adequado (não muito pequeno) e fora da época de reprodução, o Tricogaster é normalmente pacífico. É um peixe que não exige pH especial, que pode ser

tanto ácido quanto neutro, e vive bem em águas de temperatura ambiente. Também gosta de vegetação onde possa se esconder e tem o hábito de limpar as folhas das plantas e as algas das pedras. É um peixe omnívoro (que se alimenta de carne e vegetais), aceitando qualquer ripo de comida dada aos peixes.

REPRODUÇÃO

O Tricogaster se reproduz com facilidade. É fácil distinguir seu sexo: os machos se diferenciam por apresentarem as nadadeiras dorsal e anal pontiagudas, enquanto que as fêmeas as apresentam arredondadas.

135.Casal de Tricogaster, variedade vermelha. Quando o momento da desova está próximo, a fêmea se torna muito arredondada, com o abdômen cheio de óvulos. O macho, por sua vez, fica extremamente colorido. Ao macho cabe então a tarefa da construção do ninho, que consiste em um amontoado de bolhas de ar envolta em muco que se agrupam na superfície do aquário. Nesta fase ele fica agressivo e espanta qualquer intruso que tente se aproximar. A participação da fêmea no processo reprodutivo só tem início após o término da construção do ninho. Nesta fase ela será gentilmente conduzida até o ninho, o casal de Tricogaster se “abraça” . Neste momento, a fêmea, com o ventre próximo do ninho, começa a desovar. Os óvulos flutuam em direção ao ninho de bolhas, onde aderem. Após vários abraços os óvulos se esgotam. A partir daí, o macho adota o mesmo comportamento agressivo manifestado durante a construção do ninho: ele afugenta a fêmea e qualquer intruso

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que eventualmente passe por ali. Este é o momento de retirar a fêmea do aquário porque o macho poderá machuca-la seriamente. Os alevinos nascem em 24 horas, com um enorme saco vitelino localizado em seus abdomens. O vitelo que é uma substância localizada no saco vitelino, serve de alimento para os alevinos durante os dois primeiros dias de vida. Após esse período, eles passam a se alimentar sozinhos, consumindo infusório e náuplios de artemia salina. Com cerca de 4 dias de vida, o macho deve ser retirado do aquário. Com cerca de um mês, os alevinos já possuem o labirinto e já podem ir até a superfície do aquário para respirar o ar atmosférico. Enquanto isso não acontece, é aconselhável que a água do aquário seja aerizada com o auxílio de uma pedra porosa. Existem algumas espécies de Tricogaster e várias variedades, conseguidas através de cruzamentos seletivos, em criadores espalhados pelo mundo. Trichogaster trichopterus (Pallas) - é o mais conhecido dos Tricogaster, originário do Sudeste asiático ( Vietnã, Tailândia, Sumatra, Malásia). Chega aos 10cm de comprimento. O aquário deve receber iluminação média; o pH pode variar de 6 a 8.

136.Exemplar de Trichogaster trichopterus,

variedade conhecida como cosby.

Trichogaster microlepis (Günther) - Originário da Tailândia, se reproduz muito bem em aquários pouco profundos, de vegetação densa e flutuante, na qual a fêmea possa se esconder do macho agressivo. Como todos os outros Anabantideos, os jovens são muito delicados nas primeiras semanas de vida. Chegam aos 10cm de comprimento. O aquário deve receber

iluminação média, o pH pode variar de 6 a 8 e a temperatura pode variar de 22 a 28 graus C.

137.Espécie Trichogaster microlepis.

Trichogaster leeri (Bleeker) - o Tricogaster mosaico, como é conhecida essa espécie, se reproduz com facilidade e pode por até mil ovos de uma única vez, mas requer temperatura relativamente alta ( 24 a 30 graus). O pH pode variar de 6 a 8. É originário da Malásia e Bornéu.

138.Espécie Trichogaster leeri.

139.Exemplar da espécie Trichogaster

trichopterus, da variedade laranja. ==========================

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MOLINÉSIA Naturais de lagos e riachos costeiros do continente americano, os molinésias atraem a atenção dos aquaristas pelo seu colorido e belo conjunto que formam em um aquário. Os molinésias - existem cerca de nove espécies e dezenas de variedades - pertencem à família dos Poecilídeos. Sua manutenção em cativeiro é relativamente fácil e, no Brasil, podem ser encontrados em lagos, riachos e represas da zona litorânea permitindo, desta forma, que o próprio aquarista colete seus exemplares.

140.Espécies de molinésias catalogadas.

Nove espécies já foram catalogadas, por estudiosos, nas Américas. Entre estas nove espécies: Mollinesia caucana, M.dominicensis, M.elegans, M.latipunctata,M. pretensis, M.latipinna, M. velifera, M.sphenops e M.vivipara, as mais populares são a latipinna, velifera, sphenops e a vivipara, que originaram, segundo alguns estudiosos, as variedades negra (cujos alevinos nascem na cor gris e somente 6 meses depois tornam-se pretos) e marmorizadas (que possuem manchas pretas irregulares em todo o corpo), hoje comercializadas em quase todo o mundo. Um fato que merece a atenção do aquarista, é que recentemente as molinésias sofreram uma revisão sistemática e passaram para o gênero Poecilia sp. A partir dessa nova classificação, poderá ser encontrada referência, em textos recentes, a Poecilia latipinna e não Mollinésia latipinna, embora se trate do mesmo peixe.

Os molinésias são sensíveis a moléstias, como fungos parasitários e a condições adversas da água. E, pelas suas origens, preferem águas alcalinas ligeiramente salobras, o que é facilmente conseguido com a adição de uma colher de sal para cada 10 litros de água. O aquário deverá receber bastante iluminação, para facilitar a formação de algas, alimento imprescindível para esses peixes. Quanto à reprodução, ela costuma ocorrer sem problemas. No entanto, é preciso colocar a fêmea, que estiver para desovar, num aquário de tamanho médio, bem plantado, para que os alevinos possam se abrigar de possíveis agressões e, também, se desenvolverem com maior facilidade. A alimentação dos molinésias é à base de vegetais, composta de algas, folhas de alface amassada, espinafre cozido. Aceitam rações e alimentos vivos. O aquário deve ser bem plantado, com boa iluminação, pH entre 7 e 7,2 e temperatura variando de 23 a 26 graus.

141.Variedades de molinésias; a M.latipinna (preta com uma borda amarelada na ponta da

nadadeira caudal. A outra é da espécie M. sphenops.

142.Poecilia latipinna, variedade albina.

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A P A I A R I (Astronotus ocellatus)

A curiosidade e personalidade bastante forte, fazem do apaiari uma boa opção para quem quer ter em casa um peixe diferente. Bastante inteligente, desde pequeno ele é capaz de pular fora da água e vir buscar comida nas mãos do dono.

143.Variedade azul de Apaiari (Oscar).

De coloração preta quando filhote, o apaiari é originário da bacia amazônica, de onde foi levado no princípio do século para povoar os açudes do nordeste do Brasil. Bastante sensíveis às mudanças de temperatura, sua introdução nos aquários do sul e sudeste do pais só foi possível após demorados processos de seleção, quando foram obtidos exemplares mais resistentes.

Albino

Um peixe bastante curioso, o apaiari presta atenção em tudo que acontece à sua volta. Se percebe que alguém o esta olhando através do vidro, para e encara a pessoa com a expressão interrogativa, como se quisesse descobrir quem é ela. E se você tentar arrumar uma bela decoração para o aquário mas ele não gostar, arrancará as plantas, cavará buracos e arrastará

as pedras até deixar o ambiente bem a seu gosto.

Enquanto são pequenos, os apaiaris se dão bem com outras espécies. No entanto, à medida que crescem, deixam de ser boa companhia para outros peixes, perseguindo-os constantemente e até comendo os menores.

Albino

Embora agressivo, mesmo com exemplares da sua espécie, o apaiari consegue reconhecer os habitantes da casa e se apega bastante ao dono, fazendo sempre uma gracinha quando este vem alimenta-lo, virando o corpo de lado e até ficando de cabeça para baixo.

Cauda véu

De coloração preta quando filhote, ele muda de cor depois de adulto e seu corpo se torna malhado de negro com vermelho alaranjado. Seu colorido também pode variar, dependendo

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das condições do ambiente onde é mantido, aumentando ou diminuindo de intensidade.

Multicolorido

Distinguir o sexo do apaiari não é tarefa fácil. Geralmente, os machos tendem a ser mais coloridos e agressivos do que as fêmeas, o que não pode ser considerado como regra. E como esse peixe não aceita um companheiro imposto pelo dono, o mais aconselhável é adquirir um grupo de 4 a 8 exemplares jovens que, na época da reprodução, formarão sozinhos os seus pares. Eles fazem isso por meio de jogos com a boca, onde medem suas forças. Quando o aquarista perceber que dois deles se isolaram em um canto do aquário, estará formado o casal para a desova.

144.Apaiari na sua coloração original, como

na natureza. Nesse momento, o par deve ser transferido para outro aquário, já que os apaiaris se tornam bastante agressivos durante esse período. Como esses peixes desovam diretamente no vidro do fundo ou em algumas pedras lisas, é recomendável deixar uma área no aquário específica para esse fim, sem cobri-la com areia e fora do alcance do filtro biológico. A fêmea vai colocando os ovos em fileiras (podem ser de 300 a 1000), onde são, em seguida fecundados pelo macho. Depois disso, o casal se reveza, tomando conta dos ovos e produzindo correntes de água com as

nadadeiras, para impedir que fungos e bactérias se fixem neles. Decorridos 4 ou 5 dias após a eclosão, os filhotes começam a se movimentar e é formado um cardume, tendo sempre um dos pais à frente e outro atrás, protegendo a prole. O casal só deve ser separado dos filhotes quando seu interesse por eles diminuir.

145.Apaiari, variedade vermelha.

É importante que durante todo o processo de reprodução, o aquário dos apaiaris fique num local bem tranqüilo, caso contrário, se eles se sentirem assustados ou ameaçados por alguma razão, comerão toda a cria. O apaiari é carnívoro e quando adulto, alimenta-se de coração de boi, fígado, minhocas e pequenos peixes. Os alevinos devem ser alimentados com artemia salina (náuplios), gema de ovo, etc.. O aquário deve ser grande, de no mínimo, 150 litros, equipado com filtro, montado com areia no fundo, pedras lisas e redondas. O pH deve ser neutro para ligeiramente ácido. A temperatura ideal é entre 27 e 31 graus Celsius. ===============================

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PAULISTINHA (Brachydanio rerio)

Hamilton-Buel Dentre os peixes fáceis de criar, o paulistinha tem lugar cativo. É um peixinho que não exige qualidade de água, adapta-se facilmente a aquários de pequeno porte, é muito resistente e não necessita de grandes cuidados com sua alimentação. Ele recebeu esse nome em virtude das listras escuras que apresenta ao longo do corpo e que o tornam semelhante à bandeira do Estado de São Paulo.

146.Exemplar do Brachydanio rerio.

Este peixe, da família Ciprinidae, é originário dos riachos da costa indiana, mas há muito tempo já é conhecido dos brasileiros. Isto se deve à sua graça ao nadar, colorido simples mas atraente e extrema agilidade (um paulistinha é capaz de permanecer em movimento 24 horas por dia). Além do Brachydanio rerio, existe um outro peixe do mesmo gênero, originário do Sudeste asiático, descoberto por Blyth, que lhe deu o nome de Brachydanio albolineatus. Até há pouco tempo, os ictiólogos consideravam como espécie o Brachydanio frankei (Meinken), mas estudos mais aprofundados concluíram que se trata de uma variedade do Brachydanio rerio. O paulistinha é um peixe de hábitos pacíficos e um ótimo companheiro para habitar aquários comunitários. É um peixe gregário, que gosta de nadar em cardumes e, por este motivo, é bom, sempre manter um pequeno grupo de 6 a 12 paulistinha no aquário.

147.O Paulistinha, variedade véu, tem as

nadadeiras e cauda maiores, em relação à variedade comum.

A alimentação não exige grandes preocupações por parte do criador pois o paulistinha aceita facilmente qualquer tipo de alimento, desde flocos secos até alimentos vivos. Estes últimos devem ser dados em abundância quando se deseja coloca-los em forma e ressaltar as suas cores. Logo após a aquisição e quando se quer procriar, é aconselhável alimenta-los com artemia salina, viva, durante um período de 10 dias.

Distinguir os sexos não é difícil em peixes saudáveis e maduros: os machos são mais esguios e apresentam um brilho dourado entre as listras, enquanto que as fêmeas são mais roliças e ligeiramente maiores que os machos. Antes de qualquer coisa, o aquário para a procriação do paulistinha requer uma preparação. Para isso, escolha um aquário de 10 litros mais ou menos, onde acontecerá a desova. O fundo deve ser preenchido com bolas de gude ou pedras roliças para que os ovos, caindo entre elas, não sejam devorados pelos pais. A profundidade do aquário de desova não deve exceder os 15 cm. para evitar que os pais tenham tempo de comer os ovos durante seus trajetos até o fundo do aquário.

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Quando os peixes estiverem bem alimentados, com cores brilhantes e as fêmeas roliças, estará na hora de tentar a reprodução.

A REPRODUÇÃO

Para a reprodução devem ser postos dois machos bem esguios no aquário de desova à uma temperatura de 25 graus C e o pH variando de 6 a 8. Eles devem ser alimentados somente com alimentos vivos. Após dois dias da separação, coloca-se no aquário, à noite, a fêmea mais roliça, previamente escolhida entre as demais. Pela manhã já se poderá assistir à desova. O terno estará em grande atividade, com suas cores bem intensificadas. Os machos nadarão ao lado da fêmea comprimindo-a levemente e incentivando, desse modo, a soltura dos óvulos que serão fecundados simultaneamente.

148. Aquário preparado para a desova

Após a desova os peixes diminuem sua atividade e, nesse momento os peixes devem ser retirados do aquário. Os alevinos nascem dentro de 24 a 36 horas e deverão ser alimentados com infusório e náuplios de artemia salina. Outro alimento opcional, pode ser a gema de ovo cozido, peneirado, mas tome cuidado com o excesso (uma gema de ovo dá para alimentar 4 mil alevinos).

149.Exemplar da espécie B.rerio, variedade

azul.

150.Espécie B.rerio, híbrido da variedade

frankei ==========================

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S E V E R U M

Oriundo da Amazônia, o Severum faz parte do gênero Cichlasoma, pertencente à família dos Ciclídeos. Este gênero é muito numeroso, com representantes espalhados pelo mundo todo. Dentre os inúmeros representantes desse gênero, vamos destacar alguns: Cichlasoma severum - é um ciclídeo brasileiro, que tem um colorido comparado ao dos discos. Suas cores são extremamente variáveis, mudando de acordo com a emoção do peixe; as cores na época do acasalamento são belíssimas. Essas variações de cores são externadas, como resultado do sistema nervoso e hormonal, mediado pela adrenalina. Foi descoberto por Heckel, que o descreveu e batizou. Existe uma variedade albina, muito bonita, porém dificílima de se encontrar no comércio.

151.C. severum, variedade albina

Sua reprodução em cativeiro não é facilmente obtida, e a distinção dos sexos não é tarefa fácil. Porém, em animais adultos o macho apresenta nadadeiras mais longas e pontiagudas e o corpo cheio de listras e de pontos vermelhos, menos evidentes na fêmea. O casal é muito cuidadoso com a prole. Uma vez acasalado o par escolhe uma pedra para por os ovos e são extremamente agressivos com intrusos. Nessa época o colorido da fêmea apresenta na metade inferior do corpo uma coloração ouro-velho, que lhe empresta uma beleza singular. O macho mostra, na região opercular, um rendilhado azul-turquesa metálico. Os ovos eclodem dentro de três a quatro dias, dando origem a larvas, que são transportadas, pelos pais, para escavações previamente feitas. Cerca de uma semana

após, os pais revezam-se nos passeios com a prole.

152.Cichlasoma severum

O severum pode ser alimentado com coração de boi cru, espinafre cozido e alface crua. Na natureza ele se alimenta predominantemente de presas vivas, portanto é salutar oferecer-lhe artemia salina viva. Para os alevinos, o infusório é imprescindível nos primeiros dias e logo após alguns dias, oferecer náuplios de artemia salina. O aquário deve ser de grande capacidade (150 litros ou mais). Se for utilizado filtro biológico é necessário usar uma tela de nylon para proteger a parte funcional do filtro, pois o severum escava todo o fundo do aquário e destrói as plantas. O pH deve ser neutro e a temperatura pode variar entre 25 e 30 graus C. É de temperamento agressivo, territorial , come e arranca as plantas do aquário. Cichlasoma meeki - Originário da América Central (Guatemala e Iucatã), foi classificado por Brind. À noite, este ciclídeo exibe uma máscara sobre a mandíbula inferior, desde a garganta e o peito até o ventre, de um vermelho-vivo, o que o torna um dos mais belos ciclídeos do mundo. O aquário para este peixe deve ter em torno de 100 litros d'água, para abrigar um casal. Pode chegar aos 15cm de comprimento. A iluminação no aquário deve ser média; o pH pode variar de 6,5 a 7,5; a temperatura de 21 a 26 graus C. É territorial e agressivo, principalmente na época de reprodução. Cuida dos ovos e da prole, com extrema dedicação.

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153.Cichlasoma meeki.

Não é muito fácil obter sua procriação em cativeiro. Alimenta-se com presas vivas e vegetais.

Cichlasoma labiatum - Originário da Nicarágua, a coloração da roupagem desse peixe pode variar do amarelo ao vermelho-vivo. Em alguns exemplares velhos, pode-se notar que os lábios são bastante desenvolvidos.

154.Cichlasoma labiatum.

Descoberto e descrito por Günther, pode alcançar 20cm de comprimento e o aquário deve ter, no mínimo, 150 litros para abrigar um casal. A iluminação deve ser mediana; o pH pode variar de 6 a 7 e a temperatura entre 21 e 26 grausC. Não é agressivo, podendo habitar aquários comunitários, exceto na época de procriação, quando se torna territorial e agressivo. Cuida dos ovos e da prole e sua reprodução não é facilmente obtida em cativeiro. Alimenta-se com presas vivas, coração de boi, etc... (é carnívoro). Cichlasoma nigrofasciatum - Esse é o nosso conhecido Acará-zebra. (Vide matéria específica sobre o peixe). Existe uma variedade amarelada, muito apreciada pelos aquaristas americanos, cujos hábitos e temperamento,

bem como a maneira de se reproduzirem, são idênticas ao Zebra.

155.Cichlosoma nigrofasciatum, variedade amarela

Cichlasoma octofasciatum - Originário da América Central, foi descoberto e descrito por Regan. Como seu nome indica, as oito faixas escuras, características dessa espécie, são evidentes somente em exemplares jovens; gradativamente empalidecem nos peixes adultos. Pode chegar aos 20cm de comprimento e o aquário para sua manutenção deve ter, no mínimo, 150 litros. O aquário deve receber pouca iluminação, e a água deve ter o pH variando de 6,5 a 7,5 e a temperatura entre 21 e 24 grausC. É peixe territorial e na época da reprodução se torna agressivo. Sua procriação em cativeiro não é fácil de ser obtida. Alimenta-se com presas vivas.

156.Cichlasoma octofasciatum

Cichlasoma salvini - Originário da Guatemala, pode ser encontrado, também, no México meridional; foi descoberto e descrito por Günther. Essa espécie deve ser mantida em aquários de grande proporção (150 litros), uma vez que pode atingir até 22cm de comprimento. O aquário deve receber

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iluminação mediana e a água deve ter o pH entre 6 e 7. A temperatura pode variar de 20 a 26 grausC. Na época da reprodução se torna agressivo e territorial; cuida dos ovos e da prole. Sua desova em aquários não é fácil de ser obtida. Alimenta-se com presas vivas, é carnívoro.

157.Cichlasoma salvini

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P I T U

Aqui está uma opção diferente de habitante para seu aquário de água doce: trata-se do pitú ou camarão de água doce. Além do fato desse animal possuir hábitos interessantes, constituindo-se em uma atração para o aquário, é também muito útil na limpeza, consumindo todo o resto alimentar que esteja na água.

159.Por não ser agressivo, esta espécie

(Macrobrachium potiuma), é a mais indicada para habitar aquários comunitários. Pode

atingir 5cm de comprimento. Do lato direito da foto está o exoesqueleto antigo.

Os pitús são crustáceos decápodes, isto é, que tem 10 pernas. São parentes dos camarões marinhos e habitam principalmente águas de córregos nas serras. Existem várias espécies de pitú. O tamanho de cada uma delas pode variar de alguns milímetros até mais de 30 cm. Esse tamanho, de cada espécie, depende do tipo de

alimentação que consome, da água em que vive, etc... Além disso, os pitús diferem, também, na cor. Alguns apresentam-se mais claros, chegando mesmo a serem transparentes. Outros são quase negros ou mesclados ou ainda rajados. Quanto à forma porém, eles são muito parecidos, lembrando o aspecto do camarão marinho. Todos os pitús possuem duas pinças ou quelas, utilizadas como defesa contra outros animais e também para a coleta de alimentos vivos ou detritos depositados no fundo. Por essa quela é possível identificar o sexo dos pitús: os machos, na maioria das espécies, apresentam quelas maiores do que as fêmeas.

OS LIXEIROS DO AQUÁRIO

Dentro de seu aquário, os pitús vão trabalhar constantemente para que tudo fique bem limpo. Isso acontece porque eles possuem um apetite muito voraz, consumindo todo resto de comida, peixes mortos e eventualmente até pequenos peixes vivos. Por isso, você deve tomar especial cuidado com os peixes menores que colocará junto com o pitú. Por outro lado, eles se constituem em alimento natural para certos peixes maiores, como a maioria dos ciclídeos. Os pitús são extremamente territoriais. Escolhem geralmente uma toca, onde se instalam e não deixam ninguém se aproximar. Não é aconselhável manter, num aquário pequeno, mais de um macho da mesma espécie, principalmente das mais agressivas. Nesses casos as brigas são inevitáveis.

160.Este pitú atinge grande porte (15cm) e é agressivo, sendo

desaconselhável habitar aquários comunitários, junto com peixes de pequeno porte. A espécie Macrobrachium acanthurus

se caracteriza por suas pinças finas e longas.

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Todos os crustáceos possuem uma casca externa chamada de exoesqueleto constituído de sais de cálcio. Esse exoesqueleto é inextensível, ou seja, não aumenta de tamanho. Sendo assim, o animal precisa, em determinado momento de sua vida, sair da velha casca para poder crescer. Por isso, você não deve se assustar se de repente deparar com 2 pitús em seu aquário, quando antes só havia um: aquele que se mexer será o pitú com nova roupagem e o outro será a “casca” antiga. Após a troca, o novo exoesqueleto é mole e, enquanto não se solidificar, o pitú se movimenta pouco e não demonstra muito interesse pela comida. Durante esse período ele fica mais vulnerável ao ataque de outros habitantes do aquário e até mesmo de pequenos peixes mais vorazes. O maior problema que acontece com os crustáceos, é a fratura de seu exoesqueleto. Quando isto acontece, o animal começa a perder hemolinfa (líquido equivalente ao sangue) indefinidamente até morrer. Nesse casos, alguns autores sugerem a aplicação (em pinceladas) de parafina quente no local da lesão, que deve ser previamente seco. Cabe aqui explicar a diferença entre fratura e autotomia, esta última um fenômeno natural na vida dos crustáceos. A fratura acontece com as conseqüências descritas acima. A autotomia consiste na liberação natural de um determinado membro do crustáceo. Assim, quando outro animal segura uma perna do pitú, por exemplo, este fugirá deixando a perna com o animal. Este processo de defesa em nada é prejudicial e, em poucos meses, ou mesmo semanas, o pitú terá a perna perdida completamente refeita.

ALIMENTAÇÃO E REPRODUÇÃO

Não existem maiores problemas na alimentação do pitú. Eles comem de tudo e apresentam certa preferência por alimentos protéicos. Pelo fato de necessitarem freqüentemente realizar a troca de seu exoesqueleto, os pitús precisam de razoável quantidade de sais de cálcio em seu organismo.

Para tanto, é aconselhável que sua dieta seja composta de pequenos peixes inteiros, (como os guarús, por exemplo). Além disso os exoesqueletos velhos não devem ser retirados do aquário, pois serão parcialmente consumidos. -184- A reprodução dos pitús acontece por um processo de fecundação externa. Os ovos ficam aderidos aos pleópodos (patas existentes no abdômen) da fêmea que os movimenta o tempo todo até a eclosão. Nascem então as larvas que ficam nadando ou se instalam no fundo, isto dependendo da espécie. Essas larvas são muito delicadas e necessitam de condições especiais para sobreviverem. Pitús provenientes de riachos à beira mar, necessitam de água salobra para que as larvas se desenvolvam completamente. Elas, em nada se parecem com seus pais e sofrem várias modificações até atingir o estado adulto. Os pitús enfim, são uma ótima opção para aquela forma diferente que você procurava para seu aquário de água doce.

161.O maior camarão de água doce

encontrado em nossos rios é desta espécie (Macrobrachium carcinus). Pode atingir até 25cm de comprimento, sem contar os longos

braços com pinças. ==========================

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N E O N

Coletado na natureza, na bacia Amazônica, o Neon é exportado para o mundo todo, principalmente EUA, Japão E Alemanha, que são os grandes compradores do Neon. Dos Neons mais comercializados, destacamos 3 espécies que são mais vistas em lojas especializadas: Neon cardinal (Cheirodon axelrodi), Neon tetra (Paracheirodon innesi) e Neon negro (Hyphessobrycon herbertaxelrodi). Das 3 espécies o Neon negro é o mais resistente e o que mais fácil se adapta em cativeiro.

162.Exemplar do Neon Cardinal (C.axelrodi)

Pertencem à família dos Caracídeos, sendo, portanto, parente do Tetra, do Mato grosso, do Engraçadinho e até do Lambari, etc...

É um peixe onívoro, come de tudo, desde ração flocada até alimentos vivos, como artemia salina, larvas, etc..., coração de boi, carne crua picadinha. A alimentação não é problema para o criador de Neon.

163.Neon Negro (H.herbertaxelrodi)

São peixes pacíficos, excelentes para habitarem aquários comunitários, embelezando sobremaneira o ambiente com seu colorido vivo e brilhante. É um peixe gregário, nadando em cardumes de centenas, na natureza. No aquário é conveniente que se tenha, pelo menos, 15 a 20 indivíduos, caso contrário ele passará desapercebido; podem atingir, no máximo, 4cm.

164. Neon tetra (P. innesi)

Gostam do ambiente bem plantado, com muita vegetação e águas movimentadas. O ideal é a instalação de uma bomba submersa, que movimenta mais a água. Troncos e pedaços de xaxim podem fazer parte da decoração, pois os Neons vivem em água ácida (pH 6,6). A iluminação não precisa ser muito intensa e a temperatura pode variar de 22 a 28 grausC. Atinge a maturidade sexual aos 6 meses de idade e pode viver, em cativeiro, até 4 anos, se bem tratado. Não existe dimorfismo sexual entre os Neons. Apenas que os machos são mais esguios do que as fêmeas. A reprodução do Neon nunca foi observada em cativeiro, no Brasil, mas já se sabe de acasalamentos realizados nos EUA. Como todos os Caracídeos, desovam ao acaso, sem se preocuparem com os ovos ou a prole. Os ovos são adesivos e eclodem de 24 a 36 horas depois de fecundados. Nos aquários, não é raro se observar o ritual do acasalamento, mas algum fator alheio, impede a conclusão do acasalamento e, desse modo, a reprodução. Tudo leva a crer que a água ideal para a procriação seja muito ácida e mole e o ambiente escuro. ===============================

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L A B E O S Pertencente à família dos Ciprinídeos, parentes das Carpas, Kinguios, Barbus, etc..., o Lábeo é popularmente conhecido como tubarão, devido à nadadeira dorsal, muito semelhante à do tubarão, em forma de bandeira. Existem várias espécies de Lábeos, algumas, inclusive, nunca foram vistas em lojas especializadas, no Brasil, devido à dificuldade de captura ou reprodução. O mais conhecido dos aquaristas é o Labeo bicolor, todo negro, com a cauda vermelha. De modo geral, o comportamento e a maneira de procriarem-se, é válida para todas as espécies. O aquário ideal para se manter alguns labeos, é de médio para grande porte, ou seja, de 80 a 200 litros. Com essa capacidade pode-se manter de 6 a 8 lábeos juntos. Uma vez que são territoriais e agressivos entre si, num aquário grande as chances de se “encontrarem” diminui; com vários lábeos, o mais agressivo não concentrará sua perseguição unicamente em um indivíduo, dividindo a agressividade com todos os lábeos e, dessa maneira, a perseguição não trará maiores conseqüências. Nunca coloque dois labeos em um aquário com menos de 50 litros; nesse caso a briga é fatal, levando um dos dois à morte. Não gostam de muita luminosidade, preferindo as partes escuras do aquário. São peixes de hábito noturno. Levam algum tempo para se adaptar perfeitamente ao aquário novo; preferem águas velhas, amadurecidas. O Labeo pode viver perfeitamente em aquários comunitários, pois sua agressividade só é externada com os da própria espécie. Bem alimentado e em ambiente saudável, o Labeo pode viver de 10 a 12 anos em cativeiro.

ALIMENTAÇÃO

Os labeos são peixes onívoros, comem de tudo, desde rações flocadas, granuladas até alimentos vivos, coração de boi, fígado, etc... Gosta de vegetais e vive cutucando os cantos do aquário em busca de algas; caso o aquário não produza algas, é aconselhável que se supra

essa falta, oferecendo-lhes espinafre batido no liqüidificador. O Lábeo possui a boca pequena, cuidado, portanto, com o tamanho dos alimentos oferecidos. Com o passar do tempo, e quando o exemplar já estiver perfeitamente adaptado ao novo ambiente, o Labeo poderá vir a se alimentar na mão do tratador. É um peixe inteligente e reconhece o dono.

REPRODUÇÃO

Os lábeos são ovíparos. Os ovos são soltos na água e fecundados pelo macho. Os ovos são aderentes. Não existem estudos aprofundados sobre o acasalamento, desova e procriação dos labeos. O que se sabe, de maneira geral, é baseado em estudos de outros peixes da mesma família, como o kinguio e as carpas. É um peixe que não cuida dos ovos e nem da prole. Para se tentar a reprodução é necessário tomar algumas medidas; faça vários ninhos artificiais, tipo bruxinha e coloque na superfície da água do aquário. Junte um grupo de 8 a 10 labeos, torcendo para que algum seja fêmea, pois não existe dimorfismo sexual nesse gênero, sendo impossível diferenciar o macho da fêmea. Feito isso, é esperar e observar diariamente os fios da “bruxinha”, para se certificar se existe ou não algum ovo. Observar o comportamento dos peixes no aquário, pois às vezes o observador pode detectar alguma situação nova, que pode ser algum tipo de jogo amoroso. Na Ásia (Tailândia e Singapura) a reprodução do Lábeo é feita através de hipofisação. Os dados divulgados, mostram os resultados obtidos e ocultam a técnica utilizada para realizar esse processo. No Brasil são efetuados este tipo de reprodução, mas em espécies grandes, como o pacu, dourado, jau, etc... Nunca foi tentada a hipofisação em peixes ornamentais. Em 1989 tomamos conhecimento do sucesso que os orientais tiveram aplicando essa técnica. Alguns dados técnicos nos chegaram às mãos: foram utilizados 5 miligramas de hipófise, por quilo de animal vivo; os peixes foram

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tranqüilizados na água; o pH estava entre 6,8 e 7 e a temperatura em 28 a 30 grausC. Foram aplicadas 2 doses de hipófise, com intervalo de 10 horas, entre a primeira dose e a segunda dose. A desova ocorreu 4 horas após a aplicação da segunda dose. A eclosão dos ovos ocorreu de 24 a 30 horas após a desova. Nesse processo, a fêmea liberou 3 vezes mais ovos, chegando a desovar cerca de 2000 ovos, como pode ser observado na foto.

165.Resultado da hipofisaçã;, observe a

impressionante quantidade de ovos postos pela fêmea. O macho está do lado da fêmea, para a

fecundação dos óvulos.

166.O macho “abraça” a fêmea para auxiliar

na expulsão dos óvulos. São dados vários abraços, até que os óvulos sejam todos postos. Dentre as espécies mais conhecidas dos aquaristas brasileiros, destacamos: Labeo bicolor - Tem o corpo negro-veludo e a nadadeira caudal vermelho-vivo. É o mais

popular dos lábeos. Pode chegar a 15cm, em cativeiro; na natureza foram encontrados exemplares medindo 60cm. O Ph é alcalino, variando de 7,1 a 7,4 e a temperatura entre os 26 e 28 grausC. É originário da Ásia e é facilmente encontrado nas lojas do Brasil. Tem o comportamento pacífico, vivendo sozinho em um aquário comunitário. Se houver 2 exemplares em um mesmo aquário, este deverá ser grande, bem plantado e com vários esconderijos, feitos de pedras, para evitar que haja perseguição.

Labeo frenatus - É originário, também, da Ásia. Pode atingir até 10cm de comprimento e a água deve ser alcalina (pH 7,1 a 7,5). A temperatura pode ser de 26 a 28 grausC. Tem o corpo mais alongado do que o bicolor, na cor rosa, com as nadadeiras vermelhas. Prefere a parte mediana do aquário, para realizar seus nados em busca de alimentos. É o mais tímido dos lábeos. Facilmente encontrado nas lojas especializadas do Brasil. Existe uma variedade, albina, com corpo rosa amarelado, olhos vermelhos e nadadeiras avermelhadas.

167.Labeo frenatus, albino.

Labeo erythrurus - Possui o corpo preto aveludado ou preto acinzentado com todas as

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nadadeiras vermelhas. É originário da Ásia e pode alcançar até 12cm. Prefere águas alcalinas, com pH variando entre 7,2 e 7,6. Se adapta perfeitamente em aquários comunitários, com peixes de outras espécies. Pode ser encontrado nas lojas especializadas. Labeo cylindricus - Apresenta o corpo cinza escuro, com escamas brilhantes. É o maior de todos os labeos, podendo chegar a 70cm de comprimento. Pode crescer em demasia, mesmo no aquário. Enquanto pequeno, 10 a 12 cm, se dá muito bem com peixes de outras espécies; a partir daí, é aconselhável mante-lo sozinho e em um aquário de dimensões enormes. O pH deve ser de 7,2 a 7,4. Dificilmente pode ser encontrado em lojas. É originário da África

168.Exemplar do Labeo erythrurus.

Labeo rubropunctatus - Tem o corpo acinzentado-marron, com escamas brilhantes. É originário da África e pode atingir até 50cm, mesmo em cativeiro. É extremamente agressivo, atacando qualquer espécie de peixe menor que ele. O pH pode situar-se entre 7,2 e 7,6 e a temperatura entre 24 e 28 grausC. Nunca foi visto em lojas, no Brasil.

169.Exemplar do Labeo bicolor; talvez, o mais

belo. Existem sete espécies de Lábeos descritas, que nunca foram vistas em lojas ou aquários: Labeo coubie, Labeo djourae, Labeo lereensis, Labeo lukulae, Labeo pseudocoubiae, Labeo senegalensis e Labeo uhamensis.

170.Exemplar albino da espécie Labeo

erythrurus. Labeo forskali - Corpo amarelo-amarronzado com uma mancha escura próximo à cauda. Originário da África (rio Nilo), pode atingir até 50cm no cativeiro. É tímido e relativamente pacífico, não atacando outras espécies, se do mesmo tamanho. Vive em águas com pH neutro (7). Temperatura entre 24 e 28 grausC é a ideal. Nunca foi visto no Brasil. Labeo variegatus - Apresenta o corpo amarelado com manchas escuras. É originário do Congo; pode atingir até 30cm, na natureza; vive em águas com pH alcalino (7,2 a 7,4). É territorial, podendo atacar peixes de outras espécies. Temperatura entre 22 e 26 grausC. Não é encontrado em lojas no Brasil. ==========================

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P E I X E - B I S P O (Apistogramma agassizi)

(Steindachner) As espécies do gênero Apistogramma são reconhecidas pela linha lateral superior que se alonga próximo da base da barbatana dorsal. Nessa espécie, o macho tem os raios medianos da barbatana caudal alongados, mas a fêmea a possui regularmente arredondada. É originário da Amazônia Central, pertencente à família dos Ciclídeos. Pode atingir até 8cm e necessita de um aquário de 60 litros, no mínimo. O aquário deve receber iluminação média e a água deve ter o pH variando de 6 a 7; a temperatura pode oscilar entre os 21 e 26 grausC. É um peixe que não exige muito do aquarista, é fácil de se manter. Habita todas as faixas do aquário, desde o fundo até a superfície. É pacífico com peixes de outras espécies, podendo se adaptar facilmente em aquários comunitários.

É de fácil reprodução em cativeiro; é ovípara e o casal cuida dos ovos e da prole. Para reprodução, manter somente um casal no aquário, com muitas plantas e pedras, pois os ovos serão postos em pedras. Na época da reprodução se torna agressivo e territorial. Sua alimentação não requer muito esmero, aceitando alimentos vivos e congelados, carne crua picada, coração de boi, etc... ===============================

TETRA-NEGRO (Gymnocorymbus ternetzi)

Esse pequeno lambari de barbatanas negras tem apenas a cauda transparente. Quando não está bem ambientado, torna-se cinza. O macho é reconhecido por pequenos pontos brancos sobre a nadadeira caudal. É originário do Brasil e pertence à família dos Caracídeos, podendo atingir até 5 cm de comprimento. É fácil de ser criado em cativeiro.

O aquário deve ter capacidade para 50 litros e receber iluminação mediana. O pH pode variar de 6 a 7 e a temperatura de 21 a 26 grausC. Vive em pequenos cardumes e pode coabitar com outras espécies, em aquários comunitários, pois é de temperamento pacífico. Como os demais Caracídeos, é ovíparo e os ovos são postos ao acaso, sem maiores preocupações. Se reproduz facilmente em cativeiro e tem o hábito de devorar os ovos e alevinos. Alimenta-se de tudo (onívoro), desde rações flocadas, até alimentos vivos.

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CARA-BICUDA (Carnegiella strigata)

(Günther) Os Gasteropelecídeos são endêmicos da América do Sul, ou seja, só existem nessa região. Peixes-voadores, vivem à flor da água. É interessante confrontar sua morfologia com a dos Pantodontídeos, os peixes-voadores das águas doces africanas. A espécie aqui ilustrada se cria em grupo e devem ser tomadas precauções para que não caiam fora do aquário. São peixes pequenos (5cm de comprimento) e necessitam de um aquário de 60 litros, para manter de 6 a 8 espécimes. O aquário deve receber iluminação fraca. Vivem em águas ácidas (pH 5,5 a 6,5) e temperatura alta (24 a 29 graus Celsius).

Requerem certo cuidados na sua manutenção, especialmente com relação à alimentação, aceitando somente alimentos vivos. Vivem na superfície do aquário em pequenos cardumes, podendo viver pacificamente em aquários comunitários, junto com outras espécies. Sua reprodução em cativeiro é difícil e são ovíparos, soltando os ovos ao acaso, não se importando em cuidar dos ovos ou da prole.

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RUBROPINIS (Aphyocharax anisitsi)

(Eigenmann & Kennedy)

É conhecido também pelo nome de tetra-vermelho. A família à que pertence, os Caracídeos, compreende mais de mil espécies da América do Sul e da África. Esses peixes possuem, em geral, dentes grandes sobre mandíbulas fortes e uma nadadeira peitoral. Quanto maior a saúde do peixe, mais forte será sua coloração. A nadadeira anal e a base da caudal conservam, todavia, sempre a cor vermelha. O rubropinis é originário do Estado do Paraná e vivem em pequenos cardumes e, no aquário, alegram o ambiente com seu nado rápido e gracioso.

Atingem até 5 cm de comprimento e para manter um pequeno grupo de até 10 indivíduos, um aquário de 50 litros é o suficiente. Podem viver pacificamente em aquários comunitários. A água ideal para o rubropinis deve ter o pH entre 6 e 7 e a temperatura entre 20 e 25 grausC. São ovíparos e se reproduzem facilmente em cativeiro, sendo que os ovos são postos ao acaso, se aderindo em plantas, ou mesmo nos vidros do aquário. A eclosão acontece de 24 a 36 horas, após a postura. São onívoros, aceitando desde flocos até alimentos vivos, rações granuladas, coração de boi, etc... ===============================

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ANOSTOMUS (Anostomus anostomus)

(Linnaeus) O anostomus mantém-se quase sempre no fundo. Como tem a boca situada na parte superior do focinho (a boca é superior, em contraposição à boca terminal e à boca inferior ou ventral), é obrigado a fazer acrobacias para prender o alimento que está sobre sua cabeça. Originário da Amazônia Superior e Guiana Ocidental, pertence à família dos Anostomídeos. É um peixe de grande porte, podendo atingir até 15cm de comprimento e sua manutenção em aquários requer certos cuidados. Exige um aquário de, no mínimo, 80 litros de capacidade, pouco iluminado; o pH pode variar de 6 a 7 e a temperatura de 24 a 26 grausC. É pacífico e pode habitar aquários comunitários, sem maiores problemas.

É ovíparo e sua reprodução em cativeiro é difícil de ser obtida. Os ovos são postos ao acaso, que podem aderir-se a plantas e pedras, porventura ornamentando o aquário. São onívoros e aceitam rações secas, flocadas, granuladas; alimentos vivos, como a artemia salina, Dáfnias, etc..., bem como vegetais, como o alface e espinafre, picados ou passados no liqüidificador. ===============================

ARLEQUIM (Rasbora heteromorpha)

(Duncker)

O peixe-arlequim é o mais procurado entre os vários peixes do gênero Rasbora. A fêmea (abaixo, na figura) tem um triângulo preto menor do que o do macho. Pertence à família do Ciprinídeos e é originário da Tailândia e Sumatra. É um peixe de pequeno porte, atingindo, no máximo, 4cm de comprimento. Vive em pequenos grupos e, no aquário, é conveniente que se mantenha um grupo de, pelo menos, 6 indivíduos. Podem viver em aquários comunitários, pois são pacíficos e sociáveis. Habitam águas ácidas com pH entre 5 e 6, pouca iluminação e temperatura entre os 23 e 26 graus. Não toleram mudanças bruscas de temperatura. São ovíparos e sua reprodução em cativeiro é fácil de ser obtida. Os ovos são aderentes e postos ao acaso, se fixando em eventuais plantas existentes no ambiente. Aceitam, como alimento, desde rações secas, flocadas, granuladas, etc... até alimentos vivos, como a artemia salina, Dáfnias, etc... ===============================

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PEIXE-VIDRO INDIANO (Kryptopterus bicirrhis)

(Valenciennes)

É chamado peixe-vidro por ser totalmente transparente. Possui dentes minúsculos. Se não for mantido junto dos outros de sua espécie, não terá vida longa. Sendo transparente, assume a cor dos reflexos da iluminação do aquário. É originário de Java, Bornéu e Sumatra. Pertence à família dos Schilbeídeos e pode atingir até 10cm de comprimento, em cativeiro. Não é um peixe fácil de se manter em cativeiro. É recomendável que se mantenha um grupo de, pelo menos, 8 indivíduos em aquário exclusivo. O aquário deve ter capacidade de volume para 80 litros d'água. O pH da água pode variar de 6,5 até 7,5, a iluminação deve ser branda e a temperatura pode variar de 18 a 24 grausC. Pouco se sabe sobre o acasalamento e reprodução. Sabe-se no entanto, que são ovíparos e os ovos são postos ao acaso. Não se tem notícias de sua procriação em cativeiro. Alimentam-se única e exclusivamente de presas vivas, como a artemia salina, Dáfnias, larvas de mosquito, etc.... ===============================

CIFOTILÁPIA (Cyphotilapia frontosa)

(Boulenger)

A corcunda frontal nos Cyphotilapia é encontrada tanto nos machos como nas fêmeas, ao contrário do Cychlasoma, onde a protuberância é distinção sexual. Originária da África (Lago Tanganica), pertence à família dos Ciclídeos e são de grande porte, podendo atingir, em cativeiro, até 20cm de comprimento. Vivem em água alcalina (pH 7 a 8) e requerem, devido ao seu tamanho, aquários com capacidade mínima de 100 litros, com iluminação mediana e temperatura variando de 24 a 26 grausC. Não toleram grandes variações de temperatura.

Fora da época de procriação são pacíficos, podendo viver em cardumes e habitar aquários comunitários. São ovíparos e os ovos são postos em tocas e buracos, previamente cavados, onde são fertilizados pelo macho. O casal, na época de reprodução, se tornam agressivos e territoriais. Logo após a postura e fertilização, os ovos são engolidos pela fêmea. A incubação é bucal e demoram 72 horas para eclosão. A reprodução em cativeiro não é facilmente obtida. Quanto à alimentação, não requer maiores cuidados, pois aceitam desde rações secas, flocadas ou granuladas, até alimentos vivos, como a artemia salina, Dáfnias, tubifex, etc. ===============================

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LABEOTROFEU (Labeotropheus trewavasae)

(Fryer)

Existem duas espécies de Labeotrofeu, ambas encontradas no lago Malawi (África). A outra espécie foi classificada por Ahl e denominada de Labeotropheus fuelleborni, tem o Lábeo superior carnudo e semelhante ao do gênero Labeo dos Ciprinídeos. Pertencem à família dos Ciclídeos. Na natureza alimentam-se de algas. Conforme a sua localização no lago, apresentam cores diferentes, que podem variar do vermelho vivo ao azul escuro, manchado de preto.

Podem atingir, em cativeiro, até 12cm de comprimento e sua manutenção não requer muitos cuidados. São agressivos com outras espécies e, por esse motivo, não podem viver em aquários comunitários. Um aquário de 80 litros é suficiente para manter ate 6 indivíduos adultos, montado com pedras e pedregulhos no fundo. O pH deve situar-se entre 7 e 8 e a temperatura pode variar de 23 a 27 grausC. São ovíparos e sua reprodução em cativeiro é facilmente obtida. Na época do acasalamento se tornam agressivos e territoriais. A fêmea põe os ovos em buracos, previamente cavados e, após a fecundação, pelo macho, ela os engole até a eclosão que ocorre 48 horas após a postura. A incubação é bucal. Aceitam qualquer tipo de alimentos: rações, alimentos vivos, vegetais, microvermes, etc... ===============================

PEIXE-JÓIA (Hemichromis bimaculatus)

(Gill)

É um dos ciclídeos mais belos que existe na natureza. Os peixes desse gênero são naturalmente agressivos, entretanto, o peixe jóia pode permanecer em aquários comunitários, desde que sejam colocadas muitas plantas, areia, e haja refúgios para os outros peixes. São originários da África tropical e atingem, em cativeiro, 12cm de comprimento. O aquário ideal é de 80 litros, que pode abrigar até 4 indivíduos adultos. O pH pode situar-se entre 5 e 7, a iluminação deve ser mediana e a temperatura deve oscilar entre 24 e 26 grausC. Não se adapta a temperaturas que oscilem além dessa indicada.

É ovíparo, e tornam-se agressivos na época do acasalamento. A fêmea põem os ovos em local demarcado e ambos, macho e fêmea, tomam conta dos ovos, ventilando-os, até a eclosão. Os alevinos são escoltados pelos pais, 24 horas por dia, não permitindo que algum saia de suas vistas. Preferem alimentos vivos, como a artemia salina, Dáfnias, etc., mas aceitam, também, alimentos secos. ===============================

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BEDÓCIA (Bedotia geayi)

(Pellegrin) Essa graciosa espécie de Madagascar se desenvolve melhor se for mantida junto com outros exemplares da mesma espécie, num grande aquário.

Pode atingir até 8cm de comprimento e um aquário de 80 litros é o suficiente para manter de 6 a 10 exemplares. O aquário deve receber iluminação mediana. Estando junto com outros de sua espécie, é um peixe fácil de ser mantido. Requer águas com temperatura entre os 21 e 26 graus e o pH podendo variar de 6 a 8 São peixes ovíparos e os seus ovos são postos ao acaso, aderindo a plantas ou qualquer outro objeto que encontrem. Sua reprodução em cativeiro não é fácil de ser obtida.

Sua alimentação consiste em rações secas, flocadas, granuladas e alimentos vivos, que não podem faltar, pelo menos duas vezes por semana. Apreciam muito a artemia salina, mas aceitam de bom grado outras presas vivas, como as Dáfnias, tubifex e larvas de mosquito. ===============================

CICLIDEO ZEBRADO Este gênero é composto de 4 espécies, todas originárias da África (lago Malawi) e pertencem à família dos ciclídeos. O pH é idêntico a todas as espécies, pois são originárias do mesmo local: 7 a 8. A temperatura também: 21 a 25 grausC.

São peixes agressivos, que não convém manter em aquários com outras espécies. Entre si se toleram, podendo conviver harmoniosamente, fora da época de reprodução, quando se tornam agressivos e territoriais. São peixes ovíparos e a incubação é bucal. Não se reproduzem com facilidade em cativeiro. Alimentam-se de qualquer coisa, desde rações secas, alimentos vivos, vegetais e microvermes. Pseudotropheus tropheops - A coloração permite, nesta espécie, a distinção completa entre os dois sexos. A fêmea varia do amarelo-claro ao amarelo-acinzantado. O macho, mais escuro, é quase sempre azulado, com faixas transversais escuras.

Foi descrito pela primeira vez pelo ictiólogo Regan. Pode atingir, em cativeiro, até 12cm de comprimento.

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Pseudotropheus zebra - Descrito pela primeira vez, por Boulenger.

Apresenta uma coloração típica, composta por uma série de faixas pretas, sobre um fundo azul-claro. A barbatana anal tem manchas brancas arredondadas. Pode atingir, em cativeiro, até 16cm de comprimento. P.zebra (variedade alaranjada) - Essa é uma outra forma de coloração do P.zebra. Essas diferenças de cor colocam problemas para ictiólogos e geneticistas. Chegam até 16cm de comprimento.

P.zebra (variedade azul-cobalto) - Essa espécie apresenta um colorido azul claro (cobalto), com as nadadeiras pélvicas apresentando um colorido azul mais intenso, dando um lindo contraste com o restante do corpo. Ao redor dos olhos, apresenta o mesmo colorido das nadadeiras pélvicas, dando a impressão de que o peixe está com uma máscara azul.

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BRICHARDI (Lamprologus brichardi)

Um ciclídeo bonito, de colorido incomum, temperamento forte e formas muito elegantes. Assim é o brichardi, um peixe africano muito difícil de ser encontrado no mercado nacional, sendo que ainda vale a pena procurá-lo nas lojas devido à sua beleza irresistível.

Possui o corpo arredondado, alongando-se em direção à cauda. Esta termina em pontas, deixando seu visual ainda mais atraente. Sua coloração é num tom de marron-claro, quase translúcido. As nadadeiras possuem as bordas brancas, o que dá a impressão de que seu corpo é iluminado nesses pontos. Para que possa se desenvolver plenamente, o peixe vai precisar ter espaço no aquário. Assim, mantenha-o num recipiente com cerca de 80 litros. A água deve ser mantida numa temperatura entre 23 e 26 grausC, com pH alcalino, em torno de 7,4. É aconselhável que o fundo seja revestido de cascalho rolado de rio e pedras, assemelhando-se às condições que o peixe encontraria em seu habitat natural. A vegetação não precisa ser abundante e fica por conta do gosto do criador, já que o brichardi não faz nenhuma restrição. Como gosta de luz, faça com que o aquário receba uma média de 12 horas diárias de iluminação. Tem-se notícia de acasalamentos em cativeiro, mas isso não é muito comum. Pode se reproduzir em colônias, ou seja, é possível reunir de dois a três casais num mesmo aquário de reprodução. Neste caso, a capacidade do aquário deve ser de cerca de 120 litros. No período de reprodução, pode tornar-se agressivo, por isso, é melhor manter as outras espécies afastadas.

As rochas do aquário devem estar formando grutas, pois é onde a fêmea costuma depositar os óvulos que serão fecundados pelo macho. Não é necessário retirar os pais do viveiro após a desova. Eles não irão molestar a cria, muito pelo contrário, pois costumam vigiar os ovos com toda atenção. Não é fácil distinguir os sexos, porém, o macho apresenta normalmente as nadadeiras dorsal e anal mais afiladas nas extremidades. Seu comprimento médio é entre 7 e 10 cm. A alimentação não apresenta complicações. Aceita qualquer tipo de comida, preferindo as presas vivas. Mesmo fora da época do acasalamento, não se pode dizer que seja o mais amigável dos peixes. Temperamental e avesso a brincadeiras, pode agredir exemplares que o importunem. É aconselhável mantê-lo apenas junto a peixes de superfície ou a outros ciclídeos africanos. Seu temperamento e sensibilidade podem tornar-se uma dificuldade para o aquarista principiante. Na hora de compra-lo, é importante verificar se o peixe está bem de saúde: a melhor maneira é observar se está nadando bastante e com desenvoltura. Quem quiser se aventurar em busca desta maravilha africana, prestando atenção em suas condições e em tudo o que exige, sai ganhando em beleza e no prazer de ter um peixe incomum e até valioso.

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