Óxido de zinco co-dopado com enxofre e com íons alcalinos … · figura 6: análises...

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Óxido de zinco co-dopado com enxofre e com íons alcalinos terrosos obtidos a partir de precursores single-source André L.B. Brunozi (IC)*, Italo O. Mazali (PQ), Fernando A. Sigoli (PQ) Laboratório de Materiais Funcionais Instituto de Química Universidade Estadual de Campinas UNICAMP Campinas, São Paulo, Brasil, C.P 6154, CEP 13083-970 *[email protected] Introdução Conclusão Procedimento Experimental Resultados e Discussão Referências 1 Pearton, S.J.; Norton, D.P.;IP, K.;Heo,Y.W.; Steiner,T. Recent progress in processing and properties of ZnO. Progress in Materials Science, v. 50, n.3,p.293-340, mar.2005. Agradecimentos Caracterização Análise Termogravimétrica (TA SDT Q600) Difração de raios X (Shimatzu XRD-700) Espectroscopia de infravermelho (FTIR Bomen FTLA 2000) Microscopia Eletrônica de Varredura (FE-SEM) Na(Et 2 dtc) (aq) + Zn(Ac) 2 (aq) Filtração à vácuo Secagem Dessacador (6h) Zn(Et 2 dtc) 2 Decomposição (325°C, N 2 , 3h) ZnS (hexagonal) A partir do controle de tamanho e forma das partículas pode-se obter compostos com propriedades químicas e eletrônicas diferenciadas. Neste contexto, o óxido de zinco, um semicondutor intrínseco, voltou a ser o foco de diversas pesquisas, visto que pode ser obtido como nanopartículas com potencial aplicação em campos de óptica não linear, luminescência, eletrônica, catálise, energia solar, dentre outros. O óxido de zinco é não estequiométrico, fato que leva a presença de níveis energéticos intermediários, situados na banda proibida, que facilitam as transições eletrônicas, reforçando a hipótese de que a luminescência do oxido de zinco, seja decorrente do excesso de zinco intersticial, ou vacâncias de oxigênio. 1 Dentre os métodos de preparação de semicondutores, destaca-se uma rota sintética para materiais nanoestruturados denominada método do precursor de fonte- única (single-source precursor SSP ). Estes precursores recebem este nome pois apresentam elementos metálicos e não- metálicos na mesma molécula, e a partir desta se obtém o semicondutor binário de interesse. Precursores bis(dietilditilcarbamato) de Zinco(II)/Cálcio Análise Termogravimétrica (TG) Figura 1: Análise termogravimétrica da amostra de bis(dietilditiocarbamato) de Zinco(II). Espectroscopia de Infravermelho (IV) Figura 3: Espectro vibracional na região do IV da amostra de bis(dietilditiocarbamato) de zinco(II). Figura 4: Espectro vibracional na região do IV da amostra de bis(dietilditiocarbamato) de cálcio(II). Difratometria de Raios X (DRX) Figura 5: Difratogramas de raios X da amostra de bis(dietilditiocarbamato) de zinco(II). 20 40 Amostra Zn(S 2 CNEt 2 ) 2 - JCPDS 23-1973 Intensidade / u.a. 2 / graus Figura 2: Análise termogravimétrica da amostra de bis(dietilditiocarbamato) de Cálcio(II). 0 200 400 600 800 1000 0 20 40 60 80 100 0 200 400 600 800 1000 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 322°C 177°C Endo dm/dt (u.a.) Massa / % Temperatura / °C 0 200 400 600 800 1000 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 754°C 244°C Temperatura / °C dm/dt (u.a.) 50 60 70 80 90 100 Endo Massa / % Sulfeto de Zinco (ZnS) Figura 8: : Difratogramas de raios X das amostras de sulfeto de zinco dopadas com 1 mol%, 3 mol%,5% e 10 mol % de íons cálcio. Análise Termogravimétrica (TG) Difratometria de Raios X (DRX) Microscopia Eletrônica de Varredura (FE-SEM) Estrutura Hexagonal 21 22 23 24 25 Intensidade / u.a. 2 / graus ZnS ZnS:Ca 1% ZnS:Ca 5% ZnS:Ca 10% (a) (b) (c) Figura 6: Análises termogravimétricas das amostras de sulfeto de zinco puro (a), e dopado com Ca 2+ , 1 mol% (b) e 5 mol% (c) Figura 7: Difratogramas de raios X da amostra de sulfeto de zinco e de seu respectivo padrão (JCPDS: 36-1450) 0 200 400 600 800 1000 70 75 80 85 90 95 100 Massa / % Temperatura / °C -20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 661°C dm/dt (V) 0 200 400 600 800 1000 82 84 86 88 90 92 94 96 98 100 102 Massa / % Temperatura / °C -20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 709°C dm/dt (V) 0 200 400 600 800 1000 84 86 88 90 92 94 96 98 100 Massa / % Temperatura / °C 0 20 40 60 80 715°C dm/dt (V) Zn(Et 2 dtc) 2 + (1mol%,5mol% e 10mol%) Ca(Et 2 dtc) 2 em CH 2 Cl 2 Agitação até evaporação do solvente Zn 1-x (Et 2 dtc) 2 :Ca x Decomposição (800°C, N 2 , 30min) Zn 1-x S:Ca x A síntese do precursor de zinco Zn(Et 2 dtc) 2 é de fácil separação e bom rendimento, enquanto a síntese do precursor de cálcio é lenta, com rendimento abaixo do esperado. Foi possível através do tratamento térmico do precursor de zinco sob atmosfera inerte a obtenção de sulfeto de zinco hexagonal (wurtzita), fato interessante já que a estrutura cúbica (esfarelita) é a mais estável para o ZnS à esta temperatura. Para obtenção do sulfeto de zinco dopado tendo íons cálcio como dopante, não se pôde concluir se os íons cálcio estão na rede cristalina do sulfeto de zinco. Porém se observa deslocamento dos picos no difratograma de raios X, e na curva de análise termogravimétrica, observa-se também que as temperaturas de decomposição variam consideravelmente. Figura 9: Micrografias da amostra de sulfeto de zinco não dopado.

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Page 1: Óxido de zinco co-dopado com enxofre e com íons alcalinos … · Figura 6: Análises termogravimétricas das amostras de sulfeto de zinco puro (a), e dopado com Ca2+, 1 mol% (b)

Óxido de zinco co-dopado com enxofre e com íons alcalinos terrosos obtidos a partir de

precursores single-source

André L.B. Brunozi (IC)*, Italo O. Mazali (PQ), Fernando A. Sigoli (PQ)

Laboratório de Materiais Funcionais – Instituto de Química – Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

Campinas, São Paulo, Brasil, C.P 6154, CEP 13083-970

*[email protected]

Introdução

Conclusão

Procedimento Experimental

Resultados e Discussão

Referências

1 Pearton, S.J.; Norton, D.P.;IP, K.;Heo,Y.W.; Steiner,T. Recent progress in processing and properties

of ZnO. Progress in Materials Science, v. 50, n.3,p.293-340, mar.2005.

Agradecimentos

Caracterização

•Análise Termogravimétrica

(TA SDT Q600)

• Difração de raios X

(Shimatzu XRD-700)

•Espectroscopia de infravermelho

(FTIR Bomen FTLA 2000)

•Microscopia Eletrônica de Varredura

(FE-SEM)

Na(Et2dtc) (aq) + Zn(Ac)2 (aq)

Filtração à vácuo

Secagem Dessacador (6h)

Zn(Et2dtc)2

Decomposição (325°C, N2, 3h)

ZnS (hexagonal)

A partir do controle de tamanho e forma das partículas pode-se obter compostos com propriedades químicas e eletrônicas diferenciadas. Neste contexto, o óxido de zinco, um semicondutor intrínseco, voltou a ser o foco de diversas pesquisas, visto que pode ser obtido como nanopartículas com potencial aplicação em campos de óptica não linear, luminescência, eletrônica, catálise, energia solar, dentre outros. O óxido de zinco é não estequiométrico, fato que leva a presença de níveis energéticos intermediários, situados na banda proibida, que facilitam as transições eletrônicas,

reforçando a hipótese de que a luminescência do oxido de zinco, seja decorrente do excesso de zinco intersticial, ou vacâncias de oxigênio.1 Dentre os métodos de preparação de semicondutores, destaca-se uma rota sintética para materiais nanoestruturados denominada método do precursor de fonte-única (single-source precursor – SSP ). Estes precursores recebem este nome pois apresentam elementos metálicos e não-metálicos na mesma molécula, e a partir desta se obtém o semicondutor binário de interesse.

Precursores – bis(dietilditilcarbamato) de Zinco(II)/Cálcio

Análise Termogravimétrica (TG)

Figura 1: Análise termogravimétrica da amostra de bis(dietilditiocarbamato) de Zinco(II).

Espectroscopia de Infravermelho (IV)

Figura 3: Espectro vibracional na região do IV da amostra de bis(dietilditiocarbamato) de zinco(II).

Figura 4: Espectro vibracional na região do IV da amostra de bis(dietilditiocarbamato) de cálcio(II).

Difratometria de Raios X (DRX)

Figura 5: Difratogramas de raios X da amostra de bis(dietilditiocarbamato) de zinco(II).

20 40

Amostra

Zn(S2CNEt

2)2 - JCPDS 23-1973

Inte

nsid

ad

e / u

.a.

2 / graus

Figura 2: Análise termogravimétrica da amostra de bis(dietilditiocarbamato) de Cálcio(II).

0 200 400 600 800 1000

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322°C

177°C

Endo

dm

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Ma

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Temperatura / °C

0 200 400 600 800 1000-50

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754°C

244°C

Temperatura / °C

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.a.)

50

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80

90

100

Endo

Ma

ssa / %

Sulfeto de Zinco (ZnS)

Figura 8: : Difratogramas de raios X das amostras de sulfeto de zinco dopadas com 1 mol%, 3 mol%,5% e 10 mol % de íons cálcio.

Análise Termogravimétrica (TG)

Difratometria de Raios X (DRX)

Microscopia Eletrônica de Varredura (FE-SEM)

Estrutura Hexagonal

21 22 23 24 25

In

ten

sid

ad

e / u

.a.

2 / graus

ZnS

ZnS:Ca 1%

ZnS:Ca 5%

ZnS:Ca 10%

(a) (b) (c)

Figura 6: Análises termogravimétricas das amostras de sulfeto de zinco puro (a), e dopado com Ca2+ , 1 mol% (b) e 5 mol% (c)

Figura 7: Difratogramas de raios X da amostra de sulfeto de zinco e de seu respectivo padrão (JCPDS: 36-1450)

0 200 400 600 800 1000

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709°C

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V)

0 200 400 600 800 1000

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M

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Temperatura / °C

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80715°C

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V)

Zn(Et2dtc)2 +

(1mol%,5mol% e 10mol%) Ca(Et2dtc)2 em CH2Cl2

Agitação até evaporação do

solvente

Zn1-x(Et2dtc)2:Cax

Decomposição (800°C, N2, 30min)

Zn1-xS:Cax

A síntese do precursor de zinco – Zn(Et2dtc)2 é de fácil separação e bom rendimento, enquanto a síntese do precursor de cálcio é lenta, com rendimento abaixo do esperado. Foi possível através do tratamento térmico do precursor de zinco sob atmosfera inerte a obtenção de sulfeto de zinco hexagonal (wurtzita), fato interessante já que a estrutura cúbica (esfarelita) é a mais estável para o ZnS à esta temperatura. Para obtenção do sulfeto de zinco dopado tendo íons cálcio como dopante, não se pôde concluir se os íons cálcio estão na rede cristalina do sulfeto de zinco. Porém se observa deslocamento dos picos no difratograma de raios X, e na curva de análise termogravimétrica, observa-se também que as temperaturas de decomposição variam consideravelmente.

Figura 9: Micrografias da amostra de sulfeto de zinco não dopado.