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r--~:-----------.....~~~;ffiirn~po~uf:c~o~.m~E-iiim 0 mercado exportador bastante signtflcatbta _a_pre­ da industria automobilfsti· sen~a de um Opala brasl­ ca brasileira superou em leiro movido a alcool trans­ 47% o seu desempenho do portando o governador do ano anterior, de acordo com

• REPORTAGEM DE MARCO ANTONIO MONTANDON

ILUSTRAcA,O DE TECO RODRIGUES FOTO DE JOSE CARLOS MORAES

OVEL:

DUTO TiP ODE

~CAO-As exporta~6es de carros

brasileiros deverao ultrapassar, este ano, os 2 bilh6es de d61ares. Apesar dos grandes desafios do

~-------------------•-••--ional, os Made in Brasil estao ganhando espa~o, e vao disputar clientes com o Japao.

Nada tem de curioso o Alabama durante os feste· desinteresse dos angola­ jos da posse de Ronald Rea­nos por pe~as de reposi~io gan como 40.0 presldente para os limpadores de pa­ dos Estados Unidos. ra-brisas dos carros im- Curiosidade e ufanismo i

a verdade ~ que em

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EXPORTAc,AO --~\-------------------t~~~J· \------------Fabricas pequenas exploram basicamente mercados desenvolvidos; as grandes preferem os de carros populares, no 3.0 Mundo. dados fornecidos pela Asso­clacAo Nacional dos Fabri­cantes de Vefculos Automo­tores (Anfavea}: 155 693 vef· culos FBU (montados e completos) e CKD (desmon· tados), contra 105 648 vendi­

dos em 1979, proporcionan· do ao Brasil cerca de 1.5 bl­lhao de d61area em divisaa.

0 caso da Fiat 6 exem­plar: ela chegou ao fim de 1980 como a recordists bra- . sileira na exportaoAo de ver­

\ ~c.;ll"'J

~~ culos FBU, com 27 mil unl­dades vendidas, contra 24,5 mil da Volkswagen (nume­ros aproxlmados). E nao pretende parar por ar.

Cientes das grandes pos· sibilidades do mercado ex· portado·r, as Ubricas que operam aqui j6 se preps­ram para uma dispute dura pela conqulsta dos seus fi. 16es: a Ford brasileira, ven­do confirmada a prefer6n· cia dos consumidores es·

trangeiros pelos carros de quatro portas, apressa o lan­oamento do Coree! Omega para disputer com os japo~ neses, ainda este ano, os mercados Iatino e africano. Ao oontr6rio da Puma e da Later que, com os seus es­portivos de dois lugares, ttm justamente como meta a conquiata de mercados mais sofisticadoa como os da Europa, Am6rica do Nor­tee Japio.

Para M~rio Garnero, presi­dent& da Anfavea, o born desempenho das exporta­~Oes da industria automobi·

0 CLIENTE SEMPRE TEM RAZAO ·

FIAT

vw

GURGEL

As exporta~oes brasileiras de velculos

De 1969 at6 hoje, a hist6­rla das expotta~6es automo­billstica$ brssileiras tem mostrsdo que exportar 8, muitas vezes, um exercfcio de marketing muito mais complicado que o velho 6 simples conceito da oferta 6 procura. As flbrlcas desco­brirsm, por sxsmplo, que os gosros dos compradores estlo qusse semprtt dlreta· mente figsdos ss peculisri· dades ffs.icas de cads re­gilo, e que satisfsrer ~s exi­glnciBs ex6ticas ou curio· sss dos cli6ntes 6 um dos itlms msis importsntes psra a consolidst;Ao do mercado.

Os ~rabt!Js, por exemplo, dao preferlncis sot~ vefcu­los de cor brsnca ou bege, em virtude da alta insols­t;Ao no deserto - os de co· res escurss absorvem B luz solar, enquanto os de cores clarss, 110 contr~rio, refls­tem os r8ios do sol e aque­cem muito menos.

Da mesma forma, ss con­dit;6es cllm6tfcss do deser­to sao tamb6m respond­vels por outrss exig6ncias arsbes, como 8 ds coloca­t;Ao de vldros rsy·ban e de ar condicionado nos velcu­los que imporram, para su­portar o fotte sol e o calor

que fsz durante o dis; e de sistemas de sr qutmte, para enfrentsr as noites friss, quando 8 temperatura mui­tas vezes chega t1 csir sbai­xo de zero.

Js os nlgerisnos que, 110 /ado dos argelinos, sao os maiores import11dores dos Volkswagen brssileiros no mercsdo sfricano, gostam mesmo 6 de vefculos com quatro portas. Ums prefe· rlncla tlo scentuada que le­vou a VW s expottsr para a Nigeria ss primeirss unida­des ds Brasilia quatro por­

. tas multo antes do mode/a ser /an~11do no Brasil.

Os comprsdores argeli­nos, por sua vez, exigem que os seus velcutos sejtlm equipsdos com far6is sma­relos, por causa da poeira,· e as autorld~tdes de trlnsito screscentaram outra especi­fica~so: ganchos para rebo­que.

Os import11dores dll Nova Guint§ t~m tambt§m suss exi­g~ncias, como s coloca~o de filtros de ar a banho de 6/eo para evitsr s infiltra~o de poeira vulclnica; e a Ma­f6sia, Tal/India, t.ndonesis, Nova Zelbndia e ilhas do Pa­cffico Sui somente adqui­rem vefculos que tenham o

QUATRO RODAS 36

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VOlante do !ado direito, den- Brasil, mas foi ele 0 unico tro do sistema ingMs de carro importado pelo Ira trlnsito, de m6o de dire~o nesses doze anos em que o pela esquerda (daf um dos Brasil exp/ora o mercado in­motlvos d11 grande scefts- ternsclonal. ~o da Kombi por pane des- Tafvez nao fosse a epoca :uJs pafses, uma vez que ela ainda dos esportivos, pois 6 o unico vefculo brasileiro nos anos que se seguirlam fabrlcsdo nessas condi- pelo menos duas pequenas ¢es). fl§bricas braslleiras - a Pu·

Mas, sem duvida, a exi- ma e a Lafttr - assistirlam g~ncia mais curiosa talvez ao crescente sucesso de seja a feita pe/as sutorida· seus modslos no exterior, des ds Nova Zet8ndia: etas num mercado formltdo por apenas libersm um vtJfcufo pafses como os Estsdos Uni­importado depois dt~ confir- dos, CanadA, Japso e os do msrem que e/e foi lavado Mercado Comum Euro­antes do embarque, a fim peu. de evitar que a entrada de Para a Puma, a boa aceita­terra estrsngeira possa tra- fBO de seus esportivos se­zer possfveis pragas 8 prin· ria uma conseqiilrtcia natu­clpal fonte de riquezas do raJ do aprimoramento de pals - a agrlcultura. seus modelos. desde que o

A .hlst6ria das exports- carro foi lan~ado, em 1967. r;oes tem outras passagens Ja para a Lafer, a razlo do interessantes. 0 Wilfys Ita· sucesso seris o pr6prio car­maraty, por exemplo, ape- ro em si: o MP, replica do sar de todo o sev luxo, nun- MG TD 1952, carro que se ca foi um sucesso de ven- transformou de um modes­dss, aqui ou /A fora: apenss to projeto da pequena Mor­dois mode/os foram expo.r- ris Garage num dos maio­tados, em 69, um psra a Bo- res cltlssicos da hisr6ria do lfvia e outro para o Urugual. automobilismo mundial.

Entretanro, o TL 1600 de Mas o carro brttsileiro quatro portas, outro qve mais vendido no exterior nlo se firmou no mercado continua sendo o Fusca, se­interno, teve uma grande guldo agora pelo Fiat, Brasf­IICeita~lo na Nigeria e Is- lia, Kombi, Passat e Chevet­rael, que foram os seus te. E, entre os maiores clien· maJores importadores; o tes, estao a Nigeria, Arg61ia, SP, o esportivo da VW, teve lt8llt1, Mexico, Chile, Peru e igualmente vida curta no Venezuela.

Torne este verao intragavel para

os insetos.

Passe Repelex em voce.

lfstica, em 1980, comprovou que "estamos em condi­~oes de competir no concor­rido mercado mundial de vefculos, tanto em pre~o quanto em qualidade" .

Esse otlmismo, de um modo geral, e plenamente compartilhado pelas f'bricas brasileiras, que vl!em na ex­portacao de seus vefculos (autom6veis, comerciais le­va& e caminhoes) uma das solu~oes para veneer a crl­se do mercado interne. Niio 6 sem razilo que os Departa­mento& de Exportacoes pas­sa ram a me recer uma

maior aten9io, deixando de ser apenas um aplndice pa­ra se transformaram num 6rgiio vital, dentro das com­panhias.

Porem, esse estrada que leva ao mercado consumi­dor internacional - princi­palmente o formado palos parses do Terceiro Mundo - esU Ionge ainda de sa tornar uma free·w•y para as aspiracoes brasileiras. E dois siio considerados os maiores obst,culos para a concretizacio desse objeti­vo: de um lado .• a presen~ cada vez mais poderosa e

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EXPORTAf;AO

0 Brasil eo maior produtor mundial de carros esportivos, que tern grande aceita~ao por serem baratos e de boa qualidade. audaciosa da Industria auto· mobilfstica japonesa; e, de outro, a pr6pria legisla~o brasilei ra, principalmente no Que se refere aapresen­ta~o final do produto.

Pa ra Oscar Lafer, por exemplo, diretor de Opera­¢es da Lafer, que produz o MP, o Brasil simplesmente nao tern carros para expor· tar para paises altamente desenvolvidos, que do o grande mercado consumi­dor. "Se o nosso pars tives­se uma legisla~ao mais rfgi· da - a mesma adotada pa­l os palses desenvolvidos -, principalmente com refe­rtncia A seguran99 e polui­~io dos motores, toda a nossa produ~io seria expor­t,vel pols, em termos Inter· nacionais, o nosso velculo • considerado atll barato."

Lafer d6 como exemplo o motor do Fusquinha, "que j6 fol condenado na Europa e nos Estados Unidos", e acuaa as mult i nacionais que operam no Brasil de nio pretenderem uma legis­la~Ao mala rfg ida, " para nio competir com os seus

pr6prlos caHos no grande mercado lmportador".

0 mesmo tipo de queixa - os empecilhos de ordem legal para penetrar no mer­cado formado palos parses desenvolvldos - l! lgual­mente formul-ado pela Pu­ma, que para ver homologa­dos oa aeus esportivos no Canad6, Japao ou Estados Unldos tern que at.ender a nada menos que 52 itens de seguran~, n6o exlgidos pe­la legisla~!o brasileira.

J6 para as grandes monta­doras brasileiras, cuje ex· porta~ao • pratlcamente to­da destl nada ao Terceiro Mundo, onde as leis de se­guran~a, como a nossa, sio menos rlgidas . o grande obst~culo 6 o que j6 vern sendo chamado de " i·nva· si o amarela" : a Industria automobillstica japonesa, que depois de abocanhar uma grande fatla do merca­do norte-amerlcano e se tor­nar, em 1980, a maior pro­dutora mundial de velculos, volta sues vistas, agora, pa­ra os mercados Iatino e afri· c:ano.

Os Puma: Jspl o e EUA ex/gem 52 itens adicionsis de segur8nf8.

Um mercado dlficll de atender, reconhece a maio­ria dos gerentes de export&· ~o des ftlbricas brasileiras, mas que parece nao afetar em nada a tradlclonal pa­ciAncia nipOnica, seja para enfrentar a irrltante burocra­cia de grande parte doa par­ses afrlcanoa, seja para atender h exig6ncias doa consumidores. Como con­fessou um gerent.e de expor­ta~io brasilei ro, " poucoa executlvoa europeus e nor­te-americanos t&m saco pa· ra suportar a burocracla afrl· cans, mas os japonesea I~ per manecem, com o que imunes a ela".

No campo des exig6n· cias, por exemplo, verifi· cou-se que quem gosta mesmo de carros de duas portas slo apenas oa brasl· leiros, os mexicanos e 50% dos uruguaios; os consuml­dores dos demais pafses nlio desprezam o conforto de um quatro-portaa, con­forme constataram pelo me· nos a Volkswagen e a Ford: o aparecimento da Brasilia quatro portas foi pratlca­mente ditado pela prefer6n· cia do comprador estrangel­ro, assim como a fabrlca~o do Passat LS cinco portas.

Outro problema enfrenta­do pelos exportadores brasl· leiros 6 tamb6m o do frete: o Brasil nio dispoe elnda de uma frota mercante que atenda ao volume de nos­sas exporta~oes, queixam­se os gerentes de exporta­~~o. e os palses importado­res nAo querem absolute­mente saber disso. quando a ent rega de uma carga de velculos se atrasa nos por­tos (nos nossos, evidente­mente). Bern so contl'~rio dos japoneses, cujas f'bri­cas dispoem, elas proprias, de navios cargueiros para transporter a sua produ~o para qualquer parte do mun­do. 0 que, no final, se tra­duz no pre~o competitive de seus veiculos.

Apesar disao, entretanto, as perspectivas para as ex­porta¢es da industria auto· mobilfstica brasileira sio as melhores posslveis: a Volks· wagen brasilelra, por exam· plo, )6 detllm 25% do merca· do mundial da Volkswagen, com direitos exclusivos de exporta~Ao para toda a Am,rica do Sui, Anpola, Fill · pines, Arg"ia e l raque; a Flat enuncla que nlo fara mudan~as em sua linha de produ~6o, mesmo " porque o Fi at 147 • considerado atualmente o melhor cerro do Tercelro Mundo".

A General Motors, de olho no futuro e no rigoro­so lnverno que assola os Es· tados Unldos, destacou um engenhelro especialmente para acompanher o compor­tamento do Opala a 61cool adquirldo pelo governador do Alabama para compare­car ~ posse de Reagan; a Ford anuncla um malor In· vestlmento na exporta~Ao de velculos CKD (em agosto come~r6 a exportar os pri­mei ros para a Venezuela), para eta o grande mercado do futu·ro, "mala flrme, se­guro e duradouro" ; e, en· quanto houver um mlllon6­rio exc&ntrlco na Europa, no Jap6o ou na Am~rlca do Norte, havera tamb6m, com certeza, mercado para os es­portlvos produzldos no Bra· sil - curiosamente, o pals que mal a fabrlca carros­esporte 1'10 mundo.

Auim, no e·ntender de M'rio Garnero, o presiden­ts da .Anfavea, ha razoes de sobra para acred itar que, em 81 , a industria automobi­lfstica brasilelra poder6 au­manter em palo menos 30% o volume ffsico de suas ex­porta~Oes, em compara~ao como desempenho em 1980.

Tal aumento, ainda segun­do ele, levar6 o setor a ven­der este ano, no exterior, cerca de 200 mil velculos que, somados b exporta­~Oes de motores, partes, pe­cras, componentes etc., de­verao proporcionar mais de 2 bilhOes de d61ares em dlvl­sas. (

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