outros versos gameleiros

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COLETÂNEA POÉTICA CAPÃO BONITO/SP COLETÂNEA POÉTICA CAPÃO BONITO/SP U RO O T S U RO O T S Versos Gameleiros Versos Gameleiros Versos Gameleiros Versos Gameleiros

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Page 1: Outros Versos Gameleiros

COLETÂNEA POÉTICA CAPÃO BONITO/SP

COLETÂNEA POÉTICA CAPÃO BONITO/SP

URO

O TS

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O TS

Versos GameleirosVersos GameleirosVersos GameleirosVersos Gameleiros

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Versos GameleirosVersos GameleirosOUTROS

OUTROS

2015

COLETÂNEA POÉTICA

Page 5: Outros Versos Gameleiros

Edição, Capa e RevisãoJuraci B Chagas e Rogério Machado

Diagramação, Digitação, Fotografia e Arte FinalRogério Machado

Ilustrações incidentaisIsabela Rosa e Thiago Lara.

1ª edição 2015

Ficha técnica

Copyright© 2015 Dos Autores

VERSOS GAMELEIROS E CRÔNICAS CAPÃO-BONITENSES PARA DOWNLOAD GRATUITO:

Versos 2009 - http://www.slideshare.net/RMMachado/versos-gameleiros

Crônicas - http://www.slideshare.net/RMMachado/daqui-daldeia-a-crnica-capobonitense

Versos 2012 - http://www.slideshare.net/RMMachado/novos-versos-gameleiros

Versos 2015 - http://www.slideshare.net/RMMachado/outros-versos-gameleiros

Versos Gameleiros 2009

Entidade agraciada:

Grupo de Voluntários no Combate ao Câncer - GVCC

200 - exemplares

“...daqui d’aldeia!” - A Crônica Capão-Bonitense - 2009

Entidade agraciada:

Centro Recreativo Educacional Artístico Renascer - CREAR

200 - exemplares

Novos Versos - 2012

Entidades agraciadas:

GVCC - 100 exemplares

Associação do Senhor Jesus Para Pessoas Desamparadas - Asilinho - 100 exemplares

Outros Versos - 2015

Entidade agraciada:

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

200 - exemplares

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Eis a nova cepa de versos com certidão de nascimento aqui expedida ou cá radicados, atendem pelo nome Outros Versos Gameleiros e vêm somar-se aos anteriormente publicados: Versos Gameleiros e “...daqui d'aldeia!” A Crônica Capão-Bonitense, lançados em 2009 e Novos Versos Gameleiros, editado no ano de 2012. Auspicioso e alvissareiro parece ser esse alvorecer de milênio, posto que em apenas seis anos quatro obras foram apresentadas ao público local e aos leitores de todo o globo - o material também encontra-se disponível para download gratuito nos domínios Slideshare.

A ideia desse projeto filantrópico e cultural, como já lembrado noutras edições, pertence ao professor, poeta, cronista e pesquisador capão-bonitense Juraci Braz das Chagas, o qual nos procurou em meados do final da década passada para juntos trabalharmos em sua configuração e execução, proposta que foi abraçada de pronto, afinal, não é a toda hora que aparece alguém com tão nobre intenção semelhante.

Mecenas anônimos são os responsáveis pelo financiamento da obra, mantendo viva a chama dos inspirados construtores prestigiados nos livros; esse financiamento acontece de maneira voluntária e prazerosa tão logo essas pessoam conhecem o destino dado ao produto final: 100 exemplares são divi-didos entre os autores, os quais nada pagam pela publicação, e os 200 restantes, uma vez que a tiragem total da obra é de 300 exemplares, são doados para alguma entidade prestadora de serviços relevantes à comunidade de Capão Bonito.

Dentre os autores presentes nesses outros versos, destaquemos a nova e merecida homenagem póstuma para Lafayetti Barreto, trovador que em seu trabalho apresenta as cores incofundíveis do romantismo, da sensibilidade, da docilidade, do singelo, do observador e daquele que nos conduz à reflexão pelas vias do contraditório implícito nas composições apresentadas - bandeira de todo poeta. Há ainda - pois sem elas seria incompleta a poesia - ao longo do livro as linhas escritas pelas mãos do feminino ser, onde se desdobram o amor, o afeto, a ausência como formas contundentes de expressão.

Versejadores foram chamados às penas, com dó e piedade, versos foram diversificados, personas em seus estados emocionais deitaram linhas de prazer ou penúria, a reflexão sobressaiu-se dessa calda encomendada, tudo pelo avesso fez-se outra vez, cantaram das volúpias, da dor impessoal de cada um, mas versaram suas quimeras verdades, às vezes em notas carregadas de suor, noutras situações com a leveza do eterno inatingível, harpa que não se pode singir, tintar...

É assim que acontecem esses outros versos gameleiros, com a rispidez do acaso a resvalar na infertilidade do dia após o outro. Jovens são a maioria desses versos, jovens montanhas a dizer o que pensam seus pés.

Rogério Marcos Machado é professor, poeta, cronista, contista e jornalista.

Prefácio

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Versos Gameleiros

Antonio Celso dos Santos, escritor, poeta c a p ã o - b o n i t e n s e , funcionário público da Secretaria de Estado da Educação onde sempre procurou pautar o seu trabalho focado em fazer a m i g o s e c u l t i v a r amizades, daquelas que ficarão para a vida toda. Graças a Deus nesses mais de 30 anos de função profissional não são poucos os filhos dessa terra querida que não só passaram pelos bancos escolares, mas compartilharam suas vidas e seus sonhos com esse sonhador...

Espírita, ou pelo menos um constante aprendiz da Doutrina Espírita desde a mais tenra idade, onde levado pela saudosa mãezinha procurou nesse iluminado aprendizado pautar suas ações e seus atos dentro da linha do amor e do respeito pela vida e ao próximo.

Hoje, esposo, pai e avô e nessa constante busca do aprendizado, vem nessas despretensiosas páginas compartilhar com todos os amigos algumas ideias e iniciar uma nova fase no seu eterno sonho de escrever...

Não tendo a pretensão neste pequeno trabalho de criar ideias ou grupos de discussão faz apenas uma leve brincadeira com um assunto que esta nas rodas de conversas na nossa região e procurando usar a Doutrina Espírita como pano de fundo...

Que Deus abençoe a todos aqueles que fizerem nestas páginas seu local de encontro e de visitas.

C lsoeC lsoe

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Versos Gameleiros

Acordar

Antonio Celso

A palavra, o sentimento, a ideia Paz,Não ocupa lugar no discurso do mundo,Todos que detém o poder e dele se utilizamOlham quase sempre para a vida com desdém,Navegam na contramão de todas as necessidades,Invadem o cotidiano e a intimidadeOrganizando o mundo de acordo com suas torpes leis!

Coisa muito estranha é mesmo a vidaEstá sempre ofertando o melhor a todosLamentavelmente alguns querem ser os únicos donos,Somente para si as maiores riquezas existem,O pobre tolo passa a vida cuidando do que não é seu...

Dificilmente acordam a tempo da correção,O tempo torna-se curto e passa meteórico,São grandes sonâmbulos, jamais acordam...

Sabendo de tudo isso é hora de acordar!A vida pede seres inteligentes e lúcidos,Naqueles que querem crescer e evoluir ela investe,Temos todos as mesmas chances, mesmas ocasiões.Os que aproveitarem caminham felizes e realizados,São poucos os que o fazem, mas transformam o mundo...

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Versos Gameleiros

Amigo

Antonio Celso

Olhando para a sua vida agoraNão sei realmente o que dizer,Tenho certeza de que você está perdido na sua caminhada...Olhe como está o seu momento,Não perca tempo com as desculpasIsso não vai lhe ajudar em nada,O seu hoje precisa ser o das mudanças...

Cada fase já vivida ficou no passadoEsperar que algo de bom dele retorne agora,Lógico que isso é uma grande e tola ilusão!Saiba que o tempo a tudo transformaO que é novo velho se torna, até você...

Dificuldades de se aceitar todos têmO que se pode fazer é se renovarSempre procurando estar novo no novo dia que chegar...

Sim a cada segundo renascemos,A vida só acaba quando desistimos.Não tenha, portanto medo do futuro,Trabalhe, transforme o hoje com muito carinho, O amanhã chegará inteirinho, cheio de novidades,Somos eternos viajantes cósmicos, aprendizes do viver...

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Versos Gameleiros

Amores

Antonio Celso

Cada coração que bate apaixonadoEstá renovando a velha esperança,Luta permanente da humanidadeSonho que faz o homem crer,O amanhã com amor sempre será melhor...

Dois corações pulsando na mesma sintonia,Olhando na mesma direção do mesmo horizonteSão apenas semeadores, semeando sonhos...

Amando tudo se transforma para melhorNascem novas flores no deserto das velhas lamasTantos sorrisos, abraços e algo mais a distribuir.Os dias ficam mais iluminados, coloridos,Nova vida... Ou a velha de sempre repaginada...Invade o mundo os apaixonados em bando,Os outros coitados... Babando de inveja!

Somos todos fadados a passar por issoAfinal estamos em constante mutaçãoNão conhecendo o futuro temos que entender o presente,Trabalhando as emoções, aprimorando os sentimentos.Os corações se encontrarão e usando a mesma linguagem,Serão os grandes inventores a aprimorar o amor...

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Versos Gameleiros

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Antonio Celso

Coisas Inúteis

Analisando a vida, dissecando suas nuances,Noto que somos pobres colecionadores,Temos o tosco e constante hábitoO que nos passa ao lado, olhar, cotidiano,Nunca deixamos abandonado onde estáIsso tudo o que nos atinge, nos envolveOrgulhosamente lutamos para reciclar...

Somos como aqueles ratinhos das florestasAcumulamos ao longo do viverNos nossos dias tantas quinquilharias...Tivéssemos noção de que reciclar é transformarOutra não seria a nossa reaçãoSempre que algo, alguma coisa nos chegasse à vida.

Cada vez que optamos por guardar alguma coisaEstamos simplesmente acumulando desnecessidades...Lotam os consultórios fazendo análise velhos colecionadores,São pessoas frustradas, tristes que nunca (se) perdoaram,O coração e a alma vão ficando muito, muito pesados...

Delicadamente a vida nos ensinaO viver tem que se tornar leve, bem mais leve,Saberemos um dia descartar amores estragados?...

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Versos Gameleiros

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Antonio Celso

Somos os agentes da transformaçãoA vida toda participamos das mudançasNem sempre com a noção precisa dos fatos,Todos sem exceção são responsáveisO planeta é o nosso palco de testes,Somos o cientista maluco e as cobaias...

Cada transformação na Terra por menor que sejaEstará condicionando o homem a um novo statusLogo as novas gerações têm que se adaptarSabendo que o mérito ou a culpa será dos pais ou avós,Os construtores do futuro e das novas s gerações somos nós...

Assim sendo, é necessário estar atentoNavegando pela vida plenamente conscienteTemos conosco a herança e a deixaremosO que recebemos e construirmos serão o cenário,Novos seres humanos chegam para usufruir e julgarInvadindo como gafanhotos nossos domínios,Os espaços que foram nossos deles um dia serão...

Decididamente não somos donos de nadaO velho sonho da posse absoluta é mera ilusão,Somos apenas viajantes da nave vida e desconhecemos a rota...

Decisões

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Versos Gameleiros

Antonio Celso

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Doces Saudades

Agora já com tantos janeiros por companhiaNavegando nas águas cibernéticas do século vinte e umTenho que fazer uma pequena paradaO ultimo porto da viagem está se aproximando...Nisso de viver, conquistar, possuir, ser feliz.Invadimos tudo ao redor e perdemosO ponto de referência, as marcas da estrada...

Caminhantes há que seguem perdidosEsperando vivenciar uma mágica qualquerLutando não para conquistar a perfeição,São apenas velhos e tolos enganadores,Olhando-os qualquer um vê a derrota bem maquiada...

Do seu lado caminham outros seres mais lúcidosOrgulhosamente ostentando suas parcas vitórias,Sendo todas muito bem lavadas com o suor!

Sim! Precisamos dos momentos de avaliação!A vida necessita que a conheçamos muito bem,Não podemos estar nela e assim tão alheios...Todos um dia teremos as nossas doces saudades,Os momentos maravilhosos a nos enriquecerem,Só temos que saber viver e viver muito bem!

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Versos Gameleiros

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Felicidade

Antonio Celso

Ah! Que saudade da velha infânciaNão tínhamos noção do significava aquela riqueza,Todos passamos por ela e a deixamos esquecida...Os grandes conquistadores da TerraNascem, crescem, aprendem e aplicamInvadindo, conquistando, destruindo, poluindoO mundo ao seu redor, as suas e as outras vidas...

Coitado desse pobre e solitário milionárioEstá sempre como o único guardião das riquezasLutando só contra tudo e todos,Somente descobre o que perdeuOlhando para a vida que se foi e que ele não viveu...

Descontando alguns poucos mais lúcidosO ser humano está sempre vendendo a almaSem conhecer o seu real valor e quem ela pertence...

Se o viver não fosse tão difícilA humanidade seria muito, muito mais feliz!No seu coração transbordaria a paz,Teria no olhar mais esperança,Os seus caminhos a levariam para um futuro melhor,Somos crianças grandes que não aprenderam a brincar...

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Versos Gameleiros

Antonio Celso

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Agora é uma boa hora para um balanço,Na vida sempre devemos fazer uma análiseTendo em mãos todos os dados, fatos, situações,Olhando com honestidade os dias já vividosNão sendo como sempre condescendente consigo,Inspecionar os atos, os sentimentos, as conquistas, derrotas...O melhor momento jamais deve ser o ultimo.

Cada fase do viver tem sua históriaE se o iniciamos dependentes de tudo e todosLogo nos tornamos os senhores do mundo,Somente poucos sobrevivem à sua insidia,O mau construtor não edifica, destrói a vida...

Descontentes na caminhada muitos o são,O grande sonho muitas vezes fenece sem acontecer,São poucos os corajosos a sobressair das massas...

Sabe aquele grande amor que morreu ontem?Às vezes se foi apenas porque alguém temeuNão ter coragem de assumir o mundo alheio,Temos muitos solitários à procura de abraços, sorrisos,O carinho tão sonhado, a companhia da felicidade...Somos produtos da vida, não sobras dela!

Balanço

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Seja

Coitado de mim que sonhei tanto,Esperei encontrar um mundo melhor, o paraíso,Lamentei amargamente quando me descobriSem nenhuma condição de fuga possível,O mundo que sonhei não existia...

Saio todos os dias pelos caminhosA encontrar pessoas tão desatentas,Não sabem que o espaço que utilizamTem a dimensão exata do universo,O mesmo espaço que outros desfrutam e vivem,São grandes fabricantes de lixo e restos...

Amigo, amiga... Desculpem o desabafo,Não dá mais prá segurar na garganta,Temos que falar, gritar, gritar, gritar!!!!!O mundo é meu, seu, nosso, de todos,Não joguem lixo nas avenidas, ruas, praças,Isso nos torna tão pequenos,O ambiente se emporcalha e nós vivemos nele!

Dedique alguns minutos, alguns passos,O que estiver no seu caminho recolha, embale!Seja o exemplo, o modelo, o mundo e nós agradecemos...

Versos Gameleiros

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Antonio Celso

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Antonio Celso

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Versos Gameleiros

Qualquer Um se Apaixonaria

...qualquer um se apaixonaria pela pessoa errada uma vez na vida... Jamais quero viver novamente o “nando”, o “nei”, ou o “nado”. E não tem nada pior que uma “nite” Agora to na fase do “liz” e quero viver para sempre na “az”...

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Versos Gameleiros

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Versos Gameleiros

ra iJu cra iJu c Juraci B. Chagas, natural de Capão Bonito, Estado de São Paulo. Professor, cronista, poeta bissexto e compositor musical. Criador de temas musicais relacionados à cultura regional, colaborador de jornais e revistas da região de Sorocaba, como participação em mais de duas dezenas de antologias poéticas.Teve um livro publicado pela Shan Editores, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, intitulado “Remansos e Correntezas”, composto de poemas e canções.

Trabalhos recentes: organização de duas antologias poéticas – Versos Gameleiros e

Novos Versos Gameleiros, e um livro de crônicas com autores locais, com finalidades filantrópicas.

Pesquisas publicadas: Nossas Origens Tropeiro-Gameleiras; Caminhos do Peabiru; Capão Bonito – Palco da Revolução de 32 e Nomes Italianos de Nossa Comunidade, com citação no livro “Matarazzo – Colosso Brasileiro”, de Ronaldo Costa Couto.

Temas musicais premiados: cinco primeiros lugares no FIMA (Festival Intermunicipal de Música Amadora) de Capão Bonito – Campo Santo / Velho Leão / Argila, Suor e Sapé / Olho D’Água e Porto Esperança; duas segundas colocações – Velha Viola e Cirandar e dois terceiros lugares com as canções Rio Paranapanema e Trincheiras de 32.Festivais Sertanejos (dois organizados pela Secretaria de Estado da Cultura e TV Cultura de São Paulo). Três temas vencedores: João do Monjolo, Tempero de Caboclo e Ecos Sertanejos.

O autor possui ainda músicas gravadas comercialmente, trabalhos desconhecidos do público e projetos para publicação de duas novas obras literárias.

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Versos Gameleiros

Juraci B Chagas

Petit Honneur(Honorica)

Filha dileta das dores,

Fortaleza feita de fé;

Cinco partos, cinco chagas,

Sempre rendendo graças

Aos teus santos protetores;

Serva da crença cristã

De que qualquer sofrimento

Seria a glória do amanhã.

Tua última desmama

E o teu segundo espinho,

Trago comigo a lembrança

Dos odores de tuas velas,

Dos louvores da tua reza,

Das virtudes do teu vinho;

Dos sabores da tua mesa,

Dos saberes do teu ninho!

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Juraci B Chagas

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Versos Gameleiros

Igrejinha

Capela de S. Benedito,

Bairro Mato do Pavão,

Minha Duomo de Milão!

Confessei aí meus pecados,

Antes de tê-los praticado;

Minha primeira comunhão!

Vieram outros caminhos,

Encruzilhadas, espinhos

E nunca mais fui o mesmo.

Embarcar nessa lembrança

É como nascer de novo;

Querer apostar num sonho

De voltar a ser criança!

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Versos Gameleiros

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Juraci B Chagas

Conselhos

Aldeia, túmulo dos sonhos

E o fecundo reduto da fé;

Por que velar esperanças,

Enquanto veredas e andanças

Esperas ansiosas por ti?

Ponha-te a caminhar!

Siga os sinais da vontade;

Teus passos hão de mostrar

Que a realidade do mundo

Não corresponde à fantasia;

Que não há lugares menores

E heróis podem ser pequenos;

Às vezes, como os vilões,

Também destilam venenos.

Portanto, vá em frente!

Mas não esqueça a utopia

E a crença de que, todo dia,

Os anjos superam demônios!

Page 25: Outros Versos Gameleiros

Juraci B Chagas

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Versos Gameleiros

Boneca de Vitrine

Espelho dos nossos sonhos,

Reflexo de nossas vontades;

Estímulo dos desejos

De se comprar saciedade

Ou um pedaço do céu

Nos passos Gisele Bundchen,

Gemidos de Sharapova,

Nas tranças de Rapunzel.

Mulher bonita, privilégio!

Bem que minha mãe dizia:

- Precisa ganhar na loteria,

Quem já nasceu poesia?

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Juraci B Chagas

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Versos Gameleiros

Cantiga

Havia um doce entendimento

Entre os meus olhos e os teus;

Quando eu buscava os teus olhos,

Estavam sempre nos meus!

Teus olhos, porém, partiram...

Deixando tão sós os meus

E estes nunca mais viram

Olhos meigos como os teus!

Hoje meus olhos a vagar

Não veem mais os que os veem,

Procuram os olhos sem par,

Que fitá-los já não vêm!

Page 27: Outros Versos Gameleiros

Juraci B Chagas

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Versos Gameleiros

Até Breve

Eu nunca pude te dizer adeus,

Para esquecer de te esquecer

E pensar que, até morrer,

Estaria sempre a querer

Novamente te encontrar

Em algum lugar,

Para poder desfrutar

Dessa luz intensa

Desse teu olhar.

Eu nunca vou te esquecer,

Porque em cada amanhecer

Continuarei a sonhar

Com os carinhos teus.

E quando a saudade doer,

Eu voltarei a me lembrar

Que eu nunca pude te dizer adeus!

Page 28: Outros Versos Gameleiros

Juraci B Chagas

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Versos Gameleiros

Segredo

Escolheu entre as árvores a mais frondosa

E gravou, num coração, uma palavra mágica

Sintetizando outra história trágica:

Um barco sem porto e um porto sem mar!

Talvez um dia venham decifrar

O significado deste parco enredo:

Estão contidas, em poucas letrinhas,

A chave do tesouro: um grande segredo!

Page 29: Outros Versos Gameleiros

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Versos Gameleiros

Juraci B Chagas

Riozinho

O rio, como a gente,

É mais importante na foz

Do que na sua nascente!

Quisera ser apenas um riacho,

Não um riozinho de Roma,

Que dá até nome a aeroporto,

Mas um córrego qualquer,

Perdido em algum lugar!

Ah! Se eu pudesse...

Despir-me da falsa importância,

Que me impele a essa ânsia,

De, um dia, morrer no mar!

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Juraci B Chagas

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Versos Gameleiros

Complexo de Eucalipto

Melancólicas cidades transplantadas,

Falsas Paris ou novas Amsterdã!

Estilos e gostos duvidosos.

Vontades dissimuladas

A esconder um banzo evidente

E uma exposição permanente

Da identidade perdida!

Octávio Paz nos diria:

Complexo de bastardia!

Mesmo Guevara e seus mantras

De fé e orgulho postiços,

À ideia se renderia:

“Abajo del Rio Grande,

Hasta el Estrecho de Magallanes,

Somos todos mestiços...”

Page 31: Outros Versos Gameleiros

Juraci B Chagas

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Versos Gameleiros

Em Tempo

Não me arrependo do que não fiz

Por medo, timidez ou indecisão

E porque a sorte não quis;

Os anseios que viram realidade,

Tornam-se apenas lembranças e saudade.

Mas, nas poucas coisas que fiz,

Tentei, como o máximo jeito,

Mostrar, quase sem efeito,

A minha expressão da verdade.

Os fracassos, se eu quisesse,

Nem poderia contar;

Muito mais fácil seria

Somar os pingos da chuva,

Contar as ondas do mar.

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Versos Gameleiros

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Versos Gameleiros

- In Memorian -

J o ã o L a f a y e t t i Gomes Barreto — pinhalense (SP) por n a s c i m e n t o , m a s capão-bonitense de coração — entre outras coisas, poeta, contista e cronista, pelo prazer de escrever; adquiriu este hábito quando, nos tempos de estudante foi nomeado redator de O Lábaro, periódico estudantil, onde, por

muitas vezes, tinha que completar espaços em branco das colunas.

a ay ttiL f ea ay ttiL f e

A PESSOA E O PASSARINHO

(Novos Versos Gameleiros - 2012)

A pessoa que passa vê um passarinho,O passarinho que a pessoa que passa vê,Vê a pessoa que passa.A pessoa que vê o passarinho,Pensa que o passarinho não a vê,Mas o passarinho que a viu, voa.E não se veem maisNem passarinhoNem pessoa, poisVoou o passarinho E passou a pessoa.

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Versos Gameleiros

Lafayetti Barreto

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O Início

O começo é difícil,O começo é sempre difícil,O medo do primeiro passo,O exitar da primeira braçada,O disparar do coração ao primeiro bater de asas,São medos e incertezas do começo,Mas não se pode ficar parado,O não fazer nada é vegetarSinta as emoções do arriscar,Confia!Dá o primeiro passo– Anda!Dá o primeiro mergulho – Nada!Bate as asas,Voa!

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Versos Gameleiros

Lafayetti Barreto

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Velha paineira à beira da estradaEra como um marcoOstentando altaneira as flores róseas.Nada mais alegrava o menino que em demanda ao sítio,De longe a avistava. Era enorme, secular,Parada quase que obrigatóriaPara que ele, com seu caniveteCastigasse seu tronco com suas iniciais. E o tempo passou e ele tomou novos rumos,Nunca mais voltou,Despareceu... Agora, passado tanto tempo a saudade o faz retornar,E volta a pisar o mesmo caminho que em menino pisara.Muita coisa mudou,Muitas casas onde antes nada havia,Parabólicas,Fios,Novos sítios,Coisas que não existiam em sua meninice.O velho casarão de sua infância, existiria ainda?Acelera o passo ansioso,Na mente é novamente menino,O menino que desapareceu.Súbito, o coração acelera,Vislumbra, depois da curva, a copa florida,A velha paineira!Aperta o passo, rápido chega até ela,A mesma velha paineira, mais bonita aindaAbraça-se ao seu tronco,

Paineira Velha

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Versos Gameleiros

Lafayetti Barreto

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Procura as cicatrizes das suas iniciais,Não existem nem sinais,Como o menino, elas também desapareceram.Tudo passou, o tempo correu,Somente ela continua lá linda, desafiando o tempoComo se nada tivesse acontecido.E ele fica pensando:“Por que o tempo passa,Não podia ser assim, com a paineira,Sempre a mesma?” Só resta a saudade daqueles tempos. E abraçado à paineira,O velho menino desaparecido chora...

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Versos Gameleiros

Lafayetti Barreto

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Não Aprendi

Me ensinaste que os sonhos são reais,Me ensinaste o que é o amor, o que é amar,A ver os princípios e finais,A ver num lago, a beleza do mar. E tu me ensinaste ainda mais,Me ensinaste a sorrir, a cantar,E até me encantar com coisas banais,A sonhar acordado, suspirar! Me ensinaste o que nunca senti,Me ensinaste a te amar, te quererE já não poder mais viver sem ti, E depois de tudo isto acontecer,Tu simplesmente, partes e te esquecesQue não me ensinaste como te esquecer.

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Versos Gameleiros

Lafayetti Barreto

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Maktub

“Assim estava escrito”Diz o ditado que alguma sábia menteHá muito perdida na eternidadeCriara pelas bandas do Oriente,E eu sempre cri no ditado,Pois sempre cri que nada acontece simplesmente,Nada, nada é casualidade,Tem que estar escrito em algum lugar.E um dia, assim, tão de repente,Pões em mim este teu olhar tão bonitoCom que sempre sonhei,E sorridente me confessas teu amor irrestrito,E eu, sorrindo, ouço do fundo do meu inconsciente:- Se assim foi, é porque assim estava escrito.

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Versos Gameleiros

Lafayetti Barreto

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Caça e Caçador

Eu sempre te quis,sempre te amei,mas para ti, eu não existia,e de tudo eu fizpara chamar tua atenção,queria ter-te ao meu lado,mas para ti, eu não existia.E eu sempre te amando,como sempre te amei,até que um dia cansei,fingi que não mais te amavae com o tempo não mais te amei.E assim foi o dia da caça. Agora teus olhares quentes,os sorrisos que sempre esperei,noto nos teus gestos, o amor,mas nem a beleza de teus lábios ardentesdespertam mais a chama que apagou.Esqueci o que queria esquecer.E este foi o dia do caçador.

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Versos Gameleiros

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Lafayetti Barreto

Nada Mais

De todos os beijos que dei,Guardei os sabores,De todas as mulheres que amei,Não esqueci os amores,E tudo está na minha mente;E em cada ruga deste rosto decadenteJá de fim de inverno,Há uma história de amor eterno.Isto é tudo o que restou,Minha mente de sonhos povoadaE minhas rugas de vida acabada.Nada mais sou.

Pode a pessoa que por mim passa,Passar sem pensarQue existe alguémQue nela pensa loucamente?Pode!Você é a pessoa que passaEu, sou a pessoa que pensa.

Pode?

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Lafayetti Barreto

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Versos Gameleiros

O tempo correu, o tempo passouE o que ontem eu era,Hoje não mais souÉ tudo passado, é tudo saudadeDe tudo o que viviDesde a mais tenra idade.Meus amigos já não existem,Nem parentes, nem amoresSó os sonhos persistem.Tudo se foi, o tempo levouE eu sempre quis que o tempo voltasseE o tempo nunca mais voltou,O que fiz, o que passei,Perdeu-se na bruma do tempoLá está tudo o que sonhei.E se um dia eu causar saudade a alguém,Que isso fique apenas em sonho,Pois minha vida será assim também,E tudo o que fiz ou de fazer deixeiEstará na bruma do tempoOnde perdido, logo estarei.

Bruma

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Lafayetti Barreto

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Versos Gameleiros

Para Sempre(Para Nice)

Depois de tudo pelo que junto passamos,E sofremos, vivemos, rimos e choramosAo longo de nossa atribulada existência,Depois que o tempo passou e pesou sem clemência,Aqui chegamos nós, eu de cabelo brancoE tu, mantendo sempre este sorriso franco.E juntos assim, continuamos seguindo,E o que sempre senti e que ainda estou sentindo,Que corra o tempo, que continue a passar,Pois nem o tempo, nem ninguém pode alterar,E posso dizer agora, aqui ou noutro plano,Que sempre te quis, sempre te amei e muito te amo,E que corra o tempo, que passe, mesmo assimEstarei te amando até que chegue o meu fim.

Page 43: Outros Versos Gameleiros

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Versos Gameleiros

Estendo meus bracinhosCom um largo sorriso,Ainda desprovido de dentinhosNa ânsia de seu coloCheio de segurança.E procuro entre múrmurosDizer-lhe o que sinto...Como meu coraçãozinhoTransbordante de esperançaBate muito mais forteAnte suas palavras de carinhoE olho em seus olhosPerguntando em meu sorrisoDe carinho e de agrado...Você sente minha vida?Pois é a você que eu a devo,E este sorriso e minha forçaMeu querido vovô amado(De Hannah para vovô Barreto, bisneta de vovô Barreto e tataraneta de vovô Barreto em Capão Bonito no dia 23/02/96)

Vovô

Lafayetti Barreto

O toquinho de gente por quem eu orava antes que nascesse, chegou!Hannah, Deus te abençoe!Tê-la nos meus braços,Com cuidado e medoDa tua fragilidadeMe emociona,E me emociona ainda mais,Saber que ao te beijarEstou beijando duas filhas de uma só vez,Pois ser avô, é ser duas vezes pai.

Hannah

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Versos Gameleiros

Caros leitores:

Entre escritos dedicados a amigos, a paixões e escritos descrevendo perspectivas femininas de intempéries da vida também estão escritos que refletem a rebeldia, o arrependimento, o delírio, a tristeza, a dúvida, a dissolução, a ironia, a esperança, a magia, as consequências... Um conjunto de experiências empíricas e reflexões abstratas dos últimos 4 anos que se converteram em palavras em um raio de 14 dias, durante o total de 7 horas e que aqui estão agora, disponíveis para todos lerem. Apreciem e odeiem sem moderação.

Osvaldo.´.

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Agruras das escolhas

Osvaldo de Oliveira

Aqui jazem os restos mortais de um homem estafado da sua vidaNesta cama solene descansa o corpo pesado do trabalhador Seus sonhos e metas não são mais fortes que suas dores nas costasAqueles braços que o acolhiam não aquecem mais seus ferimentosDescrente no retorno da volúpia da juventudeA concupiscência converte-se em impotência e desanimo da vidaFatigado pela rotina pleonástica, ela procura por auxílio, procura por emprego, procura por saídasEm marolas de fumaça aspergidas no quarto aos finais de semanaMas quando o vapor barato se acaba, tornam as dores a acometer a sua alma cansadaEis as agruras de um cotidiano comum,De um homem prosaico num mundinho banalEis que a maior das transgressões se revela ao homemComo o reflexo de suas próprias escolhas mal pensadasE da falta de perspectiva que sua alma perdida encontra em toda parte.

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Sobre os teus ombros, o peso enorme das tuas próprias escolhasO preço caro que se paga para ser dono do próprio destinoPoucos estão preparados para ser livres,Poucos estão preparados para encarar o abismo e o fracasso como formas de se reerguer com nobreza e renovação.Sobre estes ombros que carregas está o peso enorme que lhe força a arcar a coluna,As tuas responsabilidades, que são muitas, doem a tua cabeça e o teu coraçãoMas tu persistes e perdura, pois em tua essência, reside um vaso claro, limpo,Onde descansa a mais pura água, onde lá tu podes nadar livremente. E lá moram os teus sonhos. Tua criança interior e lá a paz habita. Lá tu encontras o que procuras e não te enganas com mais falácias humanas.Vejas diante de ti as estrelas escrevendo teu nome no destino,Para que não busques mais abrigo nas asas cegas do impulsoPara que não busques mais exílio nesta fumaça fria e lúrida que inspirasE para que não sofras mais por pungir a quem amas quando queres ferir somente a ti mesmo.Não deixes que tua sabedoria se aflija com o desesperoE prosperes procurando observar a luz do Sol Maior, onde te será revelada a real beleza,Aquela que o sol emana com seus raios sobre as águas, espalhando a paz e o equilíbrio para os campos longínquos.Estes raios que tu verás todas as manhãs dar-te-ão a vitóriaE assim tu seguirás o teu caminho livre e purificado com o reflexo do céu em teu berço marinho de ouro.

Aquário

Osvaldo de Oliveira

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Versos Gameleiros

Osvaldo de Oliveira

Teus: os milagres e as crenças;Estas que escravizam os que me acusam,Mesmo que não me acusassem os que me escravizam.. Eis toda sua dor feita em átomos:Mas não tem jeito: sou como todos um sujeito imperfeito!A contradição,A falsa razão,Descobrindo no meio do fim que as surpresas tendem sempre a vir,Entre escombros e entre os muros que construímos para não aceitar que somos o mesmo,Entre as mentiras que criamos para suprir nossa ignorância, ano após ano...E tudo isto que vi carrego comigo através destes versos...Ausência da sabedoria absolutaNegando planos de um futuroDefendendo a ausência desses valores universais que eles defendem,Crendo em não crer, crendo sem crer, crendo em quem não crê, Crendo sem ninguém crer,Aceitando a mentira, inventando verdadesInventando valores, criando rumoresInventando amores, matando-os...Sabendo que tudo isso é mentira e que verdade cabe em pouco mais que uma linhaDizendo que o que digo não quer dizer nadaE que palavras não mudam nada, e nada sempre fora um eterno vir a ser,Sem explicação, E por si só: vil... Esta minha correspondência completa!

Correspondência Completa

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Versos Gameleiros

Osvaldo de Oliveira

Dedicado À

Tu não sabesQuanta saudade eu tenhoDasduas noites que rolaram aquele beijo.Há tanto tempo não a vejo......mas basta fechar os olhosPara sentir o teu cheiro aqui comigo.Venha e me deixe leva-la emboraDeixe-me olharAtravés das lentes dos teus óculos,Penetrar além dos limites da tua írisE vê-la como tu és realmente...Deixe-me recitar os versosQue somente habitam em meu peitoAo pé do teu ouvidoVenha e me deixe leva-la emboraApenas feche os teus olhosE me deixe fazer esta noite valer a pena.Venha... e me deixe leva-la embora.

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Osvaldo de Oliveira

Lamento

Quero gritarMas estou sufocadaHá um nó na minha gargantaQue me impede de te dizer eu te amoQuero correrMas estou cansadaAs correntes prendem-me neste estado de inérciaQuero sumirMas não consigo deixa-loQuero viverMas não consigo esquecê-loSobre tudo o que eu prometi a nós dois...Eu só lamento mesmo.

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O Falso Sábio e o Sermão

Ditei-lhe mais uma vez sobre a sombra por trás do teu regresso. Esta vida, esta soma de coincidências predestinadas, de criaturas procrastinadas,De mártires esquecidos e líderes caídos, Estes ciclos eternos que governam os teus dias e estes prédios e estas jaulas frias,Toda a dor o fará enxergar a verdade que renegas.Tu insistes nestas coisas vãs, vai de um lado a outro sem saber aondequeres chegar,Acabarás cego pela convicção das tuas próprias inverdades!Depois do vento atroz da tormenta que eu enviar tu encontrarás a verdade que renegas.Esta vida que tu continuas é só mais uma entre as muitas futurasTu tornarás a andar neste solo seco enquanto não aceitares o tuaculpaTodas estas pinturas tristes irão queimar até se consumirem com a chama do desespero.Toda a dor o fará enxergar a verdade que renegas.Tu oscilas entre uma crença e outra, mas não comprovas nada que acreditas ser a verdade. Depois do vento atroz da tormenta repousa a verdade que tu renegas. Abaixo da tua ignorância e do teu orgulho se encontra a chama que lhe iluminará para a verdade.

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Osvaldo de Oliveira

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Versos Gameleiros

A vela escondidaEntre as páginas deste livro poentoSerá a salvação noite adentroEla iluminará minha cabeçaQuando as ideias ficarem nubladasEla aquecerá o meu peitoQuando eu me sentir desoladoEla perscrutará o íntimo do meu serArrancando as larvas da tristezaPreenchendo o vazio com a sua gentilezaAlimentando meu pulmão com seu alentoEnquanto avanço nos versos deste livro poento.Lembre-me dos versos que eu esqueciSolte as mãos da amnésiaOh santa vela... Ilumina a minha cabeça.

Potbook II

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Osvaldo de Oliveira

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Renascido

O poeta renasceu!Há 3 anos esteve sumidoPerdido no abismo profundoDo infinito!Na garganta do submundo oriundoNas axilas e nas nádegas de um mundo sujo!Desnorteado com a imoralidade humanaE a profanidade própria!Agora é a horaHoje é um novo dia que brilhaA estrela da manhã anunciaO renascimento do poeta!

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Versos Gameleiros

Tranque-se no quartoE grite para dentroAté seus olhos ficarem vermelhosAté que sinta que sua cabeça vai explodir.Toque bem alto aquela música selvagemE expulse seus demôniosGrite tão alto que não possaMais ouvir seus pensamentosArranque a dorQue habita o seu corpoCom as unhas.Deixe as guitarras ferozesConduzirem a sua carcaça imundaPara fora de toda a merda que você odeiaDeixe a voz gutural atravessar os seus ouvidosE fuja por um momento de si mesma.Neste momento você se sente mais vivaNeste momento você se sente mais livreToque bem alto aquela música selvagemE expulse seus demônios!

Sufocada

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Versos Gameleiros

Osvaldo de Oliveira

Vire a ultima página deste livro velhoEste fora muito triste para nós.Respire um poucoE esqueça os versos que reviveramAqueles sentimentos amargos de outrora.Vire a última página deste livro velhoE escreva um novo épicoPara o teu triunfo!Vire a página e esqueçaVire a página, respire e levante a cabeça:Uma nova história está sendo escrita.

Vire a Página

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Rogério Marcos Machado ([email protected]), poeta, cronista, contista, professor e jornalista, participou de diversas antologias literárias pelo Brasil. Colaborador de periódicos locais (O Expresso, A Tribuna Sudoeste e Fato Novo), também foi editor do hebdo O Buriense. Em 2002, publicou Gatos Apimentados (Scortecci Editora/SP) , em 2013 lançou, pelo Clube de Autores (www.clubedeautores.com.br), os livros Algumas Mais os Três Banquinhos e Linhas para Depois do Acaso e em 2014 o trabalho

intitulado Boêmia Rapsódia - O Sacrossanto Asponato de Queijo Velho.Capão-bonitense até a última unha do pé, confessa extrema alegria

em participar de tão importante coletânea com outros cantadores desta mística Terra Gamelis.

ojer RÿR ozojer RÿR oz

TREM DAS CORES EM BRAILE(Canto - literal - pela Inclusão)

(Versos Gameleiros - 2009)O azul é bem assim:uma cor de trejeitos a cheirar com Jasmim;já a cor de laranja, para os de pisquê mais arguta,terá, além da textura, também o sabor da fruta.

A rosa, ah, a rosa..., tão decantada em versos,tem, no osso de sua essência, os tons e os sons da prosa.

O verde, colorido esperanto que encrespa o mar,possui a fragrância solúvel das águas

e a travessa doçura desse tato sem-par.

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Dalai Lama

Nesse incerto passatempo deste mundoaos reflexos não compete exatidãonem as rugas do seu riso amareladonos socorrem nem despertam

Nossos velhos tinham medo das muralhasnossos cegos nos doaram a visãonos prendemos a valores obscurosaté que o medo estuprou nossa ambição

Dos que gritam nas montanhas solitáriasnada herdamos a não ser a solidãodos que oram nas entranhas sobriamentenos somente reservaram a insensatez

Nada somos porque o nada nos criou

tão seguros de que somos tão eternosesquecemos que são ternas as manhãsnossos prantos viram ecos e ressoam

...no ar

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Rojer Rÿoz

Invento motivos pra dizer o teu nomee quando te vejo nas ruaselas ficam nuas...só pra te mostrarpassam os ventos e as estaçõese apressadas... as pessoasmas te separo na multidãofeito acorde dissonanteentre partituras, lingeries e emoções

caem as folhas no outonoe um por de sol quase escarlateme traz o teu sabor, que eu não tenhoe que é tão docepassam as flores e as tempestadese apressadas... as pessoasmas te reparo na multidãocomo a caça ao caçadorentre armadilhas, champanhe e sedução

eu preciso embalar o teu nomealguma coisa nas cordas vocaisde forma lânguida e prazerosate traduzir na minha língua

...O Teu Nome

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Rojer Rÿoz

Cerrando meus olhosnum místico bluestantos outros motivos me deixaram calado

Segui seu sorrisoaté o precipícioe no meio do inícionão restam vestígiosde que tudo se foi - azul -

Mordendo meus lábiossonhando os seusvoando no ventosemente sem sol

Palavras sem rumoàs coisas do amorno meu sobretudono bolso interiorpedaços de frases - caladas -

Segredos são mudosseus olhos a luzme prende seu beijonum lírico blues

Pedaços

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Rojer Rÿoz

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Na cinzenta acidentada avenidaonde poucos se detém à lucidezeu também viajo feito o vento e invento - o vilarejo -de ruas lamacentas e felizesonde poucos se detém à lucidez

do cimento arquitetado a bel-prazerdos meninos e canções dos arrabaldesque se escondem e se fecham em casulos deformadosonde ...loucos, se detém à lucidez

pela vida, pela noitepelos becos e sinopsescomo nuvens carregadas em silênciopelo vento (que invento!)da tormenta (que invento!)

Naus - fragatasTúneis e tornadosInconstante Instável Calmaria

Mendigos

Nua praia - noite escurapela vida, pela noitena cinzenta acidentada avenidaonde outros se detém à lucidezdos profetas...sem caminhosnem certezas...

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A fome - obra do homembastardo filho da terraestúpido estopim da guerra

estúpido sapiens

encare seu desesperodiante do espelhoda sua pobre alma ignorante

A fome - obra do homemnem ricos nem pobresnem bispos nem lordesnem negros nem brancos

bastardo entulho na Terramaldito senhor da guerra

estúpido sapiens

O TRIGO - O MILHO E O ARROZA TERRA - A ÁGUA E O SALO CÉU - O SOL E O MELO LIXO - O LUXO E O PUDORO GOVERNO - A CULTURA E O PODERO HIATO - O YIN E O YANGO BEATO - O MONGE E A CRUZA MULHER - A VIDA E A MÃEO TRIGO - O MILHO E O ARROZ

Há Fomepara Herbert de Souza (Betinho)

e, no entanto, há fome!

...pobre do homem...

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era preciso viver novamenterenascer das cinzassentir a brisa no rostoa chuva fina a escorrer pela faceentão era preciso viver novamenteagarrar a vidacom unhas e dentesou seja o que forsussurrar palavras sem sexo no seu ouvidosentir o toque da sua pele nas minhas mãoso seu coração batendo no meu.

“...eu estive dormindo,hibernando...em sono profundo,de mal com o mundo!”

foi bom ver os olhos de Dylan outra veznão tinha jeito de Zimmerman..era Dylan eu sei!fatos esmiuçados sobre a humanidade das vidasmelodias sincopadas como poesiasdesleixo e metodologiatudo é nexo nesse caoscabelos cansados ao voo do ventorosto agredido pela ferrugem do tempoMas eu vi a essência nos olhossem transtornosnem impossibilidades

...foi bom ver os olhos de Dylan outra vez...

“Foi bom ouvir os olhos de Dylan outra vez...”

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ando sempre pelo meio-fioo fio da navalhano limiar das reaçõesé por ser sóbrioé por ser inconsequenteo meio-fio é um limite- ilimitável -é o que está por viré o que já foié a justiçaé a caridadeé a pouca-vergonhae a pouca idade...assunto pessoassobre o mundosobre o meio-fiosigo caminhandosempre pelo meio-fiocomo um grande desafiosem estéticanem adjetivossó um grande desafioe rumando sempre para lugar algumque seja um algum qualquermas que esteja por onde eu possa passarcom passos compassados e afoitossempre pelo meio-fionem à sarjetanem à calçadanem branconem negro

Alma em Libra

E sob os olhares incrédulosdos crentes atônitossou cinzaou prismaou arco-irisnão por ser sórdidonem por ser altruístasó por nada ser...Nada Além do meu ser.

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Rojer Rÿoz

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Cabraliana(Para João Cabral de melo Neto)

o engenheiro esculpiu a pedrae à ela pendeu palavrasnão disse a que vinhanem se fez preciso ao extremoapenas contemplava sua obraparafraseada de cabelos brancosexumando verbosaté versarem por si sónuma decadência de sílabas fortes- acadêmicas!... -

o poeta atira a pedraesculpida, lascada, lascivaque voa na métrica da gravidadeaté atingir a fronte dos desavisados

pode o poeta?pode o poeta!

...se puder...

pode o poeta!?.

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Rojer Rÿoz

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quando nós não formos mais tão jovense o cortante vento impiedoso do invernopartir nossos ossosrestarão, então,lembranças,vagas lembrançasde tudo o que foi ditode tudo o que passou (...e não foi escrito)quando as cores do mundo parecerem opacasconfusassem vida nem brilho restarão então,lembranças,severas lembrançascomo forma de castigo- penitência -ou autoflagelaçãoa nos fustigar diariamentecomo uma tempestade de areiaesmerilhando lixandodesbastandonossa alma, nossa purezae, lentamente...toda sombra de esperança - e de certeza!...

Sombria Poesia(Ótica pré-sexagenária)

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Rojer Rÿoz

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hoje em dia: “todo carteiro é poeta!?”ávidos em conhecer os meandros e a delícia da escrita

que provavelmente já fazia o trogloditaum rabisco, um afresco, nos primórdios da escritae os tempos passaram como um filme, uma fita

certamente Camões, Cervantes, Bilac e M. de Assisassimilaram assuntos, cada qual a seu tempobisbilhotaram histórias, criaram momentosE deixaram escola, deixaram sementesresponda-me agora, ou então prontamente:

na sua opinião, no seu entenderuma poesia, “mirim”, uma poesiazinhamiúda, concreta, compacta, pequenininhaaborda uma causa, um assunto ou um parecer?

se assim lhe parece então vou lhe dizerótimos autores, escritores, poetas

levam tempo criando poemas que viajam no tempo e espaçoisso, eu também mesmo façonão me contento com pouco, nem fico por baixohoje acabei de ensinar a “única forma de se criar”aquela poesia pequena, miúda e... Singular

Poetagens(Como se fazer uma poesiazinha?)

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Dri akDri akAdriane Cristina Bernardo da Silva (Drika) nasceu em 18 de Junho de 1994, natural de Capão Bonito (SP), filha de Abrão Pedro da Silva e Nivia Aparecida Bernardo da Silva. Teve uma infância muito feliz, apesar das dificuldades. Ex- Projovem c o m m u i t o o r g u l h o , concluiu sua faculdade de Letras em 2014, Seu hobby é ler. Estudar e escrever p o e m a s , n o s q u a i s ,

consegue expressar suas ideias e em alguns, seus sentimentos pela vida. Sua inspiração vêm de Deus, natureza e alguns momentos que vi veu , seus autores favoritos são Shakespeare e Camões, entre outros.

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Adriane Cristina (Drika)

Lembranças Dolorosas

Sorri, em meio às lágrimasSorriso de uma ilusãoQue não terminou. No meu pensamento,Você era perfeito,Era como num livroQue no começo era bomNo final houve surpresas. As canções, as palavras ditasAinda continua a vagar na Minha memóriaNão é ou era só uma história Será que voltarás para mim?Só nos meus pensamentos, na minha ilusão, só assim.

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Versos Gameleiros

Adriane Cristina (Drika)

Frutos do Amor de Deus

Um dia na varanda,Vamos rir dessa chuvaMomentânea Talvez, já estejamosCom algumas raízes Com frutos Não posso deixar meu orgulhoSer mais forte, que o propósito De Deus que são melhores que o meu. Um dia nós iremos cantar Aquela canção que o meu e o teu coraçãoTestificou. Meu coração sente saudade do teuMeus olhos sentem saudade dos teusCreio que Deus sabe quandoVocê vai matá-la.

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Adriane Cristina (Drika)

Passageiro Invisível

Uma pancada a menos ou a maisQue diferença faz?Não, não, não vouAceitar que façam isso De novo, mesmo sendo quem eu queiraMesmo tendo gostado da cereja. Mesmo tendo compatibilidade,Mesmo que os sinais digam simVou seguir assimSó Até mais um dia desses...Quem sabe ou não?Quem pode dizer?Ah! Só o coração.

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Versos Gameleiros

Adriane Cristina (Drika)

O inevitável

Acho que eu e DeusPoderíamos fazer tu feliz.Amei alguém Que não é ninguém. Se todos esses versos(Amor é fogo que arde sem se ver...)Fossem para mim eu seria felizAté o fim. Amizade, quem disse que Ela não pode virar amor?Basta apenas atravessar uma linha Ah! Se você estivesse na minha.

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Adriane Cristina (Drika)

Eu Consigo

Você me perseguecomo o sol que iluminaVocê me persegue nos meusPensamentos, no meu ouvir e falar. Do sol eu posso me esconder,Mas de você, não consigo, jamais esquecer.O que eu faço agora?Como parar o sol ou vou junto a você?

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Palavras ao Vento

Às vezes falamos coisas Que não deveríamos falarNem coisas que deveríamos sentir. Falamos coisas que não sentimosOu por interesses Como se merecessem Mas no fundo cada um expressa o que é Essas palavras saem como uma espadaAfiada, que sem quererMachuca aquela pessoa que dizemosQue amamos e as ferimos. Essa espada às vezes Demora a sair E quando sai, demora a cicatrizar.

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Ausência Esquecida

Não queria issoPara mim, longe estava Melhor ou pior, não sei. Às vezes queria se transformarEm uma pessoa invisível Para ninguém me ver Ou ao menos saberem o queFalam de VERDADE. Ao menos ir para longeVer se tem alguém que me ame ou Para que sintam a minha falta aqui. Quando ouvirem a minha música favorita,Ler meus livros prediletos Com certeza vão se lembrar de mim.

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Olhares Entrelaçados

Quando estou perto de tiComeço a tremerNão sei o por que. Difícil viver nesta situaçãoQue estamosEstou sozinha nessa solidãoA Dois.Espero você e você me esperaFicamos neste jogo de hoje ou para sempre Nosso olhar de cruzam Nossas mãos se entrelaçamE os nossos corações se apaixonam.

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Luar

Quando fui me apaixonar mudeiMinha maneira de pensarQuando te vi chorar, junto chorei Somos dois em um Estaremos juntos em qualquerSituação, mesmo que diga que não Nem que eu consiga esconder O quanto gosto de você Você vai olhar em meus olhosE ele irá revelarTudo o que eu não consigo demonstrar Não sei viver de saudadeNão sei amar pela metade Desculpa se não sei Expressar esse amor É que guardo comigoAs palavras lindas queDeveriam ser ditas a você. Esse meu medo de amarQue me deixa confusaMas não se preocupeO nosso amor é mais forte.

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Descobri Que...

Descobri que não vale A pena sonharSe não for se realizar Descobri que o amor Ele não existe,Existe só onde Pode ter esperança E não há semelhança.Descobri que não se pode confiar Em ninguém, tem que confiar em si mesmoE não desanimar. Descobri que amigos são só para As boas horas,Nas más eles somemE o ódio te consome.

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Al neiAl neiNascida em Santos/SP

em 21 de outubro de 1983 e residente em Capão Bonito desde 2007, cursou Pedagogia na Universidade de Santo Amaro e trabalha como professora, atuando na E d u c a ç ã o I n f a n t i l . Participando pela segunda vez da coletânea de poemas sente-se honrada por ter seus singelos poemas publicados, deixando registrado seus pensamentos e sentimentos, seus sonhos e devaneios...

“Dedico esses pequenos poemas primeiramente a Deus por ter me dado a vida e a chance de conhecê-lo, por Ele ser tão grande e presente em minha vida. Dedico a minha filha Anne Rebeca a quem tanto amo e sempre foi a luz, a alegria e a força dos meus dias. Dedico ao meu esposo Oséias e pelo companheiro que ele me é, pelo amor que lhe tenho. Dedico aos meus pais Roberto e Telma que foram meu alicerce, guia e sempre serão os grandes amores da minha vida. Por fim dedico também ao meu amigo e companheiro Rogério Machado, o qual me deu a feliz oportunidade de conhecê-lo e de participar de breve trecho de sua vida e também me permitiu conhecer e participar mais uma vez desta coletânea.”

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Aline Nóbrega

"Sigo meu caminhoSem saber para onde vou.Dou o próximo passoSendo guiada pelo Senhor.Alegre vou seguindoAs lágrimas cicatrizam as feridas.Perseverante, com fé caminhoCom a esperança das batalhas vencidas...." "Às vezes é difícil conter sentimentos.Encontrar passado com presente, relembrar sonhos.Querendo sentir o vento batendo no rosto, trazendo novos ares e boas novas. Concretizar planos e sonhar novos sonhos..."

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Aline Nóbrega

Toda Mulher...

"Toda mulher deseja um beijo apaixonado, um carinho na face, um afago nos cabelos, um aperto na cintura...Toda mulher deseja um abraço acolhedor, seguro, protetor, carinhoso...Toda mulher deseja se sentir única, amada, completa, desejada, segura, compreendida...Toda mulher deseja gentilezas, cavalheirismo, cumplicidade, companheirismo...Toda mulher deseja flores, chocolates, mimos, ser lembrada, ser importante...Toda mulher deseja alguém pra lhe aquecer, pra lhe proteger, pra lhe amar...Toda mulher deseja conversas, risadas, gestos inesperados de carinho, amor e gentileza...Toda mulher deseja um namorado, um noivo, um marido, um amigo, um irmão, um pai, um amante, um companheiro em um único conteúdo...Toda mulher deseja ser reconhecida, respeitada, admirada...Toda mulher deseja andar de mãos dadas, um abraço inesperado pelas costas, um sorriso sincero, um olhar de admiração, bilhetinhos e mensagens fora de hora...Toda mulher deseja que um homem a estude, veja os detalhes, faça planos dos seus planos, torne importante sua opinião, que faz de tudo pra tornar real seus sonhos e desejos mais profundos...Temos a capacidade de acreditar em príncipe encantado... Talvez não de cavalo branco e um palácio, mas que tenha as atitudes e o dom de fazê-la se sentir uma princesa, que faça valer a pena, que faça darmos o melhor de nós...Toda mulher deseja... O desejo pode adormecer, se ferir, congelar... Mas nunca morrer.”

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Aline Nóbrega

O Que Queremos

"Contos de Fada não existem...Na verdade acho que desde pequeninas nós mulheres idealizamos momentos e situações que são somente fantasias românticas.Como já li num post certa vez: É culpa da Disney as mulheres acharem que vão encontrar um príncipe encantado e culpa da Playboy os homens imaginarem que as mulheres são perfeitas.Mas acho que no fundo, todas nós esperamos que a magia perfeita e romântica dos contos de fada fossem verdadeiras.Quando a realidade nos coloca os pés no chão, nos tornamos mais maduras e aceitamos a realidade tal qual é.Na verdade, eu só acho que toda mulher tem o desejo de sentir-se especial. O que nos fazem, o que acham que merecemos... Esperamos isso sim pois quando tudo é de qualquer jeito... nos sentimos qualquer uma, nada mais...E na verdade não somos mesmo melhor do que ninguém...”

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Aprendi

“aprendi a viver cada momento como único, especial e algo que não volta mais.Aprendi que TUDO é permissão de Deus, e Ele não permite algo que não podemos carregar. Se nossas forças se findarem no caminho, Ele nos sustenta e nos carrega Aprendi que em tudo devemos dar graça e ver que todos têm seus problemas e lutas diárias, às vezes até maior do que o que passamos e isso se tornam uma lição e nos dá força de seguir em frente.Aprendi que a orientação de todas as decisões de nossa vida tem de vir de Deus, não sabemos o que pedimos, não sabemos o que realmente nos é melhor, não vemos o futuro, mas Ele TUDO sabe e sempre será o melhor guia, o melhor consolo, a melhor direção.Aprendi que para um momento ser especial não precisamos de uma data especial, qualquer momento pode ser especial desde que você queira que ele seja.Aprendi que não devemos deixar nada para depois, pra amanhã, para algum dia... Nunca sabemos quanto tempo nós temos, quanto tempo terá as pessoas que amamos e quais adversidades podem surgir que nos impeçam e nos deixe frustrados pela perca do momento que não enxergamos como oportunidade.Aprendi que você é o único a poder lutar pelos seus sonhos e que o mais importante é nunca deixar de sonhar...Aprendi que nada acontece por acaso, se uma adversidade vier, depois

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Aline Nóbrega

que conseguir respirar fundo e sentir o chão sob os pés... Agradeça a Deus. Ele não nos tira, nos livra.Aprendi que o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã e esse amanhã pode demorar, mas precisamos ser forte e confiar em Deus.Aprendi que as vezes nos desesperamos, perdemos o chão, nos sentimos encurralados, sentimos solidão, amargura, tristeza... É normal, é do ser humano, mas não podemos deixar que isso nos domine e se torne um fardo, uma depressão. Uma hora passa, uma hora cicatriza, uma hora vira a página, mas depende muito mais de nós do que possamos imaginar.Aprendi que o orgulho, a soberba, a inveja, a mentira, a maldade, a falta de respeito, de compaixão... não nos levam a lugar algum. Ninguém é melhor ou pior do que ninguém. E somos tão frágeis, dependentes de Deus, da sua misericórdia e do nosso próximo, seja esse "próximo" quem for.”

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Versos Gameleiros

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Aline Nóbrega

“Nós, seres humanos, vivemos constantes adaptações, viramos mutantes na vida eu diria e essa mutação é constante já que tudo ao redor contribui para o próximo "Eu" que vamos nos tornar.A essência é sempre a mesma, porém a forma de agirmos e pensarmos torna-se uma eterna mudança devido a todas as situações vivenciadas.Cada um é o que é em partes por sua essência e em partes pelos acontecimentos vividos: o alicerce familiar (ou a falta dele), os amores, as decepções, as frustrações, as perdas, os ganhos, as alegrias, os desaforos, o "pouco caso" e o "muito caso" de várias pessoas, as conquistas, as lágrimas derramadas...Tudo se estrutura e se reestrutura.Não somos uma única pessoa a vida inteira passamos por incríveis metamorfoses.É necessário mudar a forma de agir e pensar pra poder se adaptar à vida.E pra quem tem uma vida em constantes mudanças acaba se sentindo um camaleão,tentando se adaptar.Mas é incrível, uma frase, palavras, atitudes... podem mudar o rumo de tudo de um instante para o outro...Mesmo assim, prossiga com uma frase: "Seja essência, não aparência", mude, se adapte quando for necessário, mas se algo abalar sua essência... É bom tomar cuidado pra não se perder!”

Mutações

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Versos Gameleiros

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Aline Nóbrega

Coração

Será que estou enlouquecendo?Ou o horror me assola?A mágoa que se expande?Ou a solidão que me apavora?

Me perco em mim mesmaCom meu eu vazioUm frio...Um calafrio...

No closet do meu coraçãoVejo sonhos enterradosObjetivos não alcançadosSentimentos desoladosAmor mal acabado Um coração que pulsa pesadoTristeInconstanteDesesperado.

Será que estou enlouquecendo?Ou o horror me assola?A mágoa que se expande?Ou a solidão que me apavora? Me perco em mim mesmaCom meu eu vazioUm frio...Um calafrio... No closet do meu coraçãoVejo sonhos enterradosObjetivos não alcançadosSentimentos desoladosAmor mal acabadoUm coração que pulsa pesadoTristeInconstanteDesesperado. Infelizmente a faxina agendadaNunca pôde ser feitaOs objetivos continuam empilhadosEm cima da prateleira. Os sonhos até os perdiNem consigo mais encontrarO amor que um dia viviFoi embora pra não mais voltar. O coração empoeiradoPulsa devagarGeme desesperadoNão consegue mais se recordar.

Infelizmente a faxina agendadaNunca pôde ser feitaOs objetivos continuam empilhadosEm cima da prateleira.

Os sonhos até os perdiNem consigo mais encontrarO amor que um dia viviFoi embora pra não mais voltar.

O coração empoeiradoPulsa devagarGeme desesperadoNão consegue mais se recordar.

Boiando em meu serComo num mar turbulentoSeguindo um longo caminhoAté o firmamento.

Vai ao longe com o ventoSem mais nada esperarEmbalado pelas ondasSeguindo o grande mar.

“A solidão é reflexiva, embora extremamente amarga...”

“A música me liberta, me dá asas... vôo para dentro de mim mesma e

acalento o meu coração.”

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Versos Gameleiros

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Aline Nóbrega

Para Onde Caminha Nossa Nação?

Para onde caminha nossa nação?Cheios de hipocrisia, desordem, corrupção

Corrompido coraçãoEuforia e falta de ação.

Celular importado e barriga vazia

Roupas de marca aos montesA educação uma orgia

A desordem sempre defronte.

Muitos se depredamHora ou outra em protesto

Sem firmeza pelo que lutamSem “Ordem e Progresso”

Para onde caminha nossa nação?

Dói o coração ao dizerTentam mudar o mundo

Sem seus problemas resolver.

Gritam muito e sem sentidoApedrejam o bem alheio

Gritos, ai’s, zunidosLeigos e desordeiros.

A mudança vem por meio

Da ordem e da uniãoCom educação e respeito

Isso sim muda o futuro da nação.

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Versos Gameleiros

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Aline Nóbrega

Um ser nasceE muda a sua vidaA gente fica boba,Alegre e envaidecida. O espelho se mostra diferenteNão há como negarA conta bancária não rendeMultiplicam contas a pagar. Os brinquedos espalhados no chão Vêm a casa enfeitarEssa nova decoraçãoAlegra o nosso lar. A noite vira diaOs saltos viram rasteirasUm sorriso se torna a maior alegriaSentimentos se alicerçam pra vida inteira.

Ser Mãe

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Versos Gameleiros

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Aline Nóbrega

Você Chegou

Você chegou e se tornouImportante para o meu viver

A partir daí, tudo mudouMeu pensar, meu agir e o meu parecer.

Tive medo no primeiro instante

De sofrer e me machucarMas você provou triunfante

Que poderia, de verdade, me amar.

A solidão foi emboraOs fantasmas não me assustam mais

Nada mais me apavoraSeparar de ti não quero jamais.

Que esse respeito e união

Sejam eternos e alicerçadosQue não mais sinta sofreguidão

Nem tenha o coração despedaçado.

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Versos Gameleiros

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“Verão”

Brisa quente logo cedoE o sol se torna o grande astroA plateia acorda alegreSem canseira e cansaço. As chuvas fortes lavam a terra,Enchem os rios, regam a plantação.Alegram toda a genteFaz prosperar toda a nação. Assim é o verãoAlegre, próspero e quenteEsquenta o coraçãoDeixa a alma contente.

Aline Nóbrega

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Versos Gameleiros

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Versos Gameleiros

El ina eEl ina eElaine Rocha nasceu em Capão Bonito.Professora de Educação Infantil, licenciada em Letras e Pedagogia.Apaixonada pelas palavras.

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Versos Gameleiros

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Elaine Rocha

Viajante

De um planeta DesconhecidoUm ser de sonhosColoridosQue se em encontra Em outra dimensãoBem longe e bemPerto do meuCoração.Se perdendo e seEncontrandoEm algumLugarEm apenasUm olharA procura de alguémPara amarEm outro lugarEm lugar qualquerEm outro caminhoCruzando o meuVivendo em mimHabitante de um coração.

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Elaine Rocha

Desculpas

Palavras que tampam o vácuo, disfarçando a imperfeiçãoMistério secreto que usamos para não haver mágoasSoltas ao ventoDisfarçar o que sentimos

O tempo passouA vida correuTudo se escondeu

Eu nada viviNada sentiNão seiO que estou fazendo aqui?

Angústias

Vomito as palavras no papel.Elas caem e grudam e exalam um cheiro, um gosto, um sabor de alguém que um diaViveu, pensou e amou.

O Ato de Escrever

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Versos Gameleiros

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Elaine Rocha

Temporologia

O tempo transformaO tempo deformaIlusõesO tempo no levaA seguirEm outra direçãoCaminhos diferentesCaminhos reaisCaminhos banaisSem ilusãoSem coraçãoCaminhos-mistério

Bota palavras ao ventoE toca o vazioEm busca da imensidão

Deixa o tempo sorrirE te dizerEstou aqui pode virNão vais partir

Somente engano não deixaDe ser para tentarMaquiar o que podeAcontecer

Dando vasão a tudoPara se deixar no nada

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Versos Gameleiros

Elaine Rocha

Momento Transcendente

Transito por esseUm mundo trovãoMundo ladrãoSem definiçãoTransito no passadoNo presente eNo futuroEnquanto eu duro.

Sonhe com aquilo que você quiser, seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida.

Não temos o que queremos, mas sim o que nos é lícito ter.

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Versos Gameleiros

Elaine Rocha

Insanidade

Não vejo, o que vejoNão escuto, o que escutoSe escuto ignoroOh! IgnorânciaFuga dos insensatosDesatino dos esquecidosPercalços dos sanosDesculpa dos insanosIlusão.

Mansidão desculpa dos covardesApelo do constrangimentoPela carência do saberQuebra de ligação apoio na escuridãoEstágio eficazE nada mais.

A razão de ser não permanece em si mesma, mas no que motiva a transformar-se.

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Versos Gameleiros

Elaine Rocha

Quem Sou Eu?

Um ser sem limitesUm ser sem barreirasAtravessando fronteirasNo sem fim.Uma ausência presenteUm coração pungente que ninguém sente.Uma anônima procurando conhecer alguém.Mais quem? Além de mim mesmaUm marinheiro sem marUm viajante sem rumo

Você escreveu em mimNo meu coração só há de haver tinta do infinito que marca e não sai.A saudade

Em segundos você me aparece,Fico sem ação,Troca algumas,PalavrasE faz disparar meu coração.

Apenas através das palavrasConsigo ter um pedaço de vocêTão distanteTão real

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Versos Gameleiros

Elaine Rocha

Despedida

Faltam cinco minutosEle olhou para elaEla olhou para eleE o tempo olhou para os doisE a imensidão se entrepôsNo ronco dos motoresNo vento que trepidaNa distância presenteEm uma vida que se torna ausenteDespedidaUm adeusE dois corações.

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Elaine Rocha

Papo de Mano

Rapa da que to foraTa minha horaTa no meu momentoQue as coisas não se resolvemEmpatando os esquemasEm uma conspiração

Clareia a tua mente eE descobre o espaço sideral

Encontra a ti mesmoE descobre a razão.

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Versos Gameleiros

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Elaine Rocha

Pedidos

Pedi que o tempo me desce respostasO tempo passou e elas não chegaram

Pedi a vida que me desse motivoÁvida passou não me dando nada

Pedi a mim mesma coragemProcurei e quando não buscava encontrei

Pedi a deus tudo o que for bomEle não me deu mais nadaMe fez enxergar

Pedi a aqueles que amo para sempreEles gravaram em mimNo meu coraçãoSeus nomes.

Não te dou rosasNem margaridasTe dou sementes de IpêQue dão flores pra toda vida.

Ah! Estes olhos parados, travessos, tranquilosSem ilusãoSem certeza de serDe espera algo acontecer em vãoPor caminhos que o levam sozinhos.

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Versos Gameleiros

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Elaine Rocha

Receita de Amor Perfeito

Um amor não vivido divididoEm pedaços, palavras, instantes, momentos, sorrisos, alegrias, medo.Sobraram as lembranças que logo estarão no esquecimento.

Te amo com todas as razões de um insensato.Pelo que é, e não pode ser.Pela vazão das palavras que fluem intensamente.

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Versos Gameleiros

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JulianaJuliana

Juliana Maria da Costa, 28 anos, nascida em Capão Bonito, em 27 de novembro de 1986, filha de Júlio Ferraz da Costa - f u n c i o n á r i o d o Departamento de Estradas d e R o d a g e m ( D E R ) , falecido em 1996 - e de Vera Lúcia Silveira da Costa, boa mãe e dona de casa.

E s c r e v e s u a s poesias desde os 14 anos, sendo essa a terceira participação nos Versos Gameleiros.

É estudante de Letras, graduando-se em licenciatura plena, visto que seu sonho, desde criança, sempre foi ser professora.

Trabalha atual-mente na secretaria da EE. Dr. Raul Venturelli.

Versos Gameleiros

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Versos Gameleiros

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Juliana Maria da Costa

ColocaçãoÉs meu mais amado...

Mais querido...Mais sonhado...

Tradutor de meu ser,Presença que me acolhe

Mesmo longe, mesmo sem se ver...Aqui estás presente...

marcaste meu coração...E dele ninguém

Haverá de te arrancar.És quem me afasta da solidão

E me traz de volta à vidaQue antes parecia perdidaMergulhada no azul escuro

Que se transformouNo melhor do meu mundo.

Num prefácio inseguro

Entrelaço meus dedos nos teusE o beijo que você me deu

Nada de mim haverá de tirarA doçura do que é tocar tua pele

A agonia que a distância fereEstás distante do meu serPorém muito mais perto

Em meu coraçãoTua presença...Eu sinto crescer.

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Versos Gameleiros

Juliana Maria da Costa

Flor Azul

Com doces palavras de carinhoAlguém minha simpatia conquistouTrouxe para meus dias sem vidaUm pouco de luz, um tanto de cor Trago comigo algo que falouSobre uma rara flor azulMas em toda história jamais ouvi dizerQue um dia alguém a encontrou... Foi assim que passei a procurarEssa flor azul eu precisava encontrarDias e noites passei a escolherAlguns lugares onde eu a pudesse vislumbrar... E cada vez que a flor azul eu procuravaAlguma coisa lá dentro de mim mudavaUm brilho que voltou a iluminarO sorriso que em mim eu mesma matava... E de tanto dia e noite a flor eu procurarSem saber mais onde encontrarFoi assim que sem quererEu comecei então a perceber...

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Versos Gameleiros

Juliana Maria da Costa

Que a flor azul era esse alguémQue de longe veio para me fazer tão bemMeu sorriso esse alguém despertouTrouxe de volta as coisasQue um dia meu coração amouTrouxe de volta as palavrasQue em nenhum lugar eu encontrava Esses versos dedico a vocêAlguém que jamais imaginei conhecer Eu precisava das suas palavrasPara me soltar das amarrasQue o destino me prendeu Foi você, rara flor azul...Que este poema... me devolveu...

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Versos Gameleiros

Juliana Maria da Costa

Deixa

DEIXA eu te amar por inteiroSentir seu corpo, sentir seu cheiro

Ser seu porto, ser seu caisSer o seu amor e muito mais...

DEIXA eu te dar meu coração

Trazer para você momentos de emoçãoTocar tua pele, teus lábios beijar

Sentir como é doce a magia de te amar...

DEIXA eu te embalar em sentimentosFicar aqui contigo este momentoQuero ser sua alegria, seu amor

Quero estar contigo onde preciso for...

DEIXA eu segurar a tua mãoLevar-te para longe da escuridão

Dá-me teu amor por merecerDou-te todo carinho que quiseres receber.

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Versos Gameleiros

Juliana Maria da Costa

Ilusão“Ilusão, sonho, saudades”

Do que eu nunca tive...Do que jamais terei...

Porque nada mais levarei desta vidaA não ser a eterna dor da sua renúncia

Levarei para sempre o beijoQue tanto desejei e jamais recebi

Levarei na alma somente as suas lembrançasComo uma fonte que jamais secaráE que trará a vida nos momentos

Em que eu pensar já ter morrido de saudadesLevarei o brilho dos teus olhos

Para que nos momentos de escuridãoSeja a luz que ilumine e conduza os meus passosPara que um novo dia eu possa ainda enxergar

Levarei para sempre comigoO eterno desejo de te pertencerComo se fosses único para mim

E como seu eu fosse única para você.Que essas lembranças que carrego

Sejam o fardo que para sempre levareiCurvada aos teus pés, teu corpo desejei

Tuas mãos, nas noites frias, sonhei entrelaçarNo sussurro de tua voz ao meu ouvido,

Sentir tua pele, sentir teus lábios a me desejarEm tantos outros procurei sem encontrar

O sorriso doce que em teus lábios um dia fiz surgirProcurei matar esse desejo em mim

Mas em meio à multidão, por onde quer que eu fosseMeus olhos procuravam apenas os teus

Na infinita sede de teu corpo amarNa infinita ilusão de um dia te pertencer.

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Versos Gameleiros

Juliana Maria da Costa

Indefinição

Não feche os olhos esta noiteE nem se vá sem ainda me responderO que é o Amor para você... Talvez seja um lugar de descansoUm oásis no deserto, um remansoOu uma chama que te mantenha aquecidoUm momento que jamais será esquecido... Talvez seja uma companhia se estás sozinhoTalvez seja o verdadeiro caminhoQue para casa de volta te levaráTalvez a lembrança que você nunca esquecerá... Talvez seja um oceano em tormentaOu apenas uma chama que te esquentaQue te mantém vivo nas noites friasQue traz algum sentido aos teus dias... Talvez seja a morte ou a vidaTalvez o encontro ou a despedidaOu ainda o esquecimento ou a pazTalvez um adeus, adeus para nunca mais. O que é o Amor para você?Em versos me responda...Pois eu preciso saber.

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Versos Gameleiros

Juliana Maria da Costa

Lamento

Nem que eu pudesse escreverTodas as palavras desse mundo

Eu jamais conseguiria dizerDa saudade e do amorQue eu sinto por você

Em teus braços era onde

Agora eu queria estarSeu carinho era o que eu queria sentir

Fazendo meu coraçãoNa paz da sua presença descansar.

Sinto falta do seu sorriso

E da paz que só sentia com vocêHoje vivo a lamentar a saudade de alguém

Que não consigo esquecer.

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Juliana Maria da Costa

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Versos Gameleiros

Olho para o espelhotoco meu rosto

Mas não me reconheço...Será que toda essa dor...

Será que eu mereço?

Não sei em qualpágina virada ficou

o sorriso que um diaesses lábios enfeitou

Levaram o melhor pedaço

do meu coração o melhor espaçoDeixaram o vazio da incerteza a ferir

Deixaram esse rostoque não consigo definir

Não sou eu em frente a esse espelho

Não me reconheço emtudo isso que me tornei

O que houve com os sonhosque um dia eu sonhei?

Saudade, tristeza e nostalgia...

Neste rosto de expressão tão friaMas quem sabe algum dia...Algum sorriso volte a brilhar.

Perdição

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Juliana Maria da Costa

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Versos Gameleiros

Teus Olhos

Meus olhos estão tristesChoram não sei por quêAcho que sei o motivoChoram por não te ver

Nos teus olhos encontrei

Uma razão para viverFoi por esses olhos de paz

Foi por eles que me apaixonei

Porém teus olhos tão meigosNão mais pude encontrar

Perdi para sempre seu amorMas jamais deixarei de te amar

Hoje vivo a procurar

A razão desse meu viverO brilho dos teus olhosNão consigo esquecer.

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Juliana Maria da Costa

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Versos Gameleiros

Vazio

Eu odeio a maneira como me trata com tanta desconsideraçãoDeixa-me à espera, espreitando na escuridãoÀ procura de um sorriso que desejo encontrarÀ espera de uma boca que desejo tanto beijar Odeio a forma como me trata sem carinhoSão tantas promessas e nenhum caminhoMeus passos seguem sozinhos por essa noite friaSem sua presença, sem sua companhia No silêncio de sua ausência fico a divagarÀ espera desse sonho se realizarUm convite, uma esperança de ir alémDe tudo aquilo que sei que desejas também As horas passam e sozinha novamente ficareiDesejando seus lábios que nunca beijareiDormirei na esperança vazia de um dia te ter aquiAbraçado junto a mim quando a noite fria cair.

Jamais irei te esquecer. ..

Apenas deixarei que morram em mim as lembranças de você

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Juliana Maria da Costa

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Versos Gameleiros

Versos Sem Rima

Mesmo que esses versos sejam trazidos do fundo do meu coraçãoVocê jamais fará ideia do quanto me custaram estas palavras...

"Ab imo pectore"

Eu poderia escrever as mais belas palavrasMas sei que essa tristeza estaria aqui presente

Sinto saudades do que nunca tiveSeu abraço, seu toque, sua pele

Eu poderia escrever a mais bela cançãoMas jamais meu coração deixaria de te querer

E meus olhos jamais esqueceriam o brilho do teu sorrisoPrendeste-me pelo encanto do teu olhar

Pela doçura de teus lábios que jamais toqueiTua pele encostada a minha

São devaneios de uma noite que nunca tivePor mais que as estrelas brilhem acima de mim

Nenhuma delas trará a luz para as minhas trevasTua presença era mais que brilho, mais que claridade

Era o Sol que aquecia as minhas manhãsE tudo, de repente, em nada se tornou

As palavras ficaram perdidas no silêncio frioDa incerteza que leva embora as esperanças

E o que resta aqui é a saudade, o vazio e a solidãoTalvez um frio que nenhum calor jamais aqueceráTeus olhos eram mais que luz as minhas trevas...

Teu sorriso era a chama que meu coração incendiava...Teus lábios eram os lábios que em sonho eu beijava...

Hoje estás distante, jamais alcançarei novamente teu espaçoNa embriaguez dos meus sentidos, paralisada por meus medosSei que seu adeus foi o ponto final que encerra a nossa históriaQue começou em meus sonhos e terminou em sua realidade.

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Versos Gameleiros

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Versos Gameleiros

Rai sasRai sasMe chamo Raissa

Moraes, natural de Capão Bonito, minha inspiração vem do ultrarromantismo e da música gotica, Álvares de Azevedo é minha maior paixão, amo todas as suas poesias.

Escrever pra mim é viajar para algo novo, d e s c o b r i r n o v a s sensações e sonhar com um mundo novo"

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Versos Gameleiros

Raissa Moraes

Sozinho mais uma vez Coraçãozinho dilacerado Ainda insiste no nada?

A batalha se inicia Novamente você cai A razão prevaleceu

Quebrado mais uma vez Coraçãozinho dilacerado Ainda não aprendeu a lição?

Seu sentimentalismo sempre te mata Continua preso no mesmo círculo Se afogando em teu próprio mar

Chorando mais uma vez Coraçãozinho dilacerado Quando irá aprender que amar dói?

Coração Dilacerado

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Versos Gameleiros

Raissa Moraes

Miseráveis

Não finja que isso não existe Aconteceu de fato Não podemos mudar o que já foi

Preste atenção nas suas palavras Veja o mal que fez a todos Não há um modo de esquecer

Seguindo neste mesmo vale Vamos em caminhos opostos Nos tornamos apenas miseráveis nesta história

Não aja como se você não fizesse parte Metade dessa culpa inútil é sua Sua mente não está tão leve assim

Vá! Não suporto ver seu rosto Seguindo seu destino longe de mim Não há um modo de esquecer

Seguindo no mesmo caminho tortuoso Seguiremos em lados opostos No final, apenas miseráveis da mesma história

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Raissa Moraes

O Passado no Futuro

Concluído que isto não passa de um sonho Enxergando com lucidez pela primeira vez em anos Seguindo pelas sombras, ao som do mar

Sonhos que se cruzam ao fim da rua Medos que se revelam sob o luar Pessoas que se encontram no destino da vida

Entrelaçando cada pedaço desse mundo, eu sigo Cada detalhe, como um quebra-cabeça da minha razão O passado sempre sobrepõem o futuro de forma dolorosa

Mesmo estando ciente de que nada é real A dor se sobrepõem como um golpe fatal Adeus, meu amado

Mesmo estando lúcido neste lugar sagrado As ilusões são tão nítidas, tocaveis Não há dor, não há medo, não há esperança

Entrelaçando cada pedaço desse mundo, eu sigo Cada detalhe, por insignificante que seja, como um quebra- cabeça O passado sempre influência o futuro de uma forma dolorosa

Entrelaçando cada pedaço dessa vida, eu sigo Cada detalhe deste imenso quebra- cabeça O passado sempre se sobrepõem ao futuro de forma dolorosa

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Raissa Moraes

Sou a menina dos olhos da morte Sou o menino da verdade em chamas Sou o alvorecer tardio

Sou a borboleta que voa pra longe Sou a solidão desmedida deste lugar Sou a luz a banhar tal leito

Sou a alegria que ficou para trás Sou a luxuria a muito esquecida Sou as trevas a banhar este deleite

Sou como o vento que leva o que marcou Sou como o tempo que não apaga o que se solidificou Sou como a verdade que machuca mas é real Sou como a dor que judia e é fatal Sou como um vazio, igual a você

Sou

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Raissa Moraes

Pensado bem Nada mudou Apenas mudou o foco

No fim estaremos lado-a-lado como sempre Desejando que tudo não passasse de um sonho No fim sempre desejando o impossível

Ainda lembro quando começamos a sonhar juntos Quando víamos o mesmo destino em nossa frente Agora isso parece tão longe...

Pensando bem Nada fez sentido Apenas ficou mais claro

Desejamos encontrar o pote de ouro Sem se importar com o que vinha pela frente Sem saber o que realmente queríamos

Ainda me lembro do som da sua voz Quando ainda sonhávamos o mesmo sonho Agora nada disso faz sentido

Ainda lembro do dia em que te vi Quando queríamos as mesmas coisas Agora isso ficou perdido num passado incerto

Passado Incerto

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Retornando

Navegando por águas lamacentas Sigo neste destino sombrio Buscando um modo de voltar para casa

Tentei buscar o infinito longe de seus olhos Sem me dar conta de que eles eram tudo o que queria Sozinha, sigo neste mesmo círculo

Mesmo procurando algo a muito perdido O vento que me guia não me levará a você Não importa o quanto eu tentei

Navegando neste rio de lágrimas Busco agora o conforto do seu abraço Como pude buscar o paraíso sem eles?

Cega demais para ver Que o calor do teu abraço Era o que mais desejava

Mesmo buscando o frescor da noite Não encontrei o calor do teu abraço Sozinha buscando refúgio

Retornando para casa Sonhando sozinha, como sempre Você simplesmente não estará lá

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Raissa Moraes

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Contos de Fadas

Quando a meia-noite chegar A magia se extinguirá Sobrará apenas a lembrança

Na alegria de nascer No medo de morrer Dormirá para sempre

Nada disso dura para sempre É tão falso que chega a ser cruel Nada realmente importa

Maçã envenenada aos lábios da moça Sete amores que lamentam a dor Beijo do amor verdadeiro

Presa na torre Anos a esperar Solidão eterna

Nada dura para sempre É tão falso que chega a ser cruel Nada realmente importa

Dançando no baile encantado Temendo e amando a fera Maldições e mais maldições

Nada dura para sempre É tão falso que chega a ser cruel Nada realmente importa

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Raissa Moraes

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Outubro

Ele era como o frio das noites mais geladas Com uma alma fria Com uma escuridão interminável em teu ser

Ele era como os ventos fortes do deserto Com uma dor incalculável no olhar Com um coração ardente

Amor e ódio Luz e sobras De um modo vivendo juntos

Ele era como um doce anoitecer Escuro, sublime, misterioso O anoitecer eterno

Ele era como o som gélido do vento Com sua dor a me enfeitiçar Com tua escuridão a me envolver

Amor e ódio Luz e sombra A contradição de alguma forma vivendo juntos

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Raissa Moraes

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Rosas Mortas

Doce donzela que sonha com a morte Sozinha neste vale sóbrio Buscando a verdade nessas rochas

Doces amores encontros neste silêncio O alento que tanto desejava Estava nos braços dele

Agora não há mais nada para lutar Um caminho vazio, foi o que restou Apenas um punhado de rosas mortas

Doce donzela vestida de branco Sonhando neste mesmo vale sombrio Desejando que não fosse real

Doce passado ainda tão vivo Sozinha neste caminho amaldiçoado Procurando o cura para a dor

Não há mais para lutar A luz dos olhos dele se apagou para sempre Sobrou apenas, um punhado de rosas mortas

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Raissa Moraes

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Apague todas as luzes Não quero ver o vazio Quando passar pela porta

Vá! Siga seu caminho Vou aprender a viver aqui Na solidão, na dor, no medo

Leve com você o melhor de mim Deixe comigo apenas o resto Não preciso de mais nada

Vá encontrar o seu caminho Não olhe para trás Não quero te deter

Sozinha neste quarto Juntando os pedaços Vou seguir meu caminho

Vá encontrar a felicidade Que eu nunca te dei E me deixe na solidão

Não se prenda por mim Siga seu caminho E me deixe morrer aqui

Apenas apague todas as luzes Não quero ver o vazio Quando passar pela porta

Porta

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Em quase todas as edições, tanto capa como contracapa apresentaram alguma referência a Capão Bonito. O primeiro volume trouxe na capa em imagem editada a Rua Floriano Peixoto, provavelmente a mais tradicional dedicada ao comércio da cidade; “...daqui d'aldeia!” A Crônica Capão-Bonitense, apresentou em sua contracapa o granito vermelho, variedade mineral endêmica do Município que, justamente por isso, carrega o nome de Granito Vermelho Capão Bonito ou Red Capão; ainda nessa coletânea de cronistas, imagem de Bromélia faz homenagem àquela que recebe o vistoso título de Flor do Panema,como carinhosamente por aqui é conhecido o Paranapanema, rio cujo berço de suas águas está localizado em terras gameleiras, aliás, cabe lembrar que as páginas internas desse mesmo livro carregam imagens dessas nascentes, de ruas da cidade, do Rio das Almas e também o registro da queda anunciada da velha e centenária paineira do Jardim Cruzeiro. São registros fotográficos, artísticos e históricos com a intenção de cadastrar alguma situação, condição, curiosidade, algum aspecto tradicional ou peculiaridade capão-bonitense, uma vez que após a impressão - embora o advento da informática e da rede mundial de computadores permita o acesso sem essa necessidade -, o livro cuida de perpetuar as intenções ali colocadas e acaba por servir como referência para outras gerações ou mesmo para contemporâneos alheios às informações de seu conteúdo.

O trabalho do terceiro volume não cuidou de seguir a mesma proposta gráfico-conceitual e destaca-se pelas ilustrações de Isabela e Thiago, jovens nascidos nestas produtivas terras. A capa sugere Regalo de um Poeta, do premiado Pablo Neruda, enfim, não há referências implícitas, subliminares nem o uso da semiótica para fins semânticos.

Esta composição, ora entregue, retoma suas origens e vem à carga com a bela fotografia dos céus de Capão Bonito, na maioria das vezes sempre limpos, alvos e de azul ultraceleste, remetendo-nos a todos ao perigoso rodamoinho do eterno bucólico, do idílico, do efêmero, do etéreo..., são as cores predominantes na bandeira do Município, o que nos permite cairmos sentimentalmente em banzo quando estamos noutros lugares com os mesmos céus; talvez, apenas por pura filosofia, a bandeira cigana também ter tais cores cremos que poderia...

Voltemos, entre tantos outros, ao universo desses outros versos, pois há ainda outra mensagem implicitada, a qual, no entanto, não entregaremos assim, de mão beijada. Fica para alguma outra resenha, mas, creiam, vale a pena colocar os miolos a matutar.

Os Editores

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Prefácio

Antonio Celso dos Santos

Juraci B Chagas

João Lafayetti Gomes Barreto

Osvaldo de Oliveira

Rojer Rÿoz (Rogério Marcos Machado)

(Drika) Adriane Cristina Bernardo da Silva

Aline Nóbrega Rodrigues

Elaine Aparecida Rocha de Proença

Juliana Maria da Costa

Raissa Moraes

Posfácio

SUMÁRIO

Impressão e acabamento: Alternativa Artes Gráficas - (15) 3542-3830 - [email protected]

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