osvaldo antonio serra, da ffcl de ribeirão preto, é o ... grama de divulgação da química....

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Jornal do Conselho Regional de Química IV Região (SP) Ano 22 - Nº 121 Mai/Jun 2013 Osvaldo Antonio Serra, da FFCL de Ribeirão Preto, é o ganhador do Prêmio Walter Borzani. Já estudantes e professores de Taquaritinga, Diadema e São Caetano do Sul conquistaram o Prêmio CRQ-IV Págs. 4 e 5 Mais de 8 mil se recadastram Processo terminou dia 16/05 e os profissionais Gerson Kamida, de São Manuel, e Nathalia Montemór, de Mogi das Cruzes, foram os ganhadores dos tablets sorteados entre os participantes Pág. 3 Centenas fazem curso de RT Pág. 7 Escolas recebem palestras Pág. 13 Bauru abre minicursos Pág. 15 ISSN 2176-4409

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Jornal do ConselhoRegional de Química

IV Região (SP)Ano 22 - Nº 121Mai/Jun 2013

Osvaldo Antonio Serra, da FFCL de Ribeirão Preto, é o ganhador doPrêmio Walter Borzani. Já estudantes e professores de Taquaritinga,

Diadema e São Caetano do Sul conquistaram o Prêmio CRQ-IVPágs. 4 e 5

Mais de 8 mil se recadastramProcesso terminou dia 16/05 e os profissionaisGerson Kamida, de São Manuel, e NathaliaMontemór, de Mogi das Cruzes, foram os ganhadoresdos tablets sorteados entre os participantesPág. 3

Centenas fazemcurso de RT

Pág. 7

Escolas recebempalestras

Pág. 13

Bauru abreminicursos

Pág. 15

ISSN 2176-4409

Informativo CRQ-IV Mai/Jun 20132

EDITORIAL LEITORES

Educação - Considerando que docên-cia em química é importante para acontinuidade da profissão, gostaria desugerir que a entidade amplie os prê-mios anuais para a categoria de Pro-fessor de Química de Ensino Médio,que reconheceria profissionais que cri-assem projetos voltados a desenvolversenso de cidadania de seus alunos.Também quero sugerir o envio do In-formativo para alunos do Ensino Mé-dio da rede pública.Licenc. em Química Danilo Fugimoto

Suzano/SP

A proposta poderá será avaliada peladireção do Conselho. Já o envio doInformativo a todos os estudantes nãoé possível diante dos elevados custosde produção e distribuição. Para estee outros públicos há as versões on-line.

Atraso - Gostaria de manifestar umareclamação com relação à entrega doInformativo em minha residência.

Bel. em Química Bruno P. MacielSorocaba/SP

Em função da necessidade de substi-tuirmos de última hora a empresa res-ponsável pela diagramação do Infor-mativo, houve um atraso na finalizaçãodo último número. Como a distribui-ção pelos Correios pode levar até dezdias, alguns leitores acabaram sendoprejudicados.

Conselho Regional deQuímica - IV Região

Rua Oscar Freire, 2.039 – PinheirosCEP 05409-011 – São Paulo – SP

Tel. (11) 3061-6000 - Fax (11) 3061-5001Internet: www.crq4.org.br

twitter.com/crqiv – facebook/crqive-mail: [email protected]

O Informativo CRQ-IV é umapublicação bimestral. Tiragem desta

edição: 93 mil exemplares.

PRESIDENTE: MANLIO DEODÓCIO DE AUGUSTINIS

VICE-PRESIDENTE: HANS VIERTLER

1º SECRETÁRIO: LAURO PEREIRA DIAS

2º SECRETÁRIO: DAVID CARLOS MINATELLI

1º TESOUREIRO: ERNESTO HIROMITI OKAMURA

2º TESOUREIRO: SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHEIROS TITULARES: DAVID CARLOS MINATELLI,ERNESTO H. OKAMURA, HANS VIERTLER, JOSÉ

GLAUCO GRANDI, LAURO PEREIRA DIAS, NELSON

CÉSAR FERNANDO BONETTO, REYNALDO ARBUE

PINI, RUBENS BRAMBILLA E SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHEIROS SUPLENTES: AIRTON MONTEIRO,AELSON GUAITA, ANA MARIA DA COSTA FERREIRA,ANTONIO CARLOS MASSABNI, CARLOS ALBERTO

TREVISAN, CLÁUDIO DI VITTA, GEORGE CURY

KACHAN, JOSÉ CARLOS OLIVIERI E MASAZI MAEDA

CONSELHO EDITORIAL:MANLIO DE AUGUSTINIS E JOSÉ GLAUCO GRANDI

JORNALISTA RESPONSÁVEL:CARLOS DE SOUZA (MTB 20.148)

ASSIST. COMUNICAÇÃO:JONAS GONÇALVES (MTB 48.872)

ASSIST. ADMINISTRATIVA:JULIANA DUVIQUE DE CAMPOS

PRODUÇÃO:COMPANHIA LITHOGRAPHICA YPIRANGA

TEL.: (11) 3821-3255

Os artigos assinados são de exclusivaresponsabilidade de seus autores e podem

não refletir a opinião desta entidade.

O Conselho Regional de Química- IV Região cumprimenta os Profissi-onais da Química pelo seu dia, a sercomemorado em 18 de junho. A dataé uma referência à publicação da Lei2.800, que em 1956 criou o ConselhoFederal de Química e os seus Regio-nais. A promulgação da lei pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek aten-deu a uma antiga reivindicação daClasse Química, que passou ela pró-pria a legislar sobre as atividades la-borais na área. Até então, esta era umaatribuição de técnicos do Ministériodo Trabalho, que muitas vezes possu-íam formações diversas da Química.

Como tradicionalmente ocorre, oCRQ-IV organizará uma cerimônia paracelebrar a data. O evento foi agendadopara o dia 13 de setembro e marcará areinauguração do auditório da entidade,que está em reforma. Na ocasião, serãoentregues os prêmios CRQ-IV e WalterBorzani e apresentado um balanço so-bre as atividades do Conselho.

Além de anunciar os ganhadoresdos citados prêmios, esta edição do In-formativo também tem como desta-ques, entre outros, o resultado dorecadastramento de profissionais, no-tícias sobre o programa de minicursosgratuitos e informações sobre o Pro-grama de Divulgação da Química.

Comemoremos

EXPEDIENTE

Eficientes - A matéria sobre a atuaçãode profissionais com deficiência foiuma importante contribuição para esti-mular mais contratações.

Tec. Química Ana SiqueiraLavras/MG

Papa - A respeito da nota publicada naúltima edição do Informativo sobre aligação do Papa Francisco com a quími-ca, o Engenheiro Giovanni Crisi enviouuma carta em que busca esclarecer asdúvidas. Leia na versão on-line.

Informativo CRQ-IVMai/Jun 2013 3

RECADASTRAMENTO

Encerrado no dia 16 de maio, orecadastramento promovido este anopelo CRQ-IV para atualizar os dadosdos profissionais vinculados à entida-de teve a participação de 8.844 pessoas.A iniciativa também objetivou atuali-zar/identificar os diversos segmentoseconômicos onde atuam esses profis-sionais para aprimorar a fiscalização,bem como elaborar programas e açõesque contribuam para a sua capacitação.

O recadastramento foi noticiado naprimeira edição deste ano do Informa-tivo. Apesar de a legislação prever queé obrigação do profissional manter seusdados atualizados, o Conselho decidiuestimular a participação, oferecendodois tablets da Motorola para sorteioentre os que colaborassem. Para isso,obteve patrocínio do Grupo Semmler,que já mantém convênio com a entida-de na área de seguros.

O formulário de recadastramentoficou disponível no site do CRQ-IV por42 dias. Para concorrer aos tablets, erapreciso responder a pergunta: O CRQ-IV mantém convênio/parceria com qualempresa de seguros? As respostas pos-síveis eram: 1) Semmler; 2) Outras.Erraram a resposta 533 pessoas.

Realizado no dia 20 de maio, o sor-

Oito mil participaram da pesquisaUm Químico Industrial e uma Engenheira Ambiental ganharam os tablets

teio teve como vencedores a EngenheiraAmbiental Nathalia Louise Montemór, deMogi das Cruzes, e o Químico IndustrialGerson Mitoshi Kamida, de São Manu-el. Nathalia, 27 anos, trabalha no ServiçoMunicipal de Águas e Esgoto. Kamida,49 anos, é perito na unidade de Botucatudo Instituto de Criminalística, órgão daPolícia Civil de São Paulo. Ambos afir-maram que usarão os tablets principal-mente em suas atividades profissionais.

Elaine Fernandes, representante daSemmler, foi a responsável por acionaro programa criado pelo CRQ-IV parafazer o sorteio. O evento, que foi fil-

mado (veja na versão on-line desta edi-ção), teve a presença do presidente doConselho, Manlio de Augustinis.

DADOS - Os Técnicos de Nível Médioforam os que mais participaram dorecadastramento (74,5%), seguidosdos Bacharéis (12%), Engenheiros(8%), Químicos Industriais (3,5%) eLicenciados (2%).

Na pergunta sobre o InformativoCRQ-IV, 64,5% disseram que preferema versão impressa, 31,04% optaram pelaversão on-line, enquanto que 4,41% ad-mitiram raramente ler o periódico.

Gerson Kamida , de São Manuel, e Nathalia Montemór, de Mogi das Cruzes, foram os contemplados

Tânia Casquel Osvaldo Birke

Informativo CRQ-IV Mai/Jun 20134

PRÊMIO CRQ-IV

Os ganhadores da edição 2013 doPrêmio CRQ-IV foram definidos nareunião realizada dia 21 de maio peloPlenário do Conselho. Destinado a es-timular a pesquisa entre os estudantesda área química, o concurso teve 49trabalhos inscritos. O aluno vencedorem cada uma das quatro modalidadesreceberá R$ 10 mil. Seu orientador, R$4,6 mil. Dos valores serão desconta-dos os impostos. Ambos também re-ceberão certificados. A entrega dosprêmios ocorrerá no dia 13 de setem-bro, durante cerimônia na sede doCRQ-IV. Veja mais informações sobreevento na página 10.

Orientadora do trabalho vencedorna modalidade Química de Nível Mé-dio, a professora Célia Labibe Abud,da ETEC Dr. Adail Nunes da Silva, dis-se que o prêmio chegou numa hora emque se discutia a continuidade do cur-so, ameaçado pela perda de alunos queo deixam porque precisam trabalhar.Ela acredita que o reconhecimento queo prêmio conferiu à escola, da cidadede Taquaritinga, ajudará a demonstrarque o curso tem qualidade e importân-cia para a região.

Produzida pelos estudantes SabrinaDorta, Amanda da Costa e Cainã deOliveira, a pesquisa “Obtenção de ce-lulose a partir de cascas do coco verde(Cocos nucifera)” propõe uma destina-ção ambiental e economicamente viáveisàs cascas de coco, que normalmente sãojogadas no lixo. Sabrina e Cainã passa-ram no vestibular e atualmente estudamQuímica na USP de Ribeirão Preto.

Na modalidade Química de NívelSuperior, o vencedor foi Andrei Sakai,

Conselho anunciaos ganhadores

Estudantes e orientadores serão homenageadosdurante cerimônia oficial marcada para setembro

do curso de Bacharelado em Químicada Universidade Federal de São Paulo,da cidade de Diadema. O trabalho “Sín-tese e caracterização de filmes nano-estruturados de Langmuir-Blodgett dederivados de poli (p-fenileno vinileno)(PPV)” foi orientado pelos professoresLuciano Caseli e Laura Oliveira PéresPhiladelphi.

“Processo irradiado por microondaspara produção de biodiesel” é o títulodo trabalho vencedor na modalidadeEngenharia da Área Química. Desen-volvida por Luana Cecilia Mello Canta-gesso, aluna do Instituto Mauá de Tec-nologia, de São Caetano do Sul, a pes-quisa foi supervisionada pelo professorLuiz Alberto Jermolovicius, que come-mora este ano sua segunda conquistado prêmio como orientador. A primeiraocorreu em 2009.

O Plenário do Conselho decidiu nãoconferir o prêmio na modalidade Quí-mica de Nível Superior com Tecno-logia, possibilidade que estava previs-ta no regulamento do concurso.

Sabrina, Célia e Cainã, da Etec de Taquaritinga,ganharam na Modalidade Química de Nível Médio

Laura, Caseli e Andrei, da Unifesp, venceram namodalidade Química de Nível Superior

Na modalidade Engenharia da Área Química, osganhadores foram Jermolovicius e Luana, do IMT

Leandro Castro

Alex Silva

Alex Silva

Informativo CRQ-IVMai/Jun 2013 5

PRÊMIO WALTER BORZANI

Um dos principais nomes na áreade pesquisa e difusão das Terras-ra-ras no Brasil, o professor OsvaldoAntonio Serra, da Faculdade de Fi-losofia, Ciências e Letras (FFCL) daUSP - Ribeirão Preto, é o ganhadorda primeira edição do Prêmio WalterBorzani, promovido pelo CRQ-IV.A entrega ocorrerá no dia 13 de se-tembro, durante cerimônia na sededa entidade, em São Paulo.

Serra dedicou mais de 50, de seus73 anos de vida, à Química, pela qualse apaixonou, segundo suas pala-vras, quando ainda estava no Cole-gial, atual Nível Médio. Ingressouna FFCL da USP quando a institui-ção ficava na Alameda Glete, nobairro paulistano de Santa Cecília,em 1959, depois de ter sido aprova-do em primeiro lugar no vestibular.

Fundou e presidiu por duas ve-zes o Centro de Estudos HeinrichRheinboldt, homenagem ao professoralemão que, convidado pelo governo deSão Paulo, criou o curso de CiênciasQuímicas da USP.

O interesse pelas terras-raras surgiuquando, ainda estudante, começou aestagiar nos laboratórios da Orquima, in-

Osvaldo Antonio Serra é o vencedorProfessor da USP de Ribeirão Preto construiu carreira pesquisando terras-raras

dústria química pioneira no processa-mento de areia monazítica para extra-ção de materiais radioativos. Lá, traba-lhou sob a orientação de Pawel Krum-holz, importante químico polonês quedesenvolveu, no Brasil, diversos proces-sos para separação de elementos das ter-ras-raras e produziu trabalhos inovado-

res sobre carbonilos de metais detransição e complexos polinucleares.

A ida para o interior se deu em1969 quando, após defender sua tesesobre trimetafosfatos de elementoslantanídeos, foi convidado pelo pro-fessor Waldemar Saffioti a integraro corpo docente do curso de Quími-ca da então FFCL de Araraquara,atual Unesp. Depois, migrou para aUSP de Ribeirão Preto.

Ao longo dos anos, Serra obte-ve quatro patentes relativas às apli-cações das terras-raras, além de di-vulgar a importância desses ele-mentos no Brasil, EUA, Europa eÁsia. Também integrou grupos dosministérios da Ciência e Tecno-logia e de Minas e Energia que tra-taram da prospecção de mineraisdas terras-raras.

Dinâmico, o professor OsvaldoSerra atualmente é sócio da PDT-Phar-ma, indústria que fundou em Cra-vinhos/SP ao lado de ex-alunos. A em-presa produz fármacos e formulaçõesfotossensibilizadoras para o tratamen-to de degenerações celulares, notada-mente o câncer de pele, por meio daterapia fotodinâmica.

João Neves/USP R. Preto

Informativo CRQ-IV Mai/Jun 20136

Informativo CRQ-IVMai/Jun 2013 7

RT

Catorze apresentações do curso“Entendendo a Responsabilidade Téc-nica” já foram realizadas este ano peloCRQ-IV. Os eventos ocorreram na Ca-pital e Interior e tiveram 456 partici-pantes. O curso foi lançado em 2012com a proposta de alertar sobre os di-reitos e obrigações dos profissionaisque atuam ou pretendem atuar comoResponsáveis Técnicos (RTs) por em-presas do setor químico. O objetivo fi-nal é evitar o cometimento de infra-ções relacionadas à legislação profis-sional, bem como o descumprimentode normas técnicas, ambientais e atétrabalhistas que, se negligenciadas,podem causar acidentes e outros da-nos para a comunidade.

Além do chamado curso geral, oCRQ-IV também oferece treinamentossobre as atividades nas áreas de alimen-tos, bebidas, cosméticos e saneantes. Oscursos ressaltam aos participantes asimplicações administrativas, civis e cri-minais a que estão sujeitos por seremRTs. Os estudos de caso apresentadosfacilitam a identificação de erros e adiscussão de medidas preventivas.

O Técnico em Química Claudio LuizNunes e o Engenheiro Químico Eder

Mais de 450 fizeram o curso este anoIniciativa busca alertar profissionais sobre as implicações da função

Pereira, funcionários daindústria de tintas e ver-nizes Dubuit Paint, dePindamonhangaba, fize-ram o curso em maio, nasede do Conselho. Nunes,que responde tecnica-mente pela empresa hácinco anos, comentou so-bre a importância, porexemplo, de o RT tam-bém estar atento às ma-nutenções dos equipa-mentos do setor produti-vo. “Muitos acreditam que essa res-ponsabilidade é exclusiva da empre-sa, mas vários detalhes ficam a cargodo RT”, observou.

Por sua vez, Pereira disse ter apren-dido que até mesmo a segurança pelotransporte dos produtos químicos podeestar entre as atribuições do RT e desta-cou que o curso fornece informaçõesimportantes sobre a documentação exi-gida pela legislação.

GRATUITO - Podem participar do cursotodos os profissionais em situação re-gular no Conselho, devendo as inscri-ções ser feitas exclusivamente pela pá-

gina do site da entidade. Serão ofereci-dos vários treinamentos até o final doano, ficando à escolha do profissionala data e o local mais convenientes. Asinscrições são gratuitas, mas daquelesque se inscreverem e não comparece-rem sem prévio aviso será cobrada umataxa de R$ 100,00.

As demais condições de participa-ção constam no formulário de inscri-ção. Em caso de dúvidas, encaminhe-as para [email protected] antes de seinscrever. Não são prestadas informa-ções sobre este assunto por telefone oupelas páginas que o Conselho mantémno Facebook e Twitter.

Nunes e Pereira trabalham em indústria de tintas de Pindamonhangaba

CRQ-IV

Informativo CRQ-IV Mai/Jun 20138

ANTÍDOTOS

Antídotos são substâncias químicas(ou misturas de substâncias) utilizadaspara combater os efeitos de venenos cau-sados por diferentes origens. O antídotoneutraliza o veneno, eliminando seusefeitos tóxicos para o organismo.

Para cada tipo de envenenamento ouintoxicação existe um antídoto especí-fico, que deve ser aplicado imediata-mente após as precauções e os cuida-dos médicos iniciais. Aqui se incluemas providências dos bombeiros, equi-pes médicas e de salvamento para so-correr as pessoas e minimizar os efei-tos deletérios dos venenos e de produ-tos tóxicos em geral.

O envenenamento pode ocorrer porpicadas de insetos ou animais, comoaranhas, cobras e escorpiões, inalaçãode gases tóxicos ou inseticidas ou, ain-da, por ingestão de metais pesados. Oantídoto deve ser usado imediatamentepara evitar que o veneno atinja o siste-ma nervoso e cause danos irreparáveis.

O agente causador do envenenamen-to deve ser excretado antes que sejametabolizado pelo animal ou ser humano.Quando há intoxicação ou envenena-mento, as equipes de socorro devem

Substâncias químicasque salvam vidas

por Antonio Carlos Massabni

providenciar o rápido isolamento dasvítimas e também os antídotos especí-ficos para aplicação.

No caso de gases tóxicos, a aeraçãoou a oxigenação dos pulmões do paci-ente deve ser imediata. Esses gases po-dem ser gerados pela combustão de ma-teriais, como as espumas chamadas depoliuretanas (PU), que revestem pare-des e tetos de ambientes para evitar apoluição sonora e a proliferação de sonse ruídos.

As poliuretanas são polímeros ob-tidos a partir da reação de um isocia-nato com um poliol. O isocianatopode conter dois ou mais grupos R-(N=C=O)

n≥2 por molécula e o poliol con-

tém um ou mais grupos OH por molé-cula, representada por R´-(OH)

n≥2. A

reação pode ocorrer na presença de um“catalisador”, que é um iniciador do

processo de polimerização.Dependendo dos aditivos, das mas-

sas moleculares dos reagentes, da tem-peratura e das condições de reação,podem ser obtidas poliuretanas comdiferentes características e proprieda-des físicas.

Alguns antídotos indicados para di-ferentes tipos de envenenamento estãona tabela acima.

Há outros antídotos para o envene-namento por cianeto além daqueles in-dicados na tabela. Entre eles se inclui ahidroxicobalamina, que é chamada devitamina B

12a. Este agente talvez seja o

mais promissor antídoto contra ocianeto. Quando aplicada, a hidroxico-balamina troca o grupo OH por CN,formando a cianocobalamina, que é avitamina B

12, não tóxica e até benéfica

para o ser humano.

Professor titular e ex-diretor do Institutode Química da Unesp/Araraquara, o

autor é conselheiro suplente do CRQ-IVe frequente colaborador deste

Informativo. Contatos podem ser feitospelo e-mail [email protected]

Causa

Envenenamento por toxinas (exemplos:micotoxinas produzidas por fungos – como a

aflatoxina, que pode ser encontrada noamendoim –, e toxinas botulínicas)

Intoxicação por inseticidas (como piretróidese agrotóxicos organoclorados)

Intoxicação por ácido fluorídrico(exemplo: ingestão de produto de limpeza,

como removedor de ferrugem)

Envenenamento pormetais pesados como mercúrio,

chumbo e cádmio

Envenenamento por cianeto(proveniente de gases tóxicos

decorrentes de incêndios, por exemplo)

Envenenamento por CO (inalaçãode monóxido de carbono)

Envenenamento por tálio (proveniente, porexemplo, do manuseio incorreto de substâncias

utilizadas em práticas de medicina nuclear)

Amil-nitrito, nitrito de sódioou tiossulfato de sódio

Carvão ativadoe sorbitol

Antídoto

Sulfato de atropina

Gluconato de cálcio

EDTA, dimercaprol (BAL),penicilamina e ácido 2,3-

dimercaptossuccínico

Azul da Prússia

Oxigênio puro

Informativo CRQ-IVMai/Jun 2013 9

De 20 a 22 de maio, profissionais eempresas da cidade de Guarulhos tive-ram a oportunidade de equacionar dé-bitos com o Conselho em condiçõesespeciais. Os casos, todos em fase deexecução, foram supervisionados porconciliadores da Justiça Federal, asse-gurando rapidez, transparência e segu-rança aos devedores.

Um dos acordos foi firmado peloTécnico Têxtil Wilton Nishiya, que dei-xou de pagar a anuidade a partir de 2006quando saiu da área química. Assimcomo ele, muitos profissionais acabamcontraindo dívidas de anuidades pornão comunicarem que deixaram a áreaou que estão desempregados. Nessassituações, para que a anuidade não sejacobrada, o interessado deve pedir a sus-pensão do pagamento (se o motivo foro desemprego) ou o cancelamento doregistro. “Inicialmente, não tinha mui-tas expectativas a respeito da concilia-ção, mas foi possível chegar a um en-tendimento”, contou Nishiya.

Outro beneficiado pelas condiçõesoferecidas foi Carlos Eduardo Sabino,também Técnico Têxtil. Seu débito datade 2009 e teve origem numa multa apli-cada pelo Serviço de Fiscalização, que

CONCILIAÇÕES

Audiências equacionam dívidasPerto de 80% das execuções fiscais são resolvidas mediante acordos

o autuou por encontrá-lo exercendo aprofissão sem antes ter se registrado noCRQ-IV. “O melhor da conciliação foiresolver um problema que vinha se ar-rastando há muito tempo”, salientou.

Além de Guarulhos, o CRQ-IV par-ticipou neste ano de audiências de con-ciliação nas cidades de Bauru (13/03)e Sorocaba (03/04). Em todas elas, emtorno de 80% dos casos resultaram emacordos. Outras audiências já estãomarcadas para Araçatuba (26/06) eCampinas (30/10).

“As estatísticas são animadoras,mesmo nas comarcas do Interior. Essaalternativa constitui um avanço signi-ficativo para todos os envolvidos, o querepresenta uma economia de tempo ede recursos”, avaliou a advogada CatiaSashida, gerente do Departamento Ju-rídico da entidade.

O CRQ-IV foi um dos primeirosconselhos profissionais a aderir às con-ciliações ao firmar, em setembro do anopassado, um termo de cooperação como Tribunal Regional Federal da 3ª Re-gião (TRF-SP).

Organizadas pelas Centrais de Con-ciliação, as audiências objetivam criarum ambiente propício ao rápido enten-

dimento entre as partes para abreviar otempo de tramitação dos processos, oque impede a elevação das dívidas.

A proposta desta iniciativa é ofere-cer aos devedores acordos que estejamdentro de seus orçamentos visando aliquidação do débito, evitando, porexemplo, que tenham bens penhorados.Ao fazerem acordos, os devedores dãoum passo importante para restabelecerseu crédito na praça.

CONTATO - Os profissionais ou empre-sas com processos em andamento eque tenham interesse em conciliar, masnão foram intimados até agora, bemcomo os que foram intimados e nãocompareceram às audiências podementrar em contato com o Departamen-to Jurídico do Conselho pelo [email protected] ou telefone (11)3061-6038.

O caminho para quem ainda nãoestá com a dívida executada judicial-mente e tem interesse em solucioná-lapara evitar gastos maiores com proces-sos é falar diretamente com a área fi-nanceira do Conselho. Para isso, escre-va para [email protected] ou li-gue para (11) 3061-6067. ■

Informativo CRQ-IV Mai/Jun 201310

LITERATURA COMEMORAÇÃO

Esta edição do Informativo sorteará dois exemplares dos livros Química Gerale Cálculo Estequiométrico sem mistério, pensando em Mol, ambos de autoriado professor Christian Braathen, da Universidade Federal de Viçosa (MG). Edi-tadas pelo CRQ mineiro, as obras se destinam principalmente a estudantes degraduação, mas também são úteis para profissionais relembrarem conceitos fun-damentais necessários ao desempenho de suas atividades.

Para participar, envie e-mail até o dia 8 de julho para [email protected] campo assunto, escreva “Sorteio” e o nome do livro de interesse. No corpo damensagem, informe seu nome completo, CPF, cidade onde reside e telefone decontato. Mande e-mails separados se tiver interesse nas duas obras. O sorteioocorrerá no dia 9 de julho e os nomes dos ganhadores serão divulgados no sitewww.crq4.org.br.

Para obter informações sobre preços e locais onde os livros poderão ser ad-quiridos, escreva diretamente para o autor: [email protected].

Está marcada para o dia 13 de se-tembro a cerimônia que comemoraráo Dia do Profissional da Química. Emanos anteriores, o CRQ-IV semprerealizou o evento próximo a dia 18de junho – quando a data é comemo-rada oficialmente. A alteração foi ne-cessária em virtude de o auditório daentidade estar em reforma.

“O espaço tem mais de dez anosde uso e precisava ser modernizado eampliado para acolher melhor os vári-os eventos da área química que tradi-cionalmente lá são realizados”, expli-cou o presidente do CRQ-IV, Manliode Augustinis. “E nada mais adequa-do que reinaugurá-lo com uma ceri-mônia que homenageará estudantes eprofissionais da química”, completou.

Durante a cerimônia serão feitasas entregas dos prêmios anuais pro-movidos pelo Conselho: PrêmioWalter Borzani, ao professor Osval-do Antonio Serra, e Prêmio CRQ-IV, aos estudantes e professores queconquistaram a edição deste ano (leiareportagens nas páginas 4 e 5).

Por conta do investimento na re-forma do auditório, o CRQ-IV nãopôde fazer este ano campanha publi-citária alusiva ao Dia do Químico.

Cerimônia seráem setembro

Inscreva-se nos sorteios

Informativo CRQ-IVMai/Jun 2013 11

Informativo CRQ-IV Mai/Jun 201312

RIO+20

A Sociedade Brasileira de Química(SBQ) anunciou no dia 2 de maio osvencedores do concurso “O Legado daRio+20: Que futuro queremos?”, lan-çado em 27 de julho de 2012, durante areunião anual da Sociedade Brasileirapara o Progresso da Ciência. O concur-so pretendeu incentivar o desenvolvi-mento de projetos voltados para o deba-te sobre meio ambiente, tendo como focoa importância da Química na constru-ção de um mundo sustentável.

Destinada a estudantes dos três ci-clos de ensino, a iniciativa teve âmbitonacional. Entre os premiados, o únicotrabalho do Estado de São Paulo,intitulado “Efeito Estufa”, foi desenvol-vido pelos alunos Adonis Coelho eEdilson Soares Barbalho, concluintes docurso de Licenciatura em Química doCentro Universitário de Votuporanga(Unifev), que foram orientados pelo pro-fessor João Vicente Escremin.

“Decidimos fazer algo relacionadoao meio ambiente que comprovasse umfenômeno atual. A Unifev exige que oTCC seja algo prático e demonstrado emuma feira aberta a visitação de escolasda comunidade. Soubemos do concurso

Grupo de Votuporanga ganhaconcurso promovido pela SBQ

da SBQ e incentiveios alunos a inscrevero trabalho. Ficamosmuito felizes com oresultado, que é a re-compensa de todoum esforço”, relatouo orientador.

Para Adonis Coe-lho, participar do pro-jeto permitiu colocarem prática os ensina-mentos abordados nagraduação. “Foi pos-sível desenvolver umsenso crítico, relacio-nando os conhecimentos químicos adqui-ridos em busca de um benefício maior,que é o de informar e conscientizar a res-peito dos impactos ambientais causadospelo ser humano”, apontou.

“Um prêmio de abrangência nacio-nal como este reflete a importância quetemas voltados ao meio ambiente des-pertam. Também evidencia o interessedos jovens pela pesquisa em busca desoluções práticas, repensando a relaçãodo ser humano com a natureza”, disseEdilson Barbalho.

De acordo com Escremin, a reper-cussão foi positiva e rápida, especial-mente depois da publicação de umvídeo no YouTube que mostra as dife-rentes etapas do experimento (veja emhttp://migre.me/eRabL). “O impacto foirelevante, ainda mais levando em con-sideração que o trabalho será publica-do em uma revista científica. Isso de-monstra que um projeto sério pode pro-porcionar grandes resultados, além decontribuir para a carreira acadêmica defuturos profissionais”, enfatizou.

AIQ - Segundo Claudia Rezende, vice-presidente da SBQ e coordenadora dacomissão organizadora, os dez primei-ros colocados da modalidade nível su-perior terão seu experimento publicadona Revista Virtual de Química da SBQ.

Ela lembrou que o concurso foi umaação que deu continuidade ao Ano In-ternacional da Química (AIQ), celebra-do em 2011. A iniciativa esteve inseridanas propostas discutidas durante a Con-ferência Internacional Rio+20, realiza-da em 2012 e coordenada pela Organi-zação das Nações Unidas.

Os alunos Edilson Barbalho, Adonis Coelho e o professor João Escremin

Divulgação

Informativo CRQ-IVMai/Jun 2013 13

O CRQ-IV planeja retomar, no segun-do semestre, o Programa de Divulgaçãoda Química (PDQ). Lançada em 2011 –quando se comemorou o Ano Internaci-onal da Química – a iniciativa prevê aapresentação de palestras em escolas deNível Fundamental e Médio destinadas achamar a atenção das crianças e adoles-centes para a presença da Química emseu cotidiano, ressaltando a contribuiçãodessa ciência para o desenvolvimentotecnológico e para o bem-estar da socie-dade. As palestras também demonstrarãoque a Química é um campo para uma car-reira promissora. O lançamento do PDQserá em 18 de junho, quando se come-mora o Dia do Profissional da Química.

Para viabilizar o programa, ao lon-go do mês de abril o Conselho promo-veu 11 encontros com representantes decursos, que são professores de escolastécnicas ou superiores que oferecemformação na área química. Atualmen-te, há mais de 700 desses cursos noEstado. Os encontros ocorreram na sededa entidade e em cidades do Interiorpaulista. A proposta é que as palestrassejam ministradas por representantesdessas instituições, com base em mate-rial pedagógico elaborado pelo Conse-lho e por especialistas na área.

De acordo com Wagner ContreraLopes, gerente do Serviço de Fiscaliza-ção do Conselho e coordenador do PDQ,“o engajamento das escolas é essencialpara o sucesso do programa”. Trata-se,disse, de uma oportunidade para as es-colas se aproximarem de um público queainda não definiu seu futuro profissio-nal e divulgarem seus cursos.

Diferentemente do praticado nos úl-timos dois anos, agora serão atendidosapenas pedidos vindos de cidades ondeo Conselho tenha palestrante. Daí a im-

DIVULGAÇÃO

Palestras em escolasserão retomadas

portância de as escolas que mantêm cur-sos de química aderirem ao PDQ paraaproveitarem essas oportunidades.

Além dos professores, o Conselhoquer que as palestras também sejam fei-tas por estudantes do último ano do cur-so de Licenciatura em Química. As ho-ras dedicadas poderão ser contabilizadasem seu projeto pedagógico/estágio.

Todos os palestrantes receberão cer-tificados. A participação será voluntá-ria, não havendo remuneração.

APOIO - No dia 29 de maio, o CRQ-IVprotocolou ofício na Secretaria Esta-dual de Educação solicitando que o ór-gão – a exemplo do que fez em 2011 –apoie a iniciativa, divulgando-a nas Di-retorias de Ensino e unidades escola-res de São Paulo. Esse apoio será es-sencial para o sucesso do programa,uma vez que caberá às escolas solicita-rem as apresentações, o que deverá serfeito por meio de formulário disponí-vel no site www.crq4.org.br.

Por conta da ampla difusão verifi-cada em 2011, o CRQ-IV promoveumais de 2.300 palestras, superando emmais de 50% a meta projetada (1.500).

Como consequência, o projeto benefi-ciou mais de 160 mil alunos de quasetodas as regiões do Estado. Já no anopassado, foram realizadas 372 apresen-tações – a maioria para atender pedidosfeitos em 2011– para 25 mil estudantes.

Mais informações podem ser obtidasno site do Conselho, pelo telefone (11)3061-6073 ou pelo e-mail [email protected].■

Informativo CRQ-IV Mai/Jun 201314

ÉTICA ITENS CONTROLADOS

O Conselho Regional de Química –IV Região, no uso de suas atribuiçõesconferidas pela Lei 2.800/56, consoan-te Acórdão de fls. 264, exarado no Pro-cesso Ético nº 131954, vem executar apena de

ADVERTÊNCIA PÚBLICA

imposta a Técnica em Química DagmaCristian Balthazar – CRQ-IV nº 04457289, por ter restado provado que areferida profissional agiu com condutaantiética na sua atuação profissional,enquanto profissional da química, in-correndo nas infrações da Resolução nº927, de 11/11/70, do Conselho Federalde Química:

II Diretrizes - 1. Procedimento devido

Advertência Pública- O profissional da química deve: ajudar acoletividade na compreensão justa dos as-suntos técnicos de interesse público;

III - O profissional em exercício 1.Quanto a responsabilidade técnica 1.1A responsabilidade técnica implica noefetivo exercício da atividade profis-sional; 4. Na qualidade de colega (...)4.3 Deve colaborar espontaneamentecom a ação fiscalizadora dos Conselhosde Química.

São Paulo-SP, 1 de abril de 2013

Câmara Técnica de Ética

Manlio de AugustinisPresidente do CRQ-IV

O CRQ-IV enviou ofício à Polí-cia Federal pedindo informações so-bre a operação Opus Magna, defla-grada no final de abril em cidadesda Baixada Santista, Grande SãoPaulo e Interior. A intenção é saberos nomes das empresas investigadaspor desvio de produtos químicoscontrolados para a produção de dro-gas e verificar se elas possuem Res-ponsáveis Técnicos (RTs).

De acordo com a PF, as empresasestavam legalmente constituídas. Sefor constatado que também estavamregistradas no CRQ-IV, os RTs serãoconvocados pelo Serviço de Fiscali-zação e poderão responder a proces-so ético mesmo que não tenhamenvolvimento direto com o delito.

PF apura desviosno litoral e interior

Informativo CRQ-IVMai/Jun 2013 15

MINICURSOS

A edição 2013 dos MinicursosCRQ-IV teve início em 25 de maio, nacidade de Bauru, com um treinamentosobre uso de corantes nas indústrias debebidas e alimentos. No dia 8 de junho,em São José do Rio Preto, o programadiscutiu a gestão de resíduos industriaise de laboratórios, com ênfase nos setoresde alimentos, açúcar e álcool. No fecha-mento desta edição, as cidades de SãoJosé dos Campos, Campinas e Santosseriam as próximas a serem atendidas.

Em seu oitavo ano consecutivo, osminicursos são gratuitos e abertos aprofissionais e estudantes em situaçãoregular no Conselho. Patrocinado des-de o seu início pela Caixa EconômicaFederal, o programa também passou acontar, este ano, com o apoio financei-ro do Sindicato dos Químicos, Quími-cos Industriais e Engenheiros Quími-cos de São Paulo (Sinquisp).

O curso de Bauru foi ministradopor Paulo Garcia de Almeida, Bacha-rel em Química e Mestre em Engenha-ria de Processos Químicos e Bioquí-micos, e teve a presença dos 30 inscri-tos. A maioria deles participou do pro-grama pela primeira vez. Este foi ocaso do Técnico em Química e estu-

Interior abre programação de 2013

dante de Engenharia Química AllanSantana Ribeiro, 23 anos, que viajoumais de 400 km, desde São José dosCampos, para, segundo ele, aprovei-tar a oportunidade de aprimorar a car-reira e enriquecer seu currículo.

O Químico Industrial Sérgio Anto-nio Gonçalves, especialista em análisede risco, emergências químicas e segu-rança industrial, foi o palestrante do cur-so de São José do Rio Preto. Para a Ba-charel Giovana Gavioli Graciano, 28anos, “a interação do instrutor com osparticipantes foi fundamental para o en-tendimento e o esclarecimento de váriasdúvidas”. Ela enfatizou a importância da

realização de minicursos em cidades dointerior: “o Conselho demonstra se im-portar com a capacitação dos profis-sionais e todos se sentem valorizados”,disse. “É muito bom quando os profis-sionais do interior também podem par-ticipar, pois assim podemos nos man-ter atualizados”, concordou a BacharelJuliana Praconi, que também esteve nocurso de São José do Rio Preto.

GRADE - Além do treinamento, os parti-cipantes dos minicursos recebem mate-rial didático e refeições. Acesse www.crq4.org.br para ver a grade de progra-mação e saber como se inscrever. ■

Bauru e São José do Rio Preto receberam os primeiros treinamentos gratuitos

Ribeiro viajou mais de 400 km para participar Programa facilita a atualização, avalia Juliana

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ARTIGO

Fundamentado em uma revisão bi-bliográfica, este artigo visa introduzirconceitos, evolução e as principais ca-racterísticas da Avaliação de Ciclo deVida (ACV), ferramenta que permitemedir o impacto ambiental potencial deum produto, não se restringindo às eta-pas de manufatura ou de uso.

O termo “ciclo de vida de um pro-duto” tem sido mencionado com fre-quência em diversos indicadores am-bientais denominados de “pegada”. Noâmbito jurídico, temos a Política Naci-onal de Resíduos Sólidos (PNRS), queintroduziu novos paradigmas, como: aresponsabilidade compartilhada eencadeada de todos os envolvidos nociclo de vida do produto em relação aosresíduos gerados; a introdução dalogística reversa, como forma de redu-zir o volume de resíduos; e o consumode recursos naturais. Há, portanto, umasinergia entre os indicadores de resídu-os, o consumo de recursos citados e ametodologia de ACV que abrange to-das as etapas de um produto.

Diversas empresas têm como metasambientais a redução de geração de re-síduos sólidos e de emissão de gasesde efeito estufa. No entanto, outrascompanhias ainda estão aguardando osdesdobramentos dos acordos e tratadosinternacionais que sugerem uma regu-lamentação das políticas internas visan-do uma redução sistemática e compul-sória das emissões.

A metodologia de ACV, conformereferenciada em normas, é uma ferra-menta de gestão ambiental que permitequantificar todos os impactos ambien-tais potenciais associados aos aspectos

ACV: ferramenta ambientalpara decisões corporativas

por Laércio Kutianski Romeiro Parte I

identificados ao longo do ciclo de vida,isto é, desde a extração e transforma-ção da matéria-prima, manufatura doproduto, uso, pós-consumo, incluindoas etapas de transporte, e a gestão doresíduo. Os estudos também devem in-cluir aspectos relacionados à logísticareversa e ao reciclo ou reúso de produ-tos antes do destino adequado.

A figura 1 representa as entradas esaídas de insumos ao longo do ciclo devida de um produto, representando to-dos os aspectos envolvidos ao longo dociclo de vida que devem ser computa-dos na ACV.

EVOLUÇÃO DA METODOLOGIA - O lifecycle thinking, que trata do “pensar” nociclo de vida, não é tão recente. Umartigo sobre extração de carvão mine-ral na Inglaterra, escrito por volta de1880 pelo biólogo e economista esco-cês Patrick Geddes, pode ser conside-rado um precursor do ciclo de vida.

No século XX, os primeiros estu-dos – denominados Resource andEnvironmental Profile Analysis (REPA)– foram produzidos nos EUA, na déca-da de 1960, pelo Midwest Research

Institute (MRI) e apenas relacionava oconsumo de recursos e de emissões paraprodução de embalagens, etapa de umaAVC que denominamos hoje de inven-tário de ciclo de vida, sem a fase deavaliação dos impactos ambientais. Osautores daquele estudo – Hunt, R.G. eFranklim, W. – foram pioneiros na ela-boração de banco de dados e atuam hojecomo consultores no grupo norte-ame-ricano ERG. Na Alemanha, o primeiroestudo foi realizado em 1972, noBattelle-Institut, e aplicou a metodologiade Franklin e Hunt com adição da variá-vel custo para um estudo comparativode embalagens de leite e sacos depolietileno. Outros trabalhos foram fei-tos na Inglaterra, por Ian Bouested, e naSuécia, por Gustav Sundström.

Cabe salientar que os primeiros es-tudos feitos na Suíça, na década de1970, foram liderados por Paul Fink,do Instituto Tecnológico de Ciência dosMateriais (EMPA). Atualmente, este éum dos centros de estudos que produzos inventários mais utilizados, chama-dos de Ecoinvent, nos bancos de dadosde materiais para estudos de Avaliaçãode Ciclo de Vida.

Figura 1 – Representação esquemática do ciclo de vida de um produto

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ARTIGO

O interesse pelo assunto cresceurapidamente a partir de 1990, quandoos grupos citados e outros publicaramvários artigos científicos utilizando di-ferentes métodos para ACV. A escolhade cada método nem sempre é óbvia ouconsensual. Dependendo da escolha,podemos obter resultados que nos le-vem a tomar decisões inadequadas. Oobjetivo e o escopo do estudo vai indi-car a escolha do método de análise doInventário de Ciclo de Vida (ICV).

A padronização de escolhas metodo-lógicas não é indicada, pois o métododependerá dos objetivos e do escopo doestudo. Publicações referenciadas nesteartigo(*) mostram cada vez mais arobustez da técnica, o que favorece o seureconhecimento como uma das mais im-portantes para tomada de decisõesambientais, tanto no âmbito privado comopara elaboração de políticas públicas.

Algumas iniciativas internacionaisoferecem apoio para uso da ACV, comoa Life Cycle Initiative (LCI). Criado em2002, trata-se de trabalho conjunto en-tre a UNEP, agência da ONU para odesenvolvimento sustentável, e a Soci-edade de Toxicologia e QuímicaAmbiental (SETAC), entidade sem finslucrativos com sede nos EUA. Há, ain-da, o International Reference Life CycleData System, da Comissão Europeia.Por aqui, temos a Associação Brasilei-ra de Ciclo de Vida, que busca viabilizara difusão e a consolidação da gestão, aaplicação da metodologia de ACV noPaís e apoiar a UNEP.

METODOLOGIA DE ACV - Um estudo deACV necessita apresentar quatro fases:definição de objetivo e escopo, análisede inventário do ciclo de vida, avalia-ção de impacto e interpretação (figura02). Essas fases são interativas e po-dem ser revisadas ao longo do estudo.

A definição de objetivo e escopoinclui os motivos e justificativas para arealização do estudo, qual a aplicaçãopretendida dos resultados e o público-

alvo, conforme a norma recomenda.Nessa fase também precisamos descre-ver o sistema de produto, as funções dosistema de produto, que se resume narazão de sua existência e qual a funçãoque ele exerce, as fronteiras do sistemado estudo, que são os limites cujos pro-cessos elementares e os fluxos de ma-téria e energia serão computados, e aunidade funcional. Esta é uma medidaquantitativa da função exercida peloproduto ou serviço.

O ICV é a compilação de entradas(recursos) e saídas (emissões) para ob-tenção do produto ao longo do ciclo devida em relação à unidade funcional.Esses valores, quantificados, devemapresentar relação a um valor único de-nominado fluxo de referência, que é cal-culado a partir da unidade funcional,fundamentado no desempenho do pro-duto para exercer a função definida.

A avaliação de impacto tem o obje-tivo de avaliar e entender a magnitudee significância das consequências pro-movidas por um potencial impacto dosistema avaliado nas diferentes catego-rias ambientais. A conclusão da Avalia-ção de Impacto Ambiental (AIA) resultaem um perfil caracterizado pelas con-tribuições nas diferentes categorias deimpacto selecionadas denominado Per-fil de Impacto Ambiental, conformedescrito na figura 03.

Na primeira fase do estudo foramdefinidas, dentre outras recomenda-ções, as limitações, as fronteiras do es-tudo, o público alvo e os objetivos. Apartir dessas informações também édefinida uma seleção de categorias de

Figura 2 – Fases de uma ACV (Fonte: Norma ABNT NBR IS0 14040:2009)

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ARTIGO

impacto que representarão a interaçãoentre o homem e o meio ambiente e quedeverão ser analisadas. A metodologiade ACV organiza os impactos causa-dos por ações antrópicas na forma decategorias, como por exemplo: mudan-ças climáticas, depleção da camada deozônio, acidificação, depleção de recur-sos abióticos, eutrofização, formação defoto-oxidantes, toxicidade humana,ecotoxicidade, entre outros.

Após a seleção das categorias deimpacto e dos indicadores correspon-dentes é feita uma classificação dosaspectos ambientais quantificados paraas diversas categorias de impacto quecada um deles potencialmente contri-bui. A magnitude de cada contribuiçãoé denominada caracterização. Comocada categoria é representada algebri-camente por uma substância de referên-cia, devemos encontrar um fator depotência (ou fator de equivalência) paracada substância que afetar uma mesmacategoria de impacto. Assim, as contri-buições de todos os aspectos ambientaisestarão expressas em uma mesma base.

Na etapa de interpretação, os resul-tados das fases anteriores são avaliadosem relação ao objetivo e escopo visan-do elaborar as conclusões. Essa ativida-de também é interativa e envolve umapossível revisão do escopo do estudo,em função da qualidade e natureza dosdados coletados, para uma conclusãoconsistente. Faz-se a identificação dasquestões significativas, as análises de

sensibilidade e de incerteza, verificaçãoda completeza e da consistência.

BANCO DE DADOS - Um ICV necessitade muitos dados. Essa etapa do estudoserá bem trabalhosa caso não estejamdisponíveis os dados primários, que sãoimportantes para modelar o sistema emestudo. Outros dados também serãonecessários para complementar o cená-rio proposto.

As ACVs feitas no Brasil utilizamBanco de Dados (BDs) internacionais,pois o País ainda não dispõe de fontespróprias para essa finalidade. As infor-mações colhidas nos BDs são combi-nadas com diversos softwares especí-ficos para modelagem dos sistemas deproduto ou das unidades de processo.

Os BDs são variados e envolvem asetapas de ACV de matérias-primas, ge-ração de eletricidade, processos de trans-portes, tratamento de resíduos etc. OsBDs mais usados nos estudos de ACVsão: ProBas (Alemanha), SPIEN@

CPM (Suécia), JEMAI (Japão), USNREL (EUA), LCI DB (Austrália),Ecoinvent (Suíça) e ELCD (ComissãoEuropeia). Os países a seguir começa-ram a desenvolver seus próprios BDs:Brasil, China, Canadá, Tailândia eMalásia. Também há associações inter-nacionais que estão criando BDs paraapoiar a demanda de dados primários.Entre elas podemos citar a AssociaçãoEuropeia de Alumínio, o Instituto Ale-mão do Cobre, o Instituto para Pesqui-sa de Sistema e Inovação (Alemanha)e a Federação Europeia de Fabricantesde Papel Corrugado.

O autor é Químico Industrial, membroda Comissão de Meio Ambiente do

CRQ-IV e um dos fundadores da ABCV.(*) Veja as referências bibliográficas naversão on-line deste número. A parte II

será publicada na próxima edição.Contatos com o autor:

[email protected].

Figura 3: Estrutura operacional da Avaliação de Impactos Ambientais(Fonte: Adaptado de ABNT NBR ISO 14.044:2009)

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