os Únicos fic

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  • 8/18/2019 Os Únicos Fic

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    https://socialspirit.com.br/fancs/historia/fanction-originais-os-unicos-3646099

    Fanc Os únicos

    Escrita por: ~Eowyn19

    Sinopse:

    Após a segunda guerra mundial, os sobreviventes dos campos de batalha

    começaram a desenvolver uma espécie de mutação genética. Para esconder

    do mundo, essas pessoas conhecidas como “conjuradores” foram aprisionadaspelo governo, treinadas e usadas como armas. Mas quando dois irmãos, que

    desenvolveram poderes fantásticos ainda crianças de forma natural, escapam,

    uma elite do governo conhecida como “a companhia” contrata um grupo de

    conjuradores mercenários a fim de capturá-los e trazê-los de volta. Então

    agora, além de lutar para descobrir a verdade, eles terão que lutar por algo

    muito mais valioso: A sobrevivência.

    Iniciado em 26/06/2015 16:25

    Atualizada em 11/09/2015 12:45CategoriasOriginais

    TagsConjuradores,Incontrolável, Magia,Mutantes,Poder,Únicos

    Exibições241

    Comentários17

    Palavras15.764

    TerminadaNão

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    NÃO RECOMENDADO PARA MENORES DE 16 ANOS

    Gêneros:Aventura,Drama (Tragédia), Fantasia,Ficção,Magia, Mistério, Romance e

    Novela,Sobrenatural,Suspense, Terror e Horror, Violência

    Avisos:Drogas,Heterossexualidade,Insinuação de sexo,Linguagem

    Imprópria,Mutilação,Nudez,Sexo,Tortura,Violência

    Capítulo 1 - Prólogo

    18 de junho de 1994

    Aquela era uma noite fria.

    Um garotinho de 12 anos desenhava no chão em frente à lareira enquanto acariciava os

    cabelos dourados da irmã mais nova. Ela dormia como se nada no mundo fosse a acordar,

    abraçada em seu urso, enquanto o irmão cantava baixinho uma música boba de ninar.

    A menina se remexeu, fazendo Caio, o garotinho loiro a segurar nos braços e a levantar,

    caminhando em direção ao quarto ao lado. Ele a colocou na cama e sorriu, aproximando-

    se da irmã.

    - Boa noite Amy.

    Ele deu um beijo na testa da irmã, e antes que pudesse sair do quarto a mesma abriu osolhos.

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    - Mano? – O garotinho se virou, olhando nos olhos da irmã. – Quando nossos pais vão

    voltar?

    - Já conversamos sobre isso Amy... Eles não vão voltar.

    Amy abafou o rosto em baixo das cobertas, fazendo o garotinho sorrir e sentar-se na cama

    novamente.

    - Já faz mais de seis meses que eles se foram.

    - Foi por minha causa, não foi? – A garotinha choramingou, fazendo o irmão abaixar as

    cobertas que cobriam seu rosto. – Você sempre fala a mesma coisa. Mas eu sei a

    verdade...

    Caio fez Amy sentar na cama, segurando suas mãos.

    - Não importa o que aconteceu. O importante é ficarmos juntos. Tudo bem?

    Amy balançou a cabeça de forma positiva, segurando seu urso com força, enquanto Caio

    tentava transmitir para a irmã o máximo de segurança possível.

    - Eu sempre vou te proteger. Não importa o que aconteça... Eu sempre vou ficar do seu

    lado...

    Caio parou de falar. Suas pupilas se dilataram, e em segundos, tudo ficou mais lento, devagar. Ele fitou a janela, fechou os olhos... Sentindo a presença de mais de cinquenta

    soldados armados, pisando nas folhas secas das árvores.

    E como um caçador, antes que as portas e as janelas fossem arrombadas, Caio segurou

    Amy, escondendo a presença de ambos. Seus corpos foram tomados por uma luz branca,

    ficando ambos, invisíveis aos olhos comuns.

    O silêncio se tornou impossível após a casa ser arrombada. Homens de trajes militares

    portando as mais diversas armas avançadas preenchiam todos os cantos, procurandoduas crianças. Não demorou a o general entrar, caminhando em direção ao quarto e

    respirando tranquilamente.

    - A casa está limpa senhor. – Falara um soldado ao seu lado.

    O homem, que parecia ter seus trinta anos, vestia roupas militares, coturno, com uma

    barba grossa que cobria quase toda a sua boca. Caminhou lentamente pelo quarto,

    ouvindo atentamente cada barulho imperceptível.

    - Eu sei que está ai garoto. Não sou como o resto das pessoas... Consigo senti-lo.

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    Caio fez um sinal com o dedo para Amy continuar em silêncio, fitando a garotinha que

    suava frio.

    - Não vai conseguir sair da casa. E logo não vai mais conseguir ficar dessa forma. – O

    homem sorriu, caminhando em direção ao canto do quarto, onde os dois se encontravam

    abaixados. – Mas devo dizer que estou impressionado. Um garotinho de a sua idade fazer

    algo que meus alunos só aprendem adultos...

    Amy fechou os olhos, fazendo Caio a sacudir, fazendo um sinal negativo com a cabeça. O

    garotinho respirou fundo, levantando e erguendo Amy consigo.

    - Vá embora! – Caio surgiu em sua frente, protegendo Amy, que se encolhia logo atrás. –

    Nos deixem em paz!

    O general sorriu, olhando no fundo dos olhos azuis do garoto.

    - Sabe que não posso fazer isso. – Ele engatilhou a arma, fazendo Amy tremer. – Só

    venham conosco, que tudo vai se resolver.

    - Sabe que não posso fazer isso.

    Caio estava sério, e antes que o general pudesse ter alguma reação, uma energia cobriu

    todo o corpo do garoto fazendo seus cabelos voarem para cima. Armas foram engatilhadas

    e apontadas para eles, fazendo Amy segurar a camiseta de Caio com força.

    - Não importa o que aconteça Amy... - O garotinho sussurrou. – Não durma.

    Caio afastou-se na irmã, lançando a arma do general longe com um chute. As balas vindas

    em sua direção eram paradas no ar, fazendo o garotinho se mover com agilidade,

    dificultando sua visão.

    - AFASTEM-SE! – O general gritou, no mesmo instante em que Caio o lançou pra longe

    com um chute no peito. Seu corpo pareceu queimado, enquanto o general levantou-se,

    cansado sem fazer qualquer movimento. – Impressionante.

    Caio parou de se mover, colocando-se em frente à Amy novamente.

    - Você conseguiu roubar quase toda a minha energia vital com um chute? - O general

    respirou fundo. – Esse é seu poder? Consegue roubar a energia de qualquer pessoa?

    Caio soltou um sorriso maroto.

    - De qualquer pessoa não. De qualquer coisa.

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    O general sorriu, pegando lentamente uma arma atrás do cinto, enquanto Caio protegia

    Amy com seu corpo.

    - É uma pena entregar vocês pra companhia. Acredite, eu não gostaria. Mas esse é meu

    trabalho.

    - Companhia? – Caio repetiu aquela palavra com desdém, fazendo o general arrumar os

    cabelos que pingavam de suor.

    - Vocês realmente não sabem de nada, não é mesmo? – O general respirou fundo. – É

    uma pena.

    - Caio...

    As pupilas de Caio se dilataram, no mesmo instante em que ele fitara a irmã. O corpo dogeneral se estendeu para frente, enquanto o mesmo puxara a arma. Ele conseguiu sentir o

    pavor nos olhos daquele garoto, mas não era obra de sua arma engatilhada, e sim de uma

    energia terrível que preenchera todo o ambiente.

    O tiro da arma tranquilizante saiu certeiro para o pescoço de Caio, enquanto o mesmo

    fitava a irmã. O garoto caiu, enquanto no mesmo instante o general olhou para a garota

    atrás. Amy estava imóvel, seus olhos agora estavam negros, e uma aura escura saia de

    seu corpo. Ela olhou o corpo de caio caído, e logo depois fitando com raiva os homens em

    sua frente.

    - Corram.

    O general não gritou, mas falou alto suficiente para todos ouvirem.

    - O que? – Um soldado retrucou, fazendo o general girar os calcanhares e correr como

    nunca.

    - CORRAM!

    Não houve tempo. Uma luz forte preencheu a casa, e todos os móveis, assim como as

    pessoas na frente de Amy foram se desintegrando, pouco a pouco. O general ativou sua

    aura, sentindo seu corpo queimar e suas roupas derreterem. Gritou com toda a força de

    seus pulmões.

    O helicóptero que chegava com mais homens e com uma mulher a bordo presenciou toda

    a cena. A casa caída, com apenas o general e duas crianças sobreviventes.

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    Amy pousou no chão, fechando os olhos e os abrindo novamente, voltando a si. A

    garotinha fitou o corpo de Caio em sua frente, agachando com tristeza abraçando o corpo

    do irmão.

    - O que eu fiz... – Ela sussurrou. – Mano? Por favor, acorda. Não me deixa sozinha...

    O general levantou-se, observando as duas crianças com uma expressão de horror,

    enquanto de todos os lados, surgiram mais militares e oficiais tão preparados quanto ele.

    O homem se enfurecera, correndo em direção a mulher que o mandara até ali.

    - VOCÊ NOS ENVIOU PARA MORTE! – O general foi segurado antes de chegar até a

    mulher, que portava roupas elegantes, com os cabelos pretos amarrados em um coque.

    - Você sabia os riscos dessa missão, e garantiu que seus homens estavam preparados. –

    A mulher o fitava de forma fria, fazendo o general se irritar.

    - AQUILO ALI NÃO É HUMANO! NADA PODIA TER NOS PREPARADO PARA AQUILO!

    Ela respirou fundo, enquanto o general tentava se acalmar.

    - Quantos homens mortos?

    - Cinquenta.

    A mulher girou os calcanhares, fitando a menina que ainda acariciava o rosto do irmão.

    - Tanto poder... Como isso é possível? – O general abaixou a cabeça, enquanto a mulher

    caminhara em direção as duas crianças.

    - É o que vamos descobrir. – Ela sorriu, afastando-se do general. – Tire a semana de folga.

    ...

     Amy podia sentir seu corpo ficando fraco, sua visão ficando cada vez mais turva. E antes

    que pudesse ter alguma reação, o mesmo tranquilizante que atingira o pescoço de Caio,

    atingiu o seu, fazendo-a desmaiar rapidamente. Os militares se aproximaram com cautela,

    segurando o corpo dos dois e os levando para dentro de um enorme camburão.

    - Arrumem essa bagunça, e limpem as noticias. Não queremos nenhum escândalo.

     A mulher saiu satisfeita, entrando rapidamente no camburão que saíra às pressas pelas

    ruas, rodeado de outras dezenas de carros.

    ...

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    Suas mãos estavam presas com grossas correntes de aço fundido. A cela de vidro possuía

    bloqueadores de força e energia por toda a extensão. O cabelo louro do garoto cobria seu

    olhar furioso, enquanto o mesmo tentava concentrar toda a sua força para quebrar as

    algemas. Caio respirou fundo.

    - Não adianta tentar. É impossível quebrá-las.

    A voz daquele homem lhe deu dor de cabeça. Enquanto o general se aproximava

    calmamente, acendendo um cigarro, Caio levantou a cabeça.

    - Meu nome é General Valter, mas me chame como quiser.

    - Onde está minha irmã? – A voz de Caio saíra rouca, mas incrivelmente forte.

    - Ela está bem. Não se preocupe Caio, ninguém vai machucá-la.

    O general sentiu os pelos do corpo se arrepiarem, no mesmo instante que Caio saltou da

    cadeira onde estava fazendo o pouco de sua energia bloqueada sair pela ponta de seus

    dedos.

    - Se tocarem em um fio de cabelo dela eu...

    - Só queremos descobrir de onde vem tanto poder.

    Caio sorriu irônico, sentindo seu rosto arder de tristeza.

    - Vocês não tem ideia do que ela pode fazer ou ser. – Inevitavelmente seus olhos se

    encheram de lágrimas, mas evaporaram antes de elas atingirem sua pele. – Se não me

    deixaram ficar perto dela, ela vai se perder pra sempre.

    Caio abaixou o rosto, fazendo o general se aproximar.

    - Por favor...

    O louro sussurrou, fazendo o general respirar fundo.

    - Vou ver o que posso fazer... Mas garoto... Isso está muito acima de mim.

    ...

    A sala onde Amy estava era como um quarto. As paredes e os móveis eram todos

    brancos, enquanto todos os seus movimentos eram vigiados vinte e quatro horas por dia

    por câmeras. Ela estava sentada na cama, abraçando os próprios joelhos e analisando

    tudo ao seu redor.

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    - Como podem ter dito aquilo Sra Cecília? Ela é só uma criança...

    O médico falara ao lado da fria mulher que pegara os irmãos mais cedo. Ao lado, também

    se encontrar o presidente da companhia. Seu nome nunca foi revelado, mas o chamavam

    de JL.

    - Se você visse os cinquenta homens e uma casa evaporarem em sua frente não pensaria

    assim.

    Ambos observaram as imagens do quarto, onde agora Amy levantara e caminhava até a

    porta. Batendo na mesma.

    - Mande Juan ver o que ela quer. – A mulher falou no rádio, fazendo em poucos segundos

    surgir um homem na porta.

    -Olá Amy.

    A garotinha o olhava séria, fazendo o homem se curvar e sorrir.

    - Qual seu nome?

    - Juan.

    Amy sorriu, fazendo Juan entrar no quarto e trancar a porta atrás de si.

    - Juan, posso ver o Caio?

    - Não Amy. Seu irmão está descansando agora.

    A garotinha fez cara feia, deu de ombros e caminhou até a cama, sentando-se.

    - Posso ter meu urso de volta?

    - Não! – O homem irritou-se, mas ficou imóvel após os olhos de Amy se encontrarem com

    o seu.

    - Não devia ter recusado.

    Aquela voz saiu diferente, e antes que Juan pudesse dizer alguma palavra seu corpo

    pareceu levar uma facada. Pela câmera o presidente e diretora só puderam ver o corpo de

    Juan ser estraçalhado, sobrando apenas restos de sangue no chão. A menina voltou a

    segurar os joelhos com as mãos, virando o rosto e fitando precisamente a câmera na qual

    era vigiada. O presidente engoliu seco, não desviando os olhos na face da garota.

    - Chame os melhores conjuradores do país.

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    A mulher concordou com a cabeça e saiu rapidamente da sala, enquanto o presidente

    acendeu um charuto, tragando e soltando a fumaça pelas narinas.

    - Presidente, O general Valter solicita uma reunião. – O soldado entrara na sala batendo

    continência.

    - Diga que fale logo o que quer.

    - Ele está no telefone senhor.

    O telefone foi estendido ao presidente, fazendo o mesmo o levar até a orelha. Escutou com

    atenção cada palavra pronunciada e por fim, soltou um “não” um tanto quanto agressivo. O

    presidente desligou, voltando a observar a garota pelo televisor.

    - Eles são nossos... – Falou o presidente, com um sorriso malicioso nos lábios.

    Notas Finais

    Capítulo 2 - Bem-vindo ao nível 10

    5 anos depois

    12 DE ABRIL DE 1999

    A floresta onde ele estava era escura, mas não por falta de sol, e sim pelo excesso de

    árvores que não deixavam a luz entrar. Suas mãos cobertas por luvas de couro seguravam

    fortemente nas árvores, enquanto ele saltava a distâncias incríveis. Nem sequer estava

    cansado após fazer isso uma manhã inteira, mas nem se estivesse quase morrendo o

    general o deixaria parar um segundo.

    Apesar de parecer grande o lugar onde ele estava era uma gaiola, coberta de árvores e

    aços grossos que poderia matar quem ao menos chegasse há uma distância de vintemetros.

    - Mais rápido Caio!

    O general gritou fazendo o loiro se irritar e ir mais depressa, enquanto as luvas de suas

    mãos derretiam com o calor. De longe, cinco conjuradores o perseguiam, lançando

    poderes que poderiam o deixar paralisado se chegasse muito perto. A diferença era que

    isso nunca acontecia.

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    - Temos que pegá-lo! – Gritara uma jovem garota de cabelos negros. Ao lado, um rapaz

    lançava bolas de fogo que era desviadas por Caio facilmente. – Não seja estúpido Jack!

    Isso nunca vai Pará-lo!

    - E o que você sugere então? – Jack, o garoto mais gordinho falara com uma expressão

    irônica.

    - Vamos tentar cercá-lo...

    Os cinco correram mais depressa fazendo o chicote grosso do general atingir as costas de

    Caio.

    - Acha que isso é uma brincadeira? CORRA!

    O general Valter gritou fazendo Caio parar de correr e fitar o general como um leãopersegue sua presa. Seu sangue ferveu.

    - Chega de ser a presa. – Caio sussurrou para si, correndo em direção ao general com

    uma fúria imensa.

    Os cinco conjuradores se aproximaram , e bastou Caio dar um chute no primeiro para ele

    cair desacordado. Com os outros não foi diferente, um a um, ele os derrubou com extrema

    facilidade, até se aproximar do general em passos largos.

    - Não faça nenhuma besteira...

    Foi o que o general conseguiu dizer antes de Caio levantar o homem de dois metros pelo

    pescoço. O general segurou o braço dele com força, concentrando sua aura na garganta

    para poder respirar.

    O loiro cerrou os dentes de raiva, no mesmo instante que sentira suas costas queimando,

    onde uma dor absurda o invadiu. Caio caiu de joelhos, soltando o general, que por trás o

    atacara com seu poder: O de levitar e transformar em uma arma qualquer coisa feita de

    metal.

    O general Valter arrancou as grades de ferro os pressionando contra o corpo de Caio, não

    o dando possibilidade de fuga.

    - A raiva não te deixa pensar direito. Tem que aprender a controlá-la!

    A cabeça de Caio parecia que ia explodir, fazendo o mesmo tentar encostar no general

    que prendera sua mão antes de tocar em seu rosto.

    - Se não se controlar, vou desacordá-lo Caio...

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    - Vá pro inferno! – O loiro grunhiu fazer o general respirar fundo.

    - Você é forte Caio, forte até demais... – O general levantou o rosto, seriamente. – Mas se

    não controlar sua raiva... Nunca vai sair desse lugar.

    Caio sorriu, fazendo o general sentir um frio na espinha, continuando sério.

    - Vamos ver...

    As grades que prendiam Caio se desmancharam, fazendo o general respirar fundo e

    caminhar em direção a saída.

    - Está mais calmo?- Caio não respondeu, apenas levantou-se e ergueu o olhar que agora

    estava mais triste que o de costume. - Levantem-se. Vão para os quartos... Amanha vamos

    treinar mais.

    Caio abaixou o rosto passando pelo general, enquanto Valter esperava os outros

    conjuradores levantarem. Caio não parou de andar, na verdade não sentira nada em si

    naquele momento, apenas uma profunda angustia que sentiria desde que viu Amy pela

    última vez. Cerrou o punho com uma tristeza no olhar, desaparecendo por entre as portas.

    O general aproximou-se dos alunos lentamente assim como alguns seguranças. E foi

    apenas se aproximar alguns metros dos corpos imóveis para entender, e fitar a porta por

    onde o garoto saíra friamente como se nada tivesse acontecido.

    - Estão... Mortos...

    ...

    Eram apenas olhares intimidadores trocados dentro daquele furgão de aço. De um lado,

    sentado com a boina tampando seus olhos negros estava o general Valter, e do outro,

    cercado por quase dez seguranças, estava um garoto loiro que mantinha uma expressão

    fria, com as mãos e pés cobertos por barras de ferro. Caio fitou a única fresta da janela por

    onde passava, mirando o que parecia ser uma imensa mansão... Enganadora, na verdade.

    - Onde estamos indo?

    - Você foi transferido para o nível dez. – Caio ficou em silêncio, fazendo Valter respirar

    fundo. – O que queria depois de matá-los, Caio?

    - Estão me treinando todo esse tempo para ser um assassino não é? Então, é isso que

    assassinos fazem!

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    - Você sabe o que quis dizer. – Caio desviou o olhar, fazendo o general levantar-se. – As

    coisas são diferentes aqui. No nível dez há muito mais regras Caio. E você deverá segui-

    la.

    - Tanto faz. – Sussurrou o garoto, fazendo as algemas de Caio se abrirem e apenas um

    aço grosso ser colocado em seu pulso. – O que é isso?

    Caio gritou antes de ter tempo de fazer outra pergunta. O aço lhe perfurou o braço,

    enquanto o furgão estacionava na entrada e outras algemas foram colocadas.

    - A partir de agora você só usa 50% do seu poder... E se usar mais que isso, esse

    bracelete vai te desacordar.

    Caio o fitava praticamente bufando, com uma vontade gigante de matar Valter. As portas

    do camburão se abriram e todos desceram, onde o dono e o líder do nível dez osesperavam.

    Os seguranças se aproximaram junto com Caio, passo após passo. E após o loiro levantar

    o olhar, ele pode ver a expressão quase surpresa e de certa forma apavorada dos homens

    em sua frente. Odiava esse tipo de olhar que o incriminava e que o tratava como se fosse

    uma aberração.

    O homem de cabelos um pouco grisalhos, olhos castanhos e um sorriso até “simpático”,

    dono do nível dez se aproximou. Colocando a mão no ombro do general Valter e o

    cumprimentando.

    - Rapazes, tire essas algemas, aqui somos todos companheiros.

    - Tive ordens para mantê-la, senhor Delgado. – Falou Valter de forma séria.

    - Creio que Caio não nos dará problemas, certo?

    Caio não respondeu, apenas abaixou a cabeça com um ar cansado. O general fez um

    sinal positivo com a cabeça, fazendo os seguranças abrirem as algemas.

    - Sigam-me.

    E assim ambos entraram em passos lentos, com olhares que iam desde a uma calma sem

    tamanha á uma preocupação inevitável.

    Os corredores eram de cores escuras, e dentro daquele lugar mal se podiam enxergar a

    luz. Alguns conjuradores que conversavam pelos corredores paravam para fitar o garoto de

    apenas dezessete anos que era rodeado por seguranças e pelo general Valter, muito

    conhecido entre todos.

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    - Esse é o setor que vai ficar.

    Caio levantou a cabeça, fitando uma imensa porta de ferro com um símbolo de uma águia,

    detalhadamente cromada no centro. Magnífica.

    - Mostre respeito quando entrar. Aqui estão hospedados o futuro dos conjuradores. Os

    melhores da geração que está por vim.

    O loiro girou os olhos, no mesmo instante em que Delgado abriu a porta com as digitais de

    um dos dedos.

    - Bem vindo ao setor A.

    Caio de certa forma se surpreendeu. Não esperava algo diferente das prisões que

    frequentava há cinco anos. Mas aquilo era completamente, outra vida.

    Ambos começaram a caminhar pelos corredores, onde Delgado o explicava cada sala por

    onde passava, como se Caio estivesse de alguma forma prestando atenção.

    - O setor A é a última fase para se tornar um conjurador profissional. É aqui que você

    aprende todas as técnicas necessárias para efetuar as missões com segurança. – Delgado

    parou de caminhar, virando em direção a Caio. – Cada setor tem um líder, o nome do seu

    é Carter Trent.

    - O filho de JL? – Valter se pronunciou, fazendo Delgado balançar a cabeça positivamente.

    - Garoto incrível.

    Delgado continuou andando, abrindo outra porta em seguida.

    - A maioria dos garotos tem no mínimo vinte e dois anos aqui Caio, então, seria bom ficar

    apenas entre nós o seu passado. – Caio desviou o olhar, fazendo o homem respirar fundo

    e fitar o bracelete de Caio. – Valter me contou do incidente no setor quatro. Estamos

    tomando as providencias necessárias para que isso não se repita. Mas se repetir... Vocêvoltará para a zona de isolamento. E nunca mais vai sair lá... Entendido?

    Caio soltou uma risada debochada, fazendo a arma de choque de um dos seguranças

    atingir suas costas. Ele caiu, fazendo alguns conjuradores fitarem a cena instigados.

    - Entendido?

    O cabelo loiro do garoto caia sobre o rosto, mas Valter pode sentir a raiva de Caio

    pressionando os pés no chão de pedra.

    - Caio... – Valter sussurrou, fazendo Caio cerrar os olhos e os abrir. Respirando fundo.

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    - Não se preocupe, ele irá aprender o que precisa aqui.

    Os seguranças levantaram Caio, fazendo uma parte do chão de pedra se despedaçar

    quando ele levantou os pés. Seus olhos estavam em um azul celeste, mas antes que parte

    de si desaparecesse completamente, ele se acalmou... Erguendo o corpo e fitando

    friamente o homem em sua frente.

    O general deu um longo suspiro, e após mais algumas caminhadas Caio foi largado em

    seu quarto, mas precisamente o último do corredor.

    Após alguns conselhos do general Valter, Caio ficou sozinho, fitando seu quarto mais

    detalhadamente. Não iria ser só ele. Havia mais três camas já com roupas e objetos

    pessoais em cima, porém o quarto era espaçoso, e bem mais que o suficiente para quatro

    pessoas.

    Largou a mala em cima da cama vazia e arrumou suas coisas, tudo em seu devido lugar.

    Por fim, tirou da mala uma foto de quando era pequeno. Quando vivia com seus pais e

    com Amy... Feliz de certa forma. O loiro deu um leve sorriso, largando a foto novamente

    sobre a mala, no mesmo instante em que três garotos entraram pela porta correndo.

    - Vamos nos atrasar!

    Falou um garoto moreno mais robusto, enquanto os outros dois acabam de pegar os

    materiais. O garoto parou por um segundo e fitou Caio, fazendo os outros dois fazerem o

    mesmo.

    - Quem é você? – O garoto robusto se aproximou. – Está perdido, ou o que?

    Caio não respondeu. Na verdade, nem desviou os olhos de suas coisas ou prestou

    atenção nos garotos que entraram.

    - Fernando, esquece ele! Vamos embora! – Um garoto ruivo de uma estatura mais baixa se

    pronunciou fazendo Fernando, o garoto robusto, girar os calcanhares e os dois saírem

    apressados pela porta.

    O terceiro garoto, de cabelos castanhos acabou de arrumar as coisas calmamente e

    respirou fundo... Fitando Caio.

    - Não deve se atrasar no primeiro dia. Trent odeia atrasos. – Ele jogou um papel em cima

    da cama de Caio e saiu pela porta.

    O loiro se deitou na cama, pegando o papel com a dificuldade de uma preguiça matinal e o

    leu:

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    1 aula – Teste sua força: Sala 9

     2 aula – Enfrentando nossos medos: Sala 2

    3 aula – Desafio em campo: Quadra 3

    4 aula – Estratégia com armas: Sala 7

    5 aula – O assassino perfeito: Centro 1

    Caio bufou, levantando-se e fitando aquele bracelete que pouco a pouco o deixava mais

    irritado. Mas era impossível... Quanto mais o forçava, mas ele se agarrava a sua pele.

    Parecia estar vivo.

    Por fim, saiu do quarto, caminhando de forma curiosa pelos corredores. Todos naquelelugar eram mais velhos e o olhavam como se fosse apenas um “garoto perdido”... Quem

    sabe... Ele já não sabia mais o caminho de casa.

    Caio parou em frente à sala 9 e entrou. Ao que parecia ser uma sala média se transformou

    em uma imensa sala de treinamento. Uma das maiores que já tinha visto. Aproximou-se

    sem chamar a atenção, onde duas pessoas duelavam: Uma garota de cabelos negros e

    olhos castanhos, e um rapaz musculoso de cabelos acinzentados. Sentou-se na única

    cadeira vazia da última fileira e observou todos a sua volta. Realmente, ninguém com

    menos de vinte anos.

    - Vejo que estão se divertindo.

    Um rapaz de vinte e um anos, cabelos negros, olhos claros, vestindo vestes militares, de

    coturno, com um sorriso “debochado” nos lábios, se aproximou fazendo a luta parar e

    todos se levantarem com a presença do mesmo. Atrás, o treinador aparecia lentamente

    fumando um charuto, passando pelos conjuradores e se colocando em frente a eles.

    Observou todos atentamente, até fitar um garoto loiro sentado como se nada acontecesse.

    - Trent!

    - Sim? – O rapaz de cabelos pretos se pronunciava.

    - Eu não sabia que o presidente estava recrutando jovens cegos, você sabia?

    Trent o fitou não entendendo, até olhar para os conjuradores, onde um garoto agora o

    encarava.

    - VOCÊ! LEVANTE-SE!

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    Caio recebeu um cutucão, levantando calmamente.

    - Qual o seu nome rapaz? – Perguntou o treinador.

    - Caio. – O loiro praticamente sussurrou, mas ambos conseguiram ouvir.

    - Caio... Parece muito novo para estar aqui. Tem quantos anos?

    - Deze... Vinte.

    Todos se olharam e começaram a cochichar com aquela resposta, fazendo Trent gritar

    para todos se calarem.

    - Porque não nos mostra o que sabe? – Trent sorriu fazendo Caio abaixar o rosto.

    - Não estou afim.

    - O que está fazendo aqui então? – Trent se irritou fazendo o treinador respirar fundo.

    - Deixe-o Trent. Vamos começar...

    Ambos caminharam em direção ao meio do salão. E enquanto olhares curiosos eram

    depositados em Caio, o mesmo ainda se perguntava se realmente ia sobreviver a tudo

    aquilo.

    Outras fancs de Eowyn19

    Capítulo 3 - Prisão

    Os conjuradores foram todos colocados em fileiras, enquanto o treinador ditava as regras,passando pela frente de todos de forma autoritária. Caio não cruzou olhares com a pessoa

    em sua frente nem por um segundo, mas pode sentir aquele olhar raivoso o encarando

    como se fosse o estraçalhar a qualquer momento. O loiro sorriu... Que ingenuidade.

    - Vamos fazer o mesmo teste da semana passada. Vi que alguns de vocês já se

    recuperaram fisicamente. – Ele sorriu, fazendo Trent sentar e ficar observando todos

    atentamente. – Virem e comecem.

    Caio não entendeu, apenas seguiu o que seus colegas faziam. Ambos viraram um para o

    outro, fazendo o loiro erguer o olhar e fitar o rapaz robusto que era seu colega de quarto.

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    - É pra fazer o que?

    O rapaz chamado Fernando, aproximou-se rapidamente, dando um soco no rosto de Caio.

    O loiro deu um passo para trás abrindo a boca de forma dolorosa.

    - Ta brincando! – O rapaz o olhou assustado. – Eu coloquei todo o meu poder nesse soco!

    - Isso aqui é o nível dez mesmo?

    Caio perguntou de certa forma entediado fazendo Fernando o olhar de forma raivosa.

    - Nunca mais repita isso!

    O loiro girou os olhos, virando de costas e caminhando para sentar-se novamente. Como

    das outras vezes tudo ficou lento, enquanto Caio sentira Fernando se aproximando prontopara o golpear por trás. O treinador ergueu os olhos.

    - Fernando não!

    Foi tudo tão rápido, que antes que Caio pudesse virar, Trent empurrou o rapaz para longe,

    ficando no meio de ambos.

    - O nível dez cria guerreiros! – Trent aumentou a voz, fazendo Fernando levantar-se. – E

    não rebeldes! Se vocês tem alguma diferença, sabem como resolver...

    Trent apontou para o meio do salão, onde uma cela era exposta.

    - Vão para a jaula e se enfrentem, mas não na hora das aulas!

    Caio se afastou, sentindo sua nuca formigar e suas mãos tremerem. Estava difícil se

    controlar ali dentro.

    - Que seja!

    O loiro caminhou em direção à saída, esbravejando.

    - Aonde vai?

    Caio não respondeu, apenas colocou as mãos sobre a maçaneta e tentou abrir a porta...

    Nada. Fez novamente força com os braços... A porta nem se quer rangia.

    - Vocês só saem daqui quando eu ordenar. – O treinador se pronunciou fazendo Caio o

    fitar enraivecido, respirando fundo. – Isso vale pra todos.

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    O treinador se aproximou lentamente, com passos largos e as mãos nas costas. Caio girou

    os calcanhares, encarando os olhos negros do homem em sua frente.

    - Volte para seu lugar.

    Caio obedeceu, mas justamente porque as palavras de Valter assim como de Delgado

    pareceram perfurar sua cabeça. “Você vai voltar para a área de isolamento e nunca mais

    vai sair”... Eram possibilidades para qual ele nunca daria uma chance.

    Caio se colocou na fileira de novo, mas em sua frente não estava mais Fernando, e sim

    Carter Trent... Vestindo as luvas de couro e fitando Caio com um sorriso no canto dos

    lábios. O loiro não demonstrou expressão algumas, apenas respirou fundo.

    - Eu não sou igual a esses conjuradores Caio. Não me subestime.

    - Na verdade você é sim. – Caio levou as duas mãos ao bolso, abaixando a cabeça. –

    Você fala de mais.

    - PREPAREM-SE! - Gritou o treinador.

    Trent não esperou o sinal, partindo pra cima de Caio com golpes simples. O loiro desviou

    dos golpes com extrema facilidade, não tirando sequer as mãos dos bolsos.

    - Pare de brincar Trent! – O treinador os observou, fazendo Trent se reposicionar.

    - Está bem.

    O moreno sorriu, e para Caio foi tudo completamente diferente dessa vez. Alguma coisa

    em Trent não estava certa, algo em seu interior o fazia diferente dos outros.

    Sem que pudesse revelar mais pensamentos, uma luz opaca rodeou o corpo de Trent

    fazendo Caio franzir o cenho. O loiro tirou as mãos do bolso, enquanto no mesmo instante

    Trent despareceu, aparecendo atrás de Caio em seguida, o lançando um chute nas costas.

    O loiro voou longe, mas não chegou a atingir o chão.

    - Impressionante. – Carter sorriu, respirando fundo.

    - Minha vez.

    As pupilas de Carter se dilataram, havendo tempo apenas para tentar proteger as pernas o

    mais rápido possível. O chute de Caio foi como sentir suas pernas serem esmagadas, mas

    não chegou a quebra-las como achara, apenas parou quase vinte metros longe com

    fraturas nos braços. Carter bufou de raiva, levantando-se do chão completamente curado,

    fazendo Caio se afastar.

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    - O que?

    - Eu sei. – O sorriso irônico de Carter foi mais do que irritante, foi provocador e disfarçado.

    Ele estava muito cansado, e mal havia se mexido.

    - O que foi? Cansado já?

    Trent pulou do chão, acertando socos no rosto de Caio enquanto o mesmo tentava se

    esquivar. Carter era mais rápido do que achava, e antes que pudesse defender-se um soco

    o atingiu na boca, fazendo o loiro cair longe. Carter levou as duas mãos aos joelhos, mal

    conseguia manter-se em pé.

    - Chega! – O treinador se pronunciou, se colocando no meio dos dois, enquanto Caio

    levantava calmamente. – Já provaram o que sabem...

    O clima estava mais tenso que o normal, e de certa forma longos treinamentos faziam

    Carter perceber isso, assim como o treinador. O moreno ergueu o corpo, observando

    enquanto aqueles olhos angustiados e profundamente assassinos o fitavam com fúria. O

    treinador virou para trás, fitando Caio, que com o rosto abaixado emendava uma aura

    quase vermelha, repleta de raiva. Os conjuradores se afastaram, enquanto o treinador o

    analisava precisamente.

    - A luta acabou Caio. – Murmurou.

    Caio deu um passo à frente, fazendo o treinador colocar a mão em seu ombro. Mas antes

    que pudesse fazer algo o mesmo foi lançado longe, indo em direção à parede de concreto.

    - Seu tolo!

    Carter grunhiu de raiva, indo para cima de Caio. Mas antes que pudesse tocá-lo duas

    cordas maciças de metal cruzaram o corpo de Caio e o puxaram para baixo, fazendo o

    mesmo cair.

    - General! – Trent se aproximou de Valter, enquanto o homem não desviava o olhar deCaio.

    - Afaste-se Trent. – Valter sussurrou. Enquanto Caio levantava do chão, fitando de canto o

    treinador. – NÃO CONVERSAMOS SOBRE ISSO CAIO?

    O loiro franziu o cenho, saltando em segundos em direção ao treinador que estava caído

    no chão. Ele ia mata-lo.

    - PENSE EM AMY!

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    O loiro parou onde estava e por segundos pensou na irmã que há anos não sabia nem

    onde estava. Caio abaixou a cabeça, fazendo Valter se aproximar.

    - Eu não quero estar aqui Valter. Eu quero ir pra casa.

    - Eu sei.

    O general respirou fundo, no mesmo instante em que três tiros tranquilizantes eram

    disparados no braço de Caio. O loiro caiu em segundos, perdendo a consciência.

    - O que foi isso?

    Carter fitou o general de forma questionadora, fazendo Valter dar um longo suspiro.

    - Não deve contar a ninguém o que ouviu aqui Trent... Para seu próprio bem.

    Carter se colocou em sua frente, enquanto alguns seguranças levantavam Caio

    inconsciente.

    - Me diga o que está acontecendo general!

    - Não tente lutar contra ele Trent, é inútil. – O general o fitou sério, fazendo Carter sentir

    um frio na espinha. – Se eu não chegasse ele teria te matado Carter!

    Carter soltou uma risada debochada.

    - Ou eu o teria matado.

    O general ficou em silêncio com aquelas palavras. Realmente não conhecia o verdadeiro

    poder de Carter Trent, mas já presenciou uma parte do de Caio uma vez... Algo que ele

    nunca quer que se repita.

    - Quem sabe... – Valter desviou o olhar. – Caio é diferente Carter... Ele não está aqui por

    vontade própria.

    - Eu não entendo...

    - Ele está aqui porque é sua última chance antes de ir para o isolamento. – Valter falou de

    forma seca, mas suas palavras demonstravam preocupação. – Ele tem uma fúria

    incontrolável dentro de si, e é isso que ele veio aprender a fazer aqui... Controlá-la.

    - Mas todos nós nos alistamos para estarmos aqui. Isso não faz sentido!

    Valter soltou um meio sorriso. Pensou que pelo menos, o filho de JL saberia um poucomais sobre onde estava realmente.

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    - Você e seu pai precisam conversar...

    Valter girou os calcanhares, caminhando com precisão em direção à saída junto com

    seguranças que carregavam Caio.

    - General? – Valter o olhou de canto, fazendo Carter engolir seco. – Quem é Amy?

    O general respirou fundo, voltando a caminhar em passos lentos.

    - Ninguém.

    ...

    Não muito longe dali, aproximadamente no prédio a poucos quarteirões o presidente da

    companhia, JL, chegava na empresa com quatro seguranças atrás. Passou pelas portasredondas de vidro e pelo elevador, subindo até o último andar.

    - Senhor presidente, a Senhorita Cecília convocou uma reunião na sala quinze.

    JL balançou a cabeça positivamente, caminhando em direção à sala. Quando chegou,

    cinco homens e uma mulher se encontravam na mesma... Todos se levantaram.

    - A que fins se destina a reunião? – O presidente arrumou a gravata e sentou, fazendo

    todos se acomodarem.

    - Fiz essa reunião, Sr presidente, para discutir o futuro dos irmãos...

    - Isso já não foi feito? - O presidente a interrompeu, fazendo Cecilia respirar fundo.

    - Sinceramente, senhor, não estamos satisfeitos com o resultado.

    JL levantou-se, caminhou pela sala alguns segundos e fitou Cecilia.

    - O que sugerem?

    Cecilia abaixou a cabeça, enquanto os outros membros observavam tudo de uma forma

    um pouco tensa, mas prontos para contra argumentarem.

    - Em relação ao garoto, achamos que podemos implantar um chip e vamos controla-lo

    facilmente. – Cecilia levantou, olhando o presidente de forma corajosa. – Mas senhor, a

    maioria dessa mesa acha que a garota é um perigo para a humanidade...

    - Você não é paga para achar nada.

    Cecilia ficou em silêncio, fazendo um senhor robusto se pronunciar.

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    - Eu acho que aquela coisa é a nossa melhor arma, e podemos tentar controla-la com o

    265... Afinal, nunca testamos nada assim nela antes.

    - Sim, porque todas as outras falharam. Porque você acha que essa vai ser diferente? –

    Cecilia se pronunciou de forma irritada.

    - Porque o 265 foi muito aprimorado... Acho que temos uma chance.

    O presidente ficou pensativo por alguns segundos. Deslizou a mão sobre a barba e

    levantou-se.

    - Ótimo, vamos tentar.

    Cecilia abaixou o olhar com uma expressão de que tudo aquilo não ia acabar nada bem.

    ...

    Os raios caiam sem hesitar naquele anoitecer turbulento. As cortinas das janelas serviam

    de proteção, mas muito mais do que isso, era o medo que entrava por entre sua

    transparência. Nada a fazia ficar tranquila. Nem mesmo os milhares de desenhos que fazia

    e pendurava nas paredes, ou os milhares de cadernos rabiscados, espalhados pela cama

    desarrumada.

    A garota levantou-se rapidamente da cama, correndo em direção ao outro lado do quarto

    onde estava a janela. Segurou as cortinas com as duas mãos e as fechou. Correu

    novamente para a cama e abraçou os próprios joelhos, sussurrando para que aquela

    tempestade fosse embora. As luzes piscaram... Seus olhos azuis se fecharam... E um

    barulho na porta a fez correr em direção a mesma.

    - Dr Briam? – Amy bateu na porta em sua frente, fazendo a janelinha se abrir.

    - Vá para a cama Amy.

    - Eu não quero ficar sozinha...

    O doutor anotou alguns rabiscos e sua caderneta e voltou a olhar Amy. As luzes piscaram

    novamente.

    - Precisa dormir Amy... Já fazem duas noites. – O doutor respirou fundo, a olhando de

    forma aconchegante. - Estamos cuidando de você, não vai acontecer nada.

    O doutor virou de costas, fazendo Amy ficar na ponta dos pés e sussurrar seu nome

    novamente. Briam girou os calcanhares e a encarou.

    - O que foi?

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    Amy abaixou o rosto, segurando com força o pedaço de papel amassado em sua mão

    esquerda.

    - Nada.

    A garota caminhou de volta na cama, ficando sentada na mesma, balançando de um lado

    para o outro os pés... Segurando o papel com força.

    Por fim, olhou-se no espelho em sua frente, e desamassou o papel com as mãos, lendo o

    que havia escrito há duas noites atrás:

    “Columbia 25 mortos”.

    Suas mãos tremeram, o que a fez largar o papel no chão e deita-se na cama, abraçando o

    travesseiro entre as pernas. Ela fechou os olhos, tentando tirar de sua mente aquelesrostos, aqueles gritos, e todo o terror que sabia que iria acontecer naquela noite. Outro raio

    caiu mais perto do que o imaginado, fazendo Amy cerrar mais os olhos, enquanto uma voz

    em sua cabeça gritava dizendo que ela nunca conseguiria fugir daquele desespero...

    Daquela culpa.

    - Sinto muito... – Amy sussurrou.

    Notas Finais

    Capítulo 4 - Zona de solamento

    Os olhos azuis do garoto se abriram rapidamente, onde o mesmo levantou em um susto.

    Não se lembrava direito tudo o que havia acontecido daquele dia, mas após fitar a face do

    general Valter em sua frente, pouco a pouco as lembranças voltaram.

    - Até que enfim acordou. – Falou Valter, fazendo Caio levantar e sentar-se na cama. –

    Como se sente?

    - Um pouco tonto.

    - Claro... – O general ironizou, fazendo Caio revirar os olhos. – Foi necessário te

    desacordar.

    - Não me venha com sermões!

    Caio levantou bravo, fitando o bracelete em seu pulso com raiva, fazendo Valter se

    aproximar.

  • 8/18/2019 Os Únicos Fic

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    - Caio, o treinador está em coma! Os conselheiros não querem mais você aqui... E eu não

    sei mais o que fazer!

    O loiro parou por alguns segundos, fitando Valter com uma expressão sombria e

    desesperadora.

    - Não os deixe me colocar no isolamento Valter! – Caio se aproximou de forma agressiva.

    - Eu já interferi de todas as formas possíveis durante todos esses anos por você. Agora

    não há nada que eu possa fazer. – O general olhou em seus olhos, fazendo Caio sentir o

    rosto arder, tendo os olhos tomados por lágrimas raivosas. – Você teve sua última chance

    Caio, e desperdiçou.

    - Valter, por favor...

    Caio abaixou a cabeça, cerrando o punho com força, fazendo o general se aproximar e

    colocar uma mão em seu ombro.

    - Eu sinto muito.

    Era difícil dizer aquilo, pois na verdade o general não aceitava a forma como a companhia

    trabalhava: Abaixo de torturas e testes de laboratório... Ainda mais se tratando de Caio. O

    garotinho que Valter treinou, e o viu crescer.

    - Valter... – O general ergueu o olhar, fitando uma expressão vazia e apavorante nos olhos

    azuis de Caio. – Se me colocarem lá, eu mato todos eles!

    O general não conseguiu dizer nada após aquela afirmação. Não conseguia sentir nada a

    não ser temor, após Caio pronunciar aquelas palavras tão friamente. Se ele era capaz de

    fazer algo assim? Talvez. Mas o general não era um que estava disposto a arriscar.

    ...

    Nos corredores da companhia um garoto de cabelos negros andava rapidamente, e poronde passava as portas eram abertas com facilidade, enquanto os guardas que protegiam

    apenas faziam um sinal o cumprimentando. Parando em frente à última porta do corredor,

    um dos seguranças particulares de JL parou o garoto, fazendo o mesmo o empurrar.

    - Temos ordens para não deixar ninguém entrar.

    - Eu quero falar com ele Gregori. – Falou Trent, fazendo Gregori estender a mão em um

    sinal negativo. – Se não me deixar passar vai ficar sem o braço.

  • 8/18/2019 Os Únicos Fic

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    A cena seguinte de dentro da sala onde acontecia uma reunião foi à porta sendo

    arrombada com o corpo do segurança sendo jogado para trás. O presidente levantou-se,

    assim como os generais que participavam da reunião.

    - Preciso falar com você... – Trent se aproximou.

    - Estou ocupado Carter!

    - Quem é Amy?

    Todos ficaram em silêncio com aquela pergunta, fazendo JL arrumar o terno e seguir para

    fora da sala rapidamente.

    - Como soube disso?

    - Não importa! Se você não me contar agora o que está acontecendo e porque mandaram

    um garoto contra a vontade dela para o nosso nível eu desisto de tudo! – Trent pronunciou

    quase aos berros, fazendo o presidente o puxar para uma sala mais reservada, logo mais

    atrás.

    - Filho, você não deve se envolver com isso. Isso é um assunto confidencial, não pode sair

    por ai falando sobre isso. – JL puxou o casaco de Trent, fazendo o garoto olhar em seus

    olhos. – Entendeu?

    Carter balançou a cabeça de forma sigilosa, fazendo o presidente respirar fundo.

    - Vai me contar o que está acontecendo?

    JL não disse mais nada, apenas caminhou para fora da sala, seguindo em direção à

    reunião.

    - Depois continuamos.

    Falou apenas isso, e foi o suficiente para todos se retirarem. Por fim, seguiu em direção àparte de baixo da companhia, fazendo Carter o acompanhar.

    Os dois chegaram à sala de operações, onde Cecília os estava esperando.

    - Primeiro preciso que prometa que o que conterei não sairá daqui...

    - Prometo. – Carter concordou de forma seca fazendo Valter se aproximar de um monitor,

    onde imagens começaram a ser produzidas. – O que é isso?

    - Isso foi uma operação que aconteceu há alguns anos. – Carter prestava atenção em casaimagem do monitor, assim como nas palavras de seu pai. – Na segunda guerra mundial,

  • 8/18/2019 Os Únicos Fic

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    Elizabeth Breuchmen deu entrada no campo de concentração alemão. Onde ficou lá, por

    exatos três meses. Depois que tudo acabou ela e o marido se mudaram para os Estados

    Unidos, onde tiveram dois filhos. Caio Breuchmen e Amy Breuchmen. Nos primeiros anos

    de vida eles não notaram nada errado, viviam como duas crianças normais. Mas depois de

    Caio completar cinco anos as mudanças começaram a acontecer...

    “ – Querido, pegue para mim aquela bandeja?

    Uma mulher de longos cabelos loiros cortava legumes na mesa da cozinha, fazendo o

    marido se aproximar e estender a bandeja.

    - Vou chamar as crianças... – Henrique sorriu para a esposa, subindo as escadas logo em

    seguida. – Caio? Amy?

     A porta do quarto estava aberta, mas nem precisou ele entrar no quarto para perceber queestava vazio. Foi em direção ao quartos seguinte, e nada... Caminhando com precisão em

    direção as escadas novamente.

    - Elizabeth, eles não estão lá em cima!

     A mulher se aproximou, fitando as escadas assim como o marido.

    - Como não...

    Elizabeth não conseguiu nem completar a frase, já que um garotinho apareceu na frentedeles, segurando a irmã no colo e os dando um tremendo susto. Henrique caiu sentado

    com aquela cena, fazendo Elizabeth o lançar um olhar confuso.

    - Caio, onde estava?

    O garotinho largou a irmã no chão, que foi correndo em direção ao colo do pai.

    - Estava o tempo todo aqui. – O garotinho sorriu maroto. – Amy gosta quando eu fico

    invisível.

     A garotinha loira no colo do pai apenas gargalhou baixo, fazendo Henrique respirar fundo.

    - Bom, leve Amy para mesa com você que o almoço está pronto.

    Caio bateu continência e pegou a irmã no colo, caminhando com ela até a mesa.

    - Henrique... Ele não...

    Elizabeth não acabou a frase, apenas se jogou nos braços do marido, que tentava acalma-

    la deslizando a mão sobre os cabelos dourados da mulher.

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    - Vai ficar tudo bem. – Henrique sussurrou, fazendo a mulher se desvencilhar.

    - Se eles descobrirem...

    - Não vão! – Ele segurou as mãos da mulher com firmeza. – Eu prometo que ninguém vai

    destruir nossa família!”

    Carter mantinha os olhos presos ao chão, enquanto seu pai, escorado na parede fria,

    acendia um cigarro, o fumando calmamente.

    - E vocês o encontraram... – Falou Carter, fazendo JL respirar fundo.

    - Não foi tão fácil. Eles se mudavam a cada seis meses. – O presidente de aproximou do

    filho. – Mas entenda Carter, não podíamos deixar uma criança como ele se expor ao

    mundo. Tínhamos que fazer alguma coisa!

    - Eu entendo papai. – Carter se pronunciou olhando nos olhos de JL. – Mas estão tentando

    obriga-lo a ser um assassino, a fazer coisas que ele não quer!

    - Eles não podem caminhar livres por ai Carter, fazendo o que bem entendem! E nós

    temos que garantir que isso nunca aconteça!

    O presidente levantou a voz, fazendo Carter o fitar de canto, com uma expressão

    desconfiada.

    - Eles? Eles quem? – JL se calou, fazendo o moreno fitar o pai esperando uma resposta. –

    Está falando de Amy?

    Aquelas palavras pareceram rasgar a garganta do presidente, enquanto Carter o olhou

    irritado.

    - Quem é Amy?

    - A irmã mais nova de Caio... – O presidente se limitava a responder, mas não era uma

    resposta que Carter estava disposto a aceitar. – Ela vive na zona de isolamento.

    - Por quê?

    JL virou de costas, dando um longo suspiro de oposição a suas próprias palavras. Ele

    realmente, queria manter Carter fora de tudo isso... Mas existem coisas no destino que não

    podem ser mudadas.

    - Amy é diferente... Ela tem habilidades que ultrapassa tudo o que imaginamos. – O

    presidente girou os calcanhares, fitando a face do filho. – O problema é que éincontrolável.

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    - Incontrolável? – Carter repetiu estático.

    - Não tem controle sobre o próprio poder... Muitas vezes perde a consciência e não se

    lembra de nada.

    - E qual o poder dela?

    - Quando está em sã consciência é uma garota normal, mas quando é a “outra coisa”, ela

    faz pedidos. Dois pedidos realizados e ela te concede qualquer desejo. – Carter não

    pareceu tão surpresa com as palavras do pai, até o mesmo continuar, fitando o telão, onde

    aparecera a garota presa no quarto. – Se não conseguir realizar dois pedidos você morre,

    e todas as pessoas que você ama também. Simplesmente desaparecem.

    As pupilas de Carter se dilataram, seu punho se cerrou lentamente, e a imagem dos

    melhores conjuradores que desapareceram todos esses anos brotaram em sua memória...Será possível?

    - Algum pedido já foi realizado? – Carter sussurrou sério, fazendo JL abaixar a cabeça.

    - Não. – Sua voz saiu seca, fazendo Trent mirar a tela em sua frente, onde vira apenas as

    costas de uma garota sentada em sua cama. – Ela faz pedidos monstruosos... Por isso

    nunca saiu da zona de isolamento.

    Carter virou com agressividade em direção ao pai, que deu um passo a frente.

    - Ela está trancada todos esses anos? Meu Deus papai! Isso não é o que fazemos! Isso é

    desumano!

    - AQUILO NÃO É HUMANO TRENT! – JL gritou com toda a força de seus pulmões,

    fazendo Carter recuar. – Mais de cem pessoas mortas em um instante Carter. Como isso

    pode ser humano?

    Aquela sensação horrível no peito parecia preencher todo seu corpo. Carter não entendia

    porque se sentia assim ao ouvir aquilo sobre Amy, mas algo em sua cabeça dizia para semanter afastado... Embora seu coração gritasse para ver com seus próprios olhos.

    - Me deixe entrar lá.

    JL olhou para seu filho não acreditando em suas palavras. Embora sua voz nunca pareceu

    ter mais certeza do que fazia, do que aquele momento.

    - Não!

    - O senhor sabe que a única pessoa que poderia fazer algo assim sou eu, por isso memanteve afastado! – Carter levantou a voz, fazendo seu pai irritar-se.

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    - EU NÃO VOU MANDÁ-LO PARA MORTE, CARTER!

    - O SENHOR SABE QUE ISSO É IMPOSSÍVEL!

    Os olhos de Carter se encheram de fúria, e foram tomados por um branco intenso.

    - Suas habilidades de autor regeneração podem não ser suficientes para aquela coisa

    Carter! E eu não vou perder você!

    Carter se afastou, abrindo a porta com força fazendo a maçaneta vir junto com sua mão. O

    moreno a jogou longe, lançando um olhar incompreensível ao pai.

    - Sabe que é o único jeito.

    Sim, de certa forma o presidente sabia que além de Caio, apenas Trent poderia entrar lá eter algum sucesso, nem que fosse mínimo.

    - Carter... – O garoto recuou alguns passos, fitando a expressão do pai que agora

    mantinha uma seriedade no olhar. – Será como eu disser, e qualquer desacato a uma

    ordem direta minha... Você nunca mais entrará lá novamente. Entendido?

    Carter apenas balançou a cabeça positivamente fazendo o presidente sair da sala as

    pressas junto com o filho.

    - Estamos preparando o local para qualquer emergência. – Falou Cecilia já preparada paraaquela ocasião, se juntando aos dois. - Recomendamos que Carter use um traje que o

    protegerá...

    - Não! – Ele se manifestou rapidamente. – Ela nunca confiará em mim se eu entrar assim.

    O presidente apenas balançou a cabeça para Cecília, fazendo a mulher desviar o olhar a

    abrir a porta para ambos entrarem.

    - Precisa de alguma coisa filho? – JL se pronunciou, olhando Carter de forma cuidadosa. –Estamos perto do nível dez eu posso providenciar alguma coisa.

    - Estou bem. Apenas vamos prosseguir.

    O presidente olhou a expressão do filho de forma receosa, mas profundamente orgulhoso.

    Ambos pararam em frente a uma porta grande ferro, mas antes que pudessem passar, JL

    puxou Carter para um abraço. O moreno retribuiu calmamente, fazendo o presidente

    separar-se do filho.

    - Tenha fé em mim papai.

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    - Eu tenho. – JL colocou-se ao seu lado, sem olhar o filho nos olhos. – Apenas tente sair

    vivo.

    Trent balançou a cabeça positivamente, fazendo o pai colocar a mão em seu ombro.

    - Eu vou tentar. – Sussurrou baixo, abrindo um sorriso logo em seguida. – Você sabe que

    eu não morro fácil.

    O moreno sorriu maroto, fazendo seu pai balançar a cabeça e continuar andando até

    chegar em frente há um enorme porta de ferro.

    - Abra a 1. – Um soldado que os acompanhava armado, gritava a cada porta. – Abra a 2...

    O pai de Trent continuava sério, passando por cada porta lentamente. E assim foram por

    mais de dez portas, até finalmente chegar em uma que nem o soldado ousava seaproximar. O presidente parou, fitando o filho sério.

    - A partir daqui é com você.

    Trent andou, e sem qualquer despedida a porta se fechou em suas costas. O garoto

    respirou fundo, girando a maçaneta gigante de ferro, fazendo a porta se abrir.

    Foi como uma explosão de tudo o que imaginava que nunca encontraria naquele quarto. A

    porta atrás de si foi fechada, e antes que pudesse dar mais um passo ele fitou aquele lugar

    com admiração e temor. As paredes estavam rabiscadas, todas contendo desenhos e

    frases com diversas cores de canetas. O quarto estava com uma leve bagunça, fazendo

    um simples cômodo se tornar menor. Seus olhos analistas percorreram o lugar a procurara

    de uma garota, parando exatamente na parte de trás da cama.

    Seus longos cabelos louros e olhos azuis escondiam um pouco seu rosto. Ela cantava uma

    música incompreendida bem baixinho, sentando na ponta da cama e balançando os pés

    no ar de forma tediosa. O barulho da porta a tirou de seus pensamentos, fazendo a garota

    levantar os olhos e encarar a face do garoto em sua frente, que mais parecia admirado do

    que espantado. Aquele olhar pegou Carter desprevenido, e uma sementinha denervosismo pareceu brotar em seu coração, junto a uma sensação de encantamento como

    se tivessem jogado um feitiço nele e o privado de olhar para outro lugar, que não fosse

    para os olhos daquela garota.

    - Olá Amy.

    Notas Finais

    Capítulo ! - "o#$ #onsegue ver%

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    Aqueles olhos eram diferentes de tudo o que já presenciou. Carter Trent pareceu ser

    atraído por cada detalhe de seu rosto, e enquanto suas mãos suavam mais que o

    costume, uma imensa paz invadiu aquele lugar. Algo estava diferente... Na verdade,

    completamente diferente do que seu pai havia dito ou contado.

    - Olá Amy.

    Trent estranhou. Não havia nada de tão apavorante assim. Nenhuma energia horrível,

    nenhum sinal de que ele morreria de forma instantânea, nem nada que o fizesse duvidar

    de que ele não poderia matá-la.

    - Quem é você?

    - Sabe, eu esperava mais... Pra alguém que já matou milhares de pessoas, você até que é

    bonitinha.

    Amy se levantou bruscamente, afastando-se de Trent que caminhava em sua direção.

    - Eu não sei do que está falando. – Ela sussurrou.

    - Não sabe?

    “Não se aproxime muito Trent”

    Ele ouvira a voz do pai pelo comunicador em seu ouvido.

    - Me deixa, eu quero ir pra casa!

    - Você acha mesmo que ainda vai sair daqui?

    Os olhos de Amy mudaram para uma expressão triste, fazendo a loira abaixar o rosto.

    - Você não me conhece, não sabe nada de mim...

    - Eu sei o bastante sobre você.

    Trent aproximou-se de Amy, fazendo a garota bater as costas na parede fria. Suas mãos

    tremeram, e por um segundo Trent sentiu um frio na espinha... Uma sensação fria e

    profundamente apavorante, como se não quisesse mais estar naquele lugar.

    “Trent não abaixe a guarda!”

    - Se soubesse não estaria aqui.

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    Aquelas palavras foram o bastante para Trent recuar. A paz que emendava naquele lugar

    pareceu ter desaparecido completamente, mas algo no coração de Trent não parecia

    perceber o mesmo. Algo estava errado.

    - Qual o seu nome? - Amy sorriu.

    “Não fale Carter!”

    “Se eu não falar nunca descobriremos nada.”

    - Carter.

    A garota sorriu, caminhando em direção a Carter lentamente enquanto o garoto mal se

    movia. Cerrou uma das mãos de uma forma nervosa, no mesmo instante em que ela parou

    em sua frente, erguendo o rosto para cima.

    - Carter... Me faça cafuné?

    Amy apoiou sua cabeça no peito de Carter, fazendo mais do que uma surpresa, ele se

    sentir intimidado. O moreno se aproximou mais, erguendo sua mão e acariciando o cabelo

    de Amy lentamente. Ela fechou os olhos, lembrando-se de alguém que há muito não via...

    - O que está acontecendo?

     JL que observava de outra sala pelas câmeras, perguntou para Cecilia. A mulher o fitavamais confusa que ele, enquanto Valter acabara de entrar na sala.

    - O que está acontecendo? – Valter repetiu a pergunta, fazendo JL engolir seco.

    - Carter realizou um desejo. – JL se pronunciou de forma nervosa e completamente

    confusa. – E porque ela pediu apenas isso? Não entendo...

    Os olhos de JL se encontraram com as câmeras de forma apreensiva, assim como os de

    Valter. O general aproximou-se, sentindo um frio na espinha.

    - Alguma coisa vai acontecer...

    As mãos de Carter pararam instantaneamente após sentir um frio intenso invadir em seu

    corpo. A pele de Amy agora estava mais pálida, e lentamente uma sombra tomou conta de

    seus cabelos dourados, os tornando negros. Os olhos de Amy se abriram em choque,

    revelando todo o seu globo ocular escuro como seus cabelos. Carter estremeceu...

    Sentindo um pavor tão grande que nunca imaginara sentir na vida.

    “Faça um desejo Carter”

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    Carter ouviu a ordem de seu pai, mas isso era a única coisa que conseguia fazer. Ouvir.

    Seus músculos pareciam paralisados com aquela presença em sua frente. Aquilo era

    terrível.

    - Amy... Conte-me como funciona o seus poderes.

    JL sorriu com aquela pergunta. Definitivamente, Carter sabia o que estava fazendo.

    - Realize meu desejo, e terá qualquer outro em troca. Recuse dois desejos e desaparecerá

     junto com que mais te ama. Não se pode realizar dois desejos a mesma pessoa

    simultaneamente. Não se pode fazer desejos a alguém desconhecido. Se o desejo

    realizado for ruim, o próximo pedido também será.

    Amy ergueu a cabeça para cima, com os olhos agora azuis reluzentes e os cabelos tão

    dourados quanto antes. Ela sorriu, afastando-se um pouco de Carter.

    - Você sabe onde está meu irmão?

    Aquela pergunta tirou Carter de seu transe emocional, fazendo o moreno piscar duas

    vezes e fitar a garota loira parada em sua frente.

    - Sim.

    Amy sorriu abrindo a boca categoricamente e aproximando-se da cama, tirando uma foto

    de Caio e estendendo a Carter.

    - Foi ele que você viu?

    Carter fitou a foto de Caio e Amy pequenos sorrindo.

    - Sim. Ele está muito bem Amy. – Carter falara sério, mas de uma forma triste,

    incompreendida. – Você quer vê-lo?

    O sorriso da garota se desmanchou, mas não porque seu coração estava infeliz, e sim,porque nunca imaginaria escutar isso logo agora... Depois de tanto tempo.

    - Eu posso mesmo?

    Carter fitou aqueles olhos... E meu deus, que olhos lindos. Cerrou o punho com força, a

    fim de controlar-se para não estragar tudo, e tirou suas forças para mostrar um sorriso tão

    falso quanto suas palavras.

    - Claro. Vamos?

    Ele estendeu a mão, fazendo Amy segurá-la sem hesitar.

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    Carter a puxou para si, abraçando seu corpo, fazendo a cabeça de Amy atingir seu peito

    com força. O sorriso dela se desmanchou, no mesmo instante em que Carter levou uma

    das mãos à seus cabelos, fazendo Amy cair inconsciente em seus braços. A expressão

    vazia de Carter não desapareceu, mas após segurar Amy seu peito pareceu ter levado um

    soco invisível... Como se por algum motivo, fosse se arrepender amargamente de ter feitoaquilo.

    “Muito bem, Carter.”

    JL falou da sala de operações, fazendo Valter o encarar com uma expressão indignada.

    - Isso é um erro. E o senhor sabe disso.

    O general saiu apressado da sala, e enquanto Cecilia ficou em completo silêncio, JL não

    teve seu sorriso desmanchado nenhum segundo após Carter executar o planoperfeitamente. Ajeitou a gravata e foi em direção ao quarto de Amy onde a garota era

    retirada por alguns médicos e seguranças.

    O presidente se aproximou do filho, colocando a mão direita em seu ombro, enquanto

    Carter não mostrava qualquer expressão. Apenas fitou a porta por onde Amy era levada,

    transmitindo uma profunda tristeza em seu olhar.

    ...

    O relógio marcava 21h quando Amy foi colocada na cadeira de ferro, onde seus pulsos e

    seus pés foram presos à mesma. Exatamente, quase vinte cientistas, médicos e

    seguranças ocupavam o local, onde todas as medidas de seguranças eram tomadas. Atrás

    de um espelho que cobria toda uma parede em frente à cadeira, JL observava tudo junto

    com Cecilia e Carter, que se manteve em silêncio todo o percurso.

    - O que vão fazer? – Valter se manifestou, ao lado de um cientista que monitorava os

    batimentos de Amy.

    - Exames comuns pra saber se está tudo certo, depois vamos injetar um soro para elacontinuar dormindo para que possamos estuda-la.

    Valter fitou o espelho em sua frente, transmitindo um olhar raivoso, mas que foi

    desmanchado rapidamente com um barulho alto em uma das maquinas.

    - O que houve?

    Os médicos foram em frente à mesma, onde agora a máquina voltou ao normal.

    - Deve ter sido um sonho. – Sussurrou um dos médicos.

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    Valter se aproximou da maca, fitando a expressão de Amy que parecia dormir

    tranquilamente. O general olhou para seus batimentos na máquina ao lado, e após isso

    voltou a fitar novamente a face da garota.

    Um frio percorreu toda a sua espinha, no mesmo instante em que seus olhos se

    arregalaram. Aquilo não deveria acontecer.

    - Valter? – Os olhos de Amy se abriram completamente, no mesmo instante em que Valter

    segurou uma de suas mãos.

    - Está tudo bem Amy... Vai ficar tudo bem.

    Amy olhou para os lados... Muitas pessoas... Muitas coisas... Ela não estava nem um

    pouco acostumada com aquilo. Tentou levantar, mas suas mãos presas não deixavam ela

    se movimentar, o que fez com que ela entrasse em desespero.

    Os médicos observaram, correndo rapidamente em direção a ela com uma seringa na

    mão.

    - VALTER!

    Amy gritou alto fazendo sua garganta arder, enquanto o general Valter se aproximou do

    médico.

    - Ela está assustada, esteve por oito anos presa!

    - Esse é o procedimento, general! – O médico falou sério, fazendo Valter fitar o espelho,

    onde JL observava atrás.

    - Solte-a!

    O general se aproximou, no mesmo instante em que o vidro que separava os dois se

    quebrou em pequenos cacos imperceptíveis. Valter levou uma das mãos ao rosto

    protegendo os olhos, fazendo Carter franzir o cenho e correr em direção ao general.

    - Por que fez isso?

    - Eu não fiz nada!

    Ambos ficaram em silêncio, e giraram os calcanhares, olhando para trás, onde o médico

    que portava a seringa teve seu corpo arremessado longe.

    Carter respirou fundo, observando atentamente as brechas, por onde podia se aproximar.

    - CARTER NÃO SE ATREVA!

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    JL gritou, mas isso não chegou nem perto de impedir Carter a correr em direção à maca.

    Valter impediu um dos seguranças de se aproximar, fazendo Carter saltar em direção a

    Amy.

    Carter a segurou no mesmo momento em que o teto do prédio foi desintegrado, fazendo

    um vento absurdo tomar conta do local. Os médicos correram para fora, fitando o céu

    negro que já começava a trazer chuva. A maca foi lançada para cima, fazendo Carter

    segurar os braços ainda presos de Amy da maca.

    - AMY OLHA PRA MIM!

    Carter gritava fazendo Amy o olhar frustrada, com os longos cabelos balançando com o

    vento.

    - Você que fez isso...

    Ela não estava como da última vez. Parecia estar apenas triste, magoada, assustada... A

    outra face de Amy que Carter não conhecia.

    - Foi preciso. – Carter falou sério, fazendo a loira franzir o cenho.

    - Eu não quero estar aqui Carter. Eu não sei o que essas pessoas querem comigo...

    Como ela não sabia? Como ela parecia não entender nada do que estava acontecendo? –

    Eram perguntas que Carter se fazia, e que ele mesmo não encontrava qualquer resposta.

    - Estou cansada.

    Ela sussurrou, fechando os olhos como se fosse adormecer profundamente. Mas ao invés

    disso, um imenso trovão atingiu o lado do prédio, fazendo a chuva grossa começar a cair.

    - Eu posso te ajudar. – Carter sussurrou, fazendo Amy erguer a cabeça e o fitar de forma

    raivosa.

    - Eu não confio em você... Mas eu não aguento conviver com isso.

    Sem nem conseguir ter alguma reação, os braços de Amy foram soltos da cadeira, fazendo

    ela segurar o rosto de Carter com as duas mãos e olhar profundamente em seus olhos.

    Carter fitou seus lábios, que tentavam dizer alguma coisa, no mesmo instante em que

    imagens surgiram em sua cabeça.

    “Passos eram ouvidos pelos corredores do colégio. A aula estava acontecendo

    normalmente. A porta foi aberta, onde um garoto de 15 anos parou em frente à

    classe portando duas armas. Os alunos com idade entre 14 e 16 anos se

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    apavoraram, tentando correr de um lado para outro... Sem chances de escapar ou

    qualquer de sobreviver. O garoto atirou. 25 mortos”.

    Carter fechou os olhos, e os abriu novamente, onde agora Amy o fitava com lágrimas nos

    olhos. A maca foi pousando lentamente no chão... O vento foi se acalmando, e a chuva já

    não se fazia presente. Carter segurou o corpo de Amy após a mesma pousar no chão,

    fazendo a garota olhar em seus olhos.

    - Você consegue ver?

    Ela sussurrou, onde logo depois foi atingida por um tranquilizante, que saíra da arma de

    Cecilia. Os médicos se aproximaram assim como Valter, fazendo Carter a largar

    novamente na maca e se aproximar do pai.

    - O que aconteceu Carter? – JL falou preocupado, analisando o filho precisamente.

    - Pai... Estou bem!

    JL respirou fundo, abraçando Carter logo em seguida. O moreno não retribuiu... Na

    verdade aquelas imagens não saiam de sua cabeça. O que foi aquilo? O que Amy queria

    mostrar? O que era pra ele ver?

    Carter se afastou do pai, mas antes de sair pela porta fitou o mesmo. Onde JL se

    aproximava de Valter.

    Pensou em contar o que havia visto... Mas o que seu pai faria a respeito? Se aquela visão

    fosse o que imaginava, as coisas seriam completamente diferentes. A vida todos estaria

    prestes a mudar.

    ...

    As cortinas balançavam com o vento. A janela de vidro possuía grandes rachaduras, e o

    quarto estava quase completamente destruído. Seu corpo era tomado por uma energia

    negra e enraivecida, enquanto seus olhos azuis fitavam a janela em sua frente... Onde namais calada imensidão, a parte de cima do prédio há poucos quilômetros de onde estava,

    havia sido completamente destruída. Seu punho manchado de sangue fazia sujar o piso

    branco, enquanto seus dentes trincados de ódio torciam para que alguém entrasse no

    quarto, para que ele pudesse acabar com sua angustia.

    Os músculos de seu corpo quase nu se contraíram de forma voluntária, fazendo em seus

    olhos assassinos brotar o mais profundo desejo de vingança e ódio. Seu coração doía, e

    dessa vez, Caio não teria piedade.

    - Estou indo Amy.

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    Notas Finais

    Capítulo & - rmãos

    O dia amanheceu nublado. O relógio não marcara nem 08h e a ala 10 já estava em

    treinamento. Mais aproximadamente no salão de trás, um grupo de garotos se exercitava,

    correndo, fazendo flexões e treinando tiros. No canto esquerdo, um garoto de cabelos

    negros e olhos verdes cintilantes erguia o corpo em uma das barras de ferro, deixando

    seus músculos a amostra. Seus pensamentos estavam longe... Mas precisamente em tudo

    que havia acontecido no dia anterior. Aquela visão... Aquele poder... Aquela garota. Que

    inferno chamativo e tentador ele tinha diante de si.

    - Trent?

    Aquela voz suave o despertou de seus pensamentos. O fazendo fitar a garota em sua

    frente. Ela possuía os cabelos negros cacheados que caiam na altura de seus ombros. O

    corpo magro e delineado, evidente atrás de um rosto comum, mas marcado pelos seus

    lábios carnudos.

    - Val, como vai?

    Carter soltou-se das barras e se colocou em sua frente, deixando o suor escorrer pela

    face. Valkiria sorriu, levando umas das mãos ao abdômen definido de Trent.

    - Estou ótima. Onde esteve ontem? Procurei você em todos os cantos.

    - Fui ver meu pai. – Carter sussurrou, tentando não prolongar mais o assunto. Mas sabia

    que iria despertar a curiosidade de Valkiria.

    - E o que foi fazer lá?

    - Não importa. – Respondeu seco. – Não quero falar sobre isso.

    Carter caminhou em direção ao banco, tomando quase toda a garrafa de água que estava

    obre o mesmo.

    - Você anda muito estressado, precisa relaxar mais.

    Aquelas palavras não foram ouvidas por Carter. O moreno apenas ergueu o olhar, fitando a

    expressão fria que o atingia em cheio.

    Sentado no banco mais a frente, Caio o fitava de forma vingativa, cruel... Como se aqualquer momento fosse arrancar sua cabeça. O moreno largou a garrafa de água no

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    chão, encarando a face de Caio, que agora se levantava na cadeira. O loiro levou as duas

    mãos aos bolsos, fazendo Carter sorrir.

    - Val... – Valkiria parou de falar com o chamado de Carter, fitando o garoto loiro mais a

    frente. – Saia.

    Valkiria correu para o lado em segundos, no mesmo instante em que Caio aparecia ao

    lado, dando um soco em Carter e o jogando longe. O moreno levantou, colocando a

    mandíbula deslocada no lugar e procurando Caio, que agora havia desaparecido.

    - Estou aqui.

    Caio apareceu em sua frente, dando um soco em seu estomago, o fazendo voar a metros

    de distancia. Carter cuspiu sangue, sentindo seu coração acelerar... Que poder absurdo.

    - O que você foi fazer lá? – Os lábios de Caio pingavam de sangue à medida que o loiro

    cravava os dentes no mesmo. Carter percebeu o tamanho de sua raiva, se afastando

    poucos metros. – RESPONDA!

    O loiro se lançou contra Carter, chutando seu rosto já ensanguentado com movimento

    rápido. Carter caiu, levantando logo em seguida calmamente. O mesmo cuspiu o sangue

    de sua boca e sorriu.

    - Não se preocupe Caio... Não machucamos muito ela. Ainda...

    Caio se enfurecera, porém antes que pudesse correr até Trent, um anuncio gigante parou

    o lugar. Fazendo todos os olhares se voltarem para a enorme tela que acabara de sair de

    uma das paredes. Os dois fitaram a mesma, assim como todos os conjuradores da ala.

    “ Hoje, começamos o dia com uma das piores tragédias que o país já presenciou.

    No condado de Jefferson, no Colorado, dois estudantes entraram na sala de aula, e

    atiraram sem piedade em vários alunos e professores.

     Ao todo uma professora e 24 crianças morreram, na manhã que vai ficar conhecia

    como o Massacre de Columbine.”

    A tela foi desligada, fazendo um silêncio absoluto tomar aquele lugar. Todos se fitavam

    chocados, enquanto Caio apenas se sentara na cadeira mais atrás.

    - Isso aconteceu na manhã passada. – Delgado se manifestou aparecendo na parte de

    cima do salão, fazendo todos se colocarem em sua frente. – São coisas assim, que nós

    vamos conseguir impedir. São coisas assim que é nossa obrigação não deixar que nunca

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    mais ocorra. Está na hora de mudar... Por isso vamos começar um novo tipo de

    treinamento. Preparem-se.

    Delgado desapareceu da mesma forma que entrou, enquanto Caio fitara a face de Carter,

    que agora mantinha o cenho franzido e o punho levemente cerrado. Carter definitivamente,

    não havia gostado do que ouviu.

    Caio respirou fundo, levantou-se da cadeira e saiu do salão, tentando deixar o que ouvira

    para trás. Ele tinha que seguir seu plano... Ele tinha que conseguir resgatar sua irmã.

    ...

    A porta de seu quarto foi aberta e fechada logo em seguida após o loiro passar. Ele largou

    tudo o que havia conseguido em cima de sua cama, observando atentamente para ver se

    não estava sozinho.

    O relógio marcou 20h quando as luzes se apagaram. Caio abriu os olhos após a

    checagem, fazendo o segurança não desconfiar de nada. Ele levantou, vestiu a roupa que

    usava nos treinamento de Valter, colocou tudo o que precisava nos bolsos armazenados e

    saiu.

    Caminhou se dificuldade para fora dos dormitórios, descendo as escadas precisamente.

    Escondeu-se atrás da porta, no instante em que a câmera parou no corredor por onde

    passaria.

    - Se concentra Caio.

    Sussurrou para si, passando calmamente em direção à porta. O loiro encostou-se à

    fechadura automática, roubando a energia da mesma e desligando-a. Caminhou em

    direção à porta de saída, e fazendo o mesmo, indo logo em seguida em direção ao muro,

    escondendo sua presença para ninguém perceber.

    - É agora ou nunca.

    Caio correu com todas as forças, saltando em direção à cerca, e segurança nos fios de

    alta tensão, que como o esperado, não o atingiram como fariam com qualquer outra

    pessoa.

    O loiro sorriu, pulando em direção ao outro lado do muro, e tendo seu sorriso

    desmanchado, após uma luz forte mirar onde ele estava. Suas pupilas se dilataram ele

    desapareceu, correndo com todas as forças em direção ao prédio onde acreditava estar

    Amy.

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    O alarme tocou por todos os lugares, fazendo os conjuradores despertarem, assim como

    Delgado. Em menos de dois minutos, todos já estavam reunidos na sala de operações,

    fazendo Delgado bater na mesa, irritado.

    - COMO ELE ESCAPOU? – Delgado foi em direção a um dos seguranças que apenas

    abaixara a cabeça. – Eu mandei o ficarem vigiando 24 horas.

    - Senhor, não sabíamos que ele tentaria escapar. – Foi apenas o que o segurança

    conseguiu dizer antes de ter seu peito perfurado por dois tiros.

    Delgado respirou fundo, deslizando a mão por seus cabelos.

    - Trent, reúna a sua equipe, quero um esquadrão atrás dele imediatamente! – Trent

    concordou com a cabeça, fazendo todos saírem. – Eu quero ele vivo, entenderam?

    ...

    A velocidade de Caio era impressionando, fazendo em pouco tempo o loiro chegar em

    frente ao muro dando de cara com alguns seguranças. Um frio atingiu sua nuca, fazendo o

    loiro saltar pra longe, no mesmo instante em que uma granada foi detonada onde ele

    estava. O loiro olhou para trás, fitando Valkiria que carregava uma arma – parecida com

    uma bazuca – Em sua mão direita. A arma era gigante, mas para ela parecia não ter peso

    algum. A garota sorriu, atirando varias vezes em Caio, fazendo o mesmo desviar e

    aparecer ao seu lado rapidamente, tocando em seu braço. Valkiria caiu desmaiada,

    fazendo Caio fitar os outros conjuradores logo atrás.

    O loiro correu em direção ao portão novamente, pulando sobre o mesmo e desacordando

    todos os seguranças que tentavam fazer algum movimento.

    Carter franziu o cenho.

    - Delgado! – Carter falou em seu comunicador. – Ele sabe onde ela está! Está tentando

    chegar até ela!

    - NÃO DEIXE TRENT! O IMPEÇA DE QUALQUER MANEIRA!

    Carter se tele transportou para mais perto, conseguindo ver o rosto de Caio, que parecia

    querer matar qualquer um que se aproximasse. E sim, Carter já viu esse olhar antes.

    - JUAN! DESACELERE-O!

    Juan, um menino mais robusto fechou os olhos, fazendo Caio sentir todo seu corpo

    amolecer. Carter apareceu em sua frente, o dando um chute fazendo Caio cair no chão.

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    Caio ergueu o corpo, escondendo sua presença e aparecendo atrás de Juan, com os

    olhos completamente negros.

    O coração de Trent pareceu sair para fora da boca, ele não conseguiu ter qualquer

    reação... Apenas viu seu amigo fechar os olhos, no mesmo instante em que a mão de Caio

    perfurou seu peito, segurando seu coração com força e o esmagando. Os olhos de Caio

    continuavam negros após o corpo de Juan cair morto no chão, mas ele não tinha sequer

    uma expressão significativa na face.

    O loiro desapareceu, correndo novamente em direção ao prédio. Trent se aproximou do

    corpo de Juan, fitando seu coração esmagado com ódio nos olhos. Por fim, virou-se em

    direção ao prédio, e correu, fazendo os conjuradores fazerem o mesmo.

    ...

    Era a terceira ligação que Cecilia atendia de JL que estava a caminho do lugar. A mulher

    observava Amy presa no quarto calmamente como se nada tivesse acontecido. A garota

    dormia encolhida na cama, parecendo ter leves pesadelos, pois acordava a cada minuto.

    - Ele entrou.

    Cecilia confirmou pelo rádio e correu em direção a porta para fechá-la. Porém, antes que

    pudesse uma figura de lindos cabelos loiros e olhos azuis cobertos por uma fúria negra

    pararam em sua frente. Ela recuou, mas antes que pudesse acionar o botão para avisar

    que Caio estava em sua frente, o mesmo lhe agarrou o pescoço, tirando-a do chão.

    - Caio, não faça isso. – A mulher perdeu o ar, levando uma das mãos até o pulso de Caio,

    tentando inutilmente soltar-se.

    - Onde ela está? – Caio abriu um pouco seu punho, permitindo Cecilia respirar.

    - Sabe que não posso dizer.

    - Então você não me serve. – O garoto franziu o cenho.

    - Vai me matar?

    - Não era isso que vocês queriam? Transformar-me em um assassino? – Caio mordeu os

    lábios inferiores, os fazendo sangrar. – Todas aquelas torturas e testes não foram pra isso?

    - Você nasceu com um dom Caio... E não espere que a companhia deixe uma pessoa

    como você a solta. Treinamos você para ser uma arma, e pelo visto treinamos bem. –

    Cecilia sorriu, porém o punho de Caio não a deu chances de ter outra expressão sem ser

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    de agonia. Seus olhos avermelharam, sua vista foi ficando mais escura. – Eu falo... Por

    favor...

    Caio a largou no chão, fazendo Cecilia tossir como se seus pulmões fossem sair pela

    boca. Por fim, ela olhou para a face de Caio, impaciente.

    - Desça por aquela escada... -Cecilia apontou para uma porta quase que imperceptível,

    fazendo Caio a fitar. – Vai passar por várias portas. Sua irmã está na última.

    Nenhuma palavra mais foi preciso ser dita. Caio desapareceu com sua velocidade,

    roubando as energias das portas, e as abrindo, uma por uma. Olhou em seu relógio e após

    a última porta aparecer acionou um alarme no mesmo, caminhando em direção a grande

    porta de ferro.

    ...

    - VAMOS LOGO! – Trent gritava, chegando até onde Cecilia ainda estava caída. – Cecilia...

    Onde ele está?

    - Ele desceu.

    Os conjuradores correram em direção as escadas, enquanto Cecilia se apoiara em uma

    das pernas, conseguindo erguer o corpo para sentar na cadeira logo atrás.

    - Cecilia, o que aconteceu?

    JL aparecia rapidamente correndo pela porta com quase dez seguranças em sua volta. A

    mulher respirou fundo, olhando raivosa para o presidente.

    - Caio está aqui... E ele está com Amy.

    A expressão de JL mudou de assustado para inconformado, sentindo seu rosto formigar

    em ataque de fúria. Cecilia apoiou a cabeça no encosto da cadeira e fechou