[os rancheiros solitários 01] - uma herdeira em apuros

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Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros

Capítulo Um Capítulo Um Capítulo Um Capítulo Um

Com os sapatos na mão, Anastasia Deveraux apertou seu corpo

contra o muro de tijolos e esperou que sumisse o embaçado das lentesde seus óculos. – Não devo olhar para baixo – sussurrou para si mesma quando as

lentes terminaram de desembaraçar. – Pode fazê-lo se não olhar parabaixo.

Fechou os olhos e tratou de juntar toda sua coragem. Como ela,uma inteligente e nada aventureira bibliotecária, podia estar na cornijade uma janela, a quatro andares de altura, na fachada do hotel RegalSuítes de São Luis? E ainda por cima, a meia-noite, nem mais nemmenos.

Olhou para sua esquerda e comprovou que, além disso, não tinhacomo voltar atrás. Se retornasse estava perdida. Sua única opção eracontinuar até o seguinte balcão.

Respirou profundamente e se concentrou em alcançar a plataformaque tinha à direita. Mas as afiadas pontas dos tijolos que tinha detrásse engancharam com uma mecha de cabelo e lhe rasgaram a blusa deseda e as meias.

O frio vento de fevereiro a fez estremecer... Amaldiçoou sua falta deprevisão. Deveria ter agarrado seu casaco e sua bolsa antes de escapar

da habitação. Mas não o tinha feito e não tinha nenhum sentido ficarlamentando agora.Quando, finalmente, notou o frio metal do corrimão sobre seu

quadril, estendeu a mão e se agarrou a ela com desespero. Sua avó jamais a perdoaria se encontravam seu corpo no lixeiro de abaixo. Seriatremendamente indigno. As mulheres Whittmeyer, mesmo que tivessemo sobrenome Deveraux, não podiam perder a dignidade, jamais.

– Me perdoe, avó – sussurrou Anastasia. – Mas não há modo dignode poder fazer isto.

Saltou por cima do corrimão, caindo de mal jeito sobre o chão dobalcão. Ignorou a dor de seu joelho e das palmas das mãos e ficou empé.

Havia luz na habitação e rezou por ter chegado a uma suíte queestivesse ocupada. Só esperava que o inquilino não estivesse dormindo.

Respirou profundamente e bateu no vidro da porta ansiosa porentrar.

Se Patrick retornasse, sentiria falta dela e se viesse em mente sairà janela, ele a veria. Bateu de novo, ainda com mais energia. Uma vozamaldiçoou no interior da habitação, mas a imprecação foi seguida deum profundo silêncio.

– Por favor, me deixe entrar! – disse Anastásia com pânico

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crescente. – De onde demônios fala? – perguntou a voz masculina. – Do balcão. Por favor, apresse-se – acrescentou Anastásia,

olhando com nervosismo ao balcão da habitação contígua.

As cortinas foram abertas com ímpeto e Anastasia viu umespetacular cavalheiro de olhos azuis e torso musculoso, que vestia tãosomente uma leve toalha à cintura. Uma suave mecha de cabelo negrolhe caía sobre a frente, suavizando a dureza de seu rosto formoso eanguloso.

– Que demônios você está fazendo aí? – disse ele ao abrir a porta.Ela deixou os sapatos sobre o chão e deu um passo para trás. Mas

tropeçou ligeiramente, cambaleando-se. Ele se apressou a sujeitá-la. – Cuidado, princesa! – disse ele com uma voz profunda e sensual, –

A menos que seja um anjo e tenha asas não acredito que a queda livredaqui vá ser muito agradável. – Não – disse Anastasia negando com a cabeça. – Não tenho asas –

olhou por cima do corrimão. – E não acredito que fosse umaaterrissagem fácil.

O homem a empurrou brandamente para o interior da habitação. – Já está a salvo – disse-lhe, com um tom de voz muito mais

delicado que ao princípio.Ela estremeceu. Mas não estava segura de era pelo frio ou pelo

insinuante som de seu timbre barítono. Tampouco podia evitar aimpressionante exibição de músculos de que fazia ornamento seuanfitrião. Parecia tirado de um daqueles calendários que Tiffany, queseu ajudante na biblioteca, tinha posto na habitação de pessoal. A idéiade que aquele homem não levasse nada debaixo da toalha lhe provocououtro calafrio.

– Está completamente gelada – disse-lhe, interpretando mal suareação. Agasalhou-a em seus braços.

– Obrigada... obrigada por me deixar entrar.

– Há quanto tempo estava aí fora? – Não estou certa – disse. Tinha perdido a noção do tempo. – Cinco

ou dez minutos.Enquanto seguia pensando no tempo que tinha permanecido fora,

de repente reparou em que ainda permanecia abraçada a aqueledesconhecido.Pousou as mãos sobre seu peito bem desenvolvido e seafastou. Mas uma marca de sangue fez que se detivera.

– Me deixe ver – ele pediu. Tomou suas mãos e as observoupreocupado. – O que aconteceu?

– Devo ter me machucado ao saltar o corrimão. – Como chegou até meu balcão?

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– Caminhei... pela cornija.Ele insistiu que ela sentasse e viu as feridas de seus joelhos.

– Meu Deus! Tem cortes por toda a perna!Antes que ele pudesse lhe sugerir que tirasse as meias, uns golpes

soaram na porta.Ela se levantou assustada.

– Espera alguém? – perguntou Anastasia.Ele olhou à porta.

– Não – disse e se encolheu de ombros. – Mas tampouco esperava avocê.

– É Patrick – disse com terror. – Não pode me encontrar aqui. Tenho que partir.

Brant Wakefield observou como aquela mulher procurava comdesespero um lugar por onde escapar. Estava tão aterrorizada que, semdúvida, voltaria para o balcão se não lhe desse uma alternativa.

– Tranqüilize-se. Não sei quem é esse tal Patrick nem por que fogedele, mas não te vou delatar. Sente-se tranqüilamente que eu me ocupodele – encaminhou-se para a porta. – Quando voltar vou curar essasferidas.

Saiu da habitação em direção à pequena sala da suíte e fechou aporta. Assim que se livrasse do intruso, ia fazer algumas pergunta a sua

inesperada visitante.Um novo golpe na porta voltou a soar, desta vez com mais força. Aoabrir se encontrou com um desses tipos de terno que lhe inspirava tãopouca confiança.

– Que demônios quer? – perguntou com muito maus modos.O intruso deu um passo para trás.

– Sinto incomodá-lo, mas estou procurando a minha noiva –mostrou-lhe uma foto. – Possivelmente a tenha visto.

Pensou em uma boa desculpa e aproveitou de sua meio nudez paraafastar aquele chato de seu lado.

– A única mulher que vi ultimamente é a que está no dormitóriome esperando para que tire suas meias – ele disse insinuando ainterrupção de um jogo amoroso. – Estava a ponto de tirar quando vocêchamou.

O intruso sorriu. – Vou deixar que você volte para seu entretenimento – disse-lhe.

Em seguida tirou um cartão da jaqueta e escreveu um número na partetraseira. – Aqui tem meu número de habitação e meu nome. Se vir a

uma mulher de aspecto normal, vestida com uma saia de cor caqui euma camisa branca, me chame.

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Pode ser que sua prometida não fosse uma rainha de beleza, mas,sem dúvida, merecia por parte de seu noivo um qualificativo melhor queo de «normal».Fechou a porta e retornou ao dormitório. Ao entrar nãoviu ninguém.

– Tem alguém aí? – perguntou desconcertado. Teria voltado para fora no balcão? A dúvida o inquietou. Embora

não conhecesse aquela mulher, a possibilidade de que lhe acontecessealgo não o agradava. A porta do banheiro se entreabriu levementenaquele momento.

– Já se foi? – sussurrou. – Sim, foi e, se não me engano, não vai voltar a nos incomodar ao

menos esta noite.Ela abriu a porta, ficou no vão com olhar indeciso. Com aqueles

óculos de bordas negras e aqueles olhos verdes assustados, recordava asua professora de primeiro ano do primário, a senhorita Andrews. Aprofessora olhou ao Brant com idêntica perplexidade quando, à tenraidade de seis anos, tinha tratado de convencê-la de que ele não tinhaintroduzido o grilo no vestido do Susie Parker, mas sim o peralta insetotinha chegado até ali por si só.

– Por que sabe que não vai voltar? – Porque lhe deixei bem claro que não queria ser incomodado –

encolheu os ombros e sorriu. – Não é minha culpa se ele quis acreditarque estava me divertindo com uma «coelhinha».

– O que é uma «coelhinha»? – perguntou enquanto sacudia acabeça e se encaminhava para a porta. – Não me diga!. Acredito que jásei.

Brant seguiu-a até a sala de estar. Ela soltou o coque que lheprendia o formoso cabelo loiro, deixando-o livre. Parecia mais jovem.

Também notou que tinha tirado as meias. Engoliu seco e tratou dedesviar sua atenção de suas pernas bem formadas e suaves.Surpreendeu-se ao ver que tinha as unhas dos pés pintadas de umvermelho intenso. Parecia que não combinava, tendo em conta que oresto de seu traje era tremendamente conservador.

Finalmente, decidiu que não era seu assunto a cor das unhasdaquela senhorita, nem que escondesse umas pernas de sonho debaixodaquela saia muito grande.

– Sente-se um momento enquanto me visto e, depois, vou dar umaolhada neste esse joelho machucado. Ela assentiu e se sentou no sofá.Logo o olhou fixamente durante uns segundos.

– Não quero ser curiosa, mas vi uns potes de pintura no banheiro eme perguntei se é ator ou algo assim.

– Não exatamente. Trabalho nos rodeios. Estou na cidade este fimde semana no PBR.

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– O que é isso? – O encontro de profissionais do rodeio. – Soa muito interessante... seu nome... – Brant Wakefield. – Eu sou Anastasia Deveraux – disse ela em um tom extremamente

educado. – Prazer em conhecê-la – estreitou-lhe a mão e, no mesmo instante

em que tocou sua palma, uma forte corrente elétrica se produziu entreambos. Incapaz de falar, ele se separou dela, deu meia volta e entrou nodormitório. Mecanicamente, vestiu-se e logo pegou no estojo de primeirosocorros o essencial para curá-la. Mas ao retornar, deteve-se em seco aovê-la acorçoada no sofá e tremendo incontroladamente.

Ficou um nó no estômago e se amaldiçoou por não ter lhe dadouma manta. Aproximou a mesa e colocou a maleta de primeirossocorros. Logo começou a lhe esfregar os braços de cima a baixo.Suspeitava que aquela reação tinha mais que ver com o que lhe acabavade passar que com a temperatura ambiente,

– Vou trazer algo para te cobrir. – Obrigada – disse ela.Em questão de segundos, já estava coberta por uma grosa jaqueta.

– Isto te ajudará a esquentar. – ajoelhou-se diante dela, levantou asaia e tratou de evitar a liga que pendia a poucos centímetros de suamão.

– Importaria de me contar o que, exatamente, te aconteceu? – Não acredito que seja boa idéia.Brant parou de cuidar dela e a olhou fixamente.

– Pode confiar em mim – disse-lhe, com os olhos cravados nos dela. – Só quero te ajudar.

– O que te faz pensar que tenho problemas? – Você arriscou sua vida caminhando por uma cornija para chegar

à habitação de um desconhecido. Não acredito que o fizesse só portomar ar – fechou a garrafa de anti-séptico e tirou um ungüentoantibacteriano. – por que não começa por me explicar por que foge deseu noivo?

– Senhor Wakefield... – disse, passando repentinamente a serformal, como se queria pôr distância.

– Nós já estávamos sendo informais – ele a lembrou. – Brant, está sendo muito amável comigo – ela disse e ele notou

que ao escutar o som de seu nome dito por sua voz harmônica sentia

um comichão no estômago. – Mas acredito que será melhor que não semeta em tudo isto.

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– Muito tarde. Já me meti. – Ela o olhou duvidosa. – Patrick Elsworth, que se diz meu noivo, me ameaçou.Ele tratou de concentrar-se na história da que estava fazendo

parte, em vez de prestar atenção aos inexplicáveis sentimentos que

despertavam nele àquela desconhecida. Afinal, Anastasia Deveraux nãoera seu tipo: era refinada e culta, diziam suas maneiras, sua forma defalar e sua roupa. Inclusive seu nome.

Ele, por sua parte, podia se considerar um triunfador, com umaesplêndida conta bancária e um imponente rancho. Mas não era, paranada, refinado. Além disso, ela estava comprometida com aqueladoninha vestido com terno de jaqueta. Brant não era dos que se metiano terreno de outro homem, embora o tipo em questão não merecessenem o mais mínimo respeito.

– O melhor seria que eu encontrasse um modo de escapar do hotelsem te envolver em tudo isto – continuou ela.

– Sei cuidar de mim mesmo – ele disse, enquanto desenrolava agaze e a colocava ao redor do joelho. – Dou minha palavra de que esseseu noivo terá que ver-se comigo se puser uma mão em cima de você,Annie.

Anastasia respirou profundamente. Era a primeira vez, desde aprematura morte de seus pais, quando ela contava com só cinco anos,que alguém a chamava assim: Annie. Sentiu uma profunda tristeza.Apesar de que tinham acontecido dezenove anos antes, ainda sentiafalta deles. Respirou fundo para desterrar aquela sensação de pena evazio. Não tinha sentido perder o tempo pensando no que poderia terser sua vida em outras circunstâncias. Ao menos isso era o que diziasua avó e, o que sua avó Carlotta Whittmeyer, considerava correto, era.Ninguém se atrevia a contradizê-la.

Voltou sua atenção ao homem que cuidava de suas feridas.Observou-o uns segundos. Parecia de confiança, e a verdade era quenecessitava, desesperadamente, alguém em quem confiar.

– Não sei por onde começar. – Pelo início? – sugeriu Brant.Seu sorriso a animou a narrar sua história.

– Patrick é o contador de minha avó – começou a dizer Anastasia. – Foi assim que se conheceram? – Ela negou com a cabeça. – Não. Ele vinha regularmente à biblioteca em que trabalho. Foi

assim que me pediu que saíssemos para jantar faz aproximadamenteum ano.

– E está saindo com ele desde então? – Sim – disse ela. – Mas, antes de tudo, quero esclarecer que

Patrick não é meu noivo.

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Capítulo Dois Capítulo Dois Capítulo Dois Capítulo Dois

Brant olhou o imponente brilhante que levava Anastasia na mãodireita.

– Então, o que é isso? – perguntou, assinalando o anel. – Que eusaiba uma pedra como essa significa algo.

– De fato é o anel com o que Patrick tratou de me comprometer.

– E você ficou o anel, mas não se comprometeu.

– Exato.

Aquela explicação carecia de toda lógica. A menos que, emrealidade, ela fosse... Tinha roubado aquela cara peça? Como se lhetivesse lido a mente, respondeu.

– Se está se perguntando se eu sou uma ladra, a resposta é «não».Em realidade este anel pertence por direito a minha avó.

Aquilo acabou de confundir Brant.

– Quer dizer que esse tipo deu a você um anel de compromisso quepertence a sua avó, mas que não aceitou se casar com ele.

– Exatamente.

– Está segura de que contou toda esta história desde o começo? –perguntou ele. – Porque, se for assim, acredito que você tenha se

esquecido de algum detalhe.

Ela baixou a saia até cobrir os joelhos, impedindo-o de olhar suasimpressionantes pernas.

– Bom, eu estive saindo com o Patrick durante um ano...

– Até aí o entendi – disse Brant.

– Estávamos nos vendo há uns meses, quando Patrick começou adar a minha avó alguns conselhos para investir seu dinheiro. Logo emseguida, minha avó despediu o senhor Bennett, quem tinha cuidado desuas contas durante anos, e contratou o Patrick. A princípio tudo ia

bem mas, de repente, comecei a notar umas mudanças nele. Brant recolheu o estojo de primeiro socorros.

– O que tinha mudado? – A princípio não era óbvio, mas, pouco a pouco, passou a ser.

Começou por usar roupa mais cara. Eu acreditei que tivesse conseguidonovos clientes. Mas em questão de dois meses substituiu seu carro porum BMW, comprou uma casa em um dos bairros mais caros e adecorou com antiguidades e peças de arte. Logo me dava conta de queseu estilo de vida não correspondia com o de um pequenoadministrador que tinha começado uma empresa em uma cidade tãopequena como a nossa.

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– Não são de São Luis? – Não. Vivemos em uma pequena cidade chamada Herrín

(Ferrugem), em Illinois, com uma população em torno dos dez milhabitantes.

O sentido comum dizia ao Brant que, efetivamente, demorava maisde um ano em construir um negócio com semelhantes lucros. – A verdade é que soava francamente suspeito.Ela não parava de girar o anel em seu dedo.

– Até esta noite só tinha suspeitas, mas agora tenho algo mais. – Provas?Ela se mordeu o lábio inferior antes de responder.

– Não, provas não.

– Então, como pode estar tão segura de que é um ladrão?Ela se levantou e começou a passear de um lado a outro da

habitação. – Sei que Patrick esteve enganando a minha avó, porque ele mesmo

me confessou isso. – Está me dizendo que esse idiota, depois de aceitar que estava

roubando a sua avó, pediu que se case com ele? – Sim.

Ele negou com a cabeça. – Esse idiota necessita que alguém lhe dê um castigo.Anastasia deixou de mover-se de um lado a outro.

– Isso foi, exatamente, o que eu pensei – respondeu ela. – Oproblema é que, quando lhe disse que morreria antes que me casar comele, me disse que isso era fácil de solucionar.

Brant a olhou surpreso. – Esse tipo te ameaçou?

– Sim. – Acha que falava a sério?Ela assentiu.

– Temo que sim – respondeu ela. – Está desesperado.Brant se alarmou. Arrependia-se de não ter quebrado a cara deste

animal quando esteve frente a ele. – Você tem que ir à polícia. – E o que lhes digo? – perguntou ela. – Embora tenha admitido

diante de mim que está extorquindo a minha avó e tenha me ameaçado,não tenho nem provas nem testemunhas. Se as autoridades o

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interrogassem, negaria tudo. Seria sua palavra contra a minha. – Se já sabia que esse homem era um rato, o que fazia em sua

habitação? – Tenho me feito a mesma pergunta cem vezes desde o jantar –

respondeu ela desgostosa. – Concluí que foi imaturidade ou necessidadee, neste momento, inclino-me mais pela segunda. – Você é muito dura consigo mesmo, Annie – disse Brant,

deslizando a mão por suas costas para apaziguar a tensão. – O certo é que, minha avó tem duas contas bancárias aqui em São

Luis e, quando Patrick me disse que tinha uma entrevista aqui com odiretor do banco, pensei que era minha oportunidade de averiguar algo.

– Suponho que não encontrou nada. – Não, claro que não, porque essa entrevista nunca aconteceu –

fechou os olhos e agitou a cabeça. – Não foi mais que um modo de meenredar para que viesse com ele até aqui. Conforme me confessou,sabia que eu começava a suspeitar e que era só questão de tempo queeu contasse para minha avó. Assim me comprou um anel decompromisso com o dinheiro de minha avó; tinha a intenção de mepedir em matrimônio.

Brant a olhou confuso. – No que ia ajudar estar casado contigo? Poderia, apesar de tudo,

denunciá-lo e levá-lo aos tribunais.

Anastasia abriu os olhos. – Patrick sabe que minha avó jamais faria uma denúncia ao marido

de sua neta. Seria um escândalo. Algo que possa macular a famíliaWhittmeyer tem que evitar-se a toda costa.

Brant notou certo tom de amargura em suas palavras. Sentiuraiva. Como podia aquela mulher sacrificar a felicidade de sua neta sópelo bom nome da familiar? Separou-se dela e colocou as mãos nobolso, antes de fazer algo tão estúpido como tomá-la em seus braçospara reconfortá-la. O problema era que não estava seguro de ser sóconsolo ou alívio o que queria lhe dar. Aqueles sentimentos eramridículos, mais ainda, tendo em conta de que a conhecia de fazia menosde uma hora.

– Por que não chama a sua avó e lhe conta o acontecido? – Não posso, minha avó está viajando, fazendo um tour pela

Europa. A verdade é que não sei nem em que país está. – Não há ninguém mais a quem pode avisar? Seus pais, por

exemplo. – Meus pais morreram faz dezenove anos. Minha avó e eu só nos

temos uma à outra.Anastasia tinha um aspecto tão indefeso e solitário, que ele teve

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que fazer um verdadeiro esforço para não deixar-se levar e abraçá-la. – Como se arrumou para escapar dele? – Patrick tinha ido a recepção para ligar para Las Vegas. Queria

reservar uma capela e comprar os bilhetes de ida. Tinha me deixado

encerrada com chave, por isso saí pelo balcão – teve um calafrio e Brantsupôs que era pela experiência que acabava de viver. – Agora tenho queencontrar alguma prova que o incrimine e me manter oculta durante aomenos uma semana.

– Está claro que não pode voltar para sua casa – disse Brant. –Suponho que será o primeiro lugar aonde vá te buscar.

Ela assentiu. – Seria impossível me ocultar em Herrín. Todo mundo me conhece.

Mas não tenho aonde ir, nem dinheiro. Deixei a bolsa e o casaco no

quarto de Patrick. Tirou os óculos e começou a esfregar entre os olhos. Ao livrar-sedaquelas pesadas lentes o rosto da Anastasia resultou inesperadamenteformoso. Brant teve que fazer um esforço para continuar concentradono tema que os ocupava.

– Não se preocupe pelo dinheiro nem o lugar aonde ir. Você virácomigo.

– Realmente agradeço seu oferecimento, mas não posso te implicarem um assunto como este, que te é totalmente alheio; além disso...

– Acredito que é muito tarde para isso. Já me implicou no instanteem que entrou pelo balcão. – Mas... – Não há «mas». Sei como fazer isto – riu. – Acredite em mim, sei

como te manter a salvo até que sua avó retorne, e é o que vou fazer. – Não posso estar uma semana contigo – protestou ela. – Por que não? – Porque apenas te conheço. Não sei nada sobre você.

Ele assentiu. – Isso é fácil de corrigir. Pode me perguntar o que quiser saber.Ela o olhou fixamente. O certo era que não lhe ocorria nenhuma

pergunta brilhante sobre seu passado nem sobre o presente. Somente aassaltavam quentes pensamentos, mais apoiados em seus olhos azuis eimponente musculatura, que em sua história pessoal. Entre suasdúvidas estava como seria sentir seus lábios regozijando-sesensualmente com os dela, ou a sensação de seu torso contra seusseios.

Anastasia engoliu a saliva e se recompôs mentalmente. Não estavaacostumada a fantasiar com os homens que saía, assim, menos aindacom os que apenas conhecia.

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– Bom... me conte o que quiser sobre você.Ele desenhou um sorriso tão endemoniadamente sexy que em

Anastásia provocou um comichão no estômago. – Já sabe meu nome e minha profissão... – fez uma pequena pausa

para pensar. – Tenho trinta e dois anos e um rancho em Wyoming quedivido com meus irmãos. Quando for muito velho para me dedicar aminha profissão, vou me concentrar na criação de cavalos para rodeios.Alguma outra coisa que queira saber?

Olhou sua mão direita, presumivelmente em busca de um anel. – Sua noiva, estará de acordo em que passe uma semana com

você? – Não tenho noiva. – Tá.Ele sorriu.

– Não se engane. Eu também gosto das mulheres. Simplesmente,não encontrei ainda à adequada.

– Não me tinha ocorrido pensar que... – ela se ruborizou e decidiu,imediatamente, trocar o rumo da conversação. – Como vai me tirar dohotel sem que Patrick perceba?

– Deixe que eu cuide disto – disse Brant. Aproximou-se do telefonee pegou o receptor.

Anastasia não podia acreditar no que estava acontecendo. Aquiloera uma loucura. Como podia estar no quarto de um estranho,planejando permanecer uma semana em sua companhia, fugindo deum possível criminoso e sem nenhuma outra opção razoável a querecorrer?

Observou a seu improvisado anfitrião enquanto discava o número.O certo era que a perspectiva de empreender aquela aventura emcompanhia de um atrativo cowboy, longe de acovardá-la, resultava serinexplicavelmente excitante.

– Olá, Sarah. Sou Brant. Preciso de sua ajuda – disse ao telefone e

fez uma pausa. – Sim, sei que horas são – fez uma careta e se afastou otelefone, tampando o microfone. – Sarah é a coordenadora in situ . Estáum tanto indignada por tê-la despertado à uma e meia da madrugada.

– Possivelmente tudo isto não tenha sido tão boa idéia depois detudo – disse Anastasia para ouvir a voz crispada da mulher através dotelefone.

Brant riu. – Sim, já sei que você vai se vingar por isso. Mas escute, necessito

um favor. Tem que me conseguir um chapéu, uma camisa, uns jeans e

umas botas – voltou-se para a Anastasia, – Que tamanho usa? – Quarenta para roupa e trinta e nove para sapatos.

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– Consegue uma camisa e umas calças tamanho trinta e oito. Também necessito uma jaqueta da mesma talha. Que as botas sejamtrinta e nove.

Assim que pendurou o telefone,Anastasia negou com a cabeça.

– Não posso vestir tamanho trinta e oito. É muito apertado.Ele voltou a desenhar seu sorriso encantador e ela sentiu um

comichão no estomago. – Confie em mim: ficará perfeito.

Brant sorriu satisfeito ao ver a Anastasia sair da habitação. – Uau! Está impressionanteEla o olhou duvidosa por cima dos óculos.

– Não estou segura de que isto seja boa idéia. – Por quê? – Brant não via problema algum. Com a inestimável

ajuda de um tamanho a menos, Anastasia se tinha transformado emuma imponente mulher.

– Estas calças podem ser elásticas, mas me apertam muito, e acamisa está muito justa.

Tinha razão, estava muito justa e marcava seus seios perfeitos comexcessiva precisão. Era fabuloso! Quando ela se inclinou para recolher ochapéu o coração de Brant acelerou, e perguntou-se, se ela por baixodas roupas ela usava roupas limpas. A idéia de que estivesse nua porbaixo fez que sua pressão arterial se elevasse perigosamente.

Afastou os olhos dela e clareou a garanta.

– Essa roupa é perfeita. Vai te camuflar facilmente entre aspessoas e esse maldito Elsworth não vai te reconhecer embora passe aseu lado. Suponho que isso é o que queremos. – Brant assentiu.

– Isso é, exatamente, o que queremos. – Ela começou a prender ocabelo.

– Deixe-o solto e coloque isto – ele a interrompeu, mostrando ochapéu.

– Jamais usei um chapéu.

– Mais razão ainda para que o faça. Pode enxergar sem os óculos?

– Não muito bem. Sou míope e as coisas a certa distância resultamimprecisas.

– Mas não vai bater contra um muro nem nada do estilo.

– Não.

– Então, tire-os – disse ele. – Vou colocá-los em meu bolso e osdevolverei quando já tivermos saído daqui.

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Anastasia tirou os óculos com certas dúvidas e entregou-os.

– Já pensei em colocar lentes de contato. Mas faz tanto tempo queuso óculos que não sei que aspecto terei se os tirar.

Ele sorriu.

– Pode acreditar que ficará ótima – disse ele.

Ela se perguntou se o olhar daquele homem dizia exatamente o queela acreditava estar interpretando. Realmente a achava atraente? Ocoração deu um salto, mas logo recuperou seu ritmo normal. Não podiaser. Estava equivocada em seu pensamento. Com ou sem óculos, jamaistinha sido nem seria uma dessas mulheres nas quais os homensreparavam.

Brant ficou recolhendo o que ficava pela habitação.

– Leve a roupa que vestia antes porque, depois do rodeio, iremosdiretamente ao aeroporto.

Recolheram suas coisas e em uns minutos tudo estava arrumado.

– A que hora começa o rodeio? – pergunto Anastasia.

– Dentro de umas duas horas. Mas temos que ir até o lugar ecomer algo antes que me troque de roupa e pinte a cara.

– A cara?

– Sim. Com as pinturas que viu no banheiro.

Anastasia concordou e obrigou a si mesmo, com grave temor, a sairdo refúgio da habitação. Seu rosto devia ser um reflexo de suaansiedade porque ele rapidamente captou seu estado.

Fechou a porta e a tirou da mão.

– Fique tranqüila, tudo dará certo. – O contato de sua mão erareconfortante e tranqüilizador.

– Brant, realmente agradeço o que está fazendo por mim... – elacomeçou a dizer.

Mas, antes que pudesse terminar, ele soltou o que levava na mão ea tomou em seus braços.

– O que acha que...

– Fique quieta – disse, momentos antes que seus lábios cobrissemos dela.

Capítulo Três Capítulo Três Capítulo Três Capítulo Três

Enquanto Brant beijava Anastasia, tratava, ao mesmo tempo, devigiar ao homem que acabava de sair do elevador. Patrick Elsworth se

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dirigia na direção deles e Brant queria assegurar-se de que nãoreconhecia a Anastasia.

Mas a sensação daqueles lábios suaves e o leve peso daquele corpofeminino contra o seu, lhe impedia de pensar em outra coisa que nãofosse à mulher que tinha em seus braços.

Não podia deixar de beijá-la. A suavidade de seu cabelo e o docesabor de sua boca era um elixir muito potente. Anastasia beijava comoum anjo, enquanto seus seios abundantes pressionavam seu torso,lembrando-o que se tratava de uma mulher com um corpo de sonho. Avirilidade do Brant respondeu em consonância com seus quentespensamentos.

– Bom dia – disse repentinamente Elsworth.

Brant deteve com pesar o beijo, mas manteve Anastasia em seusbraços para evitar que se voltasse ou agisse levada pelo pânico. Ou aomenos foram essas as justificativas que ele deu para si mesmo.

Ao notar que o intruso não se movia de seu lugar, voltou-se paraele com cenho franzido.

– Quer algo? – O homem assentiu.

– Continuo procurando a minha noiva. Suponho que nenhum dosdois a tenha visto.

Brant notou que Anastasia se esticava.

– Como já disse ontem à noite, a única mulher que vi é a que tenho

em meus braços neste instante. Brant notou que o tipo olhava Anastasia de cima a baixo com certa

luxúria. Um sentimento possessivo o levou a deslizar a mão até otraseiro dela para bloquear ao intruso a visão. Mas Elsworth mantinhaseu impertinente olhar fixo em seu objetivo.

– Se Você não é capaz de manter sua mulher ao seu lado, deixe aosque são desfrutarem das deles.

O gesto do Elsworth se transformou em uma careta de raiva, deumeia volta e se afastou.

– Já se foi? – perguntou Anastasia passados uns minutos. – Acredito que sim – respondeu ele. Inclinou-se e agarrou sua

bolsa. – Vamos daqui antes que esse idiota retorne.

Anastasia seguiu Brant até o elevador com as pernas tremulas. Terestado em seus braços e ter notado seu calor tinha lhe causadosensações únicas, que a tinham deixado sem palavras. Mas, semdúvida, tinham sido seus beijos os que tinham provocado que o mundose detivera por uns segundos. Jamais ninguém a tinha beijado assimem seus vinte e quatro anos de existência.

O mais desconcertante de tudo era que as sensações vividas nãotinham desaparecido, mas sim continuavam presentes mantendo alerta

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sua recém despertada libido.

– Preparada para tomar um táxi? – perguntou Brant.

Anastasia olhou de um lado a outro confuso. Não tinha se dadoconta de quando tinham tomado o elevador, nem de quando tinham

saído do hotel. Tinha estado tão absorta em seus pensamentos que nãotinha reparado que Brant já tinha passado pela recepção. Que diaboslhe passavam? Todo seu interior estava agitado, mas, sem dúvida,sentia-se mais viva do que o tinha estado jamais.

– Está bem? – perguntou-lhe Brant, olhando-a preocupado. Posoua mão nas suas costas para guiá-la.

– Isto... Sim, claro, estou bem. Vamos. – Estavam já saindo,quando uma voz os reteve.

– Oi, Brant! Espere – era um homem. – Quero falar com você sobre

meu touro.

Anastasia virou para olhar ao cowboy.

– O touro dele? – perguntou ela com estranheza.

– O touro que vai montar – esclareceu Brant. – A verdade é que istoera a última coisa que eu queria que acontecesse – conforme ia seaproximando o desconhecido, o gesto do Brant ia passando dasatisfação ao mais puro descontentamento. – Pensei que ontem à noitetinham lhe aconselhado que não montasse.

– O médico me disse que posso montar – olhou Anastasia e sorriu.

– Quem é esta formosa senhorita? Anastasia ficou muito surpreendida ao sentir que Brant passava o

braço em seus ombros em um gesto possessivo.

– É Anastasia. Está comigo.

– Prazer em conhecê-la, Anastasia. Eu sou Colt Wakefield, o irmãomenor e mais bonito de Brant.

Estendeu a mão para cumprimentá-la. Sem dúvida, Colt e Branteram irmãos, pois se pareciam enormemente. Tinham o mesmo cabelonegro e aqueles incríveis olhos azuis.

– Encantada – murmurou ela.

– O prazer é meu – disse ele, deixando sua mão na dela mais tempodo que preciso.

– Estávamos a ponto de tomar um táxi – disse Brant claramenteirritado.

– Irei com vocês, e assim pode me dizer o que pensa do BlackMagic.

Enquanto estavam esperando o táxi, Brant mantinha Anastasiapresa junto ao seu corpo, com seu grande corpo protegendo-a do friovento. Embora o sol brilhasse esplêndido, a temperatura era gelada.Não obstante, Anastasia sentia um inexplicável calor.

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– Deveria renunciar ao rodeio de hoje – disse Brant mais como umaordem que como uma sugestão.

– Sabe que não posso fazê-lo, irmão – negou Colt com a cabeça. –Uma renúncia me dificultaria chegar à final.

– A que se refere com «renúncia»? – perguntou Anastasia.

Nesse instante um táxi se deteve e todos entraram. Brant deu suaexplicação no momento em que estiveram em seu assento.

– «Renúncia» é quando um cowboy se nega a montar o touro quelhe atribuíram.

– Meu irmão quer que fique detrás da barreira enquanto BlackMagic sai.

– Escuta, irmãozinho, é a primeira temporada desse touro – disseBrant. – É um touro jovem e imprevisível. Já sofreu uma queda ontem ànoite e não acredito que seja inteligente expor-se a uma lesão grave.

– Mas não poderei chegar à final se renunciar.

– Falta muito até outubro. Pode recuperar os pontos daqui até lá.

– Já perdi a oportunidade de chegar à final o ano passado, quandoFireball me lançou contra a barreira e quebrei o tornozelo – respondeuColt. – Não me vou perder isso este ano por não ter suficientes pontos.

Logo chegaram a seu destino e Colt seguia firme em seu propósitode montar. Saiu do táxi.

–Farei o que tenho que fazer – disse com firmeza. – Assim estareina arena quando chegar minha vez – voltou-se para a Anastasia. – Foi

um prazer. Espero que voltemos a nos ver.

Antes que ela pudesse responder, o moço fechou a porta com forçae se encaminhou para a entrada de pessoal.

– Maldito imbecil! Juraria que vai fazer quinze em lugar de vinte eseis anos.

Anastasia o olhou.

– Por que não quer que seu irmão monte hoje?

Brant pagou ao taxista enquanto respondia.

– Colt teve três golpes fortes nos últimos dois meses. Se nãocomeçar a cair sobre seus pés em vez de sobre sua cabeça, vai terminarficando sem cérebro.

Ela permaneceu em silêncio enquanto passavam pelo controle desegurança do estádio. Logo, Brant a conduziu pelo interior dosestábulos, onde as bestas permaneciam contidas e quietas.

– Por favor, poderia me dar meus óculos? – ela pediu, ansiosa porver aquele novo e desconhecido lugar.

Ele entregou os óculos.

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De repente, o que até então tinham sido tão somente manchas semformas se converteram em ferozes animais. Só pensar na potencialviolência de suas forças desatadas lhe fez compreender imediatamente aapreensão do Brant para a imprudência de seu irmão.

– Estas são as bestas com as quais se enfrentam?

– Sim, são estas.Ela olhou para os animais durante uns mais segundos.

– Vocês ficaram loucos? Quantos golpes você recebeuultimamente?

Depois de comer o almoço, preparado especificamente para opessoal e seus acompanhantes, Brant conduziu Anastasia aos assentosreservados para familiares e se encaminhou aos camarins.

No tempo de espera, Anastasia não fez nada a não ser repensarsobre tudo quanto tinha acontecido da noite anterior.mSe sua avó seinteirasse alguma vez do que tinha ocorrido e continuava ocorrendo, iaficar falando por semanas sobre o assunto.

Carlota era uma dessas avós super protetoras que consideravamque a vida teria que ser vivida em uma prisão para não correr riscos.Provavelmente a morte prematura de sua única filha tinha lhe deixadoum gosto tão amargo que não queria ter que voltar a enfrentar a nadaparecido.

Christine e Jack Deveraux, os pais da Anastasia, tinham seconhecido, desde que tinham dezoito anos, dois aventureirosconvencidos de que a vida só valia a pena se se vivia intensamente.Haviam falecido em um acidente de rafting quando Anastasia tinha sócinco anos.

Ainda recordava com muita claridade o dia em que tinha tido quepartir para a casa de sua avó, uma desconhecida da qual não sabianada. Cheia de esperança, tinha chegado ali pensando que a dor e aperda as uniriam. Mas não tinha sido assim. Sua avó tinha sido muitorestrita e obsessivamente protetora desde o começo.

Anastasia suspirou. Sabia que sua avó a amava e que enfrentou àsituação o melhor que tinha podido. Mas era inevitável pensar que suarelação poderia ter sido um pouco melhor.

– Importa-se que eu me sente aqui? – disse uma voz feminina,tirando-a de seus pensamentos.

Anastasia levantou a vista e viu uma bonita moça de cabeloscastanhos, com uns vinte anos, que sorria graciosamente.

– Não, claro que não me importa.

– Sou Kaylee Simpson – apresentou-se ela.

– Encantada, Kaylee. Eu sou Anastasia.

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– Veio com alguém? – perguntou a recém chegada.

– Mais ou menos.

As luzes se apagaram e toda a parafernália do rodeio deu começo.O presidente, depois de um breve discurso, foi apresentando aos

participantes. Quando o nome do Colt, o irmão do Brant, ressonou nosalto-falantes, Kaylee se levantou e começou a aplaudir entusiasmada.

– Esse é o homem com o que me vou casar! – disse a moça com umsorriso radiante.

– Quanto tempo faz que está comprometida com o Colt, Kaylee?

– Não, nós não estamos comprometidos – disse ela. – ColtWakefield virtualmente desconhece que existo. Pensa que sou umacriança.

– Mas acaba de assegurar que vai se casar com ele.

– Eu vou me casar com ele, logo que ele se dê conta de que deixeique ser a irmã pequena de seu melhor amigo.

– Quantos anos você tem? – perguntou Anastasia.

– Cumprirei vinte o mês que vem – respondeu Kaylee com umgrande sorriso.

O apresentador escolheu aquele momento para dar o nome doBrant e Anastasia notou que lhe acelerava o pulso.

– Esse é o irmão do Colt.

– Brant – disse Anastasia.

– Conhece-o?

– Mais ou menos. – Kaylee riu.

– Pergunto se veio com alguém e me diz que «mais ou menos» e quese conhecer o Brant e também responde «mais ou menos» – de repenteseu olhar se iluminou, – Minha nossa, é com o Brant com quem está!

– Não! Bom, sim – Anastasia se ruborizou. – É complicado.

– Jamais antes tinha visto o Brant trazer uma namorada aos

rodeios – disse Kaylee, pensativa.

– Eu não sou uma «namorada» – Anastasia viu como Brantprocurava seu lugar detrás das portas que estavam ao final da arena. –Somos só amigos.

Eram realmente amigos? Não. Brant e ela apenas se conheciam.

– Em realidade só somos conhecidos. – Kaylee não parecia nadaconvencida com a explicação, e riu.

– Se você o diz – de repente a expressão do rosto da moça mudou. –Por favor, não conte nada do que eu falei, nem ao Colt nem ao Brant.

Anastasia sorriu.

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– Seu segredo está a salvo comigo.

– Obrigada – disse. – Se interarem, meu irmão e Colt vão tirar sarrode mim pelo resto de minha vida.

O anunciou da entrada do primeiro participante do rodeio captou

toda sua atenção. – Esse é meu homem! – gritou Kaylee emocionada. – Neste instante

Colt está em quinto lugar. Mas meu irmão Mick está logo atrás dele.

De repente, a porta se abriu e Colt saiu montando um esplêndidotouro. Elevava uma mão ao ar com imponente mestria, enquanto sesujeitava com a outra.A besta saltava e escoiceava com ferocidade.

De repente, Colt saiu despedido da garupa do animal e caiu comsuficiente sorte para poder correr para a cerca protetora. Mas o touroparecia ter um empenho especial em cobrar aquela peça, pois começou

a persegui-lo com particular firmeza. Colt tropeçou e caiu, e o bovinoviu naquela queda sua oportunidade de ouro.

O coração de Anastasia acelerou e sentiu pavor ante a horripilantecena que estava tendo lugar diante dela. Mas o que aconteceu a seguirparalisou-lhe o coração por completo. Brant saltou diante do touro e lhedeu uma palmada no lombo.

O touro se voltou e apontou seus chifres para ele.

Capítulo Quatro Capítulo Quatro Capítulo Quatro Capítulo Quatro

O touro negro correu em direção a Brant, dando a Colt tempo deesconder-se depois da cerca. De repente, tão rápido como tinhacomeçado, o perigo terminou. Brant conseguiu levar a animal para seucubículo.

Um dos cowboys que estava perto da porta a fechou. A multidão sevoltou para a grande tela em que se repetia a espetacular queda doColt.

Anastasia soprou aliviada e se concentrou em conter o ritmoacelerado de seu coração. Ninguém atuava como se Brant tivesse feitoalgo extraordinário. Inclusive Kaylee tinha um sorriso contente noslábios.

Brant voltou com seu irmão e, satisfeitos, deram-se a mão.Pareciam contentes com o que acabava de passar.

Realmente perplexa Anastasia observava aos dois irmãos. Aoparecer tinham desfrutado da adrenalina do momento e do perigo.

– Não sentiu medo por eles? – perguntou a Kaylee.

– Os dois sabem muito bem o que fazem – respondeu a moça com

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um sorriso, – Quando os cowboys chegam a rodeios desta categoria éporque são os melhores do mundo. Uma vez que o touro os derruba,sabem que têm que correr para salvar-se. Todos gostam que Brantesteja ali porque é o melhor desviando a atenção do touro.

Anastasia olhou fascinada para Brant. Tinha demonstrado suaincrível forma e sua agilidade. Durante o resto da tarde, debateu se erao homem mais valente do mundo ou o mais insensato. Uma e outra vezvia ele e outros cowboys ficarem diante do touro e saírem ilesos de tantaousadia.

Várias horas depois, o irmão de Kaylee se consagrava como oafortunado ganhador daquela loucura, e Anastasia não teve maisremédio que admitir que tinha sido a tarde mais emocionante de suavida.

– Chegou a hora de ir procurar meu irmão. Voltaremos a nos ver

no próximo rodeio? – perguntou Kaylee. – Não sei – respondeu Anastasia, – Será aqui também?

– Não. É em Anaheim, na próxima semana.

Não estava segura de onde estaria ela em uma semana. Branttinha lhe prometido que a levaria com ele, mas não tinha havidoexplicações e ela nem se incomodou em pedir.

De repente, se sentiu realmente insegura com a decisão que tinhatomado. Era una loucura. Ali estava com uma pessoa que tinhaacabado de conhecer. Mas, antes que o pensamento se aprofundasse na

gravidade de sua ação, uma mão se posou sobre seu ombro captandosua atenção.

Ela sentiu um calafrio ao ouvir aquela voz profunda e masculina.Voltou-se para encontrar-se com aqueles incríveis olhos azuis. Sentiuuma agradável sensação de amparo. Não tinha provas de que Brantfosse de confiança; entretanto, seu olhar falava de integridade e secomportara como um autêntico cavalheiro com ela do primeiromomento.

– Olá, Brant – disse Kaylee.

–Olá, Kaylee – respondeu ele, dando um tapinha em seu chapéucomo um gesto afetivo. – Como está minha garota favorita hoje?

– Contente porque meu irmão ganhou – disse ela. Voltou-se para aAnastasia. – Bom, espero que nos vejamos no Anaheim.

– Possivelmente – respondeu ela. Assim que a garota se afastou,Brant conduziu Anastasia ao elevador de carga.

– Aonde vamos? – perguntou ela.

– Vamos sair pela porta traseira. Não quero correr riscos. Talvezesse Elsworth esteja esperando aí fora.

Anastasia negou com a cabeça.

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– Jamais me buscaria aqui.

– Por quê?

– Porque não gosta dos rodeios e sempre assumiu que o que elenão gosta eu não poderia gostar. Não considera que eu tenha critério

próprio. – E você gosta ou não?

Ela ficou pensativa uns segundos antes de responder.

– A verdade é que não estou segura – olhou-o. – Tenho que admitirque houve um par de ocasiões em que você me deixou realmentepreocupada.

– Por quê?

– Porque tinha a sensação de que um desses touros ia te alcançar.

Uma cálida sensação invadiu o peito do Brant, mas a ignorou. Peloque tinha visto até então, Anastasia era uma pessoa amável e,provavelmente, não gostava de ver ninguém sofrer. Possivelmente teriasentido o mesmo respeito a todos os cowboys que tinham participado dorodeio. Antes que pudesse analisar por que aquele pensamento lheresultava tão decepcionante, o elevador chegou a seu destino.

– Suponho que deveria ter lhe perguntado isso antes, mas, aondevamos?

Ele notou que ela não parava de girar o anel que levava no dedo.

– Tomaremos um vôo até Denver, onde deixei meu carro. Logopassaremos a noite ali e partiremos para meu rancho ao dia seguinte.

– Por que não voamos até Cheyenne ou Casper ou algum aeroportopróximo a seu rancho?

– Porque ao vir para cá não encontrei bilhetes e tive que dirigir atéDenver. Uma vez que cheguemos ali, alugaremos dois quartos. Uma vezem Denver iremos comprar mais roupa para você – ele respondeu com aesperança de que a referência aos dois quartos a tranqüilizasse.

– Me incomoda que você tenha que gastar seu dinheiro comigo.Queria que fosse fazendo uma lista de gastos para passar a minha avóquando retornar.

– O dinheiro não me preocupa – ele disse.

Ao chegarem ao aeroporto, ele pagou o taxista e ajudou Anastasiaa sair. Dirigiram-se ao balcão, onde, depois de comprovar que não haviaoutro assento em primeira classe, trocou o seu para segunda.

– Sempre viaja de primeira? – ela perguntou.

– Quando posso sim. Os assentos estão mais separados e me

permite estirar a perna ruim que tenho.

– Deveria ter ficado com seu bilhete. Possivelmente eles possam

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voltar a trocar, e eu...

Algo a deixou sem fala.

– O que aconteceu?

Ela ficou em silêncio, como atônita, durante uns segundos.

– Annie?

– Acredito que vi o Patrick – disse ela em um sussurro. – Estavamostrando minha foto aos empregados daquele balcão.

Brant se voltou rapidamente.

– Aquele lá, não é? – perguntou e viu como o pânico invadia osolhos dela. – Não se preocupe. Dou a minha palavra de que não te vaitocar. Dê-me seus óculos.

– O que está fazendo agora?

– Não vire – disse Brant enquanto guardava os óculos no bolso.

Puxou-a pelo braço e se encaminhou ao controle de acesso às salasde espera. Uma vez que eles passassem aquele ponto, Elsworth nãopoderia segui-los sem cartão de embarque.

Deixou as chaves e a carteira sobre a cinta transportadora do Raio-X e passou sob o detector de metais. Um pouco antes que seuacompanhante tivesse superado o detector, uma voz a chamou poratrás.

– Anastasia.

Ao ouvir seu nome, ela se voltou automaticamente.

– Deus santo, me encontrou!Brant colocou as chaves e a carteira no bolso.

– Aja como se não o conhecesse. Não lhe vão permitir o acesso aesta zona se não tiver cartão de embarque.

Com toda pressa desapareceram da vista do criminoso, até chegara um lugar tranqüilo onde Anastasia se deixou cair sobre uma cadeira.

– Como me coloquei nisto? – disse com desespero.

Brant se sentou a seu lado.

– Tudo vai bem, Annie. Dou minha palavra de que Elsworth não vaite tocar – tomou seu rosto entre as mãos. – E quando eu dou minhapalavra eu a cumpro, custe o que custar.

Ela sorriu levemente.

– Vou procurar um pouco de café – acrescentou ele, – Quer umaxícara?

Anastasia negou com a cabeça. Não tinha dúvida de que Brant era

sincero, que jamais permitiria que Patrick lhe fizesse mal. O problemaera que não estava convencida de que estar ao seu lado fosse tampouco

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Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros

muito seguro. Porque aquele homem provocava nela emoçõesdesconhecidas. Cada vez que a olhava com aqueles incríveis olhosazuis, sentia uma intensa comichão no estômago e um inesperado calorem zonas inconfessáveis.

Separou-se de sua mente todos aqueles pensamentos sem sentido.O que lhe estava acontecendo? Ela não era o tipo de mulher que sentiacoisas como aquelas por ninguém. Era calma, estável e algo fria. Mas, eAnnie Deveraux?

Annie Deveraux era aquela que tinha entrado na habitação de umdesconhecido pela janela, tinha passado a noite em seu dormitório eagora se dirigia com ele não sabia aonde. Tragou saliva. Estavacomeçando a perguntar-se o que lhe estava acontecendo. Sempre tinhaacreditado ser feliz com a vida que lhe tinha proporcionado sua avó.

Entretanto, tinha que reconhecer que nas últimas vinte e quatro

horas tinha desfrutado mais que em toda sua existência e se haviasentido realmente viva pela primeira vez.

Brant empurrou ligeiramente a aba de seu chapéu para cima eolhou à cabeça de mulher que tinha se apoiado sobre o ombro. Nãotinham feito mais que esperar, quando ela, cansada, dormiuprofundamente.

Respirou fundo e notou o suave aroma a ervas que desprendia ocabelo de sua acompanhante. Teve que usar toda sua força de vontadepara não acariciar aquelas mechas loira. Os lábios suaves da Ana seentreabriram deixando escapar um suspiro. O desejo de beijá-los fez-seentão quase incontrolável. Aquele pensamento o tinha mantido pregadoem sua poltrona, olhando-a como um imbecil desde o começo daviagem. Que demônios lhe aconteciam? Não tinha aprendido que ascoisas jamais poderiam funcionar entre ele e uma mulher como Ana?

Sua experiência datava de suas épocas de universidade, quandopensava que uma garota de bem da cidade e um menino rude do campopodiam superar suas diferenças e viver felizes para sempre. Mas, à luzdos anos e da distância, via o casal quase ridículo que ele e Daphnetinham formado.

Conheceram-se em uma classe de crítica de arte na universidadede Wyoming. Ele precisava de créditos em uma disciplina dehumanidades e aquele era o tipo de temas de que ela gosta. Nuncatinha entendido por que Daphne Elizabeth Morrison-Smith tinhadecidido ir a uma universidade pública, em lugar da Ivy League próximaa sua casa, em que um dos edifícios levava o nome de seu avô.

Naquela época aquele pequeno detalhe não tinha lhe preocupado.

Simplesmente, tinha olhado para aquela moça ruiva e seapaixonou loucamente por ela. E estava certo de que ela também otinha amado, ao menos tanto quanto era capaz de amar.

Por desgraça, o amor não tinha sido suficiente para superar suas

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Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros

diferenças.

Ao princípio, ela tinha aceitado usar jeans e um chapéu e tinha idoaos primeiros rodeios com ele. Mas logo tinha lhe pedido que trocasseseu traje de cowboy por um smoking, e o tinha levado a ópera e aoteatro.

Mas não tinha funcionado. Ele se sentia completamente estranhocom os orgulhosos amigos do Daphne, e logo tinha descoberto quetentar de ser quem não era lhe provocava uma profunda infelicidade.

Separaram-se sem dramas nem brigas, como amigos. Mas aexperiência tinha servido para aprender que a gente deve aceitar quemé e não tentar estupidamente de agradar a outros contra a gentemesmo.

A advertência de que colocasse o cinto de segurança o tirou deseus pensamentos.

Estavam a ponto de aterrissar.

– Annie – disse ele brandamente, tocando o ombro de seuacompanhante.

– Mmmm – apertou-se contra ele e sorriu. Brant sentiu seu instintoprotetor aprofundar-se. Nunca antes tinha visto um rosto tãoencantador. Ao levantar a cabeça. Anastasia se deu conta de que tinhausado seu ombro como travesseiro, e se ruborizou.

– Quanto tempo fiquei dormindo?

– Acredito que o mesmo que voando – riu ele. – Sinto muito – disse ela penteando-se com os dedos.

Brant ficou fascinado com o movimento.

– Por que diz «sinto»?

– Enruguei sua camisa.

– Não se preocupe por isso – disse ele, tirando os óculos do bolso.

Ela colocou-os e olhou pela janelinha.

– Não tinha estado tão ao oeste do país desde que era uma menina.

O comentário lhe recordou que por muito que lhe fascinasseaquela mulher ou quão reconfortante fora tê-la perto, não tinham nadaem comum e pertenciam a mundos diferentes.

– É um lugar muito diferente ao que você conhece. Aqui há grandesdistancia entre umas cidades e outras, e os núcleos de população são,em geral, pequenos.

– Também há cidades pequenas em Illinois – respondeu ela antesde se dispor a sair do avião.

Uma vez no corredor, Brant segurou sua mão para evitar que amultidão a arrastasse e a separasse dele.

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Mas, ao notar as pequenas feridas que a queda dentro de seubalcão lhe tinha provocado, recordou o motivo de sua viagem. Estava alipara fugir de um homem que queria machucá-la, não para lhe mostraras belezas de seu lugar natal.

– Bear Creek é a cidade mais próxima ao Lonetree, meu rancho.Está a uns dez quilômetros – ele contou, enquanto esperavam suabagagem. – Ali é onde temos a escola, a igreja, o bar, a loja e o posto degasolina.

– E a agência de correios?

– Na loja também.

– Parece encantador – disse ela com um amplo sorriso.

Ele riu e agitou a cabeça.

– Ouvi muita gente chamar Bear Creek de muitas coisas, desderidícula a insignificante, mas nunca ninguém disse que é«encantadora».

Brant viu Anastasia da janela do saguão do motel. Ela esperavapacientemente em seu carro que ele retornasse com a chave de seuquarto. O único problema era que sua chave e a dela eram a mesma.Colocou sua carteira no bolso da calça e se encaminhou para o veículo.Abriu a porta e se sentou diante o volante.

– Há um pequeno contratempo – disse ele. – Eles só tem um quarto

disponível.Ela girou em sua direção e olhou-o calmamente.

– Com quantas camas?

– Duas.

– Está bem – disse ela, surpreendendo-o. Ele saiu do carro e deu avolta para lhe abrir a porta.

– Não se importa?

– Estou muito cansada para que me importe. Além disso, sei que é

de confiança. No caminho para o quarto ficou analisando como aquele

comentário o tinha feito se sentir e, embora reconhecesse que satisfaziasua confiança, incomodava-o que o considerasse tão inofensivo. Ele eraum homem com uma enorme e saudável debilidade pelas mulheres Ealém quanto mais tempo passava com ela, mais gostava.

– Quer tomar banho primeiro? – perguntou Anastasia assim queele fechou a porta com chave.

– Pode ir você – ele pôs a bolsa sobre a mesa e, ao voltar-se, aencontrou olhando-o com expectativa.

– O que acontece?

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– Preciso de minha saia e minha blusa – disse ela

– Para que?

– É o mais próximo que tenho a uma camisola.

Ele abriu o zíper da bolsa de viagem e os tirou.

– Estão aqui.

Mas ao entregar-lhe as roupas, uma sexy peça de lingerie deslizouaté o chão, ficando exposta, sem pudor. Parecia que Annie tinha certapaixão pela roupa interior sexy. Ele sentiu um repentino calor ecomeçou a suar. Seu corpo se tencionou em certas zonas chave.

– Se não se importar, eu vou tomar uma ducha antes – inclinou-se,agarrou a delicada peça e colocou-a em suas mãos.

Sem parar para procurar roupa limpa, optou por agarrar toda abolsa e se meteu no banheiro. Em poucos segundos já estava sob o

jorro de água fria.

Anastasia ficou olhando à porta recém fechada do banho, com asbochechas ardendo de rubor e o objeto na mão. Brant tinha descobertoo segredo que Annie tão cuidadosamente tinha sempre guardado: erafascinada pela lingerie fina.

Tinha começado a usá-la quando estava na universidade comouma forma de rebeldia contra sua avó. Ninguém podia imaginar-se quedebaixo daquela roupa larga e insípida havia roupa interior tão pequenae coquete. A surpresa nos olhos do Brant tinha sido eloqüente.

Anastasia cobriu a boca com a mão para evitar a explosão de umagargalhada.

Brant tinha aprendido que nem tudo é o que parece e que mesmouma mosca morta como ela também tinha seus pequenos secretos.

Capítulo Cinco Capítulo Cinco Capítulo Cinco Capítulo Cinco

À manhã seguinte, Anastasia despertou com os suaves roncos doBrant. Virou para olhá-lo e notou que tinha o cabelo ligeiramente úmidoe uma leve tonalidade cinza pela barba crescida durante a noite lheobscurecia o rosto..

Mas, longe de prejudicá-lo, favorecia-o. Estava mais sexy do que jamais o tinha visto. Sem dúvida era um homem muito bonito, o maisbonito que tinha conhecido, e ia passar as próximas semanas junto aele, indo não sabia onde. Continuou a observá-lo até reparar em seutorso nu. A noite anterior, ao sair da ducha, estava completamentevestido. Deitou na cama tremendo um pouco e tinha se coberto com oslençóis.

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Mas devia ter desvestido a parte de cima durante a noite.Enquanto observava a musculatura de seu peitoral sentiu que oestômago lhe encolhia e que os lábios lhe secavam ao recordar asensação da proximidade de seu corpo.

Como seria amar a um homem como Brant, acariciar sua pele esentir suas mãos cálidas? Uma inquietante sensação despertou naparte baixa de seu ventre.

– Já está – murmurou e, afastando os lençóis, levantou-selentamente.

Aquela pele suave e perfeita era tão atraente como um canto desereia. O melhor que podia fazer era cobri-lo antes de cometer algumaestupidez imperdoável. Mas, ao aproximar-se dele, Brant a agarrou pelopulso. Anastasia perdeu a estabilidade e caiu em cima dele com umpequeno grito.

– O que é o que «já está»? – ele perguntou com seu sensual tom debarítono. O som de sua voz lhe provocou um calafrio.

Anastasia já não podia pensar claramente.

– O que?

Empurrou-a brandamente, até acabar deitada sobre a cama comele inclinado ligeiramente sobre ela.

– Você disse «já está» antes de te aproximar de mim. O que queriadizer?

Não podia lhe contar que tinha estado admirando seu corpoperfeito e que se esteve perguntando o que sentiria tocando-o.

– Eu... não me lembro.

– Mentirosa – disse ele brandamente. – Estava olhando meu o peitocomo um cão faminto.

– Estava me observando? – ela perguntou.

– Sim, coração. Não houve nem um só movimento que tenha feitodesde ontem à noite no que não tenha reparado.

Ela sentiu que o coração lhe acelerava.

– De verdade? – Ele concordou.

– Sabe quão doce é quando dorme?

– Estava me olhando?

– Assim como você me olhava – seu sorriso lhe provocou umarevoada de mariposas no estômago.

Não podia ser. Não podia estar tendo o tipo de pensamentos queela tinha com respeito a ele. Não era a classe de mulher que alimentavaas fantasias dos homens.

– Só queria te cobrir – disse ela. – Ontem à noite parecia estar comfrio quando deitou na cama.

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Ele soltou uma gargalhada.

– Sabe por que sentia tanto frio?

– Não.

Ele deslizou um dedo por sua bochecha até seus lábios.

– Porque tinha passado dez minutos sob a ducha fria.

Estava lhe dizendo que se excitou por ela? O coração lhe acelerou.

– Por quê? – Ele sorriu.

– Esse é o efeito que tem a lingerie fina em alguns homens.

– De verdade?

– Quase me provoca uma crise coronária – disse ele.

– Eu? – estava claro que tinha ouvido errado. Os brilhos dos seus

olhos e seus gestos de assentimento confirmaram que tinha entendidobem.

– E está me provocando o mesmo efeito esta manhã.

– Seu coração... Alterou-se?

– Entre outras coisas – tomou seu rosto entre as mãos. – Ontemme disse que sabia que era de confiança.

– Sim – disse ela com claras dificuldades para falar.

– Só quero que saiba que, embora seja de confiança, não por issodeixo de ser um homem, que sente as mesmas tentações que qualqueroutro – sua cabeça descendeu brandamente. – E neste instante você meestá tentando de um modo irresistível.

– É muito difícil para eu acreditar nisto – sussurrou Anastasia.

– Pois é a verdade – respondeu ele, com os lábios quase roçando osdela. – Se quiser posso lhe demonstrar.

Ela não pôde resistir.

– Por favor, faça-o. – Ele sorriu.

– Será um prazer.

Brant a beijou. Anastasia fechou os olhos e deslizou as mãos sobreseus ombros firmes. Seus lábios se moviam lentamente sobre os delalhe provocando sensações deliciosas. Não podia detê-lo.

Sua língua se abriu na cavidade carnuda e ela respondeu lhepermitindo a entrada. O beijou despertou dentro dela uma chama ferozque começou a consumi-la por dentro.

Brant a apertou contra seu corpo e lhe tirou a camisa da saia.Levantou o objeto e começou a lhe acariciar os seios. Ao tomar em suasmãos um seio o coração lhe deteve. Resultava-lhe difícil respirar.

– Sabe o quão doce que é, Annie? – disse-lhe.

Ela negou com a cabeça.

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As sensações que lhe causava Brant ameaçavam consumi-la porcompleto. Mas quando ele retirou a taça do soutien para apanhar seumamilo entre os lábios, ela se esticou. Tão intenso era o calor que lheprovocava, tão desconhecidas as sensações, que se separou delebruscamente.

– Por favor, pare.

Ele levantou o rosto e a olhou durante uns segundos.

– Annie, eu... Sinto muito, não queria que as coisas chegassem tãolonge – deu-se a volta e ocultou a cara entre as mãos.

Ela se sentiu como se a tivessem metido em um barril cheio deágua fria. É obvio que não tinha querido chegar até ali. Ela não era otipo de mulher que um homem como Brant desejava. Ele estava decostas. Mas podia imaginar o desgosto que expressava seu rosto.

Respirou profundamente tratando de superar sua própriadecepção.

– Não se preocupe. Sei que não sou o tipo de mulher com a qual oshomens fantasiam.

Agarrou sua calça e sua camisa e se encaminhou para o banho.Mas a mão do Brant a deteve e ela se voltou a olhá-lo. Como se tinhaposto de pé tão depressa?

– De onde demônio tirou essa idéia? – ele perguntou.

– Pode ser que eu use óculos, mas não sou cega. Sei que meu

cabelo parece palha rígida e que minhas feições são... Comuns –encolheu-se de homens. – Não há nada de especial em mim.

Ele abriu os olhos para enfatizar sua surpresa.

– Não sei em que espelho você se olha, mas sem dúvida não lhe dáo reflexo real.

– O que quer dizer?

– Seu cabelo é uma maravilha, parece seda – disse ele, lheacariciando as mechas loiras. Sorriu e a tirou do queixo. – Seus olhosparecem duas esmeraldas e seus lábios têm uma forma perfeita – ele

sorriu, – E me pareceram absolutamente deliciosos as duas vezes que tebeijei.

A Anastasia lhe acelerou o coração.

– De verdade?

Ele assentiu e ficou olhando-a fixamente.

– Agora mude de roupa para que saiamos logo daqui ou pode serque a tentação seja muito forte. Pode ser que me esqueça que estoufazendo o papel do cavalheiro no qual se pode confiar. Porque, naverdade, a única coisa que realmente eu gostaria seria lhe derrubarnessa cama, te beijar e... – seu sorriso provocou em Anastasia um fortecalor interior. – Mais, muito mais...

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Enquanto se afastavam de Denver, Anastasia estava no assento dopassageiro olhando as bolsas com as compras que tinham realizado nocentro comercial.

Quando levantou a bolsa do «Sieek e Sassy Lady, Lingerie», eleafastou o olhar. Aquela tinha sido a única loja a que não tinha entradocom ela. Só pensar em sua eleição de roupa interior o fazia suar e traziapara sua mente fantasias nas quais sempre acabavam por lhe tirar tudoque a cobria.

Brant agarrou o volante com força e se amaldiçoou por sua falta decontenção. Não entendia por que se comportou como um imbecil a noiteanterior ao ver cair àquela peça de lingerie no chão. Menos ainda, comotinha perdido o controle tomando-a em seus braços aquela manhã. Masos lábios do Annie eram muito doces e temia que pudesse afeiçoar-se aeles.

Concentrou-se em respirar profundamente durante uns segundos.Dez anos atrás, fez a promessa de manter-se afastado de mulherescomo ela. Não tinham nada em comum. Embora algo no fundo de seupensamento lhe dizia que Anastasia não era como Daphne. O que maislhe perturbava era a profunda esperança de que fosse verdade.

– Que tal as lentes de contato? Está difícil de se acostumar? – eleperguntou, em um esforço por afastar seu pensamento da direção queestava tomando.

– A verdade é que são estupendas – disse ela realmente feliz. –Agradeço que me sugerisse isso.

Brant sentiu uma reconfortante sensação. Gostava de deixá-la,bem. Clareou garganta e continuou com a conversação.

– Tem tudo o necessário para a semana que vem?

Ela deixou as bolsas a seus pés.

– Esqueci de comprar uma camisola.

– Se quiser, podemos parar em Cheyenne – disse ele, tratando denão pensar no tipo de objeto que usaria para dormir.

Ela ficou em silêncio uns segundos.

– Não quero que gaste mais dinheiro. – Ele riu.

– Isso não é um problema.

– Não faz mais que me dizer isso – fez uma pausa. – Não teria umacamiseta velha que me possa emprestar e estaria tudo certo?

A idéia lhe provocou uma inquietante sensação. Por alguma razão,gostava mais do que devia.

– Por mim não há problema. Mas, está segura de que não quer queparemos em Cheyenne?

Ela assentiu.

– Estou segura. Assim não terá que gastar mais.

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Ele começava a cansar-se daquela constante preocupação.

– Annie, esta é a última vez que falamos disto. Posso pagar semproblemas toda a roupa que queira comprar.

– Apesar de tudo, penso em pagar tudo assim que chegar a casa.

Ele virou bruscamente o volante e saiu da estrada. Procurou umlugar adequado e deteve o motor.

– Que fique claro: não vai me devolver nada. Eu dei de presentetudo isso e ponto final.

Ela o olhou uns segundos, até que acabou por dar-se por vencida.

– De acordo. O que você disser.

– Bem. E agora, prossigamos nosso caminho. Eu gostaria dechegar ao Lonetree antes que se faça de noite.

Voltou para a estrada, sem deixar de pensar na insistência doAnnie em lhe devolver o dinheiro. É que por acaso pensava que nãotinha suficiente só porque preferia vestir-se com jeans? Teria gostado delhe dizer que sua conta do banco contava com seis zeros mágicos.

Mas lhe incomodava a idéia de que isso pudesse ter tantaimportância quando para ele não a tinha. Trabalhava duro econtinuamente porque era o tipo de vida que gostava. Nada o faria serde outro modo. Concentrou-se na estrada, tratando de ignorar adecepção que sentia e o nó que lhe tinha formado no estômago. Acasoseus instintos se equivocaram e Annie resultaria ser tão materialista

como Daphne? Anastásia não tinha nem idéia de por que Brant insistia tanto em

não permitir que lhe reembolsasse o dinheiro. Acabou concluindo queseria uma dessas coisas que tinham que ver com o ego masculino epreferiu não indagar mais. Mas se algo tinha herdado de sua avó, eraser cabeça dura para certos assuntos. Quisesse ele ou não, quandoretornasse a casa, estava disposta a lhe devolver tudo que gastou. BrantWakefield não tinha ganhado aquela batalha.

Uma vez tomada àquela decisão, concentrou-se em admirar apaisagem.

– Isto é realmente bonito – advertiu ela.

– Já tinha visto as Rockies antes? – perguntou ele.

Ela negou com a cabeça.

– Meu pai e minha mãe me trouxeram de camping aqui quando eramenina, mas era muito pequena e não me lembro de nada – Anastasiasentiu uma profunda dor ao recordar seus pais. – Desde a morte demeus pais, minha avó pouco me permitiu viajar.

– Lembro que me disse que seus pais tinham tido um acidente –

acariciou brandamente sua mão com o polegar. – Eu perdi a minha mãe justo depois de que Colt nascesse. Meu pai morreu dez anos mais tarde.

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– Quantos anos você tinha? – ela perguntou brandamente.

– Seis quando minha mãe morreu e quase dezessete quandomorreu o meu pai – aproximou a mão aos lábios para beijá-la. – Aomenos fiquei com o Morgan e Colt.

Ela sempre tinha desejado um irmão ou uma irmã. – São muito unidos, verdade? – Ele assentiu.

– Discutimos, como todos os irmãos. Mas não há nada que nãofaríamos por nos ajudar. Sabemos que quando necessitamos algo, sótemos que dizer aos outros dois.

– Isso deve ser muito reconfortante.

Fez-se um agradável silêncio até que chegaram à entrada dorancho Lonetree.

– Acabamos de cruzar os limites de meus domínios.

Anastasia olhou de um lado a outro. Não via nenhuma casa.

– A quanta distância está sua casa da estrada principal?

– A uns doze quilômetros – disse ele com um sorriso satisfeito, aover a expressão de seus olhos.

– Brant, que extensão tem este rancho?

– Algo mais de seis milhões de hectares.

– é muita terra!

Depois de um comprido momento por rodovia, deteve-se no topo deuma pequena montanha e mostrou o fundo do vale.

– Aí está o quartel geral do rancho. – Anastasia ficou atônita. Erauma das maiores e mais bonita casa que jamais tinha visto.

– Minha nossa, Brant! É linda!

– De verdade você gosta? – perguntou ele, em um tom cético. Ela oolhou radiante.

– Eu adoro. Desde quando sua família vive em Lonetree?

– Este verão faz cento e cinqüenta anos – arrancou de novo e se foiaproximando até a entrada.

– A casa foi construída nessa data?

– Sim. Só que cada geração foi lhe acrescentando algo. Viu aquelaseção do alpendre? – ele perguntou. – Foi feito por Morgan dois anosatrás. Ali pusemos a mesa de bilhar, uma televisão e três poltronasreclináveis.

– Três poltronas reclináveis? – perguntou ela com uma gargalhada.

Ele parou o carro, soltou-se o cinturão e fez o mesmo com o dela.

Logo a rodeou com seus braços.

– Quando um quebra uma perna as poltronas reclináveis são muito

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Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros

úteis – respondeu ele.

O sorriso se desfez dos lábios da Anastasia.

– Você já quebrou uma perna?

– Sim. E tive um problema de ligamentos.

– Por causa dos rodeios?

– O problema de ligamentos sim, mas a perna eu quebrei ao cair deum carro de feno aos treze anos.

– Quem cuidou de você? – perguntou ela, lhe tocandocarinhosamente a bochecha.

– Meus irmãos, quando não tinham que trabalhar. Mas a maiorparte do tempo cuidei de mim mesmo.

– Alguém deveria ter cuidado de você todo o tempo – disse ela,

triste ante a idéia de um pequeno Brant sozinho.

Ele a olhou fixamente.

– Você cuidaria de mim se eu me machucasse?

Ela assentiu sem pensar. Mas antes que pudesse repensar sobreas implicações do que acabava de dizer, ele se aproximou dela e abeijou. Instintivamente, ela se agarrou a ele e afundou os dedos em seucabelo negro e espesso. Incapaz de lutar contra o que sentia, relaxou ese permitiu desfrutar do homem mais sexy do mundo. Mas, quando eleafundou a língua no interior de sua boca e começou a brincar em sua

cavidade carnuda, o calor interior a envolveu por inteiro.

Sem parar para repensar, tomou a mão que ele deslizavasensualmente por suas costas e a levou até seu seio. Precisava sentirseus dedos insinuantes outra vez.

– Annie! – disse ele, enquanto a acariciava. – É deliciosa.

Um veículo se deteve junto ao deles e, segundos depois, soaramuns golpes no vidro.

Brant se separou lentamente dela.

– Me perdoe, coração, mas tenho que estrangular a um irmão –voltou-se e abriu a janela. – O que quer, Morgan?

– Sinto interromper, mas preciso de sua ajuda – disse uma vozcompungida.

De seu assento, Anastasia não podia ver o irmão do Brant, masparecia estar sofrendo algum tipo de dor. Ouviu o Brant protestar e oviu sair do carro.

– Como deslocou o braço esta vez? – Ele perguntou. – Você sabeque odeio ter que colocá-lo no lugar.

– Fui a ver Shackey e, ao subir pelas escadas da varanda, um dosdegraus quebrou e eu cair contra um dos pilares. Posso assegurar quevocê não odeia colocar o ombro no lugar mais do que eu...

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Anastasia moveu a cabeça e viu Morgan Wakefield. O terceiroirmão era tão bonito como os outros dois, mas um traço amargo de dorenrugava sua boca.

– Não deveria ir ao médico? – perguntou Anastasia depois de sairdo carro.

– Meu irmãozinho deslocou o ombro faz uns anos e, em vez dedeixar que o operassem, deixa que ele saia de seu lugar de vez emquando – protestou Brant. – Colt e eu temos a honra de voltar aarrumá-lo.

– Ao estábulo – disse Morgan e se encaminhou para uma dasconstruções mais próximas. – Deixa de protestar e vamos logo que istodói.

– Vamos a casa ou ao estábulo?

–Será melhor que você fique aqui – disse-lhe Brant. – Não é algoagradável de ver.

Anastasia seguiu com o olhar aos dois irmãos enquanto seafastavam. Eram idênticos em atrativo, com umas amplas costas e esseaspecto robusto. Mas havia algo no Brant que o fazia diferente.Possivelmente fora seu caráter simpático e fácil, e aquele sorrisoencantador.

Depois de um comprido grito e algumas frases ininteligíveis, Brantreapareceu e se encaminhou para ela.

– Seu irmão está bem? – perguntou alarmada.

– Sim. Bom, estará bem – Brant abriu a porta do carro e tirou asbolsas do que tinham comprado e a bagagem. – Será melhor que nosmetamos em casa e deixemos Morgan que se reponha sozinho, ou vocêvai acabar ouvindo umas coisas que podem ofender sua sensibilidade.Bem-vinda ao mundo selvagem, princesa – disse-lhe ele. – Isto é só ocomeço.

Capítulo Seis Capítulo Seis Capítulo Seis Capítulo Seis

Brant segurou a porta para que Anastasia entrasse em sua casa.Perguntava-se ela gostaria do estilo rústico da decoração, ou secomeçaria a fazer sugestões sobre quanto melhor estaria a casa comdeterminados móveis ou peças de arte.

– Brant, sua casa é preciosa – disse Anastasia realmente satisfeitaao entrar em salão. – A chaminé é perfeita para este espaço.

Assim que ele apreciou o brilho de seus olhos, pôde dar-se conta

de que estava sendo sincera. – Não te parece muito rústico?

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Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros

– Absolutamente! É perfeita.

Brant não entendia por que sua opinião sobre a casa lhe pareciatão importante. Só sabia que suas palavras de avaliação oreconfortavam particularmente. A tensão que inconscientemente tinhaacumulado nos ombros pareceu ceder.

– De quem foi à idéia de fazer uma mesa com uma pedra e unstroncos?

– Acredito que foi um ato de autodefesa – disse ele com umagargalhada. – Quando Morgan e eu éramos meninos, tínhamos unscaminhões de brinquedo que nos fascinavam, mas que tinham ahabilidade de deixar umas muito pouco estéticas marcas sobre a mesa.Meu pai tinha que poli-la e envernizá-la continuamente. Quando minhamãe ficou grávida do Colt, pensaram que com três meninos na casa asituação ia piorar, assim tomaram uma decisão radical e substituíram a

mesa de madeira por uma indestrutível. Ela riu.

– É uma história maravilhosa – disse Anastasia e ficou pensativa. –Eu gostaria de ter histórias como essa.

– Sua avó não te deixava jogar?

– Tinha um quarto de jogos, mas não me permitia tirar meusbrinquedos dali por medo de que lhe danificasse suas valiosasantiguidades.

– Sinto muito. Deveu ser uma infância muito solitária, sempremetida em um quarto.

– Em realidade preferia estar ali que no mausoléu que era aquelaenorme casa. – Ele riu.

– Tão terrível era? – perguntou ele, abraçando-a.

– Sim, a verdade é que sim. Os móveis eram escuros e tenebrosos –olhou a habitação de cima abaixo. – Muito diferente desta casa, que sesente cálida e amigável. É como a família que vive aqui. A de minha avóparecia mas bem um museu Vitoriano.

Brant não sabia o que dizer. Mas a história da Anastasia lheprovocava compaixão e um forte desejo de protegê-la. Suas diferençasnão pareciam lhe importar e só desejava continuar assim, com ela emseus braços, sentindo sua cabeça pousada sobre seu ombro.

– Brant, não acha que a senhorita talvez queira que lhe mostre seuquarto? – a voz do Morgan interrompeu seus pensamentos.

Levantou a vista e viu seu irmão encostado contra o batente daporta, com o braço numa tipóia.

– Annie, não apresentei meu irmão – disse Brant, afastando-sedela. Inclinou-se e pegou as bolsas que estavam no chão e sua bolsa deviagem. – Morgan, esta é minha amiga Annie Deveraux. Ficará conoscoaté irmos a Anaheim.

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Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros

– Prazer em conhecê-la, Annie – disse Morgan, assentindo com acabeça.

– Igualmente – respondeu ela com um sorriso.

Brant mostrou a escada e Anastasia o precedeu. Mas a irritante

risada de seu irmão, obrigou ao Brant a voltar-se. – Logo nos vemos no escritório, irmãozinho – disse-lhe em um tom

duro.

– Estou desejando – respondeu Morgan com ironia.

Duas horas mais tarde, Brant se encontrou com seu irmão noescritório do rancho. Morgan estava sentado com as pernas apoiadas naescrivaninha e uma cerveja na mão. Mostrou ao recém-chegado umagarrafa que tinha tirado para ele.

– O que averiguou sobre a herdeira do Shackiey? – perguntouBrant. – Os advogados a encontraram já?

Morgan franziu o cenho.

– Sim e não. Encontraram à filha do Tug, mas em um cemitério.

– Então, o que vai acontecer com o rancho? Vamos poder comprá-lo ou a lei obriga a leiloá-lo?

– No momento não se sabe.

Brant soprou frustrado. Havia vezes que obter informação de seuirmão era um tanto trabalhoso.

– Suponho que haverá alguma razão para que não possamoscomprá-lo. – Morgan assentiu.

– A filha do Tug tinha uma filha.

– E a filha não quer vender?

– Não se sabe, porque não podem encontrá-la. A única coisa quesabem é que está em algum lugar entre Seattle e San Diego. Até quenão saibamos nada, terei que continuar cuidando da propriedade semque possamos explorá-la. Mas já falamos disto. Me conte, como é quefoi Colt em São Luis?

– Ficou em terceiro. Já é algo.

– E conseguiu sair ileso desta vez?

– Não de tudo. Arranjou um bom golpe na primeira saída. Vaiterminar com o cérebro feito «mingau».

– Começo a duvidar de que tenha cérebro. – Os dois irmãossoltaram uma gargalhada.

– Por certo – continuou Morgan. – Onde está nosso irmão pequeno?

– Foi para casa de Mitch Simpson. Queria ir com ele comprar umpresente para Kaylee – Brant notou que seu irmão fazia um gesto

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travesso. – Não me pergunte nada sobre o tema. A única que sei é queele diz que Kaylee não é mais que uma menina.

– Sim, mas as meninas crescem e Kaylee se converteu em umamoça linda – Morgan olhou fixamente seu irmão por uns segundos. – E,falando de moças lindas, qual é a história da bonita loira que nostrouxeste?

O fato de que Morgan achasse a Annie bonita resultava por umlado agradável, e por outro, incômodo.

– Precisava de um lugar onde passar a noite.

– Isso é tudo?

– Bom, tem problemas – admitiu Brant, e lhe contou as peripéciasde seu encontro. – Você não a teria deixado ali sozinha, verdade?

– Verdade. Mas acredito que, além de sua necessidade pôr emprática seu espírito de bom samaritano, há algo mais.

– Não! – protestou Brant. – Annie vem do mesmo tipo de mundo doDaphne. E já sabe o desastre que isso significa. Só estou tratando deajudá-la.

– Acredito em você, irmão.– É verdade.

– É obvio.

Morgan olhou a seu irmão com um trejeito de ironia que deixou ao

Brant inquieto. Bem, possivelmente se sentisse atraído pelo Annie, masisso não implicava em nada.

Brant decidiu não fazer o jogo de Morgan, saiu dignamente dahabitação e se encaminhou para seu dormitório. Só queria tomar umaducha e descansar um momento. Ao chegar, caiu na cama e ficou, como olhar perdido no teto, pensando nos beijos que tinha compartilhadocom ela. Ela o beijava de um modo tímido e apaixonado que estavacomeçando a viciá-lo.

Sua masculinidade tornou-se tesa imediatamente ante as imagensde Annie que começaram a lhe rondar a cabeça. Rapidamente, meteu-se

no banheiro e optou por uma ducha de água fria. Definitivamente, atéela partir, ou teria pego uma pneumonia ou teria se convertido em ummaníaco com uma excitação constante.

Olhou a zona inferior de seu corpo com crescente preocupação. Aágua fria já não ajudava. Definitivamente, ia ter uma ereção perpétuaacompanhada de uma pneumonia dupla.

Anastasia bocejou pela terceira vez, enquanto observava, atravésda janela, as montanhas longínquas. Tinha passado a noite sem dormir,

perguntando-se se não tinha fugido em companhia do homemequivocado. Brant representava tudo àquilo que lhe tinham ensinado a

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evitar: o risco. Mas o certo era que jamais havia se sentido tão viva efeliz como nos últimos três dias. E, fosse ou não lógico, estava se dandoconta de que se sentia mais que atraída pelo ousado cowboy. Estava seapaixonando. Suspirou brandamente e passou o dedo pelo vidro frio.Cada vez que a beijava despertava nela um desejo feroz de muito mais.Queria sentir sua pele masculina apertando-se virilmente contra seucorpo de mulher.

Não tinha sentido negá-lo: desejava desesperadamente a aquelehomem. Queria conhecer a sensação de ter seu corpo contra o dela,doce e apaixonado.

– No que está pensando? – perguntou Brant, aproximando-se dela.

Anastasia teve que conter uma risada nervosa. Se tivesse podidoadivinhar seu pensamento!

– Em nada – respondeu com um sorriso. – Só estava desfrutandoda vista.

– Sempre gostei de admirar as montanhas Shirley – disse ele e aolhou nos olhos com seu sorriso embriagador. – Você gostaria de sair ebrincar com a neve?

– Nunca brinquei com neve. Mas parece ser divertido.

– Nunca?

Ela negou com a cabeça.

– Não costuma nevar com freqüência em Illinois e, quando faz, a

minha avó tem medo que eu possa m resfriar se sair. Ele a abraçou pela cintura.

– Já não é uma menina pequena, assim pode fazer o que quiser.

Anastasia sentiu uma estranha e inesperada angústia.

– Obrigada – disse emocionada.

– Por quê?

– Por me deixar ser como quero.

– Eu gosto que seja como é.

Logo que seus lábios se posaram sobre os dela, Anastasia sentiu a já familiar e reconfortante sensação que se estendia por seu corpoquando a beijava. Quando sua língua se deslizou por entre a breveabertura de seus lábios, seu desejo se converteu em um rio quente quefluiu por entre suas pernas como lava ardendo.

Brant deslizou as mãos até sua cintura e a empurrou brandamenteaté que sua pélvis e roçou a dureza de sua masculinidade possante. Elase abraçou o seu pescoço e se abandonou ao mais perigoso dosprazeres: desfrutar dos beijos de um homem como aquele. Quandoestava com ele à tímida e retraída Anastasia se transformava em umafêmea faminta e sedutora.

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Aquele pensamento a contrariou e se separou dele assustada.

– Eu... sinto muito – disse-lhe, com a voz entrecortada.

– Coração, jamais se desculpe por me beijar assim – disse Brant.Compreendendo que ela necessitava tempo para assimilar aquela nova

parte de si, afastou-se ligeiramente. – O que me diz? Quer que saiamosa jogar?

Ela respirou profundamente sem poder afastar o olhar daquelesprofundos olhos azuis.

– Sim – disse com um sorriso. – Vamos fazer um boneco de neve?

Ele riu.

– Faremos um quando retornarmos.

– Aonde vamos?

– Já o verá – disse, beijando brandamente a sua testa. – Vai colocarumas luvas e uns óculos, enquanto eu vou procurar por uns agasalhosimpermeáveis e uns gorros.

Brant ficou ao pé da escada observando Anastasia enquanto subia.Ao girar, deu com Morgan que tinha um amplo sorriso nos lábios.

– Que está olhando? – disse, irritado.

– Então são só amigos, não é?

– Sim.

Morgan soltou uma sonora gargalhada.

– Continue dizendo isso se quiser, mas acredito que as ações lhecontradizem.

Brant estava acostumado às brincadeiras de seu irmão. Masnaquela ocasião o comentário estava tão perto da realidade que lheresultou inquietante.

– Você se acha muito preparado, verdade?

– O suficiente para saber julgar o que vejo – disse Morgan. –Acredito que você vai ter que começar a decidir quem vai ser o padrinho

das bodas, Colt ou eu.

– Pois eu acredito que além de bater o ombro, deve ter tambémbatido a cabeça ontem – disse Brant furioso.

– Bom, me faça saber com tempo suficiente para cortar o cabelo –insistiu Morgan e se encaminhou para a porta.

– Não enche! – disse a ele e se encaminhou para o hall da entrada,onde estavam os casacos.

Anastasia começou a descer a escada.

– Aqui está – lhe disse quando terminou de descer. – vamos estarfora um par de horas e não quero que você passe frio. Tem os óculos desol?

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– Sim, estão aqui. Suponho que é para impedir que o resplendor daneve nos cegue.

– Sim – disse ele colocando seus próprios óculos e agarrando umasmantas. – Assim que selarmos Dancer estaremos preparados.

– Dancer? – Meu cavalo.

– Nunca cavalguei. – Brant sorriu.

– Bom, tampouco brincou com a neve e isso não vai te impedir defazê-lo. – Os olhos da Anastasia se iluminaram.

– Não, claro que não – colocou os óculos claramente feliz. – Hojevai ser um dia de experiências novas.

Dez minutos depois, Brant colocou uma das mantas em cima deDancer.

– Pronta?

– Eu... – Anastasia olhou com certa apreensão o eqüino. – Sim,mas, como vou subir aí?

– Assim.

Ele a puxou pela cintura e a elevou sem problemas.

– Minha nossa! Não posso acreditar que esteja fazendo isto – disseela com uma risada nervosa.

– Relaxe – disse ele e tomou as rédeas para montar bem detrásdela. – Agora se cubra com esta outra manta para manter o calor.

Ela seguiu escrupulosamente suas ordens.

– Há algo que se suponha que eu deva fazer?

– Desfrutar do passeio, isso é tudo. – Mas, no momento em que seupequeno traseiro entrou em contato com sua virilidade, ele não pôdeevitar a excitação. Agitou as rédeas com a esperança de que o passeiodissipasse seus quentes pensamentos e Dancer ficou a trotarbrandamente.

–Estou montando a cavalo! – riu Anastasia entusiasmada.

– Claro – disse ele, lhe beijando pescoço. – Está cômoda?

Ela se apertou ainda mais contra ele.

– Agora estou.

Brant sentiu que o coração lhe acelerava. Ter o corpo da Anastasiatão perto alterava todo seu sistema hormonal. As palmas das mãosficaram suadas dentro das luvas térmicas. Maldição! Ainda não tinhampercorrido nem cem metros e já estava excitado como um demônio.

Tinha decidido montar sem sela para que o calor do Dancer osajudasse a não congelarem, mas não lhe tinha ocorrido pensar no que ocontato do corpo do Annie lhe provocaria.

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Cavalgaram em silencio pela pradaria até alcançar uma pequenaestrada. O ar era gelado, mas o sol brilhava intensamente.

– Brant, isto é absolutamente maravilhoso.

– Deveria vê na primavera.

– Eu adoraria – disse Anastasia com total sinceridade.

Aquele comentário provocou em Brant uma cálida e reconfortantesensação. Mas a ignorou. Não podia deixar-se enganar por um simplescomentário dito ao acaso. Sabia que uma mulher como Annie nãopoderia viver satisfeita em um lugar como aquele.

Depois de percorrer cinco quilômetros, chegaram a uma belaparagem de onde se divisava um vale.

– Por favor, pare o cavalo um momento – disse ela.

– Você está bem? – ele perguntou alarmado.

– Sim, claro que sim. Só que eu gostaria de poder admirar apaisagem – tirou os óculos e observou o vale. – Este seria o lugarperfeito para uma casa.

Brant se estremeceu.

– Isso é exatamente o que pensava fazer, construir uma casa aqui.

– De verdade? – Ele assentiu.

– Pensava construir a casa aqui e os estábulos naquela zona, ecriar cavalos que possam pastar na zona oeste.

– Sem dúvida é o lugar ideal. Mas teria que ser uma casa especial –disse ela. Ele se preparou. Aí vinha a decepção. Falaria de uma casamoderna, de tijolo, mais própria de um complexo de golfe que de umrancho. – Teria que ser uma casa de troncos – disse ela surpreendendo-o. – Com um montão de janelas dando ao lado oeste, para poder ver oentardecer. A habitação principal também deveria ser desse lado e terum balcão de onde se pudesse ver os crepúsculos do verão.

Brant tragou saliva. Algo lhe oprimia o peito e uma cálida sensaçãoinvadiu cada célula de seu corpo. Sua idéia era, exatamente, o que elesempre tinha imaginado.

– Você é realmente incrível, coração – ele falou.

– Eu?

– Sim, você – riu, apertou-a contra ele e lhe beijou a frente. – Acabade descrever a casa que vou criar.

Ao dar-se conta de que Ana não compartilharia com ele aquelelugar lhe provocou uma inesperada dor. Separou-se de sua mente opensamento e a abraçou com mais força. O que importava era que,naquele instante, estavam ali, juntos, nada mais.

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Capítulo Sete Capítulo Sete Capítulo Sete Capítulo Sete

Duas manhãs depois de seu idílio passeio a cavalo, Brant selevantou da cama sentindo-se terrível. Doía-lhe a cabeça pela falta desono e lhe ardiam às vísceras. Desejava Annie, era tão simples comoisso e, ao mesmo tempo, assim de complicado.

Tinha passado as três últimas noites dando voltas na cama epensando em todas as razões pelas quais não devia ter nenhum tipo derelação com ela. Sabia que se beijassem, se acariciassem e fizessemamor, aconteceria um desastre.

Mas seu corpo não parecia querer atender à razão. Desde que elatinha entrado no seu quarto de hotel, teve que tomar mais banhos friosque em toda sua vida. Mas, o efeito da gélida água não era solução

alguma. Uma vez superado o impacto inicial, tudo voltava para umincontrolável estado de excitação.

Encaminhou-se à cozinha para procurar o objeto de seus desejos. Talvez estivesse ali tomando o café da manhã. Mas não a encontrou.Logo foi ao seu dormitório, e nada. Depois de percorrer grande parte dacasa a achou no escritório, sentada frente ao computador.

– Como você está? – disse-lhe Brant com um sorriso. – Estava meperguntando onde você estaria. – O sorriso dela lhe acelerou o pulso.

– Perguntei ao Morgan se podia usar o computador para procuraruma coisa na Internet – disse ela, enquanto teclava um nome.Aproximou-se dela e olhou desde atrás.

– O que está procurando?

– Alguma notícia de interesse nos periódicos do Fresno, Califórnia –respondeu ela. – Quando conheci Patrick, ele me disse que tinha estadovivendo e trabalhando ali antes de mudar a Illinois.

– O que está procurando exatamente? – perguntou ele. – A prova dealgum ato ilegal cometido por ele?

Anastasia assentiu.

– Há algo que possa fazer para ajudar? – ele murmuroubrandamente ao ouvido.

– Bem sim, a verdade é que poderia fazer algo.

– Peça o que quiser.

– Poderia ir ver como está seu irmão? Eu acho que ele está umpouco triste.

Brant olhou o calendário que estava sobre a mesa e,imediatamente, percebeu qual era o problema. Como podia havê-loesquecido?

– Hoje teria sido o aniversário do Emily – murmurou ao reconhecer

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a data.

– Emily? – Brant assentiu.

– Era sua noiva.

– O que ocorreu?

– Emily se matou uma semana antes de suas bodas.

– Isso é horrível – disse Anastasia, levantando-se da cadeira eabraçando-se a Brant. – Quanto tempo faz?

– Em Julho fará cinco anos. Mas este dia é sempre muito duro.Fixaram a data de seu matrimônio em seu último aniversário.

– Por que não passa o dia com ele? – Anastasia lhe acariciou abochecha. – Possivelmente possa ajudá-lo a esquecer sua perda.

– Você não se incomoda? – Ela negou com a cabeça.

– Não se preocupe. Eu me vou passar todo o dia procurandoinformação. Além disso, sem dúvida Morgan precisa muito de você hoje.

– Alguém já te disse como você é especial? – ele disse, comovido porsua compreensão.

Fez com se levantasse para abraçá-la e a beijou nos lábios. Umavez mais sua masculinidade se esticou e, instintivamente a agarroupelos quadris e a puxou para si. Assustado pela forte reação de seucorpo, segurou-a com cuidado, afastando-se dela. Tratoudesesperadamente de recordar todas as razões pelas que não podia

apaixonar-se por uma mulher como Anastasia e não lhe veio à memórianenhuma sozinha.

– Brant? – sussurrou ela, com a voz cheia de desejo.

– Você vai me enlouquecer, Annie.

– Eu? – olhou-o incrédula.

– Sim, você – beijou-lhe docemente a ponta do nariz. – Já te disseque não sou nenhum santo. Sou um homem com apetites de homem e,neste instante, estou mais faminto do que jamais estive em toda minhavida.

Ela se ruborizou e uma faísca de desejo se acendeu em seus olhos.

– Jamais fui o tipo de mulher que... – Ele posou seu dedo sobre oslábios dela.

– Não quero voltar a ouvir você dizer isso de si mesma. A evidênciade que é uma mulher desejável está pressionando sua pélvis agoramesmo.

Ela molhou seus os lábios, repentinamente secos pelo impacto dainformação.

– Não faça isso.

– Que?

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– Umedecer seus os lábios desse modo – disse ele, enquanto seucorpo se esfregava contra o dela. – Não me ajuda tranqüilizar o excitadoestado de ânimo em que me encontro.

– Sinto muito.

– Não diga eu sinto. Simplesmente, não volte a fazer ou pode quenão seja capaz de manter minha promessa.

– Que promessa?

– Disse a você que eu era de confiança. Mas esta situação estácomeçado a ser mais forte que eu – aproximou-se ainda mais a ela e lhesussurrou ao ouvido. – Não há nada que eu pudesse gostar mais nestemomento que te levar a meu quarto e fazer o amor todo o resto do dia etoda a noite.

Antes que ela pudesse responder, ele a beijou na testa e saiu do

escritório sem olhar para atrás. Ela se deixou cair na cadeira,surpreendida e desconcertada. Brant Wakefield a desejava, e a desejavade verdade....

No final daquela tarde Anastasia se acomodou no sofá com ummonte de papéis obtidos de sua busca em Internet. Tinha encontradona rede suficiente informação para convencer a sua avó de quedenunciasse ao Patrick às autoridades.

– O que conseguiu? – perguntou Brant após entrar.

Ela levantou a vista e o viu diante dela, com aqueles jeans que seajustavam a suas pernas largas e musculosas como uma luva. Engoliusaliva e controlou seus anárquicos pensamentos, tratando de centrar-seno que devia.

– Descobri... – teve que clarear sua garganta antes de continuar. –Descobri que Patrick foi detido por mal conservação de recursos faz seteanos. Foi condenado a cinco anos de prisão, por ser um delito de luvabranca. Parece que seu roubo não foi descoberto até que a anciã para aqual trabalhava morreu e ocorrer à partilha da herança.

– Com tudo isto poderá conseguir que o investiguem – disse Brant.

– Ao menos conseguirei convencer minha avó para que peça umaauditoria de suas contas – respondeu Anastasia.

– Você trabalhou muito bem, coração – disse ele e, depois de pegaros papéis de sua mão, deixou-os na mesa e a abraçou. – Como é quevocê não tinha pensado em fazer isto antes?

– Não sei – respondeu ela duvidosa; sentir o abraço do Brant não adeixava pensar com claridade. – A verdade é que até que você nãomencionou que iria para Anaheim, não percebi que possivelmentedevesse averiguar sua origem real.

– Estou certo que esse desgraçado saiu do cárcere e foi diretamentea Illinois em busca de outra vítima.

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Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros

Ela assentiu.

– Sim, provavelmente foi assim.

Ficaram durante uns minutos olhando o errático movimento dofogo na chaminé, até que Anastasia rompeu o silêncio.

– Que tal está Morgan?

– Bem – disse Brant. – Convenci-o para que se fosse ao Laramie verum dos amigos do Cok. Jake Weston quer que Morgan o acompanhe aver um cavalo que precisa comprar. Jake o levará depois para tomarumas cervejas e, quando chegar a casa, a única coisa que pensará serádormir.

– Vai se embebedar? – Brant soltou uma gargalhada.

– Não. Com três cervejas Morgan dorme. E asseguro que é umasorte que seu quarto seja do outro lado da casa.

– Por quê?

– Porque seus roncos soam como um trem de mercadoriaspassando por seu dormitório.

Ela riu.

– Ronca mais alto que você?

– Eu não rouco – disse ele.

– Claro que rouca.

– Não.

Antes que ela pudesse seguir discutindo, começou a lhe fazercócegas.

– Pare! – disse ela entre gargalhadas.

– O que me dará para que pare?

– O que pedir.

– Um abraço?

– O que seja!

Ele se deteve, mas se dobrou sobre ela, e acabaram os doistombados sobre o sofá.

– Coração, passei muito mal hoje – ele disse a ela em um tomsensual.

– De verdade? – perguntou ela. A proximidade de seu corpo faziaque lhe resultasse difícil inclusive respirar.

Ele assentiu.

– Passei todo o dia me recordando todos os motivos pelos quedeveria guardar as distâncias.

– E chegou a alguma conclusão? – Ele negou com a cabeça.

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Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros

– Jamais desejei ninguém como desejo você.

– Não sei o que dizer – respondeu Anastasia, completamenteaniquilada.

– Diga que me afaste de você, Annie – ele sugeriu, lhe beijando a

testa e as bochechas. – Me diga que não devo voltar a te tocar. – Não posso dizer isso, Brant.

Ele gemeu e afundou o rosto em seu cabelo.

– Por quê?

– Porque... – ela suspirou. – Porque eu gosto que me beije e que metoque. – Ela notou que ele estremecia.

– O problema é, precisamente, que eu também gosto, e eu gostotanto que duvido que possa seguir me comportando como umcavalheiro a próxima vez que te beije.

Seus incríveis olhos azuis se fixaram nela com intensidade.Esperava uma resposta. Ela fez provisão de todo seu valor e respondeu.

– Me beije, Brant.

– Maldita seja, Annie, não ouviu o que acabei de dizer?

– Perfeitamente. E quero que fique comigo e me beije... e faça amorcomigo.

Ele gemeu e apanhou sua boca com urgência. Com o primeirotoque, Anastasia sentiu como se um raio tivesse aceso suas vísceras. Asensação de suas mãos sobre a cintura, excitava-a. Annie gemeu e seapertou contra ele. Brant deslizou a mão sob sua camisa, sua lingerie,enquanto apanhava o lóbulo de sua orelha entre os lábios.

– Você gosta disto?

– Sim...

Ele a olhou.

– Está segura de que quer fazer amor comigo? – Ela assentiu.

– Jamais estive mais segura de nada em minha vida.

Ele tirou a mão da camisa e lhe acariciou a bochecha. Segurou suamão convidando-a a levantar-se.

– Vamos para cima.

Ao ver que ela o seguia voluntariamente, Brant sentiu que a vida iaconceder lhe um formoso presente. Mas também estavam a ponto defazer algo que mudaria totalmente a relação que havia entre eles.

– Está segura disto, Annie?

– Não tenho nenhuma dúvida.

Rodeou sua cintura e a guiou até o dormitório. Fechou a porta eacendeu o abajur da mesinha de noite.

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Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros

– Brant?

Ele se voltou a olhar. Havia um tímido sorriso em seu rosto.

– Me diga, coração.

– Há algo... que eu gostaria que soubesse – disse ela claramentenervosa.

– Se está preocupada com a proteção, fique calma, eu me ocupareide tudo.

– Obrigado, mas não era isso – disse ela lhe abraçando com força.

Ele sentiu um repentino temor.

– Então?Ela o beijou no pescoço.

– Pode ser que não eu seja muito boa. Possivelmente tenha que meindicar o que tenho que fazer.

Ele engoliu saliva. Mas antes que pudesse verbalizar seuspensamentos, ela confirmou suas suspeitas.

– Nunca fiz isto antes.

Capítulo Oito Capítulo Oito Capítulo Oito Capítulo Oito

Brant a olhou atônito.

– Nenhuma vez?

Ela negou com a cabeça. Ele engoliu saliva e se separou dela.Passou a mão pelo pescoço.

– É virgem.

– Isso só costuma acontecer quando uma mulher nunca se deitoucom ninguém – disse ela, concordando.

– E quer que eu seja o primeiro homem com quem faz amor?

– Sim – disse ela com decisão.

– por que, Ana? – ele soprou. Estava ultrapassado pela situação. Tratou de pensar em todas as razões pelas quais devia mandá-la ao seuquarto, enquanto ele se metia em uma banheira repleta de gelo. – porque eu?

– Porque é doce, carinhoso e o homem mais sexy que jamaisconheci – ela o segurou pela mão. – E tem me feito sentir mais feliz nos

últimos dias do que eu fui em toda minha vida – aproximou-se porcompleto a ele e sorriu. – Quero estar tão perto de ti que seja tua parte.

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Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros

Brant gemeu e a tomou de novo em seus braços.

– Maldita seja, mulher, não me vai me tornar as coisas fáceis,verdade? – disse ele. – Não tem nem idéia da vontade que tenho de tê-laem meus braços e me afundar dentro de você. Mas eu estaria tirando devocê algo que jamais poderei devolver.

– Sei.

– E preferiria morrer que padecer seu arrependimento.

Ela posou o indicador sobre os lábios dele.

– Só me arrependerei de não fazer amor contigo.

Ele lhe beijou o dedo.

– Mas, coração, tem que entender que eu não posso fazerpromessas.

– Não estou pedindo que me prometa nada – disse ela. – É minhadecisão e a assumo com todas as conseqüências. Quero que seja oprimeiro homem que eu terei e tomara pudesse ser o único.

Aquele pensamento deixou Brant temporalmente paralisado. Aoolhar Anastasia nos olhos, soube que era verdade, que queria ser oúnico em beijá-la, em fazer o amor com ela. Engoliu saliva e empurroupara o lado aquele pensamento perturbador. Se pensasse demais,acabaria descobrindo algo sobre si mesmo que não estava preparadopara saber.

Abraçou-a com força e afundou o rosto em seu cabelo.

– Annie, não quero machucá-la.

– Sei que vai haver momentos desagradáveis, mas confioplenamente em que será cuidadoso.

Ela deslizou as mãos por dentro de sua camisa, lhe provocando umtumulto de sensações.

– Prometo que lhe farei isso o mais fácil possível. Mas você terá queme ajudar.

– Como?

– Terá que deixar de me tocar durante uns minutos – disse ele eencheu os pulmões de ar. – De outro modo, vou acabar incendiando acasa.

Ela sorriu.

– Acredito que isso não seria boa idéia. Lá fora faz muito frio. – Elegemeu.

– Já me congelei bastante sob a ducha desde que dividimos oquarto em Denver.

– De verdade?

Ele lhe acariciou uma mecha de cabelo.

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– Não tem nem idéia de como você é sexy.

– Nunca pensei que fosse – respondeu ela docemente.

Brant lhe desabotoou a blusa lentamente. Ela o olhava fixamenteenquanto ele trabalhava com as casas. Desfrutava do toque acidental de

seus dedos sobre sua pele. Quando chegou à altura da cintura não erafácil discernir qual dos dois respirava mais rapidamente. Brant separoulentamente as duas partes da camisa e ficou sem respiração.

Levava um sensual soutien de lingerie vermelha.

– Esta é uma das coisas que comprou em Denver? – perguntoucom a voz rouca.

– Sim – respondeu ela. – Compro toda minha roupa interior noSieek and Sassy.

– Pelo que vejo agora mesmo me atrevo a afirmar que essa loja éadorável.

Tirou definitivamente a camisa dela e a lançou sobre a cama. Logodesabotoou o soutien e o tirou lentamente. A visão de seus seiosturgentes e perfeitos provocou uma imediata reação em seu já alteradocorpo. Pousou as mãos sobre seus seios cremosos.

– Você gosta disto, Annie?

Ela prendeu seu lábio inferior entre os dentes como se tratassedesesperadamente de evitar um gemido.

– Não reprima o que sente.

Ele abaixou a cabeça e tomou seu mamilo possante com os lábios.Ao sentir sua língua brincando com a pequena protuberância, Annienão pôde conter-se mais. Um gemido completo e carregado de desejoescapou de sua garganta.

Ele sorriu.

– Assim é melhor, deixe que eu saiba do que você gosta.

– Não é justo – disse ela. – Eu também quero tocá-lo.

Desabotoou os botões com impaciência, até que o peito espetacular

daquele homem formoso ficou ao descoberto. – É muito formoso – disse ela, posando as mãos sobre os duros

peitorais. Ele riu.

– Já me chamaram de muitas coisas, mas «formoso», asseguro queé a primeira vez.

Seus corpos se aproximaram até que as peles nuas se tocaram.Brant sentiu que o coração lhe acelerava. Controlando com muitadificuldade sua impaciência, desabotoou a saia vaqueira e a deixou cairaté o chão. Ele terminou de tirar a saia com os pés e a afastou. Elevoltou a abraçá-la e apanhou entre seus lábios o lóbulo da orelha dela elhe sussurrou algo insinuante:

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– Acredito que vai conseguir que eu tenha um ataque ao coraçãovendo você com isso que tem está vestindo.

– Você não gosta? – ela perguntou, brincalhona.Ele levantou uns olhos famintos que se fixaram na boca dela.

– Eu adoro. Mas vou gostar ainda mais de tirar isso. Você é linda,Annie.

Desceu lentamente, deslizando os lábios por todo seu corpo até oumbigo. Logo agarrou entre dois dedos a fina lingerie que cobria suafeminilidade ardente e se desfrutou fazendo escorregar por sua pele finaa renda vermelha. Ficava só a liga, provocadora e insinuante. Rodeousua cintura com os braços e desabotoou o fecho. Logo baixou lenta esedutoramente as meias até deixá-la isenta de toda roupagem eartifício.

Levantou-se e se separou dela para observá-la. – É preciosa, Annie.

Ela se armou de coragem, aproximou-se dele e deslizou um dedopor seu peito, descendendo por seu estômago musculoso até a cinturada calça.

– Posso? – perguntou.

– Francamente me decepcionaria se não o fizesse – ele respondeu.Ela sorriu, desabotoou o botão da calça e baixou o zíper, roçando

indevidamente seu membro excitado. No momento em que ela começoua lhe tirar as calças, tomou a mão.

– Será melhor que eu me encarregue disto – ele disse.

Tirou as botas, as calças e a roupa de baixo, e tirou algo do bolsoque deixou sob o travesseiro. Anastásia jamais tinha visto um homemnu. O coração lhe acelerou e começou a respirar freneticamente.

Brant era perfeito, com um corpo tão idealmente esculpido querecordava a uma estátua grega. Tinha os ombros largos e amusculatura firme e apertada, os quadris estreitos e um ventre plano eatlético. Ele a também a olhou e Anastasia se sentiu como se fosse a

mulher mais desejável do mundo. Agarrou-a pela mão e a conduziu àcama. Deitaram juntos, lado a lado. – Vamos fazer isto com muita calma. Iremos muito devagar – ele

lhe disse, levantando ligeiramente a cabeça para olhá-la.Ela rodeou seu pescoço com os braços e o beijou com infinita

paixão e sensualidade. – Deus do céu! Está me matando de prazer e adoro cada minuto

desta tortura – ele lhe disse e desceu a boca até seus seios.Notou como ela introduzia os finos dedos entre seus cabelos.

– Brant, é você o que me está matando.

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Ele a olhou uma vez mais.

– Quer que pare?

– Não.

Beijou-a nos lábios e lhe acariciou o corpo.

– Sua pele é tão suave que parece de cetim – ela se estremeceu aonotar sua mão sobre a parte interna das pernas, – Annie...

– Sim?

Ela abriu os olhos e ele a acariciou brandamente.

– Quero que me prometa algo – disse-lhe. – Neste instante seria capaz de prometer qualquer coisa. – Me prometa que vai dizendo tudo o que você gosta e o que não.

Nesse instante, separou-lhe as pernas e achou sua feminilidadeúmida e quente. – Por favor...

– Por favor o que?

– Faça algo – rogou–lhe ela.

– O que quer que te faça?

– Faça amor comigo, Brant.

Sua sexy petição o alterou perigosamente. Estava tendo

verdadeiros problemas para manter o controle. – Espere um momento – disse e, tirando o pacote que tinha posto

previamente debaixo do travesseiro, rasgou-o e colocou a proteçãonecessária.

Tomou-a entre seus braços uma vez mais e, controlando aomáximo, abriu-se passo dentro dela, sem deixar de olhar seu rosto. Aochegar à barreira que impunha sua virgindade se deteve.

– Annie – foi tudo o que pôde dizer antes de cobrir seus lábios comum doce beijo. Brant sentia os dedos dela lhe pressionando com forçaas costas. Estar dentro do Annie era estar no céu. A idéia de poder lhecausar alguma dor lhe espantava. O ímpeto de seu desejo o insistia aseguir adiante, mas temia que Annie não estivesse preparada ainda.

Ele elevou a cabeça e a olhou.

– Não sei se...

– Brant, estou bem – disse-lhe sorrindo. – Continua sem medo.

Ela se arqueou em um sinal de entrega. Estava lhe pedindo que alevasse ao lugar ao qual só os amantes chegavam juntos. Ele respondeumovendo-se dentro dela lentamente até romper a barreira que os

separava da entrega completa. Ela gemeu levemente e, depois, relaxou.

A paixão começou a crescer de novo e suas bochechas se

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coloriram. Notou como sua feminilidade se esticava em torno dele.

– Deixe que te leve, coração – disse-lhe ele. – Eu me encarregarei detudo.

Anastasia fechou os olhos e se deixou levar até o final, chegando ao

supremo prazer. Só quando teve a certeza de que ela tinha alcançado oêxtase, ele cedeu ante sua própria necessidade. Gritou o nome do Anniee sentiu como se uma carga elétrica o estivesse atravessando.Momentos depois, os espasmos terminaram, após encontrar o fim suaprópria liberação. Annie o abraçou com força e notou seu corpo grandeestremecer. Adorava sentir seu peso, sua respiração, sua pele.

Fechou os olhos e apanhou seu lábio inferior entre os dentes. Averdade era que adorava tudo nele e o fato de que o tempo que restavaestivesse a ponto de acabar, se tornava insuportável. No dia seguintepartiriam para o Anaheim e logo, retornaria a casa.

– Está bem? – ele perguntou.

– Muito bem – ela respondeu. Ele levantou a cabeça e a apoiou namão para olhá-la.

– Está segura? – Ela assentiu.

– Foi à experiência mais incrível de toda minha vida.

– Prometo que da próxima vez será ainda melhor.

– A próxima vez? – perguntou ela, notando que o coração lheacelerava.

– Sim. Mas não será agora – deitou-se a seu lado.

– Por que não? – perguntou ela indevidamente decepcionada.

– Eu não gostaria de machucá-la e quero evitar a toda custo quevocê possa se sentir dolorida hoje.

Annie notou um doce calor interior ao sentir-se protegida. Branttratava de fazer o melhor para ela, não o que realmente queria. Poucotempo depois a respiração profunda anunciou que seu companheiro depaixões estava dormindo profundamente.

Ela permaneceu a seu lado, com o olhar no teto, pensando. Em umpar de dias estaria de volta em casa. Por que a perspectiva de sua voltalonge de alegrá-la a entristecia profundamente? Olhou Brant e seperguntou se trataria de vê-la depois de que partisse, ou deixaria quedesaparecesse sem mais.

Sentiu um nó na garganta e soube exatamente o por que: voltarpara Illinois poderia supor não voltar a ver o homem a que amava.

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Capítulo Nove Capítulo Nove Capítulo Nove Capítulo Nove

Brant pagou ao taxista e tomou a mão de Annie para guiá-la até aporta de entrada do pessoal. Até então tinha tratado de evitar pensarnaquele dia, mas finalmente tinha chegado e não havia modo de mudarisso. Depois do rodeio tomariam um avião até São Luis. Logo alugariamum carro e conduziriam até sua casa ao sul de Illinois. No dia seguintepela manhã, ela já estaria em sua vida de sempre, rodeada de livros,arte e concertos benéficos, enquanto que ele retornaria a Lonetree.

Assim deviam ser as coisas, não havia mais. Mas, então, por quelhe doía tanto a perspectiva de separar-se dela? Olhou à mulher quetinha a seu lado e recordou que ele tinha sido seu primeiro amante. Aidéia de não voltar a fazer amor com ela lhe era insuportável.

– Annie...

– Sim?

– Tenho algo para pedir – disse ele tomando uma repentinadecisão.

Parou, deixou a bolsa que levava na mão e a tomou em seusbraços. Que agradável era senti-la perto!

– Você se importaria...

– Olá, irmão – interrompeu-os Colt, que acabava de chegar

acompanhado de seu amigo Mitch. – Hoje acho que vou ganhar. – Tenta não aterrissar com a cabeça outra vez – respondeu Brant

irritado por sua inoportuna aparição.

Os dois homens riram. Mitch se voltou para a Anastasia e lheestendeu a mão.

– Acredito que não nos apresentaram. Sou Mitch Simpson. Pareceque no outro dia esteve sentada junto a minha irmã.

Anastasia estreitou a mão do amigo do Colt que a olhavainsinuante. Brant não pôde ocultar sua tensão. Mitch tinha fama desedutor.

– Eu sou Anastasia Deveraux – respondeu ela. – Sua irmã éencantadora. Virá hoje também?

– Não – disse Mitch sem soltar a mão da Anastasia. – Ficou emcasa cuidando da égua que lhe dei de presente por seu aniversário.

– Diga a ela que teria sido encantador voltar a vê-la.

Brant lançou ao Mitch um olhar assassino e este afastou sua mãoda de Anastasia, não sem antes sorrir vitorioso.

–Kaylee me disse que vocês estiveram bem juntas. Estou certo queficará chateada de não ter encontrado você.

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– É incrível. Prefere passar seu tempo com essa égua em lugar devir para me ver – disse Colt.

Brant estudou seu irmão. Era verdadeiro pesar o que se ouvia emsua voz?

– Kaylee já viu você montar o suficiente para saber o que vaiocorrer – disse Mitch.

– O que tem que errado em minha forma de montar? – perguntouColt furioso.

– Não é o modo em que você monta, e sim como desmonta. Sempreacaba com a cabeça no chão.

– Isso não é verdade.

– Sim, é verdade – insistiu Mitch.

Os dois homens se despediram e seguiram discutindo enquanto sedirigiam para a zona onde se serviu o bufê. Brant abraçou de novoAnastasia.

– Voltemos aonde o deixamos. Há algo que eu gostaria de pedir.

Ela sorriu e ele sentiu um doce calor interior. – Peça o que quiser. – Você se incomodaria se trocássemos nosso vôo e reservasse um

quarto em um hotel?Anastasia o olhou fixamente.

– Está me pedindo que passe a noite contigo, Brant? – Sim.Ela posou a mão sobre sua bochecha.

– Eu adoro a idéia – respondeu. – Além disso, me lembro que vocême fez uma promessa.

– Qual?Ficou nas pontas dos pés para poder lhe sussurrar ao ouvido.

– Me prometeu que, quando voltássemos a fazer o amor, seriainclusive melhor que a primeira vez. Mas não teve ainda ocasião de medemonstrar isso

O coração do Brant se acelerou e seu corpo reagiu imediatamente.

– Sou um homem de palavra, você sabe, assim trocarei os bilhetesassim que acabarmos de comer algo.

Depois do jantar, Anastasia se dirigiu aos degraus para esperar asaída de Brant. Enquanto via os homens preparando na arena, nãopodia deixar de pensar no convite que lhe tinha feito. A neta da CarlotaWhittmeyer jamais teria sonhado uma semana atrás passar a noite emcompanhia de um arrumado cowboy. Mas, em um período de só unsdias, sua existência tinha mudado. Estava aprendendo a desfrutar da

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vida, a não deixá-la passar diante dela sem atrever-se a tocá-la. Sorriu eolhou as roupas que estava vestindo. Inclusive sua forma de vestir-seestava mudada. Ela preferia roupa larga, neutra. Entretanto, naquelemomento estava vestida com uns jeans apertados, uma camisavermelha e botas de pontas. E se sentia bem. Gostava de como asroupas vestiam seu corpo, e principalmente, do modo como a olhavaBrant, quando se vestia assim

Por desgraça, sabia que sua avó não aprovaria sua novapersonalidade, mesmo que já não podesse voltar a ser a mesma neta deantes. Independentemente do que acontecesse entre o Brant e ela,sempre lhe seria grata por ter lhe mostrado um caminho quedesconhecia até então. Estava tão absorta em seus pensamentos quedemorou uns segundos em reparar na voz masculina que soava pertodela. Voltou-se sobressaltada e viu, a somente uns metros, Patrick.Estava de costas a ela, mostrando sua foto a um grupo de gente.

Anastasia sentiu um ataque de pânico e procuroudesesperadamente um lugar no que esconder-se. De repente, reparouem um barril que estava em um lateral da praça, entre caixas. Era osuficientemente grande para escondê-la e, provavelmente, jamaisocorreria a ele procurá-la ali. Lentamente, sem chamar a atenção,deslizou-se dentro. Esperaria que Patrick partisse e logo sairia dali e iriaem busca do Brant.

Passados uns minutos e quando se dispunha a olhar se Patricktinha partido, sentiu que o barril se movia. De repente, inclinou-seperigosamente, até cair sobre um de seus lados e golpeandodolorosamente Anastasia. Ficou confusa uns segundos, até quepercebeu de que estava sendo empurrada para a arena.

– Não, pare! – ela disse. – Estou aqui dentro.

Levantou como pôde a cabeça, mas não via nada, assim decidiuprocurar com a mão ao estranho que a transladava. O homem sesobressaltou ao notar o inesperado tato.

– Que demônios... – de repente, o homem voltou a colocar o barrilem sua posição vertical. Uma cara grafite apareceu pelo buraco, – O queestá fazendo você aí?

– Por favor, mantenha a voz baixa – disse ao homem, temerosa deque os dramalhões do palhaço chamassem a atenção do Patrick. –Necessito que procure o Brant Wakefield.

O homem parecia exasperado.

– Necessita o que?

– Por favor, é muito importante. E não penso sair deste malditobarril até que não o traga. Brant olhou para os degraus, ansioso por vero doce rosto da Anastasia. Mas não a encontrou. Onde demôniosestava? Repentinamente impaciente, perguntou a seu irmão Colt quevinha para ele.

– Viu Annie?

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– Não – respondeu Cok. – Aconteceu algo? – Não estou seguro – respondeu a seu irmão sem deixar de olhar

para o público. – Você sabe que se necessitar ajuda só tem que pedi-la. – Brant

assentiu. – Obrigado, Colt.Enquanto seu irmão se afastava, um impaciente Gil Daniels se

aproximou a toda pressa. – Oi, Brant! – chamou-o Gil. – Preciso de sua ajuda. – Agora não. Gil – disse Brant. – Isto não pode esperar. – Pois terá que esperar – disse Brant impaciente. – Preciso

encontrar a alguém. – Gil o agarrou por braço. – Essa loira que estava com você me disse que, se não lhe avisar,

não sairá do barril. – Annie está no barril? – perguntou Brant incrédulo.Gil se encolheu de ombros.

– Não sei como se chama, mas sim, está em meu barril.Brant apressou-se para o lugar que lhe indicou Gil. Ao chegar ali,

olhou pelo buraco superior do tonel e encontrou os olhos assustados daAna.

– Que demônios está fazendo aí?

– Patrick está aqui.

– Está segura? – Ela assentiu.– Estava mostrando minha foto a um grupo de pessoas.

Brant olhou de um lado a outro.

– Já não está. Foi embora – estendeu a mão para ajudá-la a sair. –Assustei-me muito quando Gil me disse que estava no barril. Gilbalbuciou algo entre dentes e empurrou o tambor para o centro daareia.

– Foi o único lugar onde me podia esconder – ela se estremeceu. –Estava tão perto...

Tomou-a em seus braços. Como ia fazer para mantê-la a salvo?Havia quarenta e cinco cowboys que dependiam dele para poderdesmontar suas bestas. Mas a mulher que tinha em seus braçosprecisava de sua ajuda. Ao ver a coordenadora aproximando-se deles,respirou aliviado.

– Sarah, preciso que me faça um favor. – A mulher sorriu.– Se tratar de ir às compras, terá que esperar até manhã.

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Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros Uma herdeira em apuros

– Esta vez não são compras - sem dar muitos detalhes, contou queAnnie estava tratando de evitar Patrick Elsworth. – Pode ficar com vocêaté o final?

– É óbvio – disse a mulher. – Vêem. Esse homem não poderá darcontigo. E se atreve a entrar aqui, encontrará quarenta e cinco cowboyscom suficiente adrenalina para lhe fazer desistir de seu intento.

– Nos vemos depois do rodeio – ele disse.

– Tome cuidado – ela rogou.

– Conte com isso – respondeu ele e se aproximou para lhesussurrar algo ao ouvido. – Temos um encontro esta noite.

Brant se preparou para saltar à arena assim que fosse necessário.Oito segundos depois de que a besta tivesse saído com seu cavaleironas costas, este desmontaria e chegaria a hora de desviar a atenção dotouro. A porta se abriu e mil quilogramas de fúria bovina saíram àareia. Mas, quatro segundos depois, o cowboy caiu de seus arreios,perigosamente perto da fera.

Ao ver que não se movia, Brant soube imediatamente que ocavaleiro tinha perdido os sentidos. Sem pensar correu até ele e ocobriu com seu próprio corpo. Jamais tinha perdido a nenhum cowboye não estava disposto a que aquela fosse a primeira vez.

Esperava que outros cowboys saltassem à arena para desviar aatenção do touro, mas, antes que pudessem fazê-lo, os chifres da bestase chocaram contra suas costelas. O colete protetor o salvaria de feridasmortais, mas suspeitou no momento do golpe que ia ter sériascontusões durante vários dias. Quase tão depressa como o touro oatacou, foi tirado fora da arena, graças a outros dois toureiros.

Quando, finalmente, conseguiram levar a touro de volta, a equipemédica saiu para recolher ao cowboy inconsciente e a comprovar oestado do Brant.

– Está bem? – perguntou-lhe um dos médicos.

– Sim, perfeitamente – disse ele, se levantando lentamente eretirando os restos de areia que tinham ficado em sua roupa. – Megolpeou um par de costelas, isso é tudo.

– Seguro?

– Seguro. Já tive suficientes ossos quebrados para saber distinguiruma ruptura.

O homem assentiu e ficou ajudando os outros dois que carregavamo ferido em uma maca. Brant saiu da arena em busca da Anastásia.Mas antes de encontrá-la, topou-se com um desagradável visitante.

– Estava buscando-o, Wakefield – lhe disse Patrick Elsworth.

– Que engraçado, porque eu não estava procurando você – disse

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Brant, controlando a fúria que só a presença do depreciável indivíduolhe provocava. De repente, reparou em algo. – Como sabe meu nome?

Elsworth pareceu feliz consigo mesmo.

– Chantageei o recepcionista do hotel, que me deu seu nome e me

disse que era você parte deste estúpido espetáculo. Logo procurei emInternet quando seria o próximo rodeio – sorriu satisfeito. – Onde estáela?

Brant não se expôs sequer fazer o avoado, não tinha nenhumsentido.

– Annie está a salvo de você – disse-lhe. – Agora saia daqui amenos que queira ter problemas graves.

– Annie? – Elsworth gargalhou. – Carlota não vai gostar dessenome. Odeia que alguém chame a sua preciosa neta com qualquer

apelativo que não seja «Anastásia».Brant continuava andando com intenção de tirar aquele homemdali. Temia que Anastasia aparecesse de um momento a outro. Nesseinstante, viu Mitch e a Colt e apressou o passo.

– Colt, recorda o que falamos antes?Seu irmão olhou primeiro a Brant e logo ao homem que estava a

seu lado. – Sim. – Necessito esse favor agora – disse. Colt sorriu, aproximou-se do

Elsworth e o agarrou pelos ombros. – Mitch e eu nos ocuparemos de tudo sem problemas. – Vocês acreditam que podem me dar quinze minutos? – perguntou

Brant afastando-se. – Sem problemas – disse Colt e soltou uma gargalhada quando

Elsworth tratou de lhe cravar o cotovelo no estômago e se encontroucom seu colete protetor. – Tome todo o tempo que necessite.

– Obrigado.

– O que acreditam que estão...? – isso foi tudo o que Brant ouviu,enquanto levavam ao rato do Patrick Elsworth.

Ele chegou ao vestuário, trocou-se de roupa e se apressou a ir embusca da Anastasia. Tinha que levá-la ao hotel antes que Colt e Mitchsoltassem ao Elsworth. Tinha prometido a ela que a manteria a salvo eestava disposto a cumprir sua promessa.

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Capítulo Dez Capítulo Dez Capítulo Dez Capítulo Dez

Annie esperou impaciente a que Brant abrisse a porta do hotel.Assim que entraram, fechou-a a toda pressa.

– Brant, nunca passei tanto medo em minha vida – lhe disseAnastasia.

– Já está a salvo, coração. Elsworth não sabe que está aqui. – Mas não é Patrick o que me preocupa – disse ela e tomou o rosto

dele entre as mãos. – Pensei que ia dar um ataque ao coração quando vicomo o touro ia em sua direção. Está bem?

– Um pouco dolorido – ele admitiu. – Amanhã terei que levar ascoisas com calma. Mas estará bem.

– Está seguro? – Ele assentiu. – Estive em situações piores que as de hoje.Ela o observou enquanto tirava a jaqueta de couro lentamente.

– Você foi atendido por um médico? – Querida, estou bem – ele disse. – Tenho um par de contusões,

isso é tudo.Anastasia teve que fazer um esforço por controlar suas lágrimas.

– Brant, nunca vi um ato tão heróico como o que você fez, seatirando sobre aquele cowboy e cobrindo seu corpo para protegê-lo. Foiincrível.

– Não. A única pessoa incrível que tem aqui é você – ele disse,tomando-a em seus braços.

Era típico dele, diminuir a importância de suas façanhas. Quantomais o conhecia, mais admiração lhe provocava. Ela começou a lhedesabotoar a camisa e, ao notar o toque de suas mãos sobre a pele, elegemeu.

– Você gosta?

– Quase mais do que posso suportar – disse com um amplo eprometedor sorriso. – Mas não quero ser egoísta. Eu também querofazer com que você se sinta bem.

Desabotoou os botões da blusa dela, até deixar descoberto seusoutien de renda branco. Tirou a camisa e lhe desabotoou o soutien,deixando-a lentamente sem ele. Logo apanhou seus seios entre as mãose começou a brincar com seus mamilos.

– Eu gosto – murmurou ela.

Ela desabotoou o cinto dele. Logo começou a baixar o ziper, mas

encontrou com um obstáculo. – Nossa... parece que aqui temos um problema – disse olhando-o

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nos olhos.

– Sempre fico assim quando você está por perto – respondeu ele,referindo-se a seu membro endurecido. Logo baixou a cabeça e beijouseus seios.

Ela sentiu um calafrio e se abraçou a ele. Mas o gemido de dor queemitiu a sobressaltou.

– Está realmente ferido – disse, afastando-se dele e retirando acamisa que ocultava o golpe. Apareceu então uma grande manchaviolácea, – Meu Deus! Isso tem muito mau aspecto.

– Não é nada – insistiu.

– Sim que é – puxou-o pela mão e o conduziu à cama. – Quero quefique cômodo. – Deite que eu vou trazer gelo – ele começou a protestar,mas ela negou com a cabeça. – Não admito queixa. Você cuidou de mim

e agora é minha vez de cuidar de você.

Brant observou Anastasia enquanto se vestia, tirava a chaveeletrônica do bolso da jaqueta dele e saía do quarto em busca de umamáquina de gelo. A preocupação que tinha visto em seus olhos ocomovia. Deitou totalmente e ficou olhando ao teto e pensando. Eramuito agradável tê-la perto, sentir que cuidava dele. Perguntou-se comoseria tê-la a seu lado sempre.

Afastou sua mente de uma idéia semelhante, porque fazia com quedesejasse o impossível. Não tinha sentido expor-se a coisas que jamaisocorreriam. Annie e ele vinham de mundos irreconciliáveis e suas vidas

se separariam o dia seguinte. A porta se abriu e ela entrou com ummontão de gelo em uma bolsa de plástico. Momentos depois sentiu ofrio intenso sobre suas costelas.

– Maldição! Isso está gelado!

– É o que costuma acontecer com o gelo – disse ela com umsorriso. – Não sei exatamente quanto tempo devo deixar você com isso.

– Não muito – disse-lhe. – Neste momento tenho em mente coisasmais quentes.

– Mas se está ferido... – protestou ela.

– Acredite em mim, Ana, não estou tão mal. Minhas costelas estãodoloridas, mas minhas outras partes funcionam à perfeição.

Afastou a bolsa de gelo a fim de podê-la tomar em seus braços. Foiquestão de minutos até a barreira de roupa que se interpunha entreeles desaparecesse, deixando que os corpos quentes se deleitassem comseu mútuo toque.

– Não sabe quanto desejei repetir isto, Ana – ele sussurrou.

– Brant... – foi tudo o que ela conseguiu dizer.

–Eu gosto de ouvir você dizer meu nome.

Depois de um jogo de carícias e de beijos, Anastasia o ajudou a

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colocar o preservativo e, uma vez mais, abriu-lhe seu corpo. Sentiu pelaprimeira vez em sua vida completa e cheia de um amor que não sabiaque existia. Soube então, com total certeza, que Brant era muito maisque um companheiro de diversão: era sua alma gêmea, sua outrametade.

Uniram-se frenéticos em busca do prazer final, até que explodiudentro deles o êxtase, convertendo-se em algo maior do que jamaisteriam esperado.

Anastasia ouviu o gemido último do Brant e juntos encontraram omais doce alívio.

Tempo depois que Anastasia dormiu, ela permanecia entre osbraços de Brant. Ele adorava o modo em que seu pequeno corpo seajustava ao dele, lhe transmitindo tanta serenidade.

Amava-a. Não sabia como nem quando tinha acontecido, mas eraamor sem dúvida o que sentia.

Tinha permitido que ocorresse e não deveria tê-lo feito. Por acasonão tinha aprendido com suas experiências passadas que uma mulhercomo Annie não chegaria jamais a ser feliz com um homem como ele? Oque ocorreria quando acabasse a aventura e quisesse recuperar seumodo de vida?

Ele sentiu um nó na garganta. Acabaria cansando-se e trataria dedomesticá-lo. Mas ele jamais encaixaria em seu mundo e, finalmente, oabandonaria. Como ele sobreviveria então? Brant respirouprofundamente com o propósito de relaxar a dor que sentia em seupeito.

A resposta a todo isso era simples: no dia seguinte, depois de levá-la junto a sua avó, diria adeus a ela para sempre.

Quando Brant parou o carro que tinham alugado diante da casa daavó de Anastasia, o coração dela se encolheu. Aquele era o último lugarque queria estar. Olhou o bonito cowboy que a acompanhava e teve quefazer um grande esforço para conter as lágrimas. Assim que descesse doveículo, ele retornaria a Lonetree sem ela.

– Tinha razão – disse Brant olhando a imponente casa vitoriana. –Esta casa parece um museu.

– O certo é que este estilo pode resultar quente e acolhedor, mas ade minha avó é particularmente fria – Anastasia fez uma pausa e baixouos olhos. – Obrigado por tudo, Brant. Não sei o que teria feito sem suaajuda...

– Não pense nisso agora, coração – disse-lhe, posando o dedo sobreseus lábios, – Tudo saiu bem.

– Espero que tenha uma boa viagem de volta – disse ela.

Tinha que entrar na casa antes de fazer algo estúpido, como

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abraçá-lo e lhe rogar que a levasse com ele.

– Esperava que convidasse a uma taça de café ou algo assim.

Anastasia sorriu e juntos se encaminharam para a porta.

– Se quiser, pode ficar para jantar.

– Sinto muito, mas meu vôo para São Luis sai as dez e não mesobra muito tempo.

Anastasia ficou um segundo parada na frente à porta antes de soara campainha. Finalmente, apertou o botão e, momentos depois, CarlottaNewmeyer abriu a porta com o cenho franzido.

– Onde você esteve, senhorita? – perguntou furiosa. – Chamei àbiblioteca quando cheguei em casa, mas sua assistente não me foi quemuita ajuda. Só me disse que Patrick esteve tentando localizá-ladurante toda a semana – a mulher se deteve e olhou de cima abaixo aocowboy que a acompanhava. – Quem é este?

– Sou Brant Wakefield – respondeu educadamente ele e lheestendeu a mão.

A mulher olhou com desprezo sua mão e voltou a dirigir-se a suaneta.

– O que está vestindo? Parece uma ridícula garota de campo. Eseus óculos?

– Eu também me alegro de vê-la – disse Anastasia com certa ironia. – Vamos para dentro e lhe explicarei tudo.

Apenas entraram, e Brant sentiu um calafrio. A casa estavadecorada com escuras antiguidades e brocados ancestrais. Chegaramaté um incômodo salão e Brant pôde fazer idéia de quão infeliz umamenina como Annie devia ter sido ali. Sentou-se a seu lado em um sofáduro como uma pedra e notou imediatamente a tensão de seu pequenocorpo.

– Fique tranqüila, tudo irá bem.

– Deduzo que você esteve toda a semana em companhia destehomem – disse Carlotta em um tom de desprezo.

– Avó, Brant é o homem mais amável e generoso que jamaisconheci! – disse Anastasia, olhando-o com tanta estima que ele sentiuum reconfortante calor em seu interior. Ela colocou a mão no bolso etirou o anel que Patrick Elsworth lhe tinha dado. – Isto é seu. É ocomeço de tudo.

– Meu? – Carlotta negou com a cabeça. – Nunca o vi em minhavida.

– Representa os milhares de dólares que Patrick Elsworth esteveroubando de sua conta.

Anastasia explicou com tudo detalhe o que tinha descoberto sobreo Elsworth e como a tinha ameaçado.

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Mas, qual foi sua descomunal surpresa para ouvir que a anciã senegava a aceitar suas explicações.

– Não se dá conta do perigo que corre indo com estranhos? – umavez mais, olhou com desprezo ao Brant. – Isso sem contar com o danoque pode lhe fazer a sua reputação. O que vão dizer minhas amigas doclube se descobrirem que escapou por uma semana com um cowboy?

Brant não pôde mais. Ficou de pé e interveio.

– Senhora Whitmeyer, não quero ser irreverente, mas tem suasprioridades tão confusas que me dá lástima. O que importa o que ummontão de senhoras arrogantes possam pensar? Annie corre um sérioperigo e não sou eu a ameaça, a não ser o tipo que você considerava ohomem perfeito para ela.

A mulher respondeu furiosa.

–O nome de minha neta é Anastasia e isto não é assunto dele –assinalou com raiva a saída. – Agradeceria se partisse o quanto antes.

Anastasia se levantou rapidamente.

– Avó, não penso tolerar que trate Brant assim.

A mulher olhou atônita para sua neta. Brant estava seguro de queaquela era a primeira vez que se rebelava.

– Fique tranqüila, Annie – disse lhe posando a mão na bochecha. –Não se preocupe coração.

As lágrimas encheram os olhos da jovem.

– Brant...

– Tenho que pegar o vôo de volta a casa.

Encaminhou-se diretamente para a porta sem olhar atrás. Uma vezfora, entrou em seu carro, sentou-se e respirou profundamente. DeixarAnnie era o mais difícil que tinha feito em toda sua vida. Mas levá-laconsigo seria um engano enorme. Arrancou o carro e se colocou acaminho do aeroporto.

Mas, ao parar no primeiro semáforo viu justo em frente dele, namão contrária, um BMW amarelo que parou ruidosamente com amudança do semáforo. O homem estava impaciente e golpeavaritmicamente o volante: era Patrick Elsworth.

De repente, deu-se conta. Dirigia-se a casa do Annie e suaimpaciência o delatava: ia disposto a algo. Brant não podia permitir,tinha que retornar. E se Patrick Elsworth se atrevesse a pôr a mão emcima a Anastasia Deveraux, era homem morto. Disso podia estarseguro.

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Capítulo Onze Capítulo Onze Capítulo Onze Capítulo Onze

Brant deu a volta no seguinte desvio e se dirigiu uma vez maispara a casa. Mas um repentino temor o invadiu. E se não chegasse atempo?

– Ponha em verde! – disse impaciente ao inanimado semáforo.

Assim que a luz mudou, os pneus chiaram sobre o asfalto e ele seapressou a chegar a seu destino. Viu o BMW do Elsworth estacionadona porta e colocou seu carro justo detrás para lhe bloquear a saída.Saiu do veículo e se aproximou da casa pela porta traseira. Com umpouco de sorte estaria aberta. Quando o trinco cedeu e lhe deu passo aointerior da moradia, Brant sentiu um ligeiro alívio.

Aproximou-se lentamente até o lugar onde se ouviam as vozes; logoficou oculto ao outro lado da porta escutando.

– Sim, claro que roubei seu dinheiro – Elsworth ouviu dizer em umtom ameaçador. – Mas não vai poder fazer nada a respeito.

Brant se esticou e se encheu de ira. Mas se conteve. Sabia quedevia esperar ao momento oportuno.

– Claro que posso. Chamarei à polícia para que o prendam. – Não vai fazer nada disso – insistiu Elsworth. – Não tenho

intenção alguma de passar mais tempo no cárcere. Vou ficar aqui, nestacidade e as deixarei em paz se você e sua neta mantiverem a bocafechada. Se não for assim, acabarão como a anciã do Fresno.

– Você a matou? – perguntou Anastasia atônita, – Como o fez, semque a polícia te descobrisse?

O temor de sua voz foi suficiente para acabar de alimentar a ira doBrant.

– Foi fácil. Descobri que certo tipo de veneno...Não pôde terminar a frase. Brant saiu de seu esconderijo posando

com firmeza uma mão em seu ombro e, depois de obrigá-lo a voltar-se,deu-lhe um forte murro que o deixou quase inconsciente no chão.Esfregando os nódulos se dirigiu para as duas mulheres.

– Estão bem? – perguntou a Anastasia. Esta se lançou a seusbraços.

– Como sabia que Patrick estava aqui? – Brant abraçou seu corpotremente.

– Cruzei com ele em um semáforo e supus que viria para aqui –beijou-lhe a testa e, ato seguido, separou-se dela, ao dar-se conta deque o criminoso voltava em si. – vá chamar à polícia.

Enquanto Anastasia se dirigia ao telefone, Elsworth fez umaameaça de levantar-se.

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– Nem pense em tentar ficar de de pé ou quebrarei a suamandíbula. Ninguém ameaça à mulher que eu amo.

Quando a polícia colocou ao Patrick Elsworth no carro, Anastasia

fechou a porta e se lançou em braços do Brant. – Obrigado. Não sei o que teria acontecido se você não tivesse

aparecido.

– Não pense nisso – ele lhe disse. – Há uma semana atrás euprometi que não lhe permitiria que fizesse mal a você e falava a sério.

Ainda em braços do Brant, ela olhou a sua avó por cima de seuombro. Normalmente, Carlotta teria intervindo com sua habitualrabugice. Entretanto, por algum motivo, estava particularmente calada.

– Avó, não tem nada que lhe dizer ao Brant?

– Sim – disse a mulher com um tom dúbio. – Obrigada... obrigadapor sua ajuda. Acredito que será melhor que espere em outro aposentoenquanto se despedem.

– Avó...

– Não se incomode – disse Brant, lhe posando o dedo nos lábios. –Ela tem direito a opinar e atuar como quiser.

– Embora seja rude com você?

– Sim – abraçou-a amorosamente. – Tenho que ir. Vou perder o

avião.

Os olhos da Anastasia se encheram de lágrimas. Não podiasuportar a idéia de não voltar a vê-lo outra vez.

– Brant, eu amo você.

Ele sentiu como seu corpo se tencionasse. Logo, com um ligeiromovimento do índice sob seu queixo, convidou-a a elevar o rosto paraele.

– Eu também te amo, coração. Por isso, precisamente, vou emborae você fica aqui.

Anastasia sentiu que o coração se rompia em mil pedaços. Asvelhas inseguranças afloraram de novo.

– É porque não me acha atrativa.

– Não! Eu acho você à mulher mais sexy que conheci. Mas vocêestá acostumada a uma vida de concertos e exposições, enquanto queeu gosto de montar a cavalo e trabalhar a terra.

– Mas eu não desfruto dos concertos nem as exposições – disse ela,tratando de lhe fazer entender quão errado estava respeito a ela. – Eugosto de muito mais a vida do campo que...

– Sei que pensa que isso seria suficiente, mas não é verdade. Emquestão de seis meses já estaria cansada e estaria desejando retornar a

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sua antiga vida – ele respirou pesadamente. – A gente não pode deixarde ser o que é.

– O que aconteceu com você para fazer com que pensasse assim,Brant?

Ele sorriu com tristeza. – Tempo atrás conheci uma garota de Boston que acreditava querer

o mesmo que eu. Mas logo se cansou de tudo isto. Então começou atentar me mudar. Não funcionou – beijou-a pela última vez, um beijocarregado de ternura e de amor. – Que seja muito feliz em sua vida.

Dito aquilo, encaminhou-se para a porta e partiu, sem lhe darocasião de responder, deixando-a desolada e doída.

– Realmente o ama, Anastasia? – perguntou sua avó entrando nasala em que sua neta permanecia imóvel. – Acha que poderia ser amulher de um rancheiro?

As lágrimas se deslizavam lentamente pelas bochechas daAnastasia.

– Avó, eu o amo com todo meu coração. O que realmente gostariafazer em minha vida é ser sua esposa e viver naquele enorme rancho deWyoming – cobriu seu rosto com as mãos e se deixou levar pela tristeza.

Carlotta a surpreendeu rodeando-a com seus braços. – Vamos sentar e ver se podemos solucionar tudo isto.Uma vez que se acomodaram no sofá, Anastasia aceitou o lenço de

sua avó e limpou a cara. – Suponho que ouviu o que ele disse. Está convencido de que

acabarei por me aborrecer de seu mundo – olhou a sua avó diretamenteaos olhos. – Mas está completamente equivocado. Jamais me haviasentido tão viva como durante os dias que passei no rancho.

Carlotta suspirou.

– Sem dúvida, é filha de quem é – disse a avó. – No fundo sabia queera assim, e por isso sempre me empenhei em pôr freio a sua vida.

Tinha tanto medo de perdê-la como a sua mãe... – sorriu tristemente. –Sinto de ter lhe feito tão triste todos estes anos.

– Avó! Não me fez triste.

– Não negue o que nós duas sabemos – disse a mulher. – Só queroque compreenda por que o fiz. Pensei que se lhe educasse no tipo decoisas que eu gosto, não correria os riscos que sua mãe corria. Mas, aovê-la com esse jovem, percebi como estava errada. Sinto ter tratado aesse seu cowboy de modo tão rude.

– O nome dele é Brant, avó.

– Pois Brant me demonstrou que estaria disposto a fazer qualquercoisa para mantê-la a salvo e isso é, para mim, mais que suficiente.

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Anastasia negou com a cabeça.

– Sua aprovação não me serve de muito agora. Ele deixou muitoclaro que não acredita ser possível que tenhamos um futuro juntos.

– Pois lhe demonstre que está equivocado. Estou segura de que

pode fazer entrar em um homem a razão. Vamos até a cozinha, voupreparar um chá e traçaremos um plano estratégico.

Detrás da barreira da arena de Alburquerque, Brant fazia a únicacoisa que vinha ha um mês fazendo: pensar na Annie.

Cada vez que via alguma cabeleira loira mover-se entre o público, ocoração lhe acelerava esperançado, até que a decepção chegava denovo. Acabava de acontecer novamente fazia só uns minutos.

A caminho dos vestuários, tinha visto uma loira caminhando aolado do Kaylee, a irmã do Mitch. Tinha tratado de alcançá-la, mas Colt eseu amigo o tinham interceptado e interrogado sobre os touros queiriam montar. Brant respirou profundamente. Em realidade, dava nomesmo. Teria sido outra amiga do Kaylee ou a nova noiva de algumcowboy.

Bom, só era questão de deixar acontecer aquele rodeio e, apenasterminasse, retornaria a Illinois para pedir a Annie que lhe desse outraoportunidade. Durante os quinze primeiros minutos do espetáculo, epela primeira vez em sua vida, Brant esteve perguntando-se quedemônios fazia ali e quando acabaria.

Por sorte, com os primeiros touros sobre a arena, a adrenalinacomeçou a fazer seu efeito e a afastar de sua mente a Annie.

Quando o nome do Colt ressonou nos alto-falantes, Brant sepreparou para saltar à arena. Mas no instante em que viu aparecer aseu irmão nas costas do feroz bovino soube que algo não ia bem. Colttinha ficado enganchado e não podia saltar da besta.

Correu para ele e, aproximando-se do lateral, liberou a seu irmão,que saltou imediatamente.

Mas o touro mudou de direção inesperadamente. Antes quepudesse reagir, Brant foi jogado pelos ares com ferocidade. Cincominutos depois do golpe Brant já se encontrava na enfermaria,respondendo a perguntas sobre onde lhe doía e quanto.

– Já disse que estou perfeitamente bem, Ben – disse. – Por favor,me dê alta e me deixe sair daqui.

– Já sabem quais são as regras. Quando perdem a consciência, énecessário fazer uma verificação exaustiva.

– Mas se não fechei os olhos nem trinta segundos! – protestouBrant.

– Brant, deixa de discutir e faz o que o doutor diz.

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Brant ficou paralisado. O coração começou a lhe pulsar com todaforça para ouvir aquela voz tão familiar. Estava alucinando? O golpetinha sido mais forte do que ele acreditava?

Levantou levemente a cabeça e então a viu. Estava vestida com uns jeans apertados, uma camisa rosa e umas botas resplandecentes.Estava impressionante.

– Annie! Foi você a que estava com o Kaylee, verdade?

– Sim, mas pedi ao Mitch e ao Colt que lhe distraíssem se houvesseperigo de que descobrisse que estava aqui. Queria me assegurar de quenão escaparia de mim e de que poderíamos falar com calma depois dorodeio.

– Bom, possivelmente não seja este o lugar nem o momento.

– Eu acredito é sim – voltou-se a olhar ao doutor. – Estou certa de

que Brant não pode sair ainda da enfermaria, verdade?

Ele médico sorriu. – Sim, assim é. – Por favor, não a ajude! – protestou Brant. Ben riu e se

encaminhou para a porta. – Irei ver o final do rodeio.Assim que o homem saiu, Anastasia voltou sua atenção para o

Brant.

– Passei toda a minha vida agüentando que outros decidam pormim e estou cansada. Já sou perfeitamente capaz de saber o que queroou não.

– Eu nunca tentei... – Sim, claro que tentou – ela o interrompeu. – Faz um mês que me

disse que ao final de um tempo eu me aborreceria de viver em umrancho e preferiria retornar à cidade. De verdade pensa que eu gosto deviver em um mausoléu?

Sua determinação e firmeza a faziam parecer ainda mais formosaaos olhos de Brant. Como a amava!

– Annie, tem algo que quero dizer. – Ainda não terminei – ela disse. – Jamais me havia sentido tão

viva como durante a semana que passei em Lonetree. Não quero voltarpara minha existência vazia e carente de emoções.

– Não? – disse ele, sentindo que uma enorme emoção o embargava. – Nem pensar. Faz cerca de um mês conheci um homem

maravilhoso e não vou deixá-lo escapar. Penso segui-lo até o fim domundo se for necessário, para que estejamos juntos. E agora acreditoque deveria me dizer algo antes que faça o mais completo dosridículos...

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– Eu te amo querida – disse Brant. –Que você não tenha dúvidasdisto. Mas eu gosto tanto de vê-la furiosa que não queria interromper.

Ato seguido se inclinou sobre ela e cobriu seus lábios com um beijocheio de amor.

– Minha nossa, como senti sua falta – ele sussurrou, afastando-seligeiramente dela. – Poderá me perdoar algum dia por ter sido tãoimbecil?

– Sim – respondeu. – Mas que não volte a acontecer.

– Asseguro que jamais voltarei a cometer um engano semelhante –disse Brant com um sorriso satisfeito. Estendeu a mão e a posou nabochecha. – É a mulher mais maravilhosa do mundo e não quero voltara perdê-la. Amo você mais que qualquer coisa no mundo. Quer se casarcomigo e fazer do Lonetree seu lar?

–Sim, claro que quero me casar com você. Mas não quero viver emLonetree.

O coração do Brant se deteve durante um segundo breve.

– Onde quer viver?

– Nessa casa de madeira que construiremos em seu vale – disse elacom uma expressão radiante. – Quero que desfrutemos ali de cadainverno e todos os verãos de nossas vidas, observando a montanhadesde aquele balcão que terá nosso dormitório. Ali criaremos a nossosfilhos.

Com a reconfortante sensação de que todos seus sonhos foram seconverter em realidade beijou Annie.

– Será um prazer fazer tudo isso junto de você. Mas quero quesaiba que aquele já não é meu vale – disse ele.

– Não? – perguntou ela claramente decepcionada.

– Não. É dos dois, seu e meu – disse, abraçando-a. – Essa é a parteque nos corresponde do rancho.

– Eu te amo, Brant – disse ela com a voz carregada de emoção.

– Eu também te amo, Annie. – Ela se apertou contra ele.– Tenho a sensação de que estamos a ponto de iniciar uma incrível

aventura.

– E assim é – levantou-se da maca e, tomando a da mão, guiou-apara a porta, – Está preparada para começá-la?

Com um grande sorriso, ela assentiu e, juntos, começaram umanova vida.

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Kathie DeNosky – Serie Rancheiros solidários 1 – Uma herdeira emapuros (Harlequín by Mariquiña)