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Informações úteis para os profissionais de óptica Junho de 2007 Gestão total Dicas de sucesso para quem vai reformar ou abrir uma loja Arquitetura de ópticas

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Informações úteis para os profissionais de óptica Junho de 2007

Gestão total

Dicas de sucesso para

quem vai reformar ou

abrir uma loja

Arquiteturade ópticas

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Plano bemarquitetadoÓpticas também precisam pensar emontar seu espaço de acordo com umplanejamento arquitetônico cuidadosoque integre funcionários, clientes eprodutos em perfeita harmonia.

Qualquer ambiente, seja ele para mo-rar, comprar ou passear, é mais bem-su-cedido quando pensando e planejado.Só dessa maneira, as melhores possibili-dades são aproveitadas e, os pequenosdefeitos, driblados. Pense, por exemplo,em um prédio e naquele lindo aparta-mento decorado que está no terrenopara visitação. Depois de tudo pronto,se você entrar em cada um dos aparta-mentos, vai ver que a sala é menor queparecia no modelo decorado, que ca-bem menos coisas.

É bem comum isso ocorrer porque otal apartamento modelo foi pensadoe repensado por arquitetos e decora-dores para se aproveitar cada canti-nho e que fosse um lugar bem resolvi-do. Já as salas reais, depois de pron-tas, geralmente não foram tão plane-jadas assim. Pois com a óptica ocorre amesma coisa: uma loja pensada e pla-nejada é bem mais atrativa, pois terávitrines bem distribuídas, espaços con-fortáveis para o atendimento e a cir-culação das pessoas, além de uma ilu-minação que valorize as peças e for-

neça as pessoas a noção exata do queestão comprando.

Por isso, antes de abrir ou reformaruma loja, compensa montar um proje-to com um profissional especializado eque saberá criar as melhores soluçõespara o espaço da loja, seja ele peque-no, médio ou gigantesco. Custo amais? Muito pelo contrário: é um in-vestimento, de retorno certo e quepode, inclusive, ser bastante rápido.“O arquiteto pode até ajudar a econo-mizar na hora de executar uma refor-ma ou na montagem de uma loja. Es-tudos demonstram que, quando setem um projeto definido a ser execu-tado, é possível economizar entre 10%a 15% do valor que custaria a obrasem planejamento”, explica a arquite-ta e sócia Den Optika - La Croisette,Fran Lavieri. “O projeto evita desper-dício de tempo, custos com mão-de-obra, materiais e espaços que depoisserão preciosos para o desenvolvimen-to do negócio.”

Peculiaridades ópticas - É impossívelfingir, porém, que os óculos são fáceisde serem trabalhados. “São peças pe-quenas. Precisam aparecer na loja e asdiferenças entre si têm de ser visíveis”,

Texto Cíntia MarcucciIlustrações Paty Chequetti

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2 Gestão Total junho 2007

explica o arquiteto Anderson Leite, da Espaço Arquitetura,empresa do interior de São Paulo responsável pelos proje-tos das Óticas Ipanema, com sede em Campinas.

Como resolver, ainda, a questão do reflexo nas vitrines enas lentes expostas? E que tipo de iluminação seria a maisadequada? Qual a melhor maneira de estabelecer a dife-rença entre os óculos mais simples dos de luxo em umamesma vitrine? E como fazer, finalmente, o cliente sentirvontade de entrar naquela loja e não na outra vizinha?

Mais do que isso: em uma óptica, em especial quando setrata de armações de receituário, a figura do consultor óp-tico e o conforto da loja são itens cruciais. Por isso, as cores,os móveis e a disposição de tudo lá dentro precisa estar emperfeita harmonia, seja qual for o público que essa lojaatende ou a imagem que pretende transmitir.

E como o consumidor é quem vai desfrutar tudo isso, ele

será o ponto de partida para a conversa com o arquiteto.Será preciso definir e explicar quem é o perfil do públicoque freqüenta a região (por exemplo, jovens, idosos, commais ou menos dinheiro etc.). Se é uma região de comérciointenso ou se está mais perto de uma área residencial ou seestá dentro de um shopping center ou na rua.

Para uma reforma, o dono da óptica pode pedir que oarquiteto passe um dia todo na loja para conhecer tudo is-so. Em caso de um projeto de uma loja novinha em folha,o que vale mesmo é toda a pesquisa que o lojista fez antesde escolher o ponto. Para dar uma idéia mais clara de to-dos os aspectos em que um projeto arquitetônico é impor-tante para uma óptica, a , com a ajuda de profissionais dedestaque no setor, dividiu este suplemento nos principaisitens que devem ser pensados especificamente para o va-rejo de óculos.

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Já diz o ditado popular que a primeira impressão é a quefica. A vitrine é a primeira impressão que um consumidortem de uma loja e se essa impressão não for boa, dificilmen-te ele se tornará o tão sonhado cliente. “A função do arqui-teto é se colocar na posição de quem vê a óptica para criaro melhor esquema de exposição de acordo com fatores co-mo localização, ausência ou presença de iluminação natu-ral, segurança, entre outros”, explica a arquiteta Mônica Al-tieri e também lojista, que realizou os projetos das unidadesda rede paulistana Joá, de propriedade de sua família.

A vitrine pode ser pensada sob quatro aspectos básicos.

Altura dos produtosPara que os óculos sejam visualizados por quem passa,

precisam estar na altura dos olhos. Tudo o que estiver mui-to abaixo ou muito acima dessa linha imaginária, simples-mente passa despercebido. Mônica Altieri indica que épossível trabalhar entre 30 cm e 1,60 m de altura do chão.A área mais nobre é a que está entre 1,50 m e 1,60 m e éaí que devem ficar os produtos para os quais se deseja darmaior destaque. Com um estudo cuidadoso, o arquitetopode criar uma “linha de leitura”, que induz as pessoas aolharem primeiro para determinadas coisas e seguiremuma ordem específica entre os produtos.

Menos ou mais?A quantidade de óculos na vitrine depende muito do

conceito e do público-alvo da loja. O bom senso revela quepessoas de classes mais altas se relacionam melhor com aidéia de a vitrine exibir poucas peças e com uma apresen-tação bem valorizada. Já os consumidores de locais maispopulares preferem que, desde a vitrine, já possam saberbastante sobre o que a loja oferece. Mas isso está longe designificar amontoar todo o estoque na vitrine. “Fica difícilde limpar, os óculos estão mais sujeitos a danos e é muitodifícil notar as diferenças entre um modelo e outro”, ex-plica Anderson Leite.

Uma idéia é criar pequenas seções, dentro da própria vi-trine, dividindo os óculos por marca, por estilo ou por fai-

xa de preço ou explorar, por exemplo, uma forte tendên-cia da atualidade. Mas sempre de maneira que as peças es-tejam bem identificadas. Outra opção é criar uma vitrineconceito, com apenas uma peça acompanhada de cartazese material de divulgação.

Rua versus shopping centerAs lojas de rua requerem três preocupações a mais que

as de shopping. Em primeiro lugar, precisam conseguirchamar a atenção de transeuntes que não necessariamen-te estão na região com o intuito de comprar alguma coisa,como é, em geral, o caso das pessoas que caminham porcorredores de shoppings.

Em segundo, vem a segurança. É recomendável que asvitrines de lojas de rua sejam ligeiramente mais fechadaspara proteger as peças de furtos e roubos, já que a rua émenos vigiada que os centros comerciais.

Em terceiro e talvez mais importante, é preciso muito cui-dado com o reflexo que o sol pode fazer não só no que es-tá exposto na vitrine, como dentro da própria loja. Algumasdicas válidas, depois da análise dos pontos de incidência deiluminação natural, são colocar toldos ou instalar o vidrosem que o ângulo formado seja exatamente de 90 graus.“O arquiteto avaliará a maneira exata de realizar essa tare-fa sem criar desconforto visual e, sem dúvida, é um truqueque elimina muito do reflexo indesejado”, explica Fran La-vieri. Outra alternativa, mas ainda um pouco cara, são os vi-dros com tratamento anti-reflexo (pensou que só as lentesde óculos tinham direito a esse luxo?) ou películas proteto-ras de radiação ultravioleta, que ajudam a filtrar a luz.

Sempre na vitrine:: Trabalhar com luzes que valorizem o produto e que mos-

trem exatamente como ele é:: Usar cores de fundo claras:: Destacar peças com detalhes em hastes ou frontais:: Escolher materiais que facilitem a limpeza, como vidro,

acrílicos e fórmicas:: Tomar cuidado para não exagerar no cenário e dar mui-

to destaque a coisas que não se vende (enfeites ou ele-mentos para compor a vitrine, por exemplo)

www.revistaview.com.br 3junho 2007 Gestão Total

De fora paradentro Primeira a atingir os olhos dos

consumidores, a vitrine é o umdos pontos cruciais de qualquerprojeto para o varejo.

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O atendimento em mesas é uma tradiçãona óptica e, por mais moderno que seja seupúblico e o ideal de sua loja, é preciso sepa-rar um cantinho para uma recepção maisdemorada e confortável, necessária em espe-cial para pessoas mais idosas e para a vendade armações de receituário.

Para qualquer arquiteto, o grande desafioé administrar pequenos espaços e fazê-losfuncionar com fluidez e harmonia. “Pensan-do em uma proporção ideal de espaço livree mobiliário, cerca de 15% da loja, no míni-mo, deveria ser distribuída entre corredoresde circulação”, opina a arquiteta responsávelpelos projetos da rede de franquias ÓticasCarol, Bruna Gomes.

De maneira mais prática, o que precisaocorrer é que enquanto uma pessoa estásentada recebendo atendimento de um con-sultor óptico e outras estão aguardando suavez ou olhando os óculos, todos necessitam

movimentar-se sem esbarrões ou o senti-mento de estar apertados. “Quando umconsumidor vai provar uma roupa e acha oprovador apertado ou quente demais, é pou-co provável que continue na loja”, declara oarquiteto Kakati de Paiva, que repaginou aslojas da carioca Lunetterie.

O conforto é a palavra de ordem aqui eisso passa pela altura das mesas de atendi-mento, que devem ter por volta de 75 cm dealtura. Anderson Leite indica assentos dotipo poltrona, que são ergonômicos e dei-xam a pessoa relaxada durante o atendimen-to. A localização do caixa também é impor-tante: o ideal é que ele fique mais para ofundo da loja para garantir a privacidade esegurança de quem paga e recebe e o localtambém pode servir como apoio para aten-dimentos rápidos e consultas, seja em formade balcão mais alto ou de mesa no mesmopadrão do atendimento.

Dentro da loja, produtos, mesas deatendimento e pessoas precisam dividir omesmo espaço sem crises e com conforto.

Livre movimentoÓculos para pegarAuto-atendimento, mais que umatendência de varejo é um concei-to importante no mundo das ven-das. “Hoje o consumidor tem maisdesejo de pegar, de experimen-tar as coisas. A compra é cada vezmais uma experiência sensorial”,diz Fran Lavieri, que optou por es-se espírito mais acessível na La Croi-sette do Shopping Iguatemi.

A proposta funciona muito bemcom óculos solares e pode ser tra-balhada arquitetonicamente dediversas maneiras. Nichos de grif-fes, cores, tendências ou valores,assim como nas vitrines, são úteispara o self service, que pode con-viver em harmonia com as mesasde atendimento tradicionais. Já sea idéia for abolir totalmente oatendimento sentado, é conve-niente separar ao menos um bal-cão para preenchimento de or-dens de serviço e afins.

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Faça-se a luzideal! Responsável por 90% do

sucesso e dos problemas deuma óptica, a iluminação éum dos itens em que oauxílio profissional mais sefaz necessário.

De todas as peculiaridades da montagem deuma óptica, talvez a mais difícil seja mesmo ailuminação. Fazer peças tão pequenas aparece-rem dentro de uma vitrine muitas vezes maiorque elas e controlar os múltiplos reflexos cau-sados pelos vidros e as lentes dos óculos não édas tarefas mais fáceis. Para errar na luz da óp-tica não é preciso praticamente nada: bastausar a lâmpada inadequada e um par de óculosescuros de lentes azuis, por exemplo, se tornapreto em um piscar de olhos.

“É aqui que talvez a figura do arquiteto setorne mais vantajosa para o óptico, pois às ve-zes uma simples consultoria já resolve questõesbastante difíceis de iluminação”, explica Mô-nica Altieri. A iluminação é dividida em doispontos diferentes, a de ambiente e a de circu-lação, que deve transmitir a sensação de con-forto e ser suave, e a dos produtos, que deveser precisa para que o que o cliente vê na lojaseja totalmente fiel ao que vai comprar. “Se opar de óculos custa R$ 2 mil, é a iluminaçãoque vai transmitir todos os seus atributos comfidelidade”, exemplifica Anderson.

Os óculos, aliás, são produtos muito compa-rados às jóias quando se fala de exposição eiluminação: ambos têm pouco volume e preci-sam ser muito bem trabalhados para que des-pertem no consumidor o desejo de compra.Porém, enquanto as jóias se dão muito bemcom os fundos escuros de madeira e revesti-mentos pretos, por causa do brilho próprio, osóculos necessitam justamente do contrário, defundos claros e opacos para sobressaírem. Con-fira as dicas dos especialistas para a iluminaçãoda loja e dos produtos.

Iluminação do ponto-de-venda

Em geral, as pessoas demoram ao menos20 minutos para escolherem um par de ócu-los solares. Quando o assunto são armaçõesde receituário, leva-se ainda mais tempo, por

isso é preciso que a loja tenha um ambienteacolhedor e agradável aos olhos. Se for um lo-cal muito escuro, fica ruim para a escolha desolares e uma luz branca intensa, como as defarmácias, por exemplo, é agressiva e não ofe-rece total reflexão fiel da cor. Mônica Altieriindica as chamadas lâmpadas econômicas, dotipo PL, para a iluminação de ambiente.

Vale lembrar que todo os elementos da lojacontribuem para uma luz de sucesso ou não:pisos, móveis e paredes escuros absorvem mui-ta luz e não são indicados e mesmo os clarosnão são assim tão simples de serem escolhidos,pois podem criar uma sensação de brilho extre-mo desconfortável.

Iluminação da vitrine e dos produtos

Para compor a luz de destaque, ou seja, a queestá direcionada para os produtos, geralmentese usa iluminação com foco direto. “Há duasgrandes preocupações na iluminação dos ócu-los: a primeira é não transformar lentes em es-pelhos, que se tornariam bastante feias e desa-gradáveis, ainda mais quando combinadas comtodo o reflexo dos vidros de vitrines ou prate-leiras. A segunda é não deixar que a iluminaçãocrie uma região de sombra que inutilize partedo expositor ou da vitrine, pois isso pode'comer' um espaço precioso para a loja e para ocliente”, comenta Fran Lavieri.

Lâmpadas que funcionam bem na exposiçãointerna e de vitrines, segundo Mônica Altieri,são as halógenas e as dicróicas, do tipo CDMRe PAR. “Com a combinação dessas lâmpadas,que um arquiteto pode indicar com facilidade,criam-se efeitos e brilhos para 'chamar' os olhosdas pessoas”, indica.

OperaçãopadrãoLojas de rede em geral com-partilham muitas coisas alémdo nome: preços, oferta deprodutos, padrão de atendi-mento e filosofia de vendas.Mas nem sempre é necessá-rio que dividam o visual; issodepende do tipo de identi-dade que se quer transmitirao consumidor. As Óticas Ca-rol, que operam em todo oestado de São Paulo pelo sis-tema de franquias, optarampela padronização. "Há doistipos de lojas, cuja diferençaestá em poucos detalhes.Móveis de madeira revesti-dos de fórmica branca e pi-sos frios são os materiais es-colhidos. O interior da lojafica bastante aparente mes-mo para quem olha de fora,funcionando como uma se-gunda vitrine. A idéia é ba-ter os olhos e, de longe, re-conhecer uma loja da rede",explica Bruna Gomes.

Anderson Leite concorda coma padronização em franquias."Mesmo que cada loja aten-da um público específico, apadronização leva à associa-ção imediata de atendimen-to, preço e mix de produtos,que é exatamente a filosofiade uma franquia, reproduzirum modelo em diversos luga-res". Já para redes menores,de um mesmo proprietárioou poucos sócios, a individua-lização tende a funcionar me-lhor, como é o caso da Ipane-ma. "Uma das unidades ficaem um bairro tradicional deCampinas, onde as pessoasgostam de ter alguém quelhes abra a porta, ofereça umcafé e, outra, no centro da ci-dade, onde tudo pede veloci-dade e praticidade", relata.

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6 Gestão Total junho 2007

Quando se trata do mobiliário, é possível comparar uma boaóptica com um bom bolo: no caso do doce, os mais gostosos decomer são os que têm o recheio na medida certa, nem pouco quedeixam o bolo seco, nem muito que o deixam pesado e enjoativo.Nas ópticas, as mais agradáveis são as que estão organizadas, bo-nitas e que balanceiam de forma adequada móveis e espaço livre.

O mobiliário de estantes tanto pode ser feito sob medida quan-to comprado pronto em empresas especializadas, mas, em ambosos casos, precisam ser práticos e funcionais. Para a exposição inter-na, podem ser utilizados casulos ou prateleiras de gesso ou madei-ra inseridos nas paredes, sempre cuidando para que a exposição nãofique amontoada e trabalhando com os destaques de cada coleção.

O restante pode ficar interno em gaveteiros que, se utilizadosde maneira inteligente, servem como mostruários para o cliente.Por exemplo, se a pessoa gostou das peças que estão aparentes na-quele nicho da loja e quer ver outras cores e modelos no mesmoestilo, pode ser convidada a observar as peças dentro do própriomóvel, em gavetas organizadas com aquele tipo de óculos.

Ainda falando de gaveteiros, atente para que eles tenham gave-tas de alturas e com divisões diferentes para acomodar os mais di-versos modelos de óculos. É comum esse tipo de móvel vir com agaveta mais próxima do chão bem grande para acomodar estojos,caixas e catálogos, mas vale lembrar que, embora muito prático, po-de ser uma armadilha. “Se tudo estiver organizado por griffes ou es-tilos, é uma ótima opção, pois o consultor óptico não precisa sair daárea de atendimento para trazer nada ao cliente, o que é útil em es-pecial se ele estiver sozinho”, alerta Anderson Leite. O risco é maiorpara lojas que não têm um bom controle e organização de estoque,tornando desagradável e demorada a busca do modelo desejado.

“Por favor, sente-se” - As mesas de atendimento precisam ficarem um lugar confortável tanto para o consultor quanto para o clien-te a fim de que as vendas tenham sucesso. Imagine um consumidorincomodado na cadeira até escolher um par de óculos que encaixeno seu rosto? As chances de venda são muito menores se ele não sesentir bem, por isso, pense em algo mais pessoal e agradável, comocadeiras do tipo poltrona. "Gosto de trabalhar com a mesa como umponto de apoio, não como centro do atendimento", revela AndersonLeite, que explica ainda que quando a pessoa tem apoio para as cos-tas e pode se inclinar um pouco, sente-se mais acolhida e à vontade.

Outro ponto de importância são as cores do mobiliário. "Em to-dos os projetos da Carol, a opção foi por cores claras, principalmen-

te o branco, porque os tons muito escuros dão uma sensação deopressão, em especial se a loja for grande", indica Bruna Gomes.

Uma alternativa muito usada em ópticas é fazer da mesa ummostruário, com tampo de vidro e acomodação interna para osóculos. A idéia é válida, desde que usada com parcimônia, semamontoar as peças em cada espaço e com o cuidado demanter os vidros sempre limpos e livres de impres-sões digitais.

O empresário Claudio Sakano, diretor comercialda Brisaltec, empresa que projeta, fabrica e instalamobiliário para ópticas, alerta para a necessidade dese deixar espaços livres entre as mesas para que aspessoas circulem e experimentem os óculos expostosno interior da loja. "Para muitos, isso parece um ris-co muito alto de perdas e furtos, mas é preciso ob-servar a tendência do varejo, que deixa o consumidormais livre dentro do ponto-de-venda. Com certeza,o fluxo de clientes e o volume de vendas acabam porcompensar alguma possível perda", argumenta.

Estoque no lugar - É bastante comum, emespecial em lojas de shopping, não haver espa-ço para um estoque propriamente dito. Umbom projeto de arquitetura resolve issocom mobiliário, que pode fazer prati-camente todo o mix da loja ficar ex-posto ou à mão do consultor óptico,como no caso dos gaveteiros. Mas omilagre quem faz mesmo é o ópti-co: "tudo precisa estar catalogado,organizado e é preciso escolher qualserá o padrão de organização da loja,que deverá ser seguido em todo esto-que", aponta Mônica Altieri.

Lojas direcionadas aos públicos A eB encontram uma boa solução trabalhan-do com griffes e conceitos (por exemplo,áreas só para óculos escuros de proporçõesavantajadas, outra para aviadores, outra para os re-ceituários coloridos). Já as lojas populares podem fazer aespecificação mais atrelada a valores e estilos, como esportivo,clássicos, masculinos e femininos.

Móveis, prateleiras,

espelhos e adornos

são o que dão vida

e conforto ao

interior da loja.

Recheio namedida certa

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Para não correr o risco de

errar, veja os materiais que

funcionam para cada área da

óptica. Todos têm em comum

a durabilidade.

Material certoMóveis

A melhor opção ainda é a madeira revestida de fórmica em co-res claras, com destaque para o branco. Tem boa durabilidade, éfácil de limpar e oferece bom contraste às peças. Madeira naturaltambém pode ser usada, à exceção da superfície que estará dire-tamente em contato com os óculos, para não interferir na percep-ção das cores. Vidro e acrílico têm a vantagem da transparência ea desvantagem de sujarem fácil e dos reflexos que criam, mastambém são boas opções.

Em prateleiras e expositores pode-se, ainda, trabalhar com gra-nitos e pedras claras e gesso, além da madeira e da fórmica.

Cadeiras de atendimento e sofás de espera

Além de confortáveis, é preciso que todos os mó-veis para assento tenham grande durabilidade.

No caso de sofás e revestimento de poltronas epufes, uma boa opção é o corino, de fácil lim-peza, já que o ideal ainda são as cores claras,mais sujeitas à sujeira. Evite cores muito cha-mativas e estampas, que cansam os olhos e in-

terferem na harmonia visual necessária para es-colher os óculos. Se a idéia for quebrar o bran-

co, procure por tonalidades sóbrias como be-ge, cinza e marrom.

VitrineO ideal é usar materiais opacos na cor

branca para interferir o mínimo possível navisualização dos óculos, já afetada pela

presença do vidro frontal da vitrine. Denovo as madeiras, as fórmicas e os gra-nitos funcionam muito bem. Para criaruma vitrine mais fechada, podem-seusar os pôsteres gigantes de marcas,solução útil para barrar a incidência dosol no interior de lojas de rua.

PisoÉ recomendável usar pisos frios, como pe-

dras, mármores e porcelanatos, mais uma vez emcores claras. São mais fáceis de limpar do que a ma-

deira e não escurecem a loja. Atente para a compra de ma-teriais específicos para locais de alta circulação, mais resistentes

que os de uso residencial, evitando assim marcas futuras no piso.

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8 Gestão Total junho 2007

O ponto está escolhido, o nome da loja também, você já co-nhece seu público consumidor e mais ou menos tem em menteque produtos terá na óptica. Está na hora de começar a obra. Er-rado. Está na hora de procurar um arquiteto e fazer o projeto dasua loja. O custo, que parece ser um extra, na verdade, acaba di-luído no total da obra, por conta das economias com materiais,tempo e mão-de-obra e é facilmente recuperado com os lucrosdas vendas que trazem uma loja bem montada e bonita. Ou seja,muito diferente de custo, é um investimento.

Para quem tem medo de que o arquiteto surte e crie coisas ma-lucas para a loja, os próprios profissionais dão a dica: a arquite-tura é total coadjuvante em um projeto de óptica, pois precisa serconcebida e executada a fim de que a combinação dos móveis eda iluminação façam os óculos brilharem em primeiro plano navisão dos clientes.

Falando em termos práticos, um projeto para uma loja varia en-tre R$ 35 e R$ 100 por metro quadrado (arquitetura e design demobiliário) dependendo do tipo de trabalho e projeto que o clien-

te deseja. Portanto, para uma loja de 50 metros quadrados, os cus-tos com arquiteto vão de R$ 1,8 mil a R$ 5 mil, um valor pequenoque geralmente representa 10% do custo da obra ou da reforma.

Outra coisa a se considerar é o tempo de projeto, que gira emtorno de um mês, sem contar o período de execução da obra. De-pois de pronto, é preciso aprovar o projeto na prefeitura e com osconselhos de shoppings e centros comerciais, esses últimos geral-mente mais demorados em função da necessidade de adequaçãoàs normas gerais do local. Os profissionais recomendam que sefaça uma reforma ou atualização da loja a cada cinco anos nomáximo, para renovar o visual e até adaptar-se a novas tendên-cias de varejo. Tanto valores como prazos dependem apenas deum pouco de planejamento do óptico e a garantia de bons resul-tados no futuro realmente compensa.

Com custos baixos em relação

aos benefícios que proporcionam,

os projetos arquitetônicos são

parte do caminho para o sucesso

do varejo de óptica.

Investimentoseguro

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www.revistaview.com.br 9junho 2007 Gestão Total

publisher e editorFlavio Mendes [email protected]

editoraAndrea Tavares (MTb. 16.030)[email protected]

redatoraAdriana [email protected]

diretora de arteDébora [email protected]

gerentes de marketing e comercialDebora O. [email protected]

Nara [email protected]

Simone [email protected]

gerente administrativaEliana [email protected]

gerente de circulaçãoJudith [email protected]

projeto do logotipoKiko Farkas (Máquina Estúdio)

projeto gráficoDébora Nascimento

projeto editorialAndrea Tavares

colaboradoresAnderson Leite Bruna Gomes Cláudio SakanoFran Lavieri Kakati de Paiva Mônica Altieri

pré-impressãoIone Gomes Franco

computer to plate e impressãoIpsis Gráfica e Editora S.A.

circulaçãoNacional

tiragem15 mil exemplares

assinaturas11 3971 [email protected]

As opiniões expressas nos artigos são deresponsabilidade exclusiva dos autores.

Nenhuma parte desta edição (textos ouimagens) pode ser utilizada ou reproduzida -em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc. - e tampouco apropriada ou estocada em sistema de banco de dados sem a autorizaçãoprévia e por escrito da Jobson Brasil.

A revista VIEW é uma publicação da JobsonBrasil Ltda. para o setor óptico-oftálmico.

Rua Cônego Eugênio Leite 920 - PinheirosSão Paulo/SP - 05414-001Tel. 11 3061 9025Fax redação/comercial 11 3061 9025 r. 114Fax administração 11 3898 [email protected] www.revistaview.com.br

Tá na leiDependendo da localidade, existem limitações para as criações de arquitetos,como é o caso de São Paulo, que desde o início do ano tem uma lei rígida quelimita publicidade e propagandas em fachadas de lojas. Vale conferir o que ée não é permitido na sua região para não pagar multas desnecessárias depois.

Regulamentada por decreto federal de número 12.479 de 18 de outubro de

1978, chamado Código sanitário, o “exercício do comércio óptico” tem algu-

mas exigências físicas que valem a pena ser destacadas: o piso precisa ser

de material liso, resistente e impermeável, paredes de cor clara com barra

de 2 m de altura, no mínimo, lisa, resistente e impermeável de material ade-

quado e forro de cor clara.

Na prática, isso significa que internamente o piso deve ser frio e que as tex-

turas em paredes, grande tendência da arquitetura atual, não podem apare-

cer na parte de dentro da loja, apenas externamente. A fiscalização é feita

pela Vigilância Sanitária das prefeituras de cada cidade.

Lojas de shoppings e centros comerciais também devem estar atentas à regu-

lamentação do local, que sempre tem exigências de padronização próprias,

além das federais. Cidades ou regiões tombadas pelo patrimônio histórico tam-

bém pedem um pouco mais de atenção de lojistas e arquitetos.

positivo, operante!

Quer trocar mais idéias sobre sobre arquitetura de opticas? Desejainformações adicionais? Será um prazer atendê-lo. Faça contato

[email protected] fax 11 3061 9025 ramal 114 Rua Cônego Eugênio Leite 920 São Paulo/SP 05414-001.

Lentes &Tecnologia é

parte integranteda VIEW 81

Anunciantes desta ediçãoBrisaltecRua Professor José Azevedo Minhoto 300Osasco/SP - 06114-000Tel. 11 3681 [email protected]

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