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OS PADRÕES BRASILEIROS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS E OS CRITÉRIOS PARA PROTEÇÃO DA VIDA AQUÁTICA, SAÚDE HUMANA E ANIMAL Luciana Vaz do Nascimento Marcos von Sperling (*) (*) Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental Universidade Federal de Minas Gerais Av. Contorno 842 - 7° andar - 30110-060 - Belo Horizonte – BRASIL Tel: 55 (O) 31- 238-1935; Fax: 55 (O) 31_ 238 –1879 e-mail: [email protected] Palavras chaves: Qualidade das águas, classificação das águas, critérios científicos, padrões' brasileiros, Resolução CONAMA.

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OS PADRÕES BRASILEIROS DE QUALIDADE DAS ÁGUAS E OS CRITÉRIOS PARA PROTEÇÃO DA VIDA AQUÁTICA, SAÚDE HUMANA E

ANIMAL

Luciana Vaz do Nascimento Marcos von Sperling (*)

(*) Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental Universidade Federal de Minas Gerais Av. Contorno 842 - 7° andar - 30110-060 - Belo Horizonte – BRASIL

Tel: 55 (O) 31- 238-1935; Fax: 55 (O) 31_ 238 –1879 e-mail: [email protected]

Palavras chaves: Qualidade das águas, classificação das águas, critérios científicos, padrões' brasileiros, Resolução CONAMA.

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RESUMO o presente trabalho compara os padrões brasileiros de qualidade para as águas doces, caracterizados pela Resolução CONAMA n° 20 de 1986, com os critérios científicos para proteção das comunidades aquáticas, saúde humana e animal. Com a comparação busca-se verificar se os padrões brasileiros estabelecidos para as águas doces pela referida Resolução estão de acordo com as condições mínimas para assegurar os usos previstos. A maior parte dos conceitos discutidos aplica-se também às legislações de qualidade das águas de outros países americanos. INTRODUÇÃO A Resolução CONAMA n° 20, de 18/06/86, dividiu as águas do território brasileiro em águas doces (salinidade < 0,05%), salobras (salinidade entre 0,05% e 3%) e salinas (salinidade > 3%). Em função dos usos previstos, foram criadas nove classes de qualidade. O Quadro 1 apresenta um resumo dos usos preponderantes das classes relativas à água doce, em que a Classe Especial pressupõe os usos mais nobres, e a Classe 4, os menos nobres. As Classes 5 e 6 são relativas às águas salinas e as Classes 7 e 8 às águas salobras.

A cada uma dessas classes corresponde uma determinada qualidade a ser mantida no corpo d'água. Esta qualidade é expressa na forma de padrões, através da referida Resolução CONAMA. Os padrões de qualidade, segundo a ABNT (NBR 9896/87), são constituídos por um conjunto de parâmetros e respectivos limites, como por exemplo, concentrações de poluentes, em relação aos quais os resultados dos exames de uma amostra de água são comparados, aquilatando-se a qualidade da água para um determinado fim. Os padrões são estabelecidos com base em critérios científicos que avaliam o risco para uma dada vítima e o dano causado pela exposição a uma dose conhecida de um determinado poluente.

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Um critério científico significa uma quantidade limite fixada para um determinado parâmetro que, estando dentro dos limites máximos (ou mínimos, conforme a natureza do constituinte), protegerá os usos desejados para um determinado corpo d'água, dentro de um grau de segurança. O critério pode ser também uma especificação escrita, não expresso em termos de concentrações. Dessa forma, o padrão de qualidade para garantir um determinado uso deve ser no mínimo igual ao critério de qualidade para esse uso. Diante do exposto, busca-se no presente trabalho verificar se os padrões de qualidade estabelecidos para as águas doces pela Resolução CONAMA n° 20/86 estão em conformidade com os usos previstos. METODOLOGIA Para atingir o objetivo proposto, foi feita a comparação entre os padrões de qualidade para as Classes 1, 2 e 3 e os critérios científicos, quando existentes, canadenses (1987) e norte americanos (1994) para proteção das comunidades aquáticas; da Organização Mundial de Saúde - OMS (1995) para proteção da saúde humana e canadenses (1987) para proteção da saúde animal. Os critérios científicos canadenses foram baseados em estudos canadenses (Water Quality Branch of Environment Canada), americanos (Environment Protection Agency - EPA) e europeus (European Inland Fisheries Advisory Commission -EIFAC). Os critérios científicos norte-americanos são desenvolvidos sob a autoridade da Seção 304(a) da EPA e são baseados na mais recente informação científica que relaciona o efeito de uma concentração de um constituinte em uma espécie aquática particular (EPA, 1995). A concentração máxima caracterizada pelos critérios canadenses é a maior concentração onde não foi observado efeito agudo nem crônico, permitindo uma exposição por tempo indeterminado à água.

Os critérios norte americanos contêm duas expressões de magnitude: (a) critério para concentração máxima, para proteger contra efeitos agudos (efeitos que aparecem no prazo de 48 a 96 horas nos testes de letalidade ou imobilização), cuja exposição não deve exceder a 1 hora; e (b) critério para concentração. média, para proteger contra efeitos crônicos (efeitos que aparecem em períodos superiores a 28 dias nos testes de sobrevivência, crescimento ou reprodução), cuja exposição não deve exceder a 4 dias. A EPA (1995) recomenda que ambos critérios não devem ser excedidos mais que uma vez em um período de 3 anos.

No Quadro 2 são apresentados os limites dos padrões para as Classes 1, 2 e 3, as relações padrão de qualidade/critério científico para os parâmetros cujos valores dos limites estão acima do nível mínimo para proteção dos usos. RESULTADOS Comparação entre os padrões da Resolução CONAMA 20/86 e os critérios científicos para assegurar os usos

De acordo com a Resolução CONAMA 20/86, os corpos d'água de Classe 1 e 2 podem ser utilizado para proteção das comunidades aquáticas, bem como para abastecimento doméstico juntamente com os corpos d'água de Classe 3. Estes últimos ainda podem ser utilizados para dessedentação de animais.

Logo, é importante comparar os padrões de qualidade destas classes com os critérios científicos de preservação da vida aquática, saúde humana e animal, com o objetivo de verificar a conformidade dos padrões caracterizados pela Resolução CONAMA 20/86.

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Para o uso como abastecimento doméstico, no caso da Classe 1 pressupõe-se apenas um tratamento simplificado, ao passo que nas Classes 2 e 3 a água deverá submeter-se a um tratamento convencional. Dessa forma, a comparação será feita entre água bruta e os critérios para preservação da saúde humana. A seguir será feita uma análise mais detalhada entre os padrões de qualidade das Classes 1, 2 e 3 e os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria n° 36/1990 do Ministério da Saúde. Adicionalmente, serão apresentadas ainda as eficiências potenciais dos processos convencionais e especiais do tratamento da água na remoção de determinados parâmetros.

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Para o uso proteção das comunidades aquáticas, a situação ideal seria aquela em que a relação padrão Classe 1 e 2/ critério científico para preservação das comunidades aquáticas seja igual ou menor que 1, caracterizando que o valor do padrão da Resolução CONAMA 20/86 é mais conservador do que o critério. A manutenção destas condições no corpo d'água irá proporcionar a preservação das comunidades aquáticas. Uma exceção nesta consideração relaciona-se ao oxigênio dissolvido, para o qual os padrões e critérios estabelecem valores mínimos, diferentemente dos demais parâmetros, para os quais são estabelecidos valores máximos. Os critérios científicos canadenses e norte americanos de preservação da vida aquática utilizam expressões de magnitude diferentes - o primeiro fornece a maior concentração onde não foram observados efeitos agudos nem crônicos, enquanto o norte americano fornece a concentração máxima, para proteger contra efeitos agudos, e a concentração média, para proteger contra efeitos crônicos. Logo, os dois critérios não são diretamente comparáveis entre si, mas ambos servem para a comparação entre os padrões de qualidade da Resolução CONAMA 20/86, tendo em vista que o objetivo do presente trabalho não é indicar um valor para o parâmetro cujo padrão não satisfaz o uso previsto, e sim fornecer subsídios para uma análise da Resolução. Comentários sobre a comparação entre os padrões da Resolução CONAMA 20/86 e os critérios científicos para preservsar os usos Proteção das comunidades aquáticas Observando-se o Quadro 2 verifica-se que, dos parâmetros listados, 25 apresentam valores em desacordo com os critérios canadenses e/ou norte americanos para proteção das comunidades aquáticas (relação padrão Classe 1 e 2/ critério maior que 1), a saber: . Doze parâmetros da Resolução CONAMA 20 estão em desacordo com os critérios canadenses, bem como com os critérios norte-americanos: cianetos, chumbo, cobre, mercúrio, prata, selênio, zinco, clordano, DDT, dieldrin, endrin e toxafeno.

. Seis parâmetros estão em desacordo somente com os critérios do Canadá: cloro residual, nitrito, cádmio, pentaclorofenol, endossulfan e lindano. . Sete parâmetros estão em não conformidade somente com os critérios norte-americanos: cloretos, berílio, cromo trivalente, cromo hexavalente, epóxido de heptacloro, heptacloro e paration.

Alguns destes parâmetros apresentam valores do padrão até 100 e 50 vezes maior que o critério, como é o caso da prata e do toxafeno, respectivamente. Abastecimento doméstico No Quadro 2 foi feita a comparação entre os padrões de qualidade das Classes 1, 2 e 3, considerados como de água bruta, e os critérios para preservação da saúde humana da OMS (1995). Verificou-se que: . Sete parâmetros apresentaram a relação padrão Classe 1,2 / critério e Classe 3 / critério maior 1: arsênio, bário, boro, chumbo, níquel, pentaclorofenol e tetracloreto de carbono. . Seis parâmetros apresentaram a relação padrão Classe 3 / critério maior que 1: cianetos, cádmio, mercúrio, clordano, lindano e metoxicloro. Apesar destes parâmetros apresentarem como resultado da relação um valor superior a 1, não indicam, a princípio, que estão em desacordo com o uso abastecimento doméstico, pois a comparação foi feita com água bruta que ainda irá ser submetida a um tratamento (tratamento simplificado para as águas de Classe 1 e tratamento convencional para as de Classes 2 e 3) antes de ser disponibílizada para o abastecimento. O Quadro 3 apresenta as eficiências potenciais de processos convencionais e especiais de tratamento da água na remoção de alguns parâmetros. Desse quadro, pode-se verificar que dos parâmetros que excederam a unidade na relação padrão Classe 1,2 elou Classe 3/ critério, o tratamento simplificado, no presente trabalho identificado como filtração elou cloração, não remove arsênio, bário, boro, chumbo. O tratamento convencional, no presente trabalho caracterizado pelas etapas de abrandamento com cal (caso necessária), coagulação/floculação, filtração e elo ração, remove cianetos, arsênio, bário, cádmio, chumbo e metoxicloro; parcialmente mercúrio, clordano e lindano; não remove boro. No que diz respeito a níquel, pentaclorofenol e

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tetracloreto de carbono, não existe indicação de remoção no referido quadro.

Na oportunidade é interessante comparar os padrões de potabilidade caracterizados pela Portaria n° 36/1990 do Ministério da Saúde, com os padrões das Classes 1, 2 e 3 e os critérios para preservação da saúde humana. O Quadro 4 apresenta a comparação para os parâmetros presentes em ambas legislações.

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Observando-se o Quadro 4, constata-se que os parâmetros arsênio, bário, cádmio, cianetos, chumbo, clordano, heptacloro e epóxido de heptacloro, lindano, metoxicloro, pentaclorofenol,sulfatos, tetracloreto de carbono, 2,4 - D e zinco apresentam a relação padrão de potabilldade/ critério da OMS superior a 1, caracterizando que os limites estabelecidos pela Portaria 36/90 do Ministério da Saúde estão acima dos limites recomendados pela OMS (1995) para preservar a saúde humana. Observando-se ainda o Quadro 4 verifica-se que, para a maioria dos parâmetros presentes em ambas legislações, o padrão Classe 1 e/ou Classe 2 é menor ou igual ao padrão de potabilidade, com exceção de turbidez, índice de fenóis e surfactantes, que são maiores. Em outras palavras, os valores dos padrões Classe 1 e/ou 2 para estes parâmetros são mais restritivos que o padrão de potabilidade. O fato é intencional, uma vez que as águas de Classes 1 e 2 são de usos múltiplos, devendo então serem adotados os limites para os parâmetros de modo a assegurar o uso mais restritivo, que é a proteção das comunidades aquáticas. Já para a Classe 3, não faz sentido a adoção de padrões de corpo d'água mais restritivos que os padrões de potabilidade, uma vez que o uso mais restritivo é o abastecimento doméstico após tratamento convencional (não é prevista a proteção das comunidades aquáticas). Logo, devem ser reavaliados os valores dos limites dos parâmetros alumínio, sólidos dissolvidos, sulfatos e 2,4 -D. Os parâmetros turbidez, índice de fenóis e surfactantes apresentaram valores superiores a 1, para as relações Padrão Classe 1,2 e 3 / padrão de potabilidade. Já os parâmetros cádmio, cianetos, manganês e mercúrio apresentaram com resultado da relação Padrão Classe 3 / padrão de potabilidade um valor maior que 1. Do Quadro 3, pode-se verificar que o tratamento simplificado remove parcialmente turbidez e fenóis. O tratamento convencional remove cádmio, cianetos, turbidez e, parcialmente, fenóis, manganês e mercúrio. Considerando a máxima eficiência de remoção apresentada no Quadro 3, somente o limite para índice de fenóls para a Classe 3 deverá ser reavaliado, para que atenda ao uso abastecimento doméstico após tratamento convencional, considerando apenas a Portaria 36/90 do Ministério da Saúde. Proteção da saúde animal Através do Quadro 2 verifica-se que os limites estabelecidos para os parâmetros da Classe 3, se forem mantidos nos corpos d'água, irão preservar a saúde animal. CONCLUSÃO A Resolução CONAMA 20/86 não está integralmente em conformidade com o uso proteção das comunidades aquáticas, quando comparada com os critérios canadenses e norte-americanos, necessitando que sejam elaborados estudos mais aprofundados para adequar os limites dos parâmetros em desacordo ao respectivo uso. Com relação ao uso abastecimento doméstico, analisando as eficiências potenciais dos processos convencionais e especiais de tratamento de água bruta para remoção dos parâmetros que excederam a unidade nas relações Padrão Classe 1, 2 e 3/ critério OMS chegou-se aos seguintes resultados com relação aos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 20/86:

.Tratamento simplificado (filtração e/ou cloração): Não remove arsênio, bário, boro e chumbo. Logo, os limites destes parâmetros para a Classe 1 da Resolução CONAMA 20/86 deverão ser revistos. .Tratamento convencional (coagulaçãolfloculação, sedimentação, filtração e cloração auxiliado

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com uma etapa de abrandamento com cal): Remove parcialmente mercúrio, clordano e lindano; não remove boro. Assim, os limites para estes parâmetros caracterizados para a Classe 3 pela Resolução CONAMA 20/86 deverão ser revistos. Com relação aos parâmetros níquel, pentaclorofenol e tetracloreto de carbono, deverão ser investigadas as eficiências de remoção destes parâmetros da água bruta quando submetida ao tratamento simplificado e ao tratamento convencional, para verificar se os limites estabelecidos irão satisfazer o uso abastecimento doméstico. Com relação ao uso abastecimento doméstico, é interessante ainda destacar que, quando comparou-se os limites da Resolução CONAMA 20/86 para as Classes 1, 2 e 3 com os padrões de potabilidade, estabelecidos pela Portaria 36/90 do Ministério da Saúde, constatou-se que os limites dos parâmetros alumínio, sólidos dissolvidos, sulfatos e 2,4-D para a Classe 3 são inferiores aos respectivos padrões de potabilidade. Este fato não encontra sustentação, uma vez que o uso mais restritivo da Classe 3 é o abastecimento doméstico após tratamento convencional, o que sugere que os limites para estes parâmetros devam ser revistos. Já o uso dessedentação de animais, segundo os critérios canadenses, os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 20/86 para os parâmetros da Classe 3, caso sejam mantidos nos corpos d'água, irão preservar a saúde animal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - Poluição das águas: Terminologia - NBR 9896. Rio de Janeiro, 1987. BRASIL. Resolução CONAMA nQ 20, de 18 de junho de 1986. Estabelece a classificação de águas doces, salobras e salinas. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, p. 11.356, 30 jul. 1986. CANADIAN COUNCIL OF RESOURCES AND ENVIRONMENTAL MINISTERS. Canadian water quality guidelines. Otawa, 1987. CETESB (1990). Compilação de padrões ambientais. Companhia de Tecnologia de Saneamento

Ambiental, São Paulo. OMS. Guias para Ia calidad dei agua potable: Recomendaciones. Spain, v.1, 1995. U.S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Water quality standards handbook. Government

Institutes. USA, 1995. U.S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Code offederal regulations 40. Pari 131 - Water quality standards. Government Institutes. USA, 1995. VON SPERLlNG, M. (1996). Principios do tratamento biológico de águas residuárias. Vol. 1. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental- UFMG. 2a ed, 243p.