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Universidade de Brasília
CARLOS ROBERTO MIEZNIKOWSKI
Os Motivos que Influenciam Crianças na Procura de Atividades
Desportivas.
Bento Gonçalves 2007
Carlos Roberto Mieznikowski
Os Motivos que Influenciam Crianças na Procura de Atividades
Desportivas.
Monografia realizada como requisito
parcial para obtenção do título de
Especialista em Esporte Escolar, pelo
Centro de Ensino a Distância, da
Universidade de Brasília.
Orientadora: Professora Doutora Siomara Aparecida da Silva
Brasília/DF - 2007
Carlos Roberto Mieznikowski
Os Motivos que Influenciam Crianças na Procura de Atividades
Desportivas.
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista
em Esporte Escolar, pelo Centro de Ensino a Distância, da Universidade de Brasília, pela
Comissão formada pelos professores:
Presidente: Professora Doutora Siomara Aparecida da Silva
Universidade de Brasília
Membro: Professor Carlos Gabriel Gallina Bonone
Universidade de Brasília
Brasília (DF), 06 de Maio de 2007.
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, André Bolessuavo Mieznikowski e Rosa Anna Terpilowski
Mieznikowski, pela vida que me deram, por sua dignidade, respeito, confiança e
incentivo que me fazem superar obstáculos.
A minha esposa, Giana Ferronato Pissetti, pelo seu amor, carinho e confiança.
Ao meu filho, Júlio Pissetti Mieznikowski pelo carinho e compreensão nas
horas que não podemos brincar.
“A motivação é o combustível para o atleta.
Por isso não pode prescindir dela.
É através desse que o atleta
vai conseguir empenhar-se,
dedicar-se e até superar obstáculos
dentro do meio esportivo”
(MARQUES, 2003, p.99).
RESUMO
Através da observação da prática verifica-se o enorme contingente de crianças
ingressa em atividades esportivas através dos programas de iniciação desportiva. As
atividades que requerem maior participação, ou seja, com mais movimentos,
concentram maior numero de motivos para aumentar o interesse e o estímulo do
participante, além de despertar um sentimento de desafio. Após um determinado tempo,
começam a perder a motivação pela prática e passam a abandonar estas atividades. Este
estudo objetiva, detectar os fatores motivacionais que conduz a criança entre 9 e 14 anos
de idade a buscar o esporte. O objetivo deste estudo foi determinar quais fatores
estariam influenciando a motivação das crianças e adolescentes no que tange à prática
esportiva. O principal questionamento colocado foi: por que eu inicio uma atividade
esportiva? Foram investigadas 180 crianças ingressantes em dois centros de atividades
esportivas. Utilizou-se de entrevista e questionário para verificar os fatores da
motivação para o esporte. Os principais motivos alegados por crianças e adolescentes
para iniciar-se e persistir na prática esportiva foram: melhorar as habilidades, bem -
estar físico, competição e novas amizades. Seria de grande importância que pais,
técnicos e dirigentes esportivos se sensibilizassem com tais questões a fim de que cada
vez mais crianças vivenciassem longos períodos de prática desportiva.
Palavras-chave: 1 - Criança. 2 - Motivação. 3 - Iniciação esportiva.
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO .........................................................................................................8
1.1 – Justificativa ..............................................................................................10
1.2 – Objetivos ...................................................................................................11
2 – REVISÃO DA LITERATURA ..............................................................................12
2.1 – Desporto ....................................................................................................12
2.2 – Iniciação desportiva..................................................................................14
2.3 – A criança no esporte .................................................................................15
2.4 – Motivação .................................................................................................17
3 – METODOLOGIA ...................................................................................................20
3.1 – Caracterização do estudo .........................................................................20
3.2 – População e amostra.................................................................................20
3.3 – Coleta de dados .........................................................................................20
3.4 – Instrumentos de medidas ........................................................................20
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................21
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .......................................26
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................28
7 – ANEXO ....................................................................................................................30
8
1 – INTRODUÇÃO
O esporte, ao longo do tempo, se constituiu de fator importante para o
desenvolvimento social e cultural de todos os povos do mundo. Ele coexiste com o
homem desde os tempos mais primitivos. Nos dias de hoje, segundo Cruz (1989), ele é
um dos fenômenos sociais e culturais mais importantes. Atualmente, uma parte
respeitável das pessoas em todo o mundo, pertencentes a todas as faixas etárias da
população, estão engajadas em algum tipo de programa esportivos ou praticam
exercícios físicos de alguma maneira. A quantidade de exercícios físicos a que são
submetidas estas pessoas varia na razão do seu nível de motivação para o esporte, tanto
quanto a mesma motivação influencia seu nível de rendimento também. Se de um lado
parece mais fácil entender a motivação para o treinamento esportivo de um atleta
profissional, que recebe um salário mensal de milhares de reais, não acontece o mesmo
com o tipo de motivação que leva muitas crianças a buscarem um programa de iniciação
esportiva. Alguns autores (SCARR, 1966; BRAZELTON. 1973) referem-se que às
diferenças genéticas que podem predizer o posterior envolvimento da criança em
atividades esportivas. As referências dos esportes para os pais, são fatores fundamentais
na busca da prática desportiva pela criança. Embora alguns autores (CAGIGAL, 1979;
ROBERTS, 1986; MENENDEZ, 1991) ressaltem a importância da prática do desporto
na formação da personalidade das crianças, deve-se reconhecer que muitas delas não se
sentem atraídas pela atividade desportiva e adotam um estilo de vida sedentária
(CRATTY, 1989). Por outro lado, também existem crianças que apresentam muita
motivação para entrar num programa de iniciação esportiva e, que após algum tempo,
mostram uma baixa radical da mesma, que leva a um quadro chamado “burnout”
(queima), caracterizado por intensos sentimentos negativos, causados por motivos
diversos, cujo desenlace provoca o abandono do esporte. Antes dessa desistência o
atleta se sente esgotado tanto no aspecto físico, quanto psíquico e social. A esse
esgotamento oriundo de atividades muitas vezes com níveis de cobranças condizentes
aos adultos e/ou altas exigências.
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A motivação constitui um campo fecundo de investigação psicológica básica e
sua aplicação de conhecimento vem sendo utilizada por profissionais das atividades
físicas e desportivas. A competência dos profissionais do esporte não só demanda do
domínio técnico, mas também da capacidade para motivar, ajudar e a orientar
adequadamente a prática esportiva. Seu êxito profissional requer, portanto, a
compreensão profunda dos fatores que interferem na prática e nos procedimentos para
proporcionar um ambiente sócio físico adequado para os indivíduos.
As crianças têm muitos motivos para participar de uma atividade esportiva, ou
física, esses motivos às vezes se complementam e outros podem entrar em conflito.
Tanto as situações como os traços de personalidade são fatores que interferem no nível
de motivação das crianças. Para aumentar a motivação deve-se mudar, como que
ajustar-se às necessidades dos participantes na prática das atividades e exercícios
físicos.
A motivação é ponto de referência quando alguém deseja realizar algo, ou
simplesmente manter sua vontade. Trata-se, pois, de uma série de condições que
satisfaça o desejo da criança em continuar a fazer alguma coisa.
Assim, compreende-se motivação como um desejo por trás de todas as ações de
um organismo, sendo o processo responsável pela intensidade, direção e persistência
dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta, (SAMULSKI
2002). A palavra motivação exerce um grande efeito sobre as pessoas principalmente
quando se refere à prática de atividades físicas em geral. Muitas vezes a motivação pode
ser responsável por inúmeras razões pelas quais o indivíduo decidirá realizar alguma
atividade física ou não.
Alguns pesquisadores acreditam nas "experiências anteriores" para gerar
motivação, e outros cientistas pressupõe em "experiências posteriores" para tal ação.
Todavia, existem alguns que seguem uma outra linha de pensamento onde tudo faz parte
da motivação como é declarado por Samulski (2002). Este relata que a motivação seria
a totalidade daqueles fatores que determinam a atualização de formas de
comportamento dirigidas a um determinado objetivo. Weinberg e Gould (2001)
descrevem muito bem as mais diversas definições, conceitos, diretrizes e teorias que
abordam o tema motivação. Estes autores definem a motivação como sendo a direção e
a intensidade do esforço. A direção refere-se a um indivíduo buscar, aproximar ou ser
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atraído a certas situações. Enquanto a intensidade refere-se ao esforço que uma pessoa
investe em uma determinada situação.
Quando uma pessoa inicia uma prática de uma modalidade esportiva, seja esta
iniciativa causada por necessidade ou por prazer, a maior dificuldade que se encontra é
na aderência desta atividade a longo prazo. Juntamente a isto, é reconhecido que os
efeitos benéficos de qualquer atividade para a saúde, dependem extensivamente da
adoção por um longo período de estilo de vida ativo.
1.1 – JUSTIFICATIVA
A proposta é fazer um estudo com o intuito de pesquisar quais motivos levam as
crianças a procurar os programas de iniciações desportivas, para poder repassar aos
profissionais da educação física, e estes caso necessário avaliarem o seu modo de
motivar as crianças. Acredito que com este trabalho se encontra a possibilidade de
podermos manter por mais tempo a criança dentro do esporte.
Quando se observa crianças interagindo em um cenário esportivo livre como,
por exemplo, no pátio de uma escola, a importância de ser fisicamente competente aos
olhos das outras é fundamental para a aceitação dos demais. Este fato aumenta o
interesse e a motivação para as atividades esportivas, além das crianças que demonstram
habilidades esportivas se mostrarem mais populares. E conseqüentemente estas,
recebem mais atenção entre seus pares.
Embora haja um grande interesse nas atividades esportivas, por parte da maioria
das crianças, nota-se que, após algumas experiências com o esporte, muitas dessas
crianças começam a perder a motivação e o interesse pelas mesmas e, fatalmente,
acabam abandonando a sua prática.
Assim sendo, este trabalho pretende descobrir os principais motivos que
influenciam as crianças a procurar as atividades esportivas.
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1.2 – OBJETIVOS
Objetivo geral
Analisar os motivos que influenciam na aderência dos programas de iniciação
desportiva pelas crianças na faixa etária de 9 a 14 anos de idade.
Objetivos específicos
Identificar os diferentes motivos que influenciam na aderência aos programas
Segundo Tempo e CEACRI (Centro de Atendimento a Criança), de iniciação
desportiva.
Identificar se os fatores motivacionais se apresentam diferentes entre as idades e
sexos das crianças.
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2 – REVISÃO DA LITERATURA
2.1 – Desporto
Comenta-se muito sobre os efeitos educativos do desporto, mas se faz muito
pouco a este respeito. Entender a dinâmica da prática esportiva, como mecanismo de
regulação social, no processo de movimento humano, tem sido um dos assuntos mais
estudados e discutidos entre as pessoas que trabalham e pesquisam o desporto.
O jogo, particularmente, nas diversas civilizações em que é encontrado, deixa
ver o curso da sua evolução, de atividade essencialmente lúdica para a de atividade
lúdico-competitiva, hoje qualificada como esporte. Conforme o autor (Brasil, 2004)
explica-se que no jogo a motivação não se encontra no resultado a ser atingido, senão no
próprio conteúdo da atividade em desenvolvimento, pelo qual se pode afirmar que a
motivação do jogo é o lúdico competitivo, não apenas o vencer.
Os fenômenos que interferem no processo de regulação social da prática
esportiva é muito complexo, vasto e importante no contexto social. Há inúmeros
mecanismos reguladores sociais, todos, sem exceção, importantes.
Portanto, é intenção levantar uma série de questões e considerações que devem
ser levadas em conta ao abordar o desporto como um contexto de socialização, que
permitirá obter critérios para entender como ocorre o processo de imersão social da
criança.
Conceitos
CAGIGAL (1985, p.6) conceituou o desporto da seguinte maneira: “... desporto é aquela competição
organizada, que vai desde um grande espetáculo até a competição de nível modesto: realizada com o desejo de comparar-se, de superar a outros ou a si mesmo, também, no aspecto de expressão lúdica, gratificante, apesar do esforço”.
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Telama (apud MENÉNDEZ, 1991, p1) diz: “O desporto em si não educa os jovens.
Seus efeitos pedagógicos dependem da situação criada pela atividade desportiva e pela interação social, determinada, na maioria das vezes, pelo treinador. Isto significa que a forma e o método são muito mais importantes que o conteúdo, por exemplo, o desporto praticado”.
O educativo das práticas desportivas não é o aprendizado de suas técnicas ou
táticas, nem sequer os benefícios físicos e psíquicos de uma boa preparação física que
sustenta seu rendimento. Na verdade, o que realmente educa, são as condições em que
se realizam essas atividades que permitem ao desportista comprometer e mobilizar sua
capacidade, de tal maneira que essa experiência organize e configure seu próprio eu,
consiga sua auto-estruturação e seja consciente dela. Todavia, deve-se preocupar mais
com a formação do homem, com sua educação e não tanto com a formação do atleta. No
momento em que se atingir esse primeiro objetivo, certamente se conseguirá formar, no
futuro, um novo atleta.
Para Le Boulch (apud SEIRUL.LO,1992), um desporto é educativo, quando
permite o desenvolvimento de suas amplitudes motrizes e psicomotrizes, em relação aos
aspectos afetivos, cognitivos e sociais de sua personalidade.
Através das atividades desportivas, a criança pode desenvolver a experiência de
grupo, o autocontrole e valorizar as relações interpessoais. Assim, a prática desportiva
continuada e dirigida pode permitir a aquisição de destrezas específicas, como também
de outros objetivos educativos, de hábitos e de valores em relação ao esforço, ao desejo
de superação à resistência, à frustração, à aceitação das normas e linha de seu grupo, ao
respeito e à solidariedade com os outros.
Thomas et. al. (1988) ressaltam que a competição e o ganhar ou perder não é a
mesma coisa. Se uma criança ganha ou perde é o resultado da competição, não o
processo competitivo. Muitos dos sentimentos negativos, que estão vinculados à
competição, certamente são devidos à demasiada ênfase que a sociedade dá à vitória. A
competição não é inerentemente boa ou má – as circunstâncias ambientais nas quais a
criança competem é que são fundamentais, não o processo competitivo em si.
Os processos educativos produzem a influência de diversos fatores de
socialização: família – companheiros – educadores e meio de educação. Para muitas
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crianças, a família, a escola e o clube esportivo são fundamentais para a aprendizagem
social. Assim, cabe aos pais, aos treinadores e aos meios de comunicação,
proporcionarem linhas e normas que os induzam às condutas agressivas ou cooperativas
(MENÉNDEZ, 1991).
Segundo ROBERTS (1986), o desporto se vê como modelo antecipado da
sociedade, preparando a criança para que possa viver na mesma. O desporto contribui
no desenvolvimento da personalidade e é também um foco de ensino da
responsabilidade, conformidade, subordinação e modela os níveis de aspiração,
fomentando o esforço e a persistência.
Existe um desejo constante de comparação entre as crianças, isto é, de comparar
seus rendimentos próprios com o progresso dos demais. Assim, em quase todo o
momento, quando vir uma possibilidade, a criança estará disposta a competir.
Há muito tempo se discute uma definição importante para o desporto. Há quem
entenda que o desporto seja um meio para promover a pessoa (praticante), e há quem
entenda que seja a pessoa que deve promover o desporto. Definitivamente, são estes
enfoques os que servem para estabelecer as diferenças entre os modelos de prática
adotados.
Os estudos de HAHN (1988, p. 47) sugerem que o treinamento pode ter dois
efeitos que levam a criança a um maior rendimento por estar mais motivada:
“Positivo – mediante um desenvolvimento objetivado e planificado do
rendimento, propiciando-lhe a compreensão de sua atuação”;
“Negativo – pela influência equivocada por parte dos pais, treinadores ou clubes,
obcecados pelo êxito”.
2.2 – Iniciação desportiva
O tema iniciação desportiva gera perguntas do gênero: quando, por que, para quê
e como? Estas perguntas estão sempre presentes na nossa cabeça, quando se discute ou
se lê sobre o assunto. Levando-se em conta os interesses da família e especialmente da
própria criança.
O importante não é o fato de iniciar cedo, mas quando a criança está preparada
para participar, tendo que diferenciar entre: a aprendizagem das habilidades e o
momento. A questão deveria centrar-se em quanto está preparada para ajustar-se às
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diferentes situações. Portanto, não depende somente da maturação das estruturas físicas
da criança, mas se baseia na disponibilidade motivacional, no conhecimento e na
facilidade de execução da criança.
Enfatizando a importância fundamental do processo de iniciação desportiva, no
desenvolvimento infantil, observa-se uma preocupação constante dos teóricos em
encontrar uma prática que respeite as características próprias das crianças e, neste
sentido, multiplicam-se os profissionais que defendem a liberdade de movimentos, a
criatividade e a espontaneidade no jogo infantil, que seja orientado as necessidades
destas crianças. Necessidades estas que o professor deve conhecê-las com muita
propriedade e conhecer e aplicar metodologias que almejem objetivos cabíveis que
contribuam com o amadurecimento das crianças, e não somente deixá-las livres
acreditando que elas vão aprender sozinhas. Criar situações favoráveis ao processo de
ensino aprendizagem treinamento é incumbência do professor de educação física.
Entende-se que a metodologia, a ser utilizada pelos professores, depende de
vários fatores, tais como: idade maturacional da criança, objetivos de prática, interesses,
vivências e objetivos das crianças e das instituições. Dessa forma um programa de
iniciação desportiva deve ser lúdico e educativo, onde o desporto é um meio intencional
utilizado, tanto para o desenvolvimento pessoal, quanto para a integração social da
criança.
2.3 – A criança no esporte
Nas últimas décadas, milhares de crianças foram estimuladas a praticar
desportos competitivos estruturados e organizados da mesma forma que os programas
dos adultos. Há poucas informações e dados a respeito das razões que levam as crianças
a procurar o esporte, constata-se que poucos pesquisadores realizam investigações
sistemáticas nessa área.
As experiências adquiridas pela criança no início das atividades desportivas
serão um ponto marcante para o resto da sua vida. Pois, é importante entender as
modificações emocionais que ocorrem com a criança que pratica o esporte, quando o
sucesso ou o fracasso estarão ligados à vitória ou a derrota da sua equipe. Poderia a
derrota prejudicar emocionalmente as crianças? Somente as vitórias proporcionam
benefícios?
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Uma parte do desejo de praticar desporto, segundo HAHN (1988), provém do
excesso de energia e de sua alegre auto-expressão. Sabe-se, que as crianças sadias
possuem tanta energia e disposição que, freqüentemente, não conseguem ficar quietas
ou mesmo caladas. Há um desafio pessoal de provar para si mesmas, o que são capazes
de fazer. Amam os riscos e as emoções das competições vigorosas. Buscam ganhar
reconhecimento, aprovação e prestígio. Utilizam o esporte para superar o tédio, as
ansiedades e a monotonia rotineira dos seus dias. Podem descarregar os ressentimentos
acumulados, as irritações e as agressões, na prática dos desportos. Tanto que estes são
também benefícios da pratica de exercícios físicos para os adultos.
Inúmeros fatores podem motivar as crianças para a prática do esporte. Entre os
mais importantes, segundo CRATTY (1989) estão: o ambiente familiar, na figura do
pai, o mais motivante; o professor de educação física e o próprio treinador.
Muitas vezes, o interesse da criança em demonstrar habilidades técnicas, e o fato
dela estar preocupada em desenvolver mais habilidades para poder aprimorar a sua
capacidade, tanto técnica como física, são situações que também levam a criança a
buscar a prática desportiva.
Há outros fatores que influem no interesse das crianças pelos esportes, na hora
da aprendizagem ou quando se trata de alcançar altos níveis de performance. O fato de
contar com uma boa equipe competitiva e dispor de certas facilidades são elementos
fundamentais para a sua participação; o interesse dos espectadores podem influenciar
sobre a aprendizagem, tanto quanto elogios e as críticas do treinador e dos
companheiros. A confiança nos companheiros pode motivar a criança a fazer um
esforço ainda maior. Os efeitos decorrentes dos elogios e das críticas variam de acordo
com o nível técnico, a experiência em vitórias ou derrotas e, principalmente, o tipo de
personalidade da criança (ROBERTS, 1995).
Uma competição, dentro dos padrões dos adultos, sugere o desenvolvimento de
valores próprios da sociedade “produtiva”: compromisso, resultado, responsabilidade...
Enquanto os interesses da criança são: divertimento, movimento, liberdade, jogo,...
Esses desencontros podem ou não prejudicar a criança no seu desenvolvimento
equilibrado e harmonioso? (ROBERTS, 1995).
Por outro lado, convém abordar inúmeros fatores desmotivadores que podem
levar a criança ao abandono do esporte, não somente o esporte competitivo, mas
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inclusive o participativo. É possível que, algumas vezes, os fatores citados
anteriormente como motivadores, que levam a criança a praticar um esporte, tendem a
tornarem-se, no futuro, fatores que poderão levá-la a abandonar a atividade desportiva.
Cabe aos educadores motivar a prática desportiva em todos os níveis
desportivos, desde a iniciação ao desporto de rendimento, pois, sem dúvida, é um dos
fenômenos sociais de maior valor educativo.
2.4 – Motivação
O termo motivação denota os fatores e processos que levam as pessoas à ação ou
à inércia em diversas situações. De modo mais específico, o estudo dos motivos implica
no exame das razões pelas quais se escolhe fazer algo ou executar algumas tarefas, com
maior empenho do que outras ou, ainda, persistir numa atividade por longo período de
tempo (CRATTY, 1983).
A motivação é uma variável chave no desporto, tanto na aprendizagem como no
desempenho na competição. Portanto, é necessário admitir que os fatores motivacionais
não sejam os únicos que influenciam na conduta, e nem todas as variáveis
motivacionais são igualmente fáceis de influenciar (MARTINEZ, CHIRIVELLA,
1995).
Conceitos
Segundo MARTINEZ e CHIRIVELLA (1995), as definições sobre motivação
são muito vagas, o termo utilizado se aplica em diferentes significados e muitas vezes
são contraditórios, o que dificulta a comunicação entre os psicólogos, os treinadores e
os desportistas.
Motivação se refere àqueles fatores da personalidade, variáveis sociais, e/ou
conhecimentos que entram em jogo, quando uma pessoa realiza uma tarefa na qual é
avaliada, entra em competição com outros, ou tenta lucrar certos níveis de habilidades
(ROBERTS: TREASURE, 1995).
Para SAMULSKI (2002) a motivação é caracterizada como um processo ativo,
intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais
(intrínsecos) e ambientais (extrínsecos).
Baseado nesse conceito, a motivação é subdividida em dois segmentos
denominados determinantes energéticos, que são: nível de ativação e direção de
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comportamento (intenções, interesses, motivos e metas). A motivação diferencia-se em
técnicas de ativação e de estabelecimento de metas. A técnica de ativação está ligada
diretamente à intensidade e à persistência com que o indivíduo executa a atividade. Na
técnica de estabelecimento de metas; a intenção e orientação para uma meta.
Na técnica de estabelecimentos de metas, as medidas de controle das intenções
que tentam influenciar na força de vontade dos atletas são: técnicas de direcionamento
de atenção, acentuação. Reativação, comparação do seu estado psicológico com os
demais atletas.
A motivação segundo Becker, Jr. (1986), é um fator muito importante na busca
de qualquer objetivo, pelo ser humano. Os treinadores reconhecem este fato como sendo
principal, tanto nos treinamentos como nas competições. Assim sendo, a motivação é
um elemento básico para o atleta seguir as orientações do treinador e praticar
diariamente as sessões de treinamento.
Com a finalidade de facilitar o estudo da motivação, esta recebeu duas
subdivisões: na primeira, estão os estudos das razões, pelas quais se escolhe uma
atividade e não outra. Na segunda, estão os dados referentes às razões pelas quais se
realizam ações com diferentes graus de intensidade, procurando explicá-los.
Para este trabalho o enfoque da motivação se dá pela busca de experiências, pelo
modelo e reforço de pais e professores e pela oportunidade de se envolver na situação
de aprendizagem demonstrar habilidades motoras. A motivação é observada desde que
somos bebês, pois, já naquela época temos e somos motivados a fazermos muitas
coisas, como por exemplo: engatinhar, caminhar, pegar ou jogar algum brinquedo. O
objetivo de nós repetirmos algum movimento várias vezes é por estarmos motivados a
fazermos isto. Com o passar do tempo, devemos construir novos motivos para as
crianças, fazendo a conciliação da motivação intrínseca da criança, com o apoio da
motivação extrínseca do ambiente. Devemos lembrar que a motivação é uma energia
para a aprendizagem.
As razões, pelas quais o atleta escolhe um esporte e dele participa com um grau
de competência, podem ser influenciadas por experiências primitivas, situações e
pessoas mais recentes. Motivos para desempenhar um determinado esporte são
formados, muitas vezes, pela combinação de acontecimentos passados e próximos,
ambos atuando sobre a consciência do atleta (CRATTY, 1983).
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A motivação não deixa de ser um incentivo para alcançar um objetivo. Mas,
também pode ser uma conquista atrás de uma recompensa ou de um reconhecimento por
parte de uma sociedade extremamente competitiva. Podemos afirmar que, com aumento
da motivação, eleva-se a atenção, concentração e tensão. Entretanto, é importante
salientar que nem sempre um alto nível de motivação deixa um atleta em vantagem
sobre o outro. Às vezes, a motivação em demasia pode ter resultados adversos no
desempenho de quem se sacrifica. Cada atleta tem diferentes níveis de motivação,
ansiedade e desempenhos, portanto, reagem de maneiras diferentes. Roberts (1995) cita
algumas fontes de motivação: a energia de vida luta pela sobrevivência e desejo de
triunfar.
Devem existir inúmeras razões para que um mesmo indivíduo atue, de forma
semelhante, em situações diversas, para que indivíduos ajam de maneiras diferentes,
numa mesma situação ou ainda para que uma pessoa que agia de uma mesma maneira
em determinadas situações de repente passe a atuar de outra maneira nas mesmas
situações. A motivação ao rendimento é caracterizada por duas tendências: procurar
êxito e evitar o fracasso. Por isso, é mais comum ocorrer em esportes de alto nível. As
situações de êxito e fracasso produzem diferentes efeitos e reações psicológicas. Êxito,
no esporte, produz uma satisfação e uma diminuição na tensão pela motivação e um
estado de alegria no atleta; no fracasso, se percebe reações de frustração no atleta, assim
como agressão, ações diretas e indiretas relacionados com pessoas ou “coisas”.
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3 – METODOLOGIA
3.1 – Caracterização do estudo
O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa de cunho
descritivo analisando os fatores motivacionais que influem na aderência de crianças em
programa de iniciação desportiva.
3.2 – População e amostra
Os envolvidos na pesquisa eram constituídos de dois grupos de crianças o
primeiro grupo, participantes do Programa Segundo Tempo, realizado no SEST SENAT
e o segundo grupo de crianças da rede de ensino municipal de Bento Gonçalves que
participam de um CEACRI (Centro de Atendimento a Criança).
Restringiu-se este estudo à faixa etária de 09 a 14 anos de idade, na investigação
sobre a aderência. Limitou-se a um grupo de crianças, que participaram do Programa
Segundo Tempo, realizado no SEST SENAT e de crianças da rede de ensino municipal
de Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul, que participam de um CEACRI (Centro de
Atendimento a Criança).
Foram totalizadas 180 crianças de ambos os sexos, na faixa etária dos 9 a 14
anos de idade. Foi estipulada uma amostra de 30 crianças por faixa etária, sendo 15 de
cada sexo.
3.3 – Coleta de Dados
A coleta dos dados foi realizada pelo próprio investigador. O primeiro
questionário sobre: o porquê a criança inicia uma atividade esportiva, foi aplicado em
todas as 180 crianças e o segundo questionário foi aplicado numa parte destas, num total
de 30 crianças de cada programa, então 60 crianças.
3.4 – Instrumentos de medidas
Para a presente investigação foi realizada através de dois questionários aplicados
na forma de entrevista estruturada para as crianças. (ANEXO)
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4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
O primeiro questionário apresentava as seguintes alternativas que eram
escolhidas conforme a ordem de importância referindo-se aos motivos que os leva a
iniciar uma atividade esportiva:
1 – Gosto de melhorar minhas habilidades;
2 – Gosto de fazer novos amigos;
3 – Gosto de competir e ganhar prêmios;
4 – Gosto de praticar esportes;
5 – Porque meus pais querem;
6 – Gosto só de participar.
O primeiro questionário “Porque eu inicio uma atividade esportiva?” com as
seis alternativas de respostas para assinalar, elas tinham que escolher dentro das seis
respostas, os quatro principais motivos que fazem com que elas pratiquem esportes. O
resultado obtido foi: 43,75% responderam que gostam de melhorar suas habilidades,
32,25% responderam que gostam de fazer novos amigos, 18,50% gostam de competir e
ganhar prêmios, 5,50% gosta de praticar esporte. Nenhuma criança neste questionário
respondeu, porque meus pais querem ou porque gosto só de participar.
Já na segunda investigação, realizada para 60 crianças, as questões foram feitas
oralmente aos alunos e buscava-se com isso, que respondessem alguns motivos para
cada questão feita. Após ter todas as respostas, fez-se uma análise no qual se chegou aos
principais motivos relatados nas respostas.
1 – O que fez você se inscrever e participar do programa?
Dentre os principais motivos que as fizeram se inscrever no programa, destacamos:
- praticar esportes e melhorar as habilidades;
- aprender outras coisas;
- fazer novos amigos;
- aproveitar melhor as manhãs, ou tardes;
- não ficar na rua;
- porque minha mãe me inscreveu.
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2 – O que faz você continuar participando do programa?
Dentre os principais motivos que as fazem continuar no programa, destacamos:
- os professores e colegas;
- as atividades propostas;
- tempo para fazer o tema (reforço escolar);
- aprendizado de outras coisas.
3 – O que fará com que você retorne o ano que vem para o programa?
Dentre os principais motivos que as fazem querer retornar no programa, destacamos:
- não ficar na rua;
- as atividades esportivas;
- reforço escolar;
- os amigos e professores;
- aprender outras atividades;
- se a minha mãe me inscrever.
Em relação em melhorar as habilidades:
Motivação – São aqueles fatores da personalidade, variáveis sociais, e/ou
conhecimentos que entram em jogo quando uma pessoa realiza uma tarefa pela qual é
avaliada, entra em competição com outros, ou tenta lucrar certos níveis de habilidades
(ROBERTS; TREASURE, 1995).
Muitos atributos sociais são baseados em muitos fatores, mas uma forma pela
qual a criança pode ganhar aceitação é demonstrar competência numa atividade
valorizada por outras crianças. E a habilidade atlética é uma das mais valorizadas por
elas, especialmente pelos meninos.
Além disso, pode-se dizer que os alunos do sexo masculino consideram os
programas de iniciação desportiva mais motivantes, pois se percebeu que os meninos
valorizam as habilidades, o competir e ganhar prêmios, enquanto que as meninas
valorizam mais as amizades e praticar o esporte em si.
A interpretação desse relato pode estar ligada a uma concordância de
expectativas quanto ao desempenho físico, por parte dos alunos de sexo masculino, o
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que reforça o comportamento em busca de desempenhos melhores que atendem os
desejos do professor e aumentam a relação afetiva entre eles. O oposto ocorre com o
sexo feminino para quem o desempenho físico não estar correspondendo às expectativas
do professor. Talvez porque elas precisam primeiramente da relação afetiva positiva
com o professor para depois desencadear um desempenho físico que atenda as
expectativas dele.
Em relação de estar e fazer novos amigos:
Considera-se muito importante para motivar a criança, a ingressar e a
permanecer no esporte. É comum a criança iniciar uma atividade esportiva por sugestão
ou por convite dos amigos. Este fato é muito importante, porque ele vê no amigo um
apoio, para superar as dificuldades encontradas na prática do esporte. A criança vai em
busca, principalmente, de novos conhecimentos, novas habilidades. Mas, certamente,
ela fará novos amigos, porque a grande maioria das crianças tem muita facilidade para
fazer novas amizades. Como o esporte facilita muito isso e a criança tem facilidade, ela
certamente fará muitas amizades.
Este também é um dos principais fatores apontados por OLIVEIRA (1993, p20)
pelos quais as crianças participam dos programas esportivos. O autor cita que: “o prazer pela prática, a aprendizagem de
novas habilidades, bem como o fato de estar com
amigos, fazer novas amizades, sentir-se bem realizar
as tarefas com exercícios, são apontados em
diversos estudos como principais fatores, pelos
quais as crianças participam de atividades
esportivas”. A prática de uma modalidade esportiva é uma das formas mais eficientes para
aproximar as pessoas. Atualmente, cada vez mais, é através deste momento que
adolescentes e adultos se encontram para conversar, se conhecer e estreitar laços de
amizade ou mesmo aumentar o círculo de amizades.
Em relação a competir e ganhar prêmios:
A supervalorização da técnica, a qual o atleta está cada vez mais forçado a
desempenhar, pela crescente exigência dos resultados e para a vitória, muitas vezes o
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impede de ver outras coisas, que não seja o puro rendimento esportivo e realiza uma
prática leve de caráter lúdica do esporte. Se pensar no treinamento e na competição, se
educa as crianças, neste sentido, o desporto se converte em alienação, anticultura, no
oposto ao comportamento lúdico (CAGIGAL, 1985).
Neste sentido, a atividade física torna-se também uma fonte importante de
satisfação no aspecto de relacionamento social trabalhando com a auto-estima e a
convivência em grupo. Não esquecendo que a maioria das pessoas procura o esporte
pela alta competitividade, que é intensamente motivante.
Em relação ao gostar de praticar esporte:
Esse fator está mais voltado para a motivação intrínseca. Acredita-se que a
criança realiza exercícios para aprimorar a sua técnica individual e para ser mais forte e
saudável. A criança sabe que para aperfeiçoar a sua habilidade, ela precisa praticar
atividades físicas. Toda a criança tem muita energia para gastar. Portanto, é comum elas
terem diversas atividades como as brincadeiras, jogos e o esporte, pois são fontes de
auto descobrimento, uma forma de aprender novos papéis para a sua vida.
A motivação, segundo Samulski (2002), para sua prática esportiva depende da
personalidade de cada um e de fatores do meio como: facilidades, tarefas atraentes,
desafios e influências sociais. No passar do tempo na vida de uma de pessoa os valores
mudam, a importância dos fatores motivacionais já mencionados mudam dependendo
das necessidades e oportunidades.
Weinberg e Gould (2001) ao correlacionarem à motivação intrínseca e
recompensas externas, afirmam que as recompensas extrínsecas têm o potencial de
abalar a motivação intrínseca. A teoria de avaliação cognitiva demonstrou que as
recompensas extrínsecas podem aumentar ou diminuir a motivação intrínseca
dependendo de a recompensa ser mais informativa ou mais controladora.
Dois exemplos do efeito de incentivos no esporte são as bolsas de estudos e ganhar ou
perder. Ainda afirmam que os técnicos, professores e instrutores podem aumentar a
motivação intrínseca por meio de vários métodos, como usar elogios verbais e não-
verbais, envolver os participantes nas tomadas de decisão, estabelecer objetivos
realísticos, tornarem as recompensas dependentes do desempenho e variar o conteúdo e
a seqüência de treinamentos práticos.
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O objetivo das técnicas de motivação são mudanças de comportamentos
principalmente de treinadores, que tem um contato direto com os atletas, trocas de
treinos, e transformar motivação extrínseca em motivação intrínseca (automotivação).
Carravetta (2001) distingue dois indutores diferenciados de motivação: A
motivação intrínseca e a motivação extrínseca. A motivação extrínseca sustentada por
recompensas materiais e incentivos, tais como elogio, reconhecimento social e dinheiro.
A motivação é intrínseca sustentada pelo prazer em praticar determinada atividade, a
busca da excelência na performance desportiva, a satisfação pelas tarefas bem
realizadas, grau de dificuldade da tarefa, e somente em segundo plano aparecem às
recompensas materiais. A motivação intrínseca é considerada pelo autor como mais
durável produzindo um diferencial positivo em relação à conduta dos atletas.
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5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS e RECOMENDAÇÕES
Com base nos resultados obtidos com este estudo, que teve como objetivo
analisar os fatores motivacionais que influem na aderência ao esporte dos programas de
iniciação desportiva pelas crianças, na faixa etária de 9 a 14 anos de idade, chegou-se às
seguintes conclusões:
- As crianças que ingressam nestes programas de iniciação desportiva vão em
busca, do divertimento, da alegria e do prazer;
- As crianças também querem aprender e aprimorar novas técnicas e habilidades
esportivas;
- Elas vão ao encontro de seus amigos e, também, no intuito de fazer novas
amizades;
- Gostam de participar e fazer parte de um grupo esportivo
Nos programas de iniciação desportiva, deste estudo os fatores que interferem na
motivação das crianças para o esporte são os motivos internos e externos, como:
brincadeiras, desenvolvimento de habilidades, excitação e desafio pessoal, realização e
status; liberação de energia ou tensão e amizade. Os meninos valorizam mais a
realização e as habilidades e as meninas, as brincadeiras e as amizades.
Até os dias de hoje existem muitas controvérsias relacionadas com fatores e
teorias sobre o desenvolvimento da motivação do indivíduo para com uma atividade ou
esporte.
A questão - a grande procura pelas atividades esportivas - nos aponta para um
fator fundamental no esporte infantil: a motivação. A forma como este tema é tratado
pode ajudar na busca de respostas para esta questão básica: por que as crianças
ingressam na prática esportiva? A grande motivação da prática desportiva devia ser
observada pelos pais e responsáveis.
A partir dos resultados, sugere-se que, profissionais da área, possam utilizar os
fatores mais importantes e que realmente motivam as crianças, facilitando e
dinamizando os objetivos traçados, na busca dos resultados positivos, bem como
resolver problemas no abandono das atividades. Mas, estudos com uma representação
da amostra mais expressiva e com instrumentos que indiquem mais fidedignidade sobre
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motivação de crianças devem ser objetivados para mais contribuições fornecer ao
processo de ensino que traz o esporte como meio.
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REFERÊNCIAS
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Brasília, CEAD, 2004.
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Anexo I
Por que eu pratico esporte?
Respostas 1 2 3 4
1- Porque meus pais querem.
2- Gosto de estar e fazer novos amigos.
3- Gosto de praticar esporte.
4- Gosto só de participar.
5- Gosto de melhorar minhas habilidades.
6- Gosto de competir e ganhar prêmios.
Perguntas feitas do segundo questionário oralmente.
O que fez você se inscrever e participar do programa?
O que faz você continuar participando do programa?
O que fará com que você retorne o ano que vem para o programa?