OS MALEFÍCIOS DO AÇÚCAR - Parte I

Olá pessoal!

Estou de volta, e dessa vez com todo o gás, estive um tempo fora por causa do meu Mestrado, mas agora tudo voltará ao normal.

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Se ficar o Bicho Pega e se ficar o Bicho Come...

As necessidades nutricionais não eram as mesmas nos tempos da pré história como no atual para nós os humanos, ou homo sapiens, a começar pelas necessidades calóricas.

Eles praticavam mais a corrida ( se ficar o bicho pega, se correr o bicho come), subiam e pulavam de árvores, nadavam, caçavam uma série de animais para sua subsistência, e se alimentavam de qualquer fruto fibroso desde que doce e gostoso. Já nos os Homo sapiens modernos, temos uma vida muito sedentária, nos alimentamos de alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes e bebemos pouca água.

Deve estar uma delícia!

Sim os nossos preceptores homo sapiens tinham (eu imagino) um sistema digestivo com as enzimas da boca, estômago, pâncreas e intestino altamente resistentes à carne crua e frutos fibrosos, eram uma máquina nova no mundo, não haviam sofrido ainda as transformações físicas

relacionadas ao meio ambiente. Afinal, como disse o Criador: “Tudo era bom!”

Mas aí as mulheres viram que tinham a necessidade de algo melhor, dormir em cima de árvores e cair sem mais nem menos quando tinham pesadelos, era um horror, além disso, haviam os problemas do frio e da chuva, da diminuição dos pelos, e da diminuição da capacidade de preensão dos bebês.

A solução encontrada foi irem para cavernas, pelo menos iriam ficar mais protegidos e escondidos dos predadores, mas o lugar também apresentava problemas, era úmido e frio, não tinha iluminação suficiente. Depois da descoberta do fogo ( que eu acredito que tenha sido após uma grande tempestade, e após a observação de faíscas produzidas pelo atrito entre pedras) tudo mudou, podiam se esquentar, espantar os predadores, assar os alimentos antes de comê-los tornando a carne mais macia, passando a ter um paladar mais refinado para aqueles tempos (creio que foi aí que criaram o famoso churrasco)³.

Tanto é assim que alguns antropólogos defendem a idéia de que o cozimento dos alimentos foi essencial para a evolução do tamanho do cérebro, então por volta de 2 milhões de anos, conforme o Antropólogo Richard Wrangham, da Haward University, foi o cozimento que nos tornou humanos. Para cozinhar tinha que haver fogo, que também produzia fumaça e

espantava os insetos, principalmente as abelhas, pois a fumaça interfere em seu sistema olfativo, assim nossos ancestrais usavam muito o mel em sua alimentação.³

Assim nossos ancestrais passaram a escolher frutos mais macios e suculentos, refinar as raízes para torná-las mais comestíveis, fazendo bolos e pães. Naquele tempo ainda não conheciam o sal e nem o açúcar.

Depois de acordo com nossa evolução histórica, de nômades passamos a viver em comunidades e plantarmos para nossa própria subsistência.

A Agricultura e os Alimentos Processados

A agricultura iniciou à cerca de 12 mil anos, mas europeus primitivos já faziam pães muito antes dessa época, em 2010, cientistas descobriram grãos de amido que se originava de raízes de taboa e de samambaia em pilões ancestrais, em sítios arqueológicos na Itália, Rússia e República Checa. Houve a partir de então uma mudança em nosso aporte nutricional, já que de uma alimentação variada e nutritiva efetuada pelos caçadores, passamos a nos alimentar de alimentos processados.

Para adoçarmos os alimentos utilizávamos o mel, até mesmo como medicamento, e o doce das frutas para doces, bebidas e sucos. Então quando foi que o açúcar entrou em nossas vidas?

A Evolução do Açúcar

Segundo textos sânscritos, em 500 a.C. cozinheiros indianos processavam o caldo extraído da cana ( a garapa) em cristais gigantes por cozimento e esfriamento, quase um milênio depois os mesmos desenvolveram o açúcar cristal, que era de fácil transporte o que facilitou sua introdução no comércio mundial. Mesmo por que o mel melava tudo, o açúcar então levava vantagens práticas, operacionais econômicas em relação a ele.

A cana de açúcar é uma planta do gênero Saccarum L. sendo que a cana de açúcar cultivada é híbrido multiespecífico do gênero Saccarum spp., na realidade o açúcar era uma das especiarias trazidas do Oriente. ¹ ²

Era muito apreciada pelos nobres e burgueses da época, era cultivada pelos persas, um quilo de açúcar naquele tempo valia umas dez cabeças de gado e era caríssimo. Sua produção ganhou uma escala maior quando os portugueses e espanhóis a trouxeram para a Europa e passaram a cultivá-la em suas colônias, o Brasil como se sabe foi uma delas junto com a ilha da Madeira de Portugal.

Desse modo iniciou-se o processo de açucaramento da mesa dos europeus¹, mesmo muito gostoso seus malefícios passaram logo a serem notados pelos médicos da época, como o naturalista britânico James Hurt em 1630 ( talvez o primeiro a diagnosticar uma epidemia açucarada na época), que já vaticinava que a substância e seus produtos derivados como doces, bolos, sucos e outros, utilizados em grandes proporções causam muitos problemas ao organismo, como aquece o corpo, causa caquexias (estado de desnutrição profunda), consuções (emagrecimento e perda de forças), apodrecendo os dentes e causando um mal hálito insuportável.

No Brasil esse processo também foi automático, o escritor Gilberto Freyre, quando cita o período colonial no Brasil, diz que as pessoas da Casa Grande comiam muitos doces e tinham péssimos dentes, enquanto os escravos da Senzala que mastigavam a cana tinham dentes perfeitos. Nos tempos da antiguidade as pessoas se alimentavam de carnes, aves ou peixes, ou uma tigela de arroz e iam dormir, atualmente logo depois de comer as pessoas vão direto escovar os dentes, e a ter cuidados contínuos de 6 em 6 meses na ida ao dentista. O problema é que os primeiros tinham os dentes saudáveis,

comprovados em achados fósseis, e muitos de nós Homo sapiens mais modernos quase morremos com poucos ou nenhum dente na boca.

A causa da cárie seria uma combinação de três fatores, dente, bactéria cariogênica e açúcar, ou dente, bactéria cariogênica e carboidratos. O processo é bem simples, o artista principal para que haja uma cárie é o açúcar, sem ele a bactéria cariogênica ou Streptococcus mutans que faz parte da flora bucal ficará sem ação, ou seja, ela contém uma enzima GTF (glicosiltransferase) que fermenta a sacarose refinada produzindo ácidos que desmineralizam o esmalte do dente formando cárie. Sem açúcar não há cárie, e sem sacarose que serve como substrato ( lembram, aquela substância dos bolos, doces, refrigerantes, etc) para as bactérias se fixarem nos dentes, causando cáries.

Atkins, Robert C. (2001). A Nova Dieta revolucionária do Dr. Atkins. Rio de Janeiro: Record

Carvalho, Fernando. (2006). O Livro Negro do Açúcar. Rio de Janeiro: Record

Davis, W. (2014). Barriga de Trigo: Livre-se do Trigo, livre-se dos quilos a mais e descubra seu caminho de volta para saúde. São Paulo: WMF Martins Fontes.

Freyre, Gilberto (1975). A Presença do açúcar na Formação Brasileira. Rio de Janeiro: IAA

Revista Scientific American Brasil (2013). O primeio churrasco: entrevista com Richard Wrangham.São Paulo: outubro, p.60.

A Cana de açúcar

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cana-de-a%C3%A7%C3%BAcar

Artigo Química presente em alimentos de Jennifer Rocha Vargas http://www.mundoeducacao.com/quimica/sacarose-ou-acucar-comum.htm

Imagens

homo sapiens - Pesquisa Google www.google.com.br

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Acesulfame-K – Wikipédia, a enciclopédia livre pt.wikipedia.org

Alcatrão de hulha – Wikipédia, a enciclopédia livre pt.wikipedia.org