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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLIÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

MARIA CELOÍ PEDROSO

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

DESCOBRINDO VALORES: LITERATURA E DENÚNCIA SOCIAL

PONTA GROSSA

2013

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MARIA CELOÍ PEDROSO

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

DESCOBRINDO VALORES: LITERATURA E DENÚNCIA SOCIAL

Projeto de Intervenção Pedagógica apresentado

ao Programa de Desenvolvimento Educacional do

Paraná ( PDE ) como requisito parcial dos

trabalhos propostos para participação e execução

deste Programa.

Orientador: Dr. Fábio Augusto Steyer.

Ponta Grossa

2013

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1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

PROFESSORA PDE: Maria Celoí Pedroso.

ÁREA PDE: Português.

NRE: Ponta Grossa.

PROFESSOR ORIENTADOR: Dr. Fábio Augusto Steyer.

IES VINCULADA: Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG.

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Santo Antonio.

PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Educação Geral, 3º Ano.

2. TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE:

DESCOBRINDO VALORES: LITERATURA E DENÚNCIA SOCIAL.

3. APRESENTAÇÃO

Numa realidade dinâmica como a nossa, que se transforma na mesma

velocidade com que se disseminam informações nos meios eletrônicos, é

essencial o papel que a literatura desempenha na educação. Isso tendo em

vista que a leitura num contexto brasileiro vive crises maiores, presentes em

nossa sociedade, como a injustiça, a desigualdade, a fome e a falta de

liberdade e democracia. Dessa forma, é fácil encontrar pessoas que não têm

acesso à informação de qualidade, devendo-se a isso a ausência do domínio

da leitura compreensiva. Segundo Eagleton:

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―A medida que prosseguimos a leitura, deixamos de lado as suposiçoes, revemos

crenças, fazemos deduções e previsões cada vez mais complexas; cada frase

abre um horizonte que confirmado, questionado ou destruído pela frase seguinte.

Lemos simultaneamente par trás e para frente. Prevendo e recordando, talvez

conscientes de outras concretizações possíveis do texto que a nossa leitura

negou‖. (2003, p.106).

A linguagem oral ou escrita é indispensável na construção de valores

essencias para a vida cidadã, já que ela permeia todas as atividades humanas,

em todas as esferas sociais.

Um dos principais compromissos da Língua Portuguesa e Literatura é

trabalhar com os alunos a leitura de forma reflexiva, explorando seus múltiplos

sentidos, compreender e interpretar. Cabe à escola fornecer condições

necessárias para acontecer à leitura e produção com proficiência. A verdadeira

leitura deve levar a sua plurisignificatividade e sua abertura, multiplicando as

possibilidades de sentido, caso contrário, o professor estará ensinando os seus

alunos apenas a decifrarem os códigos.

É necessário trabalhar valores essenciais para a vida, como o respeito à

dignidade do ser humano. Numa sociedade que prioriza mais os bens materiais

que a essência do ser. A desigualdade social que oprime, que fere e mata a

dignidade do homem. Acumulam-se riquezas para uma pequena minoria

enquanto a miséria se faz presente em tantas e tantas famílias que são

simplesmente excluídas como se não existissem. A literatura faz a denúncia

social dessa triste realidade e não se pode deixar de lado os questionamentos,

as reflexões que ela propicia. É preciso desvelar.

O ato de ler como exercício crítico necessita inserir-se permanentemente

na formação e na prática do professor, para que ele possa criar as condições

de incentivo e investimento na formação de seus alunos observando a

denúncia social presente nas obras literárias. Trata-se de um incentivo ao

debate democrático, através de um enfoque sociopolítico que visa modificar os

valores vigentes na sociedade.

É preciso um discurso que incite o abandono à passividade, a assunção

da responsabilidade de todos e de cada um na modificação do estado das

coisas. Trabalhar as questões da desigualdade social, em fragmentos de obras

literárias, que despertem no alunado a reflexão e o desejo de saber mais. Que

levem o aluno a conhecer a obra no todo, buscando o desenvolvimento da

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autonomia na análise de poesia e fragmentos de obras literárias de alguns

autores que tratam a denúncia social que permeiam tais obras.

Primeiramente, a leitura ganha um importante reforço, com vista ao

desenvolvimento das capacidades leitoras dos alunos com textos de diferentes

épocas de autores brasileiros. Motivando os alunos a participarem na

construção deste projeto. Certamente o trabalho servirá para ampliar

conhecimento na arte literária abrindo maior espaço para os gêneros orais

públicos, como o debate, o seminário, a mesa-redonda, entre outros. A partir

disso, será possível que vislumbremos de modo consciente a literatura como

expressão da realidade. ―É desafio do professor, portanto, compartilhar a

experiência da interação entre a obra e o leitor, como sujeito ativo capaz de

refletir sobre o que leu, emitir juízos e, principalmente, ampliar seus horizontes

de expectativa em relação à obra lida.‖ ( DIRETRIZES CURRICULARES,

2006, p. 38 ).

A literatura participa ativamente do desenvolvimento das habilidades,

principalmente daquelas relacionadas com a produção de textos orais e

escritos. Neste trabalho o aluno poderá expor e defender um ponto de vista

pessoal, de buscar relações de causa e efeito, de interpretar: ―... em face do

texto, surgem no nosso espírito certos estados de prazer, tristezas,

constatação, serenidade, reprovação, simples interesse.‖ ( CÂNDIDO,2000,

p.31).

Neste trabalho as obras que serão analisadas são os fragmentos de

Vidas Secas, de Graciliano Ramos, O Quinze, de Rachel de Queiroz, o poema

O bicho, de Manuel Bandeira, e também trecho de O Gato Malhado e a

Andorinha Sinhá, de Jorge Amado. Dessa forma pretende-se propiciar aos

alunos, com este estudo, o contato com tais obras, buscando uma melhor

compreensão da sociedade e sua participação nela.

Nas obras desses autores buscar-se-á subsídios para o

desenvolvimento deste trabalho, além daquelas que estão citadas nas

referências.

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PRIMEIRA ATIVIDADE

Conteúdo: Biografia de Manuel Bandeira

Objetivo: Conhecer a vida de Manuel Bandeira traçando um panorama geral

sobre a vida e algumas obras do autor.

Procedimeto metodológico: A apresentação será feita com uso da TV pendrive,

slides, o que proporcionará a visualização de fotos e poemas de Manuel

Bandeira. Fazer uma breve explicação sobre o autor, sua vida e obras. Em

seguida, juntamente com os alunos levantar questões para reflexão sobre a

vida do autor. Os alunos receberão a biografia de Manuel Bandeira em folhas

digitadas, abrindo espaço para um breve comentário oral e escrito em

pequenos grupos.

Manuel Bandeira Vida e livros deste importante representante da literatura brasileira,

principais poesias, prosas e antologias,

principais obras literárias, fotografia.

Manuel Bandeira: um dos grandes poetas da literatura brasileira

Biografia, obras e estilo literário

Este notável poeta do modernismo brasileiro nasceu em Recife, Pernambuco, no ano de 1886. Teve seu talento evidenciado desde cedo quando já se destacava nos estudos.

Durante o período em que cursava a Faculdade Politécnica em São Paulo, Bandeira precisou deixar os estudos para ir à Suíça na busca de tratamento para sua tuberculose. Após sua recuperação, ele retornou ao Brasil e publicou seu primeiro livro de versos, Cinza das Horas, no ano de 1917; porém, devido à influência simbolista, esta obra não teve grande destaque.

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Dois anos mais tarde este talentoso escritor agradou muito ao escrever Carnaval, onde já mostrava suas tendências modernistas. Posteriormente, participou da Semana de Arte Moderna de 1922, descartando de vez o lirismo bem comportado. Passou a abordar temas com mais encanto, sendo que muitos deles tinham foco nas recordações de infância.

Além de poeta, Manuel Bandeira exerceu também outras atividades: jornalista, redator de crônicas, tradutor, integrante da Academia Brasileira de Letras e também professor de História da Literatura no Colégio Pedro II e deLiteratura Hispano-Americana na faculdade do Brasil, Rio de Janeiro.

http://www.suapesquisa.com/biografias/manuelbandeira/em 10/09/13 às 15:37

Este, que foi um dos nomes mais importantes do modernismo no Brasil, faleceu no ano 1968.

Suas obras:

POESIA: Poesias, reunindo A cinza das horas, Carnaval, O ritmo dissoluto (1924), Libertinagem (1930), Estrela da manhã (1936), Poesias escolhidas (1937), Poesias completas, reunindo as obras anteriores e mais Lira dos cinqüenta anos (1940), Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo belo (1948), Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954), Poemas traduzidos (1945), Mafuá do malungo, versos de circunstância (1948), Obras poéticas (1956), 50 Poemas escolhidos pelo autor (1955), Alumbramentos (1960), Estrela da tarde (1960).

PROSA: Crônicas da província do Brasil (1936), Guia de Ouro Preto (1938), Noções de história das literaturas (1940), Autoria das Cartas chilenas, separata da Revista do Brasil (1940), Apresentação da poesia brasileira (1946), Literatura hispano-americana (1949), Gonçalves Dias, biografia (1952), Itinerário de Pasárgada (1954), De poetas e de poesia (1954), A flauta de papel (1957), Prosa, reunindo obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e Epistolário (1958), Andorinha, andorinha, crônicas (1966), Os reis vagabundos e mais 50 crônicas (1966), Colóquio unilateralmente sentimental, crônica (1968).

ANTOLOGIAS: Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937), Antologia dos poetas brasileiros da fase parnasiana (1938), Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos (1946). Organizou os Sonetos completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras poéticas de Gonçalves Dias (1944), as Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de Andrade, Cartas a Manuel Bandeira (1958).

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Questões para reflexão:

Como foi a vida de Manuel Bandeira?

Como Bandeira se descobriu como poeta?

Manuel Bandeira foi um autor importante para o Modernismo brasileiro?

Dê a sua opinião.

Na sequência debater sobre o que foi trabalhado e produzir um pequeno

texto sobre o que você (aluno) já conhecia sobre o poeta e quais as

impressões que agora você tem dele.

SEGUNDA ATIVIDADE

Conteúdo: Poema ―O bicho‖.

Objetivo: Ampliar a compreensão da realidade, apontando-lhe formas

concretas de participação social.

Procedimentos metodológicos: Usar multimídia apresentando imagens da

beleza da natureza, campos, árvores, jardins e contrastar com imagens de

sujeira e lixo. Também, imagens de pessoas sorridentes, felizes e de

pessoas que moram nas ruas e catam comidas nos lixões. Levantar

questionamentos professor/aluno e aluno/professor, sobre as imagens

vistas e expor as ideias oralmente.

Em seguida apresentar em slides o poema O bicho, entregando para os

alunos folhas com o poema digitado.

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O bicho Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira

Rio, 27 de dezembro de 1947

http://www.revista.agulha.nom.br/manuelbandeira03.html acesso em 19/09/13 15:29

Questões para reflexão:

Quando foi escrito o poema? A que nos remete este nome?

O que esse texto apresenta?

No poema O bicho, é feita uma denúncia social?

O que significa no texto a expressão ―meu Deus‖?

O que tipo de sensação, sentimento nos causa à leitura deste

poema?

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Muitas coisas mudaram na sociedade nesses anos. Cite algumas

mudanças.

A leitura e compreensão do texto vale para os dias atuais? O que o

poema tem a ver com a nossa realidade?

O que mais te chamou ate a atenção neste poema de Manuel

Bandeira? Por quê?

É possível uma mudança na vida deste homem citado no poema? O

que é preciso ser feiro para ocorrer uma transformação social?

Em duplas ou individualmente escreva um pequeno comentário

sobre o que você sentiu com esta leitura. Qual a denúncia social

presente no poema?

*sugestao de sites para pesquisar sobre o autor.

http://www.suapesquisa.com/biografias/manuelbandeira/

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=249

TERCEIRA ATIVIDADE

Conteúdo: Pesquisa: Manuel Bandeira, Raquel de Queiroz,

Graciliano Ramos. O Modernismo no Brasil e o romance de 30.

―O autor‖, diz Bakhtin, ―é um prisioneiro da sua época, de sua

contemporaneidade. Os tempos que lhe sucedem o libertar dessa

prisão e a ciência literária tem a vocação de contribuir para esta

libertação.‖ ( BAKHTIN, 1997.p.366 ) Assim sem perder a dimensão

estética e a historicidade do texto, olhando simultaneamente para a

sua situaçào de produção e para as suas diferentes recepções ao

longo do tempo, espera-se poder trazer para o aluno/ leitor de

literatura a compreensão do texto num diálogo vivo na

temporalidade.

Objetivo: Aprofundar o conhecimento dos alunos no estudo de

autores Modernistas.

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Encaminhamento metodológico: Acompanhar os ao laboratório de

informática e pesquisar nos sites previstos e à biblioteca realizando

pesquisa em livros. Levantar informações sobre o Romance de 30 e

o Modernismo num plano histórico mais geral.

Questões a serem pesquisadas:

Quais os temas mais explorados pelos modernistas?

O romance de trinta trilhou diferentes caminhos. E qual deles

é o mais importante?

Você conseguiu perceber outras linhas temáticas no

Romance de 30? Quais?

Atividades pós-pesquisa:

Entegar para os alunos a biografia de Rachel de Queiroz e suas

principais obras em folhas digitadas.

Rachel de Queiroz

Professora, jornalista, romancista, cronista e teatróloga brasileira nascida em

Fortaleza, CE, primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras

(1977) eleita para a Cadeira no. 5, na sucessão de Cândido Mota Filho, e uma

das mais importantes romancistas do movimento regionalista contemporâneo

do Nordeste. Filha de proprietários rurais do Ceará, foi para o Rio de Janeiro

(1915), em companhia dos pais que procuravam, nessa migração, fugir dos

horrores da terrível seca, que mais tarde a romancista iria aproveitar como

tema de O quinze, seu livro de estréia (1930). No Rio, a família Queiroz pouco

se demorou, viajando logo a seguir para Belém do Pará, onde residiu por dois

anos.

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Regressando a Fortaleza, matriculou-se no Colégio da Imaculada Conceição,

onde fez o curso normal, diplomando-se aos 15 anos (1925). Estreou no

jornalismo (1927), com o pseudônimo de Rita de Queluz, publicando trabalhos

no jornal O Ceará, de que se tornou afinal redatora efetiva. Ali publicou seus

primeiros poemas à maneira modernista e iniciou sua carreira literária com o

romance O quinze, tratando sobre o drama dos flagelados da seca, na extrema

pobreza e sem ter quem os oriente sobre o cultivo da terra, romance que lhe

trouxe a consagração com o Prêmio da Fundação Graça Aranha (1931).

Seguiram-se vários outros sucessos até fixar residência no Rio de Janeiro, RJ

(1939), passando também a se dedicar ao teatro e à crítica literária em revistas

e jornais como no Diário de Notícias, em O Cruzeiro e em O Jornal. Membro do

Conselho Federal de Cultura, desde a sua fundação até sua extinção (1967-

1989), participou da 21a Sessão da Assembléia Geral da ONU (1966), onde

serviu como delegada do Brasil, trabalhando especialmente na Comissão dos

Direitos do Homem.

Iniciou colaboração semanal no jornal O Estado de S. Paulo e no Diário de

Pernambuco (1988). Outras importantes obras da autora foram os romances

João Miguel (1932), Caminho de pedras (1937), As três Marias (1939), Prêmio

da Sociedade Felipe d’Oliveira, O galo de ouro (1950) e Memorial de Maria

Moura (1992), as peças Lampião (1953), Prêmio Saci, de O Estado de São

Paulo (1954), e A beata Maria do Egito (1958), Prêmio de teatro do Instituto

Nacional do Livro e Prêmio Roberto Gomes, da Secretaria de Educação do Rio

de Janeiro (1959), os volumes de crônicas A donzela e a moura torta (1948),

Cem crônicas escolhidas (1958), O caçador de Tatu (1967) e Mapinguari

(1964-1976) e os livros infantis O menino mágico (1969), Prêmio Jabuti de

Literatura Infantil, da Câmara Brasileira do Livro (São Paulo), Cafute Pena-de-

Prata (1986) e Andira (1992). Ainda foi laureada com os seguintes prêmios e

honrarias: Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo

conjunto de obra (1957), Prêmio Nacional de Literatura de Brasília para

conjunto de obra (1980); título de Doutor Honoris Causa pela Universidade

Federal do Ceará (1981), Medalha Marechal Mascarenhas de Morais, em

solenidade realizada no Clube Militar (1983), Medalha Rio Branco, do Itamarati

(1985), Medalha do Mérito Militar no grau de Grande Comendador (1986) e

Medalha da Inconfidência do Governo de Minas Gerais (1989).

Seu último grande sucesso literário foi Memorial de Maria Moura (1992) que se

tornou minissérie de televisão. Sofrendo de diabetes, morreu enquanto dormia

em sua casa no bairro do Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, 13 dias antes

de completar 93 anos (17/11), vítima de um infarto do miocárdio. A escritora

cearense já havia sofrido um derrame (1999), tinha dificuldades de locomoção

e era acompanhada por uma enfermeira, e o corpo dela foi velado no prédio da

Academia Brasileira de Letras, no Rio, e enterrado no mausoléu de sua família

no Cemitério São João Batista, em Botafogo, ao lado de seu segundo marido,

Oyama de Macedo, com quem viveu 42 anos.

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http://www.brasilescola.com/biografia/raquel-queiroz.htm em 10/09/13 às 16:58.

Após a leitura realizada, refletir sobre a vida da escritora e a importância da sua

arte para a literatura brasileira.

Quem foi Rachel de Queiroz?

Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a ingressar na

Academia Brasileira de Letras. Comente esta afirmação.

Qual é a preocupação revelada pela autora nos seus

primeiros romances?

Pelo que você aprendeu até aqui, você acredita que a

escritora se preocupava em fazer de sua obra uma

denúncia social?

QUARTA ATIVIDADE

Conteúdo: Fragmento da obra O Quinze, de Raquel de Queiroz.

Objetivo: Aprimorar a capacidades dos alunos de leitura/audição, compreensão

e interpretação de textos quanto à denúncia social presentes neles.

Encaminhamento metodológico: A atividade será realizada com uso da TV

pendrive, analisando a imagem da obra Retirantes (1944), de Clóvis Graciano.

Os alunos receberão xérox do fragmento da obra, O Quinze (1930). O texto

será lido pela professora e em seguida será feita uma análise escrita pelos

alunos. A leitura reflexiva estabelece um diálogo entre o autor, suas ideias,

posicionamentos, histórias e o leitor que procura dar significado ao texto lido a

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partir de suas experiências pessoais, de suas ideias e posicionamentos. Depois

desse momento de reflexão e produção faremos um debate em forma de

seminário para que cada aluno possa se expressar oralmente. Dando

significado para aquilo que acabou de ler/ouvir e também seu pensamento vai

sendo elaborado, reforçando-se ou alterando-se. Analizando criticamente o

texto com a própria realidade e o que contêm de reflexão sobre a miséria, a

desigualdade social, o direito que é negado ao homem na nossa sociedade.

Fragmento da obra O Quinze, de Rachel de Queiroz.

Eles tinham saído na véspera, de manh ã, da Canoa.

Eram duas horas da tarde.

Cordulina, que vinha quase cabalenado, sentou-se numa pedra e falou, numa voz

quebrada e penosa:

--- Chico, eu não posso mais... Acho até que vou morrer. Dá –me aquela zoeira na

cabeça!

Chico Bento olhou dolorasamente a mulher. O cabelo em falripas sujas, com que gasto,

acabado, caía por cima do rosto, envesgando os olhos, roçando na boca. A pele, empretecida

como uma casca, pregueava nos braços e nos peitos, que o casaco e a camisa rasgados

descobriam.

[...]

No colo da mulher, o Duquinha, também só osso e pele, levava, com um gemido

abafado, a mãozinha imunda, de dedos ressequidos, aos pobres olhos doentes.

E com a outra tateava o peito da mãe, mas num movimento tão fraco e tão triste que

era mais uma tentativa do que um gesto.

Lentamente o vaqueiro voltou as costas; cabisbaixo, o Pedro o seguiu.

E foram andando à toa, devagarinho, costeando a margem da caatinga.

[...]

De repente, um bé!,agudo e longo, estridulou na calma.

E uma cabra ruiva, nambi, de focinho quase preto, estendeu a cebeça por entre a orla

de galhos secos do caminho, aguçando os rudimentos de orelhas, evidentemente procurando

ouvir, naquela distenção de sentidos, uma lomgínqua resposta a seu apelo.

Chico Bento, perto, olhava-a, com as mãos trêmulas, a garganta áspera, os olhos

afogueados.

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O animal soltou novamente o seu clamor aflito.

Cauteloso, o vaqueiro avançou um passo.

E de súbito em três pancadas secas, rápidas, o seu cacete de jucá zuniu; a cabra

entonteceu, amunhecou, e caiu em cheio por terra.

Chico Bento tirou do cinto a faca, que de tão velha e tão gasta nunca achara quem lhe

deste um tostão por ela.

Abriu no animal um corte que foi debaixo da boca até separar ao meio o úbere branco

de tetas secas, escorridas.

[...]

Mas Pedro, que fitava a estrada, o interrompeu:

--- Olha, pai!

Um homem de mescla azul vinha para eles em grandes passadas. Agitava os braços

com fúria, aos berros:

--- Cachorro! Ladrão! Matar minha cabrita! Desgraçado!

Chico Bento, tonto, desnorteado, deixou a faca cair e, ainda de cócoras, tartamudeava

explicações confusas.

O homem avançou, arrebatou-lhe a cabra e procurou enrolá-la no couro.

Dentro de sua perturbação, Chico Bento compreendeu apenas que lhe tomavam

aquela carne em que seus olhos famintos já se regalavam, da qual suas mãos febris já tinham

sentido o calor confortante.

E lhe veio agudamente à lembrança Cordulina exânime na pedra da estrada... o

Duquinha tão morto que até nem chorava...

Caindo quase de joelhos, com os olhos vermelhos cheios de lágrimas que lhe corriam

pela face áspera, suplicou, de mãos juntas:

--- Meu senhor, pelo amor de Deus! Me deixe um pedaço de carne, um taquinho ao

menos, que dê um caldo para a mulher mais os meninos! Foi pra eles que eu matei! Já caíram

com a fome! ...

--- Não dou nada! Ladrão! Sem-vergonha! Cabra sem-vergonha!

A energia abatida do vaqueiro não se estimulou nem mesmo diante daquela palavra.

Antes se abateu mais, e ele ficou na mesma atitude de súplica.

E o homem disse afinal, num gesto brusco, arrancando as tripas da criação e atirando-

as para o vaqueiro:

--- Tome! Só se for isto! A um diabo que faz uma desgraça como você fez, dar-se tripas

é até demais!...

A faca brilhava brilhava no chão, ainda ensanguentada, e atraiu os olhos do Chico

Bento.

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Veio-lhe um ímpeto de brandi-la e ir disputar a presa; mas foi ímpeto confuso e rápido.

Ao gesto de estender a mão, faltou-lhe o ânimo.

O homem, sem se importar com o sangue, pusera no ombro o animal sumariamente

envolvido no couro e matchava para casa cujo telhado vermelhava, lá além.

Pedro, sem perder tempo, apanhou o fato que ficara no chão e correu para a mãe.

Chico Bento ainda esteve uns momentos na mesma postura, ajoelhado.

E antes de se erguer, chupou os dedos sujos de sangue, que lhe deixaram na boca um

gosto amargo de vida. p.69-70.

Atividades:

Por que o título O Quinze?

Qual é o tema da obra?

Qual a relevância em se tratar de tal tema?

Identifique no texto, trechos que demonstrem que Chico Bento e sua

família são retirantes?

O que era Chico Bento antes da seca?

Por que Chico não reagia àquela vida e aos insultos sofridos?

E hoje, quem seria Chico Bento? Discuta com seu colega ao lado e

emita a sua opinião.

QUINTA ATIVIDADE

Conteúdo: Fragmento da obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos.

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Objetivo: Ampliar a compreensão da denúncia social feita nas obras de

Raquel de Queiroz e Graciliano Ramos, por meio das quais o aluno toma

cosnciência de que pode, como cidadão manifestar seus pontos de vista,

aguçando sua capacidade de reflexão e análise critica da realidade.

Encaminhamento metodológico: Será apresentado para os alunos o livro

Vidas Secas, de Graciliano Ramos, para que seja observada já num

primeiro momento a capa do livro. Salientando que a obra está disponível

na biblioteca do colégio e, da importância de uma futura leitura da obra no

todo. Com uso de a TV pendrive fazer a leitura da biografia de Graciliano

Ramos, suas principais obras e curiosidades. Entregar para os alunos em

folhas digitadas a biografia e o fragmento da obra Vidas Secas.

Tecer comentário sobre quem foi Graciliano Ramos em termos de

construção do romance e arte do estilo.

Refletir com os alunos sobre o valor social ao ato de ler. No Brasil a

literatura não é incentivada pelos meios de comunicação de massa, que

tem uma enorme abrangência, fica, portanto, essa incumbência aos bancos

escolares.

Parte-se do princípio que a leitura de literatura é aprendida, que vai além da

simples fruição e de experiências e sensações. Aprende-se a ler literatura

com análise coletivas do texto. E é pensando nesse aprendizado que este

material poderá contribuir para a formação do ser mais reflexivo, com

espaço de expor e defender um ponto de vista pessoal sobre assuntos

diversos e polêmicos, capaz de interagir na realidade em que vivemos.

Graciliano Ramos Vida e Obra (27/10/1892 — † 20/03/1953)

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Graciliano Ramos de Oliveira (27/10/1892 — † 20/03/1953) foi um romancista,

cronista, contista, jornalista e memorialista brasileiro do século XX.

Foi um grande escritor da geração de 45, a terceira grande leva de escritores

modernos no Brasil. Suas obras são importantes pela grande crítica social

presente nela.

Biografia

Primogênito de dezesseis filhos do casal Sebastião Ramos de Oliveira e Maria

Amélia Ramos, viveu os primeiros anos em diversas cidades do Nordeste

brasileiro. Terminando o segundo grau em Maceió, seguiu para o Rio de

Janeiro, onde passou um tempo trabalhando como jornalista. Volta para o

Nordeste em setembro de 1915, fixando-se junto ao pai, que era comerciante

em Palmeira dos Índios, Alagoas. Neste mesmo ano casa-se com Maria

Augusta de Barros, que morre em 1920, deixando-lhe quatro filhos.

Foi eleito prefeito de Palmeira dos Índios em 1927, tomando posse no ano

seguinte. Ficou no cargo por dois anos, renunciando a 10 de abril de 1930.

Segundo uma das auto-descrições, "(...) Quando prefeito de uma cidade do

interior, soltava os presos para construírem estradas." Os relatórios da

prefeitura que escreveu nesse período chamaram a atenção de Augusto

Schmidt, editor carioca que o animou a publicar Caetés (1933).

Entre 1930 e 1936 viveu em Maceió, trabalhando como diretor da Imprensa

Oficial e diretor da Instrução Pública do estado. Em 1934 havia publicado São

Bernardo, e quando se preparava para publicar o próximo livro, foi preso em

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decorrência do pânico insuflado por Getúlio Vargas após a Intentona

Comunista de 1935. Com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego,

consegue publicar Angústia (1936), considerada por muitos críticos como a

melhor obra.

É libertado em janeiro de 1937. As experiências da cadeia, entretanto, ficariam

gravadas em uma obra publicada postumamente, Memórias do Cárcere (1953),

relato franco dos desmandos e incoerências da ditadura a que estava

submetido o Brasil.

Em 1938 publicou Vidas Secas. Em seguida estabeleceu-se no Rio de Janeiro,

como inspetor federal de ensino. Em 1945 ingressou no antigo Partido

Comunista do Brasil - PCB (que nos anos sessenta dividiu-se em Partido

Comunista Brasileiro - PCB - e Partido Comunista do Brasil - PCdoB), de

orientação soviética e sob o comando de Luís Carlos Prestes; nos anos

seguintes, realizaria algumas viagens a países europeus com a segunda

esposa, Heloísa Medeiros Ramos, retratadas no livro Viagem (1954). Ainda em

1945, publicou Infância, relato autobiográfico.

Adoeceu gravemente em 1952. No começo de 1953 foi internado, mas

acabaria falecendo em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de câncer do

pulmão.

O estilo formal de escrita e a caracterização do eu em constante conflito (até

mesmo violento) com o mundo, a opressão e a dor seriam marcas da literatura.

<http://www.brasilescola.com/literatura/graciliano-ramos.htm> 10/09/13

http://www.setelagoas.com.br/component/content/article/163-projeto-leia-mais/3133-

biografia-graciliano-ramos-27101892-20031953-10/09/13 acesso em 10/09/2013

Obras

* Caetés(1933)

*SãoBernardo (1934)

* Angústia (1936)

* Vidas Secas (1938)

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* A Terra dos Meninos Pelados (1939)

* Brandão Entre o Mar e o Amor (1942)

* Histórias de Alexandre (1944)

* Infância (1945)

* Histórias Incompletas (1946)

* Insônia (1947)

* Memórias do Cárcere, póstuma (1953)

* Viagem, póstuma (1954)

* Linhas Tortas, póstuma (1962)

* Viventes das Alagoas, póstuma (1962)

* Alexandre e outros Heróis, póstuma (1962)

* Cartas, póstuma (1980)

* O Estribo de Prata, póstuma (1984)

* Cartas a Heloísa, póstuma (1992)

Traduções

Graciliano Ramos também dominava o inglês e o francês. Realizou algumas

traduções:

* Memórias de um Negro, de Booker T. Washington, (1940)

* A Peste, de Albert Camus, (1950).

* Página oficial do autor, feita pela família de Graciliano Ramos.

Fragmento da obra Vidas Secas (1938), de

Graciliano Ramos.

Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele estado, com a família

morrendo de fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de umm juazeiro,

depois tomara conta da casa deserta. Ele, a mulher e os filhos tinham se habituado à

camarinha escura, pareciam ratos – e a lembrança dos sofrimentos passados esmorecera.

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Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, engaravatou as unhas

sujas. Tirou do aió um pedaço de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho,

acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado.

--- Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.

Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se

ouvindo-o falar só. E, prensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado

em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os

cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se,

enconlhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.

Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse [ercebido a frase

imprudente. Corrigiu-a, murmurando:

---Você é um bicho, Fabiano.

Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer

dificuldades.

Chegara naquela siruação medonha --- e ali estava, forte, até gordo, fumando o seu

cigarro de palha.

Era. Apossara-se da casa porque não tinha onde cair morto, passara uns dias

mastigando raiz de imbu e semente de mucunã. Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro,

que o expulsara. Fabiano fizera-se de desentendido e oferecera os seus préstimos,

resmungando, coçando os cotovelos, sorrindo aflito. O jeito que tinha era ficar, E o patrão

aceitara-o, entregara-lhe as marcas de ferro.

Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um bicho,

entocara-se como um bicho, mas criara raízes, estava plantado. Olhou os quipás, os

mandacarus ne os xique-xiques. Era mais forte que udo isso, era como as catingueiras e

as baraúnas. Ele, Sinhá Vitória, os dois filhos e a cachorra Baleia estavam agarrados à

terra.

Chape-chape. As alpercatas batiam no chão rachado. O corpo do vaqueiro derreava-

se, as pernas faziam dois arcos, oa braços moviam-se desengonçados. Parecia um

macaco.

Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano. A sina dele era correr

mundo, anda para cima e para baixo, à toa, como judeu errante. Um vagabundo empurrado

pela seca. Achava-se ali de passagem, era hóspede. Sim senhor, hóspede que demorava

demais, tomava amizade à casa, ao curral, ao chiqueiro das cabras, ao juazeiro que os

tinha abrigado uma noite. p. 17-18 e 19.

Atividades:

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Você já leu alguma obra de Graciliano Ramos? Em caso afirmativo,

qual? Comente.

Quem foi Graciliano Ramos?

Qual é o tema apresentado neste fragmento da obra?

Nesse episódio de Vidas Secas lido, é possível extrair algumas

informações a respito de Fabiano e de sua família. Que razões

teriam levado Fabiano e sua família à fazenda onde ele mora e

trabalha como vaqueiro?

Que tipo de problema social é enfocado pela obra?

Observe o segundo e o terceiro parágrafos do texto. Fabiano, depois de

preparar um cigarro de palha, exclama satisfeito:

―--- Fabiano, você é um homem.‖ Considerando o histórico da personagem,

responda:

Para Fabiano, o que é sentir-se um homem?

E, para você, o que é necessário para que se sinta um homem?

Quais são os valores essenciais para o ser humano em sua opinião?

Quais sào os valores pregados pelos meios de comunicação de

massa? Exemplifique.

Observe estes dois trechos do texto:

―Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali (...) estava plantado.‖

―Entristeceu. Considerar-se plantado em terra alheia! Engano.‖

Ocorre, nesses trechos uma mudança no interior do pensamento de

Fabiano, como se tomasse cosnciência da sua real condição.

Qual a relação que faz a literatura dos anos 30 com a vida real de

muitos brasileiros hoje? De que Fabiano toma cosnciência?

Que tipo de problema social no Brasil de hoje, se verifica na base

real da condição de Fabiano?

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Com base no estudo do texto feito, conclua:

De modo geral, como se caracteriza o romance de 30:

Quanto aos temas e ao recorte da realidade?

Quanto ao trabalho com as personagens?

O que mais te chamou a atenção no estudo do fragmento da obra Vidas

Secas? Por quê?

Que semelhanças e diferenças encontramos na denúncia social feita na

obra?

SEXTA ATIVIDADE

Conteúdo: Análise do fragmento da obra O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.

Uma História de Amor do autor contemporâneo Jorge Amado.

Objetivo: Proporcionar aos alunos a oportunidade de pensar a arte literária

como representação de ideias, de valores sociais impregnados na sociedade

capitalista num romance de leitura mais ―suave‖.

Encaminhamento metodológico: Apresentar o livro, deixar claro para os alunos

que é interessante conhecer a obra no todo e que está disponível na biblioteca

do colégio.

Entregar cópias do fragmento da obra e da biografia de Jorge Amado para os

alunos. Ler-se-á para os alunos e com os alunos. Fazer um momento de

silêncio para reflexão individual, procurar motivá-los para a discussão e análise

do texto.

Propor aos alunos um trabalho em grupos de até quatro alunos. O grupo

vai escolher um relator para escrever e apresentar para a classe o

parecer da equipe.

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A apresentação será oral, sorteando as equipes.

JORGE AMADO

23/06/2001 - 12h30

Trajetória de Jorge Amado une literatura, política e exílio

da FolhaOnline

Em 10 de agosto de 1912, nasce Jorge Leal Amado de Faria na Fazenda

Auricídia, em Ferradas, no município de Itabuna, sul da Bahia, filho do

comerciante sergipano João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado.

De 1920 a 1926, faz o curso primário em Ilhéus e inicia o secundário no colégio

jesuíta Santo Antônio Vieira, em Salvador, de onde foge para refugiar-se na

casa do avô, em Itaporanga, no Sergipe. A partir de 1928, começa a frequentar

as rodas literárias e colaborar nas revistas "Samba", "Meridiano" e "A

semana".

A década de 30 marca a mudança de Jorge Amado para o Rio de Janeiro, sua

estréia na literatura e o início de sua militância política. Em 1931, inicia o curso

de Direito na Universidade do Rio de Janeiro. No mesmo ano, lança "O País do

Carnaval",seu primeiro romance.

Em 1933, é publicado o livro "Cacau", que tem a primeira edição, de 2.000

exemplares, esgotada em 40 dias. O livro é apreendido, mas liberado logo

depois. No mesmo período, o autor aproxima-se do Partido Comunista. Com o

lançamento de "Jubiabá", Jorge Amado alcança a consagração no cenário

internacional, sendo, inclusive, elogiado por Albert Camus.

No entanto, pressionado por perseguidores políticos, sai do país e, do exílio,

faz oposição ao Estado Novo. Em 1937, já filiado à Aliança Nacional

Libertadora, é preso numa visita a Manaus e submetido a interrogatório. É

deste mesmo ano o lançamento de "Capitães da Areia", o livro mais vendido do

escritor.

De volta do exterior, em 1942, o autor é preso novamente. Ainda assim, é

lançado na Argentina o livro "O Cavaleiro da Esperança", que só três anos

depois seria publicado no Brasil. Ainda em 1942, Jorge Amado conhece Zélia

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Gattai, com quem se casa em 1945.

Eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro em São Paulo, em

1946, o escritor interrompe por curto período a atividade literária. Dois anos

depois, tem o mandato cassado e volta ao exílio, desta vez em Paris. Em 1950,

expulso de Paris, vai morar em Praga, de onde acompanha o lançamento de

seus livros na União Soviética. No ano seguinte, recebe o Prêmio Stalin de

Literatura, em Moscou. Volta ao Brasil em 1952.

No fim da década de 50 e durante os anos 60, Jorge Amado lança algumas de

suas mais conhecidas obras, entre as quais "Gabriela, Cravo e Canela", "A

Morte e a Morte de Quincas Berro D'água", "Os Pastores da Noite" e "Dona

Flor e Seus Dois Maridos".

Sua eleição como membro da Academia Brasileira de Letras acontece em 1961

e, cinco anos depois, recebe a primeira indicação para o Prêmio Nobel de

Literatura.

Nas décadas de 70 e 80, diversos livros de Jorge Amado são adaptados para o

cinema e a TV, entre eles "Gabriela, Cravo e Canela", que se transforma numa

das novelas de maior sucesso da televisão brasileira, e num filme estrelado por

Sônia Braga e Marcello Mastroianni; "Dona Flor e Seus Dois Maridos", que

ganha uma versão cinematográfica dirigida por Bruno Barreto; "Tieta do

Agreste", obra em que se baseou a novela "Tieta", produzida pela Rede Globo

de Televisão; e a minissérie "Tereza Batista Cansada de Guerra".

Em 1983, Jorge Amado recebe a maior condecoração da França, a comenda

da Legião de Honra. Quatro anos depois, é criada a Fundação Casa de Jorge

Amado, no Pelourinho, em Salvador. O autor escreve uma espécie de

autobiografia em 1992, sob o título "Navegação de Cabotagem". Em 1995,

inicia-se o processo de revisão de sua obra por Paloma Costa, filha do escritor,

e os livros ganham novo projeto gráfico. No mesmo ano, Jorge Amado recebe

em Lisboa o Prêmio Camões, uma das mais altas distinções da língua

portuguesa. Suas obras mais recentes são "A Descoberta da América pelos

Turcos", de 1994, e o livro-conto "O Milagre dos Pássaros", de 1997.

Fonte: Fundação Casa de Jorge Amado

.

>http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u14774.shtml>. Acesso em 26/09/13

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Fragmento da obra O Gato Malhado e a

Andorinha Sinhá, de Jorge Amado

A ESTAÇÃO DO VERÃO

Este é um capítulo curto porque o verão passou muito depressa com o sol ardente e

suas noites plenas de estrelas. É sempre rápido o tempo da felicidade. O Tempo é um ser

difícil. Quando queremos que ele se prolongue, seja demorado e lento, ele foge às pressas,

nem se sente o correr das horas. Quando queremos que ele voe mais depressa que o

pensamento, porque sofremos, porque vivemos um yempo mau, ele escoa moroso, longo é o

desfilar das horas.

Curto foi o tempo do Verão para o Gato e a Andorinha. Encheram-no com passeios

vagabundos, com lomgas conversas á sombra das árvores, com sorrisos, com palavras

murmuradas, com olhares tímidos porém expressivos, com alguns arrufos também...

Não sei se arrufos será a palavra precisa. Explicarei: por vezes a Andorinha encontrava

o Gato abatido, de bigodes murchos e olhos ainda mais pardos. A causa não variava; a

Andorinha saíra com o Rouxinol, com ele conversara ou tivera aulas de canto --- o Rouxinol era

o professor. A Andorinha não compreendia a atitude do Gato Malhado, aquelas súbitas

tristezas que se prolongavam em silêncios difíceis. Entre ela e o Gato, jamais havia sido

trocada qualquer palavra de amor, e, por outro lado, a Andorinha, segundo disse, considerava

o Rouxinol um irmão.

Um dia --- dia em que a aula de canto se prolongara além do tempo costumeiro ---

quando os bigodes do Gato estavam tão murchos que tocavam o solo, ela lhe pediu

explicações daquela tristeza. O Gato Malhado respondeu:

--- Se eu não fosse um gato, te pediria para casares comigo...

A Andorinha ficaou calada, num silêncio de noite profunda. Surpresa?

--- não creio, ela já divinhara o que passava no coração do Gato. Zanga? --- não creio

tampouco, aquelas palavras foram gratas ao seu coração. Mas tinha medo. Ele era um gato e

os gatos são inimigos irreconciliáveis das andorinhas.

Voou rente sobre o Gato Malhado, tocou-o de leve com a asa esquerda, ele podia ouvir

as batidas do pequeno coração da Andorinha Sinhá. Ela ganhou altura, de longe ainda o olhou,

era o último dia de Verão. P.36

Jorge Amado

Parêntesis das murmurações

( Murmurava a Vaca Mocha no ouvido do Papagaio: ―Onde já se viu uma coisa igual?

Uma Andorinha, da raça volátil das andorinhas, namorando com um gato, da raça dos

felinos? Onde já se viu, onde já se viu? ―E o Papagaio murmurava no ouvido da Vaca

Mocha: ―Onde já se viu, Padre Nosso Que Estais no Céu, uma andorinha andar pelos

cantos escondida com um gato? Ave Maria Cheia de Graça, andam dizendo, andam

dizendo, eu não acredito, eu não acredito, ... mas pode ser, mas pode ser, Mãe de

Misericórdia que ele anda querendo casar com ela, Deus me Livre e Guarde, ora se tá

querendo, ora se, Amém.‖ E o Pombo dizia à Pomba, numa murmuração: ―Onde já se

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viu uma andorinha, linda andorinha, louca andorinha, às voltas com um gato? Tem uma

lei, uma velha lei, pombo com pomba, pato com pata, pássaro com pássaro, com com

cadela e gato com gata. Onde já se viu uma andorinha noivando com um gato?‖ E a

Pomba murmurava ao Pombo, num cochicho: ―É o fim do mundo, os tempos são

outros, perdeu-se o respeito a todas as leis.‖ Murmurava o Cachorro no ouvido da

Cadela: ―Pobre Andorinha, passeia com o Gato, mal sabe ela que ele deseja apenas

um dia almoçá-la.‖ A Cadela respondia, balançando a cabeça: ―O Gato é ruim, só quer

almoçar a pobre Andorinha.‖ E o Pato dizia à Pata Pepita: ―Reprovo o desairiso

proceder dessa tonta Andorinha. É perigoso, imoral e feio. Conversa com o Gato, com

se ele não fosse um gato. Logo com o Gato Malhado, criminoso nato, lombrosiano.‖ E

a Pata Pepita, assim respondia ao Pato Pernóstico: ―Pata com pato, pomba com

pombo, cadela com cão, galinha com galo, andorinha com ave, gata com gato.‖ E as

árvores murmuravam, ao passar do Vento:‖ Onde já se viu? Onde já se viu? Onde já se

viu?‖ E as flores coravam e sussuravam ao ouvido da Terra: ―Andorinha não pode, não

pode casar, com gato casar!‖ E em coro cantavam: ―É pecado mortal!‖ O pai da

Andorinha ouviu os rumores, a mãe da Andorinha os rumores ouviu. O pai da

Andorinha disse zangado à mãe da Andorinha: ―Nossa filha vai mal, nossa filha anda

as voltas com o Gato Malhado.‖A mãe respondeu: ―Nossa filha é uma tola, precisa

casar.‖O pai perguntou: ―Casar, mas com quem? ―A mãe respondeu: ―Com o Rouxinol

que já me falou.‖ E o parque inteiro, tal coisa aprovou: ―Que bom casamento para a

Andorinha. O Rouxinol é belo e gentil, sabe cantar, é da raça volátil, com ele bem que

pode a Andorinha casar. Casar só não pode com o Gato Malhado, andorinha com gato

quem no mundo já viu?‖ E o Papagaio dizia: ―Três Vezes Amém‖.)p.37

Questões a serem respondidas em equipes:

Qual a temática explorada nesta obra de Jorge Amado?

Qual o significado do título do livro, O Gato Malhado e a Andorinha

Sinhá?

De que o autor fala especificamente nesta obra?

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá é uma obra de literatura infanto-

juvenil, deve ser lida por adultos? Por quê?

Que tipo de sentimento ou reflexão o leitor poderá ter ao ler esse gênero

literário?

Esta obra traz a questão da denúncia social?

Quais são os valores existentes na nossa sociedade que você vê

refletidos nesta obra de Jorge Amado?

Pensando nos trabalhos realizados nas aulas anteriores com fragmentos

literários, você pode sentir que a literatura é capaz de nos proporcionar

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prazer, deixar o espírito leve e solto, pronto para saltos, provocar

sentimentos, emoções, reflexão, tristeza, revolta, apresenta uma visão

pessoal de mundo e de dimensão social podendo contribuir para a

transformação da sociedade? Por quê?

Encerramento:

Como encerramento das atividades faremos uma roda de discussões, abrindo

espaço para os alunos que desejarem falar sobre o estudo realizado. Como se

sentem em relação às obras estudadas, o que lhes despertou maior interesse,

o que pensam dos textos que foram propostos. Enfim, o que realmente

acreditam ser essencial para a formação do ser humano. Em seguida, farei a

proposta de uma produção de texto para que apontem os pontos positivos e os

negativos deste projeto.

E, para que todo este estudo não se resuma a uma turma apenas, convidarei

as equipes, para fazerem uma apresentação com os materiais e o

conhecimento adquirido no decorrer do projeto, em outra turma de ensino

médio. Serão usados slides com imagens e os fragmentos das obras

estudadas. Pretende-se, dessa forma, levar o conhecimento a um número

maior de alunos, buscando despertar um maior interesse na leitura de obras

literárias disponíveis na biblioteca da escola.

Confeccionaremos cartazes, tiras, recortes para que sejam expostos na ―Feira

do Conhecimento‖, que acontecerá no Colégio Estadual Santo Antonio no mês

de agosto ou setembro. Onde alunos, professores, funcionários e a

comunidade em geral, terão acesso aos trabalhos realizados e as obras

literárias estudadas no decorrer do projeto de intervenção. Com o objetivo de

incentivar leituras que trazem a denúncia social do homem na sociedade.

Considerações finais:

Espera-se que esta produção didático-pedagógica sirva como material

de apoio à professores que desejarem estudar, refletir, analisar e construir

valores importantes para a nossa vida e formação, como ética, solidariedade,

autonomia, afetividade, respeito, participação social. Além das obras aqui

citadas, poderão enriquecer suas atividades com mais materiais que

considerarem importantes para trabalhar a leitura enquanto construção do

conhecimento, desenvolvendo as capacidades leitoras dos alunos. Pois

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sabemos que o trabalho com a leitura deve ser uma prática constante. Cabe

aqui ao professor estimular, interagir com a sensibilidade, com a emoção e com

a criatividade, ampliando a leitura de mundo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMADO, Jorge. Trajetória de Jorge Amado une literatura, política e exílio.

Disponível em: >http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u14774.shtml>. Acesso em 26 de set.

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BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira.41 ed. São Paulo:

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CEREJA, William Roberto. Português: linguagem: volume 3: ensino

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QUEIROZ, Rachel de. O Quinze. 80 ed. Rio de Janeiro: José Olympio,2005.

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