os desafios da escola pÚblica paranaense na … · subsídios docentes à prática educativa...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
RECICLANDO A METODOLOGIA DA GEOGRAFIA: O USO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS EM OFICINAS FORMADORAS E RELACIONADAS AOS CONTEÚDOS
E CONHECIMENTOS GEOGRÁFICOS
Paula de Fátima Cavagnari
Professora de Rede Estadual de Ensino do Paraná no Colégio Estadual Olavo Bilac, município de Cambé, NRE Londrina. Formada e pós-graduada em Geografia
pela Universidade Estadual de Londrina. [email protected] [email protected]
Eloiza Cristiane Torres
Professora Doutora do Departamento de Geociências, Universidade Estadual de Londrina.
Orientadora do estudo/projeto.
RESUMO
O presente artigo apresenta os resultados alcançados na
implementação do projeto realizado durante o Programa de Desenvolvimento
Educacional – Secretaria de Estado da Educação do Paraná. O estudo vislumbra o
fornecimento de práticas docentes que reforcem o ensino e consigam reciclar a
metodologia de ensino da Geografia nas aulas, nas escolas e ambientes educativos,
culminando numa aprendizagem significativa e contribuinte para uma sociedade de
sujeitos educacionais críticos e transformadores. O projeto foi estruturado na
realização de oficinas para a implementação de novas metodologias que forneçam
subsídios docentes à prática educativa geográfica e contribuam para a formação de
educandos capazes de transformar a realidade vivenciada.
Palavras-chave
Metodologia, Geografia. Ensino. Resíduos Sólidos .Oficinas.
INTRODUÇÃO: explanação do ensino geográfico
Desde a década de 1960, e mais acentuadamente na de 1980, o
Brasil vem formulando normas de proteção ambiental relacionadas à
sustentabilidade e com isso tem criado enorme arcabouço legal sobre todas as
facetas desse assunto. Nesse contexto, “o posicionamento oficial brasileiro é de
que a sociedade civil é ator fundamental para promover o envolvimento local
acerca do desenvolvimento sustentável” (BRASIL, 2013, p. 7).
Apesar de toda a discussão que orbita na questão ambiental, o
que se observa na atualidade é uma contínua devastação da natureza, seja
porque conhecem pouco ou porque desconhecem a interdependência Natureza /
Homem, ou ainda prevalece a máxima da sociedade capitalista da obtenção de
lucro. Neste cenário a Escola é uma das instituições conclamadas por Brasil
(2013, p. 8) a trabalhar a conscientização da sociedade civil no que diz respeito
ao desenvolvimento sustentável.
Ainda pode se reconhecer o ambiente escolar como o lugar onde
as pessoas se instruem, constroem conhecimento e se preparam para viver em
sociedade. Sendo assim, é ela que deve trabalhar a partir de metodologias
alternativas que instiguem a aquisição de um saber crítico sobre a
sustentabilidade com vistas a levar os alunos à compreensão da relevância da
preservação e conservação da natureza para a qualidade da vida humana.
Nesse sentido é que houve a preocupação para implantar este
projeto a partir da disciplina Geografia já que ela estuda as relações que o ser
humano trava em seu convívio com os fenômenos da natureza, isto é, aborda o
conjunto de ligações que se estabelecem entre fenômenos naturais e
humanos ocorrentes no planeta Terra.
Trata-se de uma renovação metodológica em Geografia em
forma de oficinas práticas que, fundamentalmente, abordam os problemas
sociais e ambientais causados pelo descarte de resíduos sólidos num processo
que se desdobra a partir da realidade estudada e vivenciada, portanto, a ação
educativa se dará em termos participativos.
Estas oficinas auxiliam educadores em geral e, em especial,
estudantes do Curso de formação de docentes a se apropriarem de
conhecimentos necessários para o bom desenvolvimento do processo de ensino
e aprendizagem em Geografia fazendo uso de materiais recicláveis
relacionando-os com os conteúdos geográficos.
A prática pretendida se visualiza na atitude mediada pelo
professor que instiga os participantes, através perguntas, diálogos e
observações de tudo que diga respeito aos resíduos sólidos, a desenvolverem o
espírito e a atitude científica e produzirem, assim, seu conhecimento.
CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS NO ENSINO DA GEOGRAFIA: reflexões e
apontamentos inerentes a (re)inovação do ensino da Geografia
Os princípios norteadores gerais da Geografia são o trabalho
com noções espaciais e temporais, bem como com fenômenos sociais, culturais
e naturais característicos de cada paisagem, propiciando a compreensão
processual e dinâmica de sua constituição. Desse modo, pode-se inferir que a
Geografia instrumentaliza o aluno a fazer a leitura do espaço geográfico,
compreendendo as relações entre o processo histórico que regula a formação
das sociedades humanas e o funcionamento da natureza.
Buscando compreender as diversas relações existentes
(econômicas, políticas, sociais, culturais entre espaço e ser humano, a Geografia
contribui para pensar o lugar como uma totalidade, totalidade essa, na qual
ocorrem todas as relações cotidianas que estabelecem a interação entre
humanidade e meio geográfico. Esse encaminhamento poderia ser denominado
de alfabetização espacial, uma vez que objetiva capacitar o aluno a manipular as
noções de paisagem, espaço, natureza, Estado e sociedade. Esses conceitos
traduzem-se em elementos norteadores da prática pedagógica tanto da ótica do
ensino quanto das competências e habilidades básicas que se deseja que os
alunos construam de maneira constante e crítica.
Reconhecer no espaço geográfico onde se inserem os
processos históricos, construídos em diferentes tempos e os processos de
práticas dos diferentes agentes, que resultam em profundas mudanças na
organização e no conteúdo do espaço é o que se entende por aplicação do
estudo contextualizado. Compreender e aplicar no cotidiano os conceitos
básicos da Geografia crítica, fundamentados na compreensão de que o espaço
geográfico exprime informações que são constituídas historicamente através das
interações humanas com o meio natural é entender-se como ser histórico social,
ou seja, agente de transformação.
Trata-se de utilizar a geografia como ferramenta que possibilitará
a observação, interpretação, análise e crítica da realidade atual que se projeta
no espaço geográfico, considerando o processo de construção dessa
organização do espaço ao longo do tempo. Nesse sentido é que a Geografia
torna-se uma ciência da ação, pois imerge o aluno no processo de construção
de conhecimento. Hoje se sabe que não se pode chegar a uma compreensão
verdadeira da questão social partindo do viver passivo e observador apenas,
mas principalmente, refletindo sobre tudo que nos cerca e que presenciamos,
isto é, todas as nossas ações devem passar pelo crivo de uma consciência clara
e crítica acerca da maneira como se operam as transformações dos e nos
espaços geográficos.
Porém, mais que discutir tais problemas de nossa realidade, faz-
se fundamental a promoção de ações efetivas de cidadania que visem minimizar
os efeitos desastrosos da ação desordenada do homem sobre a paisagem
natural. Apenas com tais ações e conscientização, será possível a preservação
e manutenção dos espaços de vivência, de modo que o estudante entenda-se
como sujeito ativo sobre o meio em que vive. É nesse sentido que se acredita
que a prática da reflexão e análise sobre as transformações dos espaços de
vivência de parte dos alunos, pode vir a funcionar como uma conscientização a
qual concorrerá para a construção das aprendizagens necessárias a cidadãos
conscientes e, portanto, construtores de seu próprio conhecimento.
Existe na atualidade uma grande ênfase aos recursos
tecnológicos como metodologia que pode atrair o interesse e motivar os alunos
para os conteúdos tratados em sala. Contudo, como algumas escolas não
contam com tais recursos midiáticos, deve-se buscar elaborar propostas
fundamentadas em instrumentos alternativos que instiguem a aquisição de um
saber crítico. Assim, para tornar uma aula agradável e que possibilite a
interatividade e superação dos desafios que se impõe ao aprendizado, o docente
deve tomar uma atitude de pesquisador no sentido de selecionar informações e
recursos que levem o aluno a participar dos diversos grupos sociais onde se
insere e, ainda, compreender o funcionamento dos mais amplos, formando-se
cidadão e exercitando essa cidadania de maneira consciente, crítica e reflexiva.
A respeito desse esforço por participar e interagir dentro do
processo ensino e aprendizagem é que Vlach (2013, p. 5) argumenta que se
trata de “esforço conjunto de viver, conviver, existir e coexistir com sabedoria
humana”. Essa autora (2013, p. 6), afirma a relevância do ensino e papel da
Geografia quando coloca que a “complexidade do Ser humano na Terra”
demanda o “entendimento [...] da atividade humana para elaborar o melhor
regime na dinâmica das relações sociais no sentido de assegurar direitos e
deveres dos indivíduos”.
PROPOSTAS METODOLÓGICAS RECICLADORAS: (re)inovação do ensino de
Geografia nas escolas atuais
A dinâmica da sala de aula necessita de constantes renovações
metodológicas, não sendo diferente quando se trata da Geografia. Mediante esse
contexto se levantam questões como: o ensino de Geografia pode ser realizado com
a utilização de materiais recicláveis? A metodologia diversificada colabora para uma
efetiva aprendizagem? Essas situações podem contribuir para um ensino dinâmico e
eficaz frente aos desafios enfrentados pelos docentes?
A análise destes questionamentos configura uma problematização
que merece destaque e reflexão, além de muita pesquisa para se estabelecer a
famosa ligação necessária ao ensino de Geografia - e também de outras áreas - a
relação do que é estudado na teoria com o que é vivido na sociedade.
Não por acaso, pois Franco et all (2013), alertam para a realidade
das escolas paulistas onde a Geografia tem horas-aulas suprimidas em favor do
ensino de Português e Matemática. Se essa política for adotada em todo o Brasil,
como os alunos poderão “compreender a diversidade das sociedades, conhecer e
apreciar a natureza, aprender a observar e a estabelecer conexões entre lugares e
culturas” com tão poucas horas de ensino? Nossa justificativa se sustenta em nossa
crença de que propostas metodológicas que façam uso de materiais encontrados
facilmente no contexto dos alunos possam levá-los a uma melhor visualização e
entendimento dos objetivos da disciplina Geografia dentre os quais a formação
cidadã é o principal.
No contexto metodológico e geográfico apresentado, estabelece-
se como propostas de (re)inovação no ensino da Geografia a estruturação de
oficinas formadoras que foquem a abordagem dos conteúdos geográficos no
tocante a resíduos sólidos e práticas educativas dinamizadoras do processo de
ensino e aprendizagem. A implementação do projeto propiciou a elaboração
deste item e revelou as possibilidades educativas que podem ser organizadas
com o material proposto.
FIGURA 1: Esquema norteador para a referência de trabalho com os resíduos
sólidos num efetivo trabalho pedagógico que promova a aprendizagem
significativa. Construção do mapa conceitual (Oficina IX).
Organizadora: Paula de Fátima Cavagnari, 2014.
FOTO 1: Levantamento de materiais recicláveis pelas alunas do curso de
Formação de Docentes, público alvo das oficinas educativas. Com esta atividade
inicial foi proposto um desafio de encontrar embalagens (resíduos sólidos) que
fornecessem uma base de trabalho para as referidas oficinas.
Autoria: Paula de Fátima Cavagnari, 2014.
Através do levantamento dos materiais que possibilitam a
confecção de instrumentos educativos, elaborou-se as estratégias para a
realização da proposta didática de reciclar o ensino da Geografia. O ponto de
partida se dá com ideias simples e que baseiam a formulação das atividades e
fundamentam um ensino (re)inovador no campo da Geografia.
Os materiais desenvolvidos inicialmente apresentam iniciativas
de trabalho simplificadas e relacionadas com a prática da sustentabilidade num
direcionamento com a educação ambiental e os princípios geográficos. A
proposta desta iniciativa é a de despertar a atenção e estimular a criatividade
dos sujeitos envolvidos na aprendizagem geográfica, promovendo uma ligação
do material descartado com a possibilidade de criação dos alunos.
Reuso de resíduo sólido – artesanato, para trabalhar economia e sustentabilidade
Reutilizando folhetos descartáveis, confeccionando a arte do origami, pode-se fazer peças para teatro
educativo, com conteúdo geográfico
FOTOS 2 e 3: Reutilização de embalagens.Uma primeira ideia lançada para a
confecção de materiais a partir dos resíduos sólidos referidos no projeto. A
utilização deste material possibilita a criação de estratégias que promovem a
integração dos conteúdos trabalhados numa prática docente. Aplicação da
Oficina VII – Origami e reciclagem.
Autoria: Paula de Fátima Cavagnari, 2014.
FOTO 4: Reutilização de embalagens para a estruturação da atividade de
mercadinho. As embalagens fornecem subsídios para o trabalho dos conteúdos
geográficos de produção, consumo e sustentabilidade. Nesta proposta as alunas
do Formação de Docentes organizaram e dinamizaram uma estrutura de
mercado para inserir o aluno numa situação que provoque e estimule a
observação e aprendizado geográfico. Aplicação da oficina IV – embalagens.
Autoria: Paula de Fátima Cavagnari, 2014.
Nestes levantamentos iniciais pode-se levantar importantes
conceitos a serem aplicados durante as atividades propostas de oficinas
educativas para um ensino geográfico contextualizado e referenciado com a
realidade de vivência dos alunos. Após esta fase inicial pode-se organizar a
efetivas oficinas com os enfoques necessários ao trabalho pedagógico efetivo
que conduza a uma aprendizagem geográfica necessária e contributiva para a
formação de sujeitos sociais com os princípios básicos de vida, relacionamento e
convivência ambiental necessárias para a posteridade.
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DAS OFICINAS EDUCATIVAS
Na realização do projeto de implementação foram desenvolvidas
oficinas educativas com o objetivo de trabalhar os conceitos geográficos e suas
propostas para um ensino geográfico com significação e praticidade. Neste
momento, para conhecimento do projeto, apresenta-se uma relação das oficinas
realizadas e alguns registros fotográficos da implementação.
OFICINA I – ENQUETE - Conversa sobre a realização de um futuro projeto e
realização da enquete com a turma.
OFICINA II - INTERAGINDO A PRÁTICA DE AULAS COM RESÍDUOS SÓLIDOS
(com alunos do curso de Graduação de Licenciatura de Geografia, na
disciplina de Didática da Geografia e Estágio Supervisionado do 4º ano).
OFICINA III - APRESENTAÇÃO DO PROJETO: “RECICLANDO” o ensino da
geografia, para a comunidade escolar, e posteriormente para os alunos
envolvidos no projeto deste PDE. – aula expositiva, dialogada e
participativa.
OFICINA IV – APRESENTAÇÃO DE EMBALAGENS DE PRODUTOS
RECICLÁVEIS: Leitura de imagens “resíduos sólidos)
OFICINA V - IMPACTO DAS EMBALAGENS NO MEIO AMBIENTE (surgimento de
outros R’s, no ensino de Geografia)
OFICINA VI – A HERANÇA JAPONESA: Uma viagem pelas embalagens.
OFICINA VII – OFICINA ORIGAMI COM PAPEL REUTILIZADO – encartes, sobras
de papel sulfite, revistas velhas, panfletos e folhetos.
OFICINA VIII - “RELÍQUIAS DE VIAGENS” – o luxo do lixo!
OFICINA IX – MAPA CONCEITUAL: Resíduos sólidos – um conceito, diferentes
ideias.
OFICINA X – RESÍDUOS SÓLIDOS: “releitura de embalagens” com estudos em
mapas, analisando a produção e circulação de mercadorias - 1 - Mapa
Mental: “Reconhecimento do Espaço de vivência” - 2 - Relação
embalagens descartadas com localizações em mapas.
OFICINA XI – SE A ELITE ESTUDANTIL JOGAR LIXO FORA DO LIXO, SEM
REUTILIZAÇÃO, imagine a visão de quem está longe da escola!
1º momento: sugestão de brinquedos e jogos educacionais.
2º momento: montagem de mini mercado com embalagens recicladas.
3º momento: sugestão de outras atividades metodológicas.
FOTO 5: Criar um “mercadinho” na sala de aula é possibilitar um trabalho interdisciplinar por envolver várias disciplinas na área do conhecimento e por tornar a aprendizagem mais significativa. Implementação das Oficinas IV e XI – uso de embalagens para a montagem do mercado)
Autoria: Paula de Fátima Cavagnari, 2014.
Conteúdos de Geografia que podem ser explorados através da atividade do
mercado, com embalagens vazias, em sala de aula:
Como aumentar as vendas e reduzir os custos; A importância dos perecíveis em
supermercados; Supermercado: Origem, conceitos e as principais atribuições do
Gerente; Como formar uma boa equipe: Recrutamento, Seleção e Orientações;
Operadora de caixa e empacotador: A importância do trabalho da operadora de
caixa e do empacotador; Comunicação e relações com funcionários; A imagem do
supermercado: As imagens não verbais e imagem do Supermercado
(ambiente); Atendimento em Supermercado: Aparência Pessoal, como atrair e
conseguir novos clientes; Como alcançar sucesso em Supermercado; Compra e
venda de mercadorias; O que são mercadorias; Produção de mercadorias,
matérias – primas utilizadas, mão de obra envolvido; Salários;
Emprego/desemprego; Poder aquisitivo para compras; Consumismo; Sistema
monetário brasileiro; “Fauna” contida nas moedas e notas no sistema monetário
brasileiro – o real; Mercadorias produzidas no município e cidades vizinhas, entre
outros.
FOTO 6: Vivemos numa era tecnológica moderna, porém não devemos deixar de lado o construir os brinquedos e jogos, pois sabe-se que este ato de construir seu próprio objeto desperta a valorização e o respeito pelo objeto produzido, além de levar a um maior raciocínio do que comprá-lo pronto. Se adotássemos esse hábito antigo de se fabricar o próprio brinquedo e jogos, sem dúvida de que ajudaríamos a terem maior criatividade, imaginação, raciocínio, prazer pelo o construir, além de despertarmos o cidadão para a questão da sustentabilidade.
Autoria: Paula de Fátima Cavagnari, 2014.
FOTO 7: Com embalagens vazias, os alunos organizaram e classificaram os produtos em diversos setores: higiene pessoal, alimentação, limpeza, entre outros. As prateleiras foram improvisadas com mesas e carteiras. Pesquisaram em folhetos de supermercados para se ter uma ideia de preço e anexaram os valores em cada produto.
Após tudo organizado, foi posto em prática a venda de mercadorias utilizando o dinheirinho de papel. De forma lúdica, prazerosa e divertida é possível que crianças pequenas manuseiem moedas brasileiras e adquirem noção de valor das coisas, a importância de economizar melhorando assim o raciocínio, a socialização, o trabalho em equipe e a interação entre estudantes e professor.
Autoria: Paula de Fátima Cavagnari, 2014.
FOTO 8: Reutilizando-se de sobras de sulfite, cartolina americana, papel camurça, saquinhos de compras, foi possível confeccionar vários fantoches. Os fantoches podem auxiliar na apresentação de conteúdos tornando-os mais prazerosos e despertando uma maior atenção das crianças pequenas, ou até mesmo dos maiores, já que devemos procurar sempre por novos meios que despertem à atenção para a aquisição de conhecimentos.
Autoria: Paula de Fátima Cavagnari, 2014.
FOTO 9: Reutilizando-se de tampa de sorvete foi possível produzir textos, melhorando a linguagem escrita e oral, e colaborando ainda com a disciplina de arte na confecção do livrinho. Aplicação da Oficina XI – reutilização.
Autoria: Paula de Fátima Cavagnari, 2014.
FOTO 10: Elaboração de mapa conceitual (oficina IX) a partir de embalagens de
bombons. Na época da Páscoa guardei essas embalagens contidas numa caixa de
bombons Nestlé, dentro de um livro já pensando no reuso das mesmas. Olhe, como
apresentou utilidade? Aí está a prova que tem “coisas” que não podemos nos dar ao
luxo de colocar no lixo, não é? Na elaboração deste mapa conceitual, que serve de
exemplificação de outros mapas, envolvendo os resíduos sólidos compreenderam que:
a empresa Nestlé tem sua origem na Suíça, sendo fundada por Henri Nestlé em 1867
em Vevey, onde tem sua sede. Se trata de uma empresa multinacional por ter 500
fábricas espalhadas pelo mundo e que no Brasil tem 30 delas. Analisaram também
quais são os principais segmentos, produtos e marcas. E que possui 58 marcas, e
destacaram alguns exemplos neste cartaz-mapa conceitual. Além disso, escreveram
um pequeno texto. Foi uma oficina de grande aproveitamento e contou com a
participação da totalidade dos alunos, que desenvolveram a atividade em equipe.
Autoria: Paula de Fátima Cavagnari, 2014.
As propostas desta implementação foram proveitosas no sentido de
fornecer subsídios metodológicos para uma (re)inovação do ensino geográfico a
partir de materiais descartados pela sociedade. O ensino geográfico pode se basear
nestas sugestões para a edificação de uma aprendizagem significativa e
contextualizada. A aceitação dos integrantes das oficinas proporcionou uma
elucidação e aplicação das estratégias de modo a conseguir realizar com sucesso
todas as atividades propostas e pode-se considerar uma efetiva participação de tais
sujeitos educacionais, que acima de tudo aprenderam para ensinar depois.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho com embalagens (resíduos sólidos) proporcionou um
reconhecimento de possibilidades educativas de construção de saberes geográficos
capazes de interpretar as situações e realidade circundante dos sujeitos envolvidos
no processo de ensino e aprendizagem. A elaboração de instrumentos pedagógicos
com a utilização de embalagens propicia a inserção do conteúdo geográfico numa
prática pedagógica de formação educativa dos sujeitos, promovendo assim a
estruturação dos saberes necessários a uma intervenção no espaço geográfico.
A organização das oficinas promoveu uma ampliação da prática
docente frente aos conteúdos geográficos a serem trabalhados na dimensão de sala
de aula, relacionando assim a uma identificação como a realidade dos sujeitos.
Neste sentido alcança-se a referida relação teoria e prática educativa, permitindo ao
aluno uma ligação do estudado com o vivido, permitindo assim uma compreensão
concreta dos conteúdos e concomitante aplicação na realidade circundante.
A implementação das oficinas permite uma organização prática dos
conteúdos em sala de aula de maneira a concretizar uma aprendizagem significativa
dos alunos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Esta formação
permite uma ampliação dos saberes geográficos em sua plenitude e aplicação,
evidenciando a participação dos sujeitos educacionais no processo de construção do
conhecimento do espaço geográfico.
Os resultados almejados foram alcançados numa perspectiva de
trabalho docente e inserido na dinâmica geográfica atual. Os materiais produzidos
durante a realização das oficinas configuram em instrumentos pedagógicos de (re)
inovação metodológica da Geografia, permitindo as alunas do Curso de Formação
de Docentes uma visão prática de aplicabilidade de conteúdos para a alfabetização
e aprendizagem geográfica.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Policy Brief Especial RIO+20: o Brasil e a Estrutura Institucional Internacional para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível na Internet em: http://bricspolicycenter. org/homolog/uploads/trabalhos/3998/doc/1620255437. pdf. Acesso em: 19 dez. 2013.
FRANCO, Maria Amélia Santoro; BELLETATI, Valéria; PEDROSO, Cristina COUTO, Ligia Paula. Escolas empobrecidas: sem História nem Geografia. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/escolas-empobrecidas-sem-historia-nem-geografia/. Acesso: 12 maio 2013.
VLACH, Vânia. Papel do ensino de geografia na compreensão de problemas do mundo atual. Disp. em: http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-24563.htm. 19/04/2013.