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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I

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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE

I

ARTIGO FINAL PDE

Identificação

Título: Ensinar e Aprender História no 6º ano; características e problemas.

Professor PDE: Sandro Severino

Professora Orientadora: Prof.ª Drª Marlene Cainelli

Resumo: Este projeto foi desenvolvido tendo como pressuposto que há uma grande

quantidade de alunos desistentes e repetentes na antiga quinta série, atual sexto

ano, precisa ser encarado como um problema social e educacional. Este tema

apesar de relevante é pouco trabalhado e pesquisado. Nosso objetivo ao

desenvolvermos esta pesquisa ação é a de sugerir ideias e metodologias que

contribuam com a pratica docente, tornando a educação histórica mais prazerosa

para docentes e discentes, respectivamente. Para tanto, sugeriremos metodologias

plurais na pratica de ensino, seja por meio do cinema, de textos da internet, e da

arqueologia. A partir de aulas oficinas de maneira interdisciplinar entre as disciplinas

de História e Artes. Em nosso entendimento estas metodologias diferenciadas

podem minimizar a grande desistência dos alunos e também melhorar os níveis de

aprovação no momento em que os alunos se interessam mais pelas aulas de

história desta forma aprendendo e fugindo do risco de reprovação.

Palavras-chave: Educação Histórica; Interdisciplinaridade; Artes; Cinema;

Arqueologia.

INTRODUÇÃO

Nossa meta principal é desenvolver com os alunos o gosto pela

aprendizagem histórica com o uso de diferentes recursos didáticos (livros, filmes,

textos, desenhos, internet e produção de textos). E com avaliações diagnósticas e

variadas. Fazendo com que a educação histórica cumpra a sua função social de

diferentes formas, tais como: Não transformar o espaço escolar num um ambiente

estranho aos discentes, pela falta de contato com o que é proposto a ensina-lo, fato

esse que tem contribuído para a exclusão dos alunos, sobretudo dos 6º anos.

Para tanto iremos desenvolver várias atividades da implementação

proposta de maneira interdisciplinar com a disciplina de Artes, tendo em vista que

grande parte do trabalho será a partir de estudos de imagens, seja de cinema,

pinturas rupestres, esculturas, coloração, sendo que o profissional da área artística

tem um domínio técnico sobre tais temas.

Entendemos que as imagens são essenciais no aprendizado, como

nos ensina a professora Circe Bittencourt sobre o uso da imagética:

“Fazer os alunos refletirem sobre as imagens que lhes são postas diante dos olhos é uma das tarefas urgentes da escola e cabe ao professor criar as oportunidades, em todas as circunstâncias, sem esperar a socialização de suportes tecnológicos mais sofisticados para as diferentes escolas e condições de trabalho, considerando a manutenção das enormes diferenças sociais, culturais e econômicas pela política vigente. (BITTENCOURT, 1998, p.89)”

Nos baseando na professora acima citada, pautamos nossa

implementação, na confecção, na analise de imagens, sejam elas cinematográfica,

escultural, ou pintura de muro. Usamos ao longo da implementação de nossa

pesquisa-ação diversas fontes historiográficas para tornar o processo ensino

aprendizagem mais significativo, tanto para discentes, assim como para os

docentes, pois o ensino no 6º ano tem que ser diferenciado. Nesse sentido o que

nos causou conforto foi o que verificamos em nosso Grupo de Trabalho em Rede

(GTR), que visa criar um grupo para trabalho de atividades multidisciplinares, pois

verificamos, que apesar do ensino diferenciado no 6º ano não ser uma política

pública de pesquisa, de debate, de reflexões da Secretária Estadual de Educação

(SEED) do Estado do Paraná, muitos colegas professores de História, pensam e

trabalham de modo diferenciado no 6º ano. Vejamos o relato da troca de

experiências de duas cursistas do GTR:

“Por meio das atividades lúdicas é possível, entre outros benefícios, despertar a curiosidade e o interesse da criança com relação ao conteúdo estudado; explorar a sua criatividade, e construir os conhecimentos escolares. Nessa perspectiva, as atividades pedagógicas práticas, envolvendo atividades lúdicas, como: pintura, jogos e "passatempos", contribuem para o ensino e aprendizagem dos conteúdos de História, bem como os seus conceitos.

Com relação ao conteúdo, Grécia antiga, especialmente quando trabalho o conceito de cidadania, utilizo a seguinte: No primeiro momento, distribuo imagens impressas do cidadão grego (Site abaixo) e peço para as crianças colorirem. Depois explico o conceito de cidadania na Grécia antiga (quem poderia ser considerado cidadão grego). No segundo momento explico o conceito de cidadania no Brasil atual. Para isso, utilizo a Constituição de 1988. Em seguida, distribuo revistas para as crianças e peço para que elas pesquisarem uma imagem de algum cidadão brasileiro (anônimo ou famoso). Concluo a atividade pedindo para os alunos colarem as duas imagens, do cidadão grego e a do cidadão brasileiro, lado a lado. Essa atividade, possibilita não apenas a aprendizagem do conteúdo, relacionado à Grécia antiga, mas também a percepção das diferenças e semelhanças do conceito de cidadania no tempo e no espaço.

Diante do que podemos oferecer em sala de aula isso é uma ótima mediação entre os conteúdos e a aprendizagem. Estabelecer parâmetros de

comparação entre o passado e o presente ajuda o aluno a construir o seu processo de aprendizagem histórico, além do que faz com que ele perceba que é parte integrante e atuante do presente.

Parabéns pelo trabalho e grande abraço.

Sabe professora, A, eu demorei um pouco para compreender essa necessidade dos alunos de 6 ano. Foi na vivência em sala que fui percebendo que eles não apreendiam história utilizando os livros didáticos, que apesar de estarem de acordo com a historiografia, não conseguem dialogar com alunos de 10, 11 e 12 (6 ano). Então, comecei a ler outros materiais e a estudar outros métodos. No início fiquei com um pouco de medo de "esvaziar" o conteúdo, mas depois percebi que com um método e recursos diferenciados, é possível ensinar História para os pequenos. ”

Tendo em vista que a fase de transição do quinto para o sexto ano é

uma das fases mais excludentes no atual contexto escolar. Vejamos o que nos

leciona a professora Marlene Cainelli:

“A transição da quarta para quinta série ou sexto ano no Paraná é medida por mudanças significativas para os alunos. O sentimento de terminalidade de uma etapa educacional é reforçado pelo modelo que impõe uma articulação Estado/município praticamente inexistente, tanto no âmbito administrativo como no pedagógico. As primeiras séries do ensino fundamental público são de responsabilidade dos municípios e as séries finais, assim como o ensino médio, ficam a cargo do estado, em que âmbito se constitui na prática esta passagem entre os níveis de ensino? Seria uma transição articuladora ou desarticuladora? Enquanto estruturas distintas, estes espaços não se articulam de forma a propiciar uma continuidade de propostas pedagógicas e caracterizam-se por serem redes de ensino distintas, o que dificulta o processo de transição do aluno da rede municipal para a estadual.

Entre os problemas que estudos detectam-desta falta de articulação entre os níveis de ensino-podemos citar os indicadores que medem o rendimento dos alunos na quinta série. Segundo dados de estudos do INEP, esta seria responsável em média por 30% da distorção idade/série na continuidade do ensino fundamental, além de uma porcentagem grande de alunos que abandonam a escola.” (CAINELLI, 2011, p. 128).

A título de ratificação da contribuição do texto da Professora Cainelli

vejamos o que nos informa os índices de aprovados, repetência e abandono no

Colégio Estadual Carlos Augusto Mungo Genez, localizado na periferia da zona sul

de Londrina, Paraná, entre os anos de 2008 até 2013.

Quadro 1 – Quantidade de alunos reprovados e abandonos:

ALUNOS APROVADOS REPROVADOS/ ABANDONO

TOTAL

2008 91 45 136

2009 65 33 98

2010 71 18 89

2011 65 21 86

2012 42 19 61

2013 22 12 74

Fonte: Secretária do Colégio Carlos Augusto Mungo Genez

Quadro 2 - Porcentagem dos alunos reprovados:

2008 33,40%

2009 32,70%

2010 19,20%

2011 24,10%

2012 33,20%

2013 32,60%

Fonte: Secretária do Colégio Carlos Augusto Mungo Genez

Através desse quadro e do texto supracitado da professora Cainelli

podemos observar que a escola não tem cumprido com o seu dever legal como

preconiza o Texto Magno de 1988 em seu artigo 206 de 1.988, em seu artigo 206,

que nos indica em seu enunciado “O ensino será ministrado com base nos seguintes

princípios, inciso I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola,

inciso III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, inciso VII - garantia de

padrão de qualidade”. (BRASIL, 2011)

A atuação dos entes municipal e estadual nessa transição, do

fundamental I para o II, tem sido no mínimo displicente, não podemos dizer que é

criminoso porque não há tipificação na lei penal, fato esse que é uma falha do

legislador pátrio.

A relevância de nossa pesquisa-ação foi indiscutível, pois a idade

cronológica dos discentes no quesito idade-série (10-11 anos) é crucial, tendo em

vista que é nessa idade que a criança entra na pré-adolescência, ou na própria

adolescência onde segundo especialistas costuma ser em geral um período muito

conturbado para os discentes, psicologicamente falando.

Portanto por mais singela que que tenha sido essa contribuição,

através do presente trabalho, esperamos que o mesmo venha a ser o início, a

inspiração para que outras futuras contribuições de estudo, de sugestões, enfim de

debate, desse período tão crítico, que é a transição do 5º para o 6º ano, que ele

deixe de ser tão crítico e excludente como tem sido.

No que tange ao ato de ensinar, se torna irresistível não citar o

educador Pedro Demo esse momento:

”Uma das marcas da educação moderna está precisamente em não mais reconhecer um ‘profissional do ensino’ já que o educador autêntico é o profissional da aprendizagem. Um provérbio alemão di: ‘Formação é aquilo que resta depois que se esqueceu de tudo’ (Bildung ist das, was ubrig bleibt, wenn men alles vergessen hat). Refere-se ao fenômeno humano da aprendizagem formativa, a única coisa que fica para a vida. O que se ‘decora’ ou o que meramente se reproduz some no vento. No fundo, aponta para o esforço reconstrutivo do aluno como componente essencial da aprendizagem”. (DEMO, 2004 p. 69)

Numa época onde os axiomas são questionados e instáveis, nada

mais justo que o “antigo” profissional do ensino receber uma nova nomenclatura: “o

profissional da aprendizagem”.

O conhecimento é uma chama que vai passando de mãos em mãos

pelas diferentes gerações. E se dizermos que existe uma metodologia, uma cartilha

de como ensinar é errônea, pois as formas de ensinar devem ser plurais.

O trabalho desenvolvido foi direcionado aos conteúdos da pré-

história e tecnologias, através das quais o professor fez constantes avaliações

diagnósticas, com o intuito de levantar o conhecimento prévio dos alunos, assim

como nos referenda Schmidt e Garcia (2003, p. 225): [...] não se trata de um

trabalho trivial, mas de ter como ponto de partida da investigação o próprio universo

do aluno dando ao conhecimento histórico um sentido [...] (SCHMIDT; CAINELLI,

2003, pg. 225). Por meio do desenvolvimento de textos, questionários e confecção

de imagens.

A professora Isabel Barca (2011), nos leciona que em Portugal o

ensino de história segue a seguinte ordem: 1- Currículo, 2- manuais, 3- Professores,

4 alunos, sendo que para termos um ensino de história mais relevante, a ordem

apresentada teria que ser inversa. A professora em questão, também, nos diz que

na sociedade de informação, como a atual não faz sentido um ensino de história

numa visão estática de mundo, por fim a autora nos sugere formas de educação

histórica, seja por meio de aulas oficinas, de estudos de diferentes fontes históricas

e de nosso entendimento sobre o que seja nós e os outros.

Bem como ao longo da nossa implementação fizemos uso de

trechos dos filmes “ A Guerra do Fogo” e “2001: Uma Odisseia no Espaço”, sendo

que o uso de cinema, como proposta metodológica na sala de aula, tem um imenso

respaldo teórico, vejamos o que leciona a pesquisadora Mônica Almeida Kornis:

[...] O filme adquiriu de fato o estatuto de fonte preciosa para a compreensão dos comportamentos, das visões de mundo, dos valores, das identidades e

das ideologias de uma sociedade ou de um momento histórico. Os vários tipos de registro fílmico - ficção, documentário, cinejornal e atualidades vistos como meio de representação da história, refletem, contudo de forma particular sobre esses temas. Isto significa que o filme pode tornar-se um documento para a pesquisa histórica, na medida em que articula ao contexto histórico e social que o produziu um conjunto de elementos intrínsecos à própria expressão cinematográfica [...] (KORNIS, 1992 p. 3)

Dessa forma, levamos nossos discentes a observarem a não

neutralidade na confecção de quase tudo que os cercam, nem mesmo a do

professor, dos filmes, das novelas, dos livros didáticos, dos religiosos e dos

traficantes, devido à presença constante dos mesmos no bairro, por se tratar de uma

região periférica da cidade.

Fizemos a implementação de nossa intervenção pedagógica na

turma 6º A, que tem 25 alunos, do Colégio Professor Carlos augusto Mungo Genez.

Nas primeiras quatro aulas será ministrada as atividades propostas por este

trabalho.

O professor questionou de maneira expositiva o que os discentes

entendem por tecnologia. Após ouvir os alunos o professor pediu para que os

mesmos buscassem no dicionário o conceito de tecnologia e que copiasse no

caderno tal conceito: “Tecnologia (De tecno+logo+ia) S.F1- Conjunto de

conhecimento, especialmente princípios científicos, que se aplicam a um

determinado ramo de atividade; 2- Vivemos a era da tecnologia" é o que nos diz o

minidicionário da língua Portuguesa (p 746).

O dicionário não foi claro na explicação histórica de tecnologia.

Sendo assim, o professor expôs oralmente e por meio de imagens evolução de

tecnologia, como o Colégio é cercado de plantações, usamos as 3 imagens

seguintes para pensarmos conceitualmente em desenvolvimento de tecnologia

agrícola, desde do Neolítico até a atualidade (expor as 3 figuras da evolução

agrícola). de uma tecnologia: - A produção agrícola e seus utensílios. Para tanto

usamos as seguintes imagens:

Figura 1: Agricultura no neolítico:

Fonte: http://www.clickescolar.com.br/agricultura-comercial-moderna.htm

Figura 2: Agricultura medieval:

Fonte: http://medievalreader.wordpress.com/

Figura 3: Agricultura moderna:

Fonte: http://www.clickescolar.com.br/agricultura-comercial-moderna.htm

Dessa forma inserimos cenas do cotidiano de diferentes épocas

desde a invenção da agricultura, pelas mulheres no Neolítico até a agricultura

capitalista moderna, sendo assim, familiarizamos os discentes com conceitos, tais

como Neolítico e modernidade.

Os discentes ao longo das aulas responderam ao seguinte

questionamento: “Sempre os humanos praticaram a agricultura? E o que mudou na

prática da agricultura ao longo da história?

Grande parte dos alunos (15) deram respostas, que podemos

considerar muito boa, Entendemos como resposta boas são aquelas em que houve

uma linguagem entendível, com frases com sentido e que o aluno mostrasse uma

cognição daquilo que foi proposto. As resposta ruins são quando a linguagem escrita

é sem lógica e houve pouco ou nenhuma cognição daquilo que era para o aluno

interpretar. Vejamos um exemplo de resposta de acordo com o que foi proposto pela

atividade e respondido pelo aluno “E”.

Imagem 4 – Resposta aluno “E” sobre atividade proposta:

Fonte: Trabalho aplicado em sala com os alunos.

Sete alunos deram uma resposta razoável. Vejamos a resposta do aluno “V”

Imagem 5 - Resposta aluna “V” sobre atividade proposta:

Fonte: Trabalho aplicado em sala com os alunos.

E três alunos deram respostas ruins, ou não de acordo com o que foi

proposto (1) e dois não responderam.

Na quarta aula o professor levou as seguintes imagens impressas e

obtidas na internet para fazermos um estudo visual das mesmas

Imagem 6 - Confecção de fogo por pedra:

Fonte: http://historiaemmovimentoebamarante.blogspot.com.br/

Imagem 7 - Confecção de fogo através de atrito:

Fonte: http://historiaemmovimentoebamarante.blogspot.com.br/

Imagem 8: Confecção de fogo era paleolítica:

Fonte: http://historiaemmovimentoebamarante.blogspot.com.br/

Ao final da aula os discentes confeccionaram os três últimos

desenhos apresentados e os pintaram.

Nas aulas cinco a oito, trabalhamos com os seguintes textos:

“O domínio sobre o fogo

Uma descoberta muito importante do período da pré-história foi o fogo. Onde o homem primitivo inicialmente observou esse fogo surgindo espontaneamente, aos poucos perderam o medo e começaram primeiramente utilizá-lo de vez em quando e de maneira desorganizada, como fonte de iluminação e aquecimento. Para isto foi necessário descobrir como mantê-lo aceso, isto também resultou provavelmente da observação de que brasas resultantes da queima natural de madeira podiam ser realizadas pela ação do vento, ou pelo sopro, fazendo a chama reaparecer.

A etapa seguinte era fazer produzir o fogo, talvez novamente pela observação eles notassem que o fogo aumentava pelo aquecimento de galhos ou folhas secas, isto indicou que a chama poderia ser iniciada com temperaturas elevadas. Desta forma, descobriram que o atrito entre dois pedaços de madeira seca aumentava a temperatura e produzia a chama, que podia ser ativada pelo sopro.

O homem primitivo através da observação também encontrou outra maneira de produzir fogo. Observaram que o choque produzido entre duas pedras produzia faíscas e que se colocassem folhas e galhos secos próximos dessas faíscas conseguiam fogo.

Depois que o homem descobriu sua utilidade e como acendê-lo, passou a assar a carne e a cozinhar vegetais, junto ao fogo se reuniam, descansavam e se protegiam do frio e dos ataques de animais ferozes.

O grande avanço do homem paleolítico foi à descoberta do fogo, ele através de observação conseguiu utilizá-lo e também produzi-lo, o processo era simples, batiam uma pedra na outra para sair a faíscas ou esfregando duas madeiras uma na outra para gerar o calor. Fonte: http://historiacolegiao.wordpress.com/2012/03/03/pre-historia-paleolitico/

Bem como, trabalhamos com a sinopse do filme a “ Guerra do Fogo”

Em uma das aulas foram exibidos 35 minutos iniciais de

apresentação de recortes do filme em questão, excluímos as cenas de violência e de

sexo por conta da faixa etária dos alunos. Recortamos como interessantes para o

nosso trabalho os momentos do filme de confecção do fogo, da sua utilização, das

viagens e da vida em sociedade. E fizemos 15 minutos de observações orais e

escritas.

Na aula seguinte, foi exibido os 35 minutos finais de apresentação

de recortes do filme em questão, excluímos as cenas de violência e de sexo. E

fizemos 15 minutos de observações orais e escritas.

Durante a nona aula da implementação da intervenção pedagógica

debatemos oralmente as respostas, as dúvidas e as conclusões dos discentes.

Nas aulas seguintes de dez a quinze desenvolvemos as seguintes

atividades: Apresentamos uma breve biografia de Stanley Kubrick e do filme “ 2001:

Uma Odisseia no Espaço”

O filme “2001: Uma Odisseia no Espaço” foi lançado em 1968.

Dirigido por Stanley Kubrick (1928-1999), o filme provocou grande impacto em sua

estreia. O roteiro do filme foi escrito pelo próprio diretor em parceria com Arthur C.

Clarke, escritor de ficção científica, “2011 uma Odisseia no Espaço” é um filme que

procura mostrar a visão dos autores de como seria o mundo em um futuro que

chegaria em 33 anos, marcando o início do século XXI.

O filme se inicia com uma cena cujo título é “A Alvorada do Homem”.

Nela vemos o confronto entre dois bandos de primatas (chimpanzés). Em dado

momento, um dos macacos utiliza um grande osso – um fêmur – como porrete, para

afastar outro chimpanzé que pretende se aproximar para dividir alimentos. Logo

após utilizar o porrete como arma, atacando seu semelhante, o macaco arremessa o

osso para cima. A câmera acompanha a subida do osso que, ao chegar no ponto

mais alto, transforma-se, repentinamente, em uma enorme nave para viagens

interplanetárias. Nave na qual toda a história do filme irá se desenvolver.

A projeção desse filme foi interessante para motivar os alunos a

discutir evolução dos seres humanos, bem como a evolução tecnológica. Várias

perguntas problematizadoras desses conteúdos foram desencadeadas a partir da

observação da cena descrita anteriormente

Durante duas aulas fizemos as seguintes atividades, apresentamos

os 35 minutos iniciais do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço Durante esses 35

minutos foram exibidos a parte pré-histórica do filme chamada de “A Alvorada do

Homem”. Após tal exibição fizemos 15 minutos de exposição oral das características

dos humanos tanto biológicas, quanto culturais e as proximidades das cenas do

filme “A Guerra do Fogo” e a obra de Kubrick.

Em seguida, apresentamos os 35 minutos intermediários e finais do

filme em questão. Foram exibidas cenas de dentro da nave espacial, da

sobrevivência humana no espaço e do controle das máquinas sobre os humanos.

Após tal exibição fizemos 15 minutos de exposição oral das características ficcionais

do filme, sobretudo da dependência humana das máquinas.

Não é possível traduzir a emoção por meio do papel, mas foi

sensacional o silêncio dos alunos, a participação e o entusiasmo, sobretudo nas

trilhas sonoras do filme. Posso afirmar, sem hesitação, que o auge da

implementação da intervenção pedagógica foi a exibição do filme em tela, pois

diante de uma comunidade onde o estilo “musical” de nome “Funk”, que faz

apologia as drogas, ostentação de bens materiais e o sexo vulgar, é bem presente,

foi emocionante ver a empolgação dos alunos diante das músicas clássicas

apresentadas no filme.

Ao longo da décima quinta aula, os alunos confeccionaram um

resumo do filme e debatemos oralmente tais resumos. Vejamos um desses resumos:

Imagem 9 - Resposta aluno “E” sobre atividade proposta:

Fonte: Trabalho aplicado em sala com os alunos.

Desenvolvemos durante as aulas dezesseis, dezessete e dezoito foi

realizada a leitura de quatro textos básicos sobre os períodos Neolítico, Paleolítico e

Idade dos Metais, fizemos a leitura em conjunto e exposição oral da interpretação do

texto. Tais textos nos ensinam o cotidiano dos períodos acima mencionados, bem

como, um deles questiona o conceito de pré-história, e inicia a o debate de que as

fontes não escritas também são excelentes fontes históricas, tais como fotos,

pinturas rupestres, fósseis, entre outros. Após as leituras na aula 19 propomos

atividades. Vejamos os textos:

“Texto 1: Paleolítico foi o primeiro e o mais extenso período que conhecemos da história da humanidade. Neste período surgem os primeiros hominídeos antepassados do homem moderno. Com o desenvolvimento da mente e a acumulação de experiências e conhecimentos, os homens primitivos foram aperfeiçoando seus instrumentos, utensílios domésticos e armas, suas técnicas e meios de subsistência. Desenvolveu também sua vida em sociedade, suas atitudes e hábitos sociais, como a vida familiar, a vida em grupos, a participação coletiva, neste período introduziram cerimônias religiosas, aperfeiçoaram a arte, o artesanato, passaram a construir casas e abrigos, a fazer agasalhos, descobriram o fogo e inventaram os meios de comunicação e transporte. Vejamos as suas principais características: Alimentação Os homens paleolíticos ainda não produziam seus alimentos, não plantavam e nem criavam animais. Eles retiravam os alimentos da natureza. Coletavam frutos, grãos e raízes, pescavam e caçavam animais. Os homens paleolíticos se alimentavam da caça, da pesca e da coleta de frutas e raízes silvestres. Os instrumentos ou ferramentas: os instrumentos ou ferramentas do paleolítico eram de pedra, madeira ou osso. A técnica usada para fabricar esses instrumentos era de bater na pedra de maneira a lhe dar a forma adequada para cortar, raspar ou furar. Os principais instrumentos foram os machados de mão, pontas de flecha, pequenas lanças, arpões, anzóis e mais tarde agulhas de osso, arcos e flechas. Habitação: Os homens do Paleolítico viviam de uma maneira muito primitiva, em grupos nômades, ou seja, se deslocavam constantemente de região para região em busca de alimentos. Habitavam cavernas, copas de árvores, saliências rochosas ou tendas feitas de galhos e cobertas de folhas ou de pele de animais. Os homens do paleolítico utilizavam diversos tipos de moradia como cavernas, tendas feitas de pele de animais e cabanas feitas de galhos e folhas de árvores. Religião: O homem divinizava as forças da natureza, acreditavam na vida após a morte, enterravam seus mortos debaixo de grandes lajes de pedra suspensas, de nome sambaqui, com suas roupas, armas, enfeites e oferendas. Também adoravam deusas que representavam a fecundidade, pois uma das principais preocupações do homem primitivo era a conservação da espécie humana. Vestuário: as roupas eram feitas de pele de animais, as mulheres faziam as vestimentas que eram coloridas e tinham vários enfeites.

Elas limpavam e curtiam essas peles até deixá-las bem macias. Usavam agulha de osso e fios de costura eram tendões, tripas secas ou tirinhas de couro. Também faziam jóias e adornos feitos de âmbar, marfim e conchas. Organização Social: No início do paleolítico a organização social se baseava em pequenos grupos humanos, e unidos por laços familiares. Com o passar do tempo à vida em grupo evoluiu e começaram a se organizar socialmente. Havia uma divisão simples do trabalho de acordo com idade e o sexo. Onde as mulheres cuidavam das crianças e juntamente com elas eram responsáveis pelas coletas de frutos e raízes, os homens caçavam, pescavam e defendiam o território, sempre realizavam as tarefas em grupo. Tudo que caçavam, pescavam ou coletavam eram divididos entre eles. Viviam sempre em grupos, havia uma divisão simples do trabalho, e o que caçavam e coletavam eram divididos entre todos. Desenvolvimento da Linguagem O progresso cultural do homem é expresso pela comunicação e pela vida em sociedade. A linguagem era necessária para a convivência em grupo. A linguagem do homem paleolítico se baseava no início em gestos, sinais e desenhos e mais tarde se baseava também na voz. Disponível em: http://historiacolegiao.wordpress.com/2012/03/03/pre-historia-paleolitico/ Texto 2: No período chamado Neolítico, o homem aprendeu a polir a pedra. A partir daí, conseguiu produzir instrumentos mais eficientes e mais bem-acabados. Em virtude da necessidade, já que a caça e a coleta tornaram-se escassas, o homem descobriu uma forma nova de obter alimentos: através da agricultura. Paralelamente a isso, passou a domesticar e criar pequenos animais, como cabras, porcos e ovelhas. Semeando a terra, criando gado, produzindo o próprio alimento, o homem não tinha mais motivos para mudar sempre de lugar. Tornou-se, então, sedentário, ou seja, fixou-se num determinado território e deixou de ser nômade. Também, passou a usar fibras vegetais e pêlos de animais para fazer tecidos de algodão ou lã, com os quais começou a confeccionar roupas. O aumento da produção de alimentos proporcionou grande crescimento da população. Surgiram as primeiras aldeias e começou a existir a vida comunitária. As moradias começaram a ser feitas de barro, madeira e pedra. Disponível em: http://www.alunosonline.com.br/historia/neolitico.html Texto 3: A Idade dos Metais Considerada a última fase do Neolítico, a Idade dos Metais marca o início da dominação dos metais por parte das primeiras sociedades sedentárias da Pré-História. No entanto, qual a importância de se ressaltar esse tipo de descoberta humana? O que podemos frisar é que a utilização dos metais foi de fundamental importância para algumas das sociedades que surgiram durante a Antiguidade. Através do domínio de técnicas de fundição, o homem teve condições de criar instrumentos mais eficazes para o cultivo agrícola, derrubada de florestas e a prática da caça. Além disso, o domínio sobre os metais teve influência nas disputas entre as comunidades que competiam pelo controle das melhores pastagens e áreas férteis. Dessa maneira, as primeiras guerras e o processo de dominação de uma comunidade sobre outra contaram com o desenvolvimento de armas de metal. O primeiro tipo de metal utilizado foi o cobre. Com o passar dos anos o estanho também foi utilizado como outro recurso na fabricação de armas e utensílios. Com a junção desses dois metais, por volta de 3000 a.C., tivemos o aparecimento do bronze. Só mais tarde é que se tem notícia da descoberta do ferro. Manipulado por comunidades da Ásia Menor, cerca de 1500 A.C., o ferro teve um lento

processo de propagação. Isso se deu porque as técnicas de manipulação da liga de ferro eram de difícil aprendizado. Contando com sua utilização, observamos que a maior resistência dos produtos e materiais metálicos teve grande importância na consolidação das primeiras grandes civilizações do Mundo Antigo. Assim, o uso do metal pôde influenciar tanto na expansão, como no desaparecimento de determinadas civilizações. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historiag/idade- Texto 4: Por que Pré-história? Muitos historiadores chamam a história dos primeiros povoadores da Terra de Pré-história, período que vai do aparecimento do homem à invenção da escrita, por volta de4000 a.c. Já a História se estenderia da invenção da escrita aos dias atuais. Os historiadores que criaram esta divisão davam grande importância aos documentos escritos. Consideravam que só por meio deles se podia conhecer de fato uma sociedade. Mas, como se sabe, as fontes não- escritas (pinturas, restos materiais, ossos etc.) são tão importantes quanto as escritas (livros, jornais, revistas) para o estudo das sociedades humanas. Além disso, antes da escrita o homem conseguiu dominar o fogo, desenvolver a agricultura, a criação de animais. Tais conquistas foram tão importantes quanto todas as outras realizações do homem após a invenção da escrita. Por que, então, não considerar tudo isto como História? (Fonte: JÙNIOR, Alfredo Boulos. História – Sociedade e Cidadania. 5ª série. São Paulo: FTD. p.51)

Durante a aula 19 fizemos avaliação, vejamos a avaliação do aluno

“B”, sendo que vinte e dois alunos responderam corretamente mais de oitenta por

cento da avaliação de maneira satisfatória, como poderemos observar ao fim deste

artigo no Anexo I – Avaliações Propostas

Nas treze aulas seguintes nosso trabalho esteve direcionado as

pinturas rupestres, a arqueologia, inclusive a arqueologia paranaense, a confecção

de muitas imagens. Sendo que o trabalho interdisciplinar foi indispensável nessa

implementação, para tanto desenvolvemos os trabalhos juntamente com a

professora de artes Hebe Odete Burihan.

Na aula vinte O professor entregou o seguinte texto aos alunos, bem

como fizemos a leitura coletiva do texto e a devida interpretação.

“Arte rupestre, expressão artística da Pré-história Expressão artística da Pré-história, a arte rupestre mostra-nos que a complexidade nas técnicas de pintura e escultura é uma característica antiga da humanidade.

A representação artística possivelmente foi uma das primeiras formas de expressão utilizadas pelos seres humanos para expor situações vividas no cotidiano. A arte da Pré-História da humanidade, denominada de arte rupestre, como forma de expressão, provavelmente surgiu conjuntamente, ao longo de milhares de anos, à linguagem oral. O termo oral foi aqui utilizado para diferenciá-la da linguagem pictórica, da linguagem das imagens, na qual se inclui a arte rupestre.

O que conhecemos como mais antigo na arte rupestre são as imagens pintadas em paredes, rochedos e estalactites de cavernas, as chamadas pinturas rupestres. Tais pinturas representam principalmente animais e os seres humanos, muitas vezes em cenas de caça. Mas não só. Eram representadas também figuras místicas, vegetais, símbolos solares e figuras geométricas.

Representação das pinturas e sua função mística um erro comum é associar as pinturas rupestres aos desenhos feitos pelas crianças contemporâneas. Hoje em dia, é aceito por quase a totalidade dos pesquisadores que as pinturas rupestres são uma forma de expressão artística, carregadas de significados e de técnicas complexas de produção.

Em razão da longa distância temporal, é extremamente difícil para os pesquisadores apontar um significado preciso a respeito das produções artísticas dos seres humanos primitivos. Uma hipótese de significado ligada às cenas de caça, por exemplo, é a de que, ao pintar-se como um caçador e também imprimir na parede o animal que seria seu alvo, o homem primitivo já estaria atacando sua presa.

Possivelmente, para ele, a pintura não era apenas uma imagem, era o próprio animal que estava ali presente. Ao desenhar a caça e o abatimento da presa, ele já estaria atacando o animal e enfraquecendo-o. Logo, quando os encontrasse, os animais verdadeiros também sucumbiriam ao poder desses caçadores. Nesse sentido, a pintura rupestre tinha um caráter místico, que transcendia o próprio ato da pintura, ligando-a as manifestações da vida real.

Exemplos de produção artística A complexidade das pinturas não se limitou apenas ao significado. As técnicas de pintura eram complexas. Um exemplo pode ser encontrado nas pinturas da Caverna de Chauvet, na França, feitas entre 30 mil e 15 mil anos atrás.

Nessas imagens é possível perceber técnicas de sombreamento das figuras que seriam usadas novamente apenas na época do Renascimento. Noções de perspectivas e de movimento dos grupos animais também impressionaram os pesquisadores que descobriram a caverna na década de 1990.

Produções esculturais Esculturas também estiveram presentes nas formas de manifestações da arte rupestre. As descobertas arqueológicas indicam que tais tipos de produção artística foram mais comuns durante o período Neolítico.

Vênus de Willendorf, uma das mais antigas esculturas conhecidas, representando a mulher e, possivelmente, a fertilidade.

O lento processo de sedentarizarão teria proporcionado um tempo maior às pessoas da época para dedicarem-se às expressões artísticas, resultando inclusive no aprimoramento de técnicas de produção, utilizando cerâmicas, entalhando madeira e outros materiais, polindo-os, entre outros procedimentos, o que demonstraria outros níveis de abstração. Um dos exemplos mais conhecidos dessas esculturas é a chamada Vênus de Willendorf, uma figura feminina possivelmente utilizada como símbolo da fertilidade.” (PINTO, 2014, disponível em: http://www.alunosonline.com.br/educacao-artistica/arte-rupestre.html)

Durante as aulas vinte e um e vinte dois Aula 21 e 22

O professor levou os discentes na sala de informática. E responderam ao seguinte

questionamento: No Estado do Paraná existem pinturas rupestres? Com o intuito de

responder tal questionamento acessamos o seguinte endereço eletrônico:

http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=86

No qual contém as seguintes imagens e textos:

Imagem 10 – Pinturas rupestres em Piraí do Sul – PR:

Fonte: http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=86Notícias

“Arqueóloga do Museu Paranaense registra descoberta histórica de pintura

rupestre

Descoberta de arte rupestre espetacular na região dos Campos Gerais

chama a atenção de arqueólogos do mundo. A figura retrata uma cena

complexa com animais e seres humanos, provavelmente seja a

representação de um mito de origem. A arqueóloga do Museu Paranaense,

Cláudia Parellada, que vem coordenando pesquisas na região há 24 anos,

registrou a descoberta das pinturas rupestres na Escarpa Devoniana, no

município de Piraí do Sul. O local é de difícil acesso, com muita vegetação, e

está a sete metros acima do solo, com ninhos de pássaros, abelhas e vespas

ao redor. O local foi descoberto pela arqueóloga em 1992. A data estimada

da pintura é de 4 mil anos e retrata uma cena de dança ritual, possivelmente

feita pelo ‘Povo Jê’, que habitou a região. “É uma descoberta muito

importante para o Brasil. Esta área está cadastrada há 22 anos, mas não

havia recursos tecnológicos para fazermos a exploração”, diz Claudia

Parellada. A cena apresenta cerca de 120 figuras, sendo que muitas parecem

flutuar, entre elas figuras humanas, animais e seres fantásticos. Segundo a

arqueóloga, é um trabalho sofisticado pelos detalhes, pelo número de

elementos e porque a maior parte do painel parece ter sido pintada ao

mesmo tempo. “Provavelmente a imagem represente uma história contada

por antepassados, enriquecida pelo talento e pela memória visual dos

indivíduos que o pintaram. Algumas das figuras representadas possuem

cabeças de cervídeos (cervos) com elementos que interagem com as figuras

humanas em movimento”, afirma. O próximo passo será a publicação de

artigos científicos e apresentação em simpósios internacionais de arte

rupestre. O projeto será ampliado para descobrir novos sítios arqueológicos

com pinturas rupestres, afinal há indícios que vários povos pré-coloniais

habitaram esta região. Ainda, deverão ser pesquisadas estratégias de

conservação destes abrigos, envolvendo as comunidades locais na proteção

desta memória coletiva e criando

novas alternativas de desenvolvimento sustentável na região, além de ampliar

o turismo cultural nos municípios que estão situados nos Campos Gerais.

Uma equipe da TV éParaná acompanhou o trabalho da arqueóloga. O vídeo

pode ser visto em: hrrp:// vídeo.pr.gov.br Fonte: Agência de notícias do

Paraná

Sendo que na aula em questão fizemos leituras dos textos e

observações das imagens.

Na aula vinte e três os alunos responderam aos seguintes

questionamentos:

1-Qual é a arqueóloga citada no endereço eletrônico?

2-Há quanto tempo à arqueóloga vem pesquisando sobre o tema?

3-Qual é o município onde a arqueóloga encontrou as pinturas rupestres? Em qual

Estado brasileiro se localiza tais pinturas?

4- Qual é a data estimada das pinturas?

5- O que as pinturas representam?

6-Qual foi o povo, que possivelmente, produziu as pinturas?

7-Quantas figuras apresentam na cena?

8-Que figuras estão pintadas na cena?

Como podemos observar foram questionamentos bem simples,

sendo que as respostas foram excelentes. Vejamos o que respondeu o aluno “E”

Imagem 11 – Atividade proposta sobre arqueologia paranaense:

Fonte: Trabalho aplicado em sala com os alunos.

Desenvolvemos ao longo das aulas vinte e quatro e vinte cinco as

atividades em conjunto com a professora Hebe Odete Burihan, na qual os discentes

confeccionaram em seus cadernos os desenhos das pinturas rupestres no Paraná

de acordo com o que foi apresentado nas aulas 21 e 22.

Ao longo das aulas vinte e seis a trinta. Nós juntamente com a

professora de artes Hebe Odete Burihan levou os discentes ao muro interno da

escola, onde durante essas aulas em questão, pedimos para os alunos

desenvolverem em dupla desenhos de pintura rupestres, vejamos algumas imagens

durante os trabalhos, bem como depois do trabalho concluído:

Imagem 12 – Pintura rupestre em atividade multidisciplinar:

Fonte: Colégio Estadual Carlos A. Mungo Genez

Imagem 13 – Pintura rupestre em atividade multidisciplinar:

Fonte: Colégio Estadual Carlos A. Mungo Genez

Imagem 14 – Pintura rupestre em atividade multidisciplinar:

Fonte: Colégio Estadual Carlos A. Mungo Genez

Nas aulas trinta e um e trinta e dois fizemos uma avaliação discente

da implementação, com os seguintes questionamentos:

1- Qual foi à forma mais interessante se estudar história, foi por meio de textos, de

filmes, de desenhos, através da internet? Justifique a sua resposta.

2- Em sua opinião foi proveitoso o trabalho desenvolvido em conjunto pelos

professores de artes e história? Justifique a sua resposta.

3- Você achou o método de aprendermos história mais interessante que o método

dos anos anteriores? Justifique a sua resposta.

4- Qual a principal diferença entre a forma de aprendermos história e artes de agora

e dos anos anteriores?

5-Que disciplinas escolares você utilizou para realizarmos os trabalhos com os

filmes, com as pinturas rupestres e com a internet? Você acha que é mais fácil

aprender essas disciplinas de forma conjunta como foi feito entre artes e história, ou

de forma separada?

Vejamos uma resposta da aluna “V” que se mostrou muito

entusiasmada e que refletiu o sentimento coletivo da turma:

Imagem 11 – Atividade proposta sobre arqueologia paranaense:

Fonte: Atividade Proposta em sala de aula.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verificamos que tais recursos didáticos (cinema, internet, murais e

trabalhos interdisciplinares) e constatamos que podem, e devem ser instrumentos

usados no trabalho pedagógico no sentido de colaborar na subtração de

reprovações e abandono do 6º ano.

Socializamos os resultados do trabalho em tela com a comunidade,

pois ao prepararmos nosso mural houve uma grande movimentação no sentido de

saber e de querer participar dos desenhos das pinturas rupestres.

Socializamos, também, com as demais instituições de educação, por

meio do GTR, nosso trabalho nesse PDE, ficou nítido que temos professores

empenhados em soluções para os problemas inerentes ao 6º ano.

Analisamos o grau de compreensão de história na cosmovisão dos

discentes do Colégio supracitado, ficou claro que sua compreensão histórica é

ínfima, assim como seu nível de alfabetização, é preocupante, mas ao mesmo

tempo obtemos respostas muito boas.

Identificamos nas aulas oficinas quais ações docentes podem ser

utilizadas no sentido de dar significado ao ensino de história aos discentes conforme

observado nas atividades multidisciplinares.

Fizemos um levantamento sobre o resultado do uso consciente dos

recursos didáticos, cinema, livro didático e internet, dentro do Colégio em questão.

Constatamos que os recursos tecnológicos são um excelente instrumento no auxílio

da aprendizagem. Porém notamos que os recursos tecnológicos dentro das escolas

do Estado do Paraná é muito deficiente, vejamos um relato do colega "V" cursista do

GTR:

Métodos arcaicos são mesmos utilizados ainda. Tenho alguns exemplos no meu ambiente de trabalho. Pessoas com o mesmo caderninho, o mesmo método de trabalho com o quadro e nada de tecnologia. Sua ideia sobre isto esta correta. Entretanto, temos, como política de investimento educacional que melhorar muito. Gosto do uso da tecnologia em sala de aula, mas em muitos casos não consigo trabalhar. Exemplo: ano retrasado ganhamos o tais tablets. Coloquei nele vários vídeos sobre a pré-história para trabalhar com meu Sexto B. Em sala pretendia passar tais vídeos utilizando o tablet e a televisão laranja. Funcionou? Não. A televisão não tem compatibilidade com o aparelho disponibilizado pelo governo. A internet que temos no colégio chega apenas a uma sala de aula que localiza-se próxima ao modem, deixando todo o restante sem sinal. Para uma geração tão tecnológica como esta, tudo isto funcionando seria perfeito."

Confirmamos, que o ensino de história da vida cotidiana dos

discentes, o ensino passa a ter significado, sendo o resultado muito positivo,

possivelmente pode ajudar na diminuição da desistência e repetência no 6º ano.

Além do resultado prático da Intervenção Pedagógica na escola ter

sido um evento de resultados inesquecíveis a toda a comunidade escolar. Vou pedir

permissão, sem medo de ser feliz, para terminar esse PDE de forma “poética”

citando o cursista “A” do GTR que defendeu nossa pesquisa-ação de maneira

emocionante, vejamos sua citação:

“As propostas apresentadas e sugeridas no projeto em curso, Intervenção Pedagógica na Escola, são pertinentes, além de virem de encontro com a escola que sonhamos. Inicialmente rompe com um modelo que perdura por muito tempo de práticas que não acompanham as mudanças e evoluções da sociedade que caminha a passos largos. Tendo em vista, o desinteresse da maioria das crianças e adolescentes. Mas de tudo o que está posto e dito, o que mais me salta os olhos é a proposta de criar mecanismos de tornar a educação histórica algo prazeroso, essa via de mão dupla, acaba de vez com o sofrimento e o desgaste de dois atores principais no contexto escolar, docentes e discentes. Dar aulas e assistir aulas tem que passar a ser como uma manhã de domingo alegre.

Sem dúvida e sem medo de errar, posso dizer que para agasalhar o que preconiza a constituição Federal no seu artigo 206 a proposta colocada de Intervenção Pedagógica na escola está correta, tem tudo para dar certo, considerando o interesse das novas gerações pelas tecnologias já disponíveis dentro da escola e fora dela. É fato notório por todos/as professores que os projetos que contemplam e envolvem técnicas diferenciadas tem ganhado atenção especial no cotidiano das aulas.

O criar algo prazeroso diz tudo ou quase tudo, além de desconstruir práticas não mais aceitas, passa a trabalhar com o objeto de estudo na sua transitoriedade, ou seja em movimento. Com essa nova lente, surgirá um novo olhar que permitirá a construção de uma nova escola que não faça estragos na vida das futuras gerações e nem violência conforme pensa Bordieu.”

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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CAINELLI, Marlene Rosa; SCHMIDT, Maria Auxiliadora Schmidt. Educação histórica: teoria e pesquisa. Ijuí: Unijuí, 2011.

CAINELLI, Marlene; SCHMIDT, Maria Auxiliadora Schmidt. Educação histórica: teoria e pesquisa. Ijuí: Unijuí, 2011, p. 105-122.

DEMO, Pedro. A nova LDB: ranços e avanços. 17 ed. São Paulo: Papirus, 2004, p. 69. FRANCO JR., Hilário; CHACON, Paulo Pan. História Econômica e Geral do Brasil

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RIBEIRO, F. Exploração do Pensamento Arqueológico na Aula de História. In: BARCA, I. (Org.). Jornadas Internacionais de Educação Histórica, IV, 2004, Portugal.Atas: Para uma Educação histórica de Qualidade. Portugal: Minho grafe 2004. p. 39-53.

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SOUSA, Rainer. Idade dos Metais. Disponível em:<http://www.brasilescola.com/historiag/idade-metais.htm>Acesso em 06 de nov. 2014

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<http://www.alunosonline.com.br/historia/neolitico.html>Acesso em 06 de nov. 2014

Anexo I – Avaliações Propostas.