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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

USO DE TECNOLOGIAS NAS AULAS DE QUÍMICA DO ENSINO MÉDIO, PARA ENTENDER AS LIGAÇÕES QUÍMICAS.

1Gerson Wolff 2Eliana Aparecida Silicz Bueno

RESUMO

O ensino das Ligações Químicas constitui um conteúdo de difícil aprendizagem para os alunos e principalmente na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Uma alternativa de ensino deste conteúdo para os alunos é o uso de recursos tecnológicos como os áudios-vídeos, já que no início do século XXI a tecnologia se faz presente no cotidiano do ser humano, exercendo sobre ele forte influência. Recursos tecnológicos podem tornar a aprendizagem mais positiva e atrativa. A EJA é uma modalidade de ensino que possui um público-alvo heterogêneo: alunos que estão há trinta anos fora da sala de aula ou que pararam seus estudos há apenas seis meses. Assim, a tecnologia servirá de auxílio para o ensino. Este artigo teve como base a apresentação de dois vídeos, em duas etapas: um com apenas as imagens e outro com som e imagens, mostrando todo o processo que acontece nas ligações químicas. O público-alvo foi os educandos do CEEBJA-LONDRINA do Ensino Médio, na modalidade Educação de Jovens e Adultos, do período noturno. Desde a aplicação da metodologia adotada até o relato nesse artigo, foi possível verificar a potencialidade do uso da tecnologia no processo de aprendizagem em relação aos estudos das Ligações Químicas. Houve também uma boa aceitação dos alunos em relação à aula: 87,5% avaliaram positivamente esta metodologia, facilitando a compreensão e o aprendizado.

Palavras-chave: Tecnologia. Química. Ligações químicas. Ensino médio. 1. Introdução

Desde que a educação teve início, no seu modo formal os professores já

dispunham de alguma tecnologia para facilitar o aprendizado. Ao longo dos anos há

uma evolução nos meios tecnológicos utilizados. Muitos conhecem o quadro de giz,

extensamente utilizado até hoje. Contudo, outros meios vão sendo inseridos

gradativamente conforme os avanços tecnológicos se tornam mais acessíveis. Para

(Joly, 2002) “implicações para aprendizagem discute a tecnologia na educação como

um recurso estratégico voltado para uma ação pedagógica diferenciada.”

Nesta evolução, foram usados também os cartazes, os retro projetores, os

slides, os DVDs, os filmes na TV, os pendrives com a TV, o Datashow. Por último,

surgem o computador, os tablets, notebooks e celulares. O Livro Didático por sua

1Professor do Programa de Desenvolvimento Educacional/PDE/SEED/Paraná, Graduado em Química pela

Universidade Estadual de Londrina, Professor no CEEBJA-Londrina, no município de Londrina, Paraná. 2 Orientadora – professora do Depto. De Química da Universidade Estadual de Londrina, doutorado pelo

Instituto de Química da USP – São Paulo.

vez, se mantém durante todo o tempo como um recurso muito utilizado e que vem se

modernizando também.

Quando se quer apenas transmitir alguma informação em sala de aula, usar

apenas a voz pode ser suficiente. Mas para que haja retenção do conteúdo pelos

ouvintes, recomenda-se associar outro recurso. “Os recursos audiovisuais ampliam a

compreensão dos ouvintes e os ajudam a reter as informações que ouviram em uma

apresentação.” (Polito, 2010).

Várias pesquisas e relatórios de projetos educacionais têm apontado que uma

das possibilidades para melhorar a qualidade do ensino é inovar nas metodologias e

variar as formas de apresentar os conteúdos aos alunos. Essas inovações em

grande parte estão associadas ao uso das novas tecnologias no processo de ensino.

“Durante dois anos, uma equipe de professores e bolsistas do Núcleo de Ensino da Unesp desenvolveu atividades com objetos de aprendizagem em uma escola pública estadual. Os resultados não deixaram dúvidas. Nos conteúdos trabalhados com os objetos, os alunos em média tiveram um resultado 32% superior aos conteúdos trabalhados de maneira tradicional”, disse Sílvio Henrique Fiscarelli, coordenador do projeto.( FAPESP)

Nem tudo o que é ouvido fica retido na memória por muito tempo. Vários

fatores ambientais concorrem com a atenção. Se os olhos livres estiverem livres

para passear pelo local, olhar roupa de alguém, olhar uma pessoa que caminha ou

realiza outro gesto qualquer, dificilmente o aluno se concentrará no que está sendo

dito. Assim, os olhos também devem estar ocupados com aquilo que está sendo

falado, para que as possíveis distrações não interfiram na concentração sobre o

assunto.

Se apresentarmos uma mensagem apenas verbalmente, depois de três dias os ouvintes irão se lembrar apenas 10% do que lhe foi transmitido. Entretanto se essa mesma mensagem for apresentada com o auxílio de um visual, depois desse mesmo tempo eles se lembrarão de 65% do que lhe foi comunicado. Durante o próprio período da apresentação, se for preciso que os ouvintes memorizem determinada informação até o final da fala, é possível aumentar em mais de 90% sua capacidade de retenção se os dados foram apoiados em recursos visuais. (Polito, 2010).

2. Caminhos Metodológicos

Os recursos tecnológicos, modificam a forma do ser humano de viver da

grande parte da humanidade, deve-se a cada dia, como professor, utilizar nas

escolas, todos esses recursos. Nos últimos anos está ocorrendo uma inclusão nas

escolas publicas onde isso no passado não ocorria, os trabalhos com as mídias

tecnológicas insere formas de ensinar e apreender, e valorizar o processo de

produção de conhecimento. Tais recursos oferecem possibilidade para o trabalho,

cada vez mais difíceis para o professor e aluno. Desde a existência do homem,

quando este passa a agir sobre a natureza, diferentes recursos e tecnologias foram

criados, modificando a forma de viver das pessoas. Conquistas que maravilham o

próprio homem. Para Vieira Pinto foi “no súbito da potência humana, que abriu ao

homem perspectivas de ação sobre a natureza, de aquisição de conhecimentos e de

possível modificação de sua própria estrutura orgânica e psíquica com que nunca

teria alguém podido sonhar” (PINTO,2005). No espaço escolar, historicamente, o

processo de mudança parece ser mais lento. A tecnologia, mais especificamente, o

computador, como ferramenta pedagógica, é para muitas pessoas uma realidade

distante. No entanto, contraditoriamente, a cada dia, ele está mais presente.

A tecnologia está à disposição dos professores, mas poucos se dedicam a

conhecê-las e utilizá-las nas aulas Para dominá-las é necessário tempo dedicação

ao aprendizado e aperfeiçoamento. Exige muita disposição e conhecimento por

parte dos professores, pois elas devem ser aplicadas com sabedoria e não

simplesmente para tomar tempo de uma aula.

A possibilidade do professor se apropriar dessas tecnologias integrando-as com ambiente de ensino-aprendizagem de Química pode gerar um ensino mais dinâmico e mais próximo das constantes transformações que a sociedade tem vivenciado, contribuindo para diminuir a distância que separa a educação básica das ferramentas modernas de produção e difusão do conhecimento (Benite, 2006).

O advento da Internet facilitou muito a comunicação entre professor e aluno

fora da sala de aula. Assim, é possível ocorrer uma ótima interação entre as partes,

para atividades como reforço de conteúdo, exercícios extraclasse, indicação de links

para serem consultados e esclarecimento de dúvidas.

Hoje, as redes de comunicação, com destaque para a Internet (www – World Wide Web), têm se constituído como importante meio de divulgação acadêmica e científica, pelo qual, alunos e professores podem se informar e se atualizar em relação à química ou qualquer outra área do conhecimento. Pela web (rede) é possível a troca de informações sobre projetos e muitas outras atividades desenvolvidas entre pesquisadores, alunos e professores de várias escolas, em diferentes cidades, regiões e países, por meio de e-mail (eletronic-mail ou correio eletrônico), grupos de discussão (chats), vídeo e teleconferências(Benite, 2006).

A figura do Professor, operário da educação na construção do conhecimento,

como mostra a figura 1 “O professor de Química: ilustração apresentada por alunos

da 2ª série do ensino médio da Escola Estadual Professora Minervina Barbosa de

Castro para representar o professor de Química”, sempre será muito importante no

processo ensino-aprendizagem; ele coordenará todas as tecnologias que podem ser

usadas na sala de aula e fora dela. Ou seja, a tecnologia jamais substituirá o

professor.

FIGURA 1 – Professores de Química

Fonte: Benite, 2006

Atualmente a escola, professores e alunos estão em contato com diversas

formas de compreensão, percepção, sentimentos e aprendizagem, fazendo com que

a capacidade da imaginação aliada à afetividade e os valores devam ser

considerados na aprendizagem dos conteúdos ensinados na escola.

Porto (2006) relata que novas (e velhas) tecnologias podem servir tanto para

inovar como para reforçar comportamentos e modelos comunicativos de ensino. A

simples utilização de um ou outro equipamento não pressupõe um trabalho

educativo ou pedagógico.

Para Orozco (2002), o "tecnicismo por si só não garante uma melhor

educação. [...] se a oferta educativa, ao se modernizar com a introdução das novas

tecnologias, se alarga e até melhora, a aprendizagem, no entanto, continua uma

dúvida". O autor explica que cada meio e cada tecnologia exercem uma mediação

particular nas pessoas e contextos com os quais interatuam, pressupondo

transformações na organização do trabalho, nos seus componentes e,

conseqüentemente, na instituição educativa que realiza o trabalho.

Os professores precisam entender que para acompanhar a velocidade das

transformações da geração atual e as vindouras, se faz necessário voltar para a

leitura e re-leitura das linguagens tecnológicas, para que o aluno participe da (re)

construção crítica da imagem-mensagem, sem perder de vista o envolvimento

emocional proporcionado, a sensibilidade, intuição e desejos dos alunos.

As práticas didáticas têm a necessidade de criar e recriar conjuntos de

procedimentos e meios tecnológicos que levem os alunos a participarem mais

ativamente das aulas, para que se apropriem dos conhecimentos produzidos

historicamente pela humanidade, de forma consciente para que possam transformar

a sua realidade social.

É sabido que desde o início da educação formal como é conhecida hoje,

houve anseio pelo uso das tecnologias disponíveis. Assim, a tecnologia está cada

vez mais inserida em no cotidiano das pessoas, com o surgimento muito rápido de

novos aparelhos e equipamentos.

Esse desenvolvimento tecnológico proporciona aos alunos inúmeras

vantagens, dentre elas, maior facilidade na compreensão das matérias escolares e

melhor „visualização‟ dos conteúdos.

A Química, como ciência experimental que é, requer observação e análise

minuciosas. O processo de ensino e aprendizado da Química que pode ser auxiliado

e exemplificado em sala de aula pela utilização do laboratório e também pelas salas

de informática. Porém há um detalhe importante a ser observado: o material usado

deve estar em coerência com a seqüência de aula e resolução de exercícios. Se não

houver essa coerência, o recurso utilizado pode tornar-se ineficaz. Os alunos

percebem quando o uso de um vídeo qualquer é simples entretenimento e então,

não conseguem transformar a informação em conhecimento. O interessante artigo

de Moran (1995) fala sobre o assunto. Algumas vezes mesmo com uso de

tecnologias na aula, como vídeo ou data-show, sem o planejamento adequado

acarreta a indiferença por parte dos alunos e até mesmo, atitudes de indisciplina.

A maior parte dos alunos apresenta dificuldades para compreensão do

assunto ligações químicas. Mesmo uma aula muito didática que usa somente quadro

e giz não é o suficiente para que o aluno construa seu aprendizado.

Portanto, uma aula eficiente é aquela que o professor utiliza alguns recursos

diferenciados, em que o aluno possa fazer uso dos diferentes sentidos, tornando o

aprendizado mais eficaz e as aulas mais dinâmicas e interativas. O aluno passa de

mero receptor, que só observa e nem sempre compreende, para um sujeito mais

ativo e participativo.

Várias pesquisas e relatórios de projetos educacionais têm apontado que uma

das possibilidades para melhorar a qualidade do ensino é inovar as metodologias e

variar as formas de apresentar os conteúdos para os alunos. Essas inovações em

grande parte estão associadas ao uso das novas tecnologias no processo de ensino.

Sem dúvida a eficiência desses recursos tecnológicos melhora muito as aulas

tradicionais e ocorre uma melhor fixação de conhecimento e um aprendizado mais

duradouro.

Na disciplina de química a maioria dos alunos apresenta certa resistência aos

conteúdos, por acharem que são complexos e abstratos. Sendo assim, o presente

estudo pretende de forma significativa, contribuir com o processo de ensino

aprendizado, tornando a aula mais dinâmica e atraente, pois assim como diz Santos

(2010), o jovem de hoje está acostumado a receber uma variedade de informações

em um curto espaço de tempo de maneira muito dinâmica, fica difícil manter o

interesse em uma aula padrão.

2.1 Educação de Jovens e Adultos (EJA)

A sociedade vive em constante mudança e a educação não poderia ficar de

fora desse processo, já que apenas a escola pode promover o conhecimento

necessário para determinadas necessidades do indivíduo como promoção no

trabalho, satisfação pessoal, sendo estes, na maioria das vezes, os responsáveis

pela volta aos bancos escolares.

A volta ao ambiente escolar em razão de adequação ou mesmo sobrevivência

no contexto de trabalho, originou um novo público discente. Com ele, surge a

necessidade de dinâmicas direcionadas a este público específico concretizada na

modalidade, Educação de Jovens e Adultos (EJA), em que os alunos contam com

um período diferenciado de aulas. Estas, contextualizadas à realidade dos alunos,

representam a oportunidade de conclusão dos estudos. Esta modalidade

proporciona enfoque no histórico de vida do indivíduo, olhando cada um na sua

particularidade, onde o educador é um facilitador do conhecimento e o educando

ganha autonomia no processo educacional. No Paraná a proposta para a Educação

de Jovens e Adultos em vigor não contempla a aceleração da escolarização nem a

pedagogia da reprovação. Propõe a pedagogia da aprendizagem, garantindo

qualidade de ensino, contemplando uma carga horária de 1600 horas para o Ensino

Fundamental Fase II e 1200 horas para o Ensino Médio, metade da carga horária do

ensino regular (SEED,2012). A EJA foi criada para atender a população que, por

motivos diversos, precisaram abandonar seus estudos e hoje vivem em realidades

bem diversas, com isso foram criadas duas formas de atendimento para esse

educando: Individual e Coletiva.

Os atendidos na modalidade individual são trabalhadores que

comprovadamente não tem possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas.

Os motivos são variados: a alternância no horário de trabalho, os que passaram pelo

processo de classificação, aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados

ou desistentes.

Na forma coletiva, a escola tem autonomia para a programação através de

um cronograma definindo o período, dias e horários das aulas, tendo previsto o

início e término de cada disciplina. Os conteúdos têm encaminhamento de forma

coletiva, levando em consideração os saberes adquiridos na história de vida de cada

um. Esta modalidade é destinada preferencialmente ao indivíduo com possibilidade

de freqüentar com regularidade as aulas.

3. Metodologia

O projeto foi desenvolvido com os alunos da disciplina de Química, do Centro

Estadual de Educação de Jovens e Adultos – Londrina-PR, em duas turmas do

período noturno.

Os alunos foram preparados com os pré-requisitos da Química, para que

entendessem as ligações químicas.

Quando foram explicadas as ligações iônicas, também foi desenvolvida uma

série de exercícios, com o objetivo de fixar os conhecimentos sobre o tema em

estudo; então foi apresentado um vídeo sem som, para reforçar os conceitos e a

forma de apresentação das ligações químicas. Depois de ter visto por inteiro, o

mesmo foi repetido, com pausas, feitas pelo professor e com questionamentos aos

alunos sobres a seqüência do processo para que as ligações se completassem.

Em outra aula foi apresentado outro vídeo com o mesmo conteúdo, mas com

som (áudio-vídeo), em que cada etapa do processo das ligações químicas era

explicada detalhadamente.

Esses vídeos foram elaborados com a ferramenta PowerPoint do Windows,

em que os mesmos apresentam movimentos dos elétrons de um átomo para o outro,

para que sejam estabelecidas as ligações entre eles. Primeiramente é mostrada a

distribuição eletrônica dos átomos envolvidos, destacando a camada de valência;

depois os elétrons se deslocam, do metal para o ametal, formando os íons: cátion e

ânion. Por último os íons formados se atraem dando origem ao composto iônico,

como mostra as figuras 2, 3, 4 e 5 abaixo.

FIGURA 2 - Distribuição eletrônica

Fonte: O próprio autor

FIGURA 3 – Camadas de valência

Fonte: O próprio autor

FIGURA 4 – Formação dos íons

Fonte: O próprio autor

FIGURA 5 – Formação do composto iônico

Fonte: O próprio autor

4. Resultados

Após os alunos assistirem os vídeos com o conteúdo de ligações químicas,

eles responderam um questionário para medir o nível de aprendizado com as três

modalidades: modo tradicional (aula expositiva), com o vídeo sem som e com o

áudio-vídeo.

Depois de assistirem o vídeo sem som, 75% dos alunos manifestaram que ele

foi muito importante para o aprendizado sobre as ligações químicas, comparado com

o que já havia sido ensinado, no modo tradicional. Quando o áudio-vídeo foi

apresentado, 87,5% dos alunos manifestaram que melhorou muito o nível de

compreensão sobre as ligações iônicas, em relação ao modo apresentado

anteriormente, conforme mostra o gráfico da figura 6.

FIGURA 6

Fonte: O próprio autor

5. Considerações finais

O processo de ensino-aprendizagem requer que sejam utilizados pelo

professor o esforço, a dedicação, o planejamento, o conhecimento científico e

métodos adequados em suas aulas, porém não garantem que seus alunos

aprendam plenamente o conteúdo trabalhado, porque há muitas outras variáveis que

interferem no processo de desenvolvimento do educando.

Para minimizar a dificuldade que os alunos apresentam no entendimento dos

conteúdos referentes as ligações químicas, por exemplo, após a exposição do

conteúdo pelo professor, podem ser utilizados recursos midiáticos como o pen-

drive, slides, vídeos, data show e o uso dos jogos lúdicos. Estes recursos visam a

revisão e fixação dos conteúdos, assim melhoram o entendimento e a compreensão.

Tanto o material que foi utilizado neste projeto como os que são utilizados em

nas aulas comumente, são os “objetos de aprendizagem”, que Santos (2007)

aponta: materiais digitais utilizados para apoiar processos pedagógicos, como as

mídias digitais (imagens, fotos, vídeos, áudios), arquivos de texto, animações,

páginas de internet, quando utilizadas como recursos que apóiam processos de

ensino e aprendizagem, são ótimas ferramentas para facilitar o entendimento dos

alunos. Ou seja, o ver está apoiando o falar.

A prática pedagógica é baseada na apropriação do conhecimento científico

pelo aluno, que de acordo Vascocellos (1992), significa que o conteúdo que o

professor apresenta precisa ser trabalhado, refletido, re-elaborado pelo aluno, para

se constituir em conhecimento. Caso contrário, o educando não aprende, podendo

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alunos

Vídeo sem som

Áudio-vídeo

quando muito, apresentar um comportamento condicionado, baseado na memória

superficial, por curto período de tempo.

Para Hadji (2006), é preciso organizar-se de modo a propor a cada aluno

situações-problema que irá obrigá-lo a refletir, a inventar, a construir conceitos e

novos modelos de comportamento. Essas situações devem ser adaptadas a cada

um e estar um pouco acima do nível do conhecimento atual, para que os pequenos

obstáculos lhes permitam ir além.

O desenvolvimento tecnológico vivenciado atualmente tem proporcionado o

acesso à inúmeros mecanismos capazes de facilitar a exposição de conteúdos, bem

como a fixação e revisão dos mesmos.

Com efeito, é possível constatar que os alunos estão cada vez mais ligados à

tecnologia, sendo necessário também que as escolas adaptem-se à essa nova

realidade, proporcionando a aprendizagem usando essas novas ferramentas.

Nesse sentido, o uso de recursos tecnológicos possibilita a aplicação do

conhecimento científico para a obtenção de resultados práticos, já que o vídeo traz o

cotidiano para dentro da sala de aula, na medida que está muito associado com a

televisão. Ao professor cabe aproveitar essa expectativa positiva para atrair a

atenção para o conteúdo que quer ensinar. Os áudios-vídeos utilizados neste

projeto auxiliaram o professor na busca por recursos tecnológicos como forma de

ensino, fixação ou revisão mais interativa.

O ver está apoiando o falar

6. Referências

BENITE, Claudio Roberto Machado. Avaliação de Tecnologias Educacionais no

Ensino de Química em Nível Médio. 2006. Trabalho de conclusão de

curso(Especialista em Ciências) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de

Janeiro, 2006.

FAPESP, Agência. Pesquisa enfoca o uso de novas tecnologias no ensino.

2013.Disponível em:<http://agencia.fapesp.br.>Acesso em: 10/05/2013

HADJI, Charles. É preciso apostar na inteligência dos alunos. Nova Escola. Ano

XXI, n.198, dezembro de 2006, p.17-20 ( Entrevista concedia à repórter Meire

Cavalcante).

JOLY, M. C. R. A. (org.) 2002. A tecnologia no ensino: implicações para a

aprendizagem. São Paulo: Casa do Psicólogo, 162 p.

MORAN, José Manuel Artigo publicado na revista Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, : 27 a 35, jan./abr. de 1995. acessado em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/vidsal.htm

PARANÁ. Manual de Orientações Educação de Jovens e Adultos – EJA Ensino

Fundamental – Fase II e Ensino. Curitiba, 2012.

POLITO, Reinaldo Recursos Audiovisuais nas Apresentações de Sucesso. 7.ed

Saraiva, 2010.

SANTOS, L. M. Produção de significados para objetos de aprendizagem: de

autores e leitores para a educação matemática. Dissertação (Mestrado) –

Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007. 120 p.

VASCONCELLOS, Celso dos S. Metodologia Dialética em Sala de Aula. In:

Revista de Educação AEC. Brasília: abril de 1992 (n. 83).

VIEIRA PINTO, Álvaro. O conceito de Tecnologia. Rio de Janeiro:

Contraponto, 2005. 2 v.