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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3Cadernos PDE
I
PROVA BRASIL: PERSPECTIVAS PARA ACÕES PEDAGÓGICAS.
Maria Elisa Furlan Gutierrez1
Silvia Borba Zandoná Cadenassi2
RESUMO
O presente artigo teve como tema as avaliações externas, com foco na Prova Brasil,cujos objetivos foram melhorar a qualidade da aprendizagem, e propor açõespedagógicas para que os professores tenham ciência de que estão trabalhando deuma forma que seus alunos desenvolvam as competências e habilidades para cadaano escolar. Nesse contexto, a investigação se justifica por contribuir para com otrabalho pedagógico do professor, bem como para a qualidade da aprendizagem dosalunos. Obtendo com isso um acréscimo de desempenho dos alunos no resultado daProva Brasil. A questão que iluminou este estudo foi à queda na nota do IDEB (Índicede desenvolvimento da Educação Básica), que em 2009 foi de 3,7 e em 2011desceu para 3,5. Os dados foram coletados por meio de reuniões e Grupo deEstudos. Os sujeitos que participaram da pesquisa foram, os professores dos anosfinais do Ensino Fundamental e alunos do 6°, 7°, 8° e 9° anos, do Colégio EstadualDr. Generoso Marques - Ensino Fundamental e Médio, situado no município deCambará. As contribuições que este estudo revelou foram satisfatórias e asexpectativas foram superadas levando-se em consideração que foram aplicadasavaliações que nos apontaram as deficiências e com isso pudemos preparar ummaterial pedagógico que foi utilizado pelos professores para sanar as dificuldadesencontradas.
Palavras-chave:) Prova Brasil. Avaliação. Ações. Pedagógicas.
1 Professor PDE 2014 - Colégio Estadual Dr. Generoso Marques – EFM- Cambará - PR2 Professora Mestre Orientadora – Universidade Estadual do Norte do Paraná – Centro de CiênciasHumanas e da Educação – CCHE – Campus Jacarezinho.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo apresentou os resultados da implementação, da unidade
didática: Prova Brasil: Perspectiva para ações pedagógicas desenvolvido no ano de
2015, no Colégio Estadual Dr. Generoso Marques - Ensino Fundamental e Médio,
situado no município de Cambará, com professores e alunos dos anos finais do
ensino fundamental.
A Prova Brasil vem sendo utilizada desde 2005, como fonte de informações a
respeito da aprendizagem dos alunos. Essa avaliação é aplicada aos estudantes de
5º e 9º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. Tem como objetivo
gerar informações sobre a proficiência dos alunos em Língua Portuguesa e
Matemática, que irá subsidiar as decisões que o Governo, deverá tomar em relação
à educação no país. Esta idéia foi consenso entre os participantes da mesa redonda
que, encerrou o Seminário Internacional: Devolutivas das Avaliações de Larga
Escala, realizado na sede do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O desafio, é que a Prova Brasil avance, ou seja,
que os resultados tenham aplicação pedagógica, disse o presidente
do Inep e mediador do debate, Chico Soares (2014, INEP).
Este tipo de prova tem como objetivos: avaliar o nível de alfabetização dos
educandos, oferecer às redes de ensino um diagnóstico da qualidade da
alfabetização e colaborar para a melhoria da qualidade de ensino e redução das
desigualdades educacionais em consonância com as metas e políticas estabelecidas
pelas diretrizes da educação nacional.
Em 2011 houve a primeira aplicação da Provinha Brasil de Matemática, que
avaliou o nível de alfabetização das crianças quanto às habilidades matemáticas.
Também, como todos sabemos a escola é um espaço de socialização do saber
culturalmente acumulado, portanto propício a mudanças. Essas devem ser mediadas
pelas novas exigências que se colocam. Segundo os dados do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), a qualidade do ensino público no país
não tem se apresentado satisfatório, por isso foi proposto a cada instituição escolar
uma meta para ser alcançada até 2020.
A verificação dessas metas está sendo realizada a cada dois anos, através da
Prova Brasil e por meio de dados de aprovação e reprovação levantados pelo censo
escolar. A intenção desta pesquisa é propiciar ações pedagógicas na disciplina de
Matemática, nas salas do 9º ano do Colégio Estadual Dr. Generoso Marques – EFM,
para que as metas propostas sejam alcançadas.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) utiliza dois
indicadores de medida: a avaliação (Prova Brasil) e o fluxo escolar, fornecido pelo
censo, com eles atribui valores de 0 a 10 aos Estabelecimentos de Ensino de dois
em dois anos. Ao analisarmos as notas do IDEB do Colégio em estudo, Dr. Generoso
Marques – EFM constatou-se uma queda nesse índice que em 2009 foi de 3,7 e em
2011 desceu para 3,5.
As médias da Prova Brasil não vão de zero a dez como nas avaliações
tradicionais, elas são apresentadas em uma escala de desempenho capaz de
descrever, em cada nível, as competências e as habilidades que os estudantes
demonstram ter desenvolvido. São doze níveis, no nível 0 estão alunos que
alcançam até 125 pontos e no nível 12, que é o último, alunos que atingem de 400 a
425 pontos. Verificamos a situação das notas de Matemática do 9º ano, que é nosso
foco principal de estudo. Em 2009 foi de 240,28 e em 2011 esse índice caiu para
238,7, ambas pertencem ao nível 5.
Os objetivos foram: analisar os problemas encontrados pelos professores que
já tiveram alunos participantes da avaliação externa proposta pelo MEC, para que
fosse possível sugerir e propor novas alternativas e ações pedagógicas, elaborar, em
conjunto com a Equipe Pedagógica, uma proposta de trabalho para melhorar a
relação e o desempenho dos alunos da instituição no que se refere a Prova Brasil,
organizar um grupo de estudos para ajudar a elaborar materiais para desenvolver o
raciocínio dos alunos principalmente no que diz respeito a matemática.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Durante o período militar não houve avanços na educação, conforme Saviani,
1997, p. 1, afirma:
[...], embora mantendo o dispositivo constitucional relativo àcompetência da União para legislar sobre a matéria, durante oregime militar não se cogitou da elaboração de uma nova lei dediretrizes e bases da educação nacional. Preferiu-se, como ocorrerano Estado Novo alterar a organização do ensino através de leis
específicas. Assim, permaneceram em vigor os primeiros títulos daLDB (Lei 4.024/61) relativos às diretrizes gerais...
Passado esse período, a educação passou por algumas modificações visando
à melhoria da aprendizagem. Em 5 de outubro de 1988, foi promulgada a nova
Constituição Federal que reconhecia a Educação como direito de todos.
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, otrabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, aproteção à maternidade e à infância, a assistência aosdesamparados, na forma desta Constituição”. (Cury, 2010, p 07).
Dois anos depois, foi criado o Programa de Alfabetização e Cidadania (Pnac)
em substituição ao Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), mas a iniciativa
durou apenas um ano. Em 1996, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), que reforça aspectos importantes da constituição,
como a municipalização do Ensino fundamental, a formação do docente em nível
superior e a inclusão da educação infantil na Educação Básica. O 1º e 2º grau se
tornou Ensino Fundamental e Ensino Médio e estudantes com necessidades
especiais deveriam ser atendidos preferencialmente na rede regular.
Art. 3º. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, opensamento, a arte e o saber;III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV - respeitoà liberdade e apreço à tolerância;V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;VII - valorização do profissional da educação escolar;VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e dalegislação dos sistemas de ensino;IX - garantia de padrão de qualidade;X - valorização da experiência extra-escolar;XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticassociais.
Em 2000 o Brasil foi incluído no Programa Internacional de Avaliação de
Alunos (Pisa) e obteve a última colocação no ano de estreia. Na mesma época criou-
se o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), com resultado por escola e por
aluno, com o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade
básica. Em 2005 o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) foi
reestruturado pela Portaria Ministerial nº 931, de 21 de março de 2005, passando a
ser composto por duas avaliações: Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) e
Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), conhecida como Prova Brasil. A
Prova Brasil avalia todos os estudantes da rede pública de ensino, de 6º e 9º ano do
Ensino Fundamental, e do 3º ano do Ensino Médio. Por essa razão a Secretaria de
Educação propôs a aplicação de simulados da Prova Brasil, para verificar se o índice
de aprendizagem está no nível esperado.
Esses baixos índices apresentados pelas escolas têm sido motivos de
preocupação tanto para os órgãos educacionais bem como para as mesmas,
deixando os educadores apreensivos e impotentes. Segundo OLIVEIRA E CASTRO
(2001)
A evidência de que somos um País de analfabetos e iletrados comuma pequena elite escolarizada é contundente. Os dados do SAEB,colhidos a partir de cinco avaliações ao longo da década de 90,revelam que a situação não está melhorando, e há fortes indícios deque esteja piorando, como sugerido pela avaliação realizada em1999. [...]. Esforços nessa direção, por louváveis que sejam [...] sãorelativamente caros, difíceis e de resultados muito modestos. (P.131)
Oficialmente o IDEB surge com o Plano de Metas, Compromisso Todos pela
Educação, por meio do Decreto nº 6074, de 24 de abril de 2007 e foi visto como um
dos aspectos mais relevantes do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) por
Fernando Haddad (2008, p.11), então Ministro da Educação. Tal apreciação é
corroborada por Saviani (2007, p.1242-3), onde diz que, o que confere caráter
diferenciado ao IDEB é a tentativa de agir sobre o problema da qualidade do ensino
ministrado nas escolas de educação básica, buscando resolvê-lo. E isso veio ao
encontro dos clamores da sociedade diante do fraco desempenho das escolas à luz
dos indicadores nacionais e internacionais do rendimento dos alunos. Esses
clamores adquiriram maior visibilidade com as manifestações daquela parcela social
com mais presença na mídia, em virtude de suas ligações com a área empresarial.
E por Luckesi (2005), que comenta sobre essas modalidades de avaliação do
sistema nacional de ensino têm a função de oferecer aos poderes constituídos um
retrato da realidade educacional no país, de tal forma que se possam tomar decisões
eficientes para corrigir possíveis falhas. A avaliação, por si, não traz nenhuma
solução. O que ela garante é um diagnóstico da realidade que subsidia as decisões
e investimentos administrativos. A avaliação está a serviço do gestor de uma
atividade ou de um sistema de atividades.
De acordo com o Projeto Político Pedagógico do estabelecimento em estudo,
Colégio Estadual Dr. Generoso Marques – EFM, Cambará/Pr, propõe oferecer aos
alunos oportunidade para que esses possam integrar nossa sociedade como
cidadãos, para tanto o ensino ofertado não será apenas repasse de conteúdos, a
prioridade é estimular o raciocínio e a busca de soluções criativas para as situações-
problema apresentadas, dessa forma o professor será o orientador da aprendizagem
construída pelo próprio aluno (p 64). Também aparece a preocupação com os baixos
índices atingidos pelos alunos, e menciona algumas ações a ser seguidas nos anos
de 2011/2012, como a adoção de uma prática reflexiva no que se refere aos
planejamentos e avaliação entre os diferentes períodos (matutino, vespertino e
noturno); Desafios para evoluir pedagogicamente e conquistar a meta desejada no
IDED (p 184). E determina também que neste ano, o foco é a meta a ser atingida
para elevar o índice do IDEB. Sendo assim, direção, equipe pedagógica e
professores ao desenvolver seus Planos de Trabalho Docente sempre estarão
pensando na melhoria da qualidade da educação, designando os conteúdos mais
pertinentes a fim de superar este desafio (p 188).
O objetivo deste trabalho é o ensino da Matemática, é preciso garantir que os
alunos construam seus conhecimentos de forma a desenvolver e utilizar de potencial
crítico e criativo. Mas não se pode esquecer que, é importante que o professor tenha
consciência de que o aprendizado da Matemática no ensino fundamental não será
alcançado apenas com atividades lúdicas e agradáveis pois, acredita-se que
permear aulas usuais com aulas diferentes e motivadoras pode ser um diferencial no
despertar dos alunos para a beleza da Matemática e para a sua utilização prática,
cada vez mais indispensável no nosso mundo atual. (DRUCK, 2004, p.8)
Para superar esse desafio, equipe pedagógica e professores devem conhecer
as matrizes de referência do Saeb da Prova Brasil. Elas não englobam todo o
currículo escolar. É feito um recorte com base no que é possível aferir por meio do
tipo de instrumento de medida utilizado nos testes. Quando conhecidas as matrizes
curriculares torna-se possível analisar os resultados dos testes e verificar as
deficiências que atingem a maioria dos alunos. Outro fator importante é conhecer as
competências exigidas nas avaliações externas. Conhecendo as matrizes
curriculares e as competências o professor tem um material excelente para propor
ações pedagógicas que contribuam no processo de superação das dificuldades
encontradas.
A Prova Brasil é uma avaliação elaborada a partir de Matrizes de Referência.
A Matriz é um documento que orienta a elaboração das questões, dando
transparência e legitimidade ao processo avaliativo.
Os conteúdos associados às habilidades e competências desejáveis para
cada disciplina e série foram subdivididos em partes menores, cada uma
especificando o que os itens das provas devem medir, estas unidades são chamadas
“descritores”. Estes traduzem uma associação entre os conteúdos curriculares e as
operações mentais desenvolvidas pelos alunos.
Os descritores especificam o que cada habilidade implica e são utilizados
como base para a construção dos itens dos testes das diferentes disciplinas. Cada
descritor dá origem a diferentes itens e, a partir das respostas dadas, verifica-se o
que os alunos sabem e conseguem fazer com os conhecimentos adquiridos.
É de suma importância que todos que estão envolvidos na educação
contribuam para a realização dessa avaliação. Sobre isso Luckesi (2005) ressalta
que:
[...] desejo dizer aos educadores em geral que colaborar para arealização da avaliação do sistema de ensino no país, através dasdiversas modalidades-fundamental, médio, superior —, é umanecessidade e um cuidado, para o sistema, mas também para cadaum de nós que fazemos parte dele.
Para os alunos da 8ª série/9º ano, o movimento “Todos pela Educação”,
definiu que suas notas devam ser acima de 300 pontos, dentro de uma escala de 0 a
425 divididos em doze níveis na disciplina de Matemática (CENPEC, 2007). A última
nota de nossos alunos nessa disciplina foi de 238,7, ainda muito longe do que é
considerado apropriado pelo movimento “Todos pela Educação”.
A matriz de referência que norteia os testes de Matemática do Saeb e da
Prova Brasil, está estruturada sobre o foco Resolução de Problemas. Esta opção traz
a convicção de que o conhecimento matemático, ganha significado quando os
alunos são desafiados a resolver situações que necessitam de investigação e
estratégias de resolução. Ao sentir-se motivado o individuo tem vontade de fazer
alguma coisa e se torna capaz de manter o esforço necessário durante o tempo
necessário para atingir o objetivo proposto. Bock (1999, p. 121), também afirma que:
A preocupação do ensino tem sido a de criar condições tais, que oaluno “fique a fim” de aprender. Diante desse contexto percebe-seque a motivação deve ser considerada pelos professores de formacuidadosa, procurando mobilizar as capacidades e potencialidadesdos alunos a este nível.
O ensino da Resolução de Problemas é um desafio para o professor de
Matemática, é muito mais complexo do que apenas ensinar algoritmos, deve aguçar
a curiosidade, a reflexão e também o uso de conteúdos já conhecidos.
Segundo Kantowski,
Ensinar a resolver problemas é algo que difere de todos os outrosaspectos da educação matemática. A maioria dos professoresconcordaria que planejar o ensino de maneira a ajudar os alunos ase tornarem mais aptos para a resolução de problemas difíceis enão rotineiros é a tarefa mais desafiadora enfrentada por eles nasaulas de matemática. (KANTOWSKI, 1997, p. 270).
É fundamental desenvolver nos alunos iniciativa, espírito explorador,
criatividade e independência através da Resolução de Problemas.
Dante diz:
Os alunos devem ser encorajados a fazer perguntas ao professor eentre eles mesmos, quando estão trabalhando em grupos. Assim,eles vão esclarecendo os pontos fundamentais e destacando asinformações importantes do problema, ou seja, vão compreendendomelhor o que o problema pede e que dados e condições possuempara resolvê-lo. (DANTE, 1991, p. 31).
Dante (2007, p.46-47) enfatiza que ao trabalhar com a abordagem da
resolução de problemas é necessário que o problema apresente algumas
características, tais como:
a) Ser desafiador: grande parte dos problemas propostos na escola são
padronizados, não motivam e nem aguçam a curiosidade dos alunos.
b) Ser real: problemas muito fora da realidade desmotivam os alunos. Por
isso, os elementos apresentados devem fazer parte do seu cotidiano.
c) Ser interessante: um problema pode ser interessante para um adulto, mas
não para uma criança. As crianças preferem problemas que envolvem música,
televisão, jogos, esportes ou situações do dia a dia.
d) Não ser aplicação direta de uma ou mais operações aritméticas: um bom
problema deve gerar mais de um processo de pensamento, levantar várias hipóteses
e propiciar diversas estratégias de resolução.
e) Ter um grau adequado de dificuldade: se os problemas forem muito além
do nível de compreensão do aluno, podem levar ao desânimo ou à frustração,
acarretando, as vezes, atitudes negativas em todas as tarefas envolvendo a
matemática.
De modo geral, percebe-se que a resolução de problemas, conforme Brasil
(1998) é uma situação em que o aluno precisa desenvolver algum tipo de estratégia
para resolvê-la.
Dante (2010) destaca que o maior desafio da educação atual é promover um
ensino que torne o ser humano preparado para a vida e para a diversidade que nela
se apresenta. Daí a necessidade de buscar a cada aula, a cada momento, a cada
conteúdo matemático um saber que contemple as necessidades e curiosidades de
nossos alunos, de forma que o conhecimento apresentado tenha significados e que
instigue a curiosidade.
Dante (2010) enfatiza a importância da metodologia a ser usada na
abordagem da Matemática, para que ela seja ensinada com coerência, ao expor que
a metodologia de ensino deve considerar os pensamentos e questionamentos dos
alunos, expressos em suas ideias. Para tanto, cabe ao professor explorar a oralidade
em Matemática, estimulando os alunos a expressarem suas estratégias diante de
uma questão. Nesse contexto, Dante (2010) aponta caminhos para que o ensino da
Matemática possibilite ao aluno uma formação que o torne capaz de analisar e tomar
decisões frente às suas dificuldades. Em suma, é necessário despertar o interesse
do aluno, para que ele esteja preparado para perceber a sua capacidade em
raciocinar, investigar, refletir, em fim, descobrir que ele é capaz de resolver
problemas.
3 METODOLOGIA
A intervenção foi aplicada para professores de Matemática, estagiárias do
projeto PIBID, equipe pedagógica e alunos dos anos finais do Ensino Fundamental
do Colégio Estadual Dr. Generoso Marques – Ensino Fundamental e Médio, situado
no município de Cambará.
Desenvolvemos nove reuniões que aconteceram em todas as terças-feiras, a
partir do dia 27/07, no horário reservado à Hora-atividade por área.
Três momentos nortearam nosso trabalho de implementação do projeto. No
primeiro momento foi abordado a problematização inicial e aprofundamento teórico
através de uma reunião de apresentação do projeto; Prova Brasil: perspectivas para
ações pedagógicas. Nessa reunião foi apresentado ao grupo, professores e
estagiárias do projeto Pibid, a situação atual da escola em relação às notas da Prova
Brasil dos anos anteriores, bem como a queda no conceito do IDEB (Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica). Dessa análise constatamos que apesar da
escola estar avaliada no nível 5, uma grande parte dos alunos não haviam atingido o
nível 2.
Em outra reunião, dicutiu-se com o grupo, formas para melhorar a proficiência
desses alunos em relação à disciplina de Matemática. Ficou decidido que seria
aplicada uma avaliação em todos os anos do ensino fundamental, para podermos
levantar as dificuldades dos alunos em cada série.
Todas as ações foram intencionais na busca de resultados positivos, sem
descuidar dos objetivos traçados inicialmente. O aprofundamento teórico
fundamentou nossa prática e possibilitou projetar fins estabelecendo meios no intuito
de alcançar os objetivos propostos.
Num segundo momento foram elaboradas as questões que vieram a compor
a avaliação que foi aplicada aos alunos. Nela, havia atividades que exigia as
habilidades e competências para atingir os diversos níveis que são cobrados e
avaliados na Prova Brasil. As provas foram corrigidas e analisadas.
Percebemos que no geral as dificuldades encontradas pelos alunos são as mesmas,
independente do ano em que ele está. Esse foi nosso ponto de partida do trabalho
com os alunos, elaboramos várias atividades sobre os conteúdos não assimilados,
que foi entregue aos professores de cada série para que trabalhassem com seus
alunos.
Num terceiro momento, foi feito um relato de cada professor de como foi
aplicar esses conteúdos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram inúmeras ações desenvolvidas em reuniões com professores, grupo de
estudo e participantes do PIBID. Tiveram o intuito de melhorar a proficiência dos
alunos na disciplina de Matemática. Foram aplicadas avaliações que continham
questões de múltipla escolha, questões subjetivas além de outras formas de
avaliação, que dependiam de habilidades e competências para serem resolvidas.
Através da análise dos erros dos alunos pudemos levantar os conteúdos em que
tinham dificuldades, e as habilidades e competências que ainda não possuíam.
Percebemos que no geral as dificuldades encontradas pelos alunos são as
mesmas, independente do ano em que ele está. O que pode ser constatado através
desse gráfico.
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16
0
20
40
60
80
100
120
Comparação 6ºB/7ºA/8ºA/9ºA/9ºB
6ºB
7ºA
8ºA
9ºA
9ºB
questões
po
rce
nta
ge
m d
e a
cert
os
Esse foi nosso ponto de partida, elaboramos um material didático, com
atividades que contemplavam todos os conteúdos não assimilados pelos alunos, que
foi distribuído aos professores do Ensino Fundamental, para que trabalhassem com
seus alunos procurando sanar essas dificuldades.
Ainda, além das atividades realizadas pelos participantes no nosso Projeto de
Implementação, que nos ajudou na conclusão do nosso trabalho. Também contamos
com as atividades realizadas no curso do GTR 2014 pelos cursistas da Rede
Estadual de ensino e do qual fui tutora. Ali os cursistas apresentaram em suas
conclusões sobre a necessidade de se trabalhar em equipe e com todas as séries do
Ensino Fundamental. A Prova Brasil é realizada no nono ano, mas seria ineficaz
tentar sanar dificuldades de outras séries e ainda ministrar os conteúdos pertinentes
a essa série específica. Ao desenvolver esse trabalho ao longo de todo ensino
fundamental, teremos mais tempo para trabalhar conteúdos em que os alunos
apresentem uma maior dificuldade. E, foi isso que esse projeto buscou, passou da
teoria a prática, pudemos observar maios união entre os os professores que
participaram ativamente dos encontros tanto do levantamento de dados como da
correção e análises. Os professores se dispuseram a aplicar as atividades
preparadas por esse projeto em função de um bem maior, a aprendizagem de
nossos alunos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio da realização deste trabalho que foi possível propiciar aos alunos a
assimilação de conhecimentos, através do trabalho desenvolvido pelos professores,
tendo como referência o material desenvolvido durante este projeto. As questões
desenvolvidas para atribuição de conceitos foram diversificadas e com significativo.
Específicos para sanar as dificuldades apresentadas pelos alunos, referente ao
conteúdo de Matemática.
Todas as atividades desenvolvidas contribuíram positivamente em algum
aspecto da dificuldade apresentada pelos alunos, cada um dentro de sua
particularidade e com grau de defasagem diferenciado. Uma contribuição muito
valiosa durante este processo também foram às experiências e atividades realizadas
pelos participantes do GTR (Grupo de Trabalho em Rede), na qual vários docentes
puderam trocar experiências de situações de aprendizagem similares das
apresentadas neste trabalho, além de contribuir com sugestões e informações que
possibilitaram várias reflexões sobre nossa prática pedagógica.
Enfim, foi possível perceber que ao se utilizar propostas com atividades
diversificadas e significativas o processo de aprendizagem tornou-se mais atraente e
auxiliou na assimilação do conhecimento matemático e também no desenvolvimento
e aprimoramento de habilidades e potencialidades individuais e coletivas.
Um de nossos principais objetivos, a nota do IDEB, não pode ser aqui
relatada, porque a prova foi aplicada em novembro de 2015 e as notas devem sair
no primeiro trimestre de 2016. Mas todo o grupo trabalhou com união e afinco e
esperamos obter bons resultados,
Este não é um projeto findo, pretendemos aplicá-lo novamente até atingirmos
a meta destinada à escola.
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