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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO- PEDAGÓGICA TURMA – PDE /2013

Título: Leitura de clássicos de aventuras para a formação do leitor Autora

Elenice da Aparecida Flügel

Disciplina/Área

Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Professor Leandro Manoel da Costa Av. 5 de março, nº 170 Centro

Município da escola

Piraí do Sul

Núcleo Regional de Educação

Ponta Grossa

Professora Orientadora

Keli Cristina Pacheco

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Resumo Por meio de levantamento bibliográfico e da experiência vivenciada em sala de aula, constata-se que grande parcela dos alunos que ingressam no 6º ano apresenta grande dificuldade de leitura, compreensão e interpretação de texto, especialmente no que se refere à leitura literária e sua aplicabilidade, indagando-se, assim: qual a contribuição que a leitura de clássicos de aventuras pode trazer para formar um leitor ativo e questionador. Objetiva-se, portanto, com este projeto de pesquisa conhecer / ampliar metodologias para que o professor possa intervir no processo de aprendizagem favorecendo a formação do aluno-leitor. O projeto de intervenção será realizado no Colégio Estadual Manoel da Costa, município de Piraí do Sul, por meio de leituras de clássicos de

aventuras. Posteriormente serão realizadas atividades de produção oral e escrita. Como resultado, espera-se que o aluno alcance maior domínio da linguagem oral e escrita, além do despertar do prazer por ler.

Palavras-chave Leitura, Clássicos, Compreensão

Formato do Material Didático

Unidade Didática

Público Alvo

6º ano

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL UNIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

ELENICE DA APARECIDA FLÜGEL

LEITURA DE CLÁSSICOS DE AVENTURAS PARA A FORMAÇÃO D O LEITOR Material Didático-Pedagógico elaborado para definir diretrizes de ação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Secretaria de Estado da Educação – Paraná Orientadora: Professora Dra. Keli Pacheco

2013

4

APRESENTAÇÃO

LEITURA DE CLÁSSICOS DE AVENTURAS PARA A FORMAÇÃO D O LEITOR

Esta unidade didática propõe aos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental,

do Colégio Estadual Professor Leandro Manoel da Costa, a leitura de clássicos de

aventuras como contribuição para a formação de um leitor proficiente.

Formar leitores é algo que requer, portanto, condições favoráveis para a

prática de leitura, ganhando-se com isso a aquisição de conhecimento e

enriquecimento da cultura.

Edgar Morin em seu livro A cabeça bem feita afirma que:

“É preciso pensar a palavra “cultura”. Em seu sentido antropológico: uma cultura fornece os conhecimentos, valores, símbolos que orientam e guiam as vidas. A cultura das humanidades foi, e ainda é, para uma elite, mas de agora em diante deverá ser, para todos, uma preparação para a vida. Literatura, poesia e cinema devem ser considerados não apenas , nem principalmente, objetos de análises gramaticais, sintáticas ou semióticas, mas também escolas de vida, em seus múltiplos sentidos. (MORIN, 2003, P.48)

Para tornar os alunos bons leitores, a escola deve criar situações inovadoras

que instiguem o hábito da leitura, tornando-a significativa na vida do educando;

precisará exemplificar-lhes que a leitura é interessante e desafiadora, algo que,

conquistado plenamente lhe dará autonomia e independência. Precisará torná-los

confiantes, condição para poderem se desafiar. Uma prática de leitura eficiente é

aquela que desperta e cultiva o desejo de ler.

De acordo com COLOMER (2007, p.41) se a literatura está presente e se

chega a certo grau de conciliação entre a atividade de leitura e os saberes

implicados no processo interpretativo, deve-se decidir, na sequência, a melhor forma

de conseguir que essa leitura seja produtiva para o leitor.

Dentro dessa perspectiva, o objetivo da produção Didático-Pedagógica é

apresentar oportunidade de construção de aprendizagem significativa através da

leitura dos clássicos literários, contribuindo para a formação de leitores autônomos,

críticos e que reflitam sobre o poder da leitura para a ampliação do seu saber.

Por meio dos clássicos descobrimos, muitas vezes, em um personagem

alguns elementos em que nos reconhecemos plenamente; proporcionando-nos

ensinamentos, direcionamentos, nos ajudando a entender melhor o sentido de

nossas próprias existências. Também temos acesso a vidas ficcionais

5

completamente diferentes às nossas, nos ensinando a compreender melhor as

diferenças e nos tornando menos preconceituosos e mais abertos a remodelar e

compreender a nós mesmos a partir do contato com a alteridade.

O material Didático-Pedagógico será apresentado, em uma abordagem

temática, aliando o ensino da literatura às práticas de leitura, assim os alunos

aproveitam a teoria para ampliar o olhar sobre os livros.

O tema escolhido é “Aventuras”. Serão trabalhados fragmentos de leitura dos

clássicos: Robinson Crusoé, de Daniel Defoe; As viagens de Gulliver de Jonathan

Swift; e a Ilha do tesouro de Robert Louis Stevenson.

6

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

É por meio da prática da leitura que o leitor realiza um trabalho ativo de

consciência e liberdade à cidadania, porque está compreendendo o que está

acontecendo em sua volta e não se torna um sujeito alienado a uma única dimensão

de mundo.

Esta Unidade Didática deverá ser utilizada nos 6ºs anos do ensino

fundamental.

O material traz fragmentos de clássicos, cuja temática é aventuras, o qual

será divido em cinco seções: com estratégias de compreensão, interpretação e

produção contribuindo assim, para o processo de formação do leitor.

A primeira seção será a abertura da Unidade em que se fará um

questionamento sobre a experiência de leitura dos alunos, assim como será

apresentada a proposta do caderno pessoal para os registros a serem feitos

durante a implementação.

Na segunda seção serão trabalhados fragmentos do livro “Robinson Crusoé”

de Daniel Defoe; tradução de Flávio P. de F. E Costa Neves da Editora Martin

Claret.

Na terceira seção serão trabalhados fragmentos do livro “A Ilha do tesouro” de

Robert Louis Stevenson; tradução de William Lagos; Editora L&PM Pocket.

A quarta seção apresenta fragmentos do livro “Viagens de Gulliver” de

Jonathan Swift; tradução de Octavio Mendes Cajado, Editora Copyright& Ediouro

Publicações S.A.

As leituras serão feitas seguindo algumas sugestões didáticas propostas

pelos PCNs para a formação de leitor: leitura autônoma; leitura colaborativa; leitura

em voz alta pelo professor.

A quinta seção será o encerramento das atividades com a confecção de um

Varal Literário no qual os alunos apresentarão as impressões mais significativas de

toda a implementação.

As seções serão compostas por:

Leitura – Em todas as seções, a leitura do livro em estudo, deverá ser feita

inicialmente pelo professor que proporcionará a oportunidade de desenvolver no

aluno a habilidade de ouvir com atenção.

Em seguidas serão propostas outras formas de leitura.

7

Compreensão – Essa etapa tem por finalidade ampliar o vocabulário aprofundando

a compreensão. Nesta etapa os alunos criarão o seu próprio dicionário, seguindo as

orientações da escritora Marta Morais da Costa:

Os alunos selecionarão as palavras que desconhecem ou de cujo significado não têm certeza. Escrevem a palavra e, em seguida, o significado que a ela atribuem. Depois leem para os colegas o resultado. Após a leitura, vão ao dicionário e fazem os devidos ajustes. (2006, p.10)

Interpretação – Etapa esta que tem por objetivo o desenvolvimento de habilidades

de reflexão, análise e síntese do texto. A interpretação poderá acontecer de variadas

formas, como: encenação, teatro, competição...

Produção do texto – Nesta etapa será oportunizada ao aluno o momento de

produção visando o desenvolvimento da imaginação e criatividade.

8

“Toda primeira leitura de um clássico é na realidade uma releitura”

((( ÍÍÍ ttt aaa lll ooo CCC aaa lll vvv iii nnn ooo )))

Disponível

<:https://www.google.com.br/search?q=figuras+de+crianças+lendo+domínio&source=lnms&tb >Acesso em 02/12/13

� Com que freqüência vocês vão à biblioteca para emprestar livros?

� Vocês já tiveram a oportunidade de conhecer uma biblioteca pública?

� Vocês têm o hábito de ler em casa?

� Que tipo de texto vocês gostam: quadrinhos, lendas, fábulas, contos de

fadas, aventura, poesia, conto, crônica....

Conversar com os alunos sobre a experiência de cada um quanto à

leitura:

Seção ISeção ISeção ISeção I

9

� Vocês lembram o nome de algum livro que tenha ficado na sua memória?

Comentem algo sobre esse livro.

� Vocês já assistiram a um filme de aventuras? Por que você classifica dessa

forma?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

Para ajudá-lo (a) a refletir sobre sua trajetória como leitor, você pode seguir a

sugestão de Tereza Colomer (2007, p. 127), professora e especialista em literatura

juvenil: fazer “(...) um caderno pessoal onde se anotem as leituras realizadas (e

talvez também as que decidiu-se abandonar) (...).” Além das leituras realizadas,

você pode fazer anotações sobre as que tem intenção de fazer. Pense em um nome

bem criativo para ele e como poderá personalizá-lo, de acordo com o tema de

nossos encontros!

Aproveitaremos esse caderno para fazer um jogo: “captar e guardar as

primeiras frases ou passagens preferidas de um romance que nos agradou.”

(Pennac, 2011, p. 103). Que nome sugere para esse jogo?

Por fim, você fará um “Dicionário Aventureiro”, com palavras que você

aprenderá nos próximos encontros.

E falando em aventura, agora vocês vão assistir ao filme: Pagemaster – O

mestre da fantasia, filme estadunidense de 1994, que conta a história de um garoto

que esconde-se numa biblioteca para abrigar-se de uma tempestade e acaba

fazendo uma viagem inusitada em um mundo ilustrado onde encontra diversos

clássicos da literatura.

Agora, sentados em círculo analisaremos os pontos mais relevantes do filme.

O que mais chamou sua atenção. Houve alguma parte que não tenha gostado, por

quê? O que mais gostaria de comentar sobre o filme?

10

• Visita à biblioteca

• Serão distribuídos livros literários e, em equipes, classifiquem quais deles

podem ser considerados como romance de aventura, justifique seu ponto de

vista.

Títulos a serem analisados:

� A Ilha do tesouro, Robert Louis Stevenson, tradução de William Lagos LPM

Pocket;

� Dom Quixote, Adaptação Walcyr Carrasco, Editora FTD;

� Feira de versos, João Melquíades F. da Silva, Leandro Gomes de Barros,

Patativa do Assaré , Editora Ática;

� O fantástico mistério de Feiurinha, Pedro Bandeira, Editora FTD;

� O mágico de Oz, adaptação Ligia Cademartori, Editora FTD;

� O patinho feio- Paraíso das crianças, Edelbra Editora;

� O poeta e o carteiro, Pedro Bandeira, Editora FTD;

� O saci e o curupira e outras lendas do folclore, Joel Rufino dos Santos,

Editora Ática;

� Robin Hood, a lenda da liberdade, Pedro Bandeira, Quinteto Editorial;

� Robinson Crusoé, Daniel Defoe, tradução Flávio P. de F. e Costa Neves,

Editora Martin Craret;

� Sete faces da fábula, projeto e orientação literária Marcia Kupstas, Editora

Moderna;

Professor (a), o objetivo desta produção não é trabalhar o gênero textual, mas

focar o trabalho com a literatura clássica, no entanto pode-se aproveitar o momento e falar

oralmente sobre o gênero narrativo romance, e sobre o subgênero de aventura.

Indagar os alunos a respeito das características das personagens presentes em

alguns gêneros: personagens de contos de fadas, fábulas, terror, aventuras. O

personagem do gênero aventuras pode ser herói ou vilão, a característica física também

predomina nesse gênero, uma vez que vai enfrentar muitos perigos para superar os

conflitos que serão abordados ao longo do enredo e que o ambiente também é grande

aliado nesse tipo de gênero.

11

� Viagens de Gulliver de Jonathan Swift, tradução de Octavio Mendes Cajado,

Editora Copyright &Ediouro Publicações S.A.;

� Viva a poesia, Ulisses Tavares, Editora Saraiva;

[...]

Fiquem atentos para o vídeo: “O livro imperdível”

Disponível em <http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/heloisa-prieto-le-comenta-conto-inedito-livro-imperdivel-692990.shtml>. Acesso em 02/12/2013

� Registre no seu “caderno pessoal de leitura” o que você sentiu ao assistir ao

vídeo. Que sentimento o vídeo despertou em vocês?

� Que livro vocês consideram “imperdível”?

� Para vocês, o que é “viagem da leitura”?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Vamos continuar a nossa viagem de leitura conhecendo alguns clássicos que se

tornarão inesquecíveis, mas antes vamos recapitular alguns pontos sobre o que

deve conter o Caderno de Leitura:

1 – Leituras realizadas (incluindo as não terminadas);

2 – Leituras que planeja realizar;

3 – Jogo – frases/passagens literárias preferidas;

4 – Dicionário aventureiro.

Lembre-se de dar um nome ao caderno e o seu toque pessoal.

12

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((( ÍÍÍ ttt aaa lll ooo CCC aaa lll vvv iii nnn ooo )))

Fonte: RODRIGUES, Bruno. Educação – Como criar o hábito da leitura na infância? Disponível em: http://jorge-menteaberta.blogspot.com.br/2012/11/educacao-como-criar-o-habito-da-leitura.html. Acesso em 17 de novembro de 2013.

É hora da leitura....

Nesta seção vamos explorar textos do livro “Nesta seção vamos explorar textos do livro “Nesta seção vamos explorar textos do livro “Nesta seção vamos explorar textos do livro “As aventuras As aventuras As aventuras As aventuras

de Robinson Crusóe”,de Robinson Crusóe”,de Robinson Crusóe”,de Robinson Crusóe”, do autor Daniel Defoe. do autor Daniel Defoe. do autor Daniel Defoe. do autor Daniel Defoe.

No livro são narradas as aventuras de um jovem que, em No livro são narradas as aventuras de um jovem que, em No livro são narradas as aventuras de um jovem que, em No livro são narradas as aventuras de um jovem que, em

1651, dec1651, dec1651, dec1651, decide deixar a Inglaterra para enfrentar os mais ide deixar a Inglaterra para enfrentar os mais ide deixar a Inglaterra para enfrentar os mais ide deixar a Inglaterra para enfrentar os mais

diversos desafios que as viagens pelo mar podiam lhe oferecer.diversos desafios que as viagens pelo mar podiam lhe oferecer.diversos desafios que as viagens pelo mar podiam lhe oferecer.diversos desafios que as viagens pelo mar podiam lhe oferecer.

O navio em que ele viaja naufraga e, como único O navio em que ele viaja naufraga e, como único O navio em que ele viaja naufraga e, como único O navio em que ele viaja naufraga e, como único

sobrevivente, passa a viver em uma ilha deserta. Com o que sobrevivente, passa a viver em uma ilha deserta. Com o que sobrevivente, passa a viver em uma ilha deserta. Com o que sobrevivente, passa a viver em uma ilha deserta. Com o que

recupera do naufrágio e com os recursosrecupera do naufrágio e com os recursosrecupera do naufrágio e com os recursosrecupera do naufrágio e com os recursos disponíveis no lugar, disponíveis no lugar, disponíveis no lugar, disponíveis no lugar,

constrói tudo o que é necessário para sua sobrevivência.constrói tudo o que é necessário para sua sobrevivência.constrói tudo o que é necessário para sua sobrevivência.constrói tudo o que é necessário para sua sobrevivência.

SEÇÃO ISEÇÃO ISEÇÃO ISEÇÃO IIIII

13

Nasci no ano de 1632, na cidade de York, filho de boa família estrangeira,

pois que meu pai era natural de Bremen e se fixara primeiramente em Hull. Aí

conseguiria boa fortuna no comércio e, depois de deixar os negócios, retirara-se

para York, berço natal de minha mãe, cuja parentela, os Robinson, era uma distinta

família local, razão pela qual me chamaram Robinson Kreutznaer. Entretanto, devido

à habitual corrução das palavras na Inglaterra, somos agora chamados, e nós

mesmos nos chamamos, Crusoé, escrevendo assim nosso nome.

[...]

Sendo eu o terceiro filho, e não tendo aprendido qualquer ofício, cedo

começou meu cérebro a povoar-se de sonhos. Meu pai, que era muito velho, deu-

me boa instrução, tanto quanto o permitiam dar a educação caseira e a de uma

escola pública local. Queria que eu estudasse direito, mas só me satisfazia a idéia

de dedicar-me à vida ao mar. Tão obstinada se manteve essa minha vocação contra

a vontade e, mesmo, as ordens de meu pai, súplicas e conselhos de minha mãe e

de outros amigos, que se diria haver algo de fatal nessa tendência a conduzir-me

diretamente à vida de misérias que me esperava.

Meu pai, homem sábio e severo, deu-me importantes e excelentes conselhos

contra o que previa ser meu intento. Chamou-me certa manhã a seu quarto, onde o

prendia a gota, e debateu calorosamente o assunto comigo. Perguntou-me que

razões tinha eu, a não ser meu desejo de vagabundear, para sair da casa paterna e

da terra natal, onde me poderiam dar a mão, onde eu teria a possibilidade de fazer

fortuna e de usufruir vida despreocupada e prazenteira.

[...]

Suas palavras tocaram-me profundamente, como não podia deixar de ser, e

eu dispus-me a não pensar mais em partir e a ficar em casa, conforme os desejos

de meu pai. Mas, aí de mim! Tudo isso se desvaneceu e poucos dias. Em resumo,

querendo impedir novas intervenções inoportunas de meu pai, resolvi, depois de

Texto ITexto ITexto ITexto I

14

algumas semanas, afastar-me dele imediatamente. Não agi, contudo, tão

apressadamente como me instigara a fazer o primeiro impulso, mas procurei minha

mãe, em um momento e que me pareceu mais jovial que de costume, e disse-lhe

que estava tão absorvido pela ideia de correr o mundo que não poderia fazer nada

mais com vontade bastante para ser bem sucedido; que meu pai faria melhor dando-

me meu consentimento do que me forçando a partir sem ele; que eu tinha dezoito

anos e já era tarde demais para ser empregado de um procurador ou aprender um

ofício; que estava seguro de que, se fizesse, nunca serviria meu tempo integral,

certamente fugindo de meu patrão antes de terminar o tempo; iria para o mar; que,

se ela pedisse a meu pai licença para eu fazer um só viagem, quando eu voltasse,

caso não tivesse gostado da experiência, não tornaria a ir e prometera esforçar-me

duplamente para recobrar o tempo perdido.

[...]

Certo dia, porém, encontrava-me em Hull – aonde fora casualmente e sem nenhuma

intenção de fugir-, quando um de meus companheiros, prestes a largar para Londres

no navio de seu pai, insistiu para que eu fosse com eles. Seduziu-me como sempre

fazem os homens do mar, isto é, disse-me que não pagaria nada pela passagem.

Resolvi não consultar meus pais e nem mesmo avisa-los. Deixando que

conseguissem notícias como pudessem, sem pedir a benção divina e a de meu pai,

sem qualquer consideração por circunstâncias e conseqüências, e em má hora –

Deus o sabe! Parti a bordo de um navio para Londres, em 1º de setembro de 1651.

Acredito que nunca começaram mais cedo, nem se prolongaram tanto, os infortúnios

de um moço aventureiro. Mal o navio saiu do Humber, o vento começou a soprar e

as vagas se encapelaram de maneira mais pavorosa. Eu, que jamais viajara por

mar, enjoei terrivelmente e fiquei aterrorizado. Comecei, então, a refletir seriamente

sobre o que tinha feito e quão precisamente me castigava a justiça divina por ter

fugido da casa de meu pai de maneira tão perversa, abandonando meus deveres.

15

A) É impossível descrever o que senti, quando mergulhei no mar. Embora nadasse

muito bem, não podia livrar-me das ondas para tomar fôlego, até que uma me levou

ou, antes, arrastou-me para a costa, deixando-me recuar, quase em seco, porém

meio morto pela água que tragara. Tive, ainda bastante fôlego e presença de

espírito, ao ver-me mais perto da terra firme do que esperava, para me levantar e

tentar alcançar o mais depressa que podia, antes que outra vaga rebentasse e me

puxasse de novo. Verifiquei logo ser impossível evita-lo. O mar cresceu sobre mim

como uma montanha, como um inimigo raivoso contra quem não tinha meios nem

forças a opor. A questão era guardar o fôlego, manter-me à tona, e, se pudesse, ir

nadando para o litoral. Meu maior terror era que o oceano, carregando-me para a

costa quando rebentasse, pudesse me puxar de novo ao recuar.

[...]

B) Vendo-me salvo, em terra firme, olhei par os céus e dei graças a Deus por me ter

assim livrado quando, minutos antes, pouca esperança havia. É impossível dar ao

vivo uma ideia dos arroubos e deslumbramentos da alma, que se vê arrancada, por

assim dizer, à própria sepultura. De mãos para o céu, andei pela costa, e todo o meu

ser se extasiava com a sensação de estar salvo. Fiz mil gestos, que não sei

descrever, refletindo que todos os meus companheiros se afogaram e só eu

sobrevivi. Depois com efeito, não soube mais, nem vi nenhum sinal, exceto três

chapéus, um gorro e dois sapatos desirmanados.

[...]

C) Conformado com o que descobrira, voltei à jangada e retirei a carga, o que tomou

o resto do dia. Não sabia o que fazer durante a noite, nem mesmo onde dormir.

Tinha medo de que, deitando no solo, fosse devorado por uma fera, embora, como

verifiquei mais tarde, não houvesse motivo para esses temores.

[...]

Texto IITexto IITexto IITexto II

16

D) Comecei, então, a pensar que ainda poderia apanhar muitas coisas úteis no

navio, sobretudo velas e alguns dos aparelhos, além de outras coisas que pudesse

trazer para a terra. Resolvi ir de novo a bordo, se possível. Estava certo de que a

primeira tempestade o despedaçaria e, por isso, me dispus a retirar dele tudo o que

pudesse. Consultei-me, então, se devia levar a jangada, mas isso me pareceu

impraticável. Decidi, portanto, ir como da primeira vez, na vazante da maré, e assim

fiz, com a diferença de que me despi antes de sair da barraca. Levava apenas, uma

camisa de xadrez, calça de linho e um par de escarpins.

[...]

17

Observe algumas anotações de Robinson Crusoé: 30 de setembro de 1659 – Eu, pobre e desgraçado, Robinson Crusoé, depois

de naufragar em alto-mar durante terrível tempestade, fui atirado a esta triste e

miserável ilha, a que dei o nome de Ilha de Desespero. Todos os meus

companheiros de viagem se afogaram e eu mesmo quase morri.

[...]

1º de outrubro - Vi, pela manhã, com grande surpresa, que o navio se safara

com maré alta, aproximando-se mais da ilha. Isso me alegrou por um lado, porque o

fato de não se ter despedaçado e de estar ainda flutuando, permitiria-me talvez ir a

bordo e abastecer-me de alimentos e provisões.[...]

26 de outubro – Explorei o litoral o dia inteiro, procurando um lugar para

residir. Preocupava-me muito defender-me contra qualquer ataque, fosse de animais

ferozes ou de selvagens. À noite encontrei um rochedo e tracei um semicírculo para

meu acampamento. Resolvi fortificá-lo com uma construção, muralha ou paliçada de

estacas duplas, reforçada internamente por meio de cabos, e protegida pelo lado de

fora com um aterro raivoso.

31 de outubro – Pela manhã, penetrei na ilha, armado de espingarda, para

procurar alimento e explorar a terra. Matei uma cabra, cujo cabritinho me seguiu até

o acampamento. Matei-o também mais tarde porque não queria comer.

1º de novembro – Levantei minha tenda à sombra do rochedo e aí passei pela

primeira noite. Fi-la maior que pude, enterrando estacas para sustentar a maca.

3 de novembro – Saí com a espingarda e matei duas aves parecidas com

patos, cuja carne era muito boa. À tarde comecei a fazer uma mesa.

[...]

3 de janeiro – Comecei a construir a paliçada ou muralha. Estava ainda com

medo de ser atacado e resolvi, por isso, fazê-la bastante larga e forte.

Texto IIITexto IIITexto IIITexto III

18

Nota – A muralha já foi descrita antes, de modo que omito neste Diário o que

disse a respeito. Basta observar que passei o período entre 3 de janeiro e 14 de abril

trabalhando nela, terminando-a e dando-lhe os últimos retoques. Não tinha, porém,

mais de vinte e duas jardas de comprimento e formava um semicírculo de um ponto

a outro da encosta, separados por cerca de oito jardas. A porta da caverna ficava no

centro, por trás da paliçada.

[...]

16 de abril – Terminei a escada, subi por ela até o alto da muralha, puxei-a e

coloquei-a do lado de dentro. Minha habitação era um recinto hermeticamente

fechado. Tinha bastante espaço e nada me poderia atacar pelo lado de fora, a não

ser escalando a paliçada.

20 de junho – Não dormi durante a noite. Violentas dores de cabeça. Febre.

21 de junho – Muito doente e tomado de um medo mortal por causa do meu

estado, enfermo e sem auxílio, orava a Deus pela primeira vez desde a tempestade

ao largo de Hull, porém mal sabia o que ou por que estava rezando. Tinha a cabeça

completamente confusa

25 de junho – A sezão voltou, violenta. O acesso de frio e calor durou sete

horas, seguido de pouco suor.

26 de junho – Melhor. Não tendo nada para comer, muni-me da espingarda,

embora me sentisse fraco. Não obstante, matei uma cabra e trouxe-a com muita

dificuldade para casa. Grelhei um pouco de carne e comi-a. Teria preferido ensopa-

la e fazer um caldo,mas não tinha panela.

19

Leitura do fragmento: O encontro com Sexta-Feira

A extensão do fragmento do texto aconselha que a leitura seja feita em pelo

menos três aulas. Propõe-se para a sequência uma modalidade de leitura

compartilhada professor/alunos, que podem combinar a leitura silenciosa com a

leitura em voz alta. Momentos de interrupção serão necessários para recapitular,

fazer previsões, levantar hipóteses, etc.

É hora da compreensão....

� Após a leitura dos textos, procurem as palavras desconhecidas por vocês,

anote-as no seu caderno de leitura e escreva ao lado dela, qual significado

poderia ter no contexto. Em seguida, reúna-se em equipe para conferir no

dicionário os vários significados dessa palavra.

É hora da interpretação...

� Voluntários de cada grupo de leitura deverão resumir aos colegas o trecho

que coube ao grupo;

� Cada aluno faz um desenho em papel sulfite, representando uma das cenas

lidas;

Texto IVTexto IVTexto IVTexto IV

Agora, vocês formarão quatro (ou cinco) equipes para elaboração da proposta.

É hora de refletir, levantar hipóteses, interagir, enfim viver o texto.

20

� Cada equipe formulará dez perguntas sobre os textos lidos, após isso se

apresentarão à frente da turma para que as outras equipes respondam

oralmente às questões, e, havendo divergências nas respostas, argumentar

e justificar o ponto de vista;

� Em equipe, vocês farão a dramatização dos trechos lidos por vocês. Vocês

se organizarão, combinarão como vai ser feita essa apresentação, assim

como falarão dos recursos que usarão para se apresentar.Ficarão livres

quanto à forma a ser apresentada: uso de fantoches; teatro...

É hora de dramatizar... Cada equipe terá uma aula para se apresentar.

21

É hora de produzir...

Nesta etapa você pode criar uma história de aventura na qual você é o

protagonista.

O texto também poderá ser escrito em forma de diário.

Sugestão de título: Aventuras de......... (escrever o nome de um aluno como

exemplificação).

Você pode ilustrar seu texto de acordo com sua história.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

22

Observe atentamente os personagens da capa do livro.

Fonte: STEVENSON, Robert Louis Balfour. A ilha do tesouro. Tradução: Willian Lagos. Porto Alegre: L&PM

Pocket, 2010.

a) Descreva-as, considerando o modo como estão vestidos, os objetos que

carregam e a atitude que demonstram.

b) Descreva detalhadamente o espaço onde os personagens estão.

a) Com base nas características que você observou nos dois personagens, você

diria que eles são vilões ou os heróis da história?

b) Imagine onde e como começou a história.

c) Você acredita que esse espaço retratado na cena é o mesmo do começo da

história? Justifique sua resposta.

d) Que tipo de situação você acredita que terão de enfrentar a partir desse

momento?

e) Como você supõe que terminará a história?

Esta cena representa um momento da história vivida pelos personagens. A partir

dela, é possível imaginar como seria começo, meio e fim.

23

“Os clássicos são livros que, quanto mais pensamos conhecer por ouvir dizer, quando são lidos de fato mais se revelam

novos, inesperados, inéditos.” ((( ÍÍÍ ttt aaa lll ooo CCC aaa lll vvv iii nnn ooo )))

Fonte: O prazer da leitura. In: Isso também passa. Disponível em: http://psyamada.blogspot.com.br/2011/07/o-prazer-da-leitura.html. Acesso em 17 de novembro de 2013.

É hora da leitura....

Nesta seção vamos conhecer a história do livro “A Ilha do Nesta seção vamos conhecer a história do livro “A Ilha do Nesta seção vamos conhecer a história do livro “A Ilha do Nesta seção vamos conhecer a história do livro “A Ilha do tesouro”, de Robert Louis Stevenson:tesouro”, de Robert Louis Stevenson:tesouro”, de Robert Louis Stevenson:tesouro”, de Robert Louis Stevenson: Chega, na Inglaterra, numa pequena estalagem chamaChega, na Inglaterra, numa pequena estalagem chamaChega, na Inglaterra, numa pequena estalagem chamaChega, na Inglaterra, numa pequena estalagem chamada da da da “Almirante Benbow”, um marujo conhecido como Capitão Bill “Almirante Benbow”, um marujo conhecido como Capitão Bill “Almirante Benbow”, um marujo conhecido como Capitão Bill “Almirante Benbow”, um marujo conhecido como Capitão Bill Bones. Passava os dias embriagandoBones. Passava os dias embriagandoBones. Passava os dias embriagandoBones. Passava os dias embriagando----se com rum, enquanto se com rum, enquanto se com rum, enquanto se com rum, enquanto vigiava a estalagem. Durante um dos ataques ocorridos pelo vigiava a estalagem. Durante um dos ataques ocorridos pelo vigiava a estalagem. Durante um dos ataques ocorridos pelo vigiava a estalagem. Durante um dos ataques ocorridos pelo excesso de bebida, Bill Bones, acreditando que ia morrer, excesso de bebida, Bill Bones, acreditando que ia morrer, excesso de bebida, Bill Bones, acreditando que ia morrer, excesso de bebida, Bill Bones, acreditando que ia morrer, confessou ter servidoconfessou ter servidoconfessou ter servidoconfessou ter servido no navio de um pirata muito temido, no navio de um pirata muito temido, no navio de um pirata muito temido, no navio de um pirata muito temido, Capitão Flint, de quem herdou o mapa de um tesouro. E Jim Capitão Flint, de quem herdou o mapa de um tesouro. E Jim Capitão Flint, de quem herdou o mapa de um tesouro. E Jim Capitão Flint, de quem herdou o mapa de um tesouro. E Jim Hawkins, um garoto com apenas doze anos vai viver uma incrível Hawkins, um garoto com apenas doze anos vai viver uma incrível Hawkins, um garoto com apenas doze anos vai viver uma incrível Hawkins, um garoto com apenas doze anos vai viver uma incrível aventura.aventura.aventura.aventura.

Seção IISeção IISeção IISeção IIIIII

24

O Proprietário Rural, Conde Trelawney, o Dr. Livesey e o resto dos

cavalheiros me pediram para escrever o relato completo da história da Ilha do

Tesouro, do seu início até o seu final, não deixando nada de fora, exceto a

localização da ilha; e isto somente porque ainda lá se encontra parte do tesouro que

não foi transportada; assim, eu tomo da pena no Ano da Graça de 17 – e retorno ao

tempo em que meu pai era o proprietário da estalagem “Almirante Benbow”, quando

o velho marinheiro, alojou-se pela primeira vez sob nosso teto.

Eu me recordo dele como se fosse ontem, como ele veio caminhando

pesadamente até a porta da hospedaria, com seu baú de marinheiro transportado

em um carrinho de mão: um homem alto, forte, corpulento, bronzeado como uma

casca de noz; o rabo-de-cavalo alcatroado caindo sobre os ombros de seu casaco

azul enxovalhado; suas mãos nodosas e cheias de cicatrizes ostentando unhas

negras e quebradiças; e o corte de sabre ao longo de uma das faces, de uma

coloração branca, suja e lívida. Eu me lembro de vê-lo olhando ao redor da enseada,

assobiando para si mesmo, e então começando a cantar aquela velha canção de

marinheiros, que ele depois iria repetir tantas vezes:

Quinze homens sobre a mala do defunto –

Io-ho-ho! – e uma garrafa de rum!

Com sua voz aguda, velha e trêmula, que parecia ter sido afinada e quebrada

do cabrestante. Então, ele bateu à porta com um bastão retorcido, que sempre

carregava, o qual se assemelhava também a uma bimbarra de cabrestante; e,

quando meu pai atendeu, pediu grosseiramente um copo de rum. Quando este lhe

foi trazido, ele o bebeu lentamente, como um conhecedor, saboreando o gosto

devagar, ainda olhando ao redor, em direção aos recifes, e para cima, a fim de

observar nossa tabuleta.

[...] Ele costumava ser um homem muito silencioso. O dia inteiro, caminhava

ao redor da enseada ou sobre os rochedos, com um telescópio de bronze; todas as

Texto ITexto ITexto ITexto I

25

noites, ele se assentava em um canto do salão, perto do fogo, e bebia uma mistura

muito forte de rum com água. A maior parte das vezes, ele não falava quando o

interrogavam; somente lançava um olhar súbito e feroz e assoprava pelo nariz como

uma sirena de nevoeiro; deste modo, nós, e também as pessoas que frequentavam

nossa casa, logo aprendemos a deixá-lo em paz. Todos os dias, quando retornava,

ele indagava se algum marinheiro havia passado pela estrada. A princípio, nós

imaginávamos que era a falta de companhia de gente de sua própria profissão que o

fazia perguntar; mas, finalmente, começamos a perceber que ele realmente queria

era evitá-los. Quando um marinheiro aparecia no “Almirante Benbow”, ele olhava

para o salão, através da cortina da porta, antes de se decidir a entrar; e era certo

que permanecia quieto como um camundongo quando algum deles estava presente.

Para mim, pelo menos, não havia segredo quanto a este assunto, porque de certa

forma, eu partilhava de sua inquietação. Um dia, ele me levara para um canto e me

prometera uma moeda de quatro pence de prata no dia primeiro de cada mês, se eu

mantivesse “meus olhos abertos e vigilantes para um homem do mar de uma perna

só” e lhe contasse no momento em que este aparecesse. Com bastante frequência,

quando o dia primeiro de cada mês se aproximava e eu lhe reclamava meu salário,

ele fungava forte pelo nariz e me olhava com uma expressão tão terrível, que me

fazia baixar os olhos, porém, antes que a semana findasse, ele pensava duas vezes,

trazia-me a moedinha de prata e repetia suas ordens para ficar cuidando “ o homem

do mar de uma perna só”.

Está claro que eu não preciso descrever como esta personagem assombrava

meus sonhos. Nas noites de tempestade, quando o vento sacudia os quatro cantos

da casa e a rebentação rugia ao longo da enseada e subia pelos rochedos, eu a

imaginava de mil formas e com mil expressões diabólicas. Algumas vezes, a perna

aparecia cortada no joelho, outras, à altura da coxa: outras ainda, ela era um tipo de

criatura monstruosa, que nunca tivera mais do que uma perna, e esta surgia do meio

corpo. Vê-la pular e correr e perseguir-me pelas sebes e valas era o pior dos

pesadelos. E considerando tudo isso, eu pagava bastante caro por minha moedinha

mensal de quatro pence, em troca da qual imaginava estas fantasias abomináveis.

[...]

Eram suas histórias que mais amedrontavam as pessoas. Eram histórias

pavorosas: sobre enforcamento e pessoas que eram obrigadas a caminhar pela

prancha, e tempestades no mar, e as Ilhas Tortugas, e proezas selvagens no Mar

26

das Caraíbas. De acordo com seu próprio relato, ele havia vivido entre alguns dos

homens mais malvados a que Deus jamais permitira navegarem pelo mar, e a

linguagem em que ele contava estas histórias escandalizava nossa gente simples do

campo, quase tanto quanto os crimes que ele descrevia. Meu pai estava sempre

dizendo que ele iria arruinar a estalagem, porque as pessoas logo iam parar de

frequentá-la, a fim de não serem tiranizadas, humilhadas e enviadas trêmulas para

seus leitos, mas eu realmente acredito que sua presença nos fez bem. Na hora, as

pessoas ficavam assustadas; porém, mais tarde, quando se lembravam, elas até

gostavam; era uma bela excitação, que contrastava com a tranqüila vida campestre;

havia até mesmo um grupo de homens que o admirava, dizendo que ele era “um

verdadeiro lobo-do-mar” e que trazia “água salgada nas veias” e outras coisas

parecidas, afirmando que ele era o tipo de homem que havia transformado a

Inglaterra na senhora dos mares.

De certo modo, sem a menor dúvida, ele ajudou a nos arruinar, pois foi

ficando semana após semana e, depois, mês após mês, de tal modo que o dinheiro

que ele tinha dado já há de muito estava gasto, e mesmo assim, meu pai nunca teve

coragem suficiente para pedir-lhe um pouco mais. Das poucas vezes em que

mencionamos o assunto, o Capitão assoprou pelo nariz com tanta força, que

parecia quase um rugido, e então mostrou uma expressão tão terrível que meu

pobre pai saiu da sala. Eu o via torcendo as mãos de pavor depois destes encontros

e tenho certeza de que o aborrecimento e o terror em que vivia devem ter apressado

sua morte prematura e infeliz.

Durante todo o tempo em que viveu conosco, o Capitão não fez a menor

modificação em seu vestuário, salvo da vez em que comprou algumas meias de um

vendedor ambulante. Quando um dos penachos de seu grande chapéu afrouxou, ele

deixou que ficasse pendurado a partir desse dia, embora lhe causasse grande

aborrecimento quando balançava com o vento. Eu me lembro bem da aparência de

seu casaco, que ele mesmo remendava em seu quarto no andar de cima, o qual,

rapidamente, se transformou num grande conjunto de remendos. Ele nunca

escrevia, nem recebia cartas e nunca falava com ninguém, exceto os vizinhos da

hospedaria; e mesmo com estes, na maioria das vezes, somente quando tinha se

esborrachado de rum. Quanto ao grande baú de marinheiro, nenhum de nós viu

aberto durante todo tempo em que se hospedou conosco.[...]

27

Eu não perdi tempo, naturalmente, e contei à minha mãe tudo o que sabia; e

talvez eu devesse ter lhe contado muito tempo antes; e nos vimos agora, de repente,

em uma posição muito difícil e perigosa. Uma parte do dinheiro do homem- se é que

ele tinha algum – certamente nos era devida; mas não era provável que os

companheiros de bordo de nosso Capitão, acima de tudo os dois espécimes que eu

tinha visto, Cão negro e o mendigo cego, estivessem dispostos a desistir de seu

botim em pagamento das dívidas do defunto. Se eu seguisse as ordens do Capitão e

montasse a cavalo imediatamente para avisar o Dr. Livesey, deixaria minha mãe

sozinha na estalagem, sem menor proteção, uma coisa em que eu não poderia

sequer pensar. Sem dúvida, parecia impossível para qualquer de nós permanecer

muito mais tempo em casa: a queda dos carvões no fogão da cozinha, o próprio

tique-taque do relógio, nos enchiam de susto. A vizinhança, para nossos ouvidos,

parecia assombrada por passos que se aproximavam; e com o corpo morto do

Capitão no assoalho do salão e o pensamento naquele detestável mendigo cego

rondando por perto, pronto para retornar, houve momento em que, como diz o ditado

eu pulei para fora da pele, de tanto terror. Alguma coisa tinha de ser resolvida logo;

e finalmente decidimos sair juntos a fim de buscar auxílio na aldeia vizinha. Assim

que tomamos essa decisão, não perdemos mais tempo. De cabeças descobertas, tal

como estávamos, corremos para fora, em direção à noite que se aproximava e para

dentro do nevoeiro enregelante.

A aldeia não se achava a muitas centenas de metro de distância, embora

ficasse além da vista, do outro lado da próxima enseada. O que grandemente me

encorajou, foi que ficava na direção oposta àquela de onde o homem cego tinha

aparecido e para a qual presumivelmente havia retornado. Nós não permanecemos

muitos minutos na estrada, embora, às vezes, parássemos e ficássemos abraçados,

de ouvidos atentos. Mas não havia nenhum som fora do comum – nada, exceto o

murmúrio das ondas e o crocitar dos corvos no bosque.

Texto IITexto IITexto IITexto II

28

Já era hora de se acender as velas quando chegamos na aldeia; e nunca

esquecerei o quanto me alegrou ver-lhes o brilho amarelado, através das portas e

janelas; mas essa, como ficou demonstrado, foi a única ajuda que conseguimos ali.

Isto porque – e na verdade era de se pensar que homens e adultos tivessem mais

vergonha de sua falta de coragem – nem uma só pessoa consentiu em retornar

conosco para o “Almirante Benbow”. Quanto mais relatávamos nossas dificuldades,

tanto mais todos eles- homens, mulheres e crianças – se pendiam ao abrigo de seus

lares. O nome do Capitão Flint, embora fosse estranho para mim, era muito bem

conhecido de alguns deles e provocava-lhes um imenso terror. Algum dos homens

que tinham estado a trabalhar nos campos que ficavam do outro lado do “Almirante

Benbow” lembravam-se, além disso, de terem avistado diversos estranhos na

estrada e fugido deles, por pensarem que fossem contrabandistas; e pelo menos um

dos aldeões tinha visto um pequeno barco à vela, um lugre, em uma praia que

denominávamos Kitt’s Hole. E falando nisso, qualquer homem que tivesse sido

companheiro de bordo do capitão era o suficiente para deixa-los mortalmente

assustados. Para encurtar a história, muitos de nossos vizinhos estavam dispostos a

montar em um cavalo e ir avisar o Dr. Livesey, que se encontrava na direção oposta,

mas ninguém iria nos ajudar a defender a estalagem.

Dizem que covardia pega, como uma doença infecciosa; mas que a

discussão, por outro lado, serve para criar coragem; e assim, depois que todos os

aldeões tinham dito tudo o que queriam, minha mãe lhes fez um discurso. Ela não

iria, conforme declarou, perder o dinheiro que pertencia a seu filho órfão: “Se

nenhum de vocês ousar”, disse ela, “Jim e eu ousaremos. Nós vamos voltar pelo

caminho por onde viemos sem grandes agradecimentos a vocês, homens grandes e

fortes, com corações de galinha. Nós vamos abrir aquele baú, nem que tenhamos de

morrer por causa disso. E vou agradecer-lhe muito se me emprestar essa bolsa, Mrs

Crossley, a fim de trazermos dentro dela o dinheiro que nos pertence”.

Está claro que eu disse que voltaria com minha mãe; e, naturalmente, todos

eles tentaram nos dissuadir em altas vozes de nossa temeridade; mas mesmo

assim, nem um só homem quis voltar conosco. Tudo o que fizeram, foi dar-me uma

pistola carregada, para o caso de sermos atacados; e nos emprestariam, no caso de

sermos perseguidos; ao mesmo tempo que um rapaz ia cavalgar até onde se

achava o Doutor, a fim de buscar auxílio armado.

29

Meu coração batia fortemente quando nos lançamos pela estrada, através

da noite escura, em nossa perigosa aventura. A lua cheia estava começando a subir

e espiava, avermelhada, acima da parte superior do nevoeiro; e isto aumentou

nossa pressa, porque sabíamos perfeitamente, antes de reencetarmos a jornada,

que tudo ficaria tão claro e brilhante como o dia e estaríamos expostos aos olhares

de qualquer um que nos observasse. Deslizamos ao longo das sebes silenciosos e

rápidos, e não vimos nem escutamos coisa alguma que viesse aumentar nosso

terror, até o momento em que, para nosso imenso alívio, fechamos a porta do

“Almirante Benbow” por trás de nós.

Eu corri a tranca imediatamente e ficamos parados por um momento no

escuro, nossa respiração rápida e ofegante, sozinhos em casa com o corpo morto

do Capitão. Então, minha mãe achou uma vela no depósito de bebidas e, de mãos

dadas, avançamos até o salão. O Capitão estava deitado no mesmo lugar em que o

havíamos deixado, de costas, com os olhos abertos e um dos braços esticado.

30

[...]

A brisa fizera pouco efeito sobre a corácula, e, quase instantaneamente, eu

fui jogado contra a pro do Hispaniola. No mesmo instante, a escuna começou a girar

sobre a quilha, voltando-se lentamente, uma ponta e depois a outra, através da

corrente.

Lutei como um demônio, pois pensei que a corácula seria inundada a

qualquer momento e, uma vez que percebi que não podia empurrá-la para fora do

caminho da escuna, remei diretamente para a popa. Finalmente, livrei-me de meu

perigoso vizinho, e no exato momento em que dei o último impulso, minhas mão

encontraram uma corda fina que estava pendendo da amurada sobre o parapeito da

popa. Instantaneamente, eu a segurei.

Por que foi que agi assim, não faço a menor ideia. A princípio, foi por puro

instinto, mas assim que coloquei as mãos na corda e descobri que estava bem

amarrada e firme, a curiosidade me venceu e decidi a dar uma espiada pela janela

do camarote.

Subi agarrando-me na corda, e, quando julguei que estava perto o suficiente,

ergui-me, com um risco infinito, uma distância de mais ou menos metade de minha

altura, e deste modo pude ver o teto e uma parte do interior do camarote.

A esta altura, a escuna e sua pequena companheira estavam deslizando com

bastante velocidade pela água; sem dúvida, já estávamos na altura da fogueira do

acampamento. O navio estava “falando alto”, como dizem os marinheiros, cruzando

as inumeráveis marolas em um movimento rápido, que espadanava e borrifava água

incessantemente; mas até o momento em que ergui os olhos acima do peitoril da

janela, não pude compreender porque os vigias não se haviam alarmado. Um olhar

entretanto foi o suficiente, e foi somente um olhar que eu ousei lançar estando numa

posição tão instável. Esse olhar mostrou-me Hands e seu companheiro atracados

em combate mortal, cada um com uma das mãos na garganta do outro.

Texto IIITexto IIITexto IIITexto III

31

Caí de volta sobre o assento da corácula, e não sem tempo, porque quase caí

fora do barco. Não pude ver nada por um momento, pois permaneciam em minha

mente as duas faces furiosas e arroxeadas, oscilando sob a lâmpada enfumaçada, e

fechei meus olhos até que se acostumassem de novo com a escuridão.

A balada sem fim tinha terminado, afinal, e o grupo de amotinados, que havia

diminuído tanto nas últimas horas e se assentava ao redor da fogueira do

acampamento, tinha iniciado aquele coro que eu tantas vezes escutara:

Quinze homens sobre a mala do defunto –

Io-ho-ho! – e uma garrafa de rum!

O rum e o Diabo levaram os outros –

Io-ho-ho! – e uma garrafa de rum!

Eu estava justamente pensando como a bebida e o Diabo estavam ocupados

naquele momento no camarote do Hispaniola, quando fui surpreendido por um

súbito da corácula. Nesse mesmo instante, ela se desviou subitamente e pareceu

mudar de curso. Enquanto isso, sua velocidade tinha aumentado estranhamente.

Abri meus olhos de imediato. Ao meu redor, de todos os lados, surgiam

redemoinhos, que subiam do fundo com um som agudo e eriçado e um aspecto

levemente fosforescente. O próprio Hispaniola, a uns poucos metros de cuja esteira

meu barco ainda se revirava, pareceu cambalear em meu curso, e vi seus mastros

oscilarem um pouco contra o negror da noite e , enquanto olhava, verifiquei que a

escuna também estava virando em direção ao sul.

Olhei sobre meu ombro e meu coração pulou dentro do peito. Logo ali, bem

atrás de mim, estava o brilho da fogueira do acampamento. A corrente tinha se

voltado em ângulo reto, de tal modo que arrastara consigo a alta escuna e a

pequena corácula, que não parava de dançar, cada vez mais depressa, cada vez

subindo mais alto, girando sem parar através dos estreitos que conduziam ao mar

aberto.

De repente, a escuna que vogava à minha frente deu uma violenta guinada,

virando-se, talvez, uns vinte graus, e, quase ao mesmo momento, um grito sucedeu-

se a outro vindo de bordo. Pude escutar o ruído de pés correndo pela escada do

camarote e imaginei que os dois bêbados tinham, finalmente, sido interrompidos em

sua luta e acordado para perceber o desastre.

32

Deitei-me ao comprido no fundo daquele desgraçado barco e, devotamente,

recomendei meu espírito de Criador. No final da passagem dos estreitos, eu tinha

certeza de que bateríamos de frente com uma barra de ondas furiosas, onde todos

os meus problemas terminariam rapidamente. Embora eu pudesse, talvez, suportar

a ideia de morrer, não conseguia suportar ficar olhando para meu destino à medida

que este se aproximava.

Assim eu devo ter ficado deitado no fundo do barco durante horas,

continuamente batido para cá e para lá pelos macaréus, ensopados vez por outra

pelos borrifos que voavam pelos ares e nunca cessando de esperar a morte no

próximo mergulho. Gradualmente, o cansaço cresceu sobre mim; uma dormência,

um estupor ocasional, caíram sobre minha mente em meio a meus terrores, até que,

finalmente, o sono me venceu e , dentro de minha corácula agitada pelo mar, eu

permaneci deitado sonhando com minha casa e com a velha estalagem “Almirante

Benbow”.

É hora da compreensão....

� Após a leitura dos textos, procurem as palavras desconhecidas por vocês,

anotem-nas no seus cadernos de leitura e escreva ao lado dela, qual

significado poderia ter no contexto. Em seguida, reúnam-se em equipe para

conferir no dicionário os vários significados dessa palavra.

33

É hora da interpretação....

� Algumas questões serão apresentadas a vocês.

� Vocês devem identificar o trecho onde se encontram e cada grupo

apresentará o parágrafo correspondente em forma de resumo. (Cada grupo

ficará responsável por duas questões)

� Na narrativa há a presença de um herói? Como se chama?

� O herói se distancia do lar por algum motivo?

� Há uma situação inicial que se altera com a presença de algum

elemento?

� Quais situações de perigo são enfrentadas?

� Qual é o desejo do herói?

� Qual o caminho percorrido pelo herói para alcançar seu objetivo?

� Elaborar um mapa para uma caça ao tesouro. � Leitura dramatizada dos capítulos: 32, 33 e 34 para a classe.

Em equipes vocês elaborarão as seguintes propostas:

34

É hora de produzir...

Nesta etapa você vai escrever o que ficou

na sua memória, após a leitura do livro.

Escreva sobre os trechos que achou

interessante, o que esperava que acontecesse

e não aconteceu, que fatos você mudaria e

como ficaria a sua versão.

Fonte: Disponível em:

<http://www.jogospuzzle.com/puzzles-de-

aventura-pirata.html> Acesso em: 17 de

novembro de 2013.

-

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“ Um clássico é uma obra que provoca incessantemente uma nuvem de discursos críticos sobre si, mas continuamente a

repele para longe.” ((( ÍÍÍ ttt aaa lll ooo CCC aaa lll vvv iii nnn ooo )))

Fonte: FERREIRA, Nathália. Teoria interacionista: congnitivismo de Piaget. Blog Amiga da Pedagogia. Disponível em: http://amigadapedagogia.blogspot.com.br/2010/08/teoria-interacionista-cognitivismo-de.html. Acesso em: 17 de novembro de 2013.

Nesta seção você assistirá ao filme “Viagens de Gulliver”. Em Nesta seção você assistirá ao filme “Viagens de Gulliver”. Em Nesta seção você assistirá ao filme “Viagens de Gulliver”. Em Nesta seção você assistirá ao filme “Viagens de Gulliver”. Em seguida lerá alguns capítulos do livro e, por escrito, dseguida lerá alguns capítulos do livro e, por escrito, dseguida lerá alguns capítulos do livro e, por escrito, dseguida lerá alguns capítulos do livro e, por escrito, deixará suas eixará suas eixará suas eixará suas impressões, compareando impressões, compareando impressões, compareando impressões, compareando o filme ao livro. o filme ao livro. o filme ao livro. o filme ao livro. Será aberSerá aberSerá aberSerá aberto um espaço de discussão para o tema.to um espaço de discussão para o tema.to um espaço de discussão para o tema.to um espaço de discussão para o tema.

Seção Seção Seção Seção IVIVIVIV

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“Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer”

((( ÍÍÍ ttt aaa lll ooo CCC aaa lll vvv iii nnn ooo )))

Disponível em<http://www.historiasparaler.com.br/2010/08/criancas-lendo-livros-como-fazer.html.

>Acesso em 02/12/13

É hora de interagir...

No decorrer de nossos encontros, ao ouvir e ler as histórias de aventuras, vocês

devem ter lembrado de outros livros, filmes, passeios que falam do mesmo tema.

Compartilhem essas memórias, pois recordar é viver novamente.

Vamos aproveitar esse momento para partilhar o desenvolvimento do Caderno

de Leituras, como estava no inicio e como está agora.

Para encerrar, faremos o Varal Literário, a partir das histórias de aventuras que

vocês conheceram, para que outros alunos também os conheçam e sintam vontade

de ler esses clássicos sabendo que é uma leitura que merece ser feita. Vocês

podem fazer do seu Caderno de Leitura para indicar outros livros. Além de escrever,

podem trazer fotos de suas aventuras para ilustrar os trechos selecionados por

vocês.

Bom trabalho!

Seção Seção Seção Seção VVVV

37

REFERÊNCIAS:

BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. 7 ed. 9 imp. São Paulo:

Ática, 2010.

BARTHES, Roland. A aula. (Tradução de Leyla Perrone-Moisés) 7ª Ed. São Paulo: Cultrix,

1978.

________. O rumor da língua. . (Tradução de Mário Laranjeira) 2ª Ed. São Paulo: Martins

Fontes, 2004.

________. O prazer do texto. (Tradução J. Guinsburg) 5ª Ed. São Paulo: Perspectiva,

2010.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:

terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. Brasília: MEX/SEF, 1998.

CANTON, Katia. Os contos de fadas e a arte. São Paulo: Prumo, 2009.

CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos. (Tradução de Nilson Moulin) São Paulo:

Companhia das Letras, 2007.

COLOMER, Teresa. Andar entre livros. (Tradução de Laura Sandroni) São Paulo: Global,

2007.

DEFOE. Daniel. Robinson Crusoe. (Tradução: Flávio P. de F. e Costa Neves). Coleção A

Obra Prima de Cada Autor. 2 ed. São Paulo: Martin Claret, 2012.

ECO, Umberto. Seis passeios pelos bosques da ficção. (Tradução: Hildegard Feist). São

Paulo: Companhia das Letras, 1994.

GUINZBURG, Jaime. "O ensino de literatura como fantasmagoria". In: Revista

Ampoll, vol. 1, n. 33, 2012. Disponível em:

<http://www.anpoll.org.br/revista/index.php/revista/article/view/637/648>. Acesso em: 20/05/2013.

38

BONATER, Rosangela, Sugestão de atividades para a Sequência Didática. Disponível em:< http://bonatereducacao.blogspot.com.br/.../sugestao-de-atividades-para-sequencia>.Acesso em: 21/11/13. MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos universais desde cedo. Rio

de Janeiro: Objetiva, 20012.

MORIN, Edgar. A cabeça bem feita. (Tradução de Eloá Jacobina) 11ª ed. Rio de Janeiro:

Bertrand do Brasil, 2005.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação

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PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Caderno de Expectativas de

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PENNAC, Daniel. Como um romance. (Tradução de Leny Werneck) Porto Alegre, Rio

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PETIT, Michelle. Os jovens e a leitura. São Paulo: Editora 34, 2008.

RANCIÉRE, Jaques. O mestre ignorante. (Tradução de Lilian do Valle). Belo Horizonte:

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STEVENSON, Robert Louis Balfour. A ilha do tesouro. Tradução: Willian Lagos.

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SWIFT, Jonathan. Viagem de Gulliver. Tradução: Octavio Mendes Cajado. Texto

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SILVEIRA, Julio e MARTHA, Ribas (orgs.) A paixão pelos livros. Rio de Janeiro:

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39

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ABREU, Lília S. Lendo o livro... antes de ler a história do livro. Revista Nova

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Vídeo: PRIETO, Heloísa. O livro imperdível . Disponível em <http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/heloisa-prieto-le-comenta-conto-inedito-livro-imperdivel-692990.shtml>. Acesso em 02/12/2013

Filme:

As viagens de Gulliver : Direção de Rob Letterman. Produção: John Davis e Gregory Goodman. Roteiro produzido por: Joe Stillman e Nicholas Stoller. Desiner de produção: Gavin Bocquet, Diretor de fotografia: David Tattersall,BSC. Elenco: Jeanne Mc Carthy, Priscilla John, CDG,Jack Black, Jason Segel, Emily Blunt, Amanda Peet, Billy Connoly, Chris O”Dowd, T. J. Miller, James Corden, Catherine Tate,Twentieth Century Fox film Corporation, EUA (84 min) Pagemaster- O mestre da fantasia: Direção:Pixote Hunt, Joe Johnston, Roteiro:David Kirschner, David Casci e Ernie Contreras. Elenco: Macaulay Culkin, Canan J. Howell, Alexis Kischner, Jessica Kischner, Guy Mansker, Brandon S. McKay, Stephan Sheehan, Whoopie Goldberg (voz) ,Twentieth Century Fox film Corporation, EUA (75min)